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Autoridades dos Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira a proibição de computadores portáteis e tablets em voos de nove companhias aéreas procedentes de oito países dos Oriente Médio, alegando o risco de atentados terroristas.

Companhias como Emirates ou Turkish Airlines, que operam voos diretos de Dubai ou Istambul para os Estados Unidos, têm 96 horas a partir desta terça-feira (21) para proibir que seus passageiros embarquem com dispositivos eletrônicos maiores do que um telefone celular.

Todos os dispositivos (laptops, tablets, consoles de jogos, livros eletrônicos, aparelhos de DVD, câmeras fotográficas, entre outros) devem ser incluídos na bagagem despachada nos aviões, informaram fontes do governo americano.

"A análise dos serviços de inteligência indica que grupos terroristas continuam apontando o transporte aéreo e buscam novos métodos para cometer atentados, como dissimular explosivos em bens de consumo", explicou uma fonte.

"Com base nestas informações, o secretário para a Segurança Interna, John Kelly, decidiu que era necessário reforçar os procedimentos de segurança para os passageiros com voo direto de alguns aeroportos e com destino aos Estados Unidos", destacou outra fonte, sem detalhar com que tipo de informação precisa Washington contava.

A medida deve afetar 50 voos diários de nove companhias (Royal Jordanian, EgyptAir, Turkish Airlines, Saudi Airlines, Kuwait Airways, Royal Air Maroc, Qatar Airways, Emirates e Etihad Airways) com decolagem de 10 aeroportos internacionais: Amã, Cairo, Istambul, Jidá, Riad, Kuwait, Doha, Dubai, Abu Dhabi e Casablanca.

- Países aliados de Washington -

Oito países são afetados, todos aliados ou sócios dos Estados Unidos: Jordânia, Egito, Turquia, Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Emirados Árabes Unidos e Marrocos.

"Consideramos que é o que deve ser feito e nos locais adequados para garantir a segurança dos viajantes", disse uma fonte oficial.

A mesma fonte fez referência a "vários incidentes e atentados executados com êxito contra passageiros e aeroportos nos últimos anos".

Ele citou o ataque reivindicado em fevereiro de 2016 por islamitas somalis shebab, vinculados à Al-Qaeda, em um Airbus A321 da Daallo Airlines com 74 pessoas a bordo. Quinze minutos depois da decolagem em Mogadíscio, um artefato explodiu e provocou um buraco de um metro de diâmetro na fuselagem, assim como a morte da pessoa que supostamente transportava a bomba.

A proibição de dispositivos eletrônicos maiores que um telefone celular estaria relacionada com uma ameaça do grupo Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA), muito ativo no Iêmen, informou o canal CNN, com base em uma fonte do governo.

As autoridades americanas informaram com antecedência os países e as companhias aéreas envolvidas. Algumas empresas publicaram na segunda-feira à noite no Twitter algumas informações para os clientes.

As fontes não citaram um prazo para a proibição dos dispositivos eletrônicos, mas advertiram que se não colocarem as medidas em prática as companhias podem perder o direito de voar aos Estados Unidos.

As medidas são parte de um processo de intensificação dos controles nas fronteiras e, de modo mais geral, da política americana em termos de imigração desde que Donald Trump assumiu o poder.

O presidente republicano tenta impor uma proibição temporária de entrada nos Estados Unidos de todos os refugiados e de cidadãos de seis países de maioria muçulmanas. A medida foi estabelecida em um decreto que foi bloqueado duas vezes por juízes federais americanos.

A “Síria é a pior catástrofe causada pelo ser humano desde a Segunda Guerra Mundial” e virou “um lugar de horror selvagem e de injustiça absoluta”, afirmou nesta terça-feira (14) o alto comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas, Zeid Al Hussein. As informações são da ONU News.

O pronunciamento de Al Hussein foi feito durante reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra (Suíça). Segundo ele, o conflito sírio, que completou seis anos este mês, se transformou numa verdadeira “câmara de torturas”.

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Zeid disse ainda que os “apelos desesperados feitos pela população de Alepo no ano passado tiveram pouco ou nenhum impacto sobre os líderes mundiais, cuja influência poderia ajudar a pôr um fim ao conflito”.

A guerra na Síria já causou a morte de centenas de milhares de pessoas e o deslocamento de milhões de outras, principalmente sírios. Zeid lembrou que “repetidos vetos de resoluções no Conselho de Segurança têm adiado a esperança para o fim da carnificina”.

Crimes de guerra

O alto comissário da ONU afirmou que isso acontece apesar dos sequestros e da venda de mulheres e meninas da minoria Yazidi como escravas sexuais pelos terroristas do grupo Estado Islâmico. Segundo Zeid, é muito importante garantir que os autores dos crimes cometidos no país sejam responsabilizados.

Para isso, o Escritório de Direitos Humanos tenta acelerar a implementação de um mecanismo internacional para julgar os responsáveis pelas atrocidades ocorridas na Síria, muitas das quais podem ser classificadas como “crimes de guerra”.

da ONU News

Pelo menos 40 pessoas morreram em duas explosões simultâneas em uma área frequentada por peregrinos xiitas na capital da Síria, Damasco. A agência estatal de notícias Sana disse que as explosões aconteceram perto do cemitério Bab al-Saghir, um dos mais antigos da capital e onde estão enterradas importantes figuras religiosas. Segundo a agência, o cemitério foi danificado pelas explosões.

De acordo com rede de TV al-Manar, do Líbano, autoridades sírias disseram que dois homens-bomba foram responsáveis pelo ataque. Já a TV árabe Al-Mayadeen disse que as explosões aconteceram num momento em que a área estava sob segurança reforçada. Fonte: Associated Press.

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A Síria recuperou dois bustos antigos restaurados na Itália depois de terem sido gravemente danificados pelo grupo Estado Islâmico (EI) na cidade antiga de Palmira, província central de Homs, anunciou o diretor-geral de Antiguidades e Museus.

"Os dois bustos foram reunidos com outras 400 peças arqueológicas que puderam ser salvas em Palmira", informou Maamun Abdelkarim. Os dois alto-relevos, cujos rostos foram destroçados a martelados pelos radicais, provavelmente são as únicas obras de arte que saíram legalmente de Palmira depois de recuperadas pelas tropas sírias.

Um mês de trabalho na Itália conseguiu devolver o aspecto humano aos rostos talhados em pedra. Quando o EI ocupou Palmira de maio de 2015 a março de 2016, destruiu templos, torres e um grande número de obras de artes por considerá-las mostras de idolatria, proibida para os extremistas.

Segundo Abdelkarim, a restauração das obras "é o verdadeiro primeiro passo visível e positivo da comunidade internacional para proteger a herança síria". "Faz parte da diplomacia cultural, que permite a cooperação de distintos povos na luta contra o extremismo e a barbárie. Afinal de contas, o patrimônio sírio é um patrimônio da humanidade", afirmou.

A operação de restauração também é considerada uma homenagem ao ex-responsável pelas Antiguidades de Palmira, Khaled al Assad, assassinado pelo EI em agosto de 2015, aos 82 anos. Os alto-relevos datam dos séculos II e III.

O exército do Iraque se prepara para retomar sua operação de retomada da outra parte da cidade de Mosul do Estado Islâmico, um movimento que já era esperado na última batalha decisiva em torno da cidade.

"Estamos nos preparando para lançar uma grande operação para libertar o resto de Mosul", disse Walid Khalifa, vice-comandante da 9ª divisão do Exército iraquiano nesta terça-feira. Na tarde de hoje, dezenas de veículos blindados e tropas puderam ser vistos se movendo para a cidade. Khalifa disse que as manobras começaram no domingo.

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Mas mesmo quando as forças iraquianas começaram a se instalar, contra-ataques significativos começaram perto da cidade de Tal Afar, a oeste de Mosul.

O Estado Islâmico detonou 17 carros-bomba, visando uma posição detida pelas forças da milícia xiita do Iraque, majoritariamente governadas pelo governo, conhecidas como Forças de Mobilização perto de Tal Afar, disse Jaafar al-Hussaini, porta-voz de uma das milícias.

Ao todo, o ataque durou nove horas e matou quatro milicianos e 48 militantes do Estado Islâmico.Fonte: Associated Press.

Os trens voltaram a circular em Aleppo nesta quarta-feira, pela primeira vez em quatro anos, um mês após o Exército sírio retomar toda a cidade, constatou um fotógrafo da AFP.

A medida em que avançava a primeira composição, homens, mulheres e crianças observavam pelas janelas os bairros devastados que as forças do regime retomaram dos rebeldes em dezembro passado.

Os trens não circulavam em Aleppo desde o verão de 2012, quando os rebeldes invadiram a cidade, que ficou dividida entre as forças do regime, no norte e em parte de oeste, e os insurgentes, no leste. O primeiro trem seguiu da estação de Jibreen, no subúrbio leste da cidade, até a estação estação Bagdá de Aleppo, passando pela antiga linha de frente do conflito.

Na parte leste da cidade, repleta de escombros produzidos por anos de guerra, as pessoas se reuniram na margem da ferrovia para ver o trem passar. A composição carregava fotos do presidente Bashar al Assad em seus diversos vagões, constatou o fotógrafo da AFP. Devido ao conflito sírio, o serviço ferroviário permanece suspenso entre Aleppo e outras cidades importantes.

Aleppo, no passado a capital econômica da Síria, foi devastada durante a guerra que há seis anos atinge o país e já causou a morte de 310 mil pessoas, além de milhões de deslocados.

Através do porta-voz de Relações Exteriores israelense, Emmanuel Nahshon, Israel informou nesta quarta-feira (11), que não irá participará da Conferência de Paris sobre o Oriente Médio, que será realizada no próximo domingo (15).

A França espera aproximadamente 70 delegações internacionais para a reunião, mas excluiu israelenses e palestinos, após a recusa de Israel, contudo deixou o convite aberto a ambos para uma fase posterior.

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"Fazendo uma analogia culinária, nós não estamos na cozinha preparando o prato, mas estamos convidados a prová-lo. O prato em questão é nosso futuro e segurança, e quem está preparando são outros cozinheiros, com seus interesses e agendas, irrelevantes para nós", disse o porta-voz, que considerou a conferência um "fútil exercício que não avançará em direção à paz".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, também foram convidados a participar de uma reunião com o presidente francês, François Hollande, para a apresentação das conclusões da conferência.

"Respondemos firme, mas amavelmente: Não, obrigado", declarou Nahshon.


Abbas confirmou que irá a Paris e se reunirá com Hollande no domingo, após o término da conferência.

O encontro é visto como uma das últimas oportunidades para retomar a solução dos dois Estados, que segundo a comunidade internacional está se tornando inviável graças à política de assentamentos israelense. 

Na Síria, ao menos 43 pessoas morreram com a explosão de um carro-bomba em um mercado lotado na cidade de Azaz, na província de Alepo, próximo da fronteira com a Turquia. A explosão destruiu o mercado e atingiu ainda um prédio do governo. Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque. Segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, entre os mortos estão seis opositores.

Outros grupos de ativistas, inclusive o centro de imprensa de Azaz, informam 50 mortos. As buscas por feridos continuam e muitos corpos seguem sem identificação, em função da força da explosão. Imagens divulgadas na internet mostram uma extensa fumaça preta sobre os destroços do mercado e sons de tiros ao fundo.

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Muitos rebeldes e civis que saíram de Alepo, durante a ofensiva do governo no ano passado, ficaram em Azaz. Ao oeste da cidade, as forças curdas da Síria têm o controle de uma faixa de terra e tentam frequentemente avançar para a cidade, causando confrontos com tropas turcas e aliados. Já ao leste, opositores lutam contra os extremistas do Estado Islâmico, ganhando território e avançando. Fonte: Dow Jones Newswires

Ao menos  duas pessoas foram mortas e 11 ficaram feridas na explosão de um carro bomba em Esmirna, na Turquia, nesta quinta-feira (5).  O atentado ocorreu próximo a um tribunal da cidade turca. e as vítimas fatais  seriam um policial e um funcionário do tribunal. Dois supostos terroristas também foram mortos e a polícia está atrás de um terceiro, que teria fugido após a ação.  As informações são da Agência ANSA.

Esmirna é a terceira maior cidade da Turquia e muito visitada por turistas por conta de seu belo litoral. Ninguém reivindicou o ataque ainda, mas o território turco vem sofrendo com ataques de carros-bomba em diversas cidades. Além disso, Esmirna está sendo alvo de várias operações policiais em busca do homem que realizou um ataque terrorista no dia 1º de janeiro, em uma boate de Istambul, em ação que deixou quase 39 mortos.

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Segundo as autoridades turcas, mais de 40 pessoas que moram na cidade já foram interrogadas até o momento sobre o ataque.

Censura

O Ministério das Comunicações da Turquia impôs censura à mídia nas informações sobre a explosão do carro-bomba.  Como está em estado de emergência, o governo turco usa a censura em casos considerados "terroristas". No entanto, a agência oficial de notícias Anadolu, confirmou que dois extremistas foram mortos por forças policiais.

O emirado de Dubai revelou nesta segunda-feira um novo projeto de caráter turístico com a construção da maior marina do Oriente Médio, que incluirá cerca de 1.400 ancoradouros para iates de luxo.

O "Dubai Harbour" também vai incluir um cais para cruzeiros e um terminal para receber 6.000 passageiros por vez, informou o governo em um comunicado. Dubai, onde foi o construído o maior arranha-céu do mundo, Burj Khalifa, informou que o edifício mais importante deste novo projeto será uma torre de 135 metros, "Dubai Lighthouse", dotado de um hotel e um mirante.

Esta marina vai elevar em 4.400 a capacidade total de recepção de iates no emirado, de acordo com um comunicado. Será construída no luxuoso bairro de Dubai Marina, perto de uma enorme ilha artificial em forma de palmeira.

A cidade se tornou em poucos anos em um importante destino turístico e centro de negócios entre a Europa e Ásia, graças aos grandes investimentos em shopping centers e residências de luxo. Atraiu 14,2 milhões de turistas em 2015.

Aproximadamente 400 ativistas pela paz saíram da periferia de Berlim, em direção à destruída cidade síria de Aleppo, na noite de segunda-feira (26), em solidariedade à população, vítima da guerra que ocorre há mais de cinco anos neste país do Oriente Médio.

A "marcha civil por Aleppo", foi proposta por Anna Alboth, jornalista polonesa residente em Berlim. A intenção do ato consiste em exercer pressão política para ajudar civis que são vítimas do conflito existente na Síria.

Para percorrer os 3.000 quilômetros que separam as duas cidades, será necessário caminhar por três meses e meio. Os participantes pretendem fazer de 15 a 20 km de deslocamento diário, movendo-se no sentido inverso ao do itinerário dos imigrantes que chegam à Europa, passando por Turquia, Grécia, e pela "rota dos Bálcãs".

Anna, 30 anos, afirma que "o objetivo dessa marcha é que os civis sírios tenham acesso à ajuda humanitária", relatou esta blogueira, que pretende atrair para a sua causa um público mais amplo.

Ainda assim, Alboth não acredita que a marcha consiga chegar até a cidade síria, retomada pelo governo na última semana, declarou à imprensa. Ela acredita que possam ser impedidos de completar o trajeto ainda em território turco.

No dia 20 de dezembro, a idealizadora da marcha publicou em seu Facebook: "se pudéssemos mudar as coisas com uma multidão de europeus e ocidentais marchando até Aleppo, vocês viriam comigo?". A ideia teve aceitação positiva, e então, a iniciativa se concretizou.

Desde 2012 dividida em um setor sob controle do regime sírio de Bashar al Assad (oeste) e outro sob domínio dos rebeldes (leste), a antiga capital econômica e a segunda maior cidade do país foi reconquistada pelo exército sírio, com apoio da Rússia e do Irã.

O regime sírio retomou nesta quinta-feira (22) o controle total de Aleppo, a segunda cidade do país, conquistando a sua maior vitória frente aos rebeldes desde o início da guerra, em 2011. As informações são da Agência France-Presse (AFP).

"Graças ao sangue dos nossos mártires e aos sacrifícios das nossas valorosas forças armadas, assim como das forças auxiliares e aliadas (...), o Estado-Maior das Forças Armadas anuncia o retorno da segurança a Aleppo, após sua libertação do terrorismo e dos terroristas e da saída daqueles que ali permaneciam", informou o Exército sírio em comunicado.

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"Esta vitória representa uma guinada estratégica (...) na guerra contra o terrorismo (...), reforça a capacidade do Exército e de seus aliados de vencer a batalha contra grupos terroristas e estabelece as bases de uma nova fase para tirar o terrorismo de todo o território da República Árabe Síria", diz a nota.

O anúncio foi feito depois da saída do último comboio de rebeldes e civis do leste de Aleppo, ex-reduto rebelde da metrópole, que caiu após um mês de uma violenta campanha de bombardeios aéreos e terrestres.

Ao perder seu bastião (trincheira), transformado em ruínas após os violentos bombardeios, os rebeldes sofreram o pior revés desde o início da guerra.

A menina síria Bana al Abed, conhecida por seus tuítes sobre o inferno diário de Aleppo, foi evacuada junto com sua família durante o cessar-fogo decretado na cidade síria, indicaram várias ONGs nesta segunda-feira.

Bana, de sete anos, "foi evacuada nesta manhã de Aleppo junto com sua família", indicou no Twitter a ONG islâmica turca IHH, e publicou uma foto que mostra a menina, com um gorro, junto a um de seus funcionários. "Fazia parte do primeiro grupo que foi evacuado nesta manhã e agora se encontra na região de Rashidin", uma zona campestre de Aleppo, disse à AFP um porta-voz do IHH.

Ahmad Tarakji, chefe da ONG médica síria American Medical Society (SAMS), também anunciou no Twitter, com uma foto, a evacuação da menina e sua chegada "com muitas outras crianças" ao campo de Aleppo.

A agência de notícias turca Anatolia exibiu pouco depois uma breve entrevista com Bana Al-Abed após sua evacuação, na qual ela aparece com um casaco e um toca para se proteger do frio do inverno. "Em Aleppo, há bombardeios em todas as partes. Saímos das ruínas porque nossa casa foi bombardeada", declarou timidamente em árabe, antes de se voltar para a sua mãe.

O ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, anunciou que a menina e sua família seriam acolhidos na Turquia, segundo Anatolia. Desde setembro, Bana Al Abed (@AlabedBana) tuitava junto a sua mãe sobre a vida sob as bombas no leste de Aleppo, cercado pelo regime sírio. Sua conta é seguida por mais de 323.000 pessoas.

Em um de seus últimos tuítes, no domingo, havia implorado ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e ao seu ministro das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, que garantissem que o cessar-fogo apadrinhado por Turquia e Rússia funcionasse para que os habitantes dos bairros rebeldes fossem evacuados. "Estamos tão cansados", escreveu.

Cavusoglu respondeu no Twitter, afirmando que "as dificuldades em terra não nos dissuadirão". "Deve estar certa de que fazemos todo o necessário para te tirar dali, você e milhares de outros, para um lugar seguro".

Milhares de civis e rebeldes enfrentam a fome e o frio, enquanto aguardam a retomada das operações de retirada dos últimos redutos controlados pelos insurgentes em Aleppo, na Síria. Um deputado da oposição afirmou hoje (17) que um novo acordo para a evacuação havia sido negociado, mas as autoridades do regime sírio não confirmaram a informação.

Pelo menos 40 mil civis e entre 1.500 e 5 mil combatentes com suas famílias continuam cercados no ponto rebelde da segunda maior cidade síria, de acordo com o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.

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No bairro de Al-Amiriyah, controlado em parte pelos insurgentes, e de onde começa o périplo da população a ser evacuada, milhares de pessoas, entre elas crianças, passaram a noite de sexta-feira para sábado em meio às ruínas dos imóveis. Durante a madrugada, a temperatura no local atingiu 6 graus negativos.

Os moradores estão sem água potável e alimentos e muitos deles sobrevivem comendo tâmaras. Segundo um correspondente da agência Agência France Presse, muitos moradores queimaram seus pertences para evitar que sejam tomados pelas forças do regime de Bashar Al-Assad.

Regime acusa rebeldes

Na sexta-feira, o exército sírio suspendeu a retirada acusando os rebeldes de não "respeitarem as condições do acordo". Uma fonte militar afirmou que os insurgentes tinham "aberto fogo e mostrado disposição de sacar suas armas e fazer moradores como reféns".

Um comboio com cerca de 800 pessoas evacuadas teve que dar meia-volta pelas milícias xiitas pró-regime.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (Osdh), desde quinta-feira, cerca de 8.500 pessoas, sendo 3 mil combatentes, foram retiradas dos territórios controlados pelos rebeldes no oeste de Aleppo.

O diretor da ONG, Rami Abdel Rahmane, indicou outro motivo pela suspensão da operação. Segundo ele, a decisão se deve a um bloqueio por parte dos rebeldes para a retirada de feridos dos vilarejos xiitas Foua e Kafraya na província de Idleb, cercados pelos insurgentes.

"A evacuação deverá ser retomada em Aleppo ao mesmo tempo em que forem retirados de Foua e Kafraya cerca de 4 mil pessoas, entre elas feridos, seus familiares, civis e órfãos", disse Rahmane.

O acordo foi confirmado por um dos responsáveis pelo grupo islâmico Ahrar al-Cham, encarregado das negociações. "Nós estamos trabalhando para uma retomada das operações. Haverá retiradas em Foua e Kafraya, assim como em Madaya e Zabadani. Todos os moradores de Aleppo e os combatentes poderão partir", garantiu Al-Farouk Abou Bakr.

Da Rádio França Internacional

A operação de retirar milhares de civis e rebeldes do último reduto da oposição na cidade de Aleppo, na Síria, finalmente entrou em andamento nesta quinta-feira depois que ela foi interrompida por tiros em um comboio civil que matou uma pessoa e feriu outras quatro. No início da semana, as autoridades sírias deram a chance de rebeldes deixarem a cidade sem serem presos ou mortos.

O primeiro comboio de 20 ônibus e 13 ambulâncias carregando civis e feridos deixou o território controlado pela oposição na zona rural a oeste de Aleppo na tarde desta quinta-feira, disseram rebeldes e ativistas contra o governo.

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Uma foto aérea publicada pela oposição de Aleppo mostrou uma longa linha de ônibus verdes, os mesmos ônibus que foram usados para transportar civis e rebeldes de muitas áreas em outras partes do país retomadas pelo regime sírio nos últimos meses. Uma linha mais curta de ambulâncias da Cruz Vermelha vagou ao longo de uma estrada coberta de pedregulhos.

Outros comboios civis eram esperados para esta quinta-feira. Ao todo, dezenas de milhares de civis e centenas de combatentes rebeldes serão transferidos pela operação. O ministro de Relações Exteriores da Turquia disse que era prematuro discutir quanto tempo demorariam as retiradas.

Ainda não está claro quem estava por trás do tiroteio que impediu a primeira tentativa do comboio de deixar Aleppo no início da quinta-feira, mas autoridades turcas responsabilizaram as milícias xiitas apoiadas pelo Irã pelo tiroteio. As equipes de resgate e rebeldes disseram que os franco-atiradores do regime sírio eram os responsáveis. A mídia estatal síria não comentou.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Na beira do lago Leman, o imponente prédio do século 19 abriga o Casino de Evian. Ali, centenas de pessoas entram todos os dias para jogar. Mas sob regras estritas, tanto para os clientes como para os operadores e mesmo funcionários do local. A casa de jogos de Evian é uma das maiores entre os 201 cassinos franceses que, por ano, faturam 2,2 bilhões de euros e empregam 14 mil pessoas. Mas longe de ser uma atividade comercial como qualquer outra, o setor de jogos na Europa é fortemente regulamentado, ao ponto de ser estatal em muitos países.

No caso de Evian, a licença para operar é dada pela prefeitura local e o empreendimento é mantido pelo Grupo Danone. Mas, ao Estado, a direção explicou como a autorização para funcionar vem acompanhada de obrigações sociais, econômicas e mesmo policiais.

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Além de impostos, cabe ao empreendedor, por exemplo, pagar até pelos fogos de artifício da festa da Revolução Francesa, comemorada todos os anos no dia 14 de julho. A cada cinco anos, todos os compromissos são renegociados, até a participação do cassino na vida social da pequena cidade.

Essas regras vão muito além da contribuição financeira. Com mais de 200 máquinas, a direção precisa seguir regras estabelecidas pelo Ministério do Interior para a contratação de funcionários. Todos, sem exceção, precisam ser aprovados pela polícia nacional, uma garantia de que não tenham nem passado criminoso nem qualquer tipo de associação com grupos suspeitos de lavagem de dinheiro. Durante o tempo trabalhado, os funcionários continuam a ser monitorados.

Uma das gerentes contou ainda ao Estado que uma das dificuldades é quando um funcionário falta por doença. "Não podemos simplesmente chamar outra pessoa para substituir. A pessoa chamada precisa estar em uma lista pré-aprovada."

Também são monitorados os clientes. Todos precisam mostrar identidade ao entrar no local e os funcionários, caso identifiquem sinal de abuso ou vício, são obrigados a alertar a direção. Um diretor do Casino ainda pode impedir um cliente de continuar a jogar e até mesmo bani-lo de qualquer casa de jogos da França, em uma análise conjunta com a polícia.

Estatais

Em um mercado de US$ 488 bilhões por ano, os jogos de azar pelo mundo enfrentam uma variedade de leis, culturas e comportamentos. O que não muda, segundo os especialistas, é que a "casa sempre ganha". Com isso em mente, governos pela Europa passaram não apenas a regulamentar o jogo, como uma forma de controlar eventuais abusos, mas também passaram a ser os operadores dos próprios cassinos, poker online ou jogos.

Segundo a consultoria H2 Gambling Capital, se a população que em média mais aposta é a australiana, com US$ 1,1 mil gastos por ano por pessoa, são os países nórdicos na Europa que dominam o restante das primeiras colocações. Em todos eles, é o próprio Estado que é o principal acionista. Na Finlândia, três estatais controlavam todo o setor. Em 2015, em uma reforma, o governo optou por unir as três em uma só operadora, com 2 mil funcionários.

Mas, além de operar casas de jogos e loterias, a empresa estatal também desenha as leis no país, como uma espécie de agência reguladora. Seu objetivo é o de impedir que os jogos de azar sejam usados para lavar dinheiro do crime internacional ou que a população possa ser vítima de uma dependência. "Queremos oferecer o melhor serviço aos clientes e prevenir qualquer dano dos jogos de forma eficiente", disse o CEO da estatal, Juha Koponen.

Na Dinamarca, a estatal do jogo Danske Spil passou até mesmo a ser a patrocinadora da seleção nacional de futebol, em um acordo que valerá até a Copa do Mundo de 2018. Na Suécia, o Estado tem o monopólio sobre os quatro cassinos que operam no país.

Só que conforme avaliação publicada pelo advogado suíço especializado em regulamentação de jogos de azar Simon Planzer, a disputa entre atores privados e estatais pelo controle do setor se intensificou na última década, principalmente com a explosão financeira desencadeada pelo pôquer. "Os regimes nacionais de regulação dos jogos têm argumentado que se trata de uma proteção do consumidor contra o vício", diz. "Já os opositores do modelo têm argumentado que a motivação é o fato de o setor ser fonte fácil de impostos."

Ásia e islâmicos

Mas nem todo o mundo pensa em legalizar. No Japão, grande parte dos jogos de azar é proibida, com penas que chegam a US$ 80 mil e prisão de três anos. O mesmo ocorre na Coreia. As leis islâmicas proíbem as apostas. Mas o que é autorizado varia de país para país. Em Bangladesh, corridas de cavalos são permitidas. Já em Brunei todos os jogos são proibidos e, numa ação da polícia, até aqueles que são flagrados fugindo do local recebem a mesma pena de prisão que uma pessoa detida em flagrante. A pena pode chegar a seis meses de prisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Foram sete. Primeiro um egípcio, um marroquino, depois um palestino...". Haifa, uma jovem iraquiana, conta em seus dedos o número e a nacionalidade dos combatentes do Estado Islâmico que, durante seus dois anos de cativeiro, a compraram e venderam como escrava sexual.

Haifa, de 36 anos, e sua família são parte dos milhares de integrantes da minoria yázidi, especialmente perseguida pelos extremistas quando tomaram o controle de inúmeros territórios no Iraque e na Síria.

Esta minoria que fala o idioma curdo professa uma religião pré-islâmica e o EI os considera hereges e politeístas, colocando-os no centro da mira dos extremistas. A ONU denunciou uma "tentativa de genocídio" contra seus membros.

"Havia uma espécie de mercado para onde levavam as mulheres yázidis para os combatentes escolherem. Um dia um deles comprou 21 mulheres", relata à AFP a mulher que mantém sua identidade verdadeira sob o pseudônimo de Haifa. Presa em sua região natal de Sinjar, ela foi levada para Mossul, reduto iraquiano do Estado Islâmico, e depois foi transferida para Raqqa, bastião na Síria.

"Nos tratavam muito mal. Nos fizeram sofrer coisas terríveis", relata. 

Milhares de mulheres ainda estão presas

Depois de duas frustradas tentativas de fuga, Haifa recuperou sua liberdade há alguns dias graças a quem ela define - de forma muito discreta - como "benfeitores". Algumas mulheres yázidis conseguiram escapar do Estado Islâmico. Outras foram "compradas" para depois serem libertas sem que o grupo soubesse.

O lançamento da ofensiva iraquiana para retomar Mossul em outubro reavivou a esperança de outras libertações. Estima-se que ainda restarão três mil homens, mulheres e crianças nas mãos dos fundamentalistas islâmicos, afirma Hussein al-Qaidi, que comanda uma oficina de ajuda a pessoas em cativeiro, em Dohuk, financiada pelas autoridades curdas iraquianas.

Pela regra geral diante das ofensivas iraquianas, os islâmicos saíam levando consigo os reféns yázidis. Porém, isso mudou desde que as tropas leais a Bagdá conseguiram interromper a rota que une Mossul ao território sírio.

"Fomos vítimas de uma campanha feroz, mas nosso povo está muito ligado a sua terra", afirma Hussein al-Qaidi ao justificar suas esperanças de remontar sua comunidade. Haifa ainda tenta superar o pesadelo que viveu durante dois anos. Exausta e doente, tem vergonha de contar a sua família o que teve que enfrentar.

Ela teme por sua irmã de 20 anos, que como muitas outras mulheres ainda está nas mãos do EI. E suplica: "Peço ao mundo inteiro que ajude a libertá-las".

Dez cadáveres foram recuperados neste sábado em um bote inflável diante da costa da Líbia, no mesmo dia em que 2.100 pessoas foram resgatadas pelos serviços de socorro no mar, indicou à AFP a guarda-costeira italiana.

Quinze operações de resgate - o dobro em relação à véspera - foram realizadas neste sábado, em especial pela guarda-costeira italiana, que coordena o conjunto das operações, segundo um porta-voz. Na sexta-feira, oito operações de resgate permitiram socorrer 1.200 migrantes.

Um fotógrafo da AFP, que está a bordo do navio "Topaz Responder", fretado pela ONG maltesa MOAS e pela Cruz Vermelha italiana, acompanhou o resgate de centenas de pessoas entre sexta-feira e este sábado, incluindo crianças.

Segundo a Cruz Vermelha, 707 pessoas estão atualmente a bordo do "Topaz Responder".

Sharbat Gula, que ficou famosa ao estampar a capa da revista National Geographic que a transformou em um ícone dos refugiados afegãos, foi condenada por posse de documentos falsos e será expulsa na segunda-feira do Paquistão ao seu país de origem.

Gula, cujos enormes olhos verdes contrastavam com o lenço vermelho que usava em volta da cabeça, foi imortalizada em 1984 em uma foto tirada em um campo de refugiados afegãos no Paquistão pelo fotógrafo americano Steve McCurry.

A mulher tinha sido detida na semana passada no Paquistão e, assim como outros milhares de refugiados afegãos no país vizinho, foi processada por viver ali com documentação falsa. Mãe de quatro filhos, analfabeta, ela admitiu a culpa na sexta-feira, informou seu advogado à AFP, e um tribunal a condenou a cumprir 15 dias de prisão e a pagar uma multa de 110.000 rúpias (mais de R$ 3.400).

Por já ter passado onze dias na prisão antes de seu julgamento, ela será posta em liberdade com a pena já cumprida, afirmou Mubashar Nazar. O tribunal também ordenou sua expulsão do país assim que tiver sido libertada. Um representante do consulado afegão em Peshawar confirmou a iminente volta da mulher ao Afeganistão.

"Já pagamos a multa imposta à senhora Gula pelo tribunal e a enviaremos na segunda-feira ao Afeganistão de uma maneira digna", declarou à AFP Abdul Hamed Jalili, conselheiro encarregado dos refugiados no consulado afegão. Seis filhos devem partir com ela, que disse à imprensa que seu marido tinha falecido.

A ONG de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional (AI) condenou sua expulsão, qualificando-a de uma "grave injustiça". Sua foto ilustra uma das capas mais conhecidas da história da revista americana National Geographic.

O fotógrafo McCurry reencontrou a jovem mulher em 2002, em uma aldeia afegã, onde estava casada com um padeiro e tinha três filhas. Ignora-se quando teria retornado ao Paquistão.

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que 1.792 pessoas foram mortas no Iraque durante o mês de outubro, 789 a mais que no mês anterior.

De acordo com a Missão de Assistência das Nações Unidas no Iraque (Unami, na sigla em inglês), 1.120 vítimas eram civis, enquanto as 672 outras vítimas eram membros das forças de segurança do Iraque, que englobam os curdos peshmerga, o Ministério do Interior, as forças da SWAT e milícias aliadas ao exército iraquiano.

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A Unami também divulgou que outras 1.358 pessoas foram feridas. A cidade mais atingida foi Bagdá, onde 268 civis foram mortos e 807 ficaram feridos. A província de Nineveh foi a segunda mais violenta, com 566 mortos e 59 feridos. Grande parte da província, incluindo a capital, Mossul, é controlada pelo grupo terrorista Estado Islâmico.

O enviado da ONU ao Iraque, Jan Kubis, afirmou que os civis em Mossul "estão, mais uma vez, em perigo", devido às operações militares que estão sendo realizadas na área e à tática do Estado Islâmico de utilizar essas pessoas como escudos humanos. Fonte: Associated Press.

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