Tópicos | Paixão de Cristo do Recife

O mês de abril chegou prometendo fortes emoções aos recifenses com o retorno de uma grande Paixão a um dos mais emblemáticos cenários da capital pernambucana. Nos dias 7, 8 e 9, um elenco de mais de 150 atores e figurantes irá devolver ao Marco Zero a grandiosa encenação da história mais contada do mundo, em montagem realizada pela Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), escrita e dirigida por Carlos Carvalho. A “Paixão de Cristo do Recife: Jesus, a Luz do Mundo" será apresentada, em três sessões gratuitas e ao ar livre, sempre às 18h, com Jesus negro e Maria negra e texto contundente e comovente, que costura célebres passagens bíblicas a referências à geopolítica mundial contemporânea.

O espetáculo, tradição aclamada do calendário cultural recifense, retorna a seu formato original, presencial e a céu aberto do Marco Zero, após três anos. Em função da pandemia, foi adaptado para chegar a seu público cativo em duas resilientes edições. Em 2021, virou filme e foi disponibilizado na internet e, em 2022, a história de Jesus foi contada no Teatro Luiz Mendonça, em respeito aos protocolos.

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Tudo isso, somado à atual conjuntura mundial, de guerra, crise climática e extremismos políticos e religiosos, faz com que esta emocionada edição de retomada ganhe contornos ainda mais urgentes. “Contar a história de Jesus nestes nossos conturbados tempos é, antes de tudo, um ato político. Precisa ser”, conclama o roteirista, Carlos Carvalho, que, pelo segundo ano consecutivo, escalou ator negro e atriz negra para interpretar Jesus e Maria, abordando uma questão que a humanidade carrega à flor da pele e no cerne de suas configurações e lutas sociais, há séculos. “O espetáculo propõe a quebra da estética eurocêntrica, branca e hegemônica para tratar das questões de raça e gênero, ainda tão atuais e urgentes.”

Para emoldurar, potencializar e levar essas antigas lições e novas reflexões para ainda mais perto do público, a peça, que chega este ano à sua 25ª edição, terá cenários modernos e não realistas, com alicerces à mostra. Montada com estruturas metálicas de até cinco metros de altura, a cenografia, assinada por Cláudio Lira, será protagonizada por tecidos, que receberão projeções e luzes para compor as cenas.

As novidades da montagem deste ano chegarão ainda mais perto do público. “Colocaremos duas mil cadeiras no Marco Zero, dispostas de forma a permitir que a plateia fique no meio de algumas cenas, como o cortejo da Via Dolorosa, reunindo Jesus, Maria Madalena e as mulheres de Jerusalém”, diz o diretor.

A Paixão também irá se vestir de contemporânea, incorporando aos figurinos, que levam a assinatura de Álcio Lins, várias referências às estéticas e éticas atribuídas - ou não - ao sagrado, na atualidade. “Jesus vai usar calça jeans surrada. E os sacerdotes vestirão paletó escuro com chapéu de época.”

ELENCO - Maria será encenada pela premiada atriz, apresentadora e diretora Brenda Lígia, que já atuou em séries de TV como Assédio e Sob Pressão, soma muitos espetáculos teatrais no currículo, além de ter estrelado filmes, entre curtas e longas, como As Melhores Coisas do Mundo (Laís Bodanzky), Sangue Azul (Lírio Ferreira) e Bruna Surfistinha (Marcus Baldini). Brenda fará sua estreia no espetáculo “tanto no palco, quanto na plateia”. Nascida em Minas Gerais, ela conta que, embora viva há quase 20 anos no Recife, onde casou e teve filho, nunca havia visto a Paixão, até receber o convite e terminar irremediavelmente apaixonada.

“Um orgulho enorme fazer parte desse espetáculo lindo e revolucionário, que trata de uma história contada há muito tempo e muito reverenciada pelos que têm fé. E aqui acho importante falarmos de todas as fés. Mesmo assim, essa Paixão consegue ser contemporânea, tanto na linguagem, quanto na atuação, nos cenários. Além disso é grátis, para o povo. Como Jesus gostaria! E ainda encenada no coração do Recife, numa paisagem linda e histórica”, celebra a atriz, que considera Maria um dos papéis mais importantes de sua carreira.

“Pra mim, Maria representa todas as mulheres, na força, na resistência e na batalha do dia a dia. Uma história bonita, mas também violenta. Da minha vivência, trago o fato de que perdi um filho. É a maior dor do mundo. De tantas mães, como Mirtes, mãe de Miguel, que estará na plateia, cuja dor é também nossa, social e nunca vai parar de sangrar na história do nosso país. Viver Maria está trazendo à tona essa indignação e essa tristeza por tantas histórias de dor, abandono, violência, racismo. Se eu pudesse, dedicaria a Paixão deste ano a cada mãe preta que chora por seu filho nas periferias. Maria me ensinou e tem me dado muita força.”

No papel de Jesus, o ator recifense Asaías Rodrigues (Zaza) será protagonista do espetáculo pelo segundo ano consecutivo, o primeiro no Marco Zero. “Minha emoção, ao fazer Jesus na Paixão de Cristo do Recife, com sua valentia, rebeldia, seu sentimento indiscutivelmente humanitário, coletivo e cirurgicamente político, é de muita responsabilidade. Trata-se de uma grande missão. O público não vai ao Marco Zero para se entreter, vai para rezar junto, num acontecimento teatral que está no coração de uma cidade inteira, de um estado e de um país. Esse espetáculo é arte, mas é, sobretudo, uma grande oração”, aponta o ator, que já morou e atuou na Itália e Portugal, diante da oportunidade de encenar um personagem tão universal. “O teatro fala do seu tempo, para seu tempo e dele em diante. Eu torço para que, daqui para frente, Jesus também possa ser feito por um japonês, um indiano e sobretudo um indígena.”

A história da Paixão, que celebra o amor como liturgia e revolução desde os tempos mais remotos, será contada por vozes e rostos de nomes consagrados da cena teatral local, como Angélica Zenith e Albemar Araújo, que viverão Herodes e Maria Madalena; Júnior Aguiar, que interpretará Judas; Normando Roberto, que fará o papel de Anás; Carlos Lira emprestará suas emoções e mãos a Pôncio Pilatos; enquanto Ana Cláudia Wanguestel e Fábio Calamy soprarão o bafo quente do demônio. Também subirão ao palco da Paixão recifense alunos de cursos de teatro da cidade e 12 bailarinos do grupo Bacnaré.

O elenco começou a ensaiar a peça no último mês de janeiro. E gravou áudios e diálogos da encenação no estúdio Muzak, em março. A trilha sonora deste ano destaca músicas de Milton Nascimento (“Maria, Maria”) e Roberto Carlos/Erasmo Carlos (“Todos estão surdos”), esta em interpretação de Chico Science & Nação Zumbi e escolhida em celebração ao Manguebeat, um dos mais representativos movimentos culturais da cidade, que completou 30 anos em 2022.

FICHA TÉCNICA – O espetáculo é realizado pela Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe) e Ministério da Cultura, com o patrocínio da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife; Governo de Pernambuco, por meio da Fundarpe; Ferreira Costa e Novo Atacarejo. "Paixão de Cristo do Recife: Jesus, a Luz do Mundo" tem direção e roteiro de Carlos Carvalho. A produção geral é de Paulo de Castro e Antônio Pires. Álcio Lins assina os figurinos, a iluminação é de Eron Villar, que também ocupa a assistência de direção. A montagem conta com apoio da Cepe, TV Pernambuco, TV e Rádio Universitária, Brotfabrik e Virtual. 

SERVIÇO:

25ª Paixão de Cristo do Recife: Jesus, A Luz do Mundo
Marco Zero, no Recife Antigo
Dias 7, 8 e 9 de abril, às 18h
Classificação livre
Acesso gratuito

*Via assessoria de imprensa.

A Paixão de Cristo do Recife está de volta ao Marco Zero. Nos dias 7, 8 e 9 de abril, o espetáculo promete emocionar o público, já que ficou três anos longe dos palcos por conta da pandemia da Covid-19. "Contar a história de Jesus nestes nossos conturbados tempos é, antes de tudo, um ato político. Precisa ser", afirmou o diretor e roteirista do espetáculo, Carlos Carvalho.

"O espetáculo propõe a quebra do modelo e da estética eurocêntrica, branca e hegemônica, para tratar das questões de raça e gênero, ainda tão atuais e urgentes", completou Carlos, que escalou para o elenco os atores Asaías Rodrigues (Jesus) e Brenda Lígia (Maria).

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Em 2021, a encenação foi transformada em filme e disponibilizada na internet. Já no ano passado, com Asaías e Brenda no projeto, a história foi contada no Teatro Luiz Mendonça.

"Viver Maria está trazendo à tona essa indignação e essa tristeza por tantas histórias de dor, abandono, violência, racismo. Se eu pudesse, dedicaria a Paixão deste ano a cada mãe preta que chora por seu filho nas periferias. Maria me ensinou e tem me dado muita força", pontuou Brenda Lígia.

De acordo com Asaías Rodrigues, conhecido também como Zaza, a emoção de estrelar a peça pela primeira vez no Marco Zero é grande: "O público não vai ao Marco Zero para se entreter, vai para rezar junto, num acontecimento teatral que está no coração de uma cidade inteira, de um estado e de um país. Esse espetáculo é arte, mas é, sobretudo, uma grande oração".

Com patrocínio da Prefeitura do Recife e Governo de Pernambuco, a 25ª edição da Paixão de Cristo tem produção geral de Paulo de Castro e Antônio Pires, figurinos assinados por Álcio Lins, iluminação de Eron Villar, que também ocupa a assistência de direção, e trilha sonora do maestro José Renato Accioly.

Serviço

25ª Paixão de Cristo do Recife: Jesus, a Luz do Mundo

7, 8 e 9 de abril | 18h

Marco Zero - Bairro do Recife

Acesso gratuito

De 16 a 18 de outubro, o Teatro Luiz Mendonça, em Boa Viagem, abrirá suas portas para receber a 24ª edição da 'Paixão de Cristo do Recife: Jesus, a Luz do Mundo'. Pela primeira vez, o espetáculo será encenado por um ator negro. A produção também faz sua estreia em um teatro.

Na abertura, serão disponibilizados 400 ingressos. As sessões dos dias 17 e 18 terão na plateia estudantes de escolas públicas do Governo do Estado, sendo oferecidos 100 bilhetes, por apresentação, para o público em geral. A entrada será 1 kg de alimento não perecível. Os ingressos devem ser retirados no Luiz Mendonça, às 17h do dia 16.

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"Estar em um teatro favorece bastante essa conexão com o público, pois tudo é vivo, plateia e artistas estão em plena sinergia. O olhar é vívido. Essa interação se faz essencial para a nova montagem, que traz uma experiência mais intimista e envolvente com a história de Cristo", declarou Carlos Carvalho, diretor da peça.

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Estreando no papel principal, Asaías Rodrigues, conhecido como Zaza, traz vivências de outras montagens do espetáculo. "Em 2009, fui convidado pela ilha de Fernando de Noronha para dirigir a Paixão de Cristo de lá. Uma grande experiência, visto que minha ligação com essa energia 'crística' é imensa. A missão de um ator, na história do teatro, é parecida com a de Cristo: um sacrifício explícito, porque o público quer ver em nós o que já aconteceu na vida dEle, o que acontece, ou como poderia ser se viesse a acontecer. O ator é uma espécie de rato de laboratório, de cobaia", disse.

Na peça do arquipélago pernambucano, o ator interpretou Judas. "O de Jesus interpretei depois, em um Auto de Natal promovido pela igreja das Fronteiras, que propunha uma releitura moderna sobre o seu nascimento. Agora, Ele volta a minha vida, dessa vez na famosa Paixão de Cristo do Recife. Então imagine como estou me sentindo interpretando o papel do maior revolucionário da história? Em êxtase! Além disso, estou muito orgulhoso de ocupar o lugar de um mestre como José Pimentel", contou

Sobre o fato de ser o primeiro Jesus Cristo negro da montagem, Zaza pontua: "Eu sou um ser vivo e não me defino por cor, sexo, classe social ou religião. 'Eu sou o sal da terra, eu sou a luz do mundo' como o mestre quis que assim o fôssemos. Trazê-lo assim, em pleno 2022, num momento histórico, político, social, econômico e cultural, isso sim que é falar de cor, uma cor única, o vermelho do coração que pulsa igual no peito de qualquer que seja o ser humano que temos diante de nós".

Quem também vai marcar presença na peça é a pernambucana Gheuza. Negra, a atriz irá interpretar Maria. O elenco reunirá Douglas Duan como Caifás, e Marcos Brandão, interpretando Herodes. Uma outra novidade da Paixão de Cristo do Recife é a modificação do texto. 

De acordo com Carlos Carvalho, a adaptação virá com variações na estética. "No Sermão da Montanha, por exemplo, Jesus se autoproclama refugiado, pois teve que ser levado ao Egito, ao nascer, visto que Herodes pretendia matar todas as crianças com até cinco anos de idade nascidas em Jerusalém. O personagem afirma ser tratado como estrangeiro em sua terra natal", adiantou.

Realizado pela Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), com incentivo da Prefeitura do Recife, por meio do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC), da Secretaria de Cultura do Recife e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Paixão de Cristo do Recife: Jesus, a Luz do Mundo tem a produção geral assinada por Paulo de Castro Produções e Antônio Pires, com produção executiva de Cordas Cênicas, Roda Cultural, P. Castro e Thays Melo, e assistência de produção de Lisandra Batista, Sayonara Silva e João Pedro Pinheiro.

Os figurinos receberam os toques de Álcio Lins; a iluminação é de Eron Villar, que também ocupa a assistência de direção. Já a direção de trilha sonora é do maestro José Renato Accioly. O espetáculo recifense conta com apoio da Secretaria de Educação do Governo do Estado, Cepe, TV Pernambuco, TV e Rádio Universitária e Brotfabrik.

Serviço

24ª Paixão de Cristo do Recife: Jesus, A Luz do Mundo

16, 17 e 18 de outubro | domingo: 18h / segunda e terça: 20h

Teatro Luiz Mendonça - Parque Dona Lindu, Boa Viagem

Ingressos: 1 kg de alimento não perecível a ser trocado na bilheteria do teatro às 17h do dia 16 de outubro

Desta sexta-feira (10) até o Domingo de Páscoa (12), a Paixão de Cristo do Recife terá uma versão disponibilizada pela internet de maneira gratuita. O evento físico não será realizado neste ano em decorrência da pandemia do novo coronavírus, porém, a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer garante a encenação de maneira virtual.

A versão digital da Paixão de Cristo do Recife tem pouco mais de 12 minutos. O conteúdo diz respeito à edição do ano passado, apresentada no Marco Zero, cujo tema foi “Jesus, a Luz do Mundo”.

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“O vídeo é uma versão reduzida da apresentação que contou com 43 atores, entre eles, Bruno Garcia (no papel principal), Angélica Zenith (Maria), Daniela Travassos (Madalena), Ivo Barreto (Judas), Sérgio Gusmão (Herodes), Carlos Lira (Pilatos) e Germano Haiut (Demônio do Deserto). Além disso, o instagram oficial do Turismo no Recife, o @visitrecife, está divulgando o roteiro de missas online, para quem quiser acompanhar”, detalhou a Prefeitura do Recife. Confira, a seguir, a encenação:

Nesta quinta-feira (18), no Marco Zero, Bairro do Recife, será realizada a abertura do espetáculo "Jesus, a Luz do Mundo". Classificada como a 'nova Paixão de Cristo do Recife', o público vai poder conferir a partir das 18h a história mais contada da humanidade, mas só que dessa vez por um ator já conhecido de todos os pernambucanos.

Em um espaço que já foi eternizado por José Pimentel, morto em 2018, o ator Bruno Garcia recebeu a incumbência de estrelar a peça sob a direção de Carlos Carvalho. Em entrevista ao LeiaJá, Bruno afirmou que foi um honra ter recebido o convite para interpretar o papel principal. "Estou muito feliz. Foi um grande presente, artisticamente falando, e o melhor disso tudo é ter o sabor de reencontrar amigos de décadas", pontua.

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"Sou de Pernambuco. Minha expectativa é total. Está sendo uma volta para casa deliciosa", declarou Bruno. Chamado para protagonizar a Paixão do Recife, o ator já havia trabalhado com o diretor Carlos Carvalho e o produtor Paulo de Castro em outras peças. "Eles são pessoas que estão na gênese da minha vida como artista", elogia.

Questionado sobre dar vida a Jesus Cristo, papel que foi interpretado pelo ator e diretor José Pimentel por anos, Bruno Garcia explica: "Nos ensaios eu já começo a me emocionar, porque viver Jesus Cristo é uma grande responsabilidade, ainda mais num espetáculo popular, de rua, feito para o povo". Com 43 atores, 140 figurantes e 30 profissionais da área técnica, o espetáculo "Jesus, a Luz do Mundo" segue até o próximo domingo (21). A entrada é gratuita.

A produtora Lílian Pimentel, filha do ator José Pimentel, falecido em 2018, falou nesta quinta (11), sobre a sua 'missão' de dar continuidade ao legado do pai. À frente da realização do espetáculo Paixão de Cristo, que este ano ganhou mais 'sobrenomes' e passa a ser 'de José Pimentel', a produtora comentou a ida do evento para a cidade de Olinda e como ela e a equipe têm se empenhado para botar em prática tudo o que o próprio Pimentel havia deixado por escrito para mais uma temporada da peça.

Lílian surpreendeu aos presentes na coletiva de imprensa, realizada na Prefeitura de Olinda, ao revelar que fazer a Paixão na cidade Patrimônio Cultural da Humanidade era um desejo antigo de seu pai. A vontade surgiu quando Pimentel apresentava apenas algumas cenas do espetáculo no pátio da Igreja do Carmo, local onde será montada a temporada de 2019. "Ele tinha esse sonho de fazer e de repente, aconteceram tantas coisas e recebemos o convite do professor e de toda a equipe, nem tenho palavras para dimensionar o acolhimento e como estamos sendo recebidos na cidade. Uma parceria está sendo criada".

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A produtora também contou que ela e toda sua equipe tem trabalhado arduamente para dar conta de todas as novidades prescritas por José Pimentel para a temporada 2019. Trazer novidades ao evento, a cada ano, era uma das 'exigências' do ex-diretor que ela não quer deixar passar: "A gente está tendo o mínimo cuidado com as coisas que ele deixou escritas, as mudanças para 2019. Ele tinha tudo detalhado. É um novo ciclo que se inicia sem José Pimentel de corpo presente, mas a história e o legado dele continuam". Dentre as novidades estão figurinos, novos atores no elenco, reorganização de cenas e uma homenagem ao artista.

A força de vontade da profissional divide espaço com as emoções da filha. Ela relembrou uma das conversas que teve com o pai quando ele lhe pediu que continuasse a levar o teatro ao ar livre para o público. "Não está sendo fácil. Ele é meu melhor amigo e eu prometi a ele seguir o seu legado". E, além de perpetuar a memória do pai nos palcos, Lílian também está se dedicando na materialização do Instituto José Pimentel, um espaço que além de abrigar o acervo do artista também vai funcionar como escola de artes cênicas. Um livro também está nos planos da produtora: "Às vezes, eu conheço um José Pimentel que eu não conhecia, que era aquele caladinho, escrevendo no computador. Ele tem vários poemas e peças escritas. Acho que vou lançar um livro de poemas".

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A celebração da Semana Santa em 2019 vai ganhar duas novidades. Além de um espetáculo repaginado no tradicional palco do Marco Zero, intitulado Jesus Luz do Mundo, a cidade vizinha da capital pernambucana, Olinda, também será destino para aqueles que não dispensam ver a trajetória final de Jesus no teatro. A Paixão de Cristo de José Pimentel será encenada em solo olindense.

A notícia foi divulgada, nesta segunda (8), através do Facebook da montagem produzida por Lilian Pimentel, filha do falecido ator e diretor que por 40 anos encenou a Paixão - destes, mais de 20 sob o título de Paixão de Cristo do Recife, tendo sido realizada no Estádio do Arruda e na Praça do Marco Zero. Após seu falecimento, em agosto de 2018, o espetáculo chegou a ser disputado na justiça entre Lilian e a Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe) e foi incógnita quanto a sua realização.

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O enigma acabou em dois espetáculos. O da Apacepe ganhou apoio da Prefeitura do Recife e será realizado no tradicional palco do Marco Zero, já o de Lilian Pimentel, que dá continuidade ao legado do pai, estreia em novo local, em 2019. A notícia foi comemorada no Facebook da montagem: "Estamos em festa. Não perdemos espaço. Mas Olinda nos abraça com todo seu encanto. O nosso espetáculo agora ficará ainda mais rico".

Segundo o site Observatório de Olinda, o espetáculo, este ano intitulado Paixão de Cristo de José Pimentel, será encenado na área externa da Igreja do Carmo, no Sítio Histórico, entre os dias 18 e 21 de abril. Ainda de acordo com a página, uma grande estrutura está sendo idealizada, com fogos de artifício, telões de led e novidades para a apresentação.

 

O Recife terá um 'novo' espetáculo d'A Paixão de Cristo em 2019. De acordo com anúncio feito pela Prefeitura do Recife, na última segunda (1º), a montagem Jesus, Luz do Mundo, produzido pela Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe),  será apresentado no Marco Zero. O espaço, que tradicionalmente era ocupado pelo espetáculo produzido e dirigido pelo falecido ator José Pimentel, foi reclamado pela sua filha, Lilian Pimentel, na última terça (2). A produtora usou as redes sociais para dizer que sua produção foi "roubada".

A Paixão de Cristo do Recife virou alvo de briga judicial após a morte de Pimentel, em 2018. Sua filha Lilian e os produtores da Apacepe brigaram tanto pelo espetáculo quanto pelo direito de usar a praça do Marco Zero para sua apresentação. Após a divulgação de que a montagem da Apacepe ocuparia o local, a produção de Lilian se manifestou pelo Facebook e se disse "roubada": "Estamos estarrecidos com a decisão da Prefeitura do Recife, em ceder o uso do chão do Marco Zero para a APACEPE, quando desde ano passado solicitamos o uso do local, o qual sempre se realizou a Paixão de Cristo de Pimentel".

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Ainda segundo a nota, a produtora está à procura de outro local para apresentação de sua Paixão, que continua sendo ensaiada e preparada, às vésperas do período pascoal: "Chão roubado sim, porém o legado do mestre jamais será apagado. Agora estamos em busca de um espaço o qual a mesma multidão estará presente, mesmo depois dessa injusta decisão da PCR. Agora teremos que correr contra o tempo, para assumir esse prejuízo causado para que a nossa produção não tenha tempo de se organizar. Queremos informar aqui que não vamos desistir". Em outra postagem, que mostra fotos da preparação do elenco para a temporada 2019 do espetáculo, a produtora é direta: "A Paixão de Cristo de Pimentel não vai parar".

Confira  a nota na íntegra

Estamos estarrecidos com a decisão da Prefeitura do Recife, em ceder o uso do chão do Marco Zero para a APACEPE, quando desde ano passado solicitamos o uso do local, o qual sempre se realizou a Paixão de Cristo de Pimentel, que agora é cedido e favorecido a uma produtora que se diz "Associação" que cria um espetáculo por fora, apenas por perseguição à filha de José Pimentel. Ano passado esse senhor, que usa essa sigla em benefício próprio, gerou uma indisposição com o autor do espetáculo José Pimentel, que decidiu empreender seu espetáculo sem ele, agora toma o uso do chão, empreendendo uma nova montagem, quando ainda ano passado Pimentel realizou a Paixão de Cristo no Marco Zero. O que seria justo e lógico era a Paixão de Pimentel continuar sendo feita no mesmo local, com sua filha dando continuidade ao legado do pai. Chão roubado sim, porém o legado do mestre jamais será apagado. Agora estamos em busca de um espaço o qual a mesma multidão estará presente, mesmo depois dessa injusta decisão da PCR. Agora teremos que correr contra o tempo, para assumir esse prejuízo causado para que a nossa produção não tenha tempo de se organizar. Queremos informar aqui que não vamos desistir.

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Após o falecimento de José Pimentel, ator e diretor da tradicional Paixão de Cristo do Recife, a realização do espetáculo em 2019 virou uma incógnita. Alvo de briga judicial entre os antigos produtores, da Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), e a filha do antigo diretor, Lilian Pimentel, o espetáculo acabou sendo 'dividido' e duas equipes passaram a ensaiá-lo alegando que, no período da Páscoa, a Praça do Marco Zero, como de costume, receberia a apresentação.

Nesta segunda (1), a Prefeitura do Recife confirmou qual das montagens receberia seu apoio e a permissão de uso do Marco Zero. Sob o nome de Jesus, a Luz do Mundo, a Apacepe será a responsável pelo tradicional espetáculo, com apresentação entre os dias 29 e 21 de abril.

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Para 2019, a Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco preparou um evento inédito. Ao todo, serão 22 cenas, com roteiro, cenários e elencos novos. O texto é assinado por Carlos Carvalho, que também comanda a direção do espetáculo. Os figurinos são de Manoel Carlos, e cenários de Célio Pontes e Eron Villar. A trilha sonora é do maestro José Renato.

O elenco, também todo renovado, traz mais de 43 atores e 10 figurantes. No papel principal, o ator Bruno Garcia interpreta Jesus Cristo, nos palcos, pela primeira vez.

Serviço

Jesus a Luz do Mundo - A Nova Paixão do Recife

19 a 21 de abril - 18h

Marco Zero (Bairro do Recife)

Gratuito

Uma das histórias mais conhecidas e contadas no mundo ocidental, a Paixão de Cristo, narra o calvário de um dos personagens mais importantes dessa cultura, Jesus Cristo. Em Pernambuco, existe uma forte tradição de montagens que encenam o trecho bíblico no período da Páscoa, porém, no Estado e na sua capital, a cidade do Recife, o calvário é vivido por atores, produtores e diretores dos espetáculos, dentro e fora dos palcos.  Falta de apoio, briga por espaço e a omissão de pagamentos têm tornado a vida de quem se dedica ao trabalho uma verdadeira via-crúcis.

No Recife, um dos mais tradicionais espetáculos desse período, a Paixão de Cristo que leva o nome da cidade e que foi idealizada, dirigida e encenada, por mais de duas décadas, pelo ator e diretor José Pimentel, falecido em agosto de 2018, corre o risco de nem ser apresentado em 2019; ou acontecer em ‘duplicidade’. Após o falecimento de Pimentel, uma briga judicial se instaurou entre sua família e a Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), produtora com a qual costumava trabalhar, pelos direitos do espetáculo.

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Familiares de Pimentel pediram, na Justiça, que a Apacepe se abstivesse de usar a imagem, obra e o nome do falecido diretor na realização do seu espetáculo e obteve ganho de causa. No entanto, a produtora manteve a decisão de encenar a peça e chegou a divulgar, através de sua assessoria a realização do espetáculo entre os dias 19 e 21 de abril, no Marco Zero do Recife, local onde vinha sendo realizado nos últimos anos. No entanto, a assessoria de Lílian Pimentel, filha de José Pimentel que ficou à frente do espetáculo, também garantiu a realização do seu espetáculo entre 18 e 21 de abril, no mesmo local.

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Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura do Recife (PCR), que sempre apoiou a Paixão de Cristo do Recife, inclusive cedendo o espaço do Marco Zero, garantiu, em janeiro de 2019, que não havia nenhum evento marcada para tais datas no espaço e que não estava oferecendo apoio a nenhuma das montagens. Procurada novamente, a PCR não deu novas informações a respeito da possível realização do espetáculo até o fechamento desta matéria.

Já a nível estadual, o problema está relacionado a dinheiro. O festejado edital Pernambuco de Todas as Paixões,  instituído pela Secretaria de Cultura e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, há 11 anos, com o objetivo de incentivar e promover a realização dessas montagens ao redor do estado de Pernambuco, não vem cumprindo com o prometido. Nesta quinta (7), o pesquisador de teatro Leidson Ferraz fez um verdadeiro desabafo em seu perfil do Facebook revelando que nenhum dos 14 grupos habilitados no ano de 2018 receberam o valor proposto pelo edital daquele ano.

Leidson chamou o Estado de “Pernambuco de Paixões Sofridas”, e disse: “Até hoje, praticamente um ano depois, nenhuma das 15 Paixões de Cristo espalhadas pelo estado, do Recife a Petrolina, recebeu qualquer centavo prometido e que lhes é de direito”. O pesquisador foi um dos integrantes da comissão de análise de mérito cultural e equipes de visitas técnicas, que analisaram os proponentes. Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, David L’ucard, diretor da Paixão de Cristo de Camaragibe confirmou a falta de pagamento por parte do Governo do Estado: “Nenhum dos grupos que participou recebeu”.

O diretor contou que a Fundarpe promoveu algumas reuniões, sem nenhum resultado efetivo, e agendou uma nova, com todos os habilitados do ano de 2018, para a próxima semana, a fim de propor uma maneira de resolver a falta. Ele lamentou o descaso: “Algumas Paixões tiveram de fazer empréstimo, é um processo comum para quem faz cultura, principalmente quem depende de edital porque só é pago depois. Quando os grupos não tem reserva de caixa, e a maioria não tem porque os projetos se pagam e não fica dinheiro de reserva; então muitos precisam de um aporte nesse sentido. Quando não chega um patrocínio antes os grupos recorrem a cartão de crédito, empréstimo”.

Ainda assim, L’ucard faz questão de frisar a importância do Pernambuco de Todas as Paixões: “O edital é de suma importância para o fazer cultural no Estado. Ele é o fomentador não sé de um espetáculo, mas de uma cadeia produtiva imensa que envolve diretores, produtores técnicos, figurinistas, cenógrafos; além desse resultado material que a gente visualiza no período da Paixão, durante os espetáculos, a gente também tem o resultado que fica, que são os grupos de teatro que começam a se formar a partir desses encontros das Paixões, os atores novos que são descobertos, novos técnicos”.

Leidson Ferraz fez o mesmo em sua publicação no Facebook, e lamentou o descaso com o qual o edital vem sendo tratado: “Saliento o quão importante é a continuidade e a valorização do projeto “Pernambuco de Todas as Paixões”, que agrega centenas de artistas e técnicos e milhares de espectadores estado adentro. Ou seja, essa é realmente a terra dos Paixões de Cristo mais do que sofridas. Vergonha! Descaso! Absurdo! Ao governador Paulo Câmara e aos novos presidentes da Fundarpe e Secretaria de Cultura, só resta pedirmos respeito à classe artística”!

Governo do Estado

Procurada pelo LeiaJá, a Fundarpe informou que os pagamentos do edital 2018 serão realizados até o fim deste mês de março para que não haja prejuízo algum na realização do edital 2019, aberto no momento. “O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura (Secult) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), confirma que estará realizando o pagamento dos selecionados no EDITAL 2018 até o final deste mês de março.  Assim como foi feito com o ciclo carnavalesco deste ano, há um compromisso do Governo do Estado de honrar os débitos referentes ao ano de 2018. Os pagamentos serão feitos durante todo o mês de março, para não comprometer a realização dos espetáculos”.

A  suposta reunião que estaria marcada para a discussão do problema, no entanto, não foi confirmada, embora o órgão tenha deixado aberta a possibilidade de uma conversa entre gestores e classe artística: “Não há qualquer reunião agendada, seja com o secretário de Cultura, Gilberto Freyre Neto, seja com o presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto.  Apesar disso, ambos demonstram completa disposição para atender os representantes dos grupos envolvidos com os espetáculos da Paixão”.

Há mais de duas décadas, o público recifense tem uma tradição na época da Páscoa: assistir ao espetáculo A Paixão de Cristo do Recife, uma das histórias mais conhecidas do ocidente. A montagem da capital pernambucana foi idealizada e realizada, durante os últimos 22 anos, pelo ator e diretor José Pimentel. Porém, o falecimento do artista em agosto de  2018, pode levar o espetáculo a um lugar nunca antes imaginado.

Meses após a morte  de Pimentel, uma disputa judicial em torno do espetáculo ao qual dedicou parte de sua trajetória artística, se instaurou. A filha do diretor, Lílian Pimentel, e membros da Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), com quem o diretor dividia a produção da peça, passaram a divergir quanto a sua encenação.

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A família de José Pimentel não aceita a realização do novo espetáculo pela Apacepe, e pediu na Justiça que a produtora se abstenha de utilizar a imagem, o nome e a obra do falecido diretor, tendo alcançado ganho de causa.

Agora, a apresentação do espetáculo está diante de um impasse. Segundo a assessoria da família Pimentel, A Paixão de Cristo do Recife será realizada, entre os dias 18 e 21 de abril, no Marco Zero do Recife, com apoio da Prefeitura, tendo Emerson Moura, ator escolhido por José Pimentel, no papel de Cristo, como feito em 2018, última edição dirigida pelo idealizador do espetáculo.

Por sua vez, a assessoria da Apacepe garante a apresentação da peça  Paixão de Cristo do Recife - Jesus, a luz do mundo, de 19 a 21 de abril, também no Marco Zero e com apoio da Prefeitura do Recife e Governo do Estado. Neste espetáculo, Jesus será interpretado pelo ator Bruno Garcia; com figurinos, cenários e produção toda renovada.

Sobre apoio

Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura do Recife negou a utilização do Marco Zero no período citado por ambas as produtoras. Através de nota oficial, o órgão também não confirmou qualquer tipo de apoio a nenhuma das produções. O Governo do Estado, igualmente procurado, não respondeu até o fechamento dessa reportagem. Confira a nota da PCR na íntegra.

A Prefeitura do Recife informa que não há autorização emitida, até o presente momento, para a realização de qualquer evento no Marco Zero durante a Semana Santa. Desde 2013, a gestão adotou critérios e trâmites rigorosos para espetáculos e programações que se candidatem a ocupar Marco Zero, um dos principais e mais usados equipamentos de lazer da cidade, priorizando o usufruto da população.

 

Na manhã desta sexta-feira (30), no Museu do Trem, na área central do Recife, foram revelados alguns detalhes da Paixão de Cristo do Recife em 2019. Imortalizado por José Pimentel, falecido em agosto deste ano, o espetáculo contará com a presença do ator Bruno Garcia no papel principal. Em meio as novidades da peça, um imbróglio envolvendo a família de Pimentel e os produtores da peça está dando o que falar.

Para o produtor Paulo de Castro, a decisão da filha de José Pimentel, Lilian, de mover uma ação na Justiça para proibir que a imagem e o texto original do pai sejam incuídas na peça do ano que vem, acendeu a ideia de defender também o projeto. "Será uma 'Paixão' de resistência e afeto. Jamais vou deixar de citar o nome de José Pimentel. Nunca. Foram 44 anos de vida ao lado dele, mais tempo comigo do que com a própria família", disse Castro, em entrevista ao LeiaJá.

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Sobre a possibilidade de haver uma dupla apresentação do espetáculo, por parte dele e dos familiares de Pimentel, Paulo de Castro pontua que é viável que isso aconteça. "A família tem todo o direito de continuar com a peça. Vamos apresentar o espetáculo sem texto, sem Pimentel, sem nada dele. Não queremos briga. Não há a menor possibilidade dessa 'Paixão' ser feita por nós", afirmou.

"Eu tenho certeza que se Pimentel estivesse aqui faríamos nós e não ela [filha]. A qualidade é que vai reger esse processo todo. Eu não tenho conhecimento jurídico, mas tenho conhecimento da verdade, de ser sincero", completou Paulo, ao citar Lilian em relação a polêmica de quem vai exibir na capital pernambucana a nova etapa da Paixão de Cristo.

Este Sábado de Aleluia (31) foi de muita chuva ao longo do dia na capital pernambucana, apesar disso, o público não temeu o mal tempo e foi à Praça do Marco Zero, no Bairro do Recife, para assistir à segunda noite de apresentações da Paixão de Cristo do Recife. Além de ser um evento tradicional da época de Páscoa na cidade, o momento de dificuldade enfrentado pelo espetáculo - que chegou a ser anunciado como cancelado - e um novo Cristo em cena - interpretado pelo ator Hemerson Moura, em substituição a José Pimentel, que deu vida ao personagem por quatro décadas -  estimularam os recifenses a comparecerem para conferir o trabalho de resistência dos atores e as novidades da montagem nesta edição.

O espetáculo conta os últimos momentos de Jesus antes da ressurreição e é tradição sua montagem em inúmeras cidades do País e do mundo, que compartilham da cultura cristã. No Recife, o espetáculo vem se repetindo há 22 anos, sob a batuta do diretor e ator José Pimentel. Em seus primeiros anos, quando ainda era chamada A Paixão de Todos, a montagem era apresentada no Estádio do Arruda e, em seguida, teve o Forte do Brum como palco. No Marco Zero, a Paixão conta com um palco principal de 20 metros de largura por 16 de profundidade, interligado a dois outros palcos, onde 100 atores e 300 figurantes encenam uma das mais famosas histórias do ocidente.

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O público chegou cedo para garantir um lugar perto do palco. Maria da Silva, de 60 anos, mora nas proximidades do Forte do Brum e veio ver, novamente, a presentação. Ela fez questão de prestigiar a estreia, na última sexta (30): “Já faz parte da nossa Páscoa, todo ano eu vou vir agora”. Ela aprovou o ‘novo Jesus’, o ator Hemerson Moura: “Ele é muito bonito, eu gostei”. A família De Sóstenes da Silva, 58 anos, e Alexsandra Gonzaga, 41, também chegou cedo, vindos da Iputinga. Eles reclamaram da pouca quantidade de cadeiras disponibilizada na praça: “Não tem as três mil cadeiras que foi anunciado no rádio”, disse Sóstenes. Apesar da surpresa, eles garantiram que ficariam para ver o espetáculo pela primeira vez. E afirmaram estar torcendo pelo ator estreante: “Espero que ele se dê bem”, disse Alexsandra.

A plateia ficou cheia, ainda que muitos em pé, e só deixou o Marco Zero após a cena final da peça. Telões colocados nas laterais do palco ajudaram aqueles que ficaram mais distante. No encerramento da noite, o diretor José Pimentel subiu ao palco para agradecer ao público e à equipe por mais um ano de Paixão de Cristo do Recife. Emocionado, ele prometeu rever a todos em 2019: “Tenho certeza que ano que vem, estaremos aqui de novo”, disse sob as palmas do público. Neste domingo (1º), uma última apresentação encerra esta temporada, às 20h.

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Quebrando qualquer tipo de protocolo e provando sua veia de tolerância e inclusão, o espetáculo A Paixão de Cristo do Recife foi apresentado, em 2018, por uma Drag Queen. A artista Vagiene Coqueluche recepcionou o público que foi ao marco Zero assistir à montagem, na última sexta (30) e neste sábado (31), e aproveitou a ocasião para deixar uma mensagem pelo respeito ao próximo.

Vagiene subiu ao palco, pouco antes das 20h, para entreter a plateia e anunciar o espetáculo que começaria dali a pouco. Irreverente, ela fez brincadeiras com a própria trama, uma das mais famosas histórias da cultura ocidental, e deixou mensagem de respeito e inclusão. “Estou aqui para dar esse grito de liberdade”, disse referindo-se não só ao público LGBT como, também, aos deficientes físicos e negros.

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A artista comentou já ter sofrido preconceito, mesmo durante seu trabalho: “Por ser uma drag meu desejo é levar alegria às pessoas e as pessoas me julgam por estar vestida desse jeito”. E afirmou que violência não é o caminho para o fim da intolerância e preconceito: “Não é me atacando que você vai minimizar os problemas”. Vagiene foi muito aplaudida pela plateia e prometeu voltar no domingo (1°), para a última sessão da Paixão de Cristo do Recife de 2018.

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A noite desta quinta (29) foi de ensaio geral para a equipe da Paixão de Cristo do Recife. A 22ª edição do espetáculo será realizada sexta (30), sábado (31) e domingo (1º), mantendo a tradição da Semana Santa na capital pernambucana e, mais uma vez, reforçando o espírito de resistência de técnicos, figurantes e atores responsáveis pela montagem. Este ano, parte da equipe abriu mão do cachê para poder viabilizar o evento.

Não são novidade as dificuldades pelas quais passam toda a equipe do espetáculo para levá-lo para a praça pública. Mesmo assim, todos os envolvidos se dedicam, com bastante paixão, a cada ano, para que o espetáculo não deixe de acontecer. “A gente faz isso com muito carinho, se desloca da casa da gente pra vir aqui pro Marco Zero, na chuva, no sol, mas a gente não perde esse espetáculo. A gente fica realizado, é muito bom”, disse Antônio Carlos, figurante da Paixão há cinco anos.

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Estreando no papel principal da montagem, o ator Hemerson Moura afinava com a equipe os últimos detalhes para a temporada 2018. Entre uma cena e outra, ele parava para atender ao público: “É a força do personagem, Jesus é um personagem que contagia. Acho que isso é um reflexo da fé das pessoas.” Ele revelou que a vontade de participar do espetáculo era antiga e que o ‘ex-Jesus’, e diretor da montagem, José Pimentel, o ajudou muito na sua preparação: “Ele se demonstrou um artista extremamente generoso, só tenho a  agradecer. Foram muitas dicas, verdadeiras aulas tive com ele.”

Observando tudo de perto, José Pimentel falou sobre a conquista de montar a Paixão de Cristo pela 22ª vez: “Este é um ano cansativo, mas que quando terminar tudo isso, a gente vai estar muito feliz por ter conseguido vencer um conjunto de dificuldades”. Sobre o seu sucessor, Pimentel confessou ter ficado surpreso com o desempenho de Hemerson: “É um papel difícil, no primeiro ano ele ainda não vai fazer direito, vai precisar de alguns anos para se acostumar, mas me surpreendeu, é um bom ator e é um cara do bem, principalmente”. O diretor ainda entregou que estará no palco interpretando um personagem: “Vou fazer um papel, só não vou dizer qual para não estragar a surpresa”.

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O espetáculo Paixão de Cristo do Recife tem sofrido para se manter em atividade por conta da falta de patrocínio. Segundo produtores do evento, parte dos pagamentos da edição de 2017 ainda está em aberto, pois a Empetur ainda não teria entregue metade do aporte referente a este ano. O pouco investimento e os atrasos nos pagamentos têm dificultado a produção do espetáculo.

De acordo com o produtor Antônio Pires, o valor devido pela Empetur seria de R$ 150 mil reais. Ele falou, em entrevista ao LeiaJá, que não há previsão de pagamento e que a realização do espetáculo de 2018 estaria bastante prejudicada em virtude da falta de patrocínio: "É um valor muito insignificante para o governo. Precisávamos do dobro para poder fazer uma Paixão de Critso melhor, com telão de led, com fogos melhores, pagando melhor aos atores, figurantes e fornecedores." O produtor contou que, além da Lei Rouanet e dos aportes vindos do Governo do Estado e Municipal, o evento não recebe nenhum outro tipo de patrocínio.

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O espetáculo conta com cerca de 170 figurantes e 80 atores, entre os principais e coadjuvantes, fora a estrutura técnica e pessoas que trabalham nos bastidores. Mas a falta de investimento na montagem está tornando sua realização bastante difícil, segundo os produtores. O próprio José Pimentel, diretor da peça, lamenta: "A Paixão de Cristo do Recife está minguando por falta de patrocínio." Procurada pela reportagem do LeiaJá a Empetur não se manifestou até o fechamento desta matéria.

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Hemerson Moura, de 39 anos, ator há 16, foi escolhido como sucessor de José Pimentel no papel de Jesus na edição de 2018 da Paixão de Cristo do Recife. Após uma seletiva que durou cerca de quatro meses, ele desbancou outros 26 candidatos e ganhou o papel. Nesta terça (12), o ator falou sobre a conquista e o desafio.

Hemerson não quer ser visto como substituto, muito menos como um “novo Jesus”, mas sim como um ator que está dando continuidade ao trabalho iniciado por Pimentel. O papel, aliás, não será de todo novidade para ele. O ator interpretou Cristo durante 11 anos numa encenação de um grupo amador de Jaboatão dos Guararapes, onde mora. Mas, apesar da experiência, Hemerson ainda não sabe como será atuar para o grande público da Paixão de Cristo do Recife: “Tenho minhas técnicas pessoais, como artista, para me preparar. Meu desejo é trabalhar e estudar para que esse Cristo chegue à altura deste espetáculo”.  

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Sobre substituir José Pimentel, que deu vida ao personagem por quatro décadas, Hemerson é cuidadoso: “O que eu tenho dentro de mim é que eu não estou entrando para substituí-lo mas sim para ajudá-lo a contar esta história e continuá-la. Não gosto do título de ‘novo Cristo’. Gosto quando dizem que sou o ator que vai interpretar o espetáculo dirigido por ele (Pimentel)”.  O sucessor garante que tentará fazer o máximo para agradar o diretor, que para ele é um ícone, mas não só a ele como todo ao público: “Eu estou levando o meu coração para este personagem”. Sobre encarnar Cristo por 40 anos, como fez seu antecessor, ele é rápido na resposta: “Quero pensar e trabalhar esse personagem para 2018, se houver possibilidade para outros anos... Não sei como lidar com isso ainda”. 

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O ator José Pimentel apresentou, nesta terça (12), aquele que vai substituí-lo no papel que interpretou durante 40 anos, Cristo. Hemerson Moura, de 39 anos, será o Jesus na Paixão de Cristo do Recife, em 2018. Pimentel se diz tranquilo em deixar os palcos mas, além de não parecer feliz em fazê-lo, não demonstrou muito entusiasmo em relação ao seu sucessor, não pelo seu potencial mas pelo peso do papel que carregou por tanto tempo.

"É impossível avaliar se esse menino vai aguentar fazer. Não é brincadeira, não", diz Pimentel. Ele enumera os quesitos necessários para interpretar Cristo: "Tem que ter estrutura física, malhar, pegar peso, ter resistência grande. Tem que não reclamar muito da vida, não pode ficar com frescura". O ator também comentou sobre a carga emocional do personagem, relembrando como o público ia até ele, muitas vezes em lágrimas: "Ou você chora, também, ou atura. Mexe com você". Mas, apesar das aparentes dificuldades, a ideia é que o novo Jesus continue na função: "Como eu continuei", diz.

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O aparente desânimo talvez seja consequência da despedida de Pimentel ao papel interpretado por ele durante, praticamente, metade de sua vida. Aos 83 anos, ele, agora, estará atuando apenas atrás das cortinas e não faz esforço em esconder que sentirá saudades. Porém, ele assegura não ter precisado de nenhum preparo específico para deixar o personagem: "Eu tô tranquilo. Se a coisa pegar, talvez eu precise. Quem sabe eu termine em um psicanalista", brincou.

Novo espetáculo

Além de um novo Jesus, a Paixão de Cristo do Recife, no ano de 2018, terá muitas novidades. Na 22ª edição do evento, José Pimentel estará se dedicando apenas à direção do espetáculo, e promete coisas novas para o público: "Talvez eu mude tudo. Talvez eu enforque Jesus e crucifique Judas", disse aos risos.

Ele também aproveitou para falar das dificuldades em realizar a montagem: "A Paixão de Cristo do Recife está minguando, prestes se acabar por falta de dinheiro, falta de patrocínio". E, se emocionou ao falar sobre a fidelidade das pessoas que vão, ano após ano, assisti-la no Marco Zero. "O povo se sente quase ganhando um presente por a gente fazer esse espetáculo, porque o outro é caro, né? O da gente é de graça, você come um espetinho, toma um guaraná e tá pronto pra enfrentar o troço. Isso aí pra mim já basta".

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Após quatro décadas dando vida a um dos personagens mais importantes da cultura ocidental, Jesus Cristo, no espetáculo Paixão de Cristo do Recife, o ator José Pimentel passou o posto à frente. O escolhido para substituí-lo foi Hemerson Moura, selecionado após uma bateria de testes nas quais desbancou outros 26 candidatos. Ele subirá ao palco para encenar Jesus, em 2018, na 22ª edição da montagem e foi apresentado nesta terça (12), durante coletiva de imprensa na Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe).

Foram quatro meses de seletiva para definir o ator que daria seguimento ao trabalho iniciado por Pimentel. O processo foi todo acompanhado por ele e demais produtores da Paixão de Cristo do Recife, como Paulo de Castro e Antônio Pires. O teste derradeiro foi realizado na última segunda (11), e contou com cinco finalistas, Cristo Vieira, Hemerson Moura, Ibson Santos, Inaldo de Lima Galvão e Lano de Lins.

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O Recife terá um 'novo Jesus Cristo' nesta terça (12). O ator que substituirá José Pimentel, no papel principal da Paixão de Cristo do Recife, será anunciado durante uma coletiva de imprensa com os produtores do espetáculo. O escolhido passou por uma bateria de testes e teve que desbancar outros 26 candidatos.

Para a escolha do substituto, foi realizada uma seleção com 27 candidatos. Destes, cinco passam por um teste final nesta segunda (11) - Cristo Vieira, Hemerson Moura, Ibson Santos, Inaldo de Lima Galvão e Lano de Lins. A escolha será feita pelos produtores do espetáculo, Paulo de Castro, Antônio Pires e pelo próprio José Pimentel.

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Após 40 anos interpretando Jesus, o ator e diretor José Pimentel decidiu passar o personagem à frente. Com problemas de saúde, Pimentel subiu ao palco, pela última vez, encenando a Paixão de Cristo do Recife neste ano e, em 2018, quando a montagem chega à 22ª edição, o ator estará trabalhando, apenas, atrás das cortinas, na direção e produção da peça.

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