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Um dia depois de vândalos depredarem os prédios projetados por Oscar Niemeyer, na Praça dos três Poderes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou buscar a imagem de Cristo crucificado que o acompanhou em seus dois mandatos, de 2003 a 2010, no Palácio do Planalto. Talhado em madeira de tília, o Cristo foi retirado do gabinete quando Dilma Rousseff assumiu a Presidência, em 2011.

"Eu acho que o tempo que ele ficou guardado, a madeira foi perdendo cor", disse Lula, ao receber a imagem, nesta segunda-feira, 9. "Tantos anos e eu descubro que estava no Museu da República. Então, eu mandei buscar e vou colocar ele aqui outra vez, onde ele sempre ficou me ajudando a governar esse País."

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Ao lado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lula desembrulhou a imagem sobre a mesa e ficou emocionado. "Você vai voltar", afirmou o presidente, que é católico, olhando para o Cristo crucificado. "Eu já voltei, agora você vai voltar. E, juntos, nós vamos mudar esse País", disse.

A peça foi presente de José Alberto de Camargo, diretor da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que a comprou de Dom Mauro Morelli, então bispo de Duque de Caxias. Antes de entrar no gabinete de Lula pela primeira vez, em 2003, a imagem teve de ser enviada para restauração no Centro de Conservação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Frei Betto benzeu a peça, o gabinete e rezou um Pai Nosso logo após Cristo crucificado ser acomodado na parede que ficava atrás da poltrona preferida por Lula, de couro vermelho. Quando o Planalto foi reformado e o presidente passou a ocupar uma sala no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em 2009, a imagem também o acompanhou. Mas, ao retomar para o gabinete, em 2010, mudou de lugar: foi pendurado na parede que ficava atrás da mesa de Lula.

Durante a missa do "Domingo da Misericórdia" hoje (11), o papa Francisco pediu para os fiéis não viverem "uma meia-crença" e ajudarem o próximo, porque a partilha dos bens "não é comunismo, é cristianismo na sua forma mais pura".

O Pontífice alertou que em uma fé "estéril" não existe compartilhamento nem atenção ao sofrimento dos outros.

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"Se o amor acaba em nós mesmos, a fé evapora-se num intimismo estéril. Sem os outros, torna-se desencarnada. Sem as obras de misericórdia, morre", declarou, na homilia da celebração na igreja do Espírito Santo, em Sassia, junto à Praça São Pedro.

A declaração recordou a passagem dos Atos dos Apóstolos que fala sobre a vida da primeira comunidade cristã, após a ressurreição de Jesus, indicando que "ninguém chamava seu ao que lhe pertencia", mas tudo era "comum" e "não havia ninguém necessitado".

Segundo Jorge Bergoglio, os discípulos tornaram-se misericordiosos e compartilhar os bens parecia uma "consequência natural". "Não é comunismo, mas Cristianismo no seu estado puro", ressaltou.

O líder da Igreja Católica convidou os católicos a superar a indiferença perante os outros, para que não vivam uma fé "pela metade, que recebe mas não dá, que acolhe o dom mas não se faz dom".

"Hoje é o dia de nos perguntarmos: 'Eu, que tantas vezes recebi a paz de Deus, o seu perdão, a sua misericórdia, sou misericordioso com os outros? Eu, que tantas vezes me alimentei do seu Corpo, faço alguma coisa para matar a fome a quem é pobre?".

Por fim, o Papa defendeu que os católicos devem ser "testemunhas de misericórdia", a partir da experiência de receber a misericórdia de Deus, para quem cada pessoa é "insubstituível".

"Deus acredita em nós mais do que nós acreditamos em nós mesmos", afirmou. "Para Deus, ninguém é falho, ninguém é inútil, ninguém é excluído".

O argentino ainda recordou a experiência dos discípulos de Jesus, que recuperaram a paz após o encontro com Cristo ressuscitado, passando "do remorso à missão". Com este exemplo, ele disse que todos devem "abrir o coração para se deixar perdoar" e recomendou a Confissão, como sacramento da "ressurreição, misericórdia pura".

Da Ansa

Um dos afrescos mais famosos do mundo, "A Última Ceia" de Leonardo da Vinci, saiu nesta semana do confinamento imposto pela covid-19, e os amantes da arte já podem admirá-lo no convento dominicano de Milão.

Longe das habituais multidões de turistas, muitos moradores da capital da Lombardia aproveitaram para reservar a entrada no convento de Santa Maria delle Grazie, onde se encontra a pintura mural executada entre 1495 e 1498.

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"Para mim é um renascimento, volto a viver. Depois dessa pandemia terrível, posso fugir, acalmar minha alma, sentir as emoções de novo", diz Alessandra Fabbri, 37 anos, que trabalha com publicidade digital.

Residente em Milão, mas originária de Urbino, local de nascimento de Rafael no centro da península, outro mestre da pintura, reconhece os fortes laços entre esses grandes artistas renascentistas.

Após a medição obrigatória da temperatura, pequenos grupos de 12 pessoas podem entrar silenciosamente no famoso refeitório por quinze minutos, onde está localizada uma das pinturas mais bonitas do mundo.

O famoso mural representa o jantar em que Jesus anuncia que um de seus doze discípulos o trairá.

- 'Arte e espiritualidade' -

“É a obra de arte mais linda que já vi na minha vida, uma mistura de arte e espiritualidade, é mágica”, diz Anna Oganisyan, 50 anos, pianista francesa que mora em Milão.

Acompanhada da filha Anne-Charlotte, Oganisyan conseguiu as entradas no último minuto, o que seria impossível antes da pandemia, já que era preciso reservar com pelo menos três meses de antecedência.

Parada obrigatória para 60-70% dos turistas que chegam do exterior antes da pandemia, incluindo americanos, chineses e coreanos, o trabalho do gênio do Renascimento, que se destacou em várias áreas, está agora disponível para os milaneses.

“Apostamos no turismo local, algo que os milaneses exigiam, porque esses lugares foram tomados pelo turismo internacional”, avalia Michela Palazzo, diretora do Cenacolo Vinciano.

O museu, que reabriu suas portas na terça-feira, fechou pela primeira vez após o primeiro confinamento decretado no final de fevereiro.

Em seguida, foi reaberto em 10 de junho até 5 de novembro. As receitas de cerca de 1,2 milhões de euros por ano (US $ 1,4 milhão) sofreram uma queda de 80% em 2020.

No ano anterior, em 2019, bateu o recorde com mais de 445 mil visitantes devido às comemorações dos 500 anos da morte de Leonardo da Vinci.

- Sem filas -

“A partir de agora, não há mais filas, o silêncio prevalece, essas são as condições ideais para admirar esta obra-prima extraordinária e fugir da pandemia”, diz Michela Palazzo.

Ao contrário de seus vizinhos europeus, a Itália afrouxou as restrições anticovid em vigor na maioria de suas regiões no início de fevereiro, autorizando bares, cafés e restaurantes a reabrir ao público.

Os museus também puderam abrir, mas apenas durante a semana para evitar multidões.

“Há muito tempo eu queria ver 'A Última Ceia', é muito bonita”, confessou Davide Palano, uma estudante do ensino médio de 17 anos, que reservou o ingresso online no dia anterior.

Retratada no livro de Mateus, da Bíblia Sagrada, a ressurreição é um marco para a fé Cristã e relatada nas mais diversas religiões. A história detalha o retorno à vida de Jesus Cristo ao terceiro dia depois de ser crucificado, morto e sepultado. A sexta-feira santa marca o dia da crucificação e o domingo, o renascimento. O fato é celebrado na Páscoa, a maior e mais antiga festa do Cristianismo. No sentido literal, a palavra ‘ressurreição’ significa ressurgir; erguer ou levantar. Diante do cenário atual em que o mundo vive após a pandemia do novo coronavírus, a mensagem carregada pela história da cruz pode trazer um novo significado para a humanidade.

Para o teólogo Rodrigo Alves, a ressurreição garante àqueles que creem na história que eles não estão sozinhos durante este momento caótico. “Um dos aspectos mais importantes na ressurreição de Jesus Cristo é acreditar em um Deus vivo. E essa prova que nós temos, biblicamente falando, ela pode ser encontrada no Evangelho de São Mateus, capítulo 28, versículo 20, quando Jesus vai dizer: ‘Eis que estou convosco todos os dias’. Ele está garantindo que está conosco. Não existe a possibilidade de um Deus morto estar presente na vida de alguém”, diz o teólogo.

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“Neste período que estamos vivendo, neste caos, partindo do coronavírus, a ressurreição garante a sua presença conosco, com aqueles que creem e o seguem. Agora isso não quer dizer que estamos blindados ou estamos com um escudo, mas nós temos a garantia da presença desse Deus conosco”, completa Rodrigo.

A ressurreição, o Cristianismo e a Covid-19

Segundo o pastor Rodrigo Botelho, da Igreja Verbo da Vida Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, o ensinamento de toda a história vem antes mesmo da ressurreição, propriamente dita. “Para haver a ressurreição de Jesus Cristo, foi necessário que ele fizesse o sacrifício de morrer pela humanidade. A primeira mensagem é o tão grande amor que Deus amou toda a humanidade a ponto de enviar seu filho unigênito para que morresse pagando o pecado de todas as pessoas”, afirma.

O pastor ainda destaca a mensagem de esperança ligada à história da cruz e lembra que, para o Cristianismo, o que é vivido hoje é passageiro. “Jesus pagou o preço dos nossos pecados e ressuscitou. Todo aquele que nele crê não ficará na morte, mas também irá ressuscitar. Muitas vezes, nós nos apegamos tanto à essa vida terrena que só o pensamento de deixá-la, deixa as pessoas atônitas e em desespero. Quando na realidade, aqui na terra, estamos passando um tempo. Mas irá ter o tempo da volta daquele que ressuscitou”, alega o pastor.

“É lógico que neste assunto só vai crer aquele que tem fé. Mas a mensagem da ressurreição é uma mensagem de esperança dizendo que Deus amou o mundo a tal ponto que Jesus morreu e ressuscitou e todo aquele que nele crê não vai ficar na morte. Deus ama a humanidade e tem um plano melhor para ela”, encerra.

Assim como Rodrigo, o também Pastor, Carlos Júnior, da Igreja Verbo da Vida Zona Norte, no Recife, acredita que além, da esperança, a ressurreição carrega a mensagem de que terá um novo tempo pela frente. “Creio que nós podemos aprender sobre recomeços. A ressurreição fala sobre de uma nova vida. Essa é uma grande oportunidade das pessoas recomeçarem uma nova história”, diz Carlos.

“Ressurreição fala de um começo de uma nova vida e eu creio que essa é a maior lição que devemos tirar para esse tempo. Temos que saber que, após esse período, haverá novos começos para empresas, negócios, empreendimentos e que as pessoas não devem ficar com medo”, acrescenta. Além do lado religioso, a história da ressurreição pode ser analisada, estudada e explicada por outros vieses.

A ressurreição e a sociologia

Para o professor de sociologia e filosofia João Pedro Holanda, os sociólogos e Jesus têm muitas semelhanças entre si. “Podemos dizer que muitos autores, ao analisar a sociedade, detectaram problemas como egoísmo, a falta de empatia, falta de alteridade, e, portanto, propuseram como soluções para resolver esses grandes males sociais, a tentativa de uma educação mais solidária, mais crítica, formadora do sujeito”, aponta o professor.

“Em outras palavras, quando Jesus se propõe a ajudar os que mais precisam, ajudar os mais vulneráveis socialmente, ele se aproxima muito do que boa parte dos sociólogos tem tentado fazer. Estudar as condições de vulnerabilidade, entender as condições que levam as pessoas a estarem em condições desumanas. E mais do que isso, sendo a sociologia uma ciência sempre prática, os sociólogos também têm a intenção de resolver esses problemas e propor soluções”, continua.

“Assim como Jesus, de alguma forma, amparou os desamparados, acho que a sociologia vem cumprindo esse papel também. Não só analisar e descrever as desigualdades do contexto social que a gente vive, mas propor soluções para resolver e, portanto, propor amor e esperança”, conclui o docente de sociologia.

A ressurreição e a história

“Historicamente e também teologicamente, o significado da ressurreição, em várias religiões, não apenas no Cristianismo com Jesus, mas também, por exemplo, Osíris para mitologia egípcia, quando ela aparece em alguma crença religiosa, ela está sempre atrelada à questão da superação. A questão de ir além”. É assim que o professor de história Pedro Botelho explica o significado da ressurreição para a história. Segundo ele, na Ciência Humana, a principal mensagem do retorno à vida de Jesus é a transcendência dele.

“A ressurreição para o Cristianismo, não só no primitivo, que é o início da religião Cristã, ali nos Séculos I, II e III, que é quando o Cristianismo chega à Roma e começa a se espalhar, a noção de que Jesus era um homem pobre, um judeu da Galileia, que pregou uma nova mensagem religiosa, uma nova mensagem de amor, e que ele passa do humano, morre e transforma-se numa figura divina. É isso que a ressurreição, normalmente, deixou para posteridade, para a história”, explica Pedro.

“Historicamente, a gente vai ter essa posição reafirmada a partir do Concílio de Niceia, em 325, que é quando o Império Romano passa a aceitar o culto cristão e que os primeiros líderes das igrejas cristãs começam a deliberar sobre quais são as crenças corretas e aí a ressurreição de Cristo é uma das primeiras coisas a se esquematizar, além da questão da Santíssima Trindade. E a grande mensagem que é passada é a transcendência dele. Ele ascende, cresce, se transforma em uma figura sagrada, sobe ao Reino dos Céus a partir da ressurreição”, encerra.

Pedro Botelho também acredita que é possível tirar uma lição com toda essa história cristã para os tempos atuais de pandemia. “Além de ser uma data comemorativa religiosa, ela ensina a gente a se superar, nos ensina a passar pelas provações, a passar pela dor, para que a gente possa ser mais além. A mensagem principal, da ressurreição de Cristo, é isso. É ser mais, ser maior. É passar pela dor e entender a nossa humanidade”, finaliza o professor de história.

Conteúdo publicado originalmene no site institucional da UNINASSAU

Qual seria a postura de Jesus Cristo diante de alguns temas sociais da atualidade? Como ele se posicionaria, que lado defenderia? Um teólogo e um padre foram convidados a responder essas perguntas. Em comum, os dois acreditam que Jesus estaria envolvido com as pautas de direitos humanos.

“É impossível ser um seguidor de Jesus Cristo sem um profundo compromisso com os direitos humanos”, avalia Sérgio Vasconcelos, coordenador do departamento de teologia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

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 Violência

 De janeiro a setembro deste ano, o Brasil teve mais de 30 mil mortes violentas. Apesar de elevado, há uma queda de 22% no número de homicídios em relação a 2018. As mortes cometidas pela polícia, entretanto, aumentaram, assim como superlotação dos presídios e o número de presos provisórios.

"Existe um desejo nosso quase antropológico do olho por olho, dente por dente. Mas Jesus representa uma outra lógica, do perdão, da misericórdia, de estar disposto a acolher qualquer pessoa em atitude de reconhecimento de culpa. É uma incoerência um cristão que é a favor da pena de morte”, diz o teólogo. 

 Segundo o padre Josenildo Tavares, coordenador arquidiocesano de pastorais, Jesus não estaria do lado do punitivismo, pois teve um estilo de vida de não-violência. “Com o próprio Judas, que o traiu, ele não usou de violência. É inadmissível que da boca de um cristão saiam palavras como essa de 'bandido bom é bandido morto'. Lamentamos muito outras igrejas e até líderes católicos posando com arma na mão, lideranças de comunidades fazendo 'arminhas'”, avalia o religioso.

Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías. Abriu-o e encontrou o lugar onde está escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor. Então ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; e ele começou a dizer-lhes: ‘Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir’. (Lucas 4:17-21)

 Crise migratória

 O drama de pessoas refugiadas ocorre em todo o planeta. O Brasil tem lidado com refugiados venezuelanos, que fogem da crise instalada em seu país. A Operação Acolhida, criada durante o governo de Michel Temer, já interiorizou mais de 13 mil venezuelanos. Há um temor que o país, principalmente o estado de Roraima, esteja à beira de um colapso social. 

Vasconcelos destaca que, desde o antigo testamento, um dos critérios para salvação é o acolhimento do estrangeiro, do órfão e da viúva. "A gente não pode esquecer que o próprio Jesus também foi estrangeiro. Ele teve que fugir do Egito por causa da perseguição de Herodes.”

"Jesus diria: 'eu também fui imigrante'", diz o padre, fazendo um paralelo com a atualidade. "Eu sou pároco das Graças [no Recife] e lá estamos presente na vida dos venezuelanos. É triste, eles são índios, não falam espanhol, não falam português."

“Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.” (Mateus 5:7)

Desigualdade social

 O teólogo Sérgio Vasconcelos diz que pobreza, injustiça e exclusão do ser humano são sinais do anti-reino de Deus. "Nesse sentido, diante dessas injustiças, com certeza Jesus teria uma postura profundamente crítica. Jesus se colocaria no centro dessa questão, combateria a opressão."

O padre reforça que Cristo nasceu em um contexto de desigualdade social. "Jesus tinha um vínculo com os marginalizados. Hoje dizem que isso é comunismo, socialismo. A gente lamenta muito que as pessoas polarizem algo que está além do partidarismo". Tavares acrescenta: "Com certeza Jesus estaria do lado dos mais pobres."

 Segundo relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) neste ano, o Brasil é o sétimo país com maior desigualdade de renda, ficando à frente apenas de países do continente africano. Os dados foram coletados em 2017. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) mostrou, também este ano, que apesar da melhora nos índices de desnutrição no país, a parcela que passa fome no Brasil ainda é considerável. 

 “Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram.” (Mateus 25:35-36)

Homofobia

Sobre a homossexualidade, Vasconcelos destaca que não há relatos bíblicos de Jesus se confrontando com essa temática. "Nesse sentido, a gente entra em um terreno imaginativo", salienta o professor. "O que a gente sabe é que ninguém, absolutamente ninguém, hétero ou homo, ou trans, seja que categoria for, é excluído do desejo universal de salvação de Jesus", diz o teólogo.

O padre Tavares é mais cauteloso em sua fala, mas acredita que Jesus estaria do lado das vítimas. "Eu posso dar minha opinião, mas não posso usá-la para lhe agredir. Eu posso discordar, mas não tenho o direito de lhe reduzir a uma coisa. Recife é uma cidade em que já mataram muitos travestis. Em nome de quem? De Deus, de Cristo? Que sacristia é essa que leva a eliminar?", questiona o pároco. "No outro mora Deus, mora o sagrado, é um irmão. Quando a gente acolhe, a gente cresce", completa. 

 No início deste ano, o Grupo Gay da Bahia, entidade que registra dados de violência contra LGBTs há décadas, divulgou o relatório de 2018. Foram registradas no último ano 420 mortes de LGBT, sendo 320 homicídios e 100 suicídios. Segundo os dados, a cada 20 horas um LGBT é morto ou comete suicídio no Brasil.

“Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.” (Mateus 5:9)

Ataque aos direitos humanos

O teólogo Sérgio Vasconcelos diz que, "de forma clara e absoluta", Jesus seria um defensor dos direitos humanos. "Seria impossível a Declaração de Direitos Humanos sem a contribuição da cultura judaica cristã. Mesmo pensadores que são ateus dão esse reconhecimento", salienta o professor.

Segundo o pesquisador, os direitos humanos buscam preservar a dignidade humana, mesmo intuito de Cristo. "Jesus tinha profunda convicção  que o reino de seu pai passa pela dignidade da pessoa humana. Não há um biblista ou teólogo sério que discorde disso."

 O padre Tavares destaca que a sociedade costuma criticar os direitos humanos, mas que essa não seria a postura do filho de Deus. "Não tenho dúvida que ele estaria dando voto de aplauso aos direitos humanos."

Pelo menos 175 menores de idade foram vítimas de abusos sexuais cometidos por membros dos Legionários de Cristo entre 1941 e 2019, 60 deles por seu fundador Marcial Maciel, de acordo com um relatório interno da poderosa congregação católica divulgado nessa sábado (21).

Os abusos foram cometidos por 33 religiosos, sacerdotes ou diáconos, de acordo com o relatório elaborado pela "Comissão de casos de abuso infantil do passado e atenção às pessoas envolvidas" e que abrange desde a fundação da congregação, em 1941, até 16 de dezembro deste ano.

"A maioria das vítimas eram crianças adolescentes com entre 11 e 16 anos", detalha o relatório divulgado no site zeroabusos.org. O relatório foi publicado depois que o papa Francisco eliminou o segredo pontifício para as denúncias de abuso sexual, um pedido das vítimas que garantirá maior transparência diante de uma realidade escandalosa que desacreditou a Igreja Católica.

A congregação, fundada em 1941 pelo mexicano Maciel (1920-2008), argumenta que avançou junto a 45 das vítimas num processo de "reparação e reconciliação", embora reconheça a necessidade de facilitar esse processo para outras.

O relatório indica que dos 33 padres que cometeram abusos, sem considerar Maciel, 18 ainda fazem parte da congregação, mas estão afastados de obras públicas ou que envolvam contato com menores.

Dos 33 padres que cometeram abusos, 14 foram vítimas na Congregação, o que evidencia a existência de "cadeias de abuso" onde "a vítima de um legionário, com o passar dos anos, se tornou agressor".

"Nesse sentido, é emblemático que 111 dos menores abusados na Congregação tenham sido vítimas de Maciel, de uma de suas vítimas ou de uma de suas vítimas", afirmou.

A comissão, criada em 20 de junho pelo superior geral dos Legionários de Cristo, padre Eduardo Robles-Gil, afirmou que "não acredita que seu estudo tenha sido capaz de descobrir todos os casos", uma vez que ocorrem no ocultismo.

Envolvido em problemas, o atacante Juninho tem sido aproveitado pelo técnico Guto Ferreira. Na vitória deste domingo (24) diante do Petrolina, o jogador entrou na segunda etapa do confronto e, após a partida, o treinador foi questionado sobre as diferentes opiniões da torcida acerca da postura disciplinar do jovem.

Há rubro-negros que não aprovam a permanência do atacante no Leão. Em 2017, Juninho foi detido após ter sido acusado de agredir a ex-namorada. Em 2018, o então técnico do Sport Nelsinho Baptista criticou atos indisciplinares do jogador. Já nesta temporada, Juninho foi acusado de agredir um repórter.

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Guto Ferreira, no entanto, pede paciência e até perdão aos torcedores que não concordam com a postura de Juninho. Segundo o treinador, o jovem de 19 anos está tentando acertar no clube e na vida pessoal. “Não vou ser eu aqui advogado do diabo. A gente vem trabalhando e buscando para fazer com que ele entenda o posicionamento dele e entenda o que já errou e possa de alguma maneira se refazer de eventuais erros que tenham acontecido em sua vida. Hoje é um pai de família, alegria dele hoje falando do filho... Quem sou eu para julgar?”, comentou o técnico do Sport.

O comandante continuou seu argumento: “Até Cristo, quando pediram para julgar, ele falou para atirar a primeira pedra quem nunca tinha errado. Não que eu peça perdão para ele (Juninho). Ele vai fazer 20 anos. Até que ele me prove o contrário, um mês que convivo com ele não consigo enxergar nele um vilão. Consigo enxergar um menino com muitos problemas, com a vida um pouco atrapalhada, e querendo com muita intenção colocar a vida dele em ordem, acertar, ser uma pessoa diferente. Espero que as pessoas consigam entender, aqueles que estão julgando de forma negativa, e que possam também, de alguma maneira, dar um voto de crédito para ele, perdoar, até que prove o contrário”.

Apesar do apoio, o treinador deixou claro que não deve aceitar novos casos de indisciplina do atacante. “Logicamente que ele provando o contrário não tem o que fazer. E que a gente não fique buscando que isso aconteça, porque quantas e quantas vezes as pessoas erram até se firmarem dentro dos acertos. Para mim, ele tem tido uma conduta de buscar sempre fazer o melhor”, acrescentou Guto.

A capela construída sobre o local onde, segundo a tradição, Jesus foi mantido preso por soldados romanos antes de ser crucificado, foi reaberta depois dos trabalhos de reforma no Santo Sepulcro, em Jerusalém, constatou um fotógrafo da AFP nesta sexta-feira (8).

"Nesta prisão, Jesus foi detido ao fim da Via Dolorosa, à espera da instalação da cruz em que seria crucificado", disse nesta sexta-feira à AFP um encarregado da Igreja ortodoxa grega, sob a condição de ter sua identidade preservada.

O local passou por diversos reparos nos últimos anos, depois de um incêndio que provocou graves danos. "Desde janeiro transformou-se em um local de oração e recolhimento", disse a mesma fonte.

Na capela vê-se os buracos cavados na rocha que, segundo a tradição, serviram para acorrentar os pés de Jesus. Os dois buracos estão protegidos por uma vitrine e decorados com um ícone que mostra Jesus com as mãos e os pés amarrados.

Esta seção se encontra na parte do Santo Sepulcro "sob soberania" da Igreja Ortodoxa Grega.

A capela também é venerada pela Igreja Armênia, assim como pelos integrantes da ordem dos Franciscanos na Igreja Católica.

De acordo com a tradição, o Santo Sepulcro é o local onde ocorreu o sepultamento e a ressurreição de Cristo. Fica no leste de Jerusalém, na parte antiga da cidade, que foi ocupada e anexada por Israel.

O Cristo Redentor ganhará vida na noite do réveillon e "olhará" para bairros da cidade que ficam às suas costas. A ilusão será criada por meio de uma técnica conhecida como videomapping, que fará projeções digitais sobre a estátua, dando a impressão que ela faz um giro de 180 graus. Uma mensagem de paz em linguagem de sinais também será projetada na estátua.

O anúncio dos detalhes da festa foi feito nesta terça-feira, 18, pela prefeitura. As comemorações do fim de ano contam também com a tradicional queima de fogos em Copacabana - são 14 minutos de espetáculo pirotécnico este ano, três a menos que no ano anterior. Os fogos serão lançados a partir de dez balsas e estão projetados para produzirem menos fumaça.

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"Diminuiremos o uso de bombas menores, incrementando com novas e inéditas de diferentes polegadas e um grande poder de abertura e duração", explicou Marcelo Kokote, da Vision Show, responsável pelo espetáculo pirotécnico. "O resultado será uma melhor visualização, com ganho de redução de fumaça e novo impacto visual."

As principais atrações na Praia de Copacabana são Gilberto Gil e Ludmilla. Mas estão previstas apresentações também de Baby do Brasil e da escola de samba Beija Flor. A expectativa é de que dois milhões de pessoas participem da comemoração - considerada a maior festa a céu aberto do mundo.

"Teremos uma virada inesquecível", prometeu o presidente da Riotur, Marcelo Alves. "A festa de 2019 vai homenagear o estilo de vida do carioca, da gema ou de coração. Na comemoração, vamos apreciar belíssimas imagens do Rio e nos encantar com depoimentos de amantes da nossa cidade. Estaremos todos, unidos, dando boas-vindas a 2019 com uma queima de fogos inédita e um repertório diversificado, que vai da MPB ao funk."

Haverá também celebrações da virada do ano em outras oito localidades: Flamengo, Guaratiba, Ilha do Governador, Ilha de Paquetá, Madureira, Penha, Ramos e Sepetiba. Doze hotéis da orla da Barra da Tijuca e do Recreio, na zona oeste, também farão uma queima de fogos.

De acordo com estimativas da Riotur, aproximadamente um milhão de turistas devem visitar a cidade no fim do ano, movimentando R$ 3 bilhões. Segundo um levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio (ABIH-RJ) e do SindHotéis Rio, a taxa média de ocupação hoteleira na primeira quinzena de dezembro já está em 85% - um porcentual superior ao registrado no mesmo período do ano passado, que era de 51%.

O "Queermuseu" abre neste sábado (18) no Parque Lage, zona sul do Rio de Janeiro, quase um ano após ser forçado a encerrar a exposição em Porto Alegre após uma campanha de grupos conservadores que o acusaram de incentivar a "pedofilia", a "zoofilia" e de atacar o cristianismo.

O encerramento prematuro da mostra na capital gaúcha alarmou o mundo artístico e abriu discussões sobre a volta da censura nas artes, mais de três décadas depois do fim da ditadura militar (1964-1985).

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Sua instalação na Escola de Artes Visuais (EAV), no Parque Lage, um palacete bucólico, cercado de verde, aos pés do Cristo Redentor, ocorre graças a uma forte campanha de financiamento coletivo ('crowfunding'), que arrecadou mais de um milhão de reais através de múltiplas iniciativas, entre elas um show inédito de Caetano Veloso.

Também foi possível pelo empenho de curadores e artistas, que desafiaram o veto do prefeito do Rio, o pastor evangélico licenciado Marcelo Crivella, ao projeto de receber a mostra no fim do ano passado mo Museu de Arte do Rio (MAR, municipal).

"É um momento muito importante para a democracia brasileira. Uma demostração contundente para que os setores mais progressistas não aceitem a censura (...) Nunca houve um ato de censura dessa dimensão e gravidade depois do período pós-ditadura", disse na quinta-feira o curador da mostra, Gaudencio Fidelis, na coletiva de apresentação da exposição.

Com mais de 200 obras de 82 artistas brasileiros do nível de Adriana Varejão, Alair Gomes, Alfredo Volpi e Candido Portinari, o "Queermuseu" (algo como museu gay, em tradução livre) ficará aberto ao público de forma gratuita durante um mês.

Paralelamente, haverá debates sobre diversidade sexual ou direitos da comunidade LGBT e também shows de música com artistas 'queer'.

A mostra será praticamente igual à de Porto Alegre, com as mesmas obras provocativas que escandalizaram o Movimento Brasil Livre (MBL): quadros que ilustram menores em poses afeminadas ("Criança viada, travesti da lambada"), outro no qual Jesus é representado como um macaco nos braços de Maria, ilustrações de várias práticas sexuais em uma adaptação dos tradicionais quadros eróticos japoneses e hóstias com várias inscrições como "cu" ou "vagina".

Isto sim, um cartaz na entrada avisa que a mostra não é recomendada para menores de 14 anos e também alerta o visitante de que ali ele verá nus.

- Segurança por precaução -

"Esperamos um enorme sucesso de visitas não pela polêmica. As pessoas verão que havia uma falsa premissa, uma polêmica fabricada. A sociedade poderá ver agora o que é a natureza desta exposição", acredita Fidelis.

Os organizadores asseguram que não temem novas manifestações de grupos de direita mas, por acaso, contrataram uma empresa de segurança e o "Queermuseu" será vigiado por mais de 20 agentes, com reforço de novas câmeras instaladas no recinto.

O diretor do EAV, Fabio Szwarcwald, garante que só receberam uma dezena de e-mails contrários à abertura da exposição, diferentemente de seus colegas do MAR, que receberam centenas e, inclusive, uma "ameaça de morte".

"Não estou tão preocupado com essa questão porque desde que a gente iniciou a campanha foi muito diferente do que ocorreu no MAR", disse Szwarcwald.

O MBL, que liderou o boicote ao "Queermuseu" quando o Banco Santander o inaugurou em Porto Alegre, promete ficar quieto alegando que nesta ocasião a exposição é financiada com recursos privados e não com incentivos fiscais públicos, que "sexualizam as crianças".

"Eles estão rezando para o MBL participar porque se não fosse por nós, ninguém veria essa bosta", disse à AFP Renan Santos, um dos fundadores do MBL, grupo que ficou conhecido durante as passeatas a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"Pode ir todo mundo pelado lá", ironizou.

O vereador do Recife Ivan Moraes (PSOL) também emitiu sua opinião sobre a peça com Jesus transexual intitulada “O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu”. Por meio do seu Facebook, o psolista afirmou que assistiu e ficou impactado pela força do espetáculo ressaltado que a peça é uma lição de amor do começo ao fim. Ivan foi muito além. “O Cristo ficaria orgulhoso, linda”, elogiou. 

O vereador também disse que ficou “assombrado” com a capacidade de algumas pessoas se posicionarem sobre obras que não conhecem. “Como dar opinião sobre um livro sem ler o livro? Sobre um filme sem assistir ao filme? Sobre uma canção antes de ouvi-la? Sobre uma peça sem nem ter olhado para a capa do roteiro? Assombrado com a capacidade que algumas pessoas têm de emitir posicionamentos acalorados sobre obras que simplesmente nunca viram”, ressaltou. 

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Antes mesmo de assistir à peça, Ivan tinha feito um comentário. “Ouvi dizer que é um espetáculo que fala de amor, de aceitação, de afeto e perdão, valores que primeiro conheci no cristianismo”. Ainda falou que ninguém tem a obrigação de gostar de nada, nem de assistir, mas que a liberdade de expressão era importante. “Garanti-la também é dever do estado”, pontuou. 

Outros políticos já haviam dado sua opinião. O deputado estadual Cleiton Collins (PP) chegou a falar que estava revoltado com a peça e que não poderia ser apresentada em nenhum lugar do país. “Primeiro, Jesus não é rainha, ele é rei dos reis. A falta de respeito desses grupos está demais. Nós não podemos aceitar”, disse.

O deputado Pastor Eurico (Patriota) chegou a entrar na Justiça contra a atriz trans Renata Carvalgo, a protagonista do papel afirmando que ela faz uma performance “vilipendiando” a fé cristã e os símbolos religiosos da cristandade. 

 

 

Em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, Maria usa vestido azul, véu branco e havaianas. Conhecida entre os admiradores da Paixão de Cristo da cidade por sua grande expressividade, as semelhanças que a atriz divide com a personagem que interpretará pela quinta vez em 2018 vão além do nome. Aos 49 anos, Maria de Paula acaba de se recuperar da batalha por atendimento e respeito a duas de suas três filhas, acometidas por meningite e leptospirose no segundo semestre do ano passado. 

Criada no bairro de Penedo, na periferia de São Lourenço, Maria foi cuidada pelos avós e mãe pela primeira vez aos 16 anos de idade. “Pouco tempo depois vieram mais duas filhas. Vivi pouco tempo com meu marido. Minha avó precisou tomar conta delas para que eu fosse trabalhar como faxineira”, lembra. Retraída devido à educação rígida a que fora submetida, Maria mal era capaz de encarar a própria televisão quando foi convidada para interpretar o papel de Herodias, companheira do Rei Heródes, na Paixão de Cristo de sua terra natal. “Quando cheguei lá pela primeira vez, quase fui embora de medo, só de ver a atuação dos demônios”, comenta. 

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À medida que ficava mais espontânea em cena, Maria passou a chamar atenção dos organizadores do evento. “Alguma coisa no teatro fez com que eu me soltasse. Quando apareceu a vaga, fui escolhida para ser Maria por causa da emoção e do sentimento que passo. Na cena da condenação de Jesus, choro de verdade, porque me emociono”, afirma. Maria pegou gosto pelo teatro e chegou a participar do curso de interpretação do Serviço Social do Comércio (SESC) de Tiúma. “Eu acho que quando a gente está pra fazer um negócio que gosta, tem que se aprofundar, fazer aquilo com amor”, coloca. 

Quando as filhas Marli Maria e Márcia Maria contraíram meningite e leptospirose, a atriz precisou colocar em prática a desenvoltura adquirida no teatro. “Ficamos onze dias internadas no Correia Picanço. A notícia se espalhou na cidade e meus filhos sofreram bullying na escola, até dos professores que não deixavam eles assistirem às aulas. Foi aí que minha mãe denunciou o caso da gente para um programa de rádio de São Lourenço”, lamenta Marli, que teve uma recuperação milagrosa, após quase padecer às enfermidades, a tempo de interpretar Maria Madalena na Paixão. “Foi muito sofrido. Todo dia agradeço a Deus por ter livrado minha vida e a de minha irmã, mas não tenho mais saúde depois do que aconteceu. No hospital, descobri que minha sinusite é crônica e está roendo os ossos da minha face e do meu ouvido”, completa Marli.

Maria aguarda consulta para filha há seis meses. (Chico Peixoto/LeiaJáImagens)

Depois da denúncia pública e de uma grande batalha de Maria, as Secretarias Municipais de Saúde e Educação procuraram a família, para esclarecer que as crianças não poderiam ser excluídas das aulas. “Eu era uma pessoa antes do teatro e sou outra depois. Não teria tido coragem de ir à rádio da cidade se não tivesse me desenvolvido como atriz. Acho que o que mais aprendi com Maria foi a amar minhas filhas. O sofrimento de ver seu filho ser colocado numa cruz. Isso é o que mais me toca”, afirma Maria, que aguarda há cerca de seis meses por encaminhamento médico para uma simples consulta para Marli. “Ela precisa de um otorrinolaringologista. Se não for atendida logo, pode sofrer um derrame facial”, cobra. 

Maria aos 21

Entre as aulas matutinas e o ensaio noturno, a estudante de enfermagem Maísa Teixeira de Andrade se apressa para descer as escadarias que dão acesso ao anfiteatro do Sítio da Trindade, no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife. Ela encontrou um tempo entre as aulas e os ensaios da Paixão de Cristo de Casa Amarela para conversar com o LeiaJá sobre sua estreia no papel de Maria. “Está uma correria, passo o dia todo na rua”, comenta. Acostumada a participar do espetáculo em papéis de menor destaque desde os 16 anos de idade, ela aceitou o desafio de interpretar Nossa Senhora, com apenas 21 anos de idade.


“Eu não sei a imensidão do amor de uma mãe por seu filho, porque ainda não tive nenhum. O diretor me aconselhou a ‘tirar a emoção do meu útero’, então eu lembro das situações que a gente vivencia no país, das mães que continuam perdendo seus filhos para o Estado e a violência. Isso me faz chorar durante a peça”, comenta Maísa. Moradora do bairro do Vasco da Gama, desmembrado de Casa Amarela no passado, a estudante pagou para participar do espetáculo. De acordo com um dos organizadores da Paixão, José Muniz, embora o custo da apresentação esteja orçado em R$ 80 mil, apenas R$ 34 mil foram disponibilizados pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). “Pra gente só ficam R$ 25 mil, porque R$ 5 mil são descontados direto da nota que emitimos para receber a quantia. Só de fogos, gastamos R$ 4 mil. Se fossemos renovar todo o figurino, gastaríamos R$ 30 mil”, explica José. 

Assim, além das passagens de ônibus, Maísa financiou as vestes de sua personagem. “Custou R$ 120, no total. Apesar disso, é um trabalho muito gratificante. No momento, é importante mostrar para as pessoas que elas não precisam de tanto ódio, o mundo está de cabeça para baixo. Um teatro gratuito tem muito poder”, coloca. Com espinhas no rosto e aparelhos nos dentes, Maísa demonstra enorme serenidade para a idade. Católica, ela acredita que a peça também é um veículo de evangelização para os mais jovens. “A Paixão traz um sentimento de esperança muito grande. Da mesma forma que Cristo ressuscitou, a gente espera coisas melhores para o mundo”, torce.  

"Um teatro gratuito tem muito poder", afirma Maísa. (Reprodução/ TV LeiaJá)

A jovem associa ainda o momento da crucificação de Cristo com o cenário de grande desrespeito aos direitos e à vida das mulheres do país. De acordo com os Relógios da Violência, no Brasil, a cada dois segundos uma mulher sofre violência física ou verbal e, de dois em dois minutos, uma mulher é vítima de arma de fogo. “Vivemos assustadas. No final do espetáculo Maria diz: ‘choram em mim todas as mulheres que tiveram seus filhos violentados pelos opressores do mundo. Acho que a sociedade também oprime as mulheres”, conclui. 

Exemplo de acolhimento

Jaqueline Silva nunca tinha estudado teatro ou participado de qualquer espetáculo. Todos os dias, há dez anos, ela trabalha como monitora do programa do Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, projeto do Ministério do Desenvolvimento Social voltado ao acolhimento de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. “O irmão do diretor da Paixão de Cristo de Gaibu - município do Cabo de Santo Agostinho - é meu coordenador no trabalho. Ele me perguntou seu eu estaria interessada em substituir a atriz que faz Maria, que estava com a perna engessada. Eu disse que sim”, conta. 

Com um total de apenas três ensaios, Jaqueline terá o desafio de dar vida a uma figura religiosa com a qual mantém forte relação. “Eu tento me colocar no lugar de mãe. Tenho três filhos pequenos e me emociona pensar no sofrimento que eles podem viver. Minha atuação surpreendeu a todos, inclusive a mim. Me sinto privilegiada por ter ganho esse papel”, celebra. Para ela, a repetição sazonal da Paixão de Cristo não cansa o público. “As pessoas vão porque se emocionam. O mundo precisa de paz, amor, união e respeito. Independentemente de religião, a apresentação traz isso”, completa.  

Se, na narrativa bíblica, Maria de Nazaré ampara o jovem Jesus e torna-se a base de sua família, em seu trabalho formal, Jaqueline é responsável por acompanhar os usuários do programa na construção e reconstrução de suas histórias e vivências individuais, coletivas e familiares. “Maria foi uma mulher exemplar em todos os sentidos. Sabia de sua missão e de seu compromisso com o filho que tinha. Respeitou as escolhas e o sofrimento dele. Me inspiro em sua personalidade acolhedora, acho que ela passa esse exemplo para a gente para o público”, comenta. 

Serviço

A Paixão de Cristo de São Lourenço da Mata

Datas: 30 e 31 de março

Local: - Rua Nova Esperança, s/n, Praça da Televisão, Bairro Pixete (próximo à sede do Grupo de Dança Unidos de Nova Esperança)

Horário: 19h

Entrada: Franca

Paixão de Cristo de Casa Amarela

Datas: De 29 a 31 de março

Local: Sítio da Trindade, Estrada do Arraial, Casa Amarela

Horário: 20h

Entrada: Franca

A força da Paixão: A paixão de Cristo de Gaibú (Cabo de Santo Agostinho)

Datas: 30 e 31 de março

Local: Beira-mar de Gaibú

Horário: 19h

Entrada: Franca

 

PARA SEXTA

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A religião é um tema que tem grande importância e influência na cultura e na organização de todos os povos ao longo da história mundial. O Cristianismo, adotado por mais de uma religião com diversas igrejas espalhadas pelo mundo, tem muita influência no pensamento social, leis, costumes de alimentação, calendário e muitos outros aspectos tanto no mundo ocidental quanto no oriente médio, por exemplo. 

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aborda questões de maneira interdisciplinar, usando textos que relacionam vários temas para que os estudantes demonstrem conhecimento de mundo de forma ampla. A prova de ciências humanas trata de temas de História, Sociologia, Geografia e Atualidades de forma integrada a questões que permeiam a vida cotidiana dos estudantes, além de avaliar seus conhecimentos sobre o que acontece no restante do mundo.

Assim, a influência do Cristianismo não deixaria de aparecer na prova, quer seja de forma direta ou indireta, através da contextualização dos temas. O LeiaJá entrevistou o professor Wilson Santos, que dá aulas de História, para explicar de que maneira o Cristianismo cai no Enem e de que maneira os feras podem se preparar para, no dia da prova, ter segurança de responder às questões sem dificuldades.

Processos Históricos 

O professor Wilson explica que o Enem costuma abordar de que maneira determinados processos históricos afetam a vida cotidiana na atualidade. Ele explica que o fato de a população brasileira ser majoritariamente católica e que “isso advém do processo de colonização, ou seja, do nosso passado, um passado que ainda se faz presente”, contou o professor. 

Outro ponto que ele aponta como uma abordagem possível e que já apareceu, por exemplo, como tema de redação, é a intolerância, muito comumente associada às religiões. Para o professor, temas como conflitos religiosos, submissão da mulher, debates sobre temas como o aborto na política e perseguição a pessoas que professam religiões não-cristãs também podem ser tocados pela prova. 

Ainda nesse contexto, questões sobre Antiguidade tocam diretamente o Cristianismo ao cobrar conhecimentos sobre o Império Romano, sua influência na região onde Jesus viveu, além da perseguição, tortura e humilhação dos cristãos na Roma Antiga.

A história do povo judeu também merece uma atenção especial dos feras. O período de escravidão no Egito, a libertação e a falta de território próprio são temas importantes. Além disso, o período da Segunda Guerra Mundial e a perseguição do regime Nazista de Adolf Hitler, com suas ideias de pureza racial, massacraram os judeus no holocausto e também sempre aparece no Enem.  

Geopolítica

O Oriente Médio e os conflitos que o permeiam sempre são assuntos abordados pelo Enem. O professor explica que o fato de essa parte do mundo ser o berço de três religiões com grande número de fieis (Judaísmo, Islamismo e o Cristianismo), sendo considerada sagrada por muitos povos que vivem em uma disputa por território, além de ser rica em petróleo, colocam as questões ligadas à guerra na Síria e ao conflito entre Israel e Palestina na nossa lista. 

Cultura 

A influência cristã também é muito perceptível em vários costumes e características do povo brasileiro e também de outras nacionalidades. A arquitetura das igrejas e mosteiros, a arte sacra, a literatura e construções do período colonial são exemplos de influências visíveis e que podem aparecer nas questões de ciências humanas e também de linguagem. 

O calendário, a gastronomia e as festividades brasileiras também são muito marcados por costumes que têm sua origem no cristianismo. O professor Wilson destaca como exemplos a Páscoa, o Carnaval, as festas juninas, padroeiras e padroeiros das cidades. 

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Mantendo a tradição da Semana Santa em Pernambuco, várias cidades do Estado promovem espetáculos para narrar os últimos momentos de Cristo. Ao todo, 14 municípios apresentam gratuitamente a Paixão de Cristo.

As montagens são realizadas por meio do X Edital Pernambuco de Todas as Paixões, que disponibilizou cerca de R$ 340 mil para 12 montagens. "São encenações que trazem as marcas do engajamento comunitário e do esforço de atores, figurinistas, iluminadores, enfim, de toda uma cadeia de agentes culturais que perpetuam esta tradição nas mais diversas regiões pernambucanas", explica o Secretário Estadual de Cultura, Marcelino Granja.

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Os espetáculos foram selecionados por profissionais de artes cênicas, que analisaram questões históricas, estratégias de acessibilidade, geração de renda e custos. As apresentações começam na quarta-feira (28) e vai até o sábado (31). Confira os municípios que promovem a Paixão de Cristo:

PAIXÃO DE CRISTO DE BOM JARDIM - FAZENDO HISTÓRIA EM PERNAMBUCO

Período e horário: 28 a 30 de março, às 20h

Locais: Início na Praça de São Sebastião e término na Capela de Nossa Senhora do Carmo – Centro

PAIXÃO DE CRISTO DE LIMOEIRO

Período e horário: 28 a 31 de março, às 20h

Local: Centro Cultural Ministro Marcos Vinícius Vilaça, Praça da Bandeira, s/n

PAIXÃO DE CRISTO: UM ESPETÁCULO DE FÉ

Dias e horário: 30 de março e 01 de abril, às 19h

Local: Praça Coronel Abílio, ao lado da Igreja Matriz - Orobó

JESUS DE NAZARÉ, UMA HISTÓRIA DE AMOR - ANO 30

Período e horário: 24, 29 e 31 de março, às 20h

24/03 - Praça da Igreja Matriz, Centro - Santa Cruz

29/03 - Avenida Francisco Coelho de Amorim, s/n, Pátio de Eventos - Bairro José e Maria - Petrolina

31/03 - Praça Central, ao lado da Igreja Nossa Senhora de Santana - Centro - Parnamirim

A PAIXÃO DE CRISTO DE SALGUEIRO

Período e horário: 28 a 30 de março, às 21h

Local: Pátio da Antiga Estação Ferroviária, Rua Tenente Osvaldo Varejão (próximo ao Centro Cultural)

JESUS ALEGRIA DOS HOMENS

Período e horário: 29 a 31 de março, às 19h30

Local: Rua do Magano, Bairro do Magano (próximo ao ponto turístico Cristo do Magano) - Garanhuns

A FORÇA DA PAIXÃO

Dias e horário: 30 e 31 de março, às 19h

Local: Avenida Laura Cavalcante s/n, Praça Beira Mar de Gaibú (calçadão de Gaibú) - Cabo de Santo Agostinho

PAIXÃO DA PONTE - 2018

Dias e horário: 29 e 30 de março, às 20h

Local: Arena Paixão da Ponte, intersecção entre a Rua das Acácias e Rua das Dálias, Loteamento Cidade Jardim, Ponte dos Carvalhos - Cabo de Santo Agostinho

PAIXÃO DE CRISTO DE CAMARAGIBE - A PAIXÃO DOS CAMARÁS

Período e horário: 30 e 31 de março e 01 de abril, às 20h

Local: Praça de Eventos, Avenida Padre Oséas Cavalcanti - Bairro Vila da Fábrica (próximo ao SESI)

PAIXÃO DE CRISTO DE CASA AMARELA

Período e horário: 29 a 31 de março, às 20h

Local: Sítio da Trindade, Estrada do Arraial, 3259 - Casa Amarela - Recife

A PAIXÃO DE CRISTO DE SÃO LOURENÇO DA MATA

Dias e horário: 30 e 31 de março e 01 de abril, às 19h

30 e 31/03 - Rua Nova Esperança, s/n, Praça da Televisão, Bairro Pixete (próximo à sede do Grupo de Dança Unidos de Nova Esperança)

01/04 - Praça da Matriz, s/n, Bairro Matriz da Luz, em frente à Igreja Nossa Senhora da Luz (zona rural)

AUTO DA VIA DOLOROSA

Período e horário: 26 a 29 de março, às 19h

Dia 26/03 - Igreja de Santa Cruz, Rua de Santa Cruz, 413 - Boa Vista - Recife

Dia 27/03 - Igreja do Carmo, Rua do Bonfim, Carmo - Olinda

Dia 28/03 - Paróquia São José, Rua da Matriz, 27, Rosário - Bezerros

Dia 29/03 - Santuário Nossa Senhora da Conceição, Estrada do Morro da Conceição, Casa Amarela - Recife

 

 

Hemerson Moura, de 39 anos, ator há 16, foi escolhido como sucessor de José Pimentel no papel de Jesus na edição de 2018 da Paixão de Cristo do Recife. Após uma seletiva que durou cerca de quatro meses, ele desbancou outros 26 candidatos e ganhou o papel. Nesta terça (12), o ator falou sobre a conquista e o desafio.

Hemerson não quer ser visto como substituto, muito menos como um “novo Jesus”, mas sim como um ator que está dando continuidade ao trabalho iniciado por Pimentel. O papel, aliás, não será de todo novidade para ele. O ator interpretou Cristo durante 11 anos numa encenação de um grupo amador de Jaboatão dos Guararapes, onde mora. Mas, apesar da experiência, Hemerson ainda não sabe como será atuar para o grande público da Paixão de Cristo do Recife: “Tenho minhas técnicas pessoais, como artista, para me preparar. Meu desejo é trabalhar e estudar para que esse Cristo chegue à altura deste espetáculo”.  

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Sobre substituir José Pimentel, que deu vida ao personagem por quatro décadas, Hemerson é cuidadoso: “O que eu tenho dentro de mim é que eu não estou entrando para substituí-lo mas sim para ajudá-lo a contar esta história e continuá-la. Não gosto do título de ‘novo Cristo’. Gosto quando dizem que sou o ator que vai interpretar o espetáculo dirigido por ele (Pimentel)”.  O sucessor garante que tentará fazer o máximo para agradar o diretor, que para ele é um ícone, mas não só a ele como todo ao público: “Eu estou levando o meu coração para este personagem”. Sobre encarnar Cristo por 40 anos, como fez seu antecessor, ele é rápido na resposta: “Quero pensar e trabalhar esse personagem para 2018, se houver possibilidade para outros anos... Não sei como lidar com isso ainda”. 

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O ator José Pimentel apresentou, nesta terça (12), aquele que vai substituí-lo no papel que interpretou durante 40 anos, Cristo. Hemerson Moura, de 39 anos, será o Jesus na Paixão de Cristo do Recife, em 2018. Pimentel se diz tranquilo em deixar os palcos mas, além de não parecer feliz em fazê-lo, não demonstrou muito entusiasmo em relação ao seu sucessor, não pelo seu potencial mas pelo peso do papel que carregou por tanto tempo.

"É impossível avaliar se esse menino vai aguentar fazer. Não é brincadeira, não", diz Pimentel. Ele enumera os quesitos necessários para interpretar Cristo: "Tem que ter estrutura física, malhar, pegar peso, ter resistência grande. Tem que não reclamar muito da vida, não pode ficar com frescura". O ator também comentou sobre a carga emocional do personagem, relembrando como o público ia até ele, muitas vezes em lágrimas: "Ou você chora, também, ou atura. Mexe com você". Mas, apesar das aparentes dificuldades, a ideia é que o novo Jesus continue na função: "Como eu continuei", diz.

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O aparente desânimo talvez seja consequência da despedida de Pimentel ao papel interpretado por ele durante, praticamente, metade de sua vida. Aos 83 anos, ele, agora, estará atuando apenas atrás das cortinas e não faz esforço em esconder que sentirá saudades. Porém, ele assegura não ter precisado de nenhum preparo específico para deixar o personagem: "Eu tô tranquilo. Se a coisa pegar, talvez eu precise. Quem sabe eu termine em um psicanalista", brincou.

Novo espetáculo

Além de um novo Jesus, a Paixão de Cristo do Recife, no ano de 2018, terá muitas novidades. Na 22ª edição do evento, José Pimentel estará se dedicando apenas à direção do espetáculo, e promete coisas novas para o público: "Talvez eu mude tudo. Talvez eu enforque Jesus e crucifique Judas", disse aos risos.

Ele também aproveitou para falar das dificuldades em realizar a montagem: "A Paixão de Cristo do Recife está minguando, prestes se acabar por falta de dinheiro, falta de patrocínio". E, se emocionou ao falar sobre a fidelidade das pessoas que vão, ano após ano, assisti-la no Marco Zero. "O povo se sente quase ganhando um presente por a gente fazer esse espetáculo, porque o outro é caro, né? O da gente é de graça, você come um espetinho, toma um guaraná e tá pronto pra enfrentar o troço. Isso aí pra mim já basta".

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Uma ilustração do Cristo Redentor empunhando uma arma e segurando um saco de dinheiro causou incômodo na Arquidiocese do Rio. Publicada no jornal britânico The Guardian, a imagem remete a uma reportagem de três páginas publicada na quinta-feira, 1º, sobre a Operação Lava Jato.

O arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, classificou a ilustração como ofensiva e desrespeitosa. "O Cristo Redentor é símbolo de uma nação e também símbolo de uma fé. Ao representar o Redentor desta forma, o The Guardian ofende o povo brasileiro, porque isso é uma ofensa para o povo", declarou o arcebispo, em entrevista ao telejornal RJTV, da TV Globo.

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"É um vilipêndio para os cristãos porque Cristo ensinou exatamente o contrário, ensinou que a gente devia amar o próximo, fazer bem ao outro e ser despojado. Quem não sabe respeitar o povo brasileiro, nem tampouco os cristãos, é lamentável. Nós lamentamos muito isso e pedimos que seja respeitada a imagem de Cristo", ponderou Dom Orani.

A reportagem contextualiza os três anos da Lava Jato, trata do impeachment de Dilma Rousseff (PT), da crise política em Brasília, do futuro da operação da Polícia Federal e sobre os riscos na "frágil democracia" brasileira.

A Igreja Católica beatificou nesta terça-feira, em Osaka, Takayama Ukon, um samurai do século XVII perseguido e condenado ao exílio por ter se convertido ao catolicismo, uma cerimônia que traz à tona um período sombrio da história japonesa.

O "Samurai de Cristo" foi beatificado na presença do arcebispo de Tóquio, Takeo Okada, e do cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação pela Causa dos Santos, representando o papa Francisco.

A missa aconteceu na presença de 12.000 fiéis.

Takayama Ukon (1552-1615), que abandonou riquezas e posição social para se dedicar a sua fé, se noma aos 395 mártires bem-aventuras e 42 santos japoneses.

Batizado aos 12 anos, pouco depois da chegada ao Japão do jesuíta espanhol Francisco Javier, Ukon era um senhor feudal (daimyo) que praticava sua religião sem ser incomodado pelo shoguns (governadores militares) até 1587, ano em que o Japão expulsou os missionários e proibiu o cristianismo.

"Por negar-se a abjurar de sua fé, Ukon é privado de seu posto e seu feudo, leva uma vida de mendigo", descreve a agência especializada Igrejas da Ásia.

Em 1614, Ukon foi expulso do Japão e, junto a outros 300 cristãos, se exila nas Filipinas.

Mas pouco depois fica doente e morre, em 3 de fevereiro de 1615, em Manila, onde é enterrado com honras militares.

A dolorosa história do cristianismo no Japão desperta um novo interesse graças à estreia do filme "Silêncio", de Martin Scorsese, inspirado no romance de mesmo nome do escritor japonês Shusaku Endo, que fala dos missionários jesuítas divididos pela dúvida em sua fé ante o "silêncio de Deus" frente ao martírio dos japoneses convertidos.

No Japão atualmente há 453.00 católicos, entre eles muitos estrangeiros, em uma população de 127 milhões de habitantes.

No século XVII, havia entre 220.000 e 300.000 cristãos em uma população de 15 a 20 milhões de japoneses.

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Movidos pelo sentimento de evangelização, o grupo de teatro Teofania apresenta nos dias 23 e 25 de março o espetáculo "Paixão de Cristo". A peça teatral será encenada no bairro de Nova Divinéia, em Santa Isabel do Pará, município da região nordetse do Pará.

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O espetáculo será nas ruas e no interior da igreja de São Sebastião. O elenco já está em preparação e os ensaios são realizados na comunidade de São Sebastião.

A peça "Paixão de Cristo" começou a ser apresentada em Santa Isabel em 1995, quando um pequeno grupo de jovens teve a ideia de montar o espetáculo  com o objetivo de evangelizar na área rural do município. Em entrevista ao portal LeiaJá, Gildevan Ribeiro, que é coordenador geral do grupo, contou o que marcou o espetáculo desde o começo. "No ano de 1995 a repercussão da peça foi tão grande que nos anos seguintes deixou de ser apresentada só na área rural, e passou a ser apresentada nas ruas do centro da cidade", disse.

Segundo Gildevan, o grupo Teofania foi formado por um padre da comunidade. "Em 2001, o padre Cláudio Barradas, que tinha grande conhecimento teatral, viu a necessidade de formar o grupo. Visando que não necessariamente iria ser apresentada só a "Paixão de Cristo", e sim várias outras peças", contou.

De acordo com Gildevan, divulgar o  trabalho do grupo é um dos grandes desafios. "Nos anos atuais, eu e meus amigos Jorge Soares e Edmar Souza estamos lutando para que esse grupo seja reconhecido fora das barreiras da nossa cidade. Queremos mostrar que em Santa Isabel temos atores muito talentosos", afirma.

Ainda segundo Gildevan, o grupo espera emocionar o público por meio da apresentação do espetáculo. "Queremos que nosso público sinta emoção de ver esse trabalho que estamos fazendo com muito amor. Percebo que todos no elenco ficam emocionados e imagino que isso também acontecerá com nosso público", disse.

Gildevan destacou o empenho de todo o grupo para realizar o espetáculo. "Quero destacar o esforço de todos do elenco. Muitas dificuldades apareceram nos períodos de ensaios,  mas estamos unidos para apresentar um grande espetáculo para nosso público", afirmou.


Parece até a introdução de uma daquelas piadas de estereótipo, mas é uma simples assertiva para reflexão: o que um católico, um evangélico, um judeu e um ateu tem em comum? No amplo bojo de similaridades, podemos inserir o fato de que, de alguma forma, todos eles vivem a Páscoa, seja por seus significados religiosos, ou simplesmente pelo evento, tradicional, familiar e cultural, que esta se tornou. Mas, precisamente, o que cada uma dessas correntes ideológicas tem a dizer sobre o período, que popularmente lembra peixe, vinho e ovos de chocolate, mas que parece transcender à essa primeira interpretação simplista?

Sobre o assunto, discorrem o arcebispo de Recife e Olinda Dom Fernando Saburido, o pastor da Igreja Batista da Capunga Ney Ladeia, o assessor da comunidade israelita de Pernambuco Jader Tachlitsky, que também é professor de história judaica, e o historiador Anderson Botelho. Cada qual defende seu ponto de vista e as tradições de sua fé, no que tange à celebração da Páscoa,ou busca através do conhecimento científico pôr em xeque histórias ou "mitos" tomados como dogmas, pelas mais tradicionais religiões monoteístas do mundo.

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Confira o vídeo completo e fique por dentro do Quadrilátero da Páscoa:

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