Tópicos | poder de compra

As famílias da classe C, que ganham entre R$ 5,2 mil e R$ 13 mil mensais, gastam em média um terço, o equivalente a 33,3%, dos rendimentos com alimentação, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (25) pelo Instituto Locomotiva. Entre as famílias da classe B, com rendimento de R$ 13 mil a R$ 26 mil, o percentual da renda comprometida com alimentação cai para 13,2%.

Para as famílias com rendimentos entre R$ 1,3 mil e R$ 5,2mil, classificadas como classes D e E, mais da metade do dinheiro recebido mensalmente (50,7%) é gasto com comida.

##RECOMENDA##

O estudo foi encomendado pela empresa de benefícios VR. De acordo com o estudo, para a classe C, os benefícios como vale-refeição e vale-alimentação representam, em média, entre 3% e 8,5% dos gastos com alimentação. Para as classes D e E, esses benefícios chegam a cobrir 33% dessas despesas.

A classe C, segundo a pesquisa, representa no Brasil aproximadamente 109 milhões de pessoas, a maioria negras (60%). Quase a metade dessas famílias são chefiadas por mulheres (49%) e 52% dessa população não concluiu o ensino médio.

“Chefiados por mulheres porque parte é mãe solteira”, detalha o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles.

Poder de compra

Nos últimos anos, em um processo agravado pela pandemia da covid-19, Meirelles disse que houve perda do poder de compra dessas famílias.

“Há cinco anos, com 40% do valor de um salário mínimo dava para comprar uma cesta básica. Hoje, 59% do valor do salário mínimo dá para comprar uma cesta básica. Ou seja, o poder de compra de alimentos, dos itens básicos, diminuiu”, explicou.

Por isso, de acordo com ele, esses consumidores se tornaram ainda mais atentos aos produtos que consomem. “Uma radicalização do custo-benefício, que passa a ser muito mais exigente nos produtos que ele está comprando, na relação qualidade versus preço do que ele tá comprando”, ressalta.

Nessa camada da população, estratégias, como adotadas por várias marcas, de reduzir o tamanho das embalagens ou a qualidade da composição dos produtos como forma de disfarçar aumento de preços tendem, segundo Meirelles, a ser especialmente mal vistas.

“O custo do erro na classe C é muito maior. Então, se o consumidor da classe C compra um produto que está mais barato, mas não entrega o que promete, ele vai ter que comer aquele produto o mês inteiro, porque a grana que ele tinha para aquele produto era contada”, explica sobre o impacto da redução da qualidade nessas famílias.

“Dentro do que cabe no bolso, ele vai buscar a melhor qualidade, é esse o movimento que veio para ficar, isso não vai mudar”, acrescenta o pesquisador.  Endividamento Segundo a pesquisa, oito em cada dez famílias da classe C têm dívidas em aberto, sendo que um em cada três está inadimplente.

De acordo com Meirelles, muitas vezes as dívidas são contraídas como forma de garantir o consumo de itens básicos. “Quando o salário acaba e o mês não, a classe C que tem cartão de crédito vai no supermercado ou na farmácia e compra com o cartão de crédito para ganhar 20 dias para pagar”, disse.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, durante debate presidencial deste segundo turno, realizado no dia 16 de outubro, que os produtos da cesta básica do supermercado caíram em média 20% em setembro. No entanto, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que realiza pesquisa mensalmente da cesta básica, mostrou que as reduções mais significativas no valor da cesta básica ocorreram nas capitais do Norte e Nordeste, sendo de 3,03% no Recife.

A cesta básica contém quantidades balanceadas de proteínas, calorias, ferro, cálcio e fósforo e é composta por: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão francês, café em pó, banana, açúcar, banha/óleo, queijo e manteiga.

##RECOMENDA##

Em dezembro de 2018, segundo dados do Dieese, no mês anterior à posse do presidente Jair Bolsonaro (PL), um salário mínimo comprava 2,8 cestas básicas. Em janeiro, o valor foi para 2,86 cestas básicas. 

Contudo, no mês de janeiro dos meses seguintes, quando é realizado o reajuste do salário mínimo, ficou clara a perda do poder de compra. Em 2020, o salário mínimo era R$ 1.039,00, e a quantidade de cestas básicas compradas caiu para 2,62. Já em 2021, o salário mínimo reajustou para R$ 1.100,00, e a quantidade de cestas básicas no mês cedeu para 2,32. 

É importante observar que, em janeiro de 2022, com o salário mínimo reajustado para R$ 1.212,00, o poder de compra da cesta básica caiu para 2,23 e, em setembro deste mesmo ano, com o salário mínimo no mesmo valor, o poder de compra da cesta básica despencou para 2,09 num intervalo de nove meses, de acordo com dados apresentados pelo Dieese. 

Vale ressaltar que, entre janeiro de 2019 e setembro de 2022, houve um aumento de 70,3% na cesta básica no Recife, ou seja, ela aumentou R$ 231. Já com relação ao salário mínimo, o aumento neste mesmo período foi de 27%, ou seja, R$ 214. A relação de compra também sofreu um declínio de 11,63% em dezembro de 2018, em comparação a 10,87% em setembro de 2022.

Esta comparação com o reajuste do salário mínimo e o valor da cesta básica não dá pra ser direta, tendo em vista (também) a volatilidade do valor da cesta básica. A comparação serve para mostrar o impacto que a sociedade teve nestes anos.

O salário mínimo é definido na Constituição de 1988 como capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador, da família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que preservem o poder aquisitivo. 

O mestre e professor de economia, Tiago Monteiro, explicou a diferença entre o valor da cesta básica, que tem uma grande volatilidade por conta dos produtos que a compõem, e que o indicador inflacionário que faz a correção do salário mínimo é distinto. 

“Levando em consideração que teríamos o aumento do salário mínimo acumulado em quase 30% e esse aumento de mais de 70% da cesta básica, a gente vê o corroer do poder de compra do salário mínimo não só na cesta básica, mas também em diversos outros tipos de produto. Ao mesmo passo que, no médio prazo, a gente pode ver o salário mínimo sendo percentualmente acima de um aumento da cesta básica”.

Tiago ressaltou, ainda, que o valor da cesta básica vem caindo nos últimos três meses por conta do processo de deflação. “Neste caso, vamos ter todos os índices, que é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), em termos de indicador oficial do País, caindo, e isso vai dar mais poder de compra para a população”. O professor e economista Ecio Costa completou que a perda no poder de compra é momentânea. “E a inflação vem cedendo nos últimos três meses e o indicador vem caindo”. 

Ecio afirmou, ainda, que o valor da cesta básica depende do preço das commodities agrícolas, que tem a precificação feita no mercado internacional. “Então, esse problema de aumento dos preços das commodities é internacional e está afetando todos os Países, inclusive o Brasil. Não teria como ficar de fora. A consequência disso é que os Países lá fora, assim como aqui, os bancos centrais estão elevando as taxas de juros para combater essa inflação e ter um retorno para um nível mais desejado”, explicou. 

A sanção do décimo terceiro salário completou 60 anos nesta quarta-feira (13). Uma das principais conquistas do trabalhador brasileiro, é equivalente a uma gratificação natalina, e é de autoria do deputado Aarão Steinbruch (PTB-RJ), sendo sancionada no dia 13 de julho de 1962 pelo então presidente João Goulart.

No ano da chegada do 13º salário no Brasil, as pessoas o vinham como uma ajuda para organizar sua vida financeira. Além disso, o décimo terceiro também impulsionou a economia, elevando o volume de compras para a indústria e o comércio no final do ano. 

##RECOMENDA##

Porém, levando em consideração o cenário econômico atual, como será que estará a situação do poder de compra em dezembro, quando geralmente os trabalhadores têm acesso ao salário extra? Para responder essa pergunta, o LeiaJá conversou com o professor titular de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Ecio Costa.

“A inflação em dezembro deve encerrar em 7,67%, então essa perda de poder de compra que estamos vendo agora, que está próxima a 12%, deve cair até o final do ano com a diminuição do ritmo da inflação. É provável que no mês de julho já tenha uma deflação por conta da queda nos preços dos combustíveis. Isso ajuda a recuperar o poder de compra da população para o final do ano”, esclareceu.

O professor também acredita que o recebimento do décimo terceiro não vai influenciar no poder de compra.  "O que importa na realidade é a renda das pessoas descontar da inflação. Se a inflação está muito alta, o poder de compra cai. Como a inflação deve ceder até o final do ano, segundo as previsões dessas 200 instituições financeiras que são consultadas pelo banco central, é muito provável que se tenha uma recuperação no poder de compra da população”, explicou.

Se você pesquisou por viagens aéreas recentemente, provavelmente ficou impressionado com os preços disponíveis, especialmente para trechos domésticos. Nem mesmo o esforço para ser flexível com as datas de viagem e aeroportos de destino têm sido suficientes para garantir um bom negócio, ainda que a escolha seja durante a baixa temporada e na categoria promocional.

Com as tarifas aéreas em gráfico crescente, as companhias aéreas não foram tímidas em dizer aos viajantes que os preços só tendem a ficar mais altos, seja inverno ou verão. Esse problema já dava sinais no início da pandemia, com o grande número de cancelamentos e reagendamentos dos voos nacionais. A demanda diminuiu abruptamente em todo o mundo e companhias tiveram demissões em massa para dar conta de deixar as portas abertas.

##RECOMENDA##

Apesar do retorno gradual das atividades e do turismo, a crise ainda é realidade para o setor. Recentemente, as passagens passaram a ter momentos pontuais de queda, mas é necessário bastante procura e rapidez para encontrar um trecho que se assemelhe aos valores anteriores. Um dos principais motivos para a nova alta é a disputa por combustível de preço competitivo em todo o globo.

O último aumento foi anunciado em março, há menos de um mês, e as empresas foram transparentes ao afirmar que o consumidor pagaria parte da conta. No último dia 18, a Latam comunicou que iria suspender temporariamente, a partir de abril, 21 rotas nacionais por conta do aumento dos combustíveis. O anúncio veio quatro dias após a empresa comunicar, em nota, que o impacto nos custos das companhias em decorrência da guerra na Ucrânia é "inegável" e que a alta do preço do querosene da aviação afetará o valor das passagens.

“A elevação do preço do petróleo e seus derivados, dentre eles o querosene de aviação, tem impactado significativamente nos custos do setor aéreo, a elevação dos custos é repassada para o preço das passagens. Outro fator que tem contribuído para a elevação dos preços são as restrições de ocupação das aeronaves na pandemia; se antes da pandemia um Boeing 737 transportava 149 pessoas, uma restrição de 50% da capacidade derrubaria pela metade a receita com a venda de passagens, ou seja, o mesmo trajeto e custo, porém com 50% da receita, as companhias tiveram que aumentar os preços”, aponta Djalma Guimarães, economista e professor entrevistado pela LeiaJá, como fatores iniciais.

O LeiaJá consultou comparadores e os buscadores de passagens aéreas de diferentes companhias, em plataforma on-line, para acompanhar as alterações de preço. Do início da pandemia até agora, o pior ano para comprar passagem aérea foi o de 2021, com destaque ao período de agosto a dezembro, entrando para janeiro de 2022, considerado mês de alta demanda.

Atualmente, os valores seguem em alta, com baixas pontuais para voos mais longos e em dias comerciais. É possível encontrar passagens de Recife para Salvador com um preço promocional de R$ 636 a R$ 721, para uma pessoa, com ida e volta entre maio e setembro deste ano — antes da pandemia, um trecho considerado promocional para o mesmo trecho seria entre R$ 250-400.

Outro trecho aéreo que chama atenção é o de Recife-Rio de Janeiro, com destino ao RIOgaleão - Aeroporto Internacional Tom Jobim (GIG), que fica um pouco mais distante do centro da capital carioca, mas apresenta chegadas mais baratas. Em 2020, antes da pandemia, era possível pagar R$ 1.006,20, tipo ida e volta, para dois passageiros com assento confortável em um plano acima do básico (equivalente ao plano Topázio) da Azul Linhas Aéreas. Abaixo, é possível conferir um bilhete comprado com um mês e quatro dias de antecedência, para a alta temporada na cidade maravilhosa, em pleno Carnaval.

[@#galeria#@]

O mesmo itinerário escolhido atualmente, com o mesmo período de antecedência e também para duas pessoas está custando R$ 4.111,78. Mas há diferenças: o voo é no plano básico da mesma companhia aérea e para um mês de baixa temporada (maio) e de muitas chuvas no Grande Rio. De acordo com os buscadores, os melhores preços para a capital estão no mês de setembro, com passagens de aproximadamente R$ 1.100 para uma pessoa, ida e volta. Em setembro, mês do Rock in Rio, os preços disparam novamente.

“Não se pode cravar um cenário de redução no curto prazo pois vivemos um momento de incertezas na economia mundial. De um lado, o fim das restrições tenderia a estimular uma redução de preços, mas, por outro lado, a Guerra entre Rússia e Ucrânia tende a elevar o preço do barril de petróleo contribuindo para elevação do valor das passagens. Enquanto não tivermos um horizonte mais previsível sobre a situação da guerra, não se pode vislumbrar redução nos preços”, comenta o economista Djalma Guimarães sobre a variação nos preços.

O especialista explica, também, que essa elevação dos preços das passagens aéreas acompanha um comportamento geral da economia. “O encarecimento das passagens tende a reduzir a procura do setor de turismo, de forma que a recuperação das atividades deste setor no pós-pandemia fica ainda mais comprometida. Sem falar no efeito que a inflação tem provocado na renda do trabalhador, com carne e outros alimentos mais caros, sobra menos dinheiro para turismo e lazer para a população das classes de renda mais baixa”, acrescenta.

Os aumentos pegaram desprevenida a classe média do país, que já vinha sofrendo com a inflação desde 2013. Em 2017, houve uma disparada na utilização do serviço, que junto à hotelaria e ao turismo local, conseguiu um rendimento acima da média. A reversão do cenário hoje se dá não só com o preço alto, mas com a insatisfação dos passageiros com as companhias. O serviço perdeu qualidade e o relacionamento com o cliente tem deixado a desejar, principalmente com o ‘BIG 3’ brasileiro: Gol, Latam e Azul.

Os Procons receberam, de janeiro a setembro de 2021, quase 65 mil reclamações relacionadas ao transporte aéreo, 36% a mais do que em igual período de 2020. Os consumidores reclamaram, dentre outras coisas, de dificuldades na remarcação de passagens.

“A classe média brasileira tem vivido um período de redução de seu poder de compra na última década. Desta forma, as viagens a turismo se tornam cada vez menos prioritárias para um grupo que perde poder de compra a partir de uma combinação de inflação alta e queda no rendimento médio. Assim, viajar não se tornou algo indisponível, mas caiu na fila de prioridades da classe média, que precisa pagar por um grupo de serviços que apresentam tendência crescente no seu nível de preços (planos de saúde, escolas, etc.)”, continua o entrevistado.

Dicas para pagar menos

O economista Djalma Guimarães compartilhou com o LeiaJá hábitos de compra que podem ajudar a aliviar o preço da passagem aérea para quem tem procurado o serviço.

1. O uso consciente do cartão de crédito pode auxiliar o consumidor a acumular milhas que podem ser utilizadas para aquisição de passagens aéreas.

2. Comprar com bastante antecedência: esta é talvez uma das dicas mais importantes. Comprar a passagem com meses de antecedência reduz significativamente o valor.

3. Utilizar sites e apps que monitoram promoções no preço de passagens e aproveitar tais possibilidades.

Toda companhia aérea possui um plano próprio de “benefícios” ou “recompensas”, como costumam chamar. Bancos também possuem a própria plataforma de utilização de pontos e podem ser vantajosos. É importante estar sempre a par dos próprios benefícios e entender as vantagens oferecidas por cada plano pago, pois elas têm tempo para expirar e não podem ser recuperadas.

Outra dica é fazer um bom uso dos buscadores on-line. O Google e demais sites de uso cotidiano possuem uma política de cookies e captação de dados intensa, então pode ser mais interessante usar a aba anônima, para não permitir que informações de pesquisas anteriores atrapalhem a busca pelo melhor preço.

O Skyscanner, por exemplo, é uma ferramenta que compara os preços de diversas companhias aéreas para determinado trecho. O Google Flights faz o mesmo tipo de serviço, ainda mostrando no calendário os preços mais interessantes por dia. Ambos são gratuitos.

O Decolar e a 123 Milhas são sites que trabalham exclusivamente com preços promocionais. O Hotel Urbano (Hurb) também oferece suporte na área, tendo foco em pacotes com os preços mais baixos do mercado atualmente, porém, a plataforma é de viagens com datas flexíveis. Ou seja, o comprador escolhe o período no qual quer viajar (ex.: 2023-2024 ou janeiro a abril de 2023) e em até 90 dias antes, o Hurb envia a data escolhida para a viagem. O cancelamento é gratuito.

Em todos os casos, é preciso realizar bastante pesquisa e ter paciência, pois não é o melhor momento para viajar. É indicado fazer a compra somente após ter comparado com todas as opções possíveis, considerando também gastos com assento, bagagem e a distância entre o aeroporto de desembarque e o destino.

--> LeiaJá também: Quais são as vantagens de optar por pacotes de viagens? 

Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o valor atual do salário mínimo tem o menor poder de compra dos últimos dez anos. De acordo com o estudo, o aumento de R$ 1.045 para R$ 1,1 mil no piso salarial do país, que vigora no país desde a última sexta-feira (1º), não será suficiente para alavancar as condições da população na hora da compra do mês.

Segundo o Dieese, o atual mínimo tem potencial para adquirir 1,58 cesta básica, ao custo médio de R$ 696,70. Durante a última década, apenas no ano de 2016 o poderio de compra do piso salarial foi abaixo de duas cestas básicas. De acordo com o levantamento, os 5,26% de elevação no valor do salário com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) não significam que a população tenha vantagem para adquirir mais itens no mercado. Segundo o estudo, enquanto a alta da renda apenas patina, oferecendo só o aumento nominal e não um acréscimo real na renda mensal dos brasileiros, a alta da inflação entre os alimentos, por exemplo, atingiu 20% nos últimos 12 meses.

##RECOMENDA##

Ainda de acordo com o Dieese, o valor ideal do salário mínimo brasileiro seria de cerca de R$ 4,3 mil. Segundo o instituto, quase 50 milhões de brasileiros têm a renda baseada no piso mensal, que é utilizado pela maior parte dos assalariados do país na aquisição de alimentos.

Depois de firmar alianças com o PSB em diversos Estados do país, o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, espera reciprocidade da legenda e um apoio oficial na disputa pelo segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL). Na ótica do petista, a “recomposição” do campo progressista é essencial para a próxima etapa do pleito. A Executiva Nacional do PSB se reúne na tarde desta terça-feira (9) para alinhar o posicionamento.

“Hoje o PSB está reunido, conseguimos eleger governadores importantes do PSB com a ajuda do nosso partido, tem outros concorrendo no segundo turno, sempre fomos favoráveis ao campo progressista democráticos, essa recomposição de campo é importante para nós”, salientou, em entrevista coletiva veiculada também nas redes sociais do candidato. Já com o PSOL no palanque, Haddad disse que, além do PSB, também está em contato com Ciro Gomes (PDT) e sua equipe.

##RECOMENDA##

Quanto ao eventual apoio do PSDB, ventilado por alguns setores da imprensa, o candidato observou ter ouvido “declarações contraditórias” e não saber “qual é a real”. Na manhã de hoje, o Partido Novo, que ficou em quinto lugar na corrida presidencial com João Amoêdo, divulgou uma nota declarando neutralidade na disputa, mas ressaltando ser “totalmente contrário ao PT”.

Promessa de gerar novos empregos e garantir poder de compra

Na entrevista, Fernando Haddad também aproveitou para detalhar sobre o que pretende fazer para melhorar a economia do país. Ele traçou três pilares: retomada do poder de compra, reforma bancária e reforma fiscal. Na avaliação do petista, “a economia vai ser recuperada garantindo o poder de compra dos trabalhadores e não cortando direitos”.

“O corte de direitos vai nos levar a mais recessão. Se garantirmos o poder de compra do salário, reduzindo a carga tributária de quem trabalha, compensando a queda de arrecadação cobrando dos ricos, vamos aumentar o poder de compra e isso vai gerar consumo, aumento da produção e de contratação”, salientou o candidato.

Outro ponto considerado pelo candidato como importante é a “diminuição drásticas dos juros”. “O enquadramento dos bancos a realidade internacional para que o empresário possa pegar emprestado, produzir e ficar com o lucro”, detalhou. “Um terceiro ponto, uma reforma fiscal. Não podemos comprometer o investimento público, as obras paradas vão ser retomadas porque isso gera emprego e aumenta a competitividade da nossa economia. Esse é o tripé da nossa retomada da geração de emprego e desenvolvimento do país”, acrescentou.

Pesquisa realizada neste mês de agosto no Recife mostrou que 60,6% das pessoas ouvidas sentiram que sua capacidade de compra caiu nos últimos anos. A queda desse poderio de compra reflete no bem-estar dessas famílias – 51,9% dos entrevistados disseram que o bem-estar reduziu.

Segundo o levantamento, realizado pelo Instituto de Pesquisas UNINASSAU, os recifenses acreditam que a redução do poder de compra foi causado pela crise econômica. Em números totais, 79,9% dos indagados disseram existir crise econômica no país.

##RECOMENDA##

Desses, 85,9% disseram que a crise afetou negativamente suas vidas. Por conta disso, 79,9% dos que afirmam existir crise econômica tiveram que reduzir seus gastos.

O cenário é perceptível pelo menos desde 2014 para os comerciantes, é o que pontua a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife.  Desde aquele ano, os lojistas sentem uma queda nos lucros entre 20% e 30%. “No Grande Recife, houve a parada das obras de Suape, gerou-se o desemprego, que afasta as pessoas do consumo. Aquele que tem emprego fica com medo de firmar compromisso e não conseguir cumpri-lo à frente”, analisa o presidente da CDL Recife, Eduardo Catão.

Os anos de 2016 e 2017, apesar de não satisfatórios, trouxeram resultados melhores que 2015 e 2014. “Está equilibrando, crescendo um pouco. Mas quando o crescimento é pouco a gente tem que ter muito cuidado. A injeção do FGTS foi muito forte. Maio, junho e julho foi um período bom neste ano. A tendência agora não é mais cair, é manter”, conclui.

A pesquisa ouviu 624 pessoas com idade a partir de 16 anos residentes do Recife. Em torno de 55% dos ouvidos tinham renda de até um salário mínimo. 

O orçamento cada vez mais apertado trouxe novos hábitos para a vida da consultora de beleza Karen Lima Piasentim. Com a renda em queda, ela trocou o antigo hobby de comprar sapatos por uma nova mania: colecionar tabloides de liquidação e traçar estratégias para conseguir comprar ao menor preço possível. A ideia é mapear os trabalhos fora de casa e os supermercados que estão na mesma rota. "Assim, consigo comprar o produto mais barato e não gasto combustível", conta a consumidora, que também virou visitante assídua de sites de desconto.

O malabarismo feito por Karen tem sido rotina para grande parte das famílias que viram os gastos extrapolarem a renda de 2014 pra cá. Em dois anos, o poder de compra da população brasileira - um cálculo que leva em conta a renda do mercado de trabalho, a renda da previdência, o crédito, os juros e a inflação - caiu de R$ 3,49 trilhões para R$ 3,17 trilhões, queda de 9,1% chegando ao menor patamar desde 2011, segundo a Tendências Consultoria Integrada. Na prática, significa dizer que a população está mais pobre, sem condições para aumentar consumo nem fazer poupança.

##RECOMENDA##

Neste ano, segundo o economista João Morais, autor do levantamento, o principal limitador do poder de compra das famílias brasileiras foi o mercado de trabalho. Em dois anos, a taxa de desemprego do País saltou de 5% para 11,6%. Junta-se a isso o aumento dos juros e a escalada dos índices de preços ao consumidor, que corroeram a renda do brasileiro (algo em torno de 24% de 2014 pra cá).

No dia a dia, o efeito desse conjunto de taxas e cifras é a sensação de que o mesmo salário não dá conta das mesmas despesas do passado. "Tivemos dois anos de inflação alta e reajustes salariais abaixo dos índices", lembra Morais.

Para encaixar as despesas ao orçamento, os consumidores cortam quantidades, trocam marcas, eliminam produtos considerados não essenciais e mudam hábitos. Só neste ano, o consumo de combustíveis caiu 4,44%; o de energia elétrica, 1,25%; e a venda de veículos novos recuou 22,8%. "Temos percebido uma mudança no padrão de consumo dos brasileiros, que passaram a racionalizar até na alimentação", afirma Christine Pereira, diretora comercial da Kantar Worldpanel, que consulta 11,3 mil lares no Brasil inteiro.

Segundo ela, esse movimento se reflete em marcas mais populares e no aumento das idas ao supermercado em busca de promoções. "As famílias estão fazendo malabarismo. Mesmo nas promoções, para comprar algum produto ‘premium’, só com uma marca mais popular", diz a executiva. Karen confirma a tese de Christine. "Antes tinha preconceito com algumas marcas. Hoje experimento coisas que não conheço." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

[@#galeria#@]

O presente para o Dia das Mães parece que não vai ser empecilho para muitos filhos. Mesmo com a crise econômica, os consumidores garantem que vão sim investir no agrado. Eles ainda afirmam que o poder de compra não diminuiu e que o gasto deste ano será o mesmo de 2014. Essa animação está refletindo na expectativa dos comerciantes, que apostam em descontos e criam promoções para a data comemorativa.

##RECOMENDA##

Proprietário de uma floricultura que existe há 80 anos, no Centro do Recife, Cláudio Campelo, diz que para ‘girar o estoque’, ou seja, vender mais os produtos, a estratégia foi reduzir de 20% a 30% o valor do produto. “É uma promoção que normalmente utilizamos para intensificar a comercialização. Aqui, o cliente pode encontrar flores a partir de R$ 1,50, inclusive é a que mais vende. Além disso, também oferecemos diversos objetos de decoração”, contou Campelo.

Apostando em um dos presentes mais procurados, o empreendedor Dário do Nascimento já estava com dezenas de rosas vermelhas para revender. Segundo o consumidor, o produto poderá ser comercializado até R$ 2,50. “Vou vender no bairro de Caixa D’água. Lá é certeza de venda! Todo mundo quer presentear e as pessoas procuram, justamente, os produtos mais baratos”, revelou Dário, que ainda confidenciou ter investido em média R$ 750 e espera obter um retorno de 150% de lucro.

Na área de eletrodomésticos, a promessa é de boas vendas também. O gerente de uma loja no Recife relatou que a estimativa é que o setor atinja o aumento. “Os produtos estão com ótimas saídas. No último sábado, 16 estabelecimentos da marca atingiram a meta de aproximadamente R$ 900 mil. Para o Dia das Mães, a tendência é aumentar”, contou. Para chamar atenção do público, ele ainda revelou. “Utilizamos a estratégia da ‘ratoeira’, que é a exposição dos eletrodomésticos na porta da loja e ainda oferecemos descontos de 10%, dependendo do produto”, falou. 

Quem aproveitou a oportunidade foi a dona de casa Maria Betânia Araújo, que vai presentear a irmã e a mãe. “Estou levando um DVD e um ventilador de pé, por enquanto”, enumerou a cliente. Ainda de acordo com a consumidora, a negociação está difícil, mas ela não reduzirá a quantia que vai gastar com os presentes. “Todo mundo vai ganhar presente. Não vou diminuir nenhum valor”, afirmou.

O setor de calçados também não é diferente. Conforme o gerente Messias de Araújo o aumento de vendas já está aparente. “É possível observar o acréscimo de 7% a 10% no aumento das vendas, mesmo com a crise”, exaltou Araújo. O gestor ainda apontou os itens que mais saem. “As sandálias rasteiras são as preferidas e as que mais são comercializadas estão com os valores de R$ 35 a R$ 59, dependendo da marca e modelo”, concluiu.

Mesmo com a grande expectativa, tanto dos comerciantes como dos consumidores, o Instituto Fecomércio de Pernambuco vai de encontro a esse otimismo.

O levantamento foi feito através do Centro de Pesquisa (Cepesq), em convênio com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PE), e a consultoria da CEPLAN. Na pesquisa foi identificada uma queda de 0,9% nas expectativas de vendas para a data comemorativa; o comércio apresenta uma queda de 1,1%; serviços redução de 0,1% e o gasto médio pode ser de R$ 152. 

Segundo o economista do Fecomércio Rafael Ramos, o Dia ds Mães é a segunda data mais importante para o comércio. "Esse é um dos momento de maior número de vendas e quando se fala de uma redução de 0,9%, sem dúvida nenhuma é um índice bastante significativo. Levando em consideração também que no Brasil, durante esse período, movineta-se mais de R$ R$ 5,6 bilhões", explicou.

Ainda em entrevista ao LeiaJá, Ramos reforçou que mesmo os entrevistados afirmando que vão consumir a mesma quantia que 2014, o poder de compra, indiscutivelmente, reduziu. "Realmente o poder de compra está menor, a população pode não ter percebido, mas no primeiro trimestre, o Governo aumentou o combustível, a tarifa de transportes e enrgia, diminuindo dessa forma a renda da família", destacou. 

A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 11 de abril junto a empresas e consumidores do comércio varejista e de serviços de alimentação na Região Metropolitana do Recife sobre o Dia das Mães 2015. A Sondagem foi realizada através de pesquisa direta, com aplicação de 2.430 questionários, sendo 1.535 entrevistas com consumidores e 895 com empresários/gestores, de oito cidades da Região Metropolitana do Recife, como Abreu e Lima, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Recife e São Lourenço da Mata. 

Abertura do comércio

Para o Dia das Mães, de acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) não haverá nenhum horário especial para os consumidores que pensam em deixar as compras para última hora. As lojas ficaram abertas de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h e sábado, das 8h às 16h. Quanto ao domingo caberá ao estabelecimento.

O avanço de 1,7% na renda média habitual do trabalhador no mês de agosto em relação a julho foi possível devido ao arrefecimento da inflação no mês. "Há um ganho no poder de compra da população", avaliou o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo.

Em agosto, a renda média ficou em R$ 1.883,00, enquanto em julho foi de R$ 1.851,01. Ele pondera, no entanto, que o crescimento poderia ter sido ainda maior, se a desaceleração da inflação tivesse sido mais intensa. Em 2013, a média para os primeiros oito meses do ano é de R$ 1.871,50, já ajustada pela inflação. O valor é 1,5% superior ao de 2012, de R$ 1.843,99.

##RECOMENDA##

Já a desaceleração na taxa de desemprego, que ficou em 5,3% em agosto ante 5,6% em julho, é consequência de uma redução na população desocupada. "O que contribui para a retração da taxa de desocupação foi a queda significativa no contingente de desocupados", afirma Azeredo. Na comparação com julho, a queda foi de 83 mil pessoas (-6,0%), apesar de avanço de 0,6% em relação a agosto de 2012. "Foi a menor taxa de desocupação para um mês de agosto, juntamente com agosto de 2012, quando a taxa já havia sido de 5,3%", ressalta Azeredo. "É a primeira inflexão significativa da taxa".

Apesar disso, o aumento da população ocupada, segundo o gerente da pesquisa, não refletiu um impacto tão significativo. Em relação a julho, houve acréscimo de 90 mil pessoas ao mercado de trabalho, avanço de 0,4%. Em relação a agosto de 2012, foram criadas 274 mil vagas (+1,2%). Já a população em idade ativa se manteve estável ante julho e cresceu 0,9% (369 mil) ante agosto de 2012).

"A ocupação cresce em ritmo menor", destaca Azeredo. "Embora a população ocupada tivesse em um ano crescimento acima da população em idade ativa, isso não foi suficiente para gerar impacto significativo. O nível de ocupação ficou estável." Outro destaque, segundo Azeredo, foi o avanço dos trabalhadores com carteira assinada, com alta de 3,1% ante agosto de 2012 e de 0,9% ante julho. Hoje, esse contingente representa 50,4% do mercado, de acordo com a pesquisa.

A Sondagem do Consumidor – Intenção de viagem, pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas a pedido do Ministério do Turismo, mostra que os brasileiros continuam dispostos a viajar pelo país, impulsionando o turismo doméstico nos próximos seis meses. Entre os entrevistados, 30,4% manifestaram intenção de fazer as malas até janeiro de 2014. Em julho de 2012, esse percentual era de 27,9%. As famílias com renda familiar de até R$ 2,1 mil foram os que mais aumentaram a intenção de viagem pelo país (de 86,4% em julho de 2012 para 97,6% em julho de 2013).

Dos mais de dois mil entrevistados de sete cidades brasileiras que declararam a intenção de viajar, 72% apontaram um destino do Brasil e apenas 27,9% do exterior. Entre famílias de renda intermediária, entre R$ 2,1 mil a R$ 4,8 mil, a intenção de viagem recuou dentro da margem de erro (de 81,1% para 78,7% no último ano). O mesmo aconteceu entre as famílias com renda entre 4,8 mil e R$ 9,6  mil (de 70,8% para 68,6% no mesmo período). "O viajante de baixa renda é um público cada vez mais importante para o turismo doméstico brasileiro", diz o ministro do Turismo, Gastão Vieira.

##RECOMENDA##

Também houve uma queda média substancial entre os que pretendem viajar de avião (53,2% em julho de 2012 para 43,7% em 2013) e um aumento considerável entre os que desejam viajar de automóvel (23,2% em 2012 para 33,1% em 2013).

Do Ministério do Turismo

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) revela que a expansão de renda do recifense tem levado o consumidor a incorporar novos hábitos alimentares ao seu dia a dia, seja nos produtos levados para casa, na cesta básica, seja nos consumidos em restaurantes. De acordo com o levantamento, o valor médio que as famílias da capital pernambucana gastam por mês com alimentação é de R$ 395,25.

Dos entrevistados, 20% afirmaram que atualmente consomem alimentos que não faziam parte da cesta básica três anos atrás. Entre eles estão peixes com 8,5 %, leite com 7,6 %, cereal matinal, pão integral, camarão e verdura com 5,9% e carne suína 3,4%.

##RECOMENDA##

Em relação ao salário mínimo pago em 2009 (R$ 465) houve um aumento de R$ 157, o que influenciou no poder de compra da população. “O salário tem crescido em um patamar superior à inflação. Isso garante que as pessoas possam adquirir mais bem e serviços, mudando também os hábitos alimentares,” informa o economista do IPMN, Djalma Guimarães. 

Seja qual for o tipo, supermercado ou hipermercado, o que faz o consumidor escolher aonde faz as compras é o preço baixo, além de outras características como no gráfico abaixo: 

Em relação aos restaurantes, a procura do recifense se dá 78% por lazer, com quase cinco idas ao mês e gasto de R$ 52,59, a cada vez. Um total de 17% dos entrevistados utilizam o estabelecimento para realizar as refeições do dia a dia, à R$ 22,86. Outros motivos somam 5%. Entre os principais problemas apontados estão o atendimento ruim:

Outros fatores que agregam valor ao estabelecimento e são considerados importantes pelo consumidor são o ambiente - música e temperatura - atendimento dos garçons, preço baixo, rapidez no serviço, confiança na procedência dos alimentos, variedade do cardápio, acessibilidade e acesso ao estacionamento, respectivamente. Entre os estabelecimentos mais procurados estão pizzaria com 38,8%, churrascaria com 32,9% e fast foods com 6,3%.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando