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O índice Ceagesp, indicador de variação de preços no atacado de frutas, legumes, verduras, pescado e diversos, registrou queda de 1,91% em junho, em comparação ao mês anterior. Nos últimos três meses, o índice acumula queda de 12,09%, informa em comunicado a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

A regularidade das condições climáticas favoreceu uma maior estabilidade na oferta dos produtos, segundo a companhia. "O destaque do período foi o setor de Verduras que, depois de apresentar alta volatilidade de preço no início do ano, consegue convergir para uma melhor acomodação dos valores, ficando, em grande parte, abaixo da média mensal", informou.

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"Caso as condições climáticas continuem sem maiores intercorrências (climas extremos, como geada e precipitações atípicas), a tendência do índice para o mês de julho é de estabilidade ou redução, salvo se não houver estabilização na volatilidade no preço do setor de Frutas, que pode afetar o índice positivamente", destacou a Ceagesp.

O setor de frutas apresentou uma alta nos preços de 1,39%. De acordo com a Ceagesp, a valorização de preço do mamão havaí e do mamão formosa puxou o setor de Frutas. O clima com temperaturas mais baixas provocou uma diminuição no ritmo de maturação do mamão havaí, reduzindo a oferta no mercado. Diante disso, houve maior procura pelo mamão formosa, elevando também os preços dessa variedade. Já para a melancia, a redução na colheita da produção proveniente do Estado do Goiás provocou uma diminuição em sua oferta (-16,38%).

Dos 38 itens cotados nesta cesta de produtos, 52,63% apresentaram uma variação positiva no preço médio. As principais altas ocorreram com: mamão havaí (+63,43%), mamão formosa (+22,83%), melancia (+10,14%), uva niágara (+7,97%) e maracujá azedo (+7,89%). As principais reduções ocorreram com: uva itália (-11,60%), uva benitaka (-11,30%), banana prata (-10,28%), coco verde (-9,18%) e laranja pera (-9,00%).

O setor de legumes mostrou uma queda nos preços de 5,53%. Conforme a companhia, a procura de grande parte dos produtos do setor de Legumes foi prejudicada pelo feriado prolongado de Corpus Christi, provocando um aumento nos volumes ofertados e ocasionando redução média dos preços. O destaque ficou na queda de preços dos tomates, que chegam ao mercado também com melhora na qualidade (coloração). A baixa procura de fim de mês também contribuiu para a pouca variação nos preços médios.

Dos 33 itens cotados nesta cesta de produtos, 48,49% apresentaram uma variação negativa em seus valores médios. As principais reduções ocorreram nos preços da cenoura (-24,75%), do tomate pizzadoro (-20,12%), da berinjela (-17,68%), da abobrinha italiana (-17,34%) e do tomate carmem (-16,52%). As principais altas ocorreram com: pepino caipira (+43,62%), vagem macarrão curta (+43,18%), chuchu (+26,97%), jiló redondo (+21,92%) e pepino comum (+19,85%).

O setor de Verduras apresentou uma queda nos preços de 13,99%, implicando a maior queda porcentual entre todos os setores componentes do índice. Os agentes de mercado afirmam, no entanto, que essa queda poderia ter sido ainda maior caso não houvesse elevação do custo de produção, o que acarretou redução da área plantada e, consequentemente, na oferta de determinados produtos.

Dos 38 itens cotados nesta cesta de produtos, 81,58% variaram negativamente nos preços médios. As principais reduções ocorreram com: brócolis ninja (-49,26%), salsa (-37,69%), nabo (-32,60%), brócolis ramoso (-32,26%) e acelga (-19,66%). As principais altas ocorreram com: cenoura com folha (+22,02%), do milho verde (+20,17%), beterraba com folha (+13,26%), da cebolinha (+11,36%) e do rabanete (+7,76%).

O setor de diversos apresentou uma queda nos preços de 0,62%, o que pode ser considerado como estabilidade de preços. Os produtos de maior peso (cebola e batata), que haviam sofrido forte valorização no índice anterior, passaram por uma acomodação, arrefecendo a pressão sobre o setor. Em compensação, os produtos de época, tais como canjica, coco seco e amendoim, puxaram as cotações, mas ainda assim o setor fechou o mês em queda.

Dos 11 itens cotados nesta cesta de produtos, 36,36% apresentaram uma variação negativa de preços. As principais reduções ocorreram com: cebola nacional (-18,37%), batata lavada (-2,13%), batata asterix (-1,91%) e ovos vermelhos (-0,33%). As principais altas ocorreram com: canjica (+14,71%), coco seco (+11,37%), amendoim com casca (+8,24%), alho importado argentino (+8,09%) e alho nacional (+4,39%).

O setor de Pescados registrou queda nos preços de 3,15%. Segundo a Ceagesp, alguns itens do setor de tiveram redução na oferta, tais como robalo (-36,29%) e camarão cativeiro (-13,70%), mas mesmo assim apresentaram redução nos preços. Os agentes de mercado esclareceram que estes itens, por terem alto valor, as oscilações na oferta não necessariamente afetam os preços imediatamente. Em compensação, o aumento na oferta da corvina (+18,81%) e da betarra (+11,58%) foi proporcionalmente menor do que a procura, fazendo com que houvesse um aumento de preços.

Dos 28 itens cotados nesta cesta de produtos, 42,86% apresentaram uma variação negativa, com as principais reduções ocorrendo nos preços da pescada (-23,08%), das anchovas (-21,65%), do robalo (-8,82%), do camarão cativeiro (-7,62%) e da abrotéa (-5,62%). As principais altas ocorreram nos preços de: cavalinha (+27,65%), corvina (+20,13%), lula congelada (+17,42%), betarra (+7,50%) e polvo (+5,17%).

Apesar da redução imposta por lei federal sobre as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Produtos (ICMS), o impacto das bases entre 17% e 18% na arrecadação ainda é ínfimo nos postos de gasolina de Pernambuco. Em ronda por postos do Grande Recife nesta quinta-feira (7), a equipe do LeiaJá conversou com motoristas de diferentes perfis e repercutiu a aparição dos descontos nas tabelas, três dias após o Governo de Pernambuco anunciar que cumpriria a medida sancionada por Jair Bolsonaro (PL).

Com exceção de um estabelecimento — onde o preço caiu R$ 0,40 —, em todos os postos de gasolina visitados, a redução foi de R$ 0,10. Os preços variaram entre R$ 6,74 e R$ 6,84 para a gasolina comum e aditivada, e na maioria dos casos, o pequeno desconto entrou em vigor entre a terça-feira (5) e a quarta-feira (6). Nos casos em que o LeiaJá pôde verificar, a incidência do imposto estadual sobre o consumo de combustíveis era de 25,32%.

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A base ainda muito além da proposta pela lei federal acontece pois, no último fim de semana, o governador Paulo Câmara (PSB) informou, através das redes sociais, que a redução inicial imediata, atendendo à nova lei complementar, seria de R$ 0,41. Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) tramita a proposta de uma outra redução, cumulativa, de R$ 0,52, que ainda não foi aprovada. Assim, a redução total por litro da gasolina seria de R$ 0,93.

- - > LeiaJá também: ‘Postos devem exibir preços antes e depois do ICMS’ 

Há quem não acredite que o imposto estadual cumprirá a proposta informada pelo governador. No geral, através dos clientes ouvidos pela reportagem, a sensação segue sendo de insatisfação.

“O valor ideal, hoje em dia, seria de R$ 4,50 a R$ 5, no máximo, considerando o restante do custo de vida, ainda mais para quem depende do carro. Quando a gasolina baixa, as outras coisas aumentam. Eu nem percebi a diferença desses R$ 0,10, vou descobrir nas notas do dia 30 se realmente melhorou algo. Não acho que o governador vai liberar esse desconto no imposto aí, não”, disse o empresário Wellington Andrade, de 40 anos, ao LeiaJá.

O autônomo abastecia uma motocicleta própria, utilizada para sua locomoção e a dos seus funcionários. No posto de gasolina onde Andrade estava, o litro da gasolina era R$ 7,19 até terça-feira (5). O estabelecimento pertence à rede Postos Olinda e fica situado à Avenida Olinda Dom Hélder Câmara, no bairro de Santa Tereza, próximo ao Centro Histórico. Desde a quarta-feira (6), o preço em vigor, por litro do combustível, é R$ 6,79. No cartão de crédito, o valor sobre para R$ 6,99. Já o etanol, à vista, custa R$ 5,69 e R$ 5,89 no crédito.

“Eu tenho uma empresa própria, boto o pessoal na rua para fazer serviço. São cinco carros e uma moto. Teve um tempo que eu tive que reduzir a quantidade de carros na rua, colocar mais gente para trabalhar num carro só e deixar só dois carros rodando, para conseguir diminuir os custos. E só uso gasolina, por uma questão de qualidade e rentabilidade, mas, recentemente, paguei R$ 7,69 no litro de gasolina em um posto aqui no Bairro Novo. Quase R$ 500 semanalmente só com a moto, com os carros, uns R$ 6 mil”, acrescentou Wellington.

O autônomo Ulisses Gomes de Carvalho, cliente regular de posto no Recife. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens

Em um outro posto de gasolina, na região central do Recife, o preço caiu R$ 0,10 nessa quarta-feira (6). O responsável pela loja, em conversa com o LeiaJá, explicou como tem sido as condições de repasse na compra e na venda.

“O movimento está muito fraco esse mês, aí vamos baixando o preço. Se esse ICMS chegar em agosto, a gente vai estar aqui com uma margem [de lucro] de 3%, 4%, como acontece às vezes. Então se baixar R$ 0,90, a gente não reduz os R$ 0,90, porque precisamos recuperar a margem saudável que tínhamos”, explica Fernando Miranda, gerente comercial de um posto Petrobras (BR) na avenida Agamenon Magalhães, próximo ao Shopping Tacaruna.

No local, o preço do litro da gasolina comum não sofre acréscimo nas diferentes formas de pagamento. O valor atual é de R$ 6,79 (custava R$ 6,89 até 6 de julho). A gasolina aditivada também sofreu redução, caindo de R$ 6,99 para R$ 6,89.

“A diminuição, para mim, não foi relevante. Baixou centavos, mas quando sobe, é bastante, em reais. Não vejo muita flexibilização em postos. Antes da redução, eu estava pagando uns R$ 5,79 [no etanol]. Depois que decretaram a redução foi que começou a cair, mas agora. Quase não boto gasolina por causa do preço, não tem quem aguente. Misturo só pra dar partida”, compartilhou o autônomo Ulisses Gomes de Carvalho (foto), de 47 anos, cliente regular do estabelecimento.

Em outros postos BR nas imediações, entre Recife e Olinda (altura da avenida  Presidente Getúlio Vargas), o preço chegou a R$ 6,84. Alguns ofereciam a opção de pagamento sem juros, no crédito, em até três parcelas, e com juros, acima disso. As taxas de parcelamento também foram motivo de queixa dos clientes.

“Se todo mundo parasse de andar de carro e fosse andar de ônibus, com a demanda caindo, eles diminuiriam. Eu fiz isso quando houve a greve dos caminhoneiros, deixei meu carro na reserva em casa e parei de usar. A população precisa dar a resposta, não se acomodar. Na época da greve, teve fila em posto que estava cobrando R$ 10 pelo litro de gasolina. E ainda tem isso da bomba que aceita cartão e cobra taxa. De R$ 6 e pouco, o valor sobe para a casa dos R$ 7. Não existe isso”, concluiu Ulisses.

Em um posto da rede Shell, na avenida Doutor José Augusto Moreira, no bairro de Casa Caiada, em Olinda, o litro da gasolina comum custava R$ 6,89, nesta quinta-feira (7). Até o fim do mês de junho, o preço do litro era R$ 7,48 (o mais alto do semestre). Da terça-feira (5) em diante, o preço caiu de R$ 6,99 para o valor atual.

O mesmo desconto (R$ 0,10) foi aplicado ao etanol comum e à gasolina aditivada, que estão custando R$ 5,89 e R$ 7,19, respectivamente. No cartão de frota, o preço sobe: R$ 6,19 para o etanol e R$ 7,19 para a gasolina comum.

“Consumo uns R$ 100 ou mais de gasolina por semana. É muito alto. Uso para locomoção mesmo, para trabalho, todo dia. Mesmo com a redução, está muito caro ainda. Isso tem impactado nas minhas contas, mas não precisei deixar de usar o carro. Mesmo com o preço, a gasolina é mais rentável, porque o álcool, por exemplo, também está caro. Se o imposto estadual também reduzir, ainda vai ser muito alto. Eu já paguei gasolina na casa dos R$ 2. O valor ideal precisaria ser, pelo menos, na casa dos R$ 4, mas toda redução que chegar ajuda, só não é ideal”, compartilhou a médica Natielly Saraiva, de 33 anos, cliente regular da rede.

Outras redes

Rede Costa do Dendê - avenida Cruz Cabugá (Recife)

Gasolina comum: R$ 6,74 (à vista) e R$ 7,29 (a prazo)

Gasolina aditivada: R$ 6,74 (à vista) e R$ 7,29 (a prazo)

Diesel: R$ 7,29 (à vista e a prazo)

Etanol: R$ 5,77 (à vista) e R$ 6,09 (a prazo)

Posto Alvorada - avenida Norte (Recife)

Gasolina comum: R$ 6,79 (à vista) e R$ 6,99 (a prazo)

Etanol: R$ 5,69 (à vista e a prazo)

Diesel: R$ 7,27 (à vista) e R$ 7,79 (a prazo)

Dislub - avenida Agamenon Magalhães (Recife)

Gasolina comum: R$ 6,79 (à vista e a prazo)

Etanol comum: R$ 5,79 (à vista e a prazo)

GNV: R$ 4,08 (à vista e a prazo)

Diesel: R$ 7,29 (à vista e a prazo)

Passageiros prejudicados pela greve reclamaram que, a exemplo do que ocorreu há 15 dias, as tarifas dos aplicativos de transporte dobraram e até triplicaram de preço. A saída foi dividir as corridas do serviço privado. No Terminal Bandeira, no centro, foi o que fizeram as amigas Natália Pereira, de 24 anos, e Carla Santos, de 26, que decidiram compartilhar o transporte até Santo Amaro, na zona sul. O valor ficou em R$ 49. Normalmente, elas usariam o ônibus.

A assistente administrativa Maria de Fátima Santos, de 32 anos, queria sair do bairro Limoeiro e chegar à região do Aricanduva, ambos na zona leste. Depois de fazer simulações pelos aplicativos de transporte, quase desistiu. O percurso que normalmente custa R$ 20 sairia pelo dobro do valor. Sem opções, decidiu pagar. "É uma consulta médica que não posso perder", justificou.

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Na zona sul, a atendente de telemarketing Simone Pereira Lopes, de 19 anos, decidiu chamar um carro de aplicativo do terminal Santo Amaro. Pagou R$ 30 em uma corrida que sairia normalmente por R$ 18 até a Chácara Santo Antônio.

Na zona norte, o vendedor Wellington Henrique queria sair do Imirim até as proximidades da Marginal Tietê. Na cotação, ele se assustou. "Deu 50 quando o normal seria 20." O pico dos preços ocorreu entre 7 e 9 horas. Procuradas, as empresas afirmam que o valor é dinâmico e varia de acordo com a demanda.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O preço do litro do diesel passou pela primeira vez o da gasolina, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), refletindo a alta dos preços internacionais dos combustíveis. É a primeira vez que isso acontece desde o início da pesquisa, em 2004. O último aumento anunciado pela Petrobras foi no dia 18 - correção de 14,2%, para o diesel, e de 5,2% para a gasolina nas refinarias.

Segundo o levantamento da ANP, o preço médio do diesel atingiu, na semana de 19 a 25 deste mês, o preço de R$ 7,568 por litro, enquanto o preço médio da gasolina ficou em R$ 7,390/litro. O valor mais alto para o diesel foi encontrado no Acre (R$ 8,850/litro), enquanto o mais baixo foi cobrado no Rio de Janeiro (a R$ 6,290/litro). A alta em relação à semana anterior foi de 9,6%, no caso do diesel, e de 2,2% na gasolina.

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O diesel tem sido mais disputado no mercado global, e a previsão é de que, a partir do segundo semestre, os preços fiquem ainda mais altos, como reflexo das sanções impostas à Rússia depois da invasão da Ucrânia. Países da Europa devem passar a usar mais o diesel em substituição ao gás russo.

Também a partir de julho começa a temporada de férias de verão no Hemisfério Norte, com alta da demanda também para a gasolina, além da previsão de furacões na costa dos Estados Unidos – fenômeno que costuma interromper a produção do Golfo do México.

No mercado interno, porém, o governo tenta segurar novos reajustes de preços, trocando mais uma vez o comando da Petrobras. Na sexta-feira, o Comitê de Elegibilidade da estatal aprovou o nome de Caio Paes de Andrade, atual secretário especial de Desburocratização do Ministério da Economia, para a presidência da empresa. Essa troca deve ser homologada amanhã pelo conselho de administração da estatal.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira, 8, que, se o presidente Jair Bolsonaro (PL) tivesse "coragem", deveria usar a "mesma caneta" que implementou a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras para reverter a medida, em uma crítica à alta dos combustíveis no País. A formulação de preços foi implementada no governo Michel Temer (MDB), após a petrolífera amargar prejuízos e perdas de valor na Bolsa em razão de intervenções no governo Dilma Rousseff (PT) e dos escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato.

"O aumento da gasolina (alinhado) ao preço internacional não foi feito com uma votação no Congresso. Foi uma canetada do (ex-presidente da Petrobras) Pedro Parente. Portanto, se para aumentar o preço do combustível e transformar em preço internacional foi numa canetada, para você tirar também pode ser numa canetada. O presidente, se tivesse coragem, se não fosse um fanfarrão, um embusteiro, já teria feito isso", disse Lula, em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais.

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A inflação, sob forte impacto da alta dos preços dos combustíveis, é uma das principais preocupações do eleitor neste ano. Pré-candidatos ao Planalto, tanto Bolsonaro quanto Lula têm adotado um discurso crítico contra a política de preços da Petrobras. Na segunda-feira, 6, Bolsonaro anunciou uma proposta que prevê, em linhas gerais, zerar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o diesel e o gás de cozinha; reduzir o ICMS e zerar os impostos federais sobre gasolina e o etanol; e compensar os Estados e o Distrito Federal.

Na avaliação de Lula, ao propor essas medidas, Bolsonaro busca culpar os governadores pela alta nos preços dos combustíveis, além de prejudicar o orçamento dos municípios e os investimentos em saúde e educação. "Toda essa briga em torno do ICMS não vai resultar na bomba nem no botijão de gás", disse o petista.

O petista defendeu ainda a construção de refinarias para tornar o País autossuficiente em combustíveis. "O Brasil hoje está refinando apenas 80% do combustível que nós precisamos. É preciso que a gente faça mais refinarias para que o Brasil seja efetivamente autossuficiente, para que a gente não precise pagar gasolina a preço internacional", afirmou.

A fala de Lula vai na linha do que foi defendido nesta terça-feira, 7, por Bolsonaro. Em entrevista ao SBT, o presidente declarou que o governo federal pretende começar a construir refinarias no Brasil. "Não precisaríamos importar de ninguém e nem estaríamos preocupados se lá fora ia faltar ou não, porque nós temos petróleo aqui em abundância", disse.

'Autorreflexão'

À Radio Itatiaia, o ex-presidente disse, ainda, que o PT precisa de uma "autorreflexão". A resposta foi dada após os entrevistadores questionarem o petista a respeito da perda de espaço da sigla na política mineira. Lula afirmou que o PT "era um partido muito forte", e que os seus integrantes precisam entender o porquê de a sigla ter deixado de ser competitiva.

O petista afirmou que "não foi o povo que ficou ruim, que deixou de gostar do PT", mas que provavelmente a sigla gerou expectativas que não conseguiu cumprir. O pré-candidato ainda falou em pedido de desculpas: "Se algum prefeito cometeu erros na sua relação com o povo, nós temos de pedir desculpas ao povo por ter errado, e temos de tentar corrigir aquilo que não fizemos de correto", disse. "Precisamos ter capacidade de fazer uma autorreflexão e corrigir nossos erros."

O ex-presidente acrescentou ainda que o PT "não pode ficar colocando a culpa nos outros" e que é necessário sentar com prefeitos, ex-prefeitos, dirigentes e avaliar os motivos que levaram à perda de confiança do eleitorado. "O defeito deve ser nosso, não deve ser do povo. Então, se a gente tiver a humildade de fazer uma reflexão, e saber por que nos perdemos", disse.

Os preços médios do etanol hidratado caíram em 19 Estados nesta semana, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Em sete Estados e no Distrito Federal, o biocombustível se valorizou. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o País, o preço médio do etanol recuou 1,99% na semana em relação à anterior, de R$ 5,186 para R$ 5,083 o litro.

Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média caiu 2,72%, ficando em R$ 4,765 o litro. Goiás foi a unidade da federação com maior recuo porcentual de preços na semana, de 2,96%, para R$ 4,951 o litro.

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O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 4,07 o litro, em São Paulo, e o menor preço médio estadual, de R$ 4,765, foi registrado também em São Paulo. O maior preço médio estadual, de R$ 6,524, foi observado no Rio Grande do Sul.

Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no País caiu 8,23%. O Estado com maior baixa no período foi São Paulo, com 10,90% de desvalorização mensal do etanol.

Após reunir-se com membros do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda (Comsefaz), o relator Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) afirmou que o projeto que busca segurar o aumento dos preços dos combustíveis será votado na semana que vem. 

O PLP 18/2022 prevê um teto de 17% para o ICMS dos combustíveis e da energia elétrica, alíquota inferior à praticada atualmente por parte dos estados. Já aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto de lei complementar é criticado por governadores, que estimam perdas de arrecadação de até R$ 83 bilhões. 

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O relator disse ser possível votar a proposta no Senado na terça ou quarta-feira da próxima semana, ficando a votação final na Câmara para a semana seguinte. Ele vai apresentar as propostas dos secretários de Fazenda para a equipe econômica do governo ainda hoje. Um dos pontos chave é como os estados serão recompensados pelas futuras perdas de arrecadação. 

Também participaram da reunião os senadores Jean Paul Prates (PT-RN) e Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Participaram secretários de Fazenda dos estados do Ceará, Espírito Santo, São Paulo, Pará e Pernambuco. 

De acordo com Prates, ainda estão pendentes vários pontos que precisam ser negociados com o governo. Ele disse que o grupo de senadores quer “uma solução que realmente funcione” e consiga frear a escalada de preços. 

Fonte: Agência Senado

O presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu que há risco de desabastecimento de diesel, o que pode obrigar o racionamento do combustível no País. Segundo mostrou o Estadão/Broadcast, a Petrobras enviou ofício ao Ministério de Minas e Energia (MME) no início da semana passada com alerta sobre a possibilidade de faltar diesel no Brasil.

"Não (temos risco de desabastecimento) ainda. Nós precisamos de refino. Se o mundo subir muito o preço dos combustíveis, não destilar lá fora, não refinar, pode faltar, não só para nós, para o mundo todo. Temos que importar gasolina e diesel porque não temos capacidade de refino", afirmou o presidente durante entrevista ao programa Alerta Nacional, da RedeTV!, gravada no último sábado, 28, em Manaus, e exibida nesta segunda-feira, 30.

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Ele ainda falou na necessidade de uma campanha para economizar diesel, caso a situação do abastecimento se agrave. Bolsonaro afirmou que o País tem estoque suficiente para garantir 40 dias do combustível, sem importação.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar o que chama de lucros excessivos da Petrobras. Ele acusou a estatal de não ter responsabilidade com o momento do País e cobrou o aumento no intervalo dos reajustes de preços dos combustíveis.

"Petrobras tem seus problemas, mas não tenho como mandar lá. Temos que respeitar o livre mercado, mas a Petrobras abusa. A Petrobras não precisa desse lucro excessivo e, no momento, não tem qualquer responsabilidade, quer mais é arrancar dinheiro do povo", reclamou durante entrevista ao programa Alerta Nacional, da RedeTV!, gravada no último sábado, 28, em Manaus, e exibida nesta segunda-feira, 30.

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O presidente ainda culpou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela dificuldade em alterar a política de preços da petroleira. "No governo Lula, ele vendeu papel da Petrobras para os minoritários e, hoje em dia, eles mandam na Petrobras. Eles decidem o preço do barril hoje em dia, não a Petrobras", acusou.

Os governadores também foram alvo de críticas do presidente, que falou em "ganância" ao cobrar novamente a redução na cobrança do ICMS dos combustíveis. "Alguns governadores mais que dobraram a cobrança de ICMS sobre o litro de gasolina. Por que eles não zeram o imposto do gás de cozinha? O imposto federal do diesel eu zerei, era na casa de R$ 0,32 por litro", afirmou.

A demissão de José Mauro Coelho do comando da Petrobras é a primeira de uma série de mudanças que o governo vai fazer na petroleira. Além de demitir Coelho, o ministro de Minas Energia, Adolfo Sachsida, vai fazer mudanças no conselho de administração da estatal.

O conselho foi montado pelo ex-ministro Bento Albuquerque, almirante de esquadra que foi demitido por Bolsonaro logo após o anúncio do reajuste do óleo diesel. A saída de Coelho abre caminho também para mudanças na diretoria da empresa. A Petrobras estava perto de anunciar novo reajuste de gasolina e Bolsonaro quer evitar novos aumentos neste momento de alta volatilidade do preço internacional.

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A lógica é a seguinte: governo não pode mandar diretamente na decisão da empresa sobre os preços, mas pode mudar o conselho e o presidente, que mudam a diretoria. O passo seguinte é a mudança na política de preços, como quer Bolsonaro. Ele quer que os reajustes sejam mais esparsos e que haja uma trégua nos preços enquanto o mercado de petróleo estiver vivendo alta volatilidade por conta da crise de energia provocada pela guerra da Rússia com a Ucrânia.

Segundo apurou o Estadão, a demissão do terceiro presidente da Petrobras já era dada como certa no círculo mais fechado de auxiliares do presidente Bolsonaro desde sábado, embora investidores vissem o movimento como "loucura" pelo pouco tempo de Coelho à frente da petroleira.

O anúncio ocorreu depois do mercado fechado, eram quase 22h desta segunda-feira, 23. Fontes da indústria de óleo e gás, que não apostavam na saída de Coelho em tão pouco tempo, avaliam que a troca é turbulência desnecessária mais uma vez, causada pelo governo.

A avaliação é de que, se o governo realmente quiser trocar os rumos da empresa, terá que nomear novos conselheiros de administração, dispostos a seguir as suas ordens e não a votar de acordo com "os melhores interesses da empresa".

Sachsida ainda quer avançar nas privatizações da Petrobras e também da PPSA, a estatal responsável pela parte da União no pré-sal.

A disputa entre o governo federal e os Estados sobre a cobrança do ICMS dos combustíveis subiu mais um degrau. O presidente Jair Bolsonaro e o advogado-geral da União, Bruno Bianco, apresentaram petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar fazer valer a proposta apresentada nesta semana ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) pelo Ministério da Economia: alterar a regulamentação do ICMS único do diesel.

Pela sugestão levada ao Confaz na quinta-feira, o governo quer que seja aplicada a norma de transição prevista na lei que mudou as regras de cobrança do tributo sobre o combustível, sancionada em março. Ela determina que os Estados usem a média móvel dos preços médios ao consumidor nos 60 meses anteriores à fixação da incidência. Ao STF, a AGU diz ser necessário efetivar essa norma.

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Em resposta, o Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda (Comsefaz) enviou ainda na sexta-feira ofício pedindo que o ministro Paulo Guedes encaminhe à Corte "imediatamente" uma solicitação para o tribunal não deliberar sobre o novo pedido de Bolsonaro sem a oitiva formal do Confaz.

Na petição ao Supremo, a AGU afirmou que o Confaz não avançou em formulação nova, mesmo após a decisão de Mendonça - por isso, manteve o "estado de inércia" quanto ao que foi estabelecido pela lei complementar que alterou as regras.

Na manifestação, a AGU e Bolsonaro alegam que o Confaz resiste em observar os comandos definidos pelo Congresso, como é o caso da norma de transição, e dizem que o descumprimento das normas passa ainda por uma "contumaz omissão na efetivação da transparência acerca da tributação dos combustíveis".

Os preços médios do etanol hidratado caíram em 16 Estados e no Distrito Federal nesta semana, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. O preço subiu em outros dez Estados. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o País, o preço médio do etanol recuou 2,17% na semana em relação à anterior, de R$ 5,441 para R$ 5,323 o litro.

Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média caiu 2,75% na semana, ficando a R$ 5,049 o litro. O Distrito Federal foi a unidade da federação com maior recuo na semana, de 3,17%, a R$ 6,146/litro.

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O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 4,29 o litro, em São Paulo, e o menor preço médio estadual, de R$ 4,883, foi registrado em Mato Grosso. O preço máximo, de R$ 7,890 o litro, foi verificado em um posto do Rio Grande do Sul. O maior preço médio estadual, de R$ 6,623, foi observado também no Rio Grande do Sul.

Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no País subiu 6,16%. O Estado com maior alta no período foi Alagoas, com 10,35% de valorização mensal do etanol, para R$ 5,746.

Competitividade

O etanol recuperou a competitividade de preços frente à gasolina nos Estados de Goiás e Mato Grosso após algumas semanas em que o combustível fóssil era mais vantajoso em todas as Unidades da Federação, mostra levantamento da ANP compilado pelo AE-Taxas. Os critérios consideram que o etanol de cana ou de milho, por ter menor poder calorífico, tenha um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso. Em Goiás, a paridade ficou em 68,46% e em Mato Grosso, em 69,14%.

Na média dos postos pesquisados no País, o etanol está com paridade de 72,94% ante a gasolina, portanto menos favorável do que o derivado do petróleo, embora a diferença tenha caído frente à semana anterior. Em São Paulo, a paridade continua se aproximando dos 70%, mas ainda está acima desse patamar, em 72,73%.

Executivos do setor afirmam que o etanol pode ser competitivo com paridade maior do que 70% a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado.

O diesel teve aumento de 3,3% nos postos de abastecimento na semana de 8 a 14 de maio, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgados nesta sexta-feira, 13. O preço médio no País ficou em R$ 6,85 o litro, sendo o valor mais alto de R$ 8,30 e o mais baixo de R$ 5,49.

O aumento reflete a alta de 8,9% no diesel anunciada pela Petrobras no início da semana, que mais uma vez provocou a reação do presidente Jair Bolsonaro contra a política de paridade de importação (PPI) da estatal. Por esta política, os preços nas refinarias da empresa acompanham a alta do petróleo no mercado internacional, acrescidos dos custos referentes à importação e à variação do câmbio.

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A alta do combustível desagradou também os caminhoneiros, que voltaram a discutir uma paralisação nacional por causa de mais um reajuste no preço do diesel pela Petrobras, além da decisão do governo Bolsonaro de privatizar a companhia.

Nem a gasolina nem o Gás Natural Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, tiveram os preços alterados. A gasolina ficou com os preços praticamente estáveis na semana, com preço médio de R$ 7,29 o litro e o GLP caiu 0,15%, para um preço médio de R$ 112,93 o botijão de 13 quilos.

Os caminhoneiros voltaram a discutir uma paralisação nacional por causa de mais um reajuste no preço do diesel anunciado pela Petrobras, além da decisão do governo Bolsonaro de agora afirmar que pretende privatizar a companhia.

Vídeos de caminhoneiros viralizam na rede social TikTok. Neles, os trabalhadores aparecem em postos, abastecendo seus tanques. Em um desses vídeos, o caminhoneiro registra que o valor total na bomba ultrapassa R$ 5.500, para armazenar pouco mais de 600 litros do combustível. O litro, na região de Barreiras, na Bahia, é vendido por R$ 8,24.

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"Não tem condições, vou ter que fazer outro abastecimento ainda, para chegar a Mato Grosso. O frete foi R$ 11 mil. Não tem condições, os caminhões vão parar. É pane seca nas rodovias", diz o caminhoneiro.

Em países como Canadá e Estados Unidos, o TikTok se transformou na principal ferramenta de mobilização dos caminhoneiros, que organizaram paralisações em diversas cidades.

Na segunda-feira, a Petrobras anunciou um aumento de 8,87% no preço do diesel em suas refinarias. O preço do combustível nos postos já acumula alta de 96% no governo Bolsonaro, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, pretende reunir representantes da classe no próximo domingo, para discutir uma paralisação nacional da categoria. "A situação passou de todos os limites e o diesel ainda está com o preço 10% defasado com base no preço internacional, ou seja, tem mais aumento nas bombas em breve", afirmou a associação, em carta. "O cenário é de pré-caos."

A associação também diz ser contra a privatização da Petrobras. "O Brasil precisa de uma estratégia de curto prazo para frear essa voracidade da Petrobras em saquear o bolso dos brasileiros, e não vender a PPSA e a Petrobras", afirma a Abrava.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O novo aumento no preço do diesel nas refinarias, anunciado nesta segunda-feira (9) pela Petrobras, ajuda a encarecer os preços dos alimentos, afirmou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, em nota.

"O novo aumento do diesel anunciado nesta segunda-feira (9/5) é mais uma medida com impactos cruéis sobre a inflação e que contribui ainda mais para a explosão dos preços da comida dos brasileiros", declarou Bacelar, na nota da entidade.

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A Petrobras elevará o preço do óleo diesel nas refinarias nesta terça-feira (10) em cerca de 8,87%. O preço médio de venda de diesel para as distribuidoras passará de R$ 4,51 centavos para R$ 4,91 por litro, R$ 0,40 centavos a mais. Os preços de gasolina e do GLP (gás liquefeito de petróleo) permanecerão, por ora, inalterados. A companhia justificou o aumento ressaltando que o megarreajuste feito em 11 de março "refletia apenas parte da elevação observada nos preços de mercado" e que, no momento, há uma redução mundial na oferta de diesel, o que pressiona os preços globalmente.

A FUP calcula que, na gestão de Jair Bolsonaro na Presidência da República, ou seja, de janeiro de 2019 a 9 de maio de 2022, houve um aumento de 155,8% no preço da gasolina nas refinarias, enquanto o óleo diesel subiu 165,6%, e o GLP encareceu em 119,1%, "levando o preço médio do botijão de gás de 13 quilos para acima de R$ 120,00".

"A estratégia da Petrobrás, sob a vigência do PPI (política de Paridade de Preço Internacional), está ancorada na geração de caixa com objetivo de ampliar a distribuição de dividendo", criticou Bacelar.

Quem for comprar um buquê de flores para o Dia das Mães até o domingo pode levar dois sustos: com o preço do arranjo ou com as portas da floricultura fechadas - bem na data mais importante para esse ramo do comércio. O motivo: o preço das flores de corte, as que são usadas para fazer ramalhetes. Os floristas relatam que alguns tipos chegaram a subir de 200% a 400% desde fevereiro.

Nas redes sociais, os donos de floriculturas e decoradores de evento - que dependem das flores para trabalhar - têm compartilhado a hashtag "Não ao preço abusivo das flores". Um deles, o engenheiro Paulo Sabiá, dono do e-commerce Sabiá Flores e Jardim, chegou a fazer uma publicação com os porcentuais de reajuste. "As rosas subiram 200%, os lírios, 150%, e as rosas vermelhas, 300%", diz ele.

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O aumento fez Fernando Gimenez, proprietário da floricultura Acorda, Margarida, nos Jardins, em São Paulo, avisar nas redes que não vai abrir a loja esta semana. "Não vamos participar do Dia das Mães. Só vamos atender os clientes de assinaturas de buquê. Não me sinto confortável em repassar esse aumento abusivo e cobrar R$ 300 num buquê", diz. Ele conta que até o início do ano pagava R$ 15 no maço de hortênsias e que agora está R$ 55.

ALTERNATIVA

O aumento ocorre apenas nas floriculturas e somente com as hastes. As plantas de vaso e as vendidas em supermercado não ficaram tão mais caras. Isso ocorre porque os supermercados fazem contratos anuais com os produtores e recebem as flores que o fornecedor tem para entregar, independentemente de cor ou tipo. As floriculturas, ao contrário, compram as flores já colhidas com pouca antecedência.

"Nós, que trabalhamos com eventos, nosso cliente pede uma decoração com a flor X, na cor Y. Não tem como fazer contrato de compra antecipado", diz a decoradora de eventos Tais Puntel, de São Paulo.

A subida dos preços tem relação com a flexibilização da pandemia, que fez subir o número de eventos desde o fim do ano passado. Mas, depois da última onda de contaminação da variante Ômicron, em fevereiro, houve uma avalanche de festas.

Para se ter uma ideia, normalmente, no Brasil, é realizado 1,1 milhão de casamentos todo ano. Mas em 2022, a previsão é de 1,6 milhão, segundo a Associação Brasileira de Eventos, a Abrafesta. "É uma explosão de demanda", diz Ricardo Dias, presidente da entidade.

ESCASSEZ

"Além de caríssimas, as flores estão em falta", diz Edilayne Ferraz, florista e decoradora de eventos de Campinas (SP). "Eu pagava R$ 5 o maço da Aster, aquela florzinha que o povo chama de mosquitinho. Agora está R$ 25, e não se encontra para comprar."

A raiz do problema está na pandemia, que fez muitos produtores ficarem com a produção encalhada. Assim, boa parte reduziu o plantio ou mudou de cultura. "Foram plantar legumes, por exemplo", diz Renato Opitz, diretor de comunicação do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), que representa os produtores.

A Cooperativa Veiling, em Holambra (SP), é a maior fornecedora do Brasil, com 350 produtores. Lá, o preço é determinado em leilão, por um relógio eletrônico chamado de "Klok". Mas, ao contrário de um leilão normal, o preço inicial é o lance máximo. Os compradores só apertam o botão de "comprar" quando o valor chega a um número interessante para eles.

Com a polêmica nas redes sociais, a cooperativa reagiu publicamente em seu perfil, explicando que o preço é ditado pela demanda. Consultada, a cooperativa não respondeu à reportagem.

"O problema é que, quando os produtores estavam na pior, jogando flor fora, nós fomos solidários. Eu mesma dei oito cursos online de arranjos florais para incentivar as pessoas a comprar flor e auxiliar esses produtores", diz Taís. "Agora que a situação se inverteu, eles dizem que o problema é da demanda, que não podem fazer nada."

Para ela e também outros floristas é inviável repassar o aumento para o consumidor. O que Taís está fazendo é intercalar, em seus arranjos, flores naturais com artificiais para baratear o preço.

Outra saída é usar mais folhagens, misturar flores secas ou tentar buscar espécies que tiveram menores reajustes. "Tentei fazer isso"', diz Gimenez. Mas os clientes gostam de dar rosas vermelhas no Dia das Mães e pedem isso. Quando você passa o preço, eles não entendem. Então, para não entrar em conflito, resolvi fechar esta semana."

Os preços médios do etanol hidratado subiram em 21 Estados e no Distrito Federal nesta semana, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. O preço caiu em outros 4 Estados, e permaneceu estável no Amapá. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o País, o preço médio do etanol subiu 4,87% na semana em relação à anterior, de R$ 5,241 para R$ 5,496 o litro.

Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média do etanol hidratado ficou em R$ 5,317 o litro, alta de 5,589% ante a semana anterior.

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O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 4,479 o litro, em São Paulo, e o menor preço médio estadual, de R$ 5,138, foi registrado em Mato Grosso. O preço máximo, de R$ 7,699 o litro, foi verificado em um posto do Rio Grande do Sul. Já o maior preço médio estadual, de R$ 6,595, foi observado no Rio Grande do Sul.

Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no País subiu 11,30%. O Estado com maior alta no período foi São Paulo, com 13,27% de valorização mensal do etanol, para R$ 5,317. Na apuração semanal, a maior alta porcentual de preço, de 5,93%, foi observada na Bahia.

Uma nova pesquisa de preços do Procon Pernambuco, realizada nos municípios de Olinda, Recife e Camaragibe, mostra que a precificação dos medicamentos genéricos em farmácias nas três cidades chega a 732,92%. O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (22), é referente a uma pesquisa feita entre os dias 12 e 20 de abril, acerca de 26 tipos de medicamentos. Ao todo, 15 farmácias de 14 redes diferentes foram visitadas.

A categoria dos anti-histamínicos (inibidores da histamina), remédios que bloqueiam a substância que atua em processos alérgicos, apresentou a maior variação. De acordo com o Procon, a caixa com 12 comprimidos está custando de R$ 2,40 a R$ 19,99 em farmácias diferentes. Em seguida, surge o analgésico à base de ácido acetilsalicílico, com variação de 618% na cartela com 10 comprimidos. Os valores encontrados foram de R$ 0,50 a R$ 3,59. 

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Para os antiinflamatórios, a diferença é de 532,06%; enquanto a variação para medicamentos cujo objetivo é reduzir os níveis de colesterol, 348,12%. O menor preço encontrado foi R$ 19,99, e o maior, R$ 89,58, na caixa com 30 comprimidos. A pesquisa também identificou o medicamento com menor variação de preço, que é o utilizado para reposição hormonal, com 81,93%. 

Segundo a gerente geral do Procon-PE, Ana Carolina Guerra, “esse tipo de pesquisa é importante para auxiliar o consumidor, uma vez que o aumento nos medicamentos gera um impacto nas despesas mensais do cidadão e, principalmente, para o público que faz uso contínuo de algumas dessas medicações". 

Alguns medicamentos de uso contínuo são disponibilizados gratuitamente pelo Programa do Governo Federal, “Farmácia Popular”, em redes de farmácias credenciadas pelo Ministério da Saúde. A pesquisa de preços dos medicamentos genéricos está disponível no site do Procon/PE, www.procon.pe.gov.br.

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- - > ‘App ajuda consumidor a saber preço máximo de medicamentos’ 

 

Os preços médios do etanol hidratado subiram em 21 Estados e no Distrito Federal nesta semana, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. O preço caiu em outros 4 Estados, e permaneceu estável no Amapá. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o País, o preço médio do etanol subiu 4,53% na semana em relação à anterior, de R$ 5,014 para R$ 5,241 o litro.

Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média do etanol hidratado ficou em R$ 5,036 o litro, alta de 5,89% ante a semana anterior.

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O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 4,099 o litro, em São Paulo, e o menor preço médio estadual, de R$ 4,927, foi registrado em Mato Grosso. O preço máximo, de R$ 7,696 o litro, foi verificado em um posto do Rio Grande do Sul. Já o maior preço médio estadual, de R$ 6,450, foi observado no Amapá.

Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no País subiu 12,81%. O Estado com maior alta no período foi Mato Grosso, com 17,23% de valorização mensal do etanol, para R$ 4,927. Na apuração semanal, a maior alta porcentual de preço, de 5,89%, foi observada em São Paulo.

A Justiça Federal negou o pedido de suspensão da política de preços da Petrobras para combustíveis, requerido pelos caminhoneiros. Na decisão, a magistrada Maria Cristina de Brito Lima, da 6ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, afirmou que o pedido "fere" o princípio da livre iniciativa, intervenção que é vedada ao Judiciário.

"O Estado não pode pretender que a empresa privada, em lugar de buscar o lucro, oriente sua atividade para a consecução dos princípios fins da ordem econômica como um todo, com sacrifício da livre iniciativa. Assim a ocorrer, haveria dirigismo, que representa, sem devaneios, uma opção por um modelo historicamente superado no País", escreveu a juíza na decisão.

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Os caminhoneiros pediam na ação a suspensão da Política de Paridade de Preço Internacional (PPI) da Petrobras, que vincula o preço interno dos combustíveis ao preço internacional do barril de petróleo e ao dólar, e a aplicação pela Petrobras aos preços do valor da produção nacional do barril de petróleo baseado em custos locais. A ação civil pública foi aberta em 12 de março pela Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), que alega que a PPI causa reajustes constantes e elevados nos preços dos combustíveis e que, por meio dela, a Petrobras comete infração contra a ordem econômica.

A juíza afirmou também que a política questionada não é de consumo, porque a Petrobras não vende diretamente ao consumidor final. "Entre o preço que ela pratica no mercado de insumos e aquele final cobrado ao consumidor incidem acréscimos que não podem ser a ela atribuídos, tais como impostos e encargos", disse a magistrada. Durante o processo, a estatal e a União foram ouvidas pela Justiça.

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