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Inconformados com o presidente Jair Bolsonaro (PL), policiais federais começaram a colocar em prática nesta terça-feira, 24, uma nova estratégia para pressionar o governo. A ideia a partir de agora é organizar manifestações pontuais e, com isso, prolongar as mobilizações em busca da reestruturação da Polícia Federal (PF). Uma das principais bandeiras é uma recomposição de salários mais ampla que o reajuste de 5% anunciado para todo o funcionalismo federal.

No mês passado, associações de classe já haviam organizado protestos simultâneos em todo o País. Sem um recuo do governo, os policiais reavaliaram a tática e decidiram investir em atos regionais para manter o fôlego das investidas por mais tempo.

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As mobilizações estão sendo organizadas em superintendências, delegacias, portos, aeroportos e postos da PF. Outra reação é a redução na análise dos pedidos de porte de armas, uma das promessas de campanha do presidente.

O primeiro protesto foi organizado mais cedo na porta da superintendência da Polícia Federal no Ceará. O ato teve faixas cobrando que Bolsonaro "honre a palavra" e "cumpra a promessa de valorização" dos servidores da corporação.

"Te salvamos da facada e agora vai nos esfaquear pelas costas?", dizia uma das faixas do protesto.

Houve ainda paralisações e mobilizações em frente a aeroportos no Amapá e no Rio de Janeiro.

O delegado federal Luciano Leiro, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), disse que "causa estranheza" que a corporação, "responsável por investigações que dizem respeito ao governo, esteja sendo constantemente desvalorizada"

"Como se fosse uma retaliação contra à PF", afirma. "É preocupante observar o tratamento que o presidente da República tem dado à Polícia Federal e aos policiais federais."

Os protestos, desencadeados pelo projeto de um grupo de extrema-direita de queimar publicamente o Corão na Suécia, deixaram dezenas de feridos nos últimos dias, segundo a polícia nesta segunda-feira (18), que pediu mais recursos para combater a violência.

Desde quinta-feira, os protestos violentos deixaram concretamente 26 policiais e 14 civis feridos, informou a polícia em coletiva de imprensa nesta segunda-feira.

As manifestações foram desencadeadas pela presença na Suécia do cidadão sueco-dinamarquês Rasmus Paludan, líder do movimento contra a imigração e anti-Islã "Linha Dura".

Paludan, condenado na Dinamarca por "insultos racistas", tem a intenção de comparecer aos comícios de setembro, mas ainda precisa das assinaturas necessárias para garantir sua candidatura.

Ele costuma organizar encontros em bairros de população muçulmana para queimar publicamente cópias do Corão, o livro sagrado do Islã.

Nos últimos dias, houve protestos contra este grupo de extrema-direita.

A polícia afirmou que ao menos 26 pessoas foram detidas após os confrontos de domingo com as forças de segurança.

"A noite estava tranquila após os distúrbios de ontem em Navestad (na cidade de Norrkoping, no centro)", um bairro com muitos muçulmanos, disse o corpo armado em um comunicado.

"A polícia prendeu oito pessoas por suspeita de distúrbios violentos", acrescentou.

Na cidade vizinha de Linkoping, onde também houve protestos, 18 pessoas foram detidas, segundo a polícia.

As duas cidades sofreram confrontos violentos no domingo, pela segunda vez em quatro dias. Durante os protestos, os manifestantes lançaram pedras contra a polícia e queimaram carros.

No domingo, os protestos voltaram após o anúncio feito por Paludan de novos comícios, apesar de ter cancelado depois.

As linhas de ônibus que atendem a Porto de Galinhas, na Região Metropolitana do Recife, retomaram a programação normal nesta segunda-feira (4). A cidade sofria uma onda de protestos desde a noite da quinta (31), que interrompeu as atividades turísticas e o comércio para denunciar a morte da menina Heloysa Gabrielly, de seis anos.

 O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (GRCTM) informou que as linhas 191 - Recife/Porto de Galinhas (N. Sra. do Ó) e 195 - Recife/Porto de Galinhas (Opcional) voltaram a cumprir os itinerários até Porto de Galinhas às 8h desta segunda (4).

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O GRCTM atende os clientes para mais informações através da Central de Atendimento ao Cliente 0800 081 0158 ou pelo WhatsApp 9.9488.3999, exclusivo para reclamações.

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A onda de roubos nas portas de escolas tem assustado famílias e feito colégios particulares reforçarem medidas de segurança em São Paulo.

No dia 17 de fevereiro, o pai de dois alunos foi baleado após deixar os filhos na aula no Morumbi, na zona sul, e morreu depois de duas semanas. Moradores da região organizaram abaixo-assinado online, com quase 5 mil participantes, e fazem protesto neste domingo para cobrar soluções. Escolas de outras regiões também relatam alta da violência.

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Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a cidade teve 11.563 roubos em janeiro, excluindo ocorrências que envolvem veículos, carga e bancos. É o número mais alto desde março de 2020, quando começou a pandemia, mas em patamar ainda menor que o de janeiro de 2020 (13.199).

Ou seja, os roubos aumentaram neste ano diante do fim das restrições de mobilidade e a maior circulação de pessoas, mas não estão em níveis maiores do que antes. Com o início do ano escolar e a volta das aulas presenciais, crimes nas portas de colégios têm chamado a atenção.

Carlos Lavieri, diretor do Colégio Itatiaia, conta que a escola passou recentemente por um assalto com arma na porta. O pai estava deixando as crianças para a aula quando bandidos se aproximaram de moto. Ele reforça que é raro ter filas de carros na entrada e saída dos estudantes porque os horários são variados. No dia do roubo, era só aquele pai, que foi abordado pelos bandidos.

"Fizemos boletim de ocorrência, entregamos as imagens do assalto, tem inclusive a placa da moto e estamos esperando a investigação", conta. Depois disso, a escola ampliou o sistema de vigilância, reviu a posição das câmeras e aumentou o acompanhamento por rádio. Até agora o problema, diz Lavieri, foi relatado no colégio do Morumbi, mas não nas demais unidades do Itatiaia, também presente em bairros como Moema e Bela Vista.

No Morumbi, a abordagem dos ladrões em motos é comum: levam objetos de pais e alunos, que estão nos carros enfileirados nas portarias. O pai que foi assassinado, Valdemir de Jesus Mota, foi baleado na barriga. Naquele dia, quatro criminosos em duas motos fizeram um arrastão. O Colégio Mais, onde os filhos de Mota estudam, informou à época que já havia pedido reforço de policiamento no entorno.

Mas há ainda os casos de estudantes que voltam a pé para casa, por morarem perto das escolas, e têm celulares, carteiras e até equipamentos como tablets ou computadores (que algumas escolas ofereceram na época do ensino remoto) roubados. E um terceiro risco é o sequestro-relâmpago, para tirar dinheiro da conta via Pix.

Cansados da violência, pais de estudantes e moradores do Morumbi organizaram uma manifestação prevista para este domingo, às 10h, com saída marcada para a Rua Olavo Leite, na Vila Andrade (local onde Mota foi baleado). A carreata vai passar por outras escolas e ruas da região em que são frequentes os assaltos, e terminará em frente ao Estádio do Morumbi, onde existe uma base da PM. Balões brancos representarão o apelo por paz e faixas pedirão "Mais segurança para nossos filhos e famílias".

"Quase todo dia há um relato de pais dos colégios da região sobre a violência sofrida no trajeto para levar as crianças para escola. Chegamos no tempo em que nós, pais e crianças, não nos sentimos seguros. Adolescentes não podem andar a pé, pois são assaltados; moradores nos semáforos são surpreendidos por motos de assaltantes. Um grupo foi criado por nós, mães do Colégio Anglo Morumbi, e de diversos colégios da região, para, unidos, pedirmos basta na violência. Somos quase mil integrantes", diz Alessandra Soares Munford, de 50 anos, bióloga e mãe de um aluno de 13 anos.

Embora o policiamento no entorno seja responsabilidade do poder público, as escolas também buscam soluções por conta própria.

"Alteramos os horários da segurança para que tenhamos mais profissionais no fim do dia, período em que a sensação de insegurança aumenta. De tal forma que teremos profissionais na porta da escola e na esquina da Rua Brasília, local no qual alguns pais deixam seus carros", descreve Wagner Borja, diretor do Colégio Gracinha, no Itaim-Bibi. Ele diz não ter recebido relatos de assaltos como no Morumbi, mas preferiu se adiantar no incremento da segurança.

O Colégio São Domingos, em Perdizes, zona oeste, enviou em fevereiro e-mail às famílias de alunos alertando sobre furtos e assaltos no bairro. Entre as recomendações, estavam evitar deixar celulares expostos e andar acompanhados ou em grupos. Procurada, a diretoria da escola não quis comentar. Segundo relatos, grupos cercam e intimidam estudantes em ruas próximas atrás de dinheiro ou do celular.

O Conselho de Segurança (Conseg) da região fez reunião na última semana para debater o problema. "Pautamos a questão do entorno das escolas e teve adesão muito grande dos moradores", afirma Josué Paes, presidente do Conseg Perdizes Pacaembu.

"Também reforçamos a possibilidade de agendar palestras em que a própria Segurança Pública vai falar com as famílias e seus filhos. É importante a sociedade 'compor' com a segurança pública para tratar a questão em conjunto, criando uma rede de cooperação", acrescenta Paes.

Para Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de São Paulo (Sieeesp), se aproximar dos Consegs é importante. "Além da qualidade de ensino, as pessoas procuram segurança nas escolas. Este item às vezes aparece até em 1.º lugar na hora de tomar decisão", diz ele, que conta organizar simpósios para discutir soluções nos colégios privados.

No Colégio Agostiniano Mendel, no Tatuapé, zona leste, a aposta é unir uma equipe reforçada de controladores de acesso com a tecnologia. A direção diz ter mais de mil câmeras que monitoram o entorno e a estratégia de segurança inclui até equipamentos nos uniformes dos funcionários.

Secretaria diz que ampliou reforço escolar e patrulhamento

A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que a Polícia Militar intensificou a ronda escolar e também ampliou o patrulhamento por meio de radiopatrulhamento, Força Tática e Rocam (Rondas Ostensivas Com Apoio de Motocicletas). A pasta destaca ainda que os indicadores criminais reduziram no Estado nos últimos anos. Especificamente na capital, se comparados os dados de 2021 aos de 2019, os roubos de veículo, por exemplo, diminuíram 5,25%; os roubos de carga 25%; os furtos outros 7,5%; e os furtos de veículos 2,3%. Já os crimes contra a vida permaneceram estáveis.

A Polícia Militar informou que o "policiamento Ostensivo Escolar é realizado junto aos estabelecimentos de ensino e em suas proximidades, voltado a atender as necessidades de segurança da comunidade escolar".

A corporação diz ainda que é "considerado um programa de policiamento complementar a ser implantado mediante critérios de necessidade e disponibilidade". Ainda conforme a PM, essa é uma das formas de policiamento preventivo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No quarto dia de guerra, os russos voltaram às ruas de diversas cidades para protestar contra a invasão da Ucrânia e pedir o fim do conflito. Manifestações foram registradas em lugares como Moscou, São Petersburgo e também na Sibéria. Acompanhe em tempo real a guerra na Ucrânia (conteúdo aberto para não assinantes).

Os protestos começaram na quinta-feira e continuaram neste neste domingo, 27, apesar das autoridades russas terem avisado que não permitiriam qualquer manifestação "não autorizada". A polícia russa age rapidamente para deter centenas de pessoas todos os dias.

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Em São Petersburgo, onde dezenas se reuniram no centro da cidade, agentes usando equipamentos de choque arrastaram manifestantes para vans da polícia.

De acordo com o grupo de direitos humanos OVD-Info, que rastreia prisões políticas, ao menos 356 russos foram presos em 32 cidades por protestar contra a guerra neste domingo.

Em Berlim, na Alemanha, aproximadamente 100 mil pessoas também protestaram em solidariedade ao povo ucraniano. Segundo a polícia, grandes multidões ocuparam a área originalmente planejada para a manifestação ao redor do Portão de Brandemburgo, no centro da capital.

Belarus, país em que delegações russas e ucranianas devem se encontrar para negociar um acordo, também registrou manifestações após o Kremlin informar que autoridades desembarcaram no país. Imagens nas redes sociais mostram moradores ocupando ruas da capital Minsk e outras cidades, carregando bandeiras da Ucrânia e pedindo o fim da guerra.

Belarus foi usado pela Rússia como base em sua ofensiva militar. O presidente da Ucrânia afirmou que aceitaria as negociações, mas que elas precisariam ocorrer em um país neutro. Pouco depois, mudou de ideia.

(Com Associated Press)

A polícia russa deteve nesta quinta-feira (24) em várias cidades mais de 800 pessoas por participarem de manifestações contra a guerra na Ucrânia, segundo a ONG de direitos humanos OVD-info.

A organização afirma que pelo menos 788 pessoas foram detidas em 42 cidades, metade delas em Moscou, onde a AFP testemunhou dezenas de detenções na praça Puskhin, no centro da capital russa.

A Rússia possui uma legislação severa para o controle das manifestações, que costumam culminar com muitas detenções. As autoridades russas ameaçaram nesta quinta-feira reprimir qualquer manifestação "não autorizada" relacionada à "situação tensa sobre política externa".

Vários ativistas pediram à população nas redes sociais para desafiar essa ordem e tomar as ruas, depois que o presidente russo Vladimir Putin lançou sua ofensiva contra a Ucrânia na madrugada de hoje.

Cerca de 2.000 pessoas se reuniram na praça central Pushkin em Moscou e cerca de 1.000 na antiga capital imperial São Petersburgo, segundo correspondentes da AFP. Os manifestantes na praça Pushkin gritavam: "Não à guerra!".

"Estou em choque. Meus familiares vivem na Ucrânia", contou Anastasia Nestulya, em Moscou. "O que posso dizer a eles por telefone? Se vão ficar lá?", acrescentou esta mulher russa de 23 anos que, como muitos, afirma ter medo de protestar.

As mesmas reações foram ouvidas em São Petersburgo. "Tenho a sensação de que as autoridades ficaram loucas", afirmou Svetlana Volkova, de 27 anos, que considera que poucas pessoas estão dispostas a se manifestarem na Rússia. "Foram enganados pela propaganda". Um jovem gritava enquanto era detido: "Contra quem vocês lutam? Prendam Putin". 

A invasão russa da Ucrânia ocorre ao mesmo tempo que uma repressão sem precedentes à oposição no país, com muitos de seus líderes mortos, detidos ou forçados ao exílio. O opositor Alexei Navalny, preso desde janeiro de 2021, disse no tribunal, durante um novo julgamento que começou na semana passada, que rejeita a invasão.

"Esta guerra entre a Rússia e a Ucrânia está sendo travada para encobrir o roubo de cidadãos russos e desviar a atenção dos problemas que existem dentro do país, da deterioração da economia", disse ele, segundo um vídeo publicado pelo canal opositor Dojd.

O primeiro-ministro canadiense, Justin Trudeau, criticou os protestos liderados por caminhoneiros contra as regras anticovid que paralisaram o centro de Ottawa e estimularam movimentos similares na França e Nova Zelândia.

A polícia canadense ameaçou na quarta-feira (9) prender os manifestantes que se uniram ao bloqueio da ponte Abassador, que liga Windsor e a cidade americana de Detroit, em solidariedade com centenas de caminhoneiros que bloqueiam há duas semanas a capital.

"Os bloqueios, as manifestações ilegais, são inaceitáveis e estão impactando negativamente os negócios e fábricas", declarou o primeiro-ministro, Justin Trudeau, na Câmara dos Comuns. "Temos que fazer de tudo para que isso acabe", completou.

"Não podemos terminar a pandemia com bloqueios (...) Precisamos encerrá-la com ciência. Precisamos encerrá-la com medidas de saúde pública", insistiu.

O chamado "Comboio da Liberdade" começou em janeiro no oeste do Canadá, conduzido por caminhoneiros que rejeitam a vacinação ou testes obrigatórios para cruzar a fronteira com os Estados Unidos. Mas o movimento virou um protesto mais amplo contra todas as medidas sanitárias aplicadas contra a covid-19.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que as autoridades americanas estão em "contato direto" com as agências de fronteira canadenses devido ao bloqueio da ponte e advertiu sobre o "risco para as cadeias de abastecimento" e a economia dos dois países.

Mais de 40.000 passageiros, turistas e caminhoneiros carregando mercadorias no valor de US$ 323 milhões cruzam a ponte diariamente.

Dezenas de câmaras de comércio e associações industriais no Canadá e nos Estados Unidos exigiram que a ponte fosse liberada.

"À medida que nossas economias emergem dos impactos da pandemia, não podemos permitir que nenhum grupo prejudique o comércio além-fronteiras", disseram.

- Imitadores -

Apesar das advertências, o protesto prossegue e virou inspiração no exterior, com movimentos similares na Nova Zelândia, Nova York ou França.

Nesta quinta-feira, no centro de Wellington, policiais e manifestantes antivacina se enfrentaram diante do Parlamento neozelandês. Mais de 10 pessoas foram detidas.

Na França, milhares de manifestantes inspirados pelos caminhoneiros canadenses planejam entrar em Paris na noite de sexta-feira, com alguns deles dispostos a seguir até Bruxelas na segunda-feira.

A polícia de Paris atuou nesta quinta-feira para impedir o protesto e anunciou a proibição dos chamados "comboios da liberdade", com a presença de agentes nas principais rodovias para que não sejam bloqueadas, além da ameaça de multas e detenções.

No berço do movimento, no centro de Ottawa, na noite de quarta-feira havia um clima de desafio e celebração.

"Não vamos a lugar nenhum", disse caminhoneiro John Deelstra, ao volante de seu veículo, estacionado no local desde o primeiro dia de protestos.

Lloyd Brubacher, caminhoneiro de Ontário, tem a mesma convicção. "Não vou a lugar nenhum", afirmou, disposto a "lutar até o fim".

"Esta é uma situação dramática que está afetando o bem-estar da relação do Canadá com os Estados Unidos e tem um grande impacto na forma como as empresas podem realizar suas operações", analisou Gilles Le Vasseur, professor da Universidade de Ottawa.

- "Bloqueio econômico ilegal" -

Quase 400 veículos permanecem estacionados diante do gabinete do primeiro-ministro canadense, em meio a churrascos, fogueiras e música.

Proibidos por lei de usar suas buzinas após as reclamações dos moradores, os manifestantes agora usam o barulho dos motores, o que enche o centro de Ottawa com fumaça de diesel.

O setor econômico está preocupado.

O presidente da Associação Canadense de Fabricantes de Automóveis, Brian Kingston, alertou que o bloqueio da ponte Ambassador está "ameaçando cadeias de suprimentos frágeis já sob pressão de escassez e atrasos relacionados à pandemia".

As autoridades afirmaram que 5.000 trabalhadores em Windsor foram enviados de volta para casa na terça-feira por causa do bloqueio e várias fábricas de montagem se preparavam para fechar por falta de peças.

Michelle Krebs, analista da Autotrader em Detroit, explicou que as montadoras norte-americanas dependem de entregas pontuais de peças por aquela ponte suspensa.

O setor automotivo, sublinhou, "é uma parte significativa da economia" e foi afetado no último ano.

O ministro canadense dos Transportes, Omar Alghabra, advertiu para "sérios perigos" por este "bloqueio econômico ilegal contra todos os canadenses".

As autoridades canadenses trabalhavam para tentar controlar o protesto de caminhoneiros contra as restrições impostas como parte do combate à pandemia, que paralisa a capital do país há vários dias e ameaça virar uma grande crise política para o primeiro-ministro Justin Trudeau, que exigiu o fim imediato da manifestação.

O prefeito de Ottawa, Jim Watson, pediu ao governo federal a nomeação de um mediador para dialogar com os manifestantes e alcançar uma maneira de desativar os protestos, que irritam os moradores com suas incessantes buzinas e a fumaça.

No domingo, Watson declarou estado de emergência na cidade ao afirmar que os protestos estavam "fora de controle". Na segunda-feira ele pediu reforços ao governo federal para conseguir o fim do que chamou de "cerco". Ele deseja o envio de 1.800 policiais adicionais.

De acordo com estimativas, entre 400 e 500 caminhões bloqueavam o centro da cidade.

"Isto tem que parar", afirmou o primeiro-ministro Justin Trudeau na segunda-feira em seu retorno à Câmara dos Comuns, após uma semana de isolamento por contágio da covid-19.

"Esta pandemia tem sido uma merda para todos os canadienses. Mas os canadenses sabem que a única saída é continuar escutando a ciência", declarou, irritado com os protestos.

A situação levou o Parlamento a convocar uma reunião urgente para debater os próximos passos.

"O governo federal responderá", prometeu Trudeau à noite.

As manifestações do "Comboio da Liberdade" começaram em 29 de janeiro no oeste do Canadá por parte de caminhoneiros enfurecidos com as exigências de vacinação impostas para quem atravessa a fronteira entre Estados Unidos e Canadá, mas aumentaram para protestos contra as restrições impostas pelo governo de Trudeau para frear a pandemia.

Entre as cidades que registraram manifestações no fim de semana estão Toronto, Winnipeg e Quebec.

Uma da porta-vozes dos manifestantes, Tamara Lich, afirmou na segunda-feira que os ativistas estão dispostos a negociar com o governo para buscar uma solução para a crise, mas insistiram que as restrições devem ser reduzidas.

"O que tentamos fazer agora é entrar em contato com todas as partes a nível federal, para conseguir organizar uma reunião", declarou em um evento transmitido no YouTube. "Para que possamos começar os diálogos e ver como podemos avançar, obter a suspensão das restrições e mandatos, restaurar os direitos e liberdades dos canadenses e ir para casa", completou.

Após as críticas por ter permitido o bloqueio do centro da capital, com lojas fechadas, a polícia de Ottawa anunciou no domingo novas medidas para controlar os protestos, com a proibição da entrega de combustível e mantimentos aos manifestantes.

Várias pessoas foram detidas ou multadas, e veículos foram apreendidos.

As autoridades de Ottawa, no Canadá, anunciaram neste domingo (6) "estado de emergência", depois que milhares de manifestantes, muitos em caminhões de grande porte, interromperam a capital pelo segundo fim de semana consecutivo em protesto contra as medidas sanitárias do governo contra a Covid-19.

O significado da declaração não ficou imediatamente claro. "Declarar um estado de emergência reflete o sério perigo e ameaça à segurança dos moradores representados pelas manifestações e destaca a necessidade de apoio de outras jurisdições e níveis de governo", disse no fim da tarde de domingo o prefeito da cidade, Jim Watson. Horas antes, ele pediu ajuda e disse que a situação "está fora de controle".

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Os protestos, que começaram em Ottawa no dia 29, se estenderam no fim de semana a outras grandes cidades canadenses, enquanto dezenas de caminhões e manifestantes mantinham o centro da capital paralisado.

"A situação está atualmente fora de controle porque os manifestantes impõem sua lei, disse Watson a uma radio local. "Os manifestantes são muito mais numerosos do que nossos policiais." "Estamos perdendo a batalha. Devemos recuperar a cidade", acrescentou.

O movimento, denominado "Comboio da Liberdade", começou contra a decisão de obrigar os caminhoneiros a se vacinarem contra Covid-19 para cruzarem a fronteira com os EUA. Logo o protesto se transformou em uma mobilização contra todas as medidas sanitárias e contra o próprio governo do primeiro-ministro Justin Trudeau.

Os manifestantes dizem que pretendem permanecer nas ruas até que todas as restrições sanitárias sejam levantadas. Eles soltaram fogos de artifício, viraram automóveis e os caminhoneiros usaram suas potentes buzinas.

Protestos similares, mas de menor intensidade, também ocorreram em outras cidades canadenses, como Toronto, Quebec e Winnipeg.

O chefe de polícia de Ottawa lamentou não ter meios suficientes para acabar com o que qualificou de "estado de sítio" na cidade e pediu "recursos suplementares". A polícia da capital espera receber 250 agentes da guarda real do Canadá, um corpo da polícia federal do país. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Manifestantes se reúnem neste sábado, 5, em diferentes capitais brasileiras em atos que pedem justiça para o caso do assassinato do refugiado congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, que foi espancado até a morte na orla da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, na semana passada. Os protestos ocorrem no Rio, em São Paulo e em Brasília.

No Rio, acompanham o ato integrantes de movimentos sociais e parentes de Moïse. O protesto ocupou o entorno do quiosque Tropicália, na altura do Posto 8 do calçadão da Barra e do Receio dos Bandeirantes, onde o refugiado foi espancado. Pouco antes das 11 horas, os manifestantes partiram em caminhada pelo calçadão da orla. Alguns participantes do ato ameaçaram depredar partes do quiosque, mas foram contidos pelos próprios manifestantes.

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Um dos manifestantes exibia cartaz onde se lia "Queremos justiça", em português e em francês, um dos idiomas oficiais República Democrática do Congo (RDC), de onde a família de Moïse fugiu, há cerca de dez anos, por causa da violência de conflitos étnicos.

O crime ocorreu no último dia 24. Segundo a família de Moïse, ele teria ido ao quiosque cobrar o pagamento de diárias atrasadas por seu trabalho - o congolês trabalhava informalmente como atendente.

A indignação da família e a divulgação de imagens do espancamento, que foi flagrado por câmeras de segurança do quiosque, causaram comoção. Cientistas sociais e ativistas viram o crime como manifestação do racismo estrutural que perdura no País.

O vídeo das câmeras de segurança mostra o crime em sua totalidade, contribuindo para a identificação dos autores, o que também colocou pressão sobre as investigações, a cargo da Polícia Civil do Rio. Nesta semana, foram presos três homens acusados pelo espancamento: Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, conhecido como Dezenove, de 28 anos; Brendon Alexander Luz da Silva, o Tota, de 21; e Fabio Pirineus da Silva, o Belo, de 41.

Na cidade de São Paulo, simultaneamente, está ocorrendo ato no vão do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. A manifestação foi encabeçada pelas comunidades congolesa e de imigrantes e pelos movimentos negros. Com cartazes que diziam "Vidas Negras Importam", os manifestantes pediram por justiça.

Opositores às medidas sanitárias contra a Covid-19 protestaram no domingo (30), pelo segundo dia consecutivo, em Ottawa, ao mesmo tempo que caminhoneiros do autodenominado "comboio da liberdade" bloquearam uma rodovia na fronteira oeste do país.

"Esta tarde um importante corpo policial continua trabalhando, ordenando o fluxo de manifestantes e caminhões", afirmou a força de segurança em um comunicado.

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Os policiais estão "sob pressão e totalmente ocupados", completa a nota.

Durante o fim de semana, a capital do Canadá recebeu um grande movimento de protesto iniciado por caminhoneiros que são contrários à obrigatoriedade da vacinação para atravessar a fronteira terrestre com os Estados Unidos, a maior do mundo.

Vários manifestantes, que são contrários de maneira mais ampla às restrições contra a covid-19, seguiram para a Ottawa com o objetivo de apoiar os caminhoneiros.

Em solidariedade, os caminhoneiros organizaram no domingo um "bloqueio completo" da autoestrada 4 ao sul de Alberta (oeste), perto da fronteira, uma rodovia crucial para o transporte de produtos entre os dois países.

"O ponto de entrada (do posto de fronteira) está aberto, mas na realidade ninguém consegue passar a partir do lado norte, a menos que seja a pé", declarou à AFP Curtis Peters, porta-voz da polícia federal em Alberta.

Ele disse que pelo menos 100 caminhões bloqueavam a estrada.

Na capital do país, a polícia abriu investigações pela profanação de monumentos nacionais, comportamentos ameaçadores, ilegais e intimidadores com a polícia e vandalismo.

A mobilização pode aumentar porque outros caminhoneiros, incluindo alguns de lugares tão distantes como a Colúmbia Britânica, planejam protestar por vários dias.

Soldados de uma aliança de ex-repúblicas soviéticas, liderada pela Rússia, serão enviados ao Casaquistão para ajudar a estabilizar o país após protestos em massa que resultaram na morte de oito policiais e militares, segundo o Ministério do Interior Cazaque.

O presidente do Casaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, destituiu o governo e declarou ontem estado de emergência. Ele pediu ajuda à Rússia para controlar os distúrbios provocados pelo aumento do preço dos combustíveis. Segundo ele, grupos terroristas receberam treinamento no exterior para desestabilizar o país.

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Aliança

A Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) é uma aliança militar liderada pela Rússia e integrada por outras cinco ex-repúblicas soviéticas: Armênia, Belarus, Casaquistão, Quirguistão e Tajiquistão.

As manifestações começaram no domingo, 2, e se estenderam, na terça-feira, 4, a Almaty, maior cidade do país, quando cerca de 5 mil pessoas foram dispersadas pela tropa de choque da polícia com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

Ontem, milhares manifestantes invadiram a sede da administração de Almaty. Jornais locais disseram que os manifestantes seguiram rumo à residência presidencial na cidade, e ambos os edifícios foram incendiados.

A crise é o maior desafio enfrentado pelo regime estabelecido pelo ex-presidente Nursultan Nazarbayev, que dirigiu o país até 2019, mas continua exercendo grande influência. A Rússia, país-chave para a economia do Casaquistão, defendeu que a crise fosse resolvida pelo diálogo. Em Washington, a Casa Branca pediu moderação.

Os protestos começaram depois que o governo suspendeu os controles de preços do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) no início do ano. Muitos cazaques converteram seus carros para funcionar com GLP devido ao baixo custo. Ao gabinete interino, Tokayev ordenou que seja restabelecido o preço do gás, da gasolina, do diesel e de outros combustíveis. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Grupo Itapemirim decidiu paralisar na noite dessa sexta-feira (17) as operações da companhia aérea, a ITA. Segundo a empresa, a paralisação tem caráter temporário “para uma reestruturação interna”. A medida provocou confusão entre os passageiros da companhia que já esperavam o embarque nos aeroportos.

Em nota divulgada no site, a companhia orientou os clientes com passagens compradas para os próximos dias a não irem aos aeroportos antes de falar com a ITA. Esse contato deve ser feito através do e-mail falecomaita@voeita.com.br.

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A ITA entrou em operação no final de junho e operava nos aeroportos de São Paulo-Guarulhos (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte-Confins (MG), Rio de Janeiro-Galeão (RJ), Porto Alegre (RS), Porto Seguro (BA), Salvador (BA), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC), Maceió (AL), Natal (RN) e Recife (PE).

Protestos

A administradora do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, orienta os passageiros da ITA a procurarem informações sobre os voos com a companhia antes de se dirigirem ao aeroporto.

Na noite desta sexta-feira, passageiros pegos de surpresa pela suspensão dos voos da ITA protestaram no saguão do aeroporto.

De acordo com a assessoria de imprensa da Gru Airport, os passageiros da ITA ainda estão presentes no aeroporto e a situação no saguão não está normalizada.

Confira a nota do Grupo Itapemirim na íntegra:

"O Grupo Itapemirim informa que por iniciativa própria suspendeu temporariamente as operações de sua companhia aérea, a ITA, no início da noite desta sexta-feira (17) para uma reestruturação interna.

A decisão foi tomada por necessidade de ajustes operacionais. A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) já foi informada da decisão.

A ITA lamenta os transtornos causados e afirma que irá continuar prestando toda assistência aos passageiros impactados, conforme prevê a resolução 400 da ANAC.

A companhia orienta os passageiros com viagens programadas para os próximos dias que não tentem realizar check-in online e não compareçam aos aeroportos antes de contatar a empresa aérea. Todos os passageiros devem entrar em contato pelo e-mail falecomaita@voeita.com.br. A companhia irá dedicar o máximo esforço para, em breve, retomar seus voos.

O Grupo Itapemirim informa também que essa decisão não afeta a prestação de serviço do transporte rodoviário, por meio da Viação Itapemirim, cujas operações seguem normalmente."

Protestos contra o governo de Jair Bolsonaro marcaram o segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). "Enem da desigualdade", "o mais elitista da década" e "mais cotas, menos Bolsonaro" eram algumas das palavras de ordem em cartazes do lado de fora do local de prova.

Os portões foram abertos às 12h e fechados pontualmente às 13h. Faltando dez minutos para às 13h, os retardatários começaram a correr para não perder o horário, com o apoio de professores e monitores de cursinhos pré-vestibular, que foram para a porta da universidade prestar solidariedade aos alunos. "Estamos torcendo por vocês", diziam.

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Uma jovem que chegou na garupa de uma moto poucos minutos após o fechamento dos portões ainda tentou negociar sua entrada com os seguranças sem sucesso. Saiu chorando e não quis falar com a imprensa. Mas recebeu o apoio dos professores: "Ano que vem tem de novo, vai dar tudo certo."

Uma tenda solidária também foi armada na porta da universidade, distribuindo canetas pretas, máscara e água para os jovens. A prova deste domingo tem 90 questões de ciências da natureza e matemática. No Rio, 218.200 alunos estavam inscritos para a prova.

A polícia holandesa informou, neste domingo (21), que 19 pessoas foram detidas, após uma segunda noite de protestos violentos contra as últimas medidas sanitárias implementadas pelo governo para conter a pandemia da Covid-19.

Em Haia, vários policiais da tropa de choque investiram contra grupos de manifestantes que atiravam pedras e outros objetos nos agentes em um bairro popular. De acordo com um comunicado divulgado pela polícia da capital, foi usado um canhão d'água para apagar um incêndio de bicicletas em um movimentado cruzamento de ruas.

No total, a polícia fez "19 detenções por insultos, entre outras coisas", acrescenta o texto.

Durante os confrontos, os policiais do Batalhão de Choque tiraram uma mulher de um carro, cujos ocupantes haviam gritado insultos contra as forças da ordem, e levaram-na para uma caminhonete, observou um jornalista da AFP.

Os protestos contra as restrições sanitárias pela pandemia da Covid-19 voltaram a terminar em tumultos na noite de sábado (20), na Holanda, em Haia em particular, onde cinco policiais ficaram feridos.

Um dia antes, a violência na cidade portuária de Rotterdam teve um balanço de 51 detidos e três pessoas baleadas.

Também houve atos violentos em Urk, uma pequena cidade protestante localizada no centro do país, e em várias cidades da província de Limburg, ao sul.

Sob uma chuva fina, um grupo de ativistas climáticos americanos lança bombas de fumaça em Glasgow, cidade escocesa palco de uma COP26 crucial para o futuro do planeta que se prepara para receber líderes e manifestantes de todo o mundo.

A crescente nuvem de fumaça é direcionada aos chefes de Estado e de Governo que são esperados na cúpula da ONU, que começa no domingo (31).

Os manifestantes vão aumentar à medida que os delegados desembarquem em Glasgow, uma cidade que ainda tenta recuperar a normalidade após o confinamento imposto pela pandemia do coronavírus.

"Estou muito orgulhosa que a COP esteja sendo realizada em Glasgow", diz Isabelle Barkley, uma moradora que caminha calmamente em direção aos manifestantes na George Square, no centro.

Nesta praça, Barkley viu Nelson Mandela passar ao longo dos anos, bem como inúmeros comícios pela independência escocesa e protestos do movimento Black lives Matters.

Nas próximas duas semanas, a praça será o ponto de encontro de ativistas do clima. De acordo com os organizadores, espera-se que até 100.000 pessoas participem de uma grande manifestação a ser organizada em 5 de novembro.

"Temos que ser positivos, lembrar que todos podemos fazer alguma coisa. Comer menos carne, comprar menos plástico", ressalta Barkley.

A chuva esvaziou a cidade, onde mais de 100 líderes são esperados, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden.

Como um lembrete de que a ameaça já existe, muitas ruas do centro estão inundadas.

Quanto às medidas de segurança, a polícia bloqueou um grande perímetro ao redor do Scottish Campus Event, que sediará o evento, próximo às margens do rio Clyde, dificultando o dia a dia dos moradores.

Muitos estão preocupados que o evento levará a um aumento nos casos de covid-19, num momento em que o Reino Unido enfrenta uma das taxas de infecção mais altas do mundo.

Segundo Devi Sridhar, professora de Saúde Pública da Universidade de Edimburgo, integrante do grupo encarregado de assessorar o governo escocês sobre o coronavírus, a cúpula, que deve receber 25 mil delegados de 200 países, ocorre no pior momento.

Sridhar acredita que pode levar a um novo pico e o retorno das restrições.

- "Um fracasso e uma mentira" -

"Posso estar errado, e espero que sim", mas "um grande evento com pessoas indo e vindo com um vírus contagioso levará a um aumento de casos", tuitou a professora.

O agravamento da epidemia "pesará sobre o serviço de saúde" e "exigirá mais restrições", disse Sridhar.

Shaun Clerkin, um residente de Glasgow, que observa os manifestantes americanos lançando bombas de fumaça, espera o pior.

"Para ser sincero, acredito que a COP26 será um fracasso e uma mentira", opina o cidadão, de 60 anos, que acredita que os organizadores estão invadindo a vida dos habitantes, isolando os visitantes dos problemas sociais muito reais da cidade.

"Temos pessoas sem-teto em nossas ruas", diz, "que vivem em alojamentos temporários e hotéis, em instalações precárias", acrescenta.

"Mas, no final das contas, o município quer esconder os sem-teto e os pobres dos delegados da conferência", lamenta Clerkin.

Mas para os ativistas na George Square, há apenas uma luta que importa.

"O resultado da COP26 em Glasgow é nada menos do que vida ou morte para as pessoas ao redor do mundo", disse Andrew Nazdin, o organizador do protesto.

"Precisamos que os líderes de todo o mundo se mobilizem", comenta o homem de 33 anos.

De acordo com Nazdin, os chefes de Estado e de Governo têm uma oportunidade de ouro para agir e os manifestantes estarão lá para lembrá-los.

O ex-presidente americano Donald Trump testemunhou nesta segunda-feira (18) no âmbito de uma ação apresentada por ativistas, que alegam ter sido atacados por seus seguranças há seis anos, informou um advogado dos demandantes.

"Donald John Trump se sentou durante aproximadamente quatro horas e meia sob juramento e respondeu perguntas sobre os fatos que ocorreram do lado de fora da Torre Trump, em 3 de setembro de 2015", disse à AFP o advogado Benjamin Dictor.

Vários ativistas de ascendência mexicana apresentaram a ação, alegando que os guarda-costas de Trump dissolveram violentamente seu protesto em frente à Torre Trump, em Nova York.

Os manifestantes protestavam contra os comentários pejorativos que Trump fez sobre o México e os mexicanos no início de sua bem-sucedida corrida à Casa Branca.

"Estão trazendo drogas. Estão trazendo crimes. São estupradores", disse Trump.

Os demandantes alegam que os seguranças arrancaram seus cartazes, agredindo e estrangulando um dos manifestantes.

Trump fez esta declaração gravada em vídeo dentro da Torre Trump, depois que um juiz nova-iorquino rejeitou uma tentativa de anular uma convocação que o ordenava a depor.

"Embora não vamos comentar a essência do testemunho do senhor Trump neste momento, esperamos que os eventos de hoje sirvam de exemplo de que nossas instituições prevaleceram e que ninguém está acima da lei", disse Dictor.

Em um comunicado, Trump se disse de acordo a ter contado sua versão do que chamou de uma "histórica ridícula".

"Quando a segurança tentou controlar a situação, infelizmente se depararam com deboches e violência dos próprios demandantes", relatou Trump sobre seus guarda-costas.

"A corte desconsiderou quase todas as reivindicações dos demandantes, exceto uma queixa infundada por lesões que nunca sofreram e a perda temporária de um cartaz de papelão sem valor, que foi devolvido pouco depois", acrescentou.

O caso é uma das várias ações civis que Trump enfrenta.

As manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro, marcadas para este sábado já figuram como o assunto mais comentado no Twitter Brasil nesta manhã, em meio a concentrações de manifestantes em diversas cidades do País. Lideranças dos partidos que organizam os atos incentivam a uso da hashtag #2OutForaBolsonaro. As manifestações criticam a disparada da inflação, a fome e o desemprego no País.

Os protestos, previstos em 305 cidades de todos os Estados e do Distrito Federal, além de 18 países, foram articulados por nove partidos - PT, PSOL, PCdoB, PDT, PSB, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade - e pelo movimento Direitos Já!

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A estrutura que será palco principal da manifestação na avenida Paulista inclui o trio elétrico Demolidor, de 24 metros de comprimento, conhecido de foliões nos carnavais em Salvador e São Paulo, e outros dois trios elétricos menores, cujos valores foram custeados por uma "vaquinha" via Pix entre as entidades organizadoras.

Nas redes sociais, ao criticar o governo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) menciona a fome. "Mercado vendendo carcaça de frango e ossos de boi na promoção. Arroz e feijão fragmentado sendo vendidos. Alimentos que antes viravam ração, hoje servem de alimento para a população", diz a publicação.

Mais cedo, o Partido dos Trabalhadores (PT) convocou manifestantes por sua conta oficial no Twitter. "Lutar nas ruas e nas redes. Use a tag: #2OutForaBolsonaro", publicou. Em outra postagem, a sigla critica as políticas de Bolsonaro. "Por um país onde as crianças tenham livros nas mãos e não sejam constrangidas pelo presidente a carregarem armas!".

O Partido Socialista Brasileiro (PSB), também à frente dos atos, convocou o povo às ruas, recomendando o uso de máscaras apropriadas e constante álcool em gel para um "protesto seguro". "Hoje é dia de ocupar as ruas pela democracia. O PSB estará presente no grande ato pelo impeachment de Bolsonaro!", diz o tuíte.

"Estamos nas ruas com o povo! Nossa presidenta @lucianasantos marcando presença no #2OutForaBolsonaro em Recife!", divulgou o PCdoB no Twitter. O PSOL também se pronunciou pela rede social. "Por vacina no braço, comida no prato e Fora Bolsonaro!", publicou o partido.

Entre entidades sindicais, a Federação única dos Petroleiros (FUP) se pronunciou pelas redes. "O @sindipetroba marca presença nas ruas de ruas de Salvador! Sabe por quê? O botijão de gás está caro! E ninguém mais aguenta o genocida Bolsonaro!".

Já é possível mapear atos em Salvador (BA), Belém (PA), Palmas (TO), Maceió (AL), Fortaleza (CE), Acari (RN), Recife (PE), São Luís (MA), Porto Alegre (RS), Chapecó (SC) e em cidades fora do Brasil, como em Freiburg, na Alemanha, Madri, na Espanha, e Paris, na França. Os maiores atos são esperados no Rio e em São Paulo.

O novo governo do Afeganistão, de linha dura apesar das promessas do Talibãs de que seria representativo, enfrenta a partir desta quarta-feira (8) o desafio de convencer o mundo sobre suas boas intenções, em meio a protestos organizados nas grandes cidades do país.

Como nos últimos dias, a quarta-feira registrou vários protestos contra o regime talibã, após a morte na véspera de duas pessoas durante uma manifestação em Herat (oeste).

Um pequeno grupo de manifestantes foi rapidamente dispersado por combatentes talibãs em Cabul. O mesmo aconteceu em Faizabad (nordeste), segundo a imprensa local.

No poder desde meados de agosto, duas décadas após o regime fundamentalista e brutal que governou o Afeganistão entre 1996 e 2001, o Talibã anunciou na terça-feira a formação de um governo interino.

Todos os membros do Executivo, liderado por Mohammad Hasan Akhund, um ex-colaborador próximo ao fundador do movimento, o mulá Omar, são talibãs. E quase todos pertencem à etnia pashtun.

Vários novos ministros, incluindo alguns que foram muito influentes no regime Talibã anterior, figuram nas listas de sanções da ONU. Quatro deles passaram pela prisão americana de Guantánamo.

Abdul Ghani Baradar, cofundador do movimento, é vice-primeiro-ministro e o mulá Yaqub, filho do mulá Omar, titular da pasta da Defesa.

O ministério do Interior foi atribuído a Sirajuddin Haqqani, líder da rede Haqqani, a facção mais violenta do Talibã e considerada terrorista por Washington.

- Sem mulheres -

Durante o anúncio do governo, o porta-voz dos fundamentalistas, Zabihullah Mujahid, disse que o gabinete "não está completo" e que o grupo vai tentar "incluir pessoas de outras partes do país".

O governo dos Estados Unidos destacou imediatamente a ausência de mulheres e expressou "preocupação com as filiações e os antecedentes de vários indivíduos". E insistiu que avaliará o regime "por suas ações, não por suas palavras", de acordo com o secretário de Estado, Antony Blinken.

Nesta quarta-feira, na Alemanha, Blinken terá uma reunião virtual com os ministros de 20 países aliados para tentar estabelecer uma estratégia comum diante deste governo.

"Queremos ver como alcançar uma forma comum de agir diante do Talibã que também sirva aos nossos interesses: respeito aos direitos humanos fundamentais, manutenção das vias de saída do país, acesso humanitário e luta contra grupos terroristas como a Al-Qaeda e o Estado Islâmico", disse o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas.

Se o Executivo Talibã desperta preocupação na maior parte da comunidade internacional, a China considera o novo governo o "fim da anarquia" e uma "etapa importante para restabelecer a ordem no país", segundo um porta-voz do ministério das Relações Exteriores.

A União Europeia (UE) lamentou que o novo governo não seja um grupo "inclusivo e representativo" do país, como havia sido prometido.

No Catar, no centro das negociações diplomáticas, a vice-ministra e porta-voz das Relações Exteriores do emirado, Lolwah al-Khater, afirmou que o Talibã "mostrou uma boa dose de pragmatismo" e deve ser julgado por suas ações.

Desde que chegou ao poder, o movimento Talibã deseja demonstrar mais abertura e moderação, mas as promessas não conseguem convencer e muitos temem o retorno do regime fundamentalista dos anos 1990, especialmente cruel com as mulheres.

Pramila Patten, diretora da ONU Mulheres, agência sobre a Igualdade de Gênero e o Empoderamento da Mulher, declarou que a ausência de mulheres no governo "coloca em dúvida o recente compromisso (dos talibãs) para proteger e respeitar os direitos das afegãs".

Em um comunicado, o líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada, afirmou que o governo "trabalhará de maneira forte para defender as regras do islã e da sharia", a lei islâmica, o que aumentou a inquietação.

- Protestos "ilegais" -

Mas o país que o movimento fundamentalista governa agora não é o mesmo dos anos 1990 e os talibãs são confrontados com manifestações inimagináveis há duas décadas.

Na terça-feira foram registradas as primeiras vítimas fatais nos protestos: duas pessoas morreram e oito ficaram feridas em Herat.

Para o porta-voz Zabihullah Mujahid, as manifestações são "ilegais", enquanto leis não tenham sido proclamadas. Ele pediu à imprensa que não faça a cobertura das mesmas.

Na terça-feira, os combatentes talibãs atiraram para o alto em Cabul para dispersar os protestos contra a repressão dos fundamentalistas em Panjshir, um reduto de resistência, e a suposta interferência do Paquistão no Afeganistão.

A Associação Afegã de Jornalistas Independentes (AIJA) informou que 14 repórteres, afegãos e estrangeiros, foram detidos por algumas horas na terça-feira durante as manifestações, protagonizadas em sua maioria por mulheres.

A rebelião no vale de Panjshir, tradicional reduto anti-Talibã, é liderada pela Frente Nacional de Resistência (FNR) e seu chefe Ahmad Masud, filho do famoso comandante Ahmed Shah Masud, assassinado em 2001 pela Al-Qaeda.

O Talibã afirma que controla todo o território, mas a FNR afirma que prossegue com sua luta.

A FRN declarou que o novo governo Talibã é "ilegítimo" e em breve anunciará um gabinete próprio, depois de consultas a "importantes personalidades afegãs".

Bairros do centro de São Paulo registraram na noite desta terça-feira (7), a partir das 19h, panelaços contra o presidente Jair Bolsonaro, após atos favoráveis ao governo irem às ruas da capital paulista manifestar apoio a ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF), autoridades do Judiciário e do Legislativo.

O panelaço durou cerca de 20 minutos em alguns bairros e contou com gritos de "Fora, Bolsonaro", bem como "Fora, fascista", "genocida" e "miliciano". Os protestos foram registrados em bairros do centro e zona oeste de São Paulo, como Bela Vista, Vila Buarque, Barra Funda, Pompeia, Perdizes, Santa Cecília e Barra Funda. Em Brasília, também houve registro de panelas batendo nas quadras 312 e 212 norte.

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Nesta terça-feira, Feriado da Independência no Brasil, Bolsonaro participou de manifestações populares em Brasília e São Paulo onde reforçou ataques a membros do Supremo Tribunal Federal (STF).

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