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Organizadores dos atos contra o governo Bolsonaro esperam definir, até quarta-feira, o modelo e datas de novas manifestações. Após ampliar a adesão aos protestos no último sábado, em relação à manifestação de maio, entidades e partidos da oposição discutem agora se devem ou não intensificar e ampliar a mobilização, inclusive com ações que podem ir além das grandes passeatas.

Três fatores são considerados determinantes nos próximos passos do grupo: o avanço das investigações da CPI da Covid, o recrudescimento da pandemia e a data de entrega de um novo pedido de impeachment - assinado por diversos partidos e movimentos sociais.

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Chamado de "superpedido" de impeachment por alguns signatários, o documento deve reunir as acusações de crime que constam nos mais de cem pedidos já protocolados na Câmara contra Bolsonaro.

Advogados ligados à iniciativa dizem que o texto deve ficar pronto nas próximas semanas.

"É uma novidade: no calor das manifestações, se apresenta um pedido unificado (de impeachment)", disse o líder da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bonfim.

Parte dos líderes também sugere ampliar os atos para novos tipos de protesto - o que ainda não é consenso.

"A dúvida é saber se, às vezes, na próxima não é o caso de fazer uma paralisação, uma greve, trancamento de rodovia, intercalando para não ser só atos de sábado na Avenida Paulista", diz João Paulo Rodrigues, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretório estadual do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em Pernambuco distribuiu 10 outdoors com o mote “CPI Quem Deu a Ordem” em pontos de grande movimentação no Recife e Região Metropolitana. A mensagem diz respeito a uma mobilização em apoio à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, para investigar a ação policial em protesto contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e que resultou em violência no último dia 29, no Recife. Na ocasião, dois homens, alheios ao protesto, foram gravemente feridos à bala e acabaram perdendo a visão.

As placas contém a hashtag "#CpiQuemDeuAOrdem: Juntos pela apuração dos fatos de 29 de maio" e estão localizadas nos bairros do Pina (2), Boa Viagem, Imbiribeira, Encruzilhada, Casa Forte, Afogados, Estância, Santo Amaro e Salgadinho (Olinda). A CPI teria o intuito de cobrar do governador Paulo Câmara (PSB) respostas sobre a ordem dada à Polícia Militar e justificativa para o emprego do Batalhão de Choque em um ato pacífico.

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Na Casa, já foram protocoladas duas moções de apoio à instalação da CPI por iniciativa do partido, liderada pelo Coronel Meira.

"Estamos cobrando do Governador Paulo Câmara a resposta que a sociedade Pernambucana vem questionando. Desde o dia do acontecimento que o Governador vem se esquivando, se omitindo e tentando empurrar a responsabilidade para terceiros, o que é totalmente inadmissível", explica o coronel.

A  CPI é liderada na Alepe pelo deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PSC). "Um coisa tão simples e rápida de se resolver e o Governador fica empurrando com a barriga. Queremos ouvir os responsáveis e o próprio Governador Paulo Câmara sobre 'quem deu ordem' do fatídico dia 29 de maio, no qual, infelizmente, deixou vítimas e ao mesmo tempo criminalizou a Polícia Militar que estava cumprindo ordens, fato que gerou desconforto na tropa", reforçou Feitosa.

Para a instalação da CPI, basta que um terço dos deputados Estaduais (17 membros) assinem o requerimento que está aberto na Assembleia Legislativa de Pernambuco, no qual já conta com 13 assinaturas.

Neste sábado (19), acontecerá o “19J”, como foi apelidada a próxima mobilização nacional contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Os atos seguem a mesma proposta do 29M, do último dia 29 de maio, que levou às ruas multidões em cerca de 213 cidades brasileiras e 14 do exterior, segundo estimativa dos movimentos organizadores.

Para a nova organização, frentes da esquerda como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Frente Brasil Popular, esperam o envolvimento de 500 cidades, nacionais e internacionais, e já confirmam participação de 150 municípios brasileiros.

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O 29 de maio conseguiu boa adesão ao redor do país, apesar de ter sido duramente criticado por eleitores e políticos da direita, por se tratar de uma aglomeração, o que se choca com o mote “Fique Em Casa”, mais forte no espectro da esquerda. Entendendo as ressalvas, entidades e movimentos sociais pretendem repetir a fórmula no sábado (19), prezando pelo uso e distribuição de máscaras, distanciamento social e distribuição de álcool em gel. Até o momento, nenhuma oscilação no número de casos de Covid-19 no país foi associada às manifestações.

Os manifestantes cobram a aceleração da vacinação, a proteção dos povos indígenas, o combate ao racismo, defenderam o auxílio emergencial e são contra os cortes na educação. Aos participantes, é recomendado o uso de máscaras do tipo Pff2 sem válvula ou a N95.

Protestos no Recife

No último dia 29, o protesto anti-Bolsonaro na capital pernambucana foi protagonizado por episódios de violência policial que repercutiram em todo o Brasil. Imagens do dia reportam repressão por parte da PMPE, que usou balas de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta, contra grupos que pacificamente realizavam o ato na área central da cidade.

Na ocasião, dois homens, alheios ao protesto, foram baleados pela polícia e acabaram perdendo a visão. A vereadora Liana Cirne (PT-PE) também foi vítima de um ataque com spray de pimenta e acabou desmaiando no momento. Ambos os casos são investigados pela Justiça.

Em virtude dos eventos, o coronel Vanildo Maranhão, ex-comandante da Polícia Militar, foi exonerado no dia 1º de junho. Para tentar evitar uma nova ação arbitrária da polícia, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) fez recomendações à Secretaria de Defesa Social (SDS) e pediu que a secretaria determine ao Comando Geral da Polícia Militar de Pernambuco que o policiamento dos atos aconteça dentro da legalidade.

Cabe a SDS garantir que haja um Grupo Tático para Assuntos Correcionais acompanhando todo o ato, desde a concentração ao término. Dentre as determinações, o órgão chama atenção para o uso indevido de armas.

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) protocolou, nesta segunda-feira (31), o projeto de lei que proíbe o uso de armas de fogo, com ou sem munição letal, por parte de policiais militares ou guardas municipais durante manifestações de natureza política ou civil no País.

O objetivo do parlamentar é tirar este armamento de protestos populares e pacíficos e, assim, evitar episódios violentos como o ocorrido, no último sábado, na passeata que criticava o governo Bolsonaro, no Centro do Recife.

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“Era um ato pacífico, mas mesmo que estivesse fora de controle, existem outras formas de a segurança pública intervir”, afirmou.

No mesmo PL, que altera as leis 13.060/2014 e 13.869/2019, também inclui como crime o porte, ou uso de qualquer tipo de arma de fogo, com ou sem munição não letal, durante o policiamento das manifestações.

"O nosso projeto tem o objetivo de evitar que protestos pacíficos sejam alvos de excessos ou violência policial”, explicou Túlio Gadêlha. “Não é de hoje que o uso de armas de fogo com munições de borracha causa lesões corporais de natureza grave. Isso precisa ter fim”, declarou.

No último sábado, duas pessoas ficaram feridas gravemente por balas de borracha no Recife. O autônomo Daniel Campelo da Silva, de 51 anos, e o arrumador de contêiner Jonas Correia de França, de 29 anos, foram atingidos no olho por balotes disparados pela Polícia Militar. Eles não participavam da manifestação, que ocorria pacificamente. Ambos devem perder a visão do olho atingido.

No Chile, segundo exemplificou, durante protesto por uma nova constituinte, 2.400 chilenos foram feridos pelas chamadas “munições não letais”.

“É visível que esse tipo de dispositivo é, sim, letal”, alertou.

De acordo com o parlamentar, o País tem assistido à violação do direito constitucional do brasileiro de manifestar a insatisfação com políticas públicas. E observado os crescentes casos de injúria racial, homofobia e assassinato de jovens negros em operações policiais. “A população não pode ter medo de exercer seu direito de protestar. Muito menos quando o agente a se temer é o Estado, o qual deveria garantir sua segurança”.

*Da assessoria

O piloto britânico Lewis Hamilton postou um vídeo das manifestações realizadas contra o presidente Jair Bolsonaro em seu Instagram nesta segunda-feira (31).

As imagens mostram um sobrevoo sobre a Avenida Paulista, em São Paulo, tomada pelos manifestantes no último sábado (29).

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Naquele dia, milhares de pessoas foram para as ruas de mais de 100 cidades no país protestar contra o governo Bolsonaro e contra a gestão da pandemia de Covid-19. O Brasil é o segundo no mundo em número total de mortes, com mais de 461 mil vítimas.

"Meu coração está com vocês Brasil", escreveu o heptacampeão mundial de Fórmula 1 em seus stories.

Hamilton é conhecido por seu engajamento em questões sociais e ambientais e usa com frequência a sua voz, dentro e fora das pistas, para questões de relevância internacional, como a luta contra o racismo, contra o desmatamento e a poluição ambiental e também de movimentos sociais - como a revolta ocorrida na Nigéria no ano passado.

Sobre o Brasil, o piloto da Mercedes já postou diversas mensagens, tanto por conta do elevado número de mortes na pandemia de Covid-19 como nos incêndios que atingiram a Amazônia nos últimos três anos.

Da Ansa

O Exército colombiano ocupou neste sábado (29) as ruas de Cali, a terceira maior cidade do país, depois de uma madrugada marcada pela violência. Ao menos 13 pessoas morreram depois que manifestantes saíram às ruas no aniversário de um mês dos protestos contra o governo de Iván Duque.

Autoridades locais dizem que ainda não é possível determinar se todas as mortes estão ligadas aos protestos. Ainda na noite de sexta-feira (28), Duque despachou 7 mil militares para a cidade, epicentro dos protestos que começaram no final de abril.

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Um toque de recolher foi decretado em Cali após a noite de violência. Ao longo do sábado, o clima ainda era de tensão, com pouca movimentação nas ruas, tomadas por escombros e restos de barricadas do dia anterior. Segundo a prefeitura de Cali, houve registro de vandalismo contra propriedade pública e privada.

A polícia diz que apenas três das mortes estão relacionadas aos protestos. O resto seria reflexo de acerto de contas entre gangues locais.

O prefeito de Cali, Jorge Iván Ospina, diz que ainda não é possível dizer que as 13 mortes estão vinculadas aos protestos, mas pediu que todas as mortes sejam investigadas.

"Não há dúvida que a maioria delas está ligada às manifestações, mas não podemos garantir que são todas elas", explicou.

Os manifestantes dizem terem sido alvos de disparos de civis armados quando faziam um ato para marcar o aniversário de um mês dos protestos contra a reforma tributária de Duque.

"Estávamos em uma atividade cultural para marcar o aniversário da greve no bairro de Meléndez quando ouvimos tiros", disse um sobrevivente, que não quis se identificar por temer por violência. "Começaram a nos massacrar. Eram cinco pessoas à paisana atirando atrás de umas árvores."

Revolta

Em um dos episódios que mais provocaram indignação ontem no país, um membro do Ministério Público disparou contra um bloqueio de manifestantes, matou dois deles e foi linchado em seguida pela multidão.

A polícia prometeu investigar a atuação de civis armados na noite de violência e prometeu punir oficiais que teriam sido "permissivos" com violência armada.

O Ministério Público também criticou os ataques de civis aos manifestantes e até mesmo contra equipes médicas, gravados em vídeos.

"Ontem (sexta-feira) houve uma situação muito específica, com civis usando armas de fogo contra os manifestantes de maneira indiscriminada", disse o diretor de investigação da polícia colombiana, Fernando Murillo.

O decreto assinado por Duque na noite de sexta-feira também prevê o envio de militares para outros nove departamentos (Estados) colombianos afetados pelos bloqueios viários.

Até esta sexta-feira, o governo contabilizava 49 mortes desde o início dos protestos, mas, segundo o Ministério Público, apenas 17 casos têm vínculo direto com as manifestações. A ONG Human Rights Watch afirma ter denúncias confiáveis sobre 63 óbitos, 28 relacionados com a crise.

Reforma fiscal

A crise começou quando o governo quis impor mais impostos à classe média, atingida pela pandemia, para preencher a lacuna fiscal deixada pelo aumento de gastos para combater o coronavírus.

Duque desistiu da proposta, mas a repressão policial acirrou os ânimos. Atualmente as ruas estão cheias de jovens sem trabalho e sem aulas, que pedem um Estado mais ativo diante da devastação causada pela covid-19.

O governo evita condenar abertamente a repressão policial e assegura estar enfrentando vandalismo e o "terrorismo urbano de baixa intensidade". Também denunciou que grupos guerrilheiros financiados pelo narcotráfico se infiltraram no movimento de protesto.

Duque, que há duas semanas tenta negociar uma saída para a crise com os manifestantes, endureceu sua posição com o envio de tropas para as cidades.

Luis Felipe Vega, professor de ciência política da Universidade Javeriana, questionou a medida. "É como apagar um incêndio com gasolina, já que um soldado é formado para neutralizar uma ameaça, e não para controlar protestos", disse.

Uma das principais preocupações de Duque é desbloquear as estradas fechadas pelos manifestantes, que prejudicam a logística de abastecimento do país.

Duque e oposição retomam conversas

O governo tem se esforçado para dialogar com manifestantes e a oposição, sem muito sucesso. Na última segunda-feira, 24, Duque e lideranças chegaram a um pré-acordo para encerrar as manifestações, mas ele não saiu do papel. O governo não assinou o documento, alegando que alguns líderes não condenaram os bloqueios de estradas, um dos grandes impasses das negociações. As conversas devem ser retomadas neste domingo, 30. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador da República, e presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Humberto Costa (PT), foi às redes sociais repudiar a ação violenta da Polícia Militar durante manifestação no Recife (PE), neste sábado (29). O senador compartilhou imagens da agressão sofrida pela vereadora Liana Cirne (PT) durante o ato e pediu providências ao Governo do Estado. 

A nota, produzida pela assessoria do senador, coloca que o ato que pedia o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acontecia de forma pacífica e em respeito às normas de distanciamento social, quando os manifestantes foram dispersados pela PM de forma truculenta. A postagem também cita a vereadora Liana Cirne (PT), agredida durante a manifestação.

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Além disso, a postagem diz que Humberto Costa vai cobrar do Governo do Estado de Pernambuco “apuração rigorosa dos fatos e exemplar punição aos responsáveis pelo ato violento". Confira na íntegra.  

O senador e presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Humberto Costa, pediu a apuração rigorosa das agressões feitas por integrantes da Polícia Militar contra manifestantes durante a dispersão do ato contra o presidente Jair Bolsonaro, no Recife. Do mesmo modo como ocorreu em todo o país, o ato vinha sendo realizado de forma pacífica. 

Entre os manifestantes atacados de forma truculenta, está a vereadora e líder do PT na Câmara do Recife, Liana Cirne Lins (PT), que foi covardemente agredida e teve que receber atendimento médico de emergência. O senador presta solidariedade a ela e a todos os outros manifestantes que sofreram com a truculência. O ato ocorreu com respeito às normas de distanciamento social e de proteção individual. O senador cobra do governo e do governador a apuração rigorosa dos fatos e exemplar punição aos responsáveis por este ato violento.

 

Em domínio dos militares, a força de segurança do Mianmar, no sudeste asiático, abriu fogo contra um protesto e matou, pelo menos, oito pessoas nesse domingo (2). O país sofreu o golpe há cerca de três meses e, desde então, vem passando por manifestações contra o regime autoritário.

Considerada "a primavera de Mianmar", os organizadores deste, que foi um dos maiores protestos, incentivaram os civis em atos descentralizados. "Vamos sacudir o mundo com a voz da unidade do povo de Mianmar", indicou em comunicado.

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Três manifestantes foram assassinados em Wetlet, no Centro do país, e outras duas pessoas foram mortas em diferentes cidades de Shan, no nordeste. Mais uma vítima foi registrada na cidade de Hpakant, no norte do Mianmar, e mais duas foram baleadas em Mandalay, na segunda cidade mais populosa.

O golpe militar do dia 1º de fevereiro derrubou o governo eleito liderado pela ganhadora do Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi. Dezenas de milhares de pessoas foram desabrigadas pelos conflitos armados entre o governo e os rebeldes, de acordo com as Nações Unidas.

A Associação de Policiais da Alemanha informou que mais de 250 manifestantes foram detidos desde ontem (1º) durante protestos e marchas convocados para marcar o Dia Internacional dos Trabalhadores em Berlim. Segundo comunicou o órgão, dos mais de 20 diferentes encontros promovidos para celebrar a data na capital alemã, a vasta maioria se manteve pacífica, porém uma marcha de 8 mil pessoas chamada por movimentos de esquerda se tornou violenta, e manifestantes arremessaram garrafas de vidro e pedras contra policiais, bem como queimaram latas de lixos e pedaços de madeira.

Segundo informou o vice-diretor do sindicato policial, Stephan Kelm, cerca de 50 membros das forças de segurança pública ficaram feridos. "Existem sinais claros de que [os protestos] não foram sobre expressão política, mas sim sobre abusar o direito de reunião para cometer sérios crimes", disse. Atualmente, a Alemanha mantém um toque de recolher durante o período noturno a fim de conter a transmissão do novo coronavírus. Entretanto, protestos políticos e reuniões religiosas estão isentas da medida.

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Fonte: Associated Press

A terceira onda da Covid-19 segue avançando neste domingo (21) na Europa, com protestos contra as restrições como pano de fundo, e, no mundo, com as praias do Rio de Janeiro fechadas e Miami Beach sob toque de recolher.

Esta semana, 465.300 novas infecções foram registradas todos os dias no mundo. Com exceção da África e Oriente Médio, todas as regiões registraram altas: + 34% na Ásia, + 18% na Europa, + 15% nos Estados Unidos/Canadá e + 5% na América Latina e Caribe.

"Dado o aumento dos casos da Covid-19 nos Estados-membros", o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, decidiu que os dirigentes da União Europeia (UE) se reunirão na quinta e sexta-feira à distância, e não em Bruxelas, informou um porta-voz.

Diante do aumento das infecções, alguns estados da Alemanha defendem a extensão das restrições impostas para conter o vírus até o mês de abril, segundo documento consultado pela AFP, apesar do cansaço dos cidadãos com essas medidas.

No sábado, milhares de pessoas protestaram em vários países europeus (Alemanha, Holanda, Áustria, Bulgária, Suíça, Sérvia, Polônia, França e Reino Unido), bem como no Canadá, contra a "ditadura" das restrições sanitárias.

Pelo menos 36 pessoas foram presas e vários policiais ficaram feridos em Londres durante um dos protestos.

Em Cassel, no centro da Alemanha, houve confrontos com as forças da ordem, que fizeram uso de spray de pimenta, cassetetes e canhões d'água.

"A covid é uma farsa", dizia as faixas de manifestantes, de Montreal a Belgrado.

Essa onda de descontentamento coincidiu com a entrada em vigor de um terceiro confinamento para 21 milhões de franceses, incluindo parisienses, embora menos estrito do que os anteriores, e um confinamento parcial na Polônia.

Ainda assim, cerca de 6.500 pessoas se reuniram para celebrar o carnaval em Marselha, no sul da França, sem máscaras. Um ato não autorizado que foi descrito como "irresponsável" pela polícia, que interveio para dispersar a multidão.

- Fim de festa -

Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos administraram mais de três milhões de doses de vacinas em 24 horas por dois dias consecutivos pela primeira vez, uma nova indicação de que a campanha de imunização do país se acelerou, segundo dados oficiais divulgados neste domingo.

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), 24,5% da população já recebeu pelo menos uma dose, enquanto 13,3% estão totalmente vacinados.

No entanto, na Flórida, a ilha de Miami Beach foi obrigada a impor toque de recolher devido à chegada de turistas determinados à festa, apesar da pandemia.

"O volume de pessoas é claramente maior do que nos anos anteriores", disse o prefeito de Miami Beach, Dan Gelber.

"Acho que em parte se deve ao fato de que há poucos lugares abertos no resto do país, ou são muito frios, ou estão fechados e também muito frios", comentou.

Na Ásia, as Filipinas também anunciaram novas restrições, como o fechamento de igrejas em Manila, quando as infecções atingiram um número recorde de mais de 7.000 novos casos por dia.

O Brasil, por sua vez, teve um novo dia de números alarmantes, com 2.438 mortes em 24 horas, para um total de 292.752 desde o início da pandemia, enquanto acumula mais de 11,9 milhões de infecções.

Para conter os contágios, o prefeito do Rio de Janeiro decidiu fechar as praias a partir deste final de semana. Pouco mais de 5% da população recebeu a primeira dose da vacina e menos de 2% a segunda.

No vizinho Paraguai, que já foi um dos países exemplares da região, os leitos de terapia intensiva se esgotaram no sábado.

O Peru, que também tem seus hospitais saturados, ultrapassou a marca de 50.000 mortes por Covid-19. E o Chile registrou 7.000 infecções em um único dia pela primeira vez, situação que levou o governo a confinar 28 municípios.

Para combater a pandemia, a Colômbia recebeu 245 mil doses da vacina AstraZeneca pelo mecanismo Covax, além de 770 mil doses da Sinovac oferecidas pela China, cujo presidente Xi Jinping disse esperar "cooperação reforçada" entre os dois países.

- Atrasos da AstraZeneca -

Os governos também se esforçam para intensificar a vacinação, quando a pandemia já matou pelo menos 2.710.382 pessoas no mundo, segundo balanço apurado pela AFP neste domingo.

Depois de enfrentar temores sobre supostos efeitos adversos nas últimas semanas, a vacina AstraZenenca, que vários países europeus vêm administrando novamente desde sexta-feira, agora enfrenta uma ofensiva da UE por atrasos nas entregas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ameaçou no sábado bloquear as exportações da vacina, caso a UE não receba primeiro as doses acordadas.

O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, alertou hoje na SkyNews que o bloqueio seria "contraproducente" para "um bloco comercial que se gaba de [cumprir] a lei".

Apesar dos esforços de imunização, os organizadores das Olimpíadas de Tóquio decidiram não receber espectadores do exterior, considerando altamente improvável que eles possam viajar ao Japão para a competição marcada para 23 de julho a 8 de agosto.

A terceira onda da Covid-19 segue avançando neste domingo (21) na Europa, com protestos contra as restrições como pano de fundo, e, no mundo, com as praias do Rio de Janeiro fechadas e Miami Beach sob toque de recolher.

Esta semana, 465.300 novas infecções foram registradas todos os dias no mundo. Com exceção da África e Oriente Médio, todas as regiões registraram altas: + 34% na Ásia, + 18% na Europa, + 15% nos Estados Unidos/Canadá e + 5% na América Latina e Caribe.

"Dado o aumento dos casos da covid-19 nos Estados-membros", o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, decidiu que os dirigentes da União Europeia (UE) se reunirão na quinta e sexta-feira à distância, e não em Bruxelas, informou um porta-voz.

Diante do aumento das infecções, alguns estados da Alemanha defendem a extensão das restrições impostas para conter o vírus até o mês de abril, segundo documento consultado pela AFP, apesar do cansaço dos cidadãos com essas medidas.

No sábado, milhares de pessoas protestaram em vários países europeus (Alemanha, Holanda, Áustria, Bulgária, Suíça, Sérvia, Polônia, França e Reino Unido), bem como no Canadá, contra a "ditadura" das restrições sanitárias.

Pelo menos 36 pessoas foram presas e vários policiais ficaram feridos em Londres durante um dos protestos. Em Cassel, no centro da Alemanha, houve confrontos com as forças da ordem, que fizeram uso de spray de pimenta, cassetetes e canhões d'água.

"A covid é uma farsa", dizia as faixas de manifestantes, de Montreal a Belgrado. Essa onda de descontentamento coincidiu com a entrada em vigor de um terceiro confinamento para 21 milhões de franceses, incluindo parisienses, embora menos estrito do que os anteriores, e um confinamento parcial na Polônia.

O governo polonês havia aliviado a pressão em fevereiro, autorizando a reabertura de hotéis, museus, cinemas, teatros e piscinas com capacidade limitada, e agora teve que voltar atrás.

Fim de festa

Do outro lado do Atlântico, na Flórida (Estados Unidos), a ilha de Miami Beach foi obrigada a impor toque de recolher devido à chegada de turistas determinados à festa, apesar da pandemia.

"O volume de pessoas é claramente maior do que nos anos anteriores", disse o prefeito de Miami Beach, Dan Gelber. "Acho que em parte se deve ao fato de que há poucos lugares abertos no resto do país, ou são muito frios, ou estão fechados e também muito frios", comentou.

Na Ásia, as Filipinas também anunciaram novas restrições, como o fechamento de igrejas em Manila, quando as infecções atingiram um número recorde de mais de 7.000 novos casos por dia.

O Brasil, por sua vez, teve um novo dia de números alarmantes, com 2.438 mortes em 24 horas, para um total de 292.752 desde o início da pandemia, enquanto acumula mais de 11,9 milhões de infecções.

Para conter os contágios, o prefeito do Rio de Janeiro decidiu fechar as praias a partir deste final de semana. Pouco mais de 5% da população recebeu a primeira dose da vacina e menos de 2% a segunda.

No vizinho Paraguai, que já foi um dos países exemplares da região, os leitos de terapia intensiva se esgotaram no sábado. O Peru, que também tem seus hospitais saturados, ultrapassou a marca de 50.000 mortes por covid-19. E o Chile registrou 7.000 infecções em um único dia pela primeira vez, situação que levou o governo a confinar 28 municípios.

Para combater a pandemia, a Colômbia recebeu 245 mil doses da vacina AstraZeneca pelo mecanismo Covax, além de 770 mil doses da Sinovac oferecidas pela China, cujo presidente Xi Jinping disse esperar "cooperação reforçada" entre os dois países.

"Vitória da Humanidade"

Os governos também se esforçam para intensificar a vacinação, quando a pandemia já matou pelo menos 2.710.382 pessoas no mundo, segundo balanço apurado pela AFP neste domingo.

Depois de enfrentar temores sobre supostos efeitos adversos nas últimas semanas, a vacina AstraZenenca, que vários países europeus vêm administrando novamente desde sexta-feira, agora enfrenta uma ofensiva da UE por atrasos nas entregas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ameaçou no sábado bloquear as exportações da vacina, caso a UE não receba primeiro as doses acordadas.

O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, alertou hoje na SkyNews que o bloqueio seria "contraproducente" para "um bloco comercial que se gaba de [cumprir] a lei".

Apesar dos esforços de imunização, os organizadores das Olimpíadas de Tóquio decidiram não receber espectadores do exterior, considerando altamente improvável que eles possam viajar ao Japão para a competição marcada para 23 de julho a 8 de agosto.

No verão passado, os organizadores queriam, no entanto, fazer desses jogos uma celebração da "vitória da Humanidade contra o vírus".

Pelo menos três pessoas foram mortas em protestos em Mianmar neste sábado (13), após uma violenta noite de repressão, na qual centenas de manifestantes desafiaram o toque de recolher para realizar vigílias pelos mortos em protestos desde que os militares tomaram o poder.

Desde o golpe de 1º de fevereiro, a junta militar que assumiu o poder reprime um movimento de protesto sem precedentes, tentando detê-lo de forma cada vez mais violenta, inclusive com munição real. Até agora, mais de 70 manifestantes morreram, de acordo com a ONU.

Grandes manifestações continuam ocorrendo em todo o país exigindo a libertação da líder Aung San Suu Kyi - presa em 1º de fevereiro - e o retorno da democracia.

Em protestos neste sábado, as forças de segurança reprimiram duramente a mobilização em Mandalay, a segunda maior cidade do país,

Pelo menos três pessoas morreram e mais de 20 pessoas, incluindo um monge, ficaram feridas segundo jornalistas da AFP. Esses incidentes ocorreram um dia após a morte de três manifestantes em Yangon, a capital econômica do país.

Segundo imagens verificadas nas redes sociais, três manifestantes foram mortos a tiros durante confrontos com as forças de segurança.

Antes que esses distúrbios estourassem, centenas de manifestantes na noite de sexta-feira desafiaram o toque de recolher em vigor para realizar várias vigílias à luz de velas em todo o país.

Perto de Yangon, em Hledan - que por várias semanas foi o epicentro dos protestos - vários manifestantes carregando imagens de Suu Kyi sentaram-se e oraram, enquanto seguravam velas acesas em homenagem aos mortos nas mobilizações contra o golpe de Estado militar.

- "Honrar os heróis caídos" -

"Ignoramos o toque de recolher para honrar os heróis caídos", disse o ativista Thinzar Shunlei Yi à AFP.

Na manhã de sábado, o funeral de uma das vítimas, Chit Min Thu - que morreu na quinta-feira, dia que gerou um total de nove mortes - atraiu uma grande multidão, que deu a saudação simbólica de três dedos, um sinal de resistência ao novo poder, enquanto o corpo era levado ao crematório.

Um líder comunitário ligado ao governo civil deposto, Zaw Myat Linn, morreu terça-feira durante interrogatório após ser preso, de acordo com um órgão de assistência aos presos políticos.

No entanto, neste sábado a imprensa estatal afirmou que Zaw Myat Linn "saltou" do local onde se encontrava, caindo sobre um tubo de aço. A mídia oficial alertou que medidas severas seriam aplicadas contra aqueles que divulgam outras versões da morte do líder comunitário.

Na quinta-feira, o maior especialista da ONU em Mianmar, Thomas Andrews, disse ao Conselho de Direitos Humanos que "as evidências estão crescendo" de que os militares e seus oficiais de alto escalão "provavelmente cometerão crimes contra a humanidade, incluindo assassinatos, desaparecimentos forçados, perseguição, tortura e prisão em violação do (...) direito internacional".

A junta também intensificou sua repressão à imprensa, com cinco jornalistas indiciados na sexta-feira, incluindo um fotógrafo da agência Associated Press, que foi detido no mês passado enquanto cobria uma manifestação em Yangon.

Acusados de “causar medo, espalhar notícias falsas ou questionar direta ou indiretamente um funcionário do governo”, eles poderiam ser sentenciados entre dois e três anos de prisão, de acordo com a nova lei aprovada pelo conselho.

O presidente senegalês, Macky Sall, declarou um dia de luto nacional para esta quinta-feira após protestos recentes que deixaram pelo menos cinco mortos, anunciou o governo nesta quarta-feira (10).

Durante o dia nacional de luto, “as bandeiras estarão a meio mastro, neste dia de comunhão, recolhimento e oração pelos nossos amados desaparecidos”, afirmou o governo em comunicado.

Os organizadores do protestos falam em 11 mortos nos distúrbios dos últimos dias - o episódio mais grave de violência desde 2012 neste país conhecido por sua estabilidade na África Ocidental.

O grupo de oposição senegalês Movimento pela Defesa da Democracia (M2D) já havia convocado na véspera um dia de luto na sexta-feira e manifestações "pacíficas" em todo o país no sábado.

Jovens e forças de segurança entraram em confronto na semana passada após a prisão de Ousmane Sonko, um líder da oposição visto como um dos principais candidatos às eleições presidenciais de 2024.

As tensões diminuíram na terça-feira, um dia após sua libertação e um discurso do presidente senegalês pedindo "calma".

Sonko foi acusado na segunda-feira de assédio sexual após uma ação movida contra ele por uma funcionária de um salão de beleza, que segundo ele, tratava dores em suas costas.

O opositor, liberado sob controle judicial, garante que sua detenção se trata de um complô orquestrado por Sall para afastá-lo das próximas presidenciais, algo que o chefe de Estado nega.

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, começou a se articular para tentar conter os protestos e evitar um impeachment. Ontem, ele obteve apoio de aliados do seu antecessor, Horacio Cartes, para blindar seu governo no Congresso. Pela quarta noite seguida, manifestantes se reuniram em Assunção para pedir a renúncia de Benítez, acusado de negligência no combate à pandemia.

Os opositores de Benítez também se movimentam para aproveitar a onda de insatisfação popular. Os 29 deputados do Partido Liberal, o maior da oposição, afirmaram ontem que formalizarão um processo de impeachment do presidente paraguaio, apesar de não terem maioria na Câmara dos Deputados.

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A saída de Benítez é a principal reivindicação dos protestos, que começaram na sexta-feira, em Assunção. Os manifestantes reclamam da falta de tratamento para a covid em hospitais. O deputado liberal Celso Kennedy anunciou ontem que o processo será redigido pelos parlamentares Rodrigo Blanco, Jorge Ávalo Mariño e Celeste Amarilla.

Seriam necessários 53 votos favoráveis para aprovar o início do processo de impeachment na Câmara dos Deputados. Em seguida, o julgamento seria levado ao Senado, com 45 membros, que atuariam como juízes - em um procedimento parecido com o brasileiro.

Ontem, Benítez confirmou a troca de ministros para tentar acalmar a população, incluindo o titular do Ministério da Saúde, que passou a ser ocupado por Julio Borba, até então número dois da pasta. A pequena reforma ministerial, no entanto, não parece ter salvado a pele de Benítez. No início da noite, manifestantes se reuniram novamente nas ruas de Assunção para pedir sua renúncia.

"O presidente tem de renunciar, a corrupção é muito grande", disse a bióloga Carola Recalde, que compareceu à Praça do Congresso carregando a bandeira do país. "Ninguém mais confia em Marito, por causa da corrupção. A mudança de ministros não é suficiente, ele tem de renunciar", afirmou a dona de casa Lidia Benítez, que passou 40 dias ao lado da mãe, que teve covid. Ela disse que o prejuízo econômico da sua família foi "milionário".

Um ano após a detecção do primeiro caso de covid no Paraguai, a gestão da pandemia pelo governo tem sido contestada pela população em razão da demora na chegada de vacinas contra a covid-19 e da falta de medicamentos para tratar pacientes internados com a doença nas UTIs.

A chegada de apenas 4 mil doses da Sputnik V, a vacina russa, que seriam destinadas a profissionais que trabalham nas UTIs provocou um descontentamento generalizado. No sábado, o presidente chileno, Sebastián Piñera, ajudou Benítez, enviando 20 mil doses da Coronavac.

Ontem, o presidente do Senado, Oscar Salomón, anunciou que em poucos dias chegarão mais 36 mil doses. "Queremos obter a maior quantidade de vacinas no menor tempo possível", disse Borba, novo ministro da Saúde.

Melhor que Brasil. Com uma população de 7 milhões de habitantes, o Paraguai registrou 165 mil casos de covid-19 e 3,2 mil mortes em decorrência da doença. O país tem registrado números recordes de novos casos: na semana passada foram 115 a cada 100 mil habitantes.

Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, os números registrado no Paraguai, no entanto, são melhores que os brasileiros. O país tem cerca de 23 mil casos confirmados por cada milhão de habitantes, menos da metade do que tem o Brasil, com 51 mil por milhão de habitantes. Em número de mortes, os paraguaios têm 465 por milhão, enquanto o Brasil tem quase três vezes mais, 1,25 mil por cada milhão de habitantes. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Paraguai, o conservador Mario Abdo Benítez, enfrentou neste sábado, 6, uma nova noite de protestos, mesmo após ter pedido a todos os ministros que colocassem os cargos à disposição - quatro renunciaram. Na sexta-feira, manifestantes, em sua maioria jovens, já haviam se reunido no centro de Assunção pedindo sua renúncia em razão da má gestão da pandemia, sobretudo da falta de vacinas. No ato de sábado, a polícia dispersou com balas de borracha e gás lacrimogêneo um grupo que decidiu levar o protesto até a residência presidencial. Dez foram presos.

A gestão da pandemia pelo Ministério da Saúde tem sido contestada pela população em razão da demora na chegada de imunizante e da falta de medicamentos para tratar pacientes internados com a covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva. Até agora, 4 mil doses da vacina Sputnik V foram aplicadas em profissionais da Saúde, ou seja, menos de 0,1% da população foi vacinada. Ontem, chegaram 20 mil doses da Coronavac enviadas pelo Chile, governado pelo também conservador Sebastián Piñera.

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A escassez causou os protestos, que se agravaram quando dois medicamentos usados para sedar os pacientes em UTI começaram a faltar em hospitais públicos do país. Com o aumento do número de casos de internados com covid, famílias passaram a vender pertences para comprar os medicamentos em farmácias particulares.

Com uma população de 7 milhões de habitantes, o Paraguai registrou mais de 160 mil casos de covid-19 e 3,2 mil mortes em decorrência da doença desde o início da pandemia do novo coronavírus. O país tem registrado números recordes de novos casos: nos últimos sete dias foram 115 novos casos a cada 100 mil habitantes.

Diante desse cenário e as manifestações, o ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, renunciou na sexta-feira depois que o Senado pediu que ele deixasse o cargo em meio ao agravamento da pandemia. Ainda na sexta, Mazzoleni admitiu que não poderia dar as datas exatas para a chegada de mais meio milhão de doses da vacina produzida na Rússia, além de 4,3 milhões de doses que chegarão pelo consórcio Covax, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ontem, os ministérios da Educação, da Mulher e da Casa Civil também tiveram confirmada a saída dos titulares.

Ainda na sexta, Mazzoleni admitiu que não poderia dar as datas exatas para a chegada de mais meio milhão de doses da vacina produzida na Rússia, além de 4,3 milhões de doses que chegarão pelo consórcio Covax, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Violência

A manifestação da noite de sexta-feira acabou em confrontos que deixaram um morto e ao menos 18 feridos. Imagens exibidas pela imprensa local mostraram pessoas feridas por balas de borracha disparadas por policiais, e agentes das forças de segurança atingidos por pedras lançadas por manifestantes. O núcleo dos distúrbios, uma área que inclui as sedes da Polícia Nacional, do Congresso e o Palácio do Governo, sofreu atos de vandalismo, e em alguns locais houve focos de incêndio. O grupo de manifestantes, calculado em cerca de 100 pela imprensa paraguaia, exige a renúncia de Abdo Benítez.

 

Crise de saúde

A convocação para o protesto da sexta-feira foi feita após o sindicato de enfermeiras e parentes de pacientes realizar nesta semana outras manifestações para denunciar a falta de suprimentos e materiais médicos nos hospitais públicos, especialmente entre os mais afetados pelo coronavírus.

Carlos Morínigo, pneumologista do Instituto Nacional de Doenças Respiratórias e Ambientais (Ineram), que concentra os pacientes mais graves com covid-19, disse que os hospitais "estão trabalhando muito" e que "a situação é complicada". "Ainda mais complicado é porque não temos cabeça (ministro). Queremos que isso seja resolvido o mais rápido possível para trazer tranquilidade aos cidadãos", disse o médico em declarações a jornalistas.

O Ministério da Saúde garantiu na sexta-feira o fornecimento de insumos para o tratamento de pacientes com coronavírus, segundo declarações de um porta-voz. A entidade informou que existem quase 300 pacientes em terapia intensiva e pediu à população que reduzisse as aglomerações sociais.

"Estamos em uma situação crítica. Não estamos falando em reverter as fases de quarentena, mas vamos evitar multidões. É a única coisa que pode nos salvar do colapso do sistema de saúde", alertou Hernán Martínez, porta-voz do ministério. (Com agências internacionais)

As forças de segurança birmanesas dispersaram nesta sexta-feira (26) em Yangon centenas de manifestantes que exigiam o retorno da democracia e a libertação de Aung San Suu Kyi, em um novo dia de tensões após o golpe de Estado no país.

Mianmar continua mergulhada em uma onda de protestos, com manifestações que levaram centenas de milhares de pessoas às ruas, desde que os militares tomaram o poder em 1º de fevereiro.

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A enviada da ONU a Mianmar, Christine Schraner Burgener, condenou "energicamente" as recentes ações da junta militar, inclusive seu "inaceitável" uso da força letal, disse nesta sexta à Assembleia Geral da ONU, reunida em sessão especial sobre a situação neste país do sudeste asiático.

A polícia e o exército intervieram com rigor em algumas localidades, mas em Yangon, a capital econômica, até agora tinham conseguido dispersar os protestos com importantes contingentes, sem o uso excessivo da força.

No entanto, nesta sexta, os agentes da tropa de choque foram ao encontro dos manifestantes, embora a maioria deles estivesse sentada no chão e repetisse lemas a favor da democracia.

Seis manifestantes foram detidos, entre eles um jornalista japonês independente, que "levou um golpe na cabeça com um cassetete, mas usava um capacete", relatou o assistente do jornalista no Facebook.

Os manifestantes ergueram barricadas com mesas e arame farpado para barrar a intervenção policial.

"O fracasso da ditadura é a nossa causa, nossa causa!", gritavam os manifestantes.

- Polícia atira pedras -

Também houve protestos em Mandalay, a segunda cidade mais populosa do país.

Milhares de pessoas se concentraram no centro da cidade, muitas vestidas de branco e usando máscaras e chapéus vermelhos, cor da Liga Nacional para a Democracia (LND), o partido de Aung San Suu Kyi.

Ao final do protesto, a polícia usou estilingues para atirar pedras contra os manifestantes. Cinco deles ficaram feridos, um deles gravemente, informou o médico Thet Htay.

Em Yangon, o clima está tenso desde a quinta-feira, quando foi autorizada uma concentração pró-militar em uma região do centro da cidade que no geral fica vetada às manifestações.

O número de mortos desde o golpe de Estado subiu para cinco e são 720 os detidos desde então, segundo uma associação de ajuda aos presos políticos, inclusive um economista australiano, Sean Turnell, assessor de Aung San Suu Kyi.

De acordo com o jornal estatal Mirror Daily, as forças de segurança usaram granadas de dispersão e atiraram munição real para o alto para dispersar os protestos.

- "Reverter essa situação inadmissível" -

Enquanto a tensão permanece nas ruas de Mianmar, a comunidade internacional continua denunciando o uso da força por parte da junta militar.

"Não há justificativa para as ações dos militares e devemos continuar pedindo para reverter essa situação inadmissível, esgotando todos os canais bilaterais e multilaterais para voltar a encaminhar Mianmar no rumo da democracia", disse nesta sexta a enviada da ONU a Mianmar na Assembleia Geral das Nações Unidas, em videoconferência.

Além disso, o embaixador birmanês na ONU, Kyaw Moe Tun, expressou uma oposição categórica aos militares e exigiu o fim do golpe de Estado.

"Precisamos da ação mais enérgica possível da comunidade internacional para pôr fim imediatamente ao golpe militar", disse, com voz embargada, à Assembleia Geral.

A União Europeia e os Estados Unidos já tinham aumentado a pressão sobre a junta com o anúncio no começo desta semana de novas sanções econômicas contra líderes do governo militar.

Manifestantes fizeram uma carreata contra o presidente Jair Bolsonaro na manhã deste domingo, 21, na Esplanada dos Ministérios em Brasília. Além de pedir o impeachment do chefe do Executivo, o grupo reivindicou agilidade na campanha de vacinação contra a covid-19 e pediu a prorrogação do auxílio emergencial, pago pelo governo a informais e desempregados para atenuar os efeitos da crise econômica causada pela pandemia.

Protestos contra o presidente foram registrados ao longo do dia em diversas capitais e cidades brasileiras. As manifestações são coordenadas pelos movimentos Brasil Popular e Povo Sem Medo e com apoio de movimentos sociais, frentes partidárias e sindicatos. Em Brasília, o ato contou com a participação de políticos que fazem oposição ao governo federal.

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Os carros se concentraram próximo ao Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, e seguiram em direção ao Congresso. A deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), participou do ato e publicou um vídeo em seu perfil no Twitter.

"Muitos carros, bicicletas, todos por #Fora Bolsonaro, por vacina, renda emergencial. O povo precisa de emprego, comida e combustível baratos, precisa de um governo brasileiro, c/ compromisso com o desenvolvimento e a dignidade humana", escreveu Gleisi na legenda do vídeo compartilhado.

Também eleita pelo PT, a deputada Erika Kokay (DF) também usou as redes sociais para compartilhar imagens da manifestação. A parlamentar publicou vídeo de ato de mulheres em frente ao Ministério da Saúde. Nas faixas, dizeres defendendo a vacinação para todos, a vida das mulheres e o pagamento do auxílio emergencial. "A luta para derrubar o genocida não pode parar", escreveu a deputada.

Segundo informações da Central Única de Trabalhadores (CUT), foram registrados protestos contra Bolsonaro também em Recife (PE), Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

Protestos contra o presidente Jair Bolsonaro estão sendo registrados em cidades brasileiras neste domingo. As manifestações são coordenadas pelos movimentos Brasil Popular e Povo Sem Medo e contam com o apoio de movimentos sociais, frentes partidárias e sindicatos. A pauta de reivindicações inclui a garantia da vacina contra a covid-19 para toda a população e a retomada do auxílio emergencial, além do impeachment de Bolsonaro.

Em Brasília, a carreata começou por volta das 11h e ocupava três faixas da Esplanada dos Ministérios. Na manifestação de Recife, motoristas saíram da Praça da Macaxeira em direção ao bairro de Boa Viagem, na zona sul da capital pernambucana.

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Na capital paulista, a manifestação ocorreu no sábado (20), com concentração no estacionamento do Pacaembu. Neste domingo, cidades do interior como Marília e Ribeirão Preto tiveram carreatas. Nas redes sociais, havia eventos programados em pelo menos 12 Estados, além do Distrito Federal.

Duas jornalistas bielorrussas foram condenadas nesta quinta-feira a dois anos de prisão por sua cobertura do movimento de protesto de 2020 no país, informou o canal Belsat.

Daria Shultsova e Katerina Bakhvalova, correspondentes do Belsat, canal de televisão da oposição com sede na Polônia, foram detidas em 15 de novembro em um apartamento a partir do qual haviam filmado a violenta dispersão de uma manifestação em homenagem ao ativista Roman Bodarenko, assassinado poucos dias antes.

"Eu mostrei os fatos no ar e me colocaram na prisão por isso, inventando acusações", disse Bakhvalova na quarta-feira à noite, em sua última intervenção antes da deliberação do tribunal.

As duas jornalistas, de 23 e 27 anos, se declararam inocentes e se consideram vítimas da repressão que atingiu o movimento de protesto organizado após a polêmica reeleição do presidente Alexander Lukashenko em agosto de 2020. A votação foi marcada por acusações de fraude.

A ONU condena os cortes de internet em Mianmar que, segundo a organização, prejudicam "os princípios democráticos fundamentais e setores fundamentais, incluindo os bancos", afirmou nesta segunda-feira (15) seu porta-voz adjunto, Farhan Haq.

O país asiático é palco de protestos contra os militares que derrubaram o governo civil de Aung San Suu Kyi em 1o de fevereiro, encerrando uma frágil transição democrática de 10 anos.

A enviada da ONU para Mianmar, Christine Schraner Burgener, alertou que os cortes de internet "vão agravar as tensões nacionais", durante uma conversa telefônica com Soe Win, comandante adjunto das forças armadas birmanesas.

A internet deixou de funcionar em todo o país pela segunda noite consecutiva, informou nesta segunda-feira (15) a ONG de vigilância da internet NetBlocks. No dia anterior o serviço também sofreu uma interrupção de oito horas.

"As prisões de líderes políticos, funcionários, atores da sociedade civil e representantes da mídia são muito preocupantes, assim como as restrições de internet e dos serviços de comunicação", insistiu Haq na coletiva de imprensa diária da ONU.

Esses serviços "não devem ser alterados para garantir a liberdade de expressão, que inclui o acesso à informação", disse o porta-voz.

A enviada da ONU planeja manter contato com a hierarquia militar birmanesa "para um diálogo franco e aberto enquanto considerar que isso permite reverter a situação atual e fazer respeitar a vontade do povo de Mianmar", acrescentou Haq.

Schraner Burgener "continua insistindo ao exército sobre o fato de que deve se abster de qualquer violência e respeitar plenamente os direitos humanos, as liberdades fundamentais e o Estado de direito", apontou o porta-voz.

Segundo ele, a enviada "comunicou ao exército de Mianmar que o mundo vigia de perto" a situação no país e que "qualquer forma de reação brutal poderia ter graves consequências".

O porta-voz, no entanto, não especificou quais seriam essas consequências.

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