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A polícia usou gás lacrimogêneo contra centenas de manifestantes na segunda-feira (24) em Wisconsin, enquanto aumenta a revolta nos Estados Unidos depois que um homem negro foi baleado por um policial branco, um caso que reaviva os protestos contra o racismo registrados após a morte de George Floyd.

Esta foi a segunda noite de confrontos na cidade de Kenosha (sudeste de Wisconsin) após a divulgação no domingo (23) de um vídeo que mostra o momento em que um policial atira diversas vezes pelas costas de Jacob Blake, de 29 anos, diante de seus três filhos.

Pouco depois da entrada em vigor do toque de recolher estabelecido entre 20H00 de segunda-feira e 07H00 de terça-feira, policiais da unidade antidistúrbios usaram gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

Os policiais responderam aos manifestantes que lançaram garrafas de água e fogos de artifício em direção aos agentes. Horas antes, centenas de manifestantes gritaram diante dos policiais: "Sem justiça, não há paz!" e "Diga o nome dele, Jacob Blake".

A imprensa local informou durante a tarde que a família de Blake indicou que o estado de saúde da vítima melhorou após uma cirurgia em um hospital de Milwaukee, 40 km ao norte da cidade, para onde foi levado de avião.

Como aconteceu com George Floyd, o afro-americano de 46 anos que morreu asfixiado em 25 de maio quando um policial branco ajoelhou por vários minutos em seu pescoço, a tentativa de detenção de Blake foi filmada por uma testemunha e o vídeo viralizou nas redes sociais.

As autoridades afirmaram que dois policiais foram suspensos e uma investigação foi iniciada após os distúrbios de domingo, quando vários veículos foram incendiados os arredores de um tribunal foram destruídos.

Antes do toque de recolher imposto no condado de Kenosha para preservar a ordem pública, os moradores pediram o fim da impunidade policial.

"Se eu matasse alguém, me condenariam e me considerariam uma assassina. Acho que deveria acontecer o mesmo para a polícia", afirmou Sherese Lott, uma mulher de 37 anos indignada com a brutalidade policial.

"Quero que meus filhos vejam como acontece a mudança e estou aqui para que nunca aconteça algo assim com eles", disse Michelle, que não revelou o sobrenome, ao participar no protesto ao lado do marido Kalvin e dos filhos, de oito e sete anos.

O governador de Wisconsin, Tony Evers, disse que enviaria 125 membros da Guarda Nacional à cidade para manter a ordem.

"Devemos estar à altura deste movimento e do momento e enfrentá-lo com nossa empatia, nossa humanidade e um férreo compromisso para interromper o ciclo de racismo e preconceito sistêmico que devasta as famílias e comunidades negras", afirmou, antes de pedir à população que organize manifestações pacíficas.

O vídeo do incidente gravado com um celular mostra que o homem negro foi seguido por dois policiais armados enquanto se dirigia a um veículo cinza. Quando ele abriu a porta e tentou sentar no banco do motorista, um dos policiais o agarrou pela camisa e atirou várias vezes em suas costas.

As autoridades não informaram se o outro policial também atirou.

Ben Crump, advogado dos direitos civis que representa a família de Floyd e assumiu a defesa de Blake, disse que os três filhos da vítima estavam no carro e que o homem estava apenas tentando "acalmar" um incidente doméstico.

A poderosa American Civil Liberties Union (ACLU) denunciou o que aconteceu a Blake como "mais um ato nojento de brutalidade policial".

"O fato de que uma violência policial como essa - os assassinatos de Breonna Taylor, George Floyd, Eric Garner e muitos outros - tenha se tornado algo comum mostra que a própria instituição policial americana está podre em sua essência", observou a ACLU no Twitter.

Apoiadores da oposição em Belarus se reuniram nesta terça-feira (18) em frente ao centro de detenção onde estaria preso o marido de sua líder, Svetlana Tikhanovskaïa, que denunciou um "sistema podre", no 10º dia de protestos.

Desde a contestada eleição presidencial de 9 de agosto, a pressão aumenta sobre o presidente Alexander Lukashenko, no poder desde 1994. Declarado vencedor com 80% dos votos, enfrenta manifestações diárias e um movimento de greve que afeta cada vez mais setores vitais para a economia do país.

Reunidos nesta terça-feira em frente ao centro de detenção nº1 de Minsk, quase 200 pessoas desejaram um "feliz aniversário" a Sergei Tikhanovski, 42 anos, marido da musa da oposição e detido desde 29 de maio por acusações de "perturbação da ordem pública".

Segurando buquês de flores e balões, os manifestantes pediram sua libertação.

Famoso blogueiro, ele se candidatou à eleição presidencial e fez campanha contra Alexander Lukashenko antes de ser substituído por sua esposa após sua prisão. Em detenção preventiva, pode pegar vários anos de prisão.

Da Lituânia, onde está refugiada com seus filhos, Svetlana Tikhanovskaïa, 37 anos, denunciou em um vídeo postado no YouTube que as acusações contra seu marido foram forjadas para "calar sua boca e não participar da campanha eleitoral".

"Todas essas injustiças e arbitrariedades flagrantes nos mostram como funciona esse sistema podre, no qual uma pessoa controla tudo", disse Tikhanovskaya. "Uma pessoa controla o país por meio do medo há 26 anos. Uma pessoa roubou a escolha dos bielorrussos".

- "Renunciar à violência" -

Svetlana Tikhanovskaya, professora de inglês por formação, substituiu o marido na corrida presidencial em 9 de agosto, reunindo multidões de partidários em seus comícios e recebendo apoio de outros opositores. Ela rejeita os resultados oficiais da eleição e denuncia fraudes.

Depois de pedir ao chefe de Estado que cedesse o poder, declarou na segunda-feira que estava pronta para "assumir suas responsabilidades" e governar o país.

Um "conselho de coordenação" para a transição de poder foi formado pela oposição, cuja primeira reunião será nesta terça, segundo a opositora Maria Kolesnikova. Deve incluir Svetlana Aleksievitch, Prêmio Nobel de Literatura.

Após a eleição, quatro noites de protestos foram reprimidas à força pela polícia, deixando pelo menos dois mortos, dezenas de feridos e mais de 6.700 presos. Os detidos relataram espancamentos e torturas.

A oposição organizou no último domingo o maior protesto da história do país com mais de 100.000 participantes e convocou uma greve que foi aderida por várias indústrias importantes, como a produtora de potássio Belaruskali ou a icônica fábrica de tratores (MZKT), onde Lukashenko foi vaiado na segunda-feira pelos trabalhadores.

Outra manifestação foi organizada nesta terça-feira em apoio ao Teatro Acadêmico do Estado de Minsk, cujo diretor Pavel Latouchko, também ex-ministro da Cultura, foi demitido por convocar publicamente novas eleições e a saída de Lukashenko.

O jornal Komsomolskaya Pravda, por sua vez, relatou dificuldades para imprimir seu número sobre a manifestação histórica de domingo, que atrasará um dia.

Lukashenko, de 65 anos, rejeitou repetidamente a ideia de deixar o poder, garantindo na segunda-feira que nunca entregaria o poder "sob pressão e pelas ruas". Ele concedeu mais de 300 medalhas nesta terça-feira a membros do ministério do Interior "por um serviço impecável".

A situação em Belarus será discutida em uma cúpula extraordinária da União Europeia na quarta-feira.

Nesta terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, e a chanceler alemã, Angela Merkel, conversaram por telefone. Berlim exortou Minsk a "renunciar à violência" e dialogar com a oposição. O Kremlin advertiu contra "qualquer tentativa de interferência estrangeira", dizendo que espera uma "rápida normalização da situação".

O presidente da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, afirmou neste domingo que rejeita qualquer possibilidade de repetir a votação para a presidência. A declaração foi dada durante uma manifestação de apoiadores do presidente, próxima à sede do governo, promovida em reação à onda de protestos da última semana questionando a regularidade das eleições.

Lukashenko, de 65 anos, acusou as potências ocidentais de interferirem na soberania do país, alegando que estariam reunindo unidades militares ao longo da fronteira ocidental da Bielo-Rússia. Também disse ter recebido sugestões de algumas nações ocidentais de que a Bielo-Rússia deveria repetir a votação presidencial, realizada em 9 de agosto. "Se seguirmos sua orientação (e repetirmos a eleição), morreremos como Estado", declarou Lukashenko.

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Segundo autoridades eleitorais, Lukashenko conquistou seu sexto mandato com cerca de 80% dos votos. Manifestantes afirmam que a eleição foi uma farsa e que os resultados foram manipulados. Também se queixam da dura repressão policial durante os protestos, que resultou em uma pessoa morta e 7 mil detidas. O declínio da economia da Bielo-Rússia e a rejeição de Lukashenko à pandemia do coronavírus, considerada por ele uma "psicose", são outros fatores que potencializaram os protestos, entre os maiores já vistos no país.

Ontem, Lukashenko disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordou em apoiar a segurança no país diante dos sucessivos protestos, sem especificar de que maneira. Lukashenko comentou que "quando se trata do componente militar, temos um acordo com a Federação Russa", referindo-se a um acordo de apoio mútuo que as duas ex-repúblicas soviéticas assinaram na década de 1990. "Estes são os momentos que se enquadram no acordo", acrescentou.

Neste domingo, a Organização de Segurança do Tratado Coletivo, aliança militar de seis ex-nações soviéticas, incluindo a Bielo-Rússia, informou que tomaria uma decisão sobre o fornecimento de assistência caso a Bielo-Rússia solicitasse. Fonte: Associated Press.

Em sua primeira sessão desde a explosão que arrasou Beirute, na semana passada, o Parlamento do Líbano aprovou a declaração de estado de emergência que dá mais poderes ao Exército em meio a protestos contra a classe política, apontada como responsável pela tragédia. Para grupos de direitos humanos, a medida representa uma ameaça às liberdades no país.

O estado de emergência com duração de duas semanas havia sido declarado pela primeira vez pelo presidente libanês, Michel Aoun, no dia da explosão, na terça-feira (4), mas precisava da aprovação parlamentar para torná-lo oficial.

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A partir de agora, o Exército poderá impor toques de recolher, ordenar o fim de assembleias ou reuniões e censurar publicações na imprensa que considere uma ameaça à segurança nacional. A medida também estende a capacidade de oficiais de julgar civis em tribunais militares e deve durar até 21 de agosto - com possibilidade de ampliação.

A decisão do Parlamento veio em um momento de fortes protestos - as autoridades são acusadas de negligência ao manter, por 6 anos, 2.750 toneladas de nitrato de amônio em condições inadequadas no porto de Beirute. O governo sabia da existência do material e dos perigos de deixá-lo no local.

A turbulência derrubou, na segunda-feira, o primeiro-ministro Hassan Diab, mas muitos ministros permaneceram alegando que uma saída em massa colocaria o país de volta ao impasse que enfrentou no ano passado, quando protestos forçaram a renúncia de outro primeiro-ministro Saad Hariri.

Karim Makdisi, professor associado de política internacional da Universidade Americana de Beirute, classificou a aprovação das medida como "um passo muito perigoso que pode levar ao abuso do poder do exército sem recurso para os cidadãos".

A sessão do Parlamento teve de ocorrer no teatro do Palácio da Unesco, em Beirute, pois os prédios do Legislativo foram atingidos pela explosão.

Karim Nammour, advogado e membro do conselho do The Legal Agenda, um grupo que monitora as políticas públicas no Líbano, disse que a declaração do estado de emergência seguiu uma "abordagem repressiva" semelhante à de emergências anteriores. "A lei realmente não especifica o que constitui uma ameaça à segurança, então isso pode ser interpretado sem critério para incluir outras atividades que não são necessariamente ameaçadoras, mas não são compatíveis com o regime ou visão dos poderes sobre como as coisas deveriam ser", disse.

Karim também afirma que permitir que as autoridades militares proíbam qualquer publicação de conteúdo que considerarem uma ameaça à segurança é o aspecto mais alarmante da medida de emergência, pois a imprensa tem desempenhado um papel importante ao responsabilizar as autoridades pelo desastre.

Os esforços de recuperação ainda estão em seus estágios iniciais na cidade, onde a explosão causou cerca de US$ 15 bilhões (R$ 80,4 bilhões) em danos, de acordo com o governo de Beirute. Grupos internacionais e organizações não governamentais assumiram a liderança nos esforços de ajuda.

Investigação

Ontem, David Hale, diplomata americano número três na hierarquia do Departamento de Estado dos EUA, visitou Beirute e disse que o FBI, o Departamento Federal de Investigação, participaria de uma apuração sobre a causa da explosão. "O FBI vai juntar forças com investigadores libaneses e estrangeiros, depois de receber um convite do Líbano", disse. Ao todo, 171 pessoas morreram 6,5 mil ficaram feridas na explosão no porto, que devastou metade de Beirute.

Autoridades francesas também abriram uma investigação por causa da presença de vítimas do país na tragédia.

Hale, que se encontrará com líderes libaneses e representantes da sociedade civil hoje, também lembrou que Washington apoia a formação de um governo "que responda à vontade de seu povo e esteja verdadeiramente comprometido e aja para adotar reformas". "Estamos a caminho de restaurar o que acredito que todos os libaneses querem ver: um Líbano liderado pelo povo libanês." (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, anunciou nesta segunda-feira (10) sua renúncia ao posto. Em meio a uma crise econômica, Diab ficou ainda mais fragilizado no cargo após a grande explosão ocorrida há alguns dias no porto de Beirute, que provocou uma onda de protestos e insatisfação popular.

Em seu discurso de despedida, Diab atribuiu a explosão à corrupção e disse esperar uma investigação do fato. A explosão da semana passada deixou mais de 150 mortos e milhares de feridos. (FONTE: DOW JONES NEWSWIRES)

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Novas manifestações são esperadas neste domingo (9) no Líbano, um dia após uma enorme mobilização marcada por ataques a ministérios lançados por manifestantes irritados contra uma classe dominante acusada de negligência após as explosões devastadoras em Beirute.

Diante da magnitude da tragédia e da indignação da população que exige a saída de todo o governo, a ministra da Informação, Manal Abdel Samad, anunciou sua renúncia, a primeira de uma autoridade governante.

Para ajudar o país, a França organizou uma conferência internacional por videoconferência neste domingo à tarde, três dias após a visita do presidente Emmanuel Macron a Beirute.

A tragédia foi causada na terça-feira por 2.750 toneladas de nitrato de amônio armazenadas por seis anos no porto de Beirute "sem medidas de precaução", segundo admitiu o próprio primeiro-ministro Hassan Diab.

A deflagração provocou uma cratera de 43 metros de profundidade, de acordo com uma fonte de segurança.

Enquanto cerca de 20 pessoas ainda estão desaparecidas, as buscas continuam nas ruínas do porto devastado, mesmo que as chances de encontrá-las estejam diminuindo. De acordo com o último balanço oficial, 158 pessoas morreram e 6.000 ficaram feridas na tragédia.

Em um Líbano já atingido por uma crise econômica sem precedentes agravada pela pandemia de COVID-19, a raiva aumenta entre a população.

Bairros inteiros da capital foram devastados pelas explosões e centenas de milhares de libaneses ficaram desabrigados.

"Preparem as forcas"

Esta tragédia, que ilustra a incapacidade do poder, deu fôlego novo à contestação sem precedentes lançada no final de 2019.

Neste domingo, nas redes sociais, novos protestos eram convocados à tarde na Praça dos Mártires, no coração de Beirute.

"Preparem as forcas, porque nossa raiva não será extinta da noite para o dia", diziam postagens online.

Desemprego, serviços públicos decadentes, condições de vida difíceis: uma revolta estourou em 17 de outubro de 2019 para exigir a saída de toda a classe política, quase inalterada por décadas. Mas a crise econômica se agravou e um novo governo instituído foi contestado. E o movimento perdeu força, especialmente com o novo coronavírus.

No sábado, os manifestantes invadiram brevemente os ministérios das Relações Exteriores, da Economia e da Energia, bem como a Associação de Bancos, sinalizando um endurecimento da contestação.

Milhares de libaneses se reuniram na Praça dos Mártires, brandindo vassouras e pás, em um momento em que a própria população realiza as operações de limpeza, sem que o governo tenha tomado medidas.

Os manifestantes também montaram forcas improvisadas, exigindo que os líderes fossem enforcados.

Grupos de manifestantes tentaram furar as barreiras de segurança protegendo o Parlamento. As forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes, que atiraram pedras de volta.

"Crime contra Humanidade"

Em um hotel da praça, um membro das forças de segurança morreu em uma queda fatal no sábado após ser atacado por "desordeiros", segundo a polícia.

Cerca de 65 feridos nos confrontos foram hospitalizados e 185 tratados no local, de acordo com a Cruz Vermelha Libanesa.

"Depois do enorme desastre em Beirute, eu apresento minha renúncia", disse Abdel Samad. "Peço desculpas aos libaneses, não conseguimos atender às suas expectativas".

"Não basta a demissão de um deputado aqui, de um ministro acolá", lançou, durante seu sermão, o patriarca maronita Béchara Raï, que goza de importante influência.

É necessário, "pela sua gravíssima responsabilidade, a renúncia de todo o governo (...)" e eleições antecipadas, declarou, evocando um "crime contra a Humanidade".

No sábado, Diab anunciou que proporá eleições legislativas antecipadas e disse que permaneceria no poder "por dois meses", enquanto as forças políticas se entendem em um país onde o poderoso movimento armado pró-iraniano Hezbollah domina a vida política.

A ajuda internacional continua chegando ao Líbano. A França montou uma "ponte aérea e marítima" para entregar mais de 18 toneladas de ajuda médica e quase 700 toneladas de ajuda alimentar.

Uma videoconferência de doadores está programada para 12h00 GMT (9h00 de Brasília), co-organizada pela França e pela ONU.

A opinião pública libanesa não confia no governo, e Macron enfatizou que a ajuda internacional iria diretamente para as populações e ONGs.

Apelando aos líderes libaneses por uma "mudança profunda", ele advertiu que não poderia "dar cheques em branco para sistemas que não têm mais a confiança de seu povo".

No último sábado (8), o Brasil chegou à triste marca de 100 mil óbitos por conta da Covid-19. O número assustador, alcançado em menos de 150 dias após a primeira morte registrada no país, gerou manifestações na internet e fora dela. Muitos brasileiros lamentaram a perda de tantas vidas através de postagens, faixas e até carros de mensagem. Já o mandatário da nação, Jair Messias Bolsonaro, limitou-se a compartilhar um post da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) exaltando algumas ações do Governo Federal contra a pandemia. 

Não é a primeira vez que Bolsonaro ignora a gravidade da pandemia e os verdadeiros estragos que ela vem causando no país. Após chamar a Covid-19 de “gripezinha”, ele chegou a desdenhar das mortes e doentes ao ser questionado durante entrevista: “E, daí, quer que eu faça o quê?”, disse ele. No dia em que o Brasil chegou à marca de 100 mil óbitos pela doença, o presidente limitou-se a compartilhar uma postagem da Secom da presidência que dizia simplesmente lamentar “as mortes por Covid, assim como por outras doenças”.

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Por outro lado, boa parte dos brasileiros mostrou-se revoltada com o alto número de falecidos bem como com o descaso do governo para com a situação. Por todo o país, manifestações contrárias à condução do presidente Jair Bolsonaro tomaram conta das redes sociais e das ruas. 

A hashtag #NãoÉSóUmNúmero foi amplamente compartilhada nas redes sociais acompanhada por mensagens como: “Esse número significa dor e sofrimento para muito mais de 100 mil pessoas que perderam alguém que importava para elas”; “É cruel o desrespeito pela morte de pessoas que deveriam estar aqui hoje.”; “100.000 mortos não é só um número são vidas perdidas, e o pior é saber que muitas dessas vidas perdidas poderiam ter sido evitadas”; “Se você não se comove, se você não tem medo ou se vc não se revolta, você já está morto por dentro”. 

Nas ruas

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As manifestações não se restringiram às redes sociais e em diversos pontos do país, as ruas também foram palco para protestos. Em Olinda, Região Metropolitana do Recife, uma faixa preta pedindo “Fora Bolsonaro” foi colocada em frente à Praça do Carmo. Em São Paulo, um caminhão com um telão percorreu as ruas da cidade narrando nomes de vítimas fatais e mostrando algumas falas de Jair Messias Bolsonaro acompanhadas da hashtag #piorpresidentedomundo. 

 

Milhares de libaneses se preparam, neste sábado (8), para uma grande manifestação contra a classe política que eles culpam pelas terríveis explosões que devastaram parte de Beirute, matando mais de 150 pessoas, enquanto cerca de sessenta ainda estão desaparecidas.

Dois dias após a visita histórica do presidente francês Emmanuel Macron, a atividade diplomática se intensifica em Beirute para organizar o apoio internacional ao país, na véspera de uma conferência de doadores.

Pelo quarto dia consecutivo, Beirute acordou ao som de vidro quebrado recolhido nas ruas pelos moradores e um exército de voluntários, equipados com vassouras e mobilizados desde o amanhecer.

O incidente de terça-feira no porto, cujas circunstâncias ainda não estão claras, teria sido causado por um incêndio que afetou um enorme depósito de nitrato de amônio, um produto químico perigoso.

As imagens do momento da catástrofe mostram uma deflagração que muitos compararam às bombas atômicas sobre o Japão em 1945, enquanto as equipes de resgate comparavam as cenas de destruição às resultantes de um terremoto.

O desastre deixou pelo menos 154 mortos, mais de 5.000 feridos, incluindo 120 em estado crítico, de acordo com o ministério da Saúde libanês, além de quase 300.000 desabrigados.

Mais de 60 pessoas continuam desaparecidas, enquanto a esperança de encontrar sobreviventes diminui.

- Dia do Julgamento -

Ainda em estado de choque após as explosões de violência sem paralelo na história do país, muitos libaneses exigem prestação de contas de uma classe política que denunciam como negligente e corrupta.

Na Praça dos Mártires, epicentro da contestação popular desde outubro passado e onde está programado um protesto na parte da tarde, sob o lema "Dia do Julgamento", os ativistas já ergueram uma forca.

"Depois de três dias limpando os escombros e curando nossas feridas, é hora de deixar nossa raiva esvair e puni-los por matar pessoas", declarou Farès al-Hablabi, de 28 anos.

"Devemos nos levantar contra todo o sistema (...) a mudança deve ser compatível com a escala do desastre", acrescentou este militante que saiu às ruas no momento da eclosão do levante popular em 17 de outubro de 2019.

Se o movimento perdeu força nos últimos meses, especialmente devido à pandemia de coronavírus - que continua se agravando no Líbano - a tragédia pode reanimá-lo.

"Não temos mais nada a perder. Todos devem ir para as ruas", disse Hayat Nazer, uma militante por trás de muitas iniciativas de solidariedade.

O presidente Michel Aoun, cada vez mais criticado, deixou claro na sexta-feira que se opõe a uma investigação internacional, dizendo que as explosões poderiam ter sido causadas por negligência ou por um míssil.

Cerca de vinte funcionários do porto e da alfândega foram presos, segundo fontes judiciais e de segurança.

- Assistência imediata -

Dois dias após a visita de Macron, que criticou severamente a classe política, uma videoconferência de doadores em apoio ao Líbano acontecerá no domingo, co-organizada pela ONU e pela França, segundo informou a presidência francesa à AFP.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que participará. "Todo mundo quer ajudar!", tuitou.

O Líbano atravessa uma severa crise econômica, depois de não pagar sua dívida, e seus líderes não conseguiram chegar a um acordo sobre um resgate econômico com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, é esperado neste sábado em Beirute, para mostrar a "solidariedade" dos europeus. A UE já liberou 33 milhões de euros.

O chefe da Liga Árabe, Ahmad Aboul Gheit, junto com o vice-presidente turco, Fuat Oktay, e o ministro das Relações Exteriores, Mevlüt Cavusoglu, também visitarão Beirute para assegurar seu apoio.

Sem demora, vários países despacharam equipamentos médicos e sanitários, bem como hospitais de campanha.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está preocupada com a saturação dos hospitais, já em situação complicada pela pandemia de coronavírus, escassez crônica de medicamentos e de equipamentos médicos.

Enquanto as autoridades estrangeiras se sucedem e a ajuda internacional chega, os governantes do Líbano tentam claramente tirar vantagem da situação, segundo o analista Nasser Yassin, do Instituto Issam Fares.

"O temor é que as autoridades aproveitem este desastre e a atenção árabe e internacional para se manter na superfície", disse.

Neste contexto, o líder do partido Kataeb, Samy Gemayel, anunciou neste sábado sua renúncia junto com outros dois deputados do histórico partido cristão após o desastre no porto, dizendo que havia chegado a hora de construir um "novo Líbano".

Sua renúncia acontece após uma decisão semelhante por dois outros parlamentares nesta semana.

O secretário de Justiça americano, William Barr, defendeu na terça-feira (28), o envio de agentes federais para reprimir os protestos em Portland, no Oregon, e rebateu acusações de que a medida tenta impulsionar a campanha de reeleição do presidente Donald Trump, em má situação nas pesquisas eleitorais.

Em audiência na Comissão de Justiça da Câmara, Barr rejeitou acusações da oposição democrata de que o governo sufoca protestos pacíficos contra o racismo e a brutalidade policial. Ele classificou os atos de Portland como "um ataque ao governo de Estados Unidos".

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Barr também rejeitou as acusações de que queira favorecer Trump politicamente, mesmo quando isso signifique propor uma sentença mais leve de prisão de Roger Stone, consultor político e amigo pessoal de Trump, que teve um pedido de pena de prisão abrandada por Barr.

"Depois da morte de George Floyd, manifestantes violentos e anarquistas fizeram protestos para causar estragos e destruição sem justificativa", afirmou o secretário.

A morte de Floyd, asfixiado por um policial branco em Minneapolis, no final de maio, provocou fortes protestos antirracistas nos EUA e inúmeros pedidos por uma reforma policial. No geral, as manifestações perderam força, mas ainda há atos ocorrendo pelo país, principalmente em Portland, uma cidade progressista governada por democratas.

"Aceitar tacitamente a destruição e a anarquia é abandonar os princípios básicos do estado de direito que deveriam nos unir em um momento politicamente dividido."

A audiência marcou o primeiro depoimento de Barr à Comissão de Justiça da Câmara desde que assumiu o cargo, em fevereiro de 2019. Na semana passada, o órgão interno de supervisão do próprio departamento iniciou investigações sobre a resposta federal aos protestos de Portland e de Washington.

Neste mês, o governo Trump enviou agentes armados para a maior cidade do Oregon, muitos deles com equipamentos de combate, depois de semanas de protestos contra a polícia e o governo - na segunda-feira, Trump decidiu reforçar a tropa local com mais cem homens.

Os democratas dizem que a intervenção é uma manobra política para mostrar que Trump é o candidato da "lei e da ordem", um lema que ajudou na sua eleição em 2016.

No entanto, os protestos em Portland se tornaram maiores desde a chegada dos agentes federais e autoridades locais e do Estado acusaram Barr de ter uma reação exagerada. "O presidente quer imagens para seus anúncios de campanha, e parece que estão sendo entregues conforme foram solicitadas", disse o deputado democrata Jerry Nadler. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O funeral do prefeito de Seul, Park Won-soon, que cometeu suicídio depois de ser acusado de assédio sexual, aconteceu nesta segunda-feira (13), apesar de uma petição assinada por 500.000 pessoas contra a cerimônia organizada pela prefeitura.

Ex-advogado dos direitos humanos, Park foi uma figura importante do governante Partido Democrata e governou Seul, que tem quase 20% da população do país, durante quase uma década.

Park foi encontrado morto em uma montanha na sexta-feira, um dia depois de uma ex-secretária ter apresentado uma denúncia contra ele à polícia, aparentemente por assédio sexual.

Apesar da polêmica sobre sua morte, o governo municipal de Seul organizou um funeral de cinco dias para Park (dois a mais que o ritual coreano tradicional, que começa no dia da morte) e instalou um altar em homenagem ao falecido fora da prefeitura.

Mais de 20.000 pessoas prestaram homenagem durante o período de luto. Durante a cerimônia desta segunda-feira, sua filha declarou: "Eu podia sentir a alegria do meu pai em conhecer os cidadãos, um a um".

Mas uma petição on-line contrária à cerimônia, organizada no site oficial da presidência, recebeu mais de 500.000 assinaturas.

"O público deve assistir o elegante funeral de cinco dias de um político poderoso que tirou a vida por acusações de assédio sexual?", questionava a petição.

"Que tipo de mensagem estão tentando enviar?", completava a campanha.

Park é o político de maior destaque envolvido em um caso de assédio na Coreia do Sul, uma sociedade muito patriarcal onde o movimento #MeToo ganhou força nos últimos dois anos.

O presidente Moon Jae-in enviou flores ao funeral e seu chefe de gabinete compareceu à cerimônia, assim como outros líderes do Partido Democrata (centro-esquerda).

Mas nem o líder interino do partido conservador de oposição United Future nem o principal nome do centrista Partido Popular, Ahn Cheol-soo, compareceram ao funeral.

Quase 100 pessoas acompanharam o ofício - onde o número era limitado devido à pandemia de coronavírus - nesta segunda-feira, último dia do funeral.

O corpo de Park será cremado e as cinzas serão levadas para sua cidade natal, na província de Gyeongsang do Sul.

A morte de Park significa que a investigação do caso de assédio sexual termina automaticamente. Seus partidários tentaram identificar a mulher que apresentou a acusação, a quem culpam pelo suicídio.

A NBA vive tempos sem precedentes. Além de uma longa pausa em razão da pandemia do novo coronavírus, a liga - que retorna no dia 30 de julho - também lida com cenário de protestos antirracistas que tomam conta dos Estados Unidos. Com isso, a entidade estudar permitir que, quando voltarem os jogos, os jogadores, troquem seus sobrenomes estampados nas camisas por mensagens abordando causas sociais.

A informação foi compartilhada primeiramente pelo jornalista americano Shams Charania, do The Athletic and Stadium. Chris Paul, armador do Oklahoma City Thunder e presidente da Associação Nacional de Jogadores de Basquete (NBPA), confirmou que o diálogo está caminhando para que os tradicionais nomes sejam substituídos por mensagens de justiça social.

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As mensagens são só parte de uma longa lista de manifestações que os jogadores planejam fazer quando a liga retomar as atividades em Orlando, na Flórida. A NBA e a NBPA anunciaram que continuam discutindo como combater o racismo e que esse será o foco principal do reinício. As camisas personalizadas poderão trazer mensagens como "I Can't Breathe" (Não consigo respirar) e "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam), que se tornaram marcas dos atos que têm acontecido nos Estados Unidos e no mundo desde a morte de George Floyd, um ex-segurança negro de 46 anos, por um policial branco.

"Nós estamos apenas tentando continuar a jogar luz nos diferentes problemas de justiça sociais que pessoas ao redor da nossa liga continuam falando sobre dia sim, dia não", explicou Paul em declaração para o site The Undefeated. "Pessoas estão dizendo que causas sociais estarão de fora da cabeça de todo mundo em Orlando. Com essas camisas, isso não irá embora."

Diversos atletas da NBA estão envolvidos em causas sociais, seja participando de protestos presencialmente ou sendo ativos com publicações em redes sociais. Paul explica que também serão aceitas aquelas mensagens que estejam mais direcionadas a projetos de caridade e não tanto a protestos contra injustiças sociais. Ele próprio conta que ainda não sabe o que trará no lugar do seu sobrenome na camisa do Thunder.

O armador de 35 anos revela que andou falando com diversos colegas, mesmo aqueles que não são negros, mas que também apoiam a iniciativa. Paul diz que os jogadores não serão forçados ou pressionados a usarem camisas com tais mensagens personalizadas. Também haverá sugestões àqueles que procuram por uma causa para apoiar.

O comissário da NBA, Adam Silver, disse em entrevista durante a semana que a liga "tem trabalho a fazer" para progredir em contratar afrodescendentes para cargos notáveis e que existe a necessidade de uma diversidade, que tem sido frequentemente discutida em reuniões com dirigentes das franquias.

Após muitos protestos dentro e fora de campo, o Botafogo retornou ao Campeonato Carioca contra a sua vontade e derrotou a Cabofriense com muita facilidade, pelo placar de 6 a 2, na manhã deste domingo (28), no Engenhão, pela quarta rodada da Taça Rio.

Os protestos por parte do time alvinegro começaram fora de campo. Apesar de ter recebido uma liminar para comandar o Botafogo neste domingo, o técnico Paulo Autuori compareceu ao Engenhão, mas não ficou no banco de reservas com o claro intuito de alfinetar a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), a quem fez duras críticas ao longo da semana.

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O Botafogo entrou em campo com uma camisa com os dizeres 'vidas negras importam', em referência ao jovem João Pedro e a George Floyd, ambos mortos em ação da polícia, no Brasil e nos Estados Unidos, respectivamente. Antes da bola rolar, foi decretado um minutos de silêncio em homenagem às vítimas do novo coronavírus.

Assim que o árbitro apitou o início do jogo, os jogadores do Botafogo esperaram dois minutos para se ajoelharem com a mão para o alto, em manifestação contra o racismo. Apenas um atleta da Cabofriense teve a mesma atitude.

O jogo recomeçou e o Botafogo abriu o placar no minuto seguinte. Luis Henrique avançou em velocidade pela esquerda, deixou o adversário para trás, invadiu a área e chutou cruzado. Pedro Raul chegou de carrinho para empurrar para o fundo das redes.

Apesar do ritmo intenso imposto pelo time da casa nos minutos iniciais, a partida caiu de produção com o decorrer do tempo. Sem o ritmo de jogo ideal, muitos atletas pediram atendimento médico. O Botafogo, no entanto, seguiu melhor e ampliou aos 38 minutos. Cícero arriscou de longe e contou com um desvio do zagueiro para fazer 2 a 0.

A Cabofriense foi colocar fogo na partida apenas no segundo tempo. Logo aos quatro minutos, Watson recebeu pelo lado direito e cruzou na medida para Emerson Carioca, que subiu sozinho para diminuir. A resposta, no entanto, foi imediata. Pedro Raul recebeu de Bruno Nazário e chutou sem chances para George.

O time visitante não desistiu e fez o segundo aos 15 minutos. Diego Sales invadiu a área e acabou sendo puxado por Luiz Fernando dentro da área. O próprio atleta foi para a batida e fez 3 a 2. Mas a superioridade seguiu sendo do Botafogo. Aos 29 minutos, Caio Alexandre deu lindo lançamento para Bruno Nazário, que teve dificuldade em fazer o domínio, mas chutou bonito para superar George.

Com a Cabofriense batida, o Botafogo ainda fez o quinto aos 34 minutos. Luis Henrique recebeu na esquerda, fez fila na defesa adversária e chutou forte na entrada da área para marcar. O sexto veio aos 44, em uma linda jogada de Caio Alexandre, que selou sua grande atuação na partida com um golaço.

Na próxima rodada, o Botafogo, terceiro colocado do Grupo A, com sete pontos, enfrenta a Portuguesa na quarta-feira, no Luso Brasileiro. No mesmo dia, a Cabofriense, lanterna, ainda sem pontuar, pega o Bangu, em Moça Bonita.

FICHA TÉCNICA:

BOTAFOGO 6 X 2 CABOFRIENSE

BOTAFOGO - Diego Cavalieri; Marcelo Benevenuto, Ruan Renato, Cícero (Luiz Otávio) e Danilo Barcelos; Alex Santana (Caio Alexandre), Honda e Bruno Nazário (Lecaros); Luiz Fernando (Fernando), Luis Henrique e Pedro Raul. Técnico: Renê Weber (auxiliar).

CABOFRIENSE - George; Watson, Lucas Cunha, Fábio Amaral e Luan (Uelliton); Victor Feitosa, Gama (João Pereira) e Kaká Mendes; Diego Sales (Fabiano), Emerson Carioca e Pedrinho Menezes (Natan). Técnico: Luciano Quadros.

GOLS - Pedro Raul, aos três, e Cícero, aos oito minutos do primeiro tempo. Emerson Carioca, aos quatro, Pedro Raul, aos oito, Diego Sales, aos 15, Bruno Nazário, aos 29, Luis Henrique, aos 34, e Caio Alexandre, aos 44 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO - Luiz Claudio Regazone

CARTÕES AMARELOS - Cícero (Botafogo)

LOCAL - Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ).

Os criadores do Fortnite eliminaram os carros de polícia do popular videogame devido às preocupações com os protestos contínuos contra a injustiça racial e a violência policial nos Estados Unidos, informou o The Wall Street Journal no domingo.

O Fortnite recria um mundo virtual onde os usuários devem sobreviver à procura de armas e recursos enquanto eliminam os competidores. É um dos videogames mais jogados do mundo, com centenas de milhões de usuários.

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O jogo lançou uma atualização na semana passada na qual não havia carros de polícia, informou o jornal americano, citando uma pessoa próxima ao desenvolvimento do título.

"Não diria que é uma declaração política", disse essa pessoa ao Wall Street Journal. "Acredito que apenas somos sensíveis aos problemas que muitas pessoas de nossa audiência enfrentam".

O gigante dos jogos Electronic Arts, que possui os populares títulos Need for Speed, FIFA e Battlefield, se comprometeu a dar US$ 1 milhão a organizações que combatem o racismo e a discriminação. Prometeu também tomar medidas contra comportamentos de ódio em suas plataformas de jogos online.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (16) um decreto de reforma da polícia em resposta a onda de protestos contra o abuso e o racismo que sacode o país, ainda que não inclua itens gerais de mudança solicitados pelos manifestantes.

O decreto, anunciado dos jardins da Casa Branca, inclui a proibição de técnicas de estrangulamento como forma de imobilização, a menos que "a vida de um oficial esteja em perigo", disse o presidente.

Também "encoraja" as unidades policiais a adotar "os mais altos padrões profissionais", acrescentou o mandatário republicano.

Ressaltando a vontade de restaurar a "lei e ordem", ele também enfatizou a necessidade de "aproxima a polícia e a comunidade, e não mantê-los afastados".

Com este decreto, Trump disse frente a membros do governo, da polícia e de parlamentares republicanos - e com a notável ausência das famílias de vítimas da violência policial, com quem o presidente disse ter se reunido em caráter privado antes.

Tampouco participaram representantes da oposição, nem de organizações ou movimentos pelos direitos civis dos afro-americanos.

Com este decreto, Trump disse que pretende oferecer um "futuro seguro aos americanos de todas as raças, religiões, cores e crenças".

No entanto, é pouco provável que o decreto satisfaça os milhares de manifestantes que saíram às ruas para denunciar o racismo e a brutalidade policial após a morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos, sufocado por um policial branco que o asfixiou usando o joelho, em Minneapolis, em 25 de maio.

O incidente originou as maiores manifestações por todo o país desde os protestos pelos direitos civis na década de 1960, e levou várias cidades a proibir práticas policiais consideradas controversas, como técnicas de asfixia.

Em Minneapolis, por exemplo, anunciou-se o desmantelamento da polícia para a criação de um novo departamento.

A revolta generalizada causada pela morte de Floyd foi potencializada na noite da última sexta, após a morte de outro homem negro, Rayshard Brooks, depois de ser baleado nas costas por um policial, em Atlanta.

A situação levou a prefeita da cidade a solicitar que a chefe da polícia deixasse o cargo e anunciasse reformas da força policial.

Embora tenha considerado essa morte como "muito perturbadora", e lamentado a morte de Floyd, Trump evitou o debate sobre o racismo desde o início dos protestos e elogiou o estado de "lei e ordem".

O republicano, que busca ser reeleito nas eleições de novembro, não quer atrapalhar sua base eleitoral que defende as ações dos uniformizados, mas também não deixa sem resposta o clamor popular por uma reforma radical da polícia.

Nos Estados Unidos, o presidente exerce poder limitado sobre a polícia, gerenciada majoritariamente por autoridades estaduais e locais.

O decreto busca promover "boas práticas" vinculando subsídios federais às mudanças dos regulamentos policiais em todo o país.

No entanto, o presidente deixou clara sua "firme oposição" aos esforços "radicais" para desmantelar os serviços policiais, como o anunciado em Minneapolis.

"Os americanos sabem o que é a verdade: sem a polícia, há caos. Sem lei, há anarquia, e sem segurança, é um desastre", ressaltou Trump.

- Difícil acordo com o Congresso -

A presidente democrata da Câmara de Representantes (baixa), Nancy Pelosi, qualificou o decreto de Trump como "fraco" e acrescentou que suas medidas abordam apenas aspectos "mínimos".

"Triste e claramente não estão à altura das ações necessárias para combater a epidemia de injustiça racial e violência policial que mata centenas de americanos negros", disse Pelosi.

"Infelizmente, esse decreto não permite uma mudança completa e significativa das nossas unidades policiais para que assumam responsabilidade que os americanos estão exigindo", explicou Chuck Schumer, líder da minoria democrática no Senado.

Trump pediu ao Congresso que entre em acordo sobre medidas que iriam além, mas um compromisso entre republicanos e democratas parece distante.

A oposição democrata poderia adotar na próxima semana na Câmara dos Deputados, onde são a maioria, um projeto de lei que incluiria a proibição total das técnicas de asfixia e que acabasse com a ampla imunidade desfrutada pela polícia.

Mas é altamente improvável que a iniciativa seja aprovada no Senado, onde os republicanos são a maioria.

Espera-se que o único senador republicano negro, Tim Scott, apresente um projeto de lei que não inclua a questão da alteração na imunidade policial ou a proibição total das técnicas de asfixia.

Estas iniciativas não conseguiram conter a indignação popular, que cresce à medida que novos casos de mortes de afro-americanos surgem.

O candidato democrata à Presidência, Joe Biden, também criticou o decreto de reforma, o qual considerou "insuficiente".

Em um comunicado divulgado por sua campanha, Biden também disse que Trump tinha desmontado várias reformas às forças de ordem iniciadas pelo governo de Barack Obama.

Trump "não está entregando a reforma policial exaustiva de que precisamos", acrescentou.

Em evento virtual da maior conferência da direita conservadora dos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que o Brasil não tem casos como o de George Floyd, morto em Minneapolis após abordagem policial truculenta. Para o filho do presidente Jair Bolsonaro, a onda de protestos gerada com o episódio não é antirrascista, mas apenas uma "estratégia esquerdista" para "tomar o poder".

O parlamentar foi convidado pela Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês) para falar, entre outras coisas, dos reflexos no Brasil das revoltas que eclodiram nos Estados Unidos. Na transmissão, realizada na última sexta-feira, 12, o brasileiro referiu-se às manifestações como "riots", palavra usada por críticos dos movimentos. Tem significado semelhante a baderna, vandalismo.

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"Se você observar o que está acontecendo nos Estados Unidos, os protestos... eles dizem manifestações, eu diria baderna. Eles dizem contra racistas... eles estão tentando importar isso aqui para o Brasil mesmo não havendo caso como o de Floyd, que infelizmente morreu, ninguém quer que isso aconteça. Mas eles estão tentando trazer para cá esse tipo de 'protestos'. No final das contas, sabemos que é só estratégia dos esquerdistas para tentar tomar o poder", afirmou o Zero Três.

Como mostrou o Estadão, no Brasil, assim como nos Estados Unidos, uma pessoa negra corre mais risco de ser morta pela polícia do que uma pessoa branca. Lá, o risco é 2,9 vezes maior. Aqui, 2,3 vezes. No entanto, a polícia brasileira mata mais, mesmo com população menor. Em todo o ano passado, só no Rio de Janeiro a polícia matou quase o dobro do que matou a polícia americana em todo o País, no mesmo período.

Os protestos originados no Estado de Minnesota, que se espalharam pelo mundo, têm inspiração não apenas na revolta pela morte de mais um homem negro, mas em uma oportunidade de gritar contra o racismo sistêmico e institucional.

Durante seus comentários, Eduardo recorreu à estratégia do Palácio do Planalto para tirar a legitimidade das manifestações que ganharam as ruas há três finais de semana com pautas antifascistas, antirrascistas e contra o governo. Governistas têm tentando ampliar episódios pontuais de violência e vandalismo para desmerecê-las no todo, como mostrou o Estadão. O temor é o de que os atos cresçam e se tornem pró-impeachment.

"Nas últimas oito semanas tivemos protestos pró-Bolsonaro, mas o que aconteceu foi que esses esquerdistas foram às ruas, com pessoas violentas, e começaram brigas. Depois do que isso aconteceu, na semana passada, a partir de agora, não estamos organizando... as pessoas não estão indo às ruas mais mostrar apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Eles usam a violência como ferramenta política para atacar inimigos", comentou o deputado.

As declarações de Eduardo Bolsonaro foram feitas em conversa transmitida pela internet com Matt Schlapp, ex-conselheiro de George W. Bush, líder da União Conservadora Americana (ACU) e marido de Mercedes Schlapp, que entre 2017 e 2019 foi diretora de Comunicações Estratégicas da Casa Branca.

A crítica do presidente Donald Trump à maneira como Jair Bolsonaro conduz a crise sanitária não foi pauta da participação de Eduardo na transmissão. No dia 5 de junho, o americano citou o Brasil como mau exemplo de enfrentamento ao novo coronavírus.

"Se você olhar para o Brasil, eles estão passando por grandes dificuldades. A propósito, eles vivem citando o exemplo da Suécia. A Suécia está passando por um momento terrível. Se tivéssemos feito isso, teríamos perdido 1 milhão, 1 milhão e meio, talvez até 2 milhões ou mais de vidas", disse o republicano. Apesar da alfinetada, Jair Bolsonaro minimizou a crítica.

Eduardo Bolsonaro participou de evento da CPAC, em fevereiro, em Washington, ocasião que aproveitou para se aproximar de líderes da extrema-direita americana. O deputado pretende organizar uma nova versão brasileira da conferência conservadora ainda este ano, em Brasília, com a presença do pai.

Ainda embrionários, fragmentados e sem liderança única, os movimentos contra o governo que ganharam força nas últimas semanas já obrigam o presidente Jair Bolsonaro e apoiadores a pôr em prática uma plano de reação. Sem saber a dimensão que os manifestos nas redes sociais e nas ruas alcançarão, a estratégia bolsonarista é tentar sufocar ainda no início esses grupos construindo a narrativa de que são violentos e, por isso, devem ser criminalizados. Eventuais confrontos com a polícia serão explorados como exemplo de que "o governo é o lado certo."

Bolsonaro, que durante sete domingos consecutivos participou de atos em Brasília, pediu, diante do avanço dos protestos contra ele, para seus apoiadores ficarem em casa no final de semana passado. Publicamente, o argumento era para se evitar um confronto entre manifestantes contra o governo. Nos bastidores, no entanto, a preocupação é política.

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O Palácio do Planalto temia que a comparação entre os números contra e a favor do presidente possam mostrar um cenário desfavorável, evidenciando que a proporção crítica ao governo era maior. A avaliação é a de que, se isso ocorrer nos próximos protestos, pode entusiasmar opositores, assim como ocorreu com a ex-presidente Dilma Rousseff, que sofreu impeachment em 2016.

Na Câmara, há 45 pedidos de impedimento de Bolsonaro. Até agora, nenhum foi apreciado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Parlamentares alegam que os processos não avançaram porque, em meio ao isolamento social, falta clima nas ruas para um impedimento. O temor dos bolsonaristas é que o ambiente comece a ser criado agora.

Nas últimas semanas, Bolsonaro aplicou vacinas contra os atos e adjetivou os manifestantes contrários a ele de "terroristas", "marginais", "desocupados", "maconheiros" e "viciados".

Pediu aos pais que não deixem os filhos participar de atos. "Isso não é liberdade de expressão, é quebra-quebra", disse em transmissão na "live" da quinta-feira passada.

E fez uma explanação condenando grupos antifascistas e os associando aos black blocks, que ganharam as ruas nas manifestações de 2013 com episódios de violência. Os protestos ocorridos naquele ano, no entanto, foram marcados também pela atuação de agentes infiltrados das polícias e das Forças Armadas para provocar confusão e, assim, justificar uso de bombas.

Na segunda-feira passada, depois dos atos, Bolsonaro avaliou que as manifestações contrárias ao governo são "o grande problema do momento". "Estão começando a colocar as mangas de fora", disse o presidente a apoiadores, no Palácio da Alvorada.

Os atos ocorreram no Distrito Federal e em ao menos 11 capitais. A adesão foi maior em São Paulo, onde também houve panelaços e buzinaços contra o presidente. Novos atos estão marcados para este domingo.

Escalada

A arquiteta Monica Benício, companheira da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, assassinada em 2018, avalia que a onda de protestos pode crescer diante da conduta do presidente. "Fomos os primeiros a falar que ficar em casa era ato de responsabilidade, mas também é urgente que a gente ocupe as ruas com responsabilidade, com cuidados com a saúde, para mostrar ao governo que não ficaremos silenciados diante da barbárie e desse projeto genocida em curso", afirmou.

Integrante da torcida Gaviões da Fiel e organizador do protesto do domingo passado em São Paulo, o estudante de História Danilo Pássaro diz que as falas do presidente reforçam um caráter autoritário. "É mais uma prova de que ele não sabe lidar com manifestações e expressões do pensamento diferentes", ressalta.

Nas redes sociais, os filhos do presidente criaram a narrativa de que os movimentos contra o governo são ilegítimos. O temor é perder espaço na internet, onde o grupo se organizou e onde o presidente tem sua maior força.

Parlamentares ligados a Bolsonaro também entraram em ação, como os deputados estaduais de São Paulo Gil Diniz (PSL) e Douglas Garcia (PSL), ambos citados no inquérito das fakes news no Supremo Tribunal Federal.

Diniz, que era assessor do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) antes de se eleger, anunciou na sexta, dia 5, que protocolaria um pedido para a abertura de uma CPI para investigar os "antifas", após, segundo ele, ter recebido denúncia de "violência e outros crimes cometidos por membros do grupo".

Já a Garcia é atribuído o vazamento de dados de mil pessoas que supostamente integrariam grupos antifascistas. "É contra este tipo de gente que se diz antifa que eu entreguei (não vazei) o dossiê à polícia!", escreveu no Twitter, ao publicar imagens de protesto no México. O parlamentar defende que os manifestantes sejam enquadrados na Lei de Segurança Nacional.

Pela primeira vez desde o início do governo, Bolsonaro enfrenta uma narrativa negativa nas redes sem dispor de seus principais influenciadores no melhor momento, já que o inquérito das "fake news" no Supremo Tribunal Federal passou a mirar o "gabinete do ódio".

Uma análise da empresa de consultoria AP Exata apontou queda imediata de 14% para 10% nas publicações dos chamados perfis de interferência. Há 77 dias, a empresa computa mais interações contrárias do que a favor do presidente.

"Até o final de 2019, Bolsonaro dominava. Na virada do ano, começou a perder. Só que apesar de ele ter mais críticas do que menções positivas não se podia dizer que tinha uma oposição forte. Não era uma coisa concentrada até a narrativa do movimento Somos Todos 70%", observou o diretor da empresa, Sérgio Denicoli.

SP e vários Estados

Movimentos de oposição ao presidente da República, Jair Bolsonaro, convocaram novas manifestações de rua para este domingo. A expectativa é de que os atos ocorram em 17 Estados e no Distrito Federal.

O principal ato - convocado pelo movimento Somos Democracia - será em frente ao Masp, na Avenida Paulista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Movimentos de oposição ao presidente da República, Jair Bolsonaro, convocaram novas manifestações de rua para este fim de semana. A expectativa é de que os atos ocorram em até 17 Estados, além do Distrito Federal, segundo os coordenadores de algumas das principais entidades oposicionistas.

O principal ato - convocado pelo movimento Somos Democracia - deve acontecer neste domingo (14), em frente ao Masp, na Avenida Paulista. No entanto, algumas manifestações de oposição já ocorreram no sábado (13).

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Na própria Avenida Paulista, um grupo apartidário fez um protesto relembrando os mortos pela Covid-19 foi realizado durante a tarde do sábado. Em Brasília foi realizada uma carreata e um buzinaço contra o presidente durante a manhã.

Os atos são, mais uma vez, convocados por torcedores de futebol que se tem se manifestado politicamente através do movimento Somos Democracia.

Segundo Danilo Pássaro, fundador do movimento, representantes de torcidas organizadas de 14 Estados entraram em contato com ele durante as últimas semanas e devem aderir ao movimento do domingo em suas capitais (veja a lista de torcidas por Estado no fim da matéria).

"Fizemos reuniões online com representantes de torcidas de 14 Estados", disse Pássaro.

Apesar da presença do Somos Democracia estar restrita a 14 Estados e o DF, a estimativa dele é que 18 Estados registrem movimentações, pois, além dos torcedores, os atos devem congregar coletivos ligados ao movimento negro e outras entidades, como a Frente Povo Sem Medo.

De acordo com o advogado Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP) - entidade ligada a Frente Brasil Popular, que não aderiu formalmente aos atos -, vários grupos populares vão comparecer às manifestações para se opor ao fascismo e em defesa da democracia, como a Frente Povo Sem Medo, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a própria CMP - que já participou do buzinaço no DF e deve estar presente nos atos em São Paulo, Rio, Salvador, Recife, Natal, São Luís, Belém, Goiânia e Aracaju.

Em um comunicado enviado aos membros do movimento, Bonfim reforçou a importância de adotar precauções em razão da pandemia do novo coronavírus: "Nós, da CMP, sabemos da importância de seguir com a política de isolamento social. Mas é também fundamental, neste momento, sair às ruas pelo fim do governo Bolsonaro, sua política autoritária, genocida e racista", afirmou.

A recomendação da entidade é que apenas as pessoas fora dos grupos de risco participem da manifestação e que todos usem máscaras de proteção, levem álcool em gel e mantenham distância de 1,5 metros uns dos outros.

Veja a lista de Estados e torcidas com representantes ligados ao Somos Democracia:

- SP - Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos;

- RJ - Flamengo, Fluminense e Vasco;

- MG - Atlético-MG, Cruzeiro e Corinthians-SP (torcida no Estado);

- RS - Internacional e Grêmio;

- SC - Avaí e Figueirense;

- PR - Coritiba e Athletico Paranaense;

- BA - Vitória e Bahia;

- CE - Ceará e Fortaleza;

- PE - Sport e Santa Cruz;

- RN - ABC;

- MA- Sampaio Corrêa e Moto Clube;

- PB - Corinthians-SP (torcida no Estado);

- DF - Gama, Corinthians-SP (torcida no DF)) e Vasco-RJ (torcida no DF);

- GO - Goiás, Vila Nova, Atlético Goianiense e Corinthians-SP (torcida no Estado);

- PA - Remo.

O filme "E o Vento Levou" foi retirado da plataforma de streaming HBO Max na terça-feira (9), no momento em que grandes protestos contra o racismo e a brutalidade policial levam os canais de televisão revisar o conteúdo oferecido.

O longa-metragem de 1939 sobre a Guerra Civil americana, que venceu oito estatuetas do Oscar, incluindo melhor filme, continua sendo uma das maiores bilheterias de todos os tempos (quando são calculados os ajustes pela inflação), mas sua representação de escravos conformados e heroicos proprietários de escravos é alvo de críticas.

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"'E o Vento Levou' é um produto de seu tempo e contém alguns dos preconceitos étnicos e raciais que, infelizmente, têm sido comuns na sociedade americana", afirmou um porta-voz da HBO Max em um comunicado enviado à AFP.

"Estas representações racistas estavam erradas na época e estão erradas hoje, e sentimos que manter este título disponível sem uma explicação e uma denúncia dessas representações seria irresponsável", completou.

Várias manifestações aconteceram nos Estados Unidos após a morte, em 25 de maio, do afro-americano George Floyd durante uma ação policial, com pedidos de reforma das forças de segurança e da remoção símbolos do legado racista, incluindo alguns monumentos.

O autor de "12 Anos de Escravidão", John Ridley, escreveu em um artigo publicado no jornal Los Angeles Times na segunda-feira que "E o Vento Levou" deveria ser retirado porque "não fica apenas aquém da representação, mas ignora os horrores da escravidão e perpetua alguns dos estereótipos mais dolorosos das pessoas de cor".

O filme será disponibilizado novamente na plataforma de streaming que foi lançada recentemente, em uma data ainda a ser definida, junto com uma discussão de seu contexto histórico, informou a empresa.

Mas nenhum corte será feito no longa-metragem, "porque fazer isto seria como dizer que estes preconceitos nunca existiram".

"Se vamos criar um futuro mais justo, equitativo e inclusivo, nós devemos primeiro reconhecer e entender nossa história", afirmou a HBO Max.

Na terça-feira, a Paramount Network anunciou o cancelamento da série "Cops". O programa acompanhou policiais americanos em ação durante mais de três décadas, mas foi acusado de tentar glamorizar alguns aspectos do trabalho policial e distorcer assuntos relacionados à raça.

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou, nesta segunda-feira (8), que as  manifestações que ocorreram nesse domingo (7) contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) mostraram que boa parte da população defende o impeachment do presidente. “Em uma ponta, vimos a maioria da população  defendendo a democracia e o impeachment de Bolsonaro e apoiando as  instituições. Do outro lado, estava a minoria bolsonarista, que  quer a volta da ditadura, o fechamento do STF e do Congresso e a  censura da imprensa”, resumiu. 

Para o senador, o ideal seria ir para as ruas apenas depois  que o período de isolamento acabar, mas que os avanços inconstitucionais  de Bolsonaro geram um clima incontrolável de revolta. “E o povo na rua  também mostra que o asfalto não  pertence à extrema-direita e a Bolsonaro. Isso, inclusive, intimidou os bolsonaristas, porque eles estavam se sentindo os donos da rua, numa  postura até oportunista, porque sabiam que ninguém iria sair de casa na  pandemia. Mas isso mudou”, disse. 

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Na ótica do petista, Bolsonaro quer a radicalização e o enfrentando nas  ruas para justificar sua escalada autoritária no Brasil. “O único projeto de Bolsonaro é se tornar ditador, a partir de um golpe de  Estado. Mas, para azar dele, as instituições e o povo não estão permitindo que isso aconteça”, observou.

De  acordo com Humberto, o presidente acha  que ganhou um cheque em branco nas urnas para fazer o que bem entender e  que, até hoje, não começou a governar.  “Bolsonaro precisa esquecer o PT e começar a governar. Estamos há três  semanas sem um ministro da Saúde, por exemplo. Enquanto isso, a Covid-19  avança em todo o território matando milhares e milhares de cidadãos, ao  tempo em que o governo se esforça é para ocultar os dados”, comentou. 

O rapper Emicida usou suas redes sociais na última sexta-feira (5) para explicar porque não irá participar dos protestos de domingo (7). Através de um vídeo, o músico argumentou que este não é o momento para manifestações, devido ao coronavírus e causou polêmica.

“Se você de uma busca, vai ver que um monte de infectologista, epidemiologista sério, tá chamando isso de genocídio, aguardasse um crescimento de 150% nos próximos dias. A irresponsabilidade e a irracionalidade de quem tinha que conduzir este país pra um lugar melhor, ainda vai matar muita gente, o contágio não chegou no seu máximo ainda. Pensa nisso”,  disse Emicida. 

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O músico ainda fez críticas sobre o cenário político atual do País. “Qualquer aglomeração agora por mais legítimo que seja nossos motivos, é pular na ciranda da necropolítica, elevar uma onda de contágio pior que essa que já ta (sic), para dentro das comunidades onde vive quem a gente ama. Isso é parte do plano deles”, afirmou o rapper.

Emicida aproveitou para fazer uma reflexão sobre as manifestações “manifestação não é micareta não. Quem acha que a estrutura racista do Brasil vai ser desligada, como se fosse um interruptor, ta (sic) viajando… Precisa de uma construção, uma base um projeto”, explicou.

“Não dá pra pegar uma hashtag e achar que ela é um escudo. Não funciona. Na vida real, não funciona” disse Emicida, se referindo as últimas tags levantadas na internet ‘Vidas Negras Importam’ e ‘Blackout Tuesday’. comentou.

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No vídeo, Emicida ainda faz um comparativo com as manifestações que o País viveu em 2013, e fala sobre os ‘infiltrados’ pessoas que aderem a manifestação para provocar destruição e prejudicar o movimento “A gente já viu vários infiltrados, 2013 foi ontem, parece que vocês não aprenderam nada… Qual o nosso potencial de organização hoje? Para barrar uma ‘pá’ de infiltrados que pode se envolver, e arrastar uma causa legítima e jogar pelo ralo?”, questiona o rapper.

Nas redes sociais, muitos internautas ficaram a favor do músico e apoiaram o seu posicionamento sobre as manifestações. No entanto, tiveram pessoas dizendo pro rapper estudar e aprender a se organizar. Emicida ainda usou as redes sociais para falar “cuidado com seus ‘alienados’”.

 

 

 

 

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