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A comissão especial da Câmara que analisa a reforma política aprovou uma mudança na Constituição Federal que institui o sistema chamado distritão. Foram 17 votos a favor e 15 votos contrários, com duas abstenções.

A aprovação não quer dizer que o distritão entrará em vigor nas eleições de 2018 e 2020. Isso porque precisa passar pelo crivo dos plenários da Câmara e do Senado, e ser promulgada até 7 de outubro para valer nas disputas do próximo ano.

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O modelo distritão funciona da seguinte maneira: o estado e município se torna um distrito eleitoral e funcionará para a escolha de deputados federais, estaduais, distrital e vereadores. Assim, serão eleitos os candidatos mais votados no distrito, como acontece hoje na eleição dos senadores. Não é levado em conta os votos para partidos e coligações.

O modelo divide opiniões dos parlamentares. Quem defende o modelo argumenta que é simples de ser compreendido pelo eleitor, reduzirá o número de candidatos e acabará com a figura dos chamados puxadores de votos - aqueles que recebem muitos votos e elevam o quociente partidário permitindo a eleição de candidatos menos votados. Os contrários alegam que o modelo favorece os candidatos mais conhecidos do eleitorado e dificulta a eleição de novos candidatos no cenário político, além de enfraquecer o papel dos partidos.   

No sistema atual, o proporcional, as cadeiras de deputados federais, estaduais e vereadores são divididas de acordo com o quociente eleitoral, que determina quantas vagas cada partido tem direito.

A comissão também aprovou a criação de um fundo de financiamento de campanha, que poderá receber aproximadamente R$ 3,6 bilhões da União.

O que está sendo discutido na reforma política?

A reforma política em tramitação discute temas como sistema eleitoral, financiamento de campanha, fim das coligações e adoção da cláusula de barreira. Esses dois últimos pontos estão na Proposta de Emenda à Constituição 282/2016 em discussão em outra comissão na Câmara, sob relatoria da deputada Sheridan (PSDB-RR).

Como funciona hoje o sistema eleitoral de votação para o Congresso Nacional?

O sistema proporcional é o previsto na Constituição e em vigência atualmente no país. Deputados federais, estaduais e vereadores são eleitos no modelo proporcional com lista aberta. São somados os votos válidos nos candidatos e nos partidos ou coligações, o total é dividido pelo número de vagas em disputa para deputado federal e estadual em cada estado, ou para vereador em cada município. O resultado da divisão é o chamado quociente eleitoral, que determinará o número de votos necessários para eleger cada parlamentar. Os eleitos são os mais votados dentro do partido ou coligação, de acordo com o número de vagas a que a legenda tiver direito.

O que foi aprovado na comissão?

O texto aprovado cria o modelo do distritão, que valerá apenas para as eleições de 2018 e 2020 - deputados federais, estaduais, distrital (2018) e vereadores (2020). E estabelece que o sistema de voto distrital misto, que combina voto majoritário e em lista preordenada, deverá ser regulamentado pelo Congresso em 2019 e, se regulamentado, passaria a valer para as eleições a partir de 2022.

De acordo com o parecer do relator na comissão, deputado Vicente Cândido (PT-SP), o voto distrital misto será adotado para a eleição dos cargos de deputados federal, estadual e distrital e vereador nos municípios com mais de 200 mil eleitores. O sistema de lista preordenada seria adotado nas cidades com menos de 200 mil eleitores.

O que é o distritão?

O modelo estabelece que vence a eleição quem tiver o maior número de votos. As eleições de deputados e vereadores passariam a ser majoritárias, como são hoje as de senador. Ou seja, os mais votados em cada estado ou município serão eleitos, independentemente dos resultados de seus partidos. Não há voto em legenda nem quociente eleitoral. 

O que é o distrital misto?

De acordo com a proposta, pelo sistema distrital misto, o eleitor vota duas vezes: uma na lista preordenada pelo partido e outra no candidato de seu distrito eleitoral. Os votos recebidos pelo partido são contabilizados de forma proporcional e indicam o número de cadeiras a que tem direito, sendo eleitos os candidatos pela ordem da lista indicada. De outro lado, os votos nos candidatos do distrito são de forma majoritária, considerando metade das cadeiras em disputa no distrito.

Próximos passos

Após ser aprovada na comissão, a proposta seguirá para o plenário da Câmara, onde terá de ser aprovada em dois turnos de votação antes de seguir para o Senado, onde também passa por dois turnos. A proposta necessita do apoio mínimo de três quintos do total de deputados, o que corresponde a 308 na Câmara. Para valer na eleição do ano que vem, precisa ter sido aprovada na Câmara e no Senado até a primeira semana de outubro deste ano.

Em nota à divulgada à imprensa, o Palácio do Planalto informou hoje (12) que o presidente Michel Temer não está participando das discussões sobre a reforma política, que está em tramitação na Câmara dos Deputados. De acordo com o comunicado, Temer "não se envolveu na adoção do distritão nem na criação do fundo eleitoral. Esses são temas do Congresso Nacional". 

Na quarta-feira (9), a comissão especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/03, que trata da reforma, aprovou por 25 votos a 8, o parecer apresentado pelo deputado Vicente Candido (PT-SP).

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A expectativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é que a reforma seja votada até o fim deste mês. Em seguida, a PEC segue para votação no Senado. 

O texto aprovado na Câmara mantém o sistema eleitoral atual para 2018 e 2020 e estabelece que o sistema de voto distrital misto, que combina voto majoritário e em lista preordenada, deverá ser regulamentado pelo Congresso em 2019 e, se regulamentado, passaria a valer para as eleições de 2022.

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, criticou hoje (11) a proposta de reforma política aprovada na comissão que trata do tema na Câmara dos Deputados, como o sistema do distritão e o fundo público de financiamento de campanha, que poderá ter R$ 3,6 bilhões em recursos da União.

Para Maia, o sistema eleitoral atual está falido e criticou o fato de o fundo de financiamento ter caráter definitivo, e não transitório. De acordo com ele, a reforma como está sendo aprovada na comissão envia sinais negativos para a sociedade.

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“Com esse sistema eleitoral de agora, o distritão, não é bom. A verdade é que o nosso sistema eleitoral, na forma em que está, faliu. A Câmara e o Senado precisam fazer as mudanças. Agora, o fundo eleitoral podia ter sido feito como algo transitório”, disse. "Se o fundo eleitoral criado tivesse princípio, meio e fim, mesmo com todo o desgaste, teria tido melhor entendimento por parte da sociedade", acrescentou.

O distritão será aplicado nas eleições de deputados federais, senadores e vereadores. Pela proposta, cada estado ou município se tornará um distrito eleitoral. Serão eleitos os candidatos que receberam mais votos dentro do distrito, sem levar em conta os votos para partido ou coligação, como ocorre atualmente. Para os críticos a esse sistema, o distritão favorece a reeleição de candidatos mais conhecidos, prejudicando a renovação no Parlamento. 

Maia defende a aprovação da proposta do distrital misto para a eleição de 2022. "Acho que avançando para um distrital misto em 22 [eleição de 2022} a gente tá sinalizando claramente que [o país] vai ter um sistema, que inclusive deu certo da Alemanha. Trata-se, de um lado do fortalecimento das ideias e dos partidos - que é a parte da lista pré-ordenada - e do outro da parte do distrito, onde a sociedade fica bem representada. Ele equilibra os dois lados e garante uma boa representatividade para a política brasileira”, disse.

No parecer apresentado na comissão, o relator Vicente Cândido (PT-SP) prevê a adoção do sistema "distrital misto" na eleição para deputado federal, deputado estadual e vereador nas cidades com mais de 200 mil eleitores. Pelo modelo, o eleitor precisa votar duas vezes para deputado: um para o candidato do distrito e o outro, no partido. Metade das cadeiras de cada estado são para os mais votados de cada distrito e a outra para os partidos, a partir de uma lista.

Rodrigo Maia participou, na Fundação Getulio Vargas, na Praia de Botafogo, do painel Desafios para o Brasil: A agenda de reformas e a segurança pública.

A Comissão Especial da Câmara que discute mudanças no sistema eleitoral aprovou na madrugada de ontem, por 17 votos a 15, uma emenda que estabelece o chamado "distritão" nas eleições de 2018 e de 2020 para a escolha de deputados federais, deputados estaduais e vereadores. Aprovou também dobrar o valor previsto de recursos públicos que serão usados para financiar campanhas eleitorais. Segundo o texto, seria instituído o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que em 2018 levaria R$ 3,6 bilhões do Orçamento da União.

Por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), terá de ser aprovada em dois turnos pelo plenário da Câmara dos Deputados antes de seguir para o Senado. A proposta necessita do apoio mínimo de 308 deputados em cada turno de votação. Para valer na eleição do ano que vem, precisa ter sido aprovada na Câmara e no Senado até a primeira semana de outubro deste ano.

Deputados federais, estaduais e vereadores são eleitos no modelo proporcional com lista aberta. Somados os votos válidos nos candidatos e no partido ou coligação, é calculado o quociente eleitoral, que determinará o número de vagas a que esse partido ou coligação terá direito. Os eleitos são os mais votados dentro do partido ou coligação, de acordo com o número de vagas.

Como funciona o 'distritão'? Cada estado ou município vira um distrito eleitoral. São eleitos os candidatos mais votados dentro do distrito. Não são levados em conta os votos para partido ou coligação. Na prática, torna-se uma eleição majoritária, como já acontece na escolha de presidente da República, governador, prefeito e senador. O "distritão" é criticado por PT, PR, PSB, PRB, PDT, PCdoB, PPS, PHS, Rede, PV, PEN e PSOL, que argumentam que esse formato enfraquece as legendas.

Os partidos dizem entender que a medida vai encarecer as campanhas individuais e somente os candidatos mais conhecidos conseguirão se eleger, dificultando o surgimento de novos nomes na política. Partidos que defendem o "distritão" afirmam, porém, que o modelo acabará com os chamados "puxadores de votos", candidatos com votação expressiva que ampliam o quociente eleitoral do partido ou coligação e garantem vagas para outros candidatos, mesmo que esses "puxados" tenham votação inexpressiva.

FUNDO – Ao apresentar o parecer, o relator Vicente Cândido (PT-SP) dobrou o valor previsto de recursos públicos que serão usados para financiar campanhas eleitorais. O projeto institui o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que será mantido com recursos públicos, previstos no Orçamento. Na versão anterior do relatório, Cândido havia estabelecido que 0,25% da receita corrente líquida do governo em 12 meses seriam destinadas a financiar campanhas. Havia uma exceção somente para as eleições de 2018, com o valor do fundo em 0,5% da Receita Corrente Líquida, o que corresponde a cerca de R$ 3,6 bilhões.

Primeira voz do contra- Não deve ser fácil a aprovação do distritão pelo plenário da Câmara dos Deputados. “Eu acho que esse distritão é importante, mas não podemos eliminar os pequenos partidos, porque vai na contramão do nosso discurso e prática pelo fortalecimento do pluripartidário”, avalia o deputado Gonzaga Patriota (PSB). Para ele, outro contrassenso foi ter deixado criar um grande número de pequenos partidos, que hoje se coligam e, já em 2018, eles não poderão mais fazê-lo. “A quem interessa aniquilar os pequenos partidos? Meu voto será contra”, antecipa. 

Vices são mantidos– Primeira emenda em análise, ontem, pela comissão especial da reforma política, a extinção de todos os cargos de vice do poder Executivo e seus respectivos assessores de gabinete foi derrubada por 19 votos a favor e 6 contra. Com isso, estão mantidos os cargos de vice para presidente da República, governadores e prefeitos. Se aprovada, a linha sucessória de prefeitos, governadores e presidente da República passaria direto para os presidentes das câmaras. O relator defendeu a medida como forma de reduzir gastos do Estado e minimizar instabilidade política. "Os vices não têm nenhuma função pública. É um acinte. Custam R$ 500 milhões por ano. Quem não tem função não tem de ter assessor", disse Cândido. Mas foi voto vencido.

Dez anos para ministros– A comissão da reforma política aprovou, também, o limite de mandato de dez anos para ministros de tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal. O PSDB havia apresentado destaque - isto é, uma emenda - para retirar essa parte do texto, mas os deputados, em votação simbólica, optaram por manter a sugestão do relator. Ao justificar o pedido, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) afirmou ser absolutamente favorável à proposta, mas defendeu que este não era o momento para discutir essa questão. “Como temos pouco tempo, tudo que perder o foco da reforma política, prejudica”, disse.

Pé na estrada– Líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, o deputado Silvio Costa Filho (PRB) já visitou mais de 40 municípios nos últimos seis meses, mantendo contados com prefeitos, vereadores e lideranças municipais para conversar sobre os problemas do Estado e as necessidades de cada município. Junto com o senador Armando Monteiro, o deputado pretende mapear as principais carências do Interior de Pernambuco. Atuante parlamentar, Silvio Filho deve dar um salto na sua carreira política em 2018, elegendo-se deputado federal. 

CURTAS 

SUPLENTES– A comissão especial da reforma política alterou, ontem, um segundo trecho do relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP). A modificação, por 16 votos a 10, faz com que as regras atuais de suplência dos mandatos de senadores sejam mantidas. Cada senador é eleito para um cargo majoritário de representação do Estado com dois suplentes, para mandato de oito anos. Pela proposta anterior, derrotada, os senadores passariam a ter apenas um suplente. 

AUDIÊNCIA– O desabastecimento de água na Zona Norte do Recife será tema da audiência pública promovida pelo vereador e primeiro-secretário Marco Aurélio (PRTB) na Câmara Municipal do Recife, na próxima terça-feira (15), às 10h, no plenarinho da Casa. Além de moradores da área, foram convidados para o evento a Compesa e a direção do Procon. 

Perguntar não ofende: A sociedade vai aceitar, passivamente, pagar a conta do financiamento dos candidatos às eleições de 2019 com o fundo que o Congresso quer criar de R$ 3,6 bilhões?

A emenda que prevê a implementação do sistema eleitoral conhecido como distritão, aprovada pela comissão especial da reforma política no início da madrugada desta quinta-feira, 10, deve enfrentar resistência no plenário da Câmara dos Deputados. PV e PT já discutem ajuizar ações no Supremo Tribunal Federal contra a proposta. Já a criação de um fundo com recursos públicos, estimado em R$ 3,6 bilhões, para financiar as campanhas a partir de 2018 é consenso.

As medidas estão entre as principais aprovadas pela comissão especial, que deve terminar a votação do relatório da reforma política na próxima Terça-feira (15). A expectativa é de que o texto seja levado a plenário em seguida.

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Pelo modelo aprovado, Estados e municípios são considerados distritos, e o vereador ou deputado que obtiver mais votos é eleito. Segundo o modelo atual - o sistema proporcional -, o candidato mais votado não garante necessariamente um assento no Legislativo, uma vez que soma o número de votos no candidato e no partido para definir as cadeiras.

A proposta pode ser judicializada. A Direção Nacional do PV, em reunião virtual realizada ontem, decidiu se aliar ao PT e fechou questão contra o distritão. A legenda já tem um parecer jurídico para embasar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) a ser apresentada ao STF caso o distritão seja aprovado no plenário.

Segundo Vera Motta, dirigente nacional e responsável pela área jurídica do PV, o distritão fere cláusulas pétreas da Constituição. "Os congressistas estão votando contra a Constituição", disse Vera. O PT também discute alternativas jurídicas contra o sistema eleitoral.

O distritão como modelo de transição a ser adotado em 2018 e 2020 foi aprovado com um placar apertado: foram 17 votos a favor, 15 contra e 2 abstenções. A tendência é de que o embate se repita no plenário. A partir de 2022, está prevista a vigência do sistema distrital misto. Parlamentares da oposição e da base, porém, formaram uma frente suprapartidária para trabalhar contra a proposta.

Para o relator da comissão, deputado Vicente Cândido (PT-SP), que é contra a proposta, "a base do governo tomou um susto" com o resultado da votação.

Um levantamento ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso mostra que a proposta teria hoje o apoio de, no máximo, 320 deputados. Por se tratar de emenda à Constituição, o modelo precisa ser aprovado por, no mínimo, 308 votos.

Embora defensor do sistema eleitoral distrital misto, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou nesta ontem que, caso passe pela Câmara, o distritão deve ser aprovado também no Senado.

Fundo

Durante a aprovação do fundo bilionário, os deputados retiraram do texto a previsão de que caberia aos dirigentes partidários estabelecer os critérios de distribuição dos recursos do fundo. Agora, esses recursos serão divididos segundo regras a serem criadas em outro projeto de lei. "Não é nenhuma glória, nenhum troféu para nós criar um fundo eleitoral qualquer que seja o valor. Temos de ter responsabilidade neste momento", afirmou Vicente Cândido.

Já a deputada Luiza Erundina listou alguns programas da área social do governo que têm orçamento para este ano menor que os R$ 3,6 bilhões previstos para o fundo eleitoral. Entre eles, a deputada citou o farmácia popular, com R$ 2,7 bilhões previstos. "Que justiça fiscal e que justiça social está se fazendo no País?", questionou a deputada.

Para que as mudanças possam valer na eleição de 2018, o texto tem de passar pelos plenários da Câmara e do Senado até o fim de setembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um total de 30,6 milhões de votos teriam sido "desperdiçados" em 2014 caso o "distritão" fosse válido nas eleições proporcionais daquele ano. Esse foi o número da soma de votos recebidos pelos candidatos que não foram eleitos, mas que foi levado em conta no cálculo do quociente eleitoral para eleger os deputados federais na disputa.

É o que aponta pesquisa inédita, concluída em julho, do cientista político Jairo Nicolau, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pelo distritão, sistema eleitoral em debate atualmente pela comissão de reforma política da Câmara dos Deputados, são eleitos aqueles que recebem o maior número de votos por Estado. Já pelo modelo que vigora hoje, chamado de sistema proporcional, os eleitos são definidos a partir da soma do número de votos de todos os candidatos e da legenda.

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O quociente eleitoral é resultado da divisão do número de votos pelo número de assentos a preencher. Essa norma favorece a eleição de candidatos com baixa votação por causa dos chamados puxadores de voto, como Tiririca (PR-SP).

Nicolau analisou todos os votos dos deputados federais eleitos e não eleitos dos 28 partidos com representação na Câmara em todos os Estados do País. Pelo levantamento, o Amapá seria o campeão do "desperdício", com 62% dos votos descartados, ou seja, 368.332, seguido do Espírito Santo, com 50,2% de escolhas inúteis. Já a menor perda seria registrada em Pernambuco, com 24,4%. São Paulo perderia 6,7 milhões de votos, ou 34,9%, seguido do Rio, com 2,8 milhões de votos no lixo (40%) caso o distritão fosse aplicado a partir da simulação.

"O eleitor diz que ‘perdeu o voto’ quando não elege seu candidato porque não conhece as regras de apuração dos votos usadas no Brasil. No distritão, isso não aconteceria. Votos dados em nomes que não se elegem simplesmente são desperdiçados", disse o professor.

De acordo com o levantamento, 13 partidos perderiam assentos na Casa, 8 ganhariam e 7 não teriam representação alterada no Congresso se o distritão tivesse sido aplicado na eleição de 2014. Apenas 9% do total dos deputados eleitos na última eleição proporcional (46 deputados) não se elegeria. O PSD seria o partido mais beneficiado, passando de 36 para 42 deputados, seguido de PMDB e PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O chamado “distritão” foi aprovado, no fim da noite desta quarta-feira (9), pela comissão especial que analisa a reforma política. A regra vai valer para as eleições de 2018 e 2020. Por esse sistema, serão eleitos os candidatos mais votados para o Legislativo, sem levar em conta os votos recebidos pelo conjunto dos candidatos do partido, como é o sistema proporcional adotado hoje.

A mudança foi aprovada por 17 votos a 15, em destaque do PMDB, com apoio das bancadas do DEM, do PSDB, do PSD e do PP. A ideia é que o voto majoritário ou “distritão” seja um modelo de transição ao distrital misto, que valeria a partir de 2022.

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“Nós precisamos de um tempo para montar a distribuição dos distritos no Brasil. E o 'distritão' caminha para esse novo sistema, quebrando com o sistema proporcional que gerou um desgaste enorme até hoje”, disse o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ).

O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) considera a mudança de modelo na votação para o Legislativo essencial. “O modelo atual está esgotado. Não dá pra fingir que está tudo bem e continuar com o sistema atual, vamos de 'distritão' na transição para um sistema misto mais elaborado e transparente a partir de 2022”, afirmou.

Em contrapartida, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) considerou o distritão “um modelo elitista, no qual prepondera a presença individual, quando o Parlamento é, por natureza, coletivo na sua atribuição”. E a deputada Luiza Erundina (Psol-SP) criticou o fato de o distritão não ter sido discutido pela comissão nos últimos oito meses. “Surgiu numa articulação clandestina e vai excluir mulheres, índios e negros da política”, disse. 

Pelo parecer do relator da proposta, deputado Vicente Candido (PT-SP), aprovado na comissão, a eleição para o Legislativo será feita pelo sistema misto a partir de 2022. Nesse sistema, metade das cadeiras do Legislativo será preenchida com os candidatos mais votados dos distritos e metade será destinada aos candidatos definidos pelos partidos em listas preordenadas. O Congresso deverá regulamentar a mudança em 2019.

Após a votação deste destaque, o presidente da comissão, deputado Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), adiou a votação dos demais para às 10h desta quinta-feira (10). 

*Com a Agência Câmara

A comissão especial da reforma política da Câmara aprovou, por 25 votos a 8, o texto apresentado pelo relator, deputado Vicente Cândido (PT-SP), que prevê, entre outras coisas, a criação de um fundo público de R$ 3,6 bilhões para financiamento de campanha.

A expectativa, no entanto, é que o texto seja bastante alterado. Ao todo, 20 destaques (sugestões de mudanças) serão analisados. O PMDB, por exemplo, vai propor a adoção do sistema eleitoral chamado "distritão" em 2018, modelo pelo qual os candidatos mais votados são eleitos para o Legislativo.

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O texto do relator mantém o atual sistema para as próximas eleições e institui o distrital misto a partir de 2022, sistema pelo qual metade das vagas é preenchida por lista fechada e a outra, pelo voto direto nos candidatos.

O relatório do deputado petista também propõe a extinção do cargo de vice, da figura do suplente de senador e o estabelecimento de mandato de dez anos para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essas propostas, no entanto, devem ser derrubadas pela comissão.

Antes da votação, Vicente Cândido fez um apelo para que o seu trabalho não fosse desperdiçado e que os deputados considerassem algumas das propostas do texto.

No fim da tarde, o relator recuou e tirou do texto a medida que estenderia aos presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo a prerrogativa do presidente da República de não ser investigado por atos cometidos antes de assumir o mandato.

Na expectativa do andamento da reforma política na Câmara Federal, com a possibilidade de aprovação do relatório do deputado Vicente Cândido (PT), nesta terça-feira (9), nas comissões especiais, o deputado Danilo Cabral (PSB) afirmou que as propostas em análise vão promover uma alteração nas “regras eleitorais do pleito de 2018” e “não a reforma política que o Brasil precisa”. Segundo ele, há consenso para aprovação do fim das coligações e da cláusula de barreira, mas há um ponto de interrogação em relação ao financiamento das campanhas eleitorais. 

Sob a ótica de Cabral, a maioria no Congresso defende o financiamento público. “Não concordamos com o retorno do financiamento privado, porque o constrangimento que estamos vivendo na democracia brasileira é fruto da relação promíscua do sistema eleitoral brasileiro e as empresas financiadoras de campanhas, e nós não temos a tradição do financiamento individual das campanhas como ocorre nos Estados Unidos. É uma decisão muito difícil”, opinou, lembrando também que a sociedade não aceita que o custo recaia sobre a conta dela. 

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O parlamentar também disse que a manutenção do sistema proporcional ou o estabelecimento do chamado distritão deve causar debates acalorados na Câmara. “Há uma tendência que o Congresso opte pelo distritão, mas ele poderá enfraquecer os partidos, pois privilegia o parlamentar e não será dessa forma que fortaleceremos a nossa democracia. Vivenciamos uma crise no sistema partidário brasileiro, mas não se faz política sem partido”, argumentou. 

Danilo Cabral afirmou ser favorável ao sistema distrital misto, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já informou que só teria condições de implantar o sistema nas eleições de 2022. 

Para que as novas regras passem a valer em 2018, o Congresso precisa aprová-las até o fim de setembro. Segundo o cronograma estabelecido pelos líderes partidários, a comissão especial deve aprovar a proposta, que está na pauta de discussão desde a última terça (8), até amanhã. Os textos devem ser votados no Plenário na próxima semana.

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) afirmou nesta terça-feira (8) que está se formando consenso em torno da proposta de se adotar o modelo chamado de "distritão" em 2018. Por esse sistema, os candidatos mais votados ao Legislativo são eleitos.

O tema vai ser debatido nesta quarta-feira (9) na comissão sobre reforma política instalada na Câmara. Se o novo modelo for aprovado pelos deputados, ainda terá que ser analisado pelo Senado.

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"O sentimento que eu tenho é que os parlamentares devem aprovar o 'distritão' para 2018 e o distrital misto a partir de 2022", disse. A declaração foi dada após participar de um jantar com deputados e senadores para discutir reforma política.

Segundo ele, o próprio relator da comissão, deputado Vicente Cândido (PT-SP), admitiu que o novo sistema vai ser aprovado. Até agora, ele não incluiu o modelo no seu relatório, mas deputados trabalham para convencê-lo a propor o "distritão" na versão final do texto que será apresentada nesta quarta-feira. O PT é contra a proposta.

Fundo. Segundo o senador, ainda há "muita divergência" sobre a criação do fundo público para financiamento de campanha. Pela proposta, será destinado um montante de R$ 3,6 bilhões para os partidos distribuírem aos candidatos.

Ferraço é autor de uma das propostas que já foi aprovada no Senado e agora tramita da Câmara, sobre o fim das coligações proporcionais e a criação de uma cláusula de barreira. Esse outro projeto deve ser analisado pela comissão instalada na Câmara nesta quinta-feira, 10.

Os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vão definir juntos uma pauta conjunta para adiantar a tramitação das matérias mais relevantes no Congresso Nacional em reuniões hoje (8) e amanhã (9). A primeira delas será sobre reforma política, a segunda sobre as pautas econômicas.

“Graças ao bom relacionamento que temos, nós temos feito esse entendimento. A discussão hoje da reforma política entre Câmara e Senado. A discussão amanhã, na residência do Senado, vai ser entre Câmara e Senado, comos líderes [dos partidos da base aliada] das duas Casas e os presidentes das duas Casas também”, explicou o presidente do Senado.

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Além disso, o encontro de amanhã também vai tratar sobre a criação de uma comissão especial mista que vai analisar as matérias prioritárias em relação à segurança pública. A comissão terá a participação dos presidentes das comissões de Constituição e Justiça (CCJ) das duas casas, de modo que eles possam agilizar nessas comissões também a votação das matérias relativas a esse tema.

“Esses projetos de segurança pública naturalmente passam pelas CCJs e estão paralisados nas CCJs ou nos plenários do Senado ou da Câmara. Nós vamos discutir quais são os projetos prioritários para a sociedade. Porque têm muitos projetos que defendem corporações e nós não queremos defender corporações, queremos defender o cidadão. Então é uma comissão mista entre Câmara e Senado representada pelos partidos políticos para que a gente agilize todas essas matérias e tenhamos um novo patamar de segurança pública no Brasil”, explicou Oliveira.

Medidas provisórias

O bom diálogo entre Oliveira e Maia também deverá se desenrolar em outro tema que há bastante tempo causa controvérsia entre deputados e senadores: o tempo de análise das medidas provisórias enviadas pelo Executivo. Recentemente, o presidente do Senado comunicou que não pautaria três MPs para votação no plenário do Senado porque elas chegaram com pouco tempo para análise dos senadores.

Para solucionar esse tipo de situação, os dois acordaram que os deputados vão analisar uma proposta de emenda à Constituição que muda o rito de tramitação das medidas provisórias e estabelece um prazo mínimo de dez dias para que ela chegue ao Senado, após aprovação na Câmara, antes da votação.

“Eu pedi ao presidente: não faça um esforço para aprovar medidas provisórias na terça-feira para que quarta-feira eu tenha que votar aqui. E o presidente Rodrigo Maia, gentilmente, me disse que estaria colocando na pauta de hoje ou amanhã a discussão dessa PEC que foi aprovada pelo Senado há quase cinco anos e está paralisada na Câmara”, disse Eunício.

Eunício também disse que fez um pedido ao presidente da República, Michel Temer, para que ele reduza a edição de medidas provisórias e priorize o envio de projetos de lei ao Congresso, mesmo que em regime de urgência. É o que será feito em relação à Medida Provisória que trata da reoneração da folha de pagamento de diversos setores da economia. Ela é uma das MPs que Oliveira comunicou que não pautaria no plenário do Senado e que, portanto, perderá a validade por decurso de prazo. O governo já comunicou que vai enviar um projeto de lei ao Congresso tratando novamente do assunto.

“Nós somos aqui 81 senadores que representam os estados e as populações desses estados e temos responsabilidade com os nossos mandatos. Então eu disse isso ao presidente da República que reduzisse o número de medidas provisórias e trocasse as que não são tão urgentes e emergenciais por projetos de leis para que as Casas possam verdadeiramente debater esses projetos e fazer o seu papel que é legislar para o país”, disse.

O relator da reforma política na Câmara, deputado Vicente Cândido (PT-SP), afirmou nesta terça-feira, 1, que vai retirar da proposta a chamada "emenda Lula". O texto, que havia sido inserido no relatório do parlamentar, propõe ampliação para até oito meses da proibição para que candidatos sejam presos antes das eleições porque o momento político exige uma reação do Congresso. "Decidi retirar. Sai com Lula (ex-presidente) e ele disse: 'Já que a emenda é minha, faço com ela o que quiser. Retire-a'".

Cândido admitira à Coluna do Estadão que a nova regra beneficiaria Lula e que fora pensada para "blindar" não só ele, mas políticos investigados. "Lula também, como qualquer outro. É nossa arma contra esse período de judicialização da política."

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Senadores e deputados voltam do recesso parlamentar em 1º de agosto com o desafio de ter as propostas de reforma política votadas nas duas Casas até setembro. Se forem votadas depois desse prazo, as novas regras não poderão entrar em vigor nas eleições do ano que vem.

Além do financiamento de campanha, três pontos destacam-se na reforma política negociada entre Câmara e Senado: novas regras para a escolha de vereadores e deputados, fim das coligações nas eleições proporcionais e cláusula de barreira para o funcionamento dos partidos.

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Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o presidente Michel Temer pode comprometer o calendário de votações na Câmara. “Acho conturbado. É delicado porque ainda temos uma, e depois mais duas denúncias, contra o presidente da República para serem apreciadas pela Câmara. O tempo vai ficar muito apertado. Precisaríamos de um grande acerto entre Câmara e Senado para aprovar alguns pontos mínimos de consenso da reforma”, afirmou.

“Não vai dar tempo. Até setembro, não vai dar para fazer uma reforma eleitoral consistente. Talvez sejam aprovadas uma ou duas questões pontuais. Por exemplo: o distritão, que vai deixar na cabeça do eleitor a certeza de que aquele deputado mais votado vai ser eleito”, disse o líder do PMDB no Senado, Raimundo Lira Lira (PB).

Segundo o senador José Agripino (DEM-RN), não há como não votar a reforma política. “Não interessa clima desfavorável. Você vai ter que montar um esquema de votação compulsório, porque, se não, você não tem eleição com regras definidas. Não interessa negócio de clima. Interessa que você vai ter que votar. Não tem plano B: ou vota, ou vota”, afirmou.

Financiamento

A expectativa é que a Câmara vote em agosto o relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) em uma comissão especial e também no plenário da Casa. O relator propõe a criação de um fundo de R$ 3,5 bilhões para bancar as eleições do ano que vem. Nos anos seguintes, o Fundo Especial de Financiamento da Democracia seria de R$ 2 bilhões.

Antes do recesso, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também se manifestou sobre o fundo. “Essa é uma matéria que tenho muita dificuldade de tratar. Não sei se a sociedade vai compreender o uso de recursos novos para financiamento de campanha num momento de dificuldade, crise e desemprego.”

No relatório, Vicente Cândido mantém a doação por pessoas físicas até o limite de 10% do rendimento declarado no Imposto de Renda. Os candidatos a cargos proporcionais (vereadores e deputados) poderiam financiar, com dinheiro do próprio bolso, até 5% da campanha de 2018. Mas isso seria proibido para os cargos majoritários (prefeito, governador, presidente e senador).

Para a senadora Regina Souza (PT-PI), o FFD pode reduzir fraudes e irregularidades no financiamento eleitoral. “É mais fácil fiscalizar. É só o Tribunal Superior Eleitoral montar um esquema de fiscalização que dá para pegar as pessoas que abusarem, mas não deixa de ter aquela compra clandestina, que é o cabo eleitoral recebendo dinheiro para angariar votos. Isso está na cultura eleitoral deste país, infelizmente”, afirmou Regina.

Sistema Eleitoral Misto

Vicente Cândido também é relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/2013), que o modo de escolher vereadores e deputados estaduais, distritais e federais. Hoje, eles são eleitos pelo sistema proporcional, em que todos os votos vão para os partidos e as coligações, e não para o candidato. O relator defende um modelo misto: metade dos parlamentares continuaria sendo eleita de forma proporcional e metade pelo voto majoritário em distritos eleitorais.

O relator explicou que o sistema eleitoral misto valeria apenas a partir de 2020 e sugeriu que, em 2018, deputados federais, estaduais e distritais ainda sejam eleitos pelo modelo proporcional. No entanto, isso ainda não é consenso entre os parlamentares.

Outros dois temas da reforma política também dependem de análise dos deputados. Um deles é tratado na PEC 282/16, que foi aprovada no ano passado pelo Senado. O texto proíbe as coligações nas eleições proporcionais a partir de 2020 e impõe regras para que os partidos tenham acesso ao dinheiro do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda no rádio e na TV.

Pela proposta que, antes de seguir para o plenário, aguarda parecer de uma comissão especial da Câmara, só recebe o benefício a legenda que, em 2018, garantir 2% dos votos válidos nas eleições para a Câmara em pelo menos 14 estados, com 2% de votos válidos em cada um deles. A partir de 2020, o corte sobe para 3% dos votos em 14 estados. A relatora é a deputada Shéridan (PSDB-RR).

Alguns senadores defendem a cláusula de barreira. Mesmo aqueles de partidos pequenos, que podem sofrer as consequências diretas das novas regras com as novas regras, como, por exemplo, a Rede. Para o senador Randolfe, é inaceitável e inviável um sistema político com 33 partidos.

Em fevereiro do ano passado, os principais líderes sindicais do PT se reuniram em São Paulo para organizar a defesa política da presidente Dilma Rousseff e denunciar "o golpe" que, segundo eles, estaria sendo tramado por seu vice, Michel Temer. Apesar do clima exaltado, um dos oradores presentes, o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) causou espanto ao pedir a palavra para defender a legalização dos cassinos no Brasil. Após a fala, um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente.

O episódio ilustra bem o perfil do petista escolhido por Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, para assumir relatoria da reforma política. Há alguns dias, Cândido ganhou destaque no noticiário nacional após o Estado revelar que ele incluiu no projeto uma emenda que impediria a prisão de candidatos até oito meses antes das eleições. Ou seja: sob medida para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se articula para disputar o Planalto em 2018.

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"Lula nem sabia (da emenda). Ficou sabendo pelo Estado (jornal O Estado de S. Paulo) Não achei relevante", disse o deputado. Integrante do Campo Majoritário petista, Cândido, porém, é classificado pelos colegas do Congresso como alguém "pragmático" e "bem relacionado" com o campo governista. Em parte, um estranho no ninho petista. "Ele foi escolhido relator devido ao trânsito que tem com os partidos conservadores", disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que foi companheiro de Cândido nos tempos que era do PT.

Cartola

Diretor de Relações Internacionais da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cargo pelo qual recebe um salário de R$ 35 mil mensais (que se somam aos R$ 33,7 mil do salário de parlamentar), Cândido é também um dos líderes da chamada "bancada da bola".

Até o ano passado o petista era sócio do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, em um escritório de advocacia. O dado curioso é que a sociedade começou em 2007, quando Cândido se formou em direito.

No mesmo ano ele foi nomeado vice-presidente regional do ABC na Federação Paulista de Futebol, então dirigida por Del Nero.

Em tempo: depois da graduação, o deputado fez uma pós em direito tributário no Instituto de Direito Público (IDP), onde foi orientando do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mas porque Del Nero convidaria um recém formado para ser seu sócio? "Fiz estágio antes. Eu já trabalhava com matéria tributária no Parlamento e tinha muita relação criada", afirmou o deputado à reportagem.

Segundo o petista, a sociedade com Del Nero terminou para que os negócios não fossem prejudicados. O presidente da CBF é investigado pelo FBI (equivalente à Polícia Federal dos Estados Unidos) por suspeita de receber propina em negociações envolvendo direitos de TV.

"O meu nome estar junto do dele nessa conjuntura política atrapalhava o escritório. Nossos nomes caíam em matérias sensíveis na mão de juízes. Não valia a pena. Sugeri que ele saísse também", disse. Procurado por meio de sua assessoria, Del Nero disse que não iria se manifestar.

O salto político de Cândido ocorreu em 2010, quando ele se elegeu deputado federal. Dois anos depois assumiu a relatoria da Lei Geral da Copa do Mundo no Brasil. Nessa função, assumiu a mediação envolvendo delicadas e tensas negociações para o torneio no País. Cândido, por exemplo, alterou o Estatuto do Torcedor para permitir a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, como queria a Fifa. A partir daí, ampliou seu trânsito com parlamentares de diferentes agremiações partidárias.

Atualmente, o leque de atuação de Cândido na Câmara é amplo. Integra o "lobby" da legalização do jogo, protagoniza a defesa de anistia ao caixa 2 e foi um dos idealizadores da campanha de Maia à Presidência da Casa.

"A relatoria da reforma política foi um dos pontos que negociei com Rodrigo Maia para arrumar votos para ele no mandato tampão. Em troca, ele precisaria dar espaço para o bloco de oposição. Então ele deu relatoria para o PT e disse: ‘Vai você, que tem uma relação mais ampla’. No segundo turno arrumei uns 32 votos no PT para o Maia do total de 58", contou o petista. "Ele não foi escolhido por isso, mas de fato foi um dos primeiros deputados a defender meu nome. É meu amigo", disse Maia à reportagem.

Bens

O patrimônio declarado por Vicente Cândido à Justiça Eleitoral aumentou nove vezes nos últimos nove anos (já descontada a inflação do período). Em 2006, o então candidato a deputado federal declarou possuir pouco mais de R$ 170 mil.

O bem de maior valor, na ocasião, era um apartamento na Vila Andrade, que ele declarou por R$ 148 mil.

Quatro anos depois, seu patrimônio declarado já havia mais que triplicado nominalmente. Em 2010, Cândido declarou possuir R$ 522,9 mil em bens. Nesta declaração, ele informa um aumento do que dispunha em espécie: R$ 292,7 mil em contas correntes. Quatro anos antes havia declarado ter pouco mais de R$ 11 mil em espécie.

Na prestação de contas da campanha de 2014, o patrimônio declarado de Cândido saltou para R$ 2,12 milhões.

Racionais

Cândido já se arriscou como empreendedor. Foi dono de padaria na periferia de São Paulo, vendida recentemente. Aos 58 anos e nascido em Vargem Alegre, Minas Gerais, ele chegou à capital paulista em 1970, ainda criança.

Sua militância política começou nos grupos de juventude da Igreja Católica na Zona Sul de São Paulo. Durante a gestão da prefeita Luiza Erundina (1989-1993), foi administrador regional do Campo Limpo e presidente do PT paulistano - sempre alinhado ao Campo Majoritário.

Na juventude, foi criado junto com os integrantes da banda Racionais Mc’s, que fizeram comícios para ele em 1994. No começo da carreira era um político radical, mas foi mudando de perfil. Hoje se orgulha de ser próximo de João Doria, prefeito de São Paulo (PSDB), do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e, claro, de Lula. (Colaborou Marianna Holanda)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou a defendeu nesta quarta-feira (19), a implantação da reforma política no País, mas criticou a proposta para a adoção do chamado "distritão" como sistema eleitoral. "O distritão é um absurdo. O nome está errado, não é distritão, é 'estadão', é o estado inteiro, a campanha fica muito mais cara", disse Alckmin, argumentando que o sistema estimula o lançamento de poucos candidatos, o que prejudica a renovação da classe política.

"Se você só elege os 70 primeiros, que adianta lançar o candidato que tem 30 mil votos? Acho que o chamado distritão é pior que o modelo atual. É preciso tornar a campanha mais barata", defendeu.

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Como informou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, esta semana, deputados de ao menos dez partidos, entre eles o PMDB e o PSDB, já entraram em acordo para incluir a proposta do "distritão" no projeto de reforma política a ser discutido em agosto. Pelo sistema, são eleitos apenas os parlamentares mais votados em cada Estado, sem considerar quociente eleitoral ou voto em legenda. Para esse grupo, a proposta é uma alternativa para garantir a própria reeleição em meio ao descrédito cada vez maior da classe política nos últimos anos.

O tucano também se mostrou contrário à "emenda Lula", como ficou conhecida a proposta para impedir a prisão de candidatos até oito meses antes das eleições. "Nós somos uma Republica, todos são iguais perante a lei. Não tem sentido estabelecer lei que distingue quem pode ser preso quem não pode ser preso, não deve haver distinção", comentou.

O governador, que participou nesta manhã, no Palácio dos Bandeirantes, da assinatura de decretos abrindo dois programas de parcelamento de impostos para contribuintes inadimplentes no Estado, defendeu também a aceleração do ritmo das reformas no Congresso Nacional.

"Quero deixar claro que nós precisamos acelerar as reformas. Já temos uma importante que é a trabalhista (...) e (agora tem) a da Previdência, que é mais difícil, porque é PEC", afirmou o tucano.

Alckmin reiterou ainda sua posição de que o partido não precisa estar no governo de Michel Temer para apoiar as reformas e medidas de interesse do povo brasileiro.

Líderes da base aliada e da oposição fecharam um acordo para incluir na reforma política, que será votada no Congresso a partir de agosto, a antecipação do período em que os parlamentares podem trocar de partido sem o risco de perder o mandato. Atualmente, essa "janela" será em março de 2018. Pelo acordo, se aprovado no Congresso, seria antecipada para setembro ou outubro deste ano.

A informação foi dada nesta terça-feira, 18, pelo deputado Danilo Forte (PSB-CE), logo após participar de reunião na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em Brasília. Além dele, estavam no encontro parlamentares do DEM, como Pauderney Avelino (AM), e do PSB, como a líder do partido na Câmara, deputada Tereza Cristina (MS). Ontem, uma tentativa de atrair dissidentes do PSB para o PMDB e para o DEM causou atrito entre o presidente Michel Temer e Maia.

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Segundo Forte, há um "inconformismo" por parte de deputados da base e da oposição com as atuais legendas às quais estão filiados. "A reforma política vai antecipar para setembro ou outubro a 'janela'. Há um inconformismo muito grande tanto em bancadas da base aliada quanto da oposição", afirmou.

Em 2008, uma decisão do Supremo Tribunal Federal estabeleceu que os parlamentares que mudassem de partido sem justificativa perderiam o mandato, que pertence à legenda. Em 2015, o Congresso aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê duas "janelas" para a troca sem punição - uma em 2016 e a outra entre março e abril de 2018.

Deputados do PMDB, PSDB e de ao menos oito partidos do Centrão firmaram acordo para incluir também na reforma política o "distritão", como mostrou a reportagem nesta terça-feira.

'Distritão'

Pelo sistema do "distritão" são eleitos para o Legislativo apenas os mais bem votados em cada Estado. A medida é apontada por eles próprios como forma de assegurar a própria reeleição, já que são mais conhecidos por uma maior parcela do eleitorado pela participação em eleições anteriores.

A reforma política será discutida em agosto. Para as regras terem validade nas eleições de 2018, terão de ser aprovadas até setembro deste ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Deputados do PMDB, PSDB e de ao menos oito partidos do Centrão firmaram acordo para incluir na reforma política o "distritão". Pelo sistema são eleitos para o Legislativo apenas os mais bem votados em cada Estado. A medida é apontada pelos parlamentares como uma forma de assegurar a própria reeleição e, consequentemente, manter o foro privilegiado em meio ao descrédito com a classe política causado por escândalos de corrupção como os revelados pela Lava Jato.

Hoje um candidato mais votado não garante necessariamente uma cadeira na Câmara. O atual sistema é chamado de proporcional. Ele soma o número de votos de todos os candidatos e na legenda e a partir daí define a quantos assentos o partido terá direito. Os mais votados dentro da sigla são eleitos. Por isso, ocorre o fenômeno dos puxadores de votos, como Tiririca (PR-SP), que podem ajudar a eleger parlamentares com baixa votação.

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Sem considerar esse modelo, a ideia é apresentar a emenda do "distritão" durante as discussões, em plenário, do texto do relator, deputado Vicente Cândido (PT-SP), a ser analisado a partir de agosto. Esse modelo pode dificultar a renovação da Câmara e favorecer a permanência dos deputados no poder, uma vez que eles têm recall (são conhecidos por maior parcela do eleitorado pela participação em eleições passadas), visibilidade midiática e máquina administrativa, como acesso a emendas que garantem verbas para obras em redutos eleitorais.

Como o petista sugere um sistema "transitório" para as eleições de 2018, os parlamentares já articulam o "distritão" como sistema permanente. A proposta foi tema de debate em uma reunião na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na quarta-feira passada. Estavam presentes parlamentares do Centrão, do PMDB, da oposição e do PT, que discorda da medida.

A reportagem apurou que, no encontro, os deputados debateram abertamente a eficácia do sistema para garantir que eles se mantenham nos cargos a partir das próximas eleições.

A emenda será apresentada pelo deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) e vai transformar os Estados em distritos. O parlamentar, porém, negou que a proposta tenha a finalidade de garantir a renovação dos mandatos. "Isso quem vai decidir é o povo. O distritão garante a representação das minorias."

A bancada do PMDB deverá votar majoritariamente a favor desse sistema. "Há uma maioria na Câmara a favor da proposta, apenas existe uma discordância se o sistema deve ser transitório ou permanente", afirmou o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), que não estava presente no encontro. "Só não há consenso porque a oposição é contra", disse.

Maia é contra a proposta, mas afirmou aos parlamentares que aceitaria uma articulação no caso de o "distritão" ser usado apenas em caráter transitório. Para parlamentares críticos à medida, esse sistema só poderia ser adotado após a aprovação de uma cláusula de barreira para diminuir o número de partidos. A avaliação é de que o "distritão" vai incentivar legendas nanicas a lançar candidatos populares, como artistas, delegados e apresentadores de TV.

'Atraso'

O cientista político Jairo Nicolau, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em sistemas políticos, é crítico ao modelo. "É um sistema atrasado, que reforça o personalismo na política e enfraquece os partidos", afirmou. "O distritão é um sistema com muitos problemas, não é usado em nenhuma democracia tradicional, é um sistema que esteve em vigor no século 19."

Ele lembrou que, há dois anos, praticamente os mesmos deputados já rejeitaram o "distritão", durante a votação da minirreforma eleitoral de 2015. Hoje, disse ser "lamentável" o que chamou de "acordos de bastidores".

O sistema defendido por Cândido em relatório é o distrital misto. Pela regra, o eleitor votaria duas vezes: uma no candidato e outra no partido de preferência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta terça-feira (4) haver um acordo com o relator da reforma política na Câmara, deputado Vicente Cândido (PT-SP), para que ao menos parte das propostas sejam votadas antes do recesso parlamentar. A prioridade será a criação de um fundo eleitoral com dinheiro público para financiar as campanhas do ano que vem.

Jucá e Cândido se reuniram na manhã desta terça-feira para definir os detalhes. O petista concordou com a proposta de considerar a bancada atual do Senado na divisão do fundo, estimado em R$ 3,5 bilhões. Com isso, o PMDB deve ser beneficiado e ficar com a maior parcela.

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"A bancada do Senado nunca foi usada, mas faz sentido, porque 54 cadeiras serão renovadas no Senado. O PMDB tem a maior bancada do Senado, é o maior partido hoje. Tem prefeitos, governadores, senadores e deputados. Então, é justo que ele tenha um pouco a mais, um plus, na distribuição do fundo. Mas também não pode ser tanto que chegue a prejudicar os demais partidos", disse Cândido após o encontro.

Eles também acertaram que o fundo será administrado pelos partidos, que deverá destinar metade do valor para campanhas no Executivo (presidente e governadores) e a outra metade para o Legislativo (senadores e deputados).

A criação o fundo deverá ser acrescida a uma proposta de emenda constitucional (PEC) que já está em discussão na Câmara e trata de outros temas, como o sistema eleitoral vigente. Desta forma, segundo Jucá, a tramitação será mais rápida.

"Na questão do financiamento, como o trâmite da Câmara é mais difícil, é melhor que comece pela Câmara e o Senado faça seu trabalho como casa revisora", disse Jucá.

"É uma necessidade imperiosa (aprovar o fundo). A questão da forma de eleição também é fundamental. Temos que entregar uma mudança no processo político eleitoral à população brasileira. Eles têm cobrado isso. Essa reforma política tem ser para valer, tem que ser dura, tem que ser clara. E nós estamos dispostos a aprovar isso", disse Jucá.

Segundo Cândido, ele vai consultar líderes partidários para tentar colocar em votação até amanhã parte do projeto que trata do tema. Ainda não há consenso se o modelo eleitoral que vai vigorar na disputa eleitoral do ano que vem será o chamado distritão, que acaba com o quociente eleitoral, ou o modelo atual, mas com alguns ajustes.

Com base nas bancadas atuais, a proposta do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), faria com que seu partido recebesse a maior fatia do bolo - cerca de R$ 550 milhões - dos R$ 3,5 bilhões previstos para o fundo eleitoral.

Esse é um dos motivos pelos quais a proposta de Jucá tem recebido críticas, em especial do PT. O partido da oposição, no entanto, de acordo com a proposta, teria mais recursos do fundo do que o PSDB, aliado do governo Michel Temer. Seriam quase R$ 380 milhões para os petistas, ante cerca de R$ 343 milhões para tucanos.

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O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), criticou a divisão. "A proposta do Jucá quer favorecer o PMDB. O ideal é ter como base o número de votos nas últimas eleições. Do jeito que está, a eleição de um deputado no Acre terá o mesmo peso de um eleito em São Paulo, que precisa de muito mais votos para se eleger", afirmou o petista.

Zarattini criticou o teto de gasto proposto, de 70% da campanha mais cara na disputa de 2014, quando ainda era permitido o financiamento empresarial. Naquele ano, foram gastos R$ 5,36 bilhões nas campanhas em todo o País, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O valor, porém, pode ser menor, pois considera recursos doados entre candidatos que são computados como despesa duas vezes. "É um absurdo você querer financiamento público e colocar limites tão altos como o que se está querendo, com base no financiamento privado. O financiamento público é para igualar gastos", disse o petista.

Reforma

Para o cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Marco Antônio Carvalho Teixeira, apesar de ser necessária uma alternativa à regra atual, que ele trata como "paliativa", é preciso antes rediscutir o modelo político do País. "Sem mexer na atual estrutura não há como discutir fundo. Antes, é preciso repensar este universo em que há 35 partidos", afirmou. "A coisa mais difícil é se fazer reforma em meio à crise. É feito de afogadilho, sem um debate", disse.

O professor da Escola de Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) José Paulo Martins Junior afirmou que o problema é o fato de políticos serem responsáveis por definir as "regras do jogo". "O ideal é que houvesse a participação de grupos da sociedade, que possam debater, discutir de forma aberta as regras do jogo."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após reunião com o presidente da República em exercício, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou que o Congresso deve aprovar até setembro deste ano o voto distrital misto para as eleições de 2021. Eunício afirmou que a reforma política deve ser "agilizada". "Isso aqui é um anseio da sociedade e vai atender também à questão política", disse.

No sistema distrital misto, o eleitor vota duas vezes: uma para candidatos no distrito e outra para a lista dos partidos. Uma metade das vagas vai para os candidatos eleitos por maioria simples. A outra é preenchida conforme o quociente eleitoral pelos candidatos da lista.

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Segundo Eunício, para garantir a aprovação do novo sistema ainda este ano, seria necessário fazer uma transição para a eleição de 2018 com o chamado "distritão", onde inicialmente não há quociente eleitoral e os mais votados são eleitos, sem considerar os partidos e sem a necessidade de formar coligações.

"Nós temos até setembro para definirmos essa questão da reforma política e do financiamento de campanha. Sem resolvermos essa questão da reforma, como vão acontecer as eleições, não temos como resolver a questão do financiamento", declarou Eunício.

Segundo ele, Maia foi ao Senado nesta terça para tratar desse assunto. Os presidentes da Câmara e do Senado acordaram que vão dar sequência às propostas já aprovadas, como a que trata das coligações partidárias, cláusula de barreira e voto distrital - todas já foram aprovadas pelos senadores e aguardam decisão dos deputados.

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