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O jornalista Magno Martins foi novamente condenado em um processo associado ao ex-prefeito do Recife Geraldo Júlio (PSB). A nova sentença da 15ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determina que o blogueiro pernambucano pague uma reparação por danos morais no valor de R$ 26.400 (referente a 20 salários mínimos) ao ex-gestor, além de cumprir uma pena de um ano e cinco meses de prisão por calúnia e difamação. Em abril, Magno já havia sido condenado a dois anos de prisão pelo mesmo motivo. 

A sentença atual diz respeito ao texto de título “Covidão está blefando”, publicado no Blog do Magno em 2021. Para o juiz Walmir Ferreira Leite, o autor teve intuito direto de promover prejuízo político, social e moral ao ex-prefeito, à época Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco do governo de Paulo Câmara (sem partido). 

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"[Magno] deprecia os aspectos profissional e moral do querelante [o ex-prefeito], os quais foram levados a público não para dar às pessoas informações de cunho jornalístico, mas para denegrir a honra e a imagem do querelante", diz a sentença condenatória. 

Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Magno Martins pode recorrer da decisão de cada condenação em três instâncias: na Vara Criminal onde a sentença foi proferida; em uma das Câmaras Criminais do segundo grau do tribunal; e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com o g1 PE, a defesa irá recorrer. 

Primeira condenação 

Magno Martins foi condenado a dois anos, um mês e 20 dias de prisão pelos crimes de injúria e difamação cometidos contra o ex-prefeito Geraldo Julio no último dia 12 de abril. A condenação foi da Justiça Criminal de Pernambuco, no processo em relação aos crimes cometidos pelo blogueiro em postagens de 27 de julho e 2 de agosto de 2020. Em 4 de julho de 2022, ele chegou a ser preso pela Polícia Federal por Fake News. 

 

O presidente Michel Temer afirmou, ontem, durante reunião no Palácio do Planalto com líderes de partidos governistas na Câmara que continuará se empenhando pela reforma da Previdência, mas ressalvou que a proposta pode não ser aprovada "em todo o conjunto".

Segundo ele, a intenção é obter "avanços", de modo a que um futuro governo possa fazer "uma nova revisão". A reforma da Previdência sofre resistência na Câmara até mesmo entre parlamentares aliados do governo, para os quais somente será possível aprovar um texto "enxuto".

"Ela [a reforma da Previdência] é a continuação importante, fundamental, para, digamos, uma espécie de fecho das reformas que estamos fazendo. Eu quero dizer que eu continuarei me empenhando nela. Embora você não consiga fazer todo o conjunto do que a reforma previdenciária propõe, mas quem sabe nós conseguimos dar o avanço, até certo ponto que permita a quem venha depois, mais adiante, fazer mais adiante uma nova revisão da Previdência Social", declarou o presidente.

O líder do PMDB, deputado Baleia Rossi (SP), disse que o debate sobre a reforma da Previdência precisa ser iniciado novamente, porque antes das denúncias contra Temer apresentadas pela Procuradoria Geral da República e rejeitadas pela Câmara, o governo tinha votos para aprovar a reforma. "A realidade é que o quadro hoje não é esse. O governo não tem votos para votar uma PEC, o quórum qualificado de 308 votos", afirmou Baleia Rossi.

Temer afirmou que continuará insistindo na aprovação da reforma da Previdência. A proposta, enviada ao Congresso no ano passado, já foi aprovada por uma comissão especial.Temer disse ainda que a reforma da Previdência não é dele, é do governo, mas de um “governo compartilhado”.

O presidente afirmou que se a sociedade e o Congresso não quiserem aprovar a reforma, “paciência”. “Eu continuarei a trabalhar por ela [a reforma]. Eu sei da importância, como todos sabemos, da importância da reforma previdenciária”, declarou.

TRIBUTÁRIA- Temer também dedicou parte do discurso à reforma tributária. A proposta está em discussão no governo, mas ainda não foi enviada ao Congresso. Paralelamente, a Câmara dos Deputados discute o tema e o relator, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), já apresentou ao governo um parecer. "Me atrevo a dizer que estamos trabalhando muito numa simplificação tributária. No tocante à simplificação, o que pode reduzir tributos, vejo que essa tese pode prosperar. Se conseguirmos levar adiante até o final do ano a simplificação tributária, teremos, na verdade, terminado este ano com dados muito positivos. A essa altura, precisamos descomprimir o país", disse o presidente.

Ultimato tucano– Depois do ultimato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para que os tucanos desembarquem do governo, nesta segunda-feira (6) foi a vez presidente em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), de cobrar uma posição dos próprios ministros do partido. Em conversa com o Blog, Tasso alertou que, caso os ministros tucanos não deixem o governo, ficarão numa situação difícil pois essa posição deverá ser tomada na Convenção Nacional da legenda marcada para 9 de dezembro. “Se os ministros do PSDB não saírem por iniciativa própria, vai ficar ruim para eles. Pois o partido vai sair do governo. Mas tem ministro que não quer sair de jeito nenhum. Estão agarrados aos cargos”, lamentou Tasso.

Mais casas – O ministro da Educação, Mendonça Filho, é o novo cidadão de Salgueiro. Ele recebeu o título, de autoria do vereador, Hercílio de Carvalho, numa solenidade bastante concorrida, que contou com a presença do prefeito Clebel Cordeiro e praticamente todos os vereadores.  O presidente da Câmara de Vereadores, Auremar Carvalho, entregou o título a Mendonça Filho, que, na oportunidade, assinou uma ordem de serviço para idealização de uma quadra no Campus Salgueiro do IF Sertão. Segundo ele, a construção desta quadra coberta terá um investimento de R$ 1,2 milhão.  Mendonça Filho recebeu este Título por ser responsável pela implantação de um campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) no município. “É uma honra poder receber uma homenagem de uma cidade com a importância e a história de Salgueiro e, diante disto, já nos comprometemos em trabalhar ainda mais para atender aos anseios dos munícipes”, concluiu.

Unidade tucana – O senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) prestigiou a eleição do novo diretório estadual do PSDB. O ministro das Cidades, o deputado federal Bruno Araújo, foi eleito para comandar o partido, substituindo o deputado estadual Antônio Moraes. A cerimônia contou com a presença dos ex-governadores João Lyra Neto e Joaquim Francisco, além de deputados federais, estaduais, prefeitos, vereadores e lideranças tucanas. Outras siglas que compõem a oposição de Pernambuco também marcaram presença: o ministro da Defesa Raul Jungmann representou o PPS, o deputado federal Jorge Côrte Real esteve em nome do PTB e a deputada estadual Priscila Krause pelo Democratas. O advogado e escritor Antônio Campos foi indicado pelo Podemos para a cerimônia. Fernando Bezerra Coelho destacou a unidade da oposição para construir uma alternativa política à atual gestão.

Mendonça em campanha- Pré-candidato a governador, o ministro da Educação, Mendonça Filho, inaugurou a creche municipal Tia Nelize Cordeiro em Ipubi, no Sertão. A obra teve início em 2012, mas ficou paralisada durante um longo período na gestão do prefeito anterior e foi retomada pela atual gestão municipal, só foi concluída este ano 2017. Foram investidos R$ R$ 619.999,96 de recursos federais pactuados com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A contrapartida do município foi R$ 120.974,31. “A educação, todos sabem, é a fonte de transformação verdadeira da sociedade”, pontua Mendonça Filho sobre a importância dos investimentos realizados pelo MEC.

CURTAS 

TRINDADE– O prefeito de Trindade, Dr. Everton Costa (PSB), esteve acompanhando ao lado da sua comitiva, a convite do ministro da Educação Mendonça Filho, agenda ao Sertão do Araripe. Mendonça conversou com o prefeito do qual trataram a respeito de futura construção de escola/creche para a Capital do Gesso. "O ministro nos assegurou pessoalmente e, em seus discursos a mesma disposição das cidades da região e do Brasil, visando investimentos futuros para a aquisição de mais escolas e creches para Trindade", disse ele. 

MAIS ÁGUA– A Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária realizou uma extensa agenda de entregas nos municípios de Solidão, Iguaracy e Carnaíba, no Sertão do Pajeú. O governador Paulo Câmara e o secretário Wellington Batista promoveram a entrega de quatro Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água (SSAA) já em funcionamento e de 175 títulos de propriedades para moradores da região. As ações beneficiaram, ao todo, mais de 500 famílias nos três municípios, com um montante de investimento da ordem de R$ 3,6 milhões aproximadamente.

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O projeto de reforma política aprovado pelo Congresso tem pequenos detalhes que não foram discutidos publicamente e que vão causar surpresas e polêmicas ao longo da campanha eleitoral de 2018. Um deles é uma emenda, inserida discretamente no projeto, que obriga sites de redes sociais a suspender, “sem necessidade de decisão judicial”, a publicação de qualquer conteúdo que for denunciado como “discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensa” em desfavor de partidos ou candidatos. 

Se por um lado, a reforma liberou os impulsionamentos pagos de páginas – favorecendo os candidatos – por outro, essa emenda é uma clara iniciativa de censura, adicionada à parte da reforma que trata de propaganda eleitoral na internet por candidatos ou partidos. Segundo o texto, a publicação deverá ser suspensa em no máximo vinte quatro horas após ser denunciada por qualquer usuário de internet ou rede social em canais disponibilizados pelo provedor para esse fim. 

A suspensão deve ocorrer, segundo o texto, “até que o provedor se certifique da identificação pessoal do usuário que a publicou, sem que seja necessário fornecer qualquer dado do denunciado ao denunciante, salvo por ordem judicial”. A proposta – que pode estimular candidatos a montar verdadeiros exércitos de guerrilha virtual durante a campanha – será enviada para sanção do presidente Michel Temer (PMDB).

O autor da emenda é o líder do Solidariedade na Câmara, deputado Áureo (SD-RJ), que garante peremptoriamente não se tratar de uma iniciativa de censura, mas de uma medida para “evitar uma guerrilha com fakes” nas redes sociais. Na visão do deputado, a medida obrigará que sites como o Facebook, por exemplo, façam uma verificação sobre a autoria de comentários postados nas redes de candidatos. Ele argumenta que trechos caluniosos serão submetidos à análise da rede social, que terá um prazo de 24 horas para verificar se o perfil é verdadeiro ou falso.

A eliminação das postagens, segundo ele, só ocorrerá se não for provada a autenticidade do autor. “A única coisa que a gente quer é que o Facebook tenha a agilidade que tem na lei”, afirma. Segundo Áureo, fazer comentários com perfis falsos é crime, e pode mudar até o resultado de uma eleição. “Queremos agilidade porque se ficar provado que o autor não é verdadeiro, aí já passou o resultado das eleições”, justifica.

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) criticou o texto aprovado, que classificou como censura e medida inócua. “Ninguém controla internet. Precisamos aprender a viver num mundo em que a gente não controla”, recomendou.

APROVAÇÃO VAPT-VUPT– Em menos de 12 horas após a Câmara concluir a votação da reforma política, o Senado também aprovou nesta quinta-feira, 5, as mudanças na lei eleitoral para a disputa do ano que vem. Por meio de uma manobra, os senadores garantiram que, mesmo alterando o texto aprovado na Câmara, a proposta não precise passar por nova análise dos deputados e siga para a sanção. Para valer no ano que vem, o presidente Michel Temer precisa sancionar o projeto até amanhã. 

Mais opções de voos– Enquanto o pleito da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) é unificar as alíquotas de Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o combustível de aviação em todos os estados brasileiros, em Pernambuco, a diferença na cobrança do tributo garantiu a ampliação nas operações do Aeroporto Internacional Gilberto Freyre. Em voos internacionais, o aumento foi de 32% este ano em relação a 2016, partindo na capital pernambucana. Ontem, a Azul anunciou a ampliação do hub a partir de Recife com novos destinos regionais e internacionais. Em 2018, Rosário e Córdoba, na Argentina, e Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, receberão voos diretos da Azul, uma vez por semana, partindo da capital de Pernambuco. A companhia já opera o destino Orlando (EUA). Serra Talhada e Caruaru, também estão nos planos da Azul, que chegará à marca de 25 destinos servidos e mais de 100 movimentos diários no aeroporto na alta temporada.

Perdas com o Refis– O Governo vai perder 49,23% (R$ 6,4 bilhões) da arrecadação prevista inicialmente com o mais recente programa de parcelamento de débitos tributários, conhecido como o novo Refis. Quando a medida provisória (MP) que cria o programa foi enviada ao Congresso, a equipe econômica previa uma arrecadação de R$ 13 bilhões, mas o valor vai cair para R$ 6,6 bilhões em 2017, se confirmada a estimativa feita nesta quinta-feira, 5, pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em São Paulo, Meirelles previu uma perda de R$ 3 bilhões na arrecadação deste ano com o projeto aprovado, ontem, pelo Senado Federal. 

Vão aceitar o naco deles?– Pelo menos três deputados da bancada federal afirmaram ter votado contra o fundo de financiamento das campanhas eleitorais: Danilo Cabral, Tadeu Alencar, ambos do PSB, e o tucano Guilherme Coelho. Resta saber se vão abrir mão da parte que caberá a eles na distribuição dos recursos ao longo da campanha. Se não aceitam e está proibida a doação privada, onde arranjarão a grana da reeleição? Uma boa pergunta, mesmo reconhecendo este blogueiro que o fundo é uma agressão à sociedade brasileira, no momento em que retira dinheiro da saúde e da educação para bancar campanhas eleitorais. 

Dívidas rurais – As dificuldades de pequenos agricultores nordestinos para conseguir renegociar dívidas do crédito rural centralizaram discussões, ontem, durante a audiência pública da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, na Câmara de Vereadores de Águas Belas, no Agreste. A possibilidade de acordos com as instituições financeiras credoras foi viabilizada pela Lei Federal n° 13.340, publicada em setembro de 2016, e pela Resolução n°4.591, do Conselho Monetário Nacional. Entretanto, segundo os produtores, o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste não têm cumprido com o previsto nas normas. Conforme a legislação, agricultores do Semiárido, com dívidas de no máximo R$ 100 mil, contraídas até 31 de dezembro de 2011, e que tenham sido financiadas com recursos do FNE poderão ter direito a rebates – descontos em cima do saldo devedor – de até 95%. 

CURTAS 

PRISÃO– A Polícia Civil apreendeu, na manhã de ontem, dois adolescentes suspeitos de roubar um motociclista que fazia uma entrega no prédio em que reside o secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Márcio Stefanni, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte, no dia 26 de setembro. Segundo a corporação, os dois jovens têm 15 e 16 anos e foram apreendidos por equipes das delegacias de Casa Amarela e do Vasco da Gama.

EM BRASÍLIA– O prefeito de Buíque, Arquimedes Guedes Valença, passou a semana em Brasília percorrendo ministérios, levando a pastinha de demandas do município. Com a ajuda do deputado Fernando Monteiro (PP), o prefeito teve audiências nos ministérios da Integração Nacional, Esportes, Justiça e Cidades além da Funasa. Arquimedes disse que retornava satisfeito com a certeza de levar muitas melhorias para Buíque.

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Recorrer a um juiz na instância local foi o único recurso jurídico com viés político que coube ao presidente estadual do PMDB, Raul Henry, para tentar manter acesa a briga pelo controle do diretório estadual do partido. Mas ele próprio conhece as jurisprudências dos tribunais e que há um consenso no meio jurídico em Pernambuco de que o juiz da 26ª Vara Civil do Recife, José Alberto de Barros Filho, errou feio ao se antecipar a uma decisão interna de um partido que tramita em Brasília.

Até os neófitos sabem que a justiça não se imiscui em assuntos internos das agremiações partidárias. A jogada de Henry está clara: tentar obstruir o processo de deliberação da executiva nacional. Tanto ele quanto Jarbas já estão convencidos de que perderão esta batalha dentro da executiva nacional do PMDB por mais de dois terços dos votos dos que têm poder de decisão na cúpula. 

Diz o regimento partidário que decisões deliberadas por mais de dois terços dos integrantes da executiva nacional não cabem nenhum tipo de recurso em qualquer instância judicial. Portanto, eles só teriam o direito de judicializar o pedido de dissolução se este fosse aprovado por menos de dois terços dos votantes. Na executiva, o que se diz, na verdade, é que Jarbas e Henry levarão uma lavagem de votos.

E as razões não se sustentam apenas no campo jurídico, mas principalmente no político. Embora liderança histórica do PMDB, Jarbas está isolado há muito tempo no partido, que é dominado por correntes majoritárias distantes do seu pensamento e da sua forma de encarar o momento político. No poder com Temer, que pelo voto de Jarbas estaria sendo investigado pelo STF, o PMDB quer ter candidato próprio a presidente em 2018 e a governador na maioria dos Estados.

No caso de Pernambuco, o candidato é o senador Fernando Bezerra ou o seu filho, o ministro Fernando Coelho Filho. Jarbas foi informado disso pelo presidente nacional, Romero Jucá, que a ele prometeu total apoio numa eventual candidatura a senador, deixando claro que Fernando não estava chegando ao partido como coadjuvante, mas ator principal, para assumir as redes e cumprir missões.

O que Jarbas tem pregado – o alinhamento do PMDB à reeleição do governador Paulo Câmara – não passa pelos propósitos da direção nacional. Sendo assim, quais as chances do grupo de Jarbas continuar com a chibata do PMDB nas mãos? Próximo a zero. Esta querela, portanto, está próxima a ser resolvida em favor de Fernando, a não ser que o senador venha a ser traído pelo PMDB ou seu direito seja frágil. 

EXECUTIVA REAGE– Pivô da crise no PMDB estadual, o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) manifestou tranquilidade em relação à liminar concedida pelo juiz do Recife e tão logo chegou a Brasília, ontem, foi informado de uma nota curta e grossa da executiva nacional. “A Assessoria Jurídica do PMDB reitera que a dissolução do diretório é um assunto interna corporis e não cabe à justiça se antecipar e impedir o partido de tomar qualquer decisão”, diz o comunicado da cúpula do partido. O julgamento do pedido de dissolução da executiva pernambucana ficou marcado para a reunião da executiva nacional do dia 7 de novembro. 

Ribeirão ficha limpa – O prefeito de Ribeirão, Marcelo Maranhão (PSB), que vem fazendo uma gestão elogiada por aliados e até adversários, conseguiu, após dez anos, a regularização no CAUC (Cadastro Único de Convênios), uma espécie de SERASA das prefeituras. Marcelo recebeu uma herança maldita e Ribeirão estava impedida de receber recursos do Governo Federal por estar inadimplente. Agora, o município poderá receber repasses e verbas de convênios. "Iremos acelerar a captação de recursos e elaborarmos convênios importantes para avançarmos com o desenvolvimento do município. Desde que assumi, juntamente com o meu secretariado, vínhamos lutando para tentar resolver todas as pendências que impossibilitavam o município de realizar convênios junto ao Governo Federal”, afirmou. 

Aécio refém do STF– O ministro Luiz Fux, do STF, afirmou, ontem, que por força da Constituição, o único poder que pode proferir decisões finais é o Judiciário, em referência ao afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato. As declarações do ministro foram vistas como uma advertência ao Senado, que pretende votar, hoje, em plenário, o afastamento do senador do tucano, e caso decida reintegrá-lo, entrará em confronto com o STF. Vários senadores acham que o afastamento é uma interferência entre os poderes, e que só o Senado teria poderes para suspender o mandato. Luiz Fux, no entanto, enfatizou que “a cultura do descumprimento da decisão judicial é condizente ao caos político e institucional e à destruição da ideia de um Estado de Direito”. Mas acrescentou que não espera uma crise entre Legislativo e Judiciário.

Faltam delegados– O mês de agosto deste ano teve o maior número de homicídios em Pernambuco, na comparação com o mesmo mês, nos últimos sete anos, segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS). Diante do aumento nos índices da violência, o governador Paulo Câmara (PSB) admite que há uma defasagem no número de delegados no Estado e afirmou que o intuito é que, a partir de 2018, sejam abertos concursos anuais, para repor os cargos deixados por servidores aposentados. "A meta é que todas as delegacias tenham suas equipes formadas para que não haja mais nenhum tipo de prejuízo de acumulação, ou seja, um delegado precisar acumular uma, duas ou até três delegacias e também o plantão do fim de semana”, afirmou. 

A Transposição da morte– Tomar banho nos canais da Transposição continua resultando em vidas ceifadas no sertão pernambucano sem que o Governo tome qualquer medida. Neste último fim de semana, um garçom de 21 anos e um agricultor de 46 morreram afogados no canal de Sertânia. De acordo com a Polícia Militar, o primeiro caso ocorreu durante a madrugada de domingo. O garçom voltava de uma festa quando parou para observar um trecho da transposição. Testemunhas informaram à polícia que o homem sentou na passarela da parede do canal e pulou. O corpo foi encontrado por volta das 16 horas. O segundo caso foi durante a tarde. Segundo a PM, o agricultor havia ingerido bebida alcoólica quando mergulhou nas águas do "Velho Chico" e se afogou.

CURTAS 

SONDAGEM– Recém-filiado ao Podemos, o senador Álvaro Dias (PR) sondou dois nomes para compor uma chapa à presidência da República em 2018. O primeiro é senador Romário (RJ), com quem poderia formar uma chapa puro-sangue. O outro é o senador José Reguffe (DF), atualmente sem sigla. Reguffe ganhou notoriedade pela austeridade que impõe ao seu gabinete.

COM JARBAS– O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) recebeu, ontem, no Debate, o seu escritório, o deputado Ricardo Costa. Abordaram assuntos sobre a situação do partido no Estado. Para Ricardo, é sempre um aprendizado conversar e trocar ideias com Jarbas. "Um homem público que sempre honrou com trabalho e seriedade a confiança que o povo sempre lhe deu ao elegê-lo deputado estadual, prefeito do Recife, governador de Pernambuco, Senador e agora deputado federal", disse. 

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Após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) do exercício das funções parlamentares e colocá-lo em recolhimento domiciliar noturno, ministros da Corte divergiram sobre os efeitos práticos da decisão e a possibilidade de ela ser revista pelo Senado. Para Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes, a Primeira Turma mandou prender o parlamentar sem haver nesse caso previsão legal na Constituição. 

Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, por outro lado, argumentaram que a medida imposta a Aécio está expressamente prevista no Código de Processo Penal como uma alternativa à prisão. Gilmar Mendes, que não participou do julgamento de Aécio porque integra a Segunda Turma, afirmou que o Senado “tem que deliberar” sobre a decisão e acrescentou que “seria bom” a discussão do tema no próprio plenário do STF. Os cinco ministros da Primeira Turma votaram para que a discussão ficasse no próprio colegiado, e não no plenário.

Em tom ácido, Gilmar Mendes afirmou que ministros da 1ª Turma estão tendo “um tipo de comportamento suspeito” e praticando um “populismo constitucional”. Os ministros da turma que votaram pelo afastamento de Aécio das funções parlamentares e pelo recolhimento domiciliar noturno foram Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux. “Devemos evitar a todo custo o populismo constitucional, o populismo institucional. Devemos nos balizar pela Constituição. Quando começamos a reescrever a Constituição, é algo preocupante”, afirmou Gilmar Mendes.

“Esse dispositivo (recolhimento domiciliar noturno) foi acrescentado ao Código de Processo Penal pelo Congresso Nacional, em 2011. Portanto, é o Congresso Nacional que definiu que essa não é uma hipótese de prisão. Portanto, com todo o respeito a todas as opiniões, não há uma dúvida jurídica aqui. O direito é claríssimo”, afirmou Roberto Barroso. “Respeito todos os pontos de vista e acho que as pessoas na vida têm direito à própria opinião. Mas não aos próprios fatos. As pessoas todas podem ter a sua opinião política a respeito dessa matéria, menos eu que não sou comentarista político”, completou Barroso, sem mencionar Gilmar Mendes.

Concordando com Barroso no sentido de que não houve prisão decretada, o ministro Luiz Fux ressaltou que até agora o Congresso Nacional tem cumprido as decisões do Supremo sem maior contestação. “O Supremo Tribunal Federal já decretou a prisão de um senador, e não houve nenhum movimento de contrariedade à decisão judicial por parte do Parlamento. Acho que a gente tem de deixar o Senado pensar bem naquilo que vai fazer diante da decisão judicial, porque, se não me falha a memória, o senador já esteve afastado por decisão judicial e não houve esse clamor todo”, disse Fux.

AFASTAMENTO– A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, marcou para o dia 11 de outubro o julgamento pelo plenário da Corte de uma direta de inconstitucionalidade ajuizada no ano passado pelo Partido Progressista (PP), Partido Social Cristão (PSC) e o Solidariedade (SD) que trata do afastamento de parlamentares. O ministro Edson Fachin, relator da ação, liberou o processo para julgamento ontem. Coube à presidente do STF, responsável por elaborar a pauta da Corte, fixar a data de julgamento. Cármen Lúcia e Fachin conversaram na quinta-feira, 28, sobre o tema em meio à controvérsia com a decisão sobre a Primeira Turma do STF, que decidiu afastar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) das funções parlamentares e o colocá-lo em recolhimento domiciliar noturno. Fachin havia sinalizado que pretendia liberar a ação para julgamento o quanto antes.

Intervenção militar – Defendida por uma pequena parcela de brasileiros e grupos de direita, a possibilidade de o Brasil voltar a ter uma ditadura militar foi levada a sério por um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que resolveu fazer uma enquete sobre o assunto em sua rede social. O resultado foi polêmico. O ministro OG Fernandes lançou a enquete no fim da tarde de ontem com a pergunta: “Você é o juiz: o Brasil deve sofrer intervenção militar? ” Até a manhã de ontem, 29.748 pessoas votaram e o resultado parcial foi que 53% dos seguidores optaram pelo não e 47% pelo sim.

Refis prorrogado– É oficial: o prazo de adesão ao programa de renegociação tributária, chamado de Refis, foi prorrogado. Originalmente vencido em 31 de agosto, o prazo para quem quiser aderir agora vai até o dia 31 de outubro. A Medida Provisória foi divulgada no Diário Oficial. O parcelamento de dívidas com a União com condições especiais vale tanto para pessoas físicas quanto para jurídicas.

Em busca de aliados– De olho no Palácio das Princesas e já com os dois pés no comando do PMDB, o senador Fernando Bezerra Coelho almoçou, ontem, em Santa Cruz do Capibaribe, com o prefeito Edson Vieira, de linhagem tucana. Também presente ao regabofe o ex-prefeito Toinho do Pará e o ex-deputado Oséas Moraes, pai do deputado estadual e primeiro secretário da Assembleia Legislativa, Diogo Moraes (PSB). O encontro ocorreu três dias após aliados do prefeito terem ensaiado uma debandada do PSB por orientação de Vieira, que vê com simpatia à pré-candidatura do senador a governador. 

Lula honoris causa – Por 25 votos a favor e 16 contra, o Conselho Superior da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) aprovou, ontem, a outorga do título de doutor honoris causa ao ex-presidente Lula. Nos instantes que precederam a votação, vários conselheiros fizeram uso da palavra na discussão do mérito da outorga, vista pela maioria como “uma sinalização de reconhecimento ao trabalho realizado pelo ex-presidente na área da educação, notadamente na Educação Superior do Brasil, a partir da expansão e interiorização das Universidades e dos Institutos Federais de Educação”. O título é concedido a pessoas de destaque e relevância em áreas como artes, ciências, política, causas humanitárias, entre outras, devido às ações e méritos.

CURTAS 

OS LÍDERES– O instituto Ideia Big Data perguntou a três mil pessoas em qual nome fora da política eles votariam para presidente. Joaquim Barbosa, com 34%, e Luciano Huck, com 31%, foram os primeiros. Huck, aliás, está conversando com vários partidos. Não que vá se candidatar, mas para se informar. Além do DEM, esteve com a Rede, PSDB e PPS.

VELHO CHICO– O governador Paulo Câmara se reúne na próxima segunda-feira com os integrantes das Frentes Parlamentares do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa de Pernambuco contra a privatização da Companhia Hidroelétrica do São Francisco e em defesa do “Velho Chico”. O encontro será às 11h30, no Palácio do Campo das Princesas.

Perguntar não ofende: A Univasf agiu correto a conceder um título de honoris causa a um político condenado por corrupção?

Um dia após entregar ao PDT a Secretaria de Agricultura, o governador Paulo Câmara (PSB) promoveu, ontem, uma mudança estrutural na coordenação política do seu Governo. Já de olho na reeleição em 2018, convocou o secretário Nilton Mota, que está deixando a Agricultura, para o lugar de Antônio Figueira, da Casa Civil, este remanejado para chefia da Assessoria Especial.

Foi uma escolha das mais acertadas. Deputado estadual licenciado pelo PSB, Nilton Mota é do ramo da política. Egresso de uma família envolvida na vida pública em Surubim, tem um predicado inerente ao cargo: o poder de articulação política. Mesmo numa pasta tão técnica em que atuou nos últimos três anos, Mota contabilizou dividendos políticas para o governador em praticamente todas as ações que empreendeu pelo Interior.

Por isso mesmo, revelou-se num dos auxiliares mais operosos do Governo. Nas campanhas de Geraldo Júlio, tanto na primeira quanto na reeleição, coordenou áreas estratégicas com grande êxito, o mesmo ocorrendo também na campanha do governador Paulo Câmara. Nilton Mota é, sem exageros, um animal político, respira política 24 horas por dia e está agora no lugar certo.

Com ele na articulação, o governador pode rearrumar a base, que começou a ser desestruturada com a possível perda do PMDB, mais cedo do que imaginava. O atual responsável pela área, Antônio Figueira, médico por vocação e de carreira, até fez um esforço para cumprir a missão a que foi delegada, mas enfrentou dificuldades porque não nasceu na política e jogo de cintura não se adquire da noite para o dia. A política passa, principalmente, pela arte de engolir sapos.

Talhado, Mota tem um notável estômago para triturar sapos e elefantes. E o governador, que como Figueira também não é remanescente do ramo da política, não poderia abrir mão de um auxiliar com este perfil para enfrentar as trovoadas que vêm por aí não apenas em 2018, ano eleitoral, mas a partir desses meses pré-eleitorais que se estendem até as convenções partidárias.

POSSE– Conforme este blog antecipou, o governador Paulo Câmara empossa, hoje, às 14h30, em cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, os novos secretários estaduais: Nilton Mota, que deixa a Agricultura e Reforma Agrária e assume a Casa Civil; José Neto, que sai da Chefia da Assessoria Especial e assume a Secretaria Executiva da Casa Civil; Antônio Figueira, que deixa a Casa Civil e assume a chefia da Assessoria Especial; e Wellington Batista, que entra no Governo para comandar a Agricultura e Reforma Agrária. É possível que o governador ainda abra espaços mais na frente para outros partidos da base, como o Solidariedade (SD).

Um auxiliar de peso – Ex-secretário de Administração na gestão Eduardo Campos, José Neto, sobrinho do ex-governador Joaquim Francisco, está sendo remanejado da chefia da Assessoria Especial para a Secretaria-Executiva da Casa Civil. Habilidoso e articulado, Neto deve se transformar, na verdade, no braço direito do novo secretário da Articulação Política, Nilton Mota. Tem um perfil muito parecido com Mota, age com desenvoltura nos bastidores e leva a vantagem de ser amigo pessoal do governador Paulo Câmara.

No prédio do secretário– Um assalto a um entregador na portaria de um edifício localizado na Rua Padre Roma, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife, foi registrado por câmeras de segurança na tarde da última terça-feira. As imagens, gravadas em frente à residência do secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Márcio Stefanni, foram enviadas ao WhatsApp da TV Globo. Durante a ação, o profissional aguarda a abertura do portão do edifício enquanto dois jovens se aproximam. Enquanto isso, um dos assaltantes, usando uma farda da rede estadual de ensino, mexe na mochila do parceiro. Ao notar que a dupla se aproximou para assaltá-lo, o entregador empurra um deles, enquanto o outro, com uma arma, sobe na moto e sai da entrada do prédio.

REFIS– Após quase seis horas de sessão, a Câmara dos Deputados aprovou, ontem, em plenário, o texto-base da medida provisória (MP) que cria o novo Refis, programa de parcelamento de dívidas com a União. O texto foi aprovado em votação simbólica. A votação dos destaques foi adiada, provavelmente para a próxima semana, segundo previsão da liderança do governo. A proposta aprovada foi um texto novo concluído após negociação entre o relator, deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG), líderes partidários e representantes da Casa Civil e da equipe econômica. Governo e deputados tiveram de negociar um acordo, porque o Executivo não aceitou o texto do relator aprovado na comissão especial, enquanto os parlamentares acusavam a Receita Federal de trabalhar para deixar a MP perder a validade sem ser votada.

Populismo constitucional – O ministro Gilmar Mendes disse, ontem, que o Senado tem de se posicionar sobre a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastarem o senador Aécio Neves (PSDB-MG) do exercício do mandato. Para ele, o que a turma decidiu foi a prisão do senador e isso não estaria permitido pela Constituição. Mendes afirmou também que seria importante o plenário do STF se debruçar sobre o tema. Segundo ele, ministros da Primeira Turma estão tendo "um tipo de comportamento suspeito" e aderindo a um "populismo constitucional."

CURTAS

ADUTORA– O governador Paulo Câmara recebeu, ontem, a garantia do ministro da Integração, Helder Barbalho, de que vai liberar cerca R$ 11 milhões, na próxima semana, para as obras da Adutora do Agreste. Paulo e Helder também trataram das ações de reconstrução dos municípios pernambucanos afetadas pelas fortes chuvas dos últimos meses de maio e junho. O ministro aguarda a aprovação de projeto de lei do Congresso que permitirá o repasse de mais R$ 58 milhões para as obras da Adutora do Agreste.

INVESTIGAÇÃO– Membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o deputado Tadeu Alencar (PSB) diz que o Diretório Nacional do partido agiu com coerência ao fechar questão ontem pela aceitação da segunda denúncia contra o Presidente Michel Temer (PMDB). “É importante que a Câmara dos Deputados trate com rigor as suspeitas que pesam sobre o Presidente da República e dê ao povo brasileiro uma demonstração de compromisso com a verdade. É esse o sentimento do PSB”, afirmou.

 

Perguntar não ofende: Por que o Supremo afastou Aécio sem determinar também a sua prisão? 

Caiu mais uma falácia da era petista: a desigualdade de renda no Brasil não caiu entre 2001 e 2015 e permanece em níveis "chocantes", de acordo com um estudo feito pelo World Wealth and Income Database, instituto de pesquisa codirigido pelo economista Thomas Piketty, conhecido por seus estudos sobre desigualdade com a obra "O Capital no Século 21". Segundo a pesquisa, os 10% mais ricos da população aumentaram sua fatia na renda nacional de 54% para 55%, enquanto os 50% mais pobres ampliaram sua participação de 11% para 12% no período.

Esse crescimento foi feito às custas de uma queda da participação de dois pontos percentuais dos 40% que estão entre os dois extremos (de 34% para 32%). O crescimento econômico observado no Brasil no período teve pouco impacto na redução da desigualdade porque foi capturado principalmente pelos 10% mais ricos, que ficaram com 61% da expansão observada no período. Já a metade mais pobre da população foi beneficiada com apenas 18% desses ganhos.

"Em resumo, a desigualdade total de renda no Brasil parece ser muito resiliente à mudança, ao menos no médio prazo, principalmente em razão da extrema concentração de capital e seus fluxos de renda", conclui o estudo. O estudo do World Wealth and Income Database, assinado pelo economista Marc Morgan, vai na contramão de indicadores como o índice de Gini, que mostra a desigualdade, o qual indicou que houve uma melhora do cenário no Brasil, atribuída às políticas de redistribuição de renda dos governos do PT, como o Bolsa Família, e à política de valorização do salário mínimo, cujo valor real aumentou cerca de 50% no período.

Com base nesses indicadores, os governos Lula e Dilma defenderam que houve redução na desigualdade durante suas gestões –o que o estudo questiona. Os resultados mais recentes estão em linha com os observados pelos pesquisadores Marcelo Medeiros, Pedro Souza e Fábio de Castro, da Universidade de Brasília, que identificaram uma estabilidade no nível de desigualdade entre 2006 e 2012.

"A redistribuição que houve nos anos 2000 foi sobretudo na base da pirâmide, pelo aumento do salário dos trabalhadores menos qualificado por meio da valorização do salário mínimo e demanda maior por esses trabalhadores nos setores de serviços e construção naqueles anos", diz a economista da USP e colunista da Folha Laura Carvalho. "Os mais ricos continuaram se apropriando de uma parcela muitíssimo elevada da renda, que pode ser explicada pela alta concentração de riqueza financeira e não financeira no Brasil, além dos juros altos", completa.

Segundo o estudo, a participação do Bolsa Família e do Benefício da Prestação Continuada (BPC) na renda total nacional foi de 1%, em média, nesses 15 anos. Apesar da contribuição total pequena, esses programas elevaram a taxa de crescimento da fatia dos 50% mais pobres de 9% para 21%. Uma das explicações para a discrepância é a metodologia adotada. O estudo do World Wealth and Income Database leva em conta dados da Receita Federal e das contas nacionais no cálculo, o que minimiza o problema de pesquisas com base em declarações de entrevistados, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad, do IBGE), nas quais os mais ricos tendem a omitir sua renda.

Esther Dweck, assessora econômica do Ministério do Planejamento entre 2011 e 2016, afirma que não é possível medir se a situação de quem estava abaixo da linha da pobreza melhorou pelo estudo. "A renda dos mais miseráveis não é medida pelo Imposto de Renda, porque eles não declaram. Esse é um estudo que capta bem a situação do 1%, que não ganha com trabalho."

"De fato, pela Pnad, os números pareciam melhores. O estudo mostra que, no Brasil, não conseguimos fazer uma política de redistribuição na riqueza de forma mais estruturante", diz Dweck. Assim, o levantamento chegou a uma média de renda anual de US$ 541 mil (R$ 1,6 milhão) entre o 1% mais rico da população (cerca de 1,4 milhão de pessoas) em 2015 —superior à renda média do top 1% francês (US$ 450 mil a US$ 500 mil). Ao mesmo tempo, a renda média dos 90% mais pobres no Brasil equivale à média dos 20% mais pobres da França.

Os mais ricos no Brasil têm, então, uma renda superior aos mais ricos da França, enquanto a maioria dos brasileiros têm renda equivalente aos franceses mais pobres. Para Carvalho, são os dados comparativos com outros países os resultados mais chocantes da pesquisa. Outra diferença é que a renda considerada no estudo é aquela antes da incidência do Imposto de Renda. Em geral, estudos sobre desigualdade consideram a renda efetivamente disponível, portanto aquela após ser tributada. A justificativa de Morgan pela renda antes da incidência de impostos é que ela captaria melhor recursos de capital e propriedades recebidos.

Um exemplo são os lucros não distribuídos de empresas fechadas, que cresceram a uma taxa três vezes superior à remuneração de empregados entre 2000 e 2015 (231% vs. 74%). Isso mostra que embora tenha ocorrido uma melhora na igualdade salarial, os recursos concentrados entre a população mais rica expandiram-se a uma velocidade muito maior. "Nossos resultados levam a uma revisão acentuada para cima das estimativas oficiais de desigualdade no Brasil, ao mesmo tempo em que as tendências de queda na desigualdade são revertidas de acordo com a nossa série de dados", afirma Morgan no estudo.

DEFESA PETISTA– Na avaliação do PT, legenda que esteve no comando do País durante a maior parte do período coberto pelo levantamento, o estudo subestima a redistribuição de renda durante o período. Isso porque os cálculos foram feitos com base no IR, que, na avaliação do secretário de comunicação nacional do partido, Carlos Henrique Árabe, não é um bom indicador da renda da população mais pobre, pois boa parte da população pobre nem sequer declara. Na resposta, Árabe diz que o sistema tributário "espelha uma dinâmica de desigualdade". "O sistema tributário espelha uma dinâmica de desigualdade em grande medida alimentada pelo próprio sistema tributário". 

Batom na cueca – O procurador chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot, não tem como explicar o encontro com o advogado de Joesley Batista, Pierpaolo Bottini. O local não poderia ser mais apropriado: um botequim. Janot tem sérios problemas com bebidas alcoólicas e se aparecer algum áudio do encontro, o procurador vai justificar dizendo ”conversa de bêbado”. A imagem é esclarecedora e revela os interesses obscuro do Judiciário e MPF.

G-4 no Agreste– Pré-candidato a governador, o senador Armando Monteiro (PTB) prestigiou, ontem, a tradicional Missa do Vaqueiro de Canhotinho, que atraiu também outras lideranças que estarão no campo da oposição ao Governo estadual em 2018, como o ministro das Cidades, Bruno Araújo, do PSDB; o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, do PSB, e seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, além dos deputados estaduais Álvaro Porto (PSD), Silvio Costa Filho (PRB) e Priscila Krause (DEM). Na prática, se deu ali uma reunião do G-4, o grupo dos quatro partidos de oposição que podem se unir para enfrentar o governador. Eles foram recepcionados pelo prefeito Felipe Porto (PSD), sobrinho de Álvaro Porto.

De propósito– Na galeria dos ex-prefeitos de Flores, no Sertão do Pajeú, a 400 km do Recife, inaugurada no último fim de semana pelo prefeito Marconi Santana (PSB), a pequenez política se sobrepôs à história do município: a ex-prefeita Soraya Murioca (PR) foi “esquecida” propositadamente da relação. É sabido que o radicalismo político nos embates no município não pode ser ignorado por quem conhece a história de Flores, mas incluir todos os ex-prefeitos numa área pública omitindo a antecessora é algo tacanho e beira ao ridículo.

PSB a um passo de se unir ao PT - De passagem, ontem, por Serra Talhada, o secretário-geral do PSB, Adilson Gomes, teve uma longa conversa com o prefeito Luciano Duque, principal liderança do PT no Sertão. Em pauta, a retomada da aliança estadual PSB-PT. Duque resiste. “Adilson sondou o prefeito sobre a possibilidade do realinhamento do PT ao PSB”, confirma o chefe-de-gabinete do prefeito, Ronaldo Melo, uma das principais lideranças do PSB no município. “Duque está reticente, mas pelo que percebi de Adilson, o governador está muito confiante e certo de que o PSB e o PT vão caminhar juntos. Contudo, não acredito que haverá essa união devido a oposição de Sebastião Oliveira”, disse Melo.

CURTAS

AGRESTINA– Funcionários da Prefeitura de Agrestina e seus parentes de primeiro grau terão desconto de 30% em cursos de graduação e pós-graduação da Uni Nassau, graças a convênio assinado pela autarquia de ensino superior com o prefeito Thiago Nunes. Também serão dados 15% de descontos no ensino a distância e 20% de descontos para pós-graduação com aulas presenciais.

POSSE - O Palácio do Planalto solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) para antecipar o horário de posse da nova procuradora-geral, Raquel Dodge, no próximo dia 18, que ocorrerá na sede do órgão. Dodge vai substituir Rodrigo Janot no comando do Ministério Público. Temer quer participar ainda no dia 18 de um jantar nos Estados Unidos com o presidente Donald Trump e outras autoridades, antes da data de abertura da Assembleia Geral da ONU, no dia 19 de setembro, tradicionalmente feita pelo Brasil. Após a consulta do Planalto, a cerimônia de posse de Dodge foi antecipada das 10h30 para às 8h.

Perguntar não ofende: Aliados PT e PSB no plano estadual, Humberto Costa disputa a reeleição para o Senado?

 

 

Com o ingresso do PMDB no bloco de oposição reforçando o chamado Grupo dos 4, o G-4, o cenário que se deslumbra em Pernambuco para o PSB é o realinhamento ao PT. Não será surpresa em relação aos acordos fechados para 2018 se o governador Paulo Câmara abrir espaços na sua chapa em busca da reeleição reeditando a coligação montada pelo ex-governador Eduardo Campos, que elegeu o petista Humberto Costa para o Senado.

Aos que acham que o eleitorado não compreenderá este entendimento, o governador já tem o discurso na ponta da língua: dirá apenas que reproduz a aliança nacional, que tende a ser remontada com Lula candidato ou não à Presidência da República. PT e PSB estarão juntos com Jacques Vagner ou Fernando Haddad no lugar de Lula. O próprio Haddad já esteve no Recife num almoço reservado com o governador.

Quando passou recentemente pelo Recife, Lula deu prosseguimento ao reatamento da aliança. Jantou com Câmara e o prefeito Geraldo Júlio na casa da viúva Renata Campos. Terça-feira passada, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, jantou com Humberto Costa em Brasília e trataram de aprofundar as negociações para se dar um casamento perfeito não apenas no plano nacional, mas principalmente no estadual.

Ao longo da entrevista que concedeu para tratar do ingresso de Fernando Bezerra no PMDB, quando afirmou que as chances de abandonar o projeto de reeleição do governador Paulo Câmara beiravam a zero, o deputado Jarbas Vasconcelos admitiu, pela primeira vez, uma composição com o PT, o que causou surpresa em todos os segmentos partidários no Estado. Os que fazem oposição a Câmara no PT tomaram um grande susto, sem conseguir entender nada.

Mas tudo isso decorre da mudança de comando do PMDB, que sai das mãos de Jarbas e passa para o grupo do senador Fernando Bezerra. Na contramão do que afirmou Jarbas, o senador tem dito e repetido que não existe a menor possibilidade de o novo PMDB em Pernambuco apoiar a reeleição do governador. Na Assembleia Legislativa, até as paredes sabem que PT e PSB andam bem próximos e podem compor uma aliança em nome da volta de Lula e do partido ao poder nas próximas eleições. 

Por Lula, os petistas em Pernambuco são capazes de se abraçarem a Paulo Câmara, mudando o discurso crítico em relação à sua gestão. Outro ponto a considerar, por fim, é que, além do discurso de que PT e PSB sempre estiveram juntos - e se desagregaram por uma circunstância - os dois partidos precisam de tempo na televisão para compensar a perda do PMDB, um gigante em termos de tamanho na chamada propaganda eleitoral no rádio e na TV.

NEM UM PIO– Embora tenha dito que sua postura iria mudar, sendo mais ágil e vigilante na defesa das questões envolvendo o PSB, o presidente reeleito do diretório estadual, Sileno Guedes, administra um silêncio muito estranho em relação ao rastro de prejuízo que a saída do PMDB trará à aliança oficial. É sabido que a movimentação do senador Fernando Bezerra Coelho em direção ao seu novo partido arrasta deputados do PSB, prefeitos e vereadores, mas Guedes ainda não acordou. Quem conseguir arrancar dele uma frase sobre o assunto terá feito uma grande façanha, antes que seja tarde. 

E aí, Marília? - Se o desenho do realinhamento do PSB ao PT se concretizar, a mais prejudicada será a vereadora Marília Arraes, líder da oposição na Câmara do Recife e tratada como pré-candidata do partido ao Governo do Estado. Oriunda do PSB, com laços familiares na legenda e no Governo, a parlamentar não tem a menor chance de avalizar o entendimento e neste caso só lhe sobrará a alternativa de procurar outra legenda dentro do arco partidário de oposição. 

Caindo fora– Entre os poucos prefeitos que ainda restam no PT, o primeiro a cair fora selado o acordo PSB-PT será Luciano Duque, de Serra Talhada, segundo maior colégio eleitoral do Sertão. Ali, a questão é muito localizada: a pedra no meio do caminho é o secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira. Sebá, como é mais conhecido, e Duque, são como água e óleo: não se misturam. O prefeito já telegrafou à direção estadual do PT para avisar a sua indisposição em tolerar qualquer entendimento que vislumbre dividir um palanque com o secretário. 

Desafiando o PMDB– Em entrevista à Folha, o deputado Estadual Tony Gel, líder do PMDB na Assembleia Legislativa, contrariou a orientação nacional do partido, que anunciou candidatura própria ao Governo do Estado, reafirmando sua lealdade no apoio à reeleição do governador Paulo Câmara. "Meu candidato a governador é Paulo Câmara. Eu faço questão de deixar muito claro”, disse. Para ele, o senador Fernando Bezerra Coelho e seu grupo serão muito bem-vindos ao PMDB, mas não contarão com seu apoio nem entusiasmo para um projeto de candidatura própria ao Palácio das Princesas. 

Biografia de Marco Maciel- A Companhia Editora de Pernambuco (CEPE) agendou para o próximo dia 2 de outubro, na Academia Pernambucana de Letras, o lançamento do livro biográfico sobre Marco Maciel, de autoria do jornalista e biógrafo Ângelo Castelo Branco, intitulado "Um Artífice do Entendimento".  O sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu o prefácio e o escritor Marcos Vilaça deseja fazer em seguida um lançamento na Academia Brasileira de Letras, no Rio, onde Marco Maciel ocupa a cadeira vaga desde a morte do ex-presidente das Organizações Globo, jornalista Roberto Marinho. Também haverá lançamento no Senado, em Brasília. 

CURTAS 

CISÃO– Aliados em torno da gestão Michel Temer, PMDB e PSDB não devem repetir a dobradinha na maior parte das disputas estaduais em 2018. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que, hoje, a tendência é de que tucanos e peemedebistas fiquem separados em 18 Estados, contra nove nos quais a parceria nacional pode se repetir. Em campos opostos nas eleições de 2014, quando PMDB era o principal aliado do PT no governo federal, os peemedebistas se uniram aos tucanos em maio de 2016, em meio ao impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT).

EM SERRA– O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), incluiu na programação cultural da festa da padroeira do município o lançamento do meu livro Histórias de Repórter. A noite de autógrafos está marcada para amanhã, às 20 horas, no Centro de Artes e Desportos – CEU. Espero contar com a presença dos leitores deste blog na região, assim como os ouvintes do Frente a Frente, programa que ancoro pela Rede Nordeste de Rádio, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 97,7 FM, no Recife. 

Perguntar não ofende: O ex-prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, fica no PMDB depois do ingresso do seu principal rival, o senador Fernando Bezerra Coelho?

Em discurso na Bahia, primeira etapa da sua caravana pelo Nordeste, o ex-presidente Lula (PT) descreveu um cenário nebuloso para o País. "Este país tem jeito. Não nasceu para ser a merda que ele é. Este país é grande demais", declarou o petista, que pretende retornar ao cargo na eleição de 2018. Ele fez o desabafo diante de um grupo de simpatizantes na cidade de Feira de Santana (BA).

Lula participa de uma caravana pelos Estados do Nordeste que deve durar 20 dias, como preparação de sua campanha no ano que vem - isso se não tiver sido impedido pela Justiça de concorrer. Ao lado do governador do Estado, Rui Costa, e do ex-ministro Jaques Wagner, Lula lamentou a situação financeira dos municípios diante de 60 prefeitos do Estado, além de deputados estaduais e federais.

Após a afirmação, pediu desculpas pelos termos usados. Uma hora depois, para um público formado por militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Lula se comparou a um galo de briga. Após criticar a imprensa e chamar o empresariado de mal-agradecido, ele disse que seus opositores têm medo de sua eleição porque sabem "o que vai acontecer".

No discurso, ele disse que tinha que poupar a voz para não chegar "cacarejando" nas cidades que compõem a caravana pelo Brasil. "Tenho que chegar como galo de briga. Falando grosso." Ao falar "daqueles que resolveram infernizar" sua vida, Lula disse que não é como os políticos que colocam o rabo entre as pernas. "Sou temente a Deus. Não sou temente aos homens”, acrescentou. 

O ex-presidente é réu em seis ações, a maioria em razão da Operação Lava Jato ou desdobramentos. Ele já foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 9 anos 6 meses de prisão por corrupção relacionada ao recebimento de um apartamento tríplex em Guarujá (SP) pela empreiteira OAS. O petista deve depor mais uma vez a Moro em 13 de setembro, em Curitiba (PR).

Dirigindo-se à plateia de trabalhadores rurais, ele afirmou que cuidará deles se eleito, porque sabe quem ficou ao seu lado. Presenteado com acessório de couro, afirmou: "Eu achava que sou corajoso. Agora com esse chapéu e jaleco, pode acreditar que vai acontecer muito mais coisa neste país".

No discurso, Lula disse que, em vez de usar recursos para comprar o voto de parlamentares, o governo do presidente Michel Temer (PMDB) deveria destinar recursos para os municípios. "Este país não precisa viver o que está vivendo. Este país precisa de um governo que tenha credibilidade."

ISOLAMENTO DE TASSO– Após o presidente Michel Temer afirmar que não interfere em assuntos internos de outros partidos, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou nota, ontem, na qual nega qualquer tipo de interferência do Governo ou do presidente nas questões internas do PSDB. Temer chamou Aécio na noite da última sexta-feira para uma reunião no Palácio do Jaburu. Preocupado com as críticas ao governo lideradas pelo presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), Temer articula com Aécio uma operação para esvaziar o grupo de Tasso. A estratégia de Temer é incentivar Aécio Neves a retomar o comando do partido. Assim, ele indicaria um novo interino para a presidência, isolando Tasso.

Mais uma vítima- O músico Novinho da Paraíba entrou para as estatísticas da violência no Estado. Durante assalto na noite de sexta-feira, ele foi espancado por quatro homens e internado no Hospital Getúlio Vargas, na Zona Oeste do Recife, com dores e dificuldades de respirar. O artista recebeu alta na noite de sábado passado. O sanfoneiro fez exames para avaliar a gravidade dos ferimentos. No hospital, ele descobriu que tem uma hérnia a ser tratada e precisou verificar se os ferimentos prejudicariam o tratamento. De acordo com a filha do artista, a abordagem ocorreu quando ele saía com o irmão dela e o pai da agência do Banco Santander na Praça do Entroncamento, nas Graças. Os dois foram surpreendidos por quatro homens armados. 

Até um delegado– O delegado Rodolfo Bacelar sofreu uma tentativa de assalto na manhã de ontem entre as ruas Agenor Alves e Ribeiro de Brito, em Boa Viagem. Em uma troca de tiros, o policial titular da Delegacia de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste, foi baleado e encaminhado para a UPA da Imbiribeira. O suspeito também foi levado para UPA, mas não resistiu aos ferimentos e morreu quando chegou ao local. Bacelar foi transferido para o Hospital da Unimed, onde passa por uma cirurgia. De acordo com informações do delegado de plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), João de Brito, Bacelar reagiu ao assalto e foi atingido por dois disparos.

Fundo é aberração– O fundo eleitoral aprovado na comissão da reforma política da Câmara dos Deputados vai despejar bilhões de reais em campanhas políticas no próximo pleito sem a garantia de fiscalização do uso dos recursos públicos destinados aos partidos. Pela proposta que deve ser analisada nesta semana no plenário da Casa, até R$ 3,6 bilhões serão reservados para custear gastos com propaganda política, mas a atual estrutura da Justiça Eleitoral enfrenta desafios para averiguar a aplicação do montante, considerado alto por especialistas. O valor, acrescido das verbas já separadas para o Fundo Partidário, pode passar de R$ 4 bilhões – na campanha eleitoral de 2014, os partidos declararam oficialmente gastos de R$ 5,1 bilhões, quando ainda eram permitidas as doações empresariais.

Que papelão!– Com o estilo arrogante e autoritário que imprime em sua gestão, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), pisou na bola, mais uma vez, ao proibir que o diretor da Ciretran no município, Raffiê Dellon, fizesse uma palestra na abertura da Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, hoje na Faculdade de Maurício de Nassau. O tema seria “Isenção de impostos na compra de veículos e gratuidade na carteira de habilitação”. Ele havia sido convidado, oficialmente, pela coordenadora de Promoção das Pessoas com Deficiência, Rosimary da Apodec. Que, aliás, ficou numa saia tão justa que já está pensando em entregar o cargo. 

CURTAS 

SENADOR– Em entrevista ao radialista Alberes Xavier, da Rede Agreste de Rádio, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), admitiu que o partido trabalha no Estado com a possibilidade de lançar a candidatura do deputado federal André de Paula, presidente estadual da legenda, candidato a senador nas eleições do próximo ano. 

COM FERNANDO– De passagem pelo Sertão, a pré-candidata do PT ao Governo do Estado, Marília Arraes, foi recebida em audiência pelo prefeito de Salgueiro, Clebel Cordeiro, do PMDB, que, apesar da cortesia, deixou claro que seu candidato ao Palácio das Princesas tende a ser o nome alinhado ao projeto do senador Fernando Bezerra Coelho, dissidente do PSB. 

Perguntar não ofende: E a reforma politica sai do forno esta semana?

O presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), anunciou, ontem, que os dirigentes da legenda decidiram rebatizar a sigla com seu nome original: MDB – “Movimento Democrático Brasileiro”. Na prática, o PMDB apenas perderá o "P" de sua sigla, que se refere a "partido". A troca de nome é parte de um movimento que inclui outras legendas para tentar modernizar os nomes das siglas antes das eleições de 2018.

 

A iniciativa é efeito do desgaste do meio político nos últimos anos por conta de revelações de esquemas de corrupção, como o investigado pela Operação Lava Jato. A alteração deve ser colocada em votação na convenção nacional da legenda, em 27 de setembro. Segundo Jucá, a mudança de nome já foi comunicada, ontem mesmo, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mesmo antes de a proposta ser analisada em convenção.

"Quero rebater críticas de que o PMDB estaria mudando de nome para se esconder. Não é verdade. Estamos resgatando nossa memória histórica. Queremos realmente ganhar as ruas. Nós vamos ter uma nova programação, bandeiras nacionais", explicou. O PMDB estudava resgatar o nome desde o fim de 2016. Até então, alguns legendas também optaram por mudar a sigla para se descolar da atual crise política e se aproximar dos eleitores.

Tirar ou acrescentar uma letra a um partido do tamanho do PMDB e da sua história é irrelevante, porque o que macula a legenda, hoje, não é a sua nomenclatura, mas os seus quadros. O MDB que Jucá propôs retomar tem puro oportunismo eleitoral. Em seus quadros, políticos sujos, fisiológicos e envolvidos em maracutaias querem usar o manto de uma sigla histórica como tábua de salvação.

Acha Jucá que livrar o partido da letra P será o mesmo que lavar as impurezas da alma dos seus filiados, hoje mergulhados num poço fétido, enlameado pela corrupção. Está enganado. O problema do partido, hoje, está nos seus quadros. O PMDB está mais sujo do que pau de galinheiro, virou uma legenda cartorial, um partido onde o caciquismo e as negociatas se impõem.

Seus históricos, que foram às ruas combater a ditadura e do velho MDB se orgulham, como Jarbas Vasconcelos, Pedro Simon viraram peças decorativas, sem voz nem comando. O MDB de verdade, das lutas gloriosas, foi fundado em 24 de março de 1966, em oposição à Aliança Renovadora Nacional (Arena), o partido de sustentação do regime militar, que derrubara o governo de João Goulart em 31 de março de 1964. A agremiação política era composta por políticos vindos de partidos extintos pela ditadura, entre eles, o PTB, majoritário, e dissidentes do PSD.

 

Em seus primeiros anos, o MDB foi considerado oposição tolerada porque, de certa forma, sua existência dava legitimidade ao sistema controlado pelos militares. Apesar da pressão do regime, o MDB avançou, assumindo postura combativa. Em 1973, Ulysses Guimarães e Barbosa Lima Sobrinho formaram uma chapa, como anticandidatos à Presidência, para protestar contra o escolhido pela ditadura, o general Ernesto Geisel.

Para deter o avanço da oposição, no dia 13 de abril de 1974, Geisel fechou o Congresso Nacional por duas semanas e, nesse vácuo, outorgou um conjunto de leis, o Pacote de Abril, constituído de uma emenda constitucional e seis decretos-leis. Mesmo assim, o PMDB conseguiu expressiva vitória no Senado e na Câmara, superando a Arena. Reelegeu Franco Montoro para o Senado, pelo voto popular, enquanto a Arena conseguiu emplacar o senador Amaral Furlan, escolhido pelo colégio eleitoral.

Por ter discursado contra as decisões tomadas por Geisel, o líder do MDB na Câmara dos Deputados, Alencar Furtado (CE), teve seu mandato cassado em junho de 1977. O fim do bipartidarismo, em 1979, levou à reorganização do quadro partidário. Em 1980, surgiu o PMDB que, já na primeira eleição estadual, em 1982, elegeu nove governadores.

DE DEM PARA MUDE– O PMDB estudava resgatar o nome desde o fim de 2016. Até então, alguns legendas também optaram por mudar a sigla para se descolar da atual crise política e se aproximar dos eleitores. O PTN já efetivou a troca para Podemos. O PTdoB virou Avante. O PSDC se intitula agora Democracia Cristã. O PEN quer passar a ser denominado Patriota. Com o objetivo de se fortalecer para a disputa eleitoral, o DEM, que já foi PFL, também estuda alterar novamente o nome e articula uma revisão do estatuto para atrair parlamentares do PSB. Uma possibilidade aventada atualmente é que a sigla venha a se chamar Mude.

Ministros de olhos grandes- Os ministros Mendonça Filho (Educação), Fernando Filho (Minas e Energia) e Bruno Araújo (Cidades), na ânsia de captar politicamente, não tiveram a menor preocupação em destacar o papel da bancada federal no embate com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para manter no Estado a sede da Hemobrás. Mas não fosse a reação dos 25 deputados da bancada e dos três senadores – Armando Monteiro (PTB), Fernando Bezerra Coelho (PSB) e Humberto Costa (PT) – o truculento Barros, na ânsia de colher dividendos eleitorais em 2018, teria transferido a sede da estatal para Maringá, no Paraná, seu principal colégio eleitoral. Os parlamentares reagiram cedo e bravamente.

Defeitos– Mais da metade dos imóveis do Minha Casa Minha Vida vistoriados pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) apresentaram algum tipo de defeito na construção, segundo levantamento oficial. O balanço é resultado de uma vistoria feita em 2015, com a análise de 2.166 contratos e 1.472 unidades habitacionais. Segundo a CGU, as principais falhas estruturais encontradas foram: infiltrações, falta de prumo (verticalidade de paredes e colunas) e de esquadros (se os planos medidos estão com ângulo reto), trincas e vazamentos. Já quanto à área externa, quase 20% dos moradores informaram situações de alagamento, iluminação deficiente e falta de pavimentação.

Doação empresarial– Lideranças de grandes partidos da base aliada na Câmara e no Senado, como PP, PSDB, PSD e PRB, saíram em defesa do retorno da doação empresarial de campanha. Para essas lideranças, esse tipo de financiamento é melhor do que o fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões, abastecido com recursos públicos. A resistência à criação do fundo eleitoral e a indefinição das fontes orçamentárias para custeá-lo reacenderam no Congresso o debate sobre a volta do financiamento de campanhas por empresas. Parlamentares discutem nos bastidores a retomada dessa modalidade como alternativa ao financiamento público, caso fique emperrada a aprovação do fundo de R$ 3,6 bilhões.

Ação em conjunto– Integrante da bancada do PSB na Câmara Federal, o deputado Severino Ninho comemorou a decisão do Governo Federal de manter a produção do fator Recombinante VIII (usado no tratamento de hemofílicos) na unidade pernambucana da Hemobrás, em Goiana, na Mata Norte. Ninho juntou-se à bancada do Estado em uma Frente Parlamentar de luta contra o esvaziamento de empresa e transferência da sua principal produção para Maringá, no Panará, terra do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), que articulava a mudança. "O trabalho conjunto e suprapartidário da bancada federal de Pernambuco deu resultado”, afirmou.

CURTAS

NILO COELHO– Os produtores do projeto Nilo Coelho, em Petrolina, terão reforço hídrico para realização de suas atividades. Mais de R$ 1 milhão serão investidos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na recuperação e ampliação da capacidade de reservatórios do projeto público situado no Submédio São Francisco. Os recursos investidos na obra são do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC Irrigação.

HOSPITAL– A deputada Laura Gomes (PSB) comemorou, em fala, ontem, da Tribuna da Assembleia, a decisão do Governo estadual de reabrir o Hospital São Sebastião por iniciativa própria e também festejou a contratação de um espaço para a instalação do Batalhão de Polícia Especializada em Caruaru. “São notícias positivas para a população e afirmativas dos compromissos assumidos com a saúde e a segurança pelo governador Paulo Câmara”, afirmou.

 

Perguntar não ofende: Depois de garantir a sede da Hemobrás no Estado, o ministro da Saúde vai acelerar as suas obras? 

A Comissão Especial da Câmara que discute mudanças no sistema eleitoral aprovou na madrugada de ontem, por 17 votos a 15, uma emenda que estabelece o chamado "distritão" nas eleições de 2018 e de 2020 para a escolha de deputados federais, deputados estaduais e vereadores. Aprovou também dobrar o valor previsto de recursos públicos que serão usados para financiar campanhas eleitorais. Segundo o texto, seria instituído o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que em 2018 levaria R$ 3,6 bilhões do Orçamento da União.

Por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), terá de ser aprovada em dois turnos pelo plenário da Câmara dos Deputados antes de seguir para o Senado. A proposta necessita do apoio mínimo de 308 deputados em cada turno de votação. Para valer na eleição do ano que vem, precisa ter sido aprovada na Câmara e no Senado até a primeira semana de outubro deste ano.

Deputados federais, estaduais e vereadores são eleitos no modelo proporcional com lista aberta. Somados os votos válidos nos candidatos e no partido ou coligação, é calculado o quociente eleitoral, que determinará o número de vagas a que esse partido ou coligação terá direito. Os eleitos são os mais votados dentro do partido ou coligação, de acordo com o número de vagas.

Como funciona o 'distritão'? Cada estado ou município vira um distrito eleitoral. São eleitos os candidatos mais votados dentro do distrito. Não são levados em conta os votos para partido ou coligação. Na prática, torna-se uma eleição majoritária, como já acontece na escolha de presidente da República, governador, prefeito e senador. O "distritão" é criticado por PT, PR, PSB, PRB, PDT, PCdoB, PPS, PHS, Rede, PV, PEN e PSOL, que argumentam que esse formato enfraquece as legendas.

Os partidos dizem entender que a medida vai encarecer as campanhas individuais e somente os candidatos mais conhecidos conseguirão se eleger, dificultando o surgimento de novos nomes na política. Partidos que defendem o "distritão" afirmam, porém, que o modelo acabará com os chamados "puxadores de votos", candidatos com votação expressiva que ampliam o quociente eleitoral do partido ou coligação e garantem vagas para outros candidatos, mesmo que esses "puxados" tenham votação inexpressiva.

FUNDO – Ao apresentar o parecer, o relator Vicente Cândido (PT-SP) dobrou o valor previsto de recursos públicos que serão usados para financiar campanhas eleitorais. O projeto institui o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que será mantido com recursos públicos, previstos no Orçamento. Na versão anterior do relatório, Cândido havia estabelecido que 0,25% da receita corrente líquida do governo em 12 meses seriam destinadas a financiar campanhas. Havia uma exceção somente para as eleições de 2018, com o valor do fundo em 0,5% da Receita Corrente Líquida, o que corresponde a cerca de R$ 3,6 bilhões.

Primeira voz do contra- Não deve ser fácil a aprovação do distritão pelo plenário da Câmara dos Deputados. “Eu acho que esse distritão é importante, mas não podemos eliminar os pequenos partidos, porque vai na contramão do nosso discurso e prática pelo fortalecimento do pluripartidário”, avalia o deputado Gonzaga Patriota (PSB). Para ele, outro contrassenso foi ter deixado criar um grande número de pequenos partidos, que hoje se coligam e, já em 2018, eles não poderão mais fazê-lo. “A quem interessa aniquilar os pequenos partidos? Meu voto será contra”, antecipa. 

Vices são mantidos– Primeira emenda em análise, ontem, pela comissão especial da reforma política, a extinção de todos os cargos de vice do poder Executivo e seus respectivos assessores de gabinete foi derrubada por 19 votos a favor e 6 contra. Com isso, estão mantidos os cargos de vice para presidente da República, governadores e prefeitos. Se aprovada, a linha sucessória de prefeitos, governadores e presidente da República passaria direto para os presidentes das câmaras. O relator defendeu a medida como forma de reduzir gastos do Estado e minimizar instabilidade política. "Os vices não têm nenhuma função pública. É um acinte. Custam R$ 500 milhões por ano. Quem não tem função não tem de ter assessor", disse Cândido. Mas foi voto vencido.

Dez anos para ministros– A comissão da reforma política aprovou, também, o limite de mandato de dez anos para ministros de tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal. O PSDB havia apresentado destaque - isto é, uma emenda - para retirar essa parte do texto, mas os deputados, em votação simbólica, optaram por manter a sugestão do relator. Ao justificar o pedido, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) afirmou ser absolutamente favorável à proposta, mas defendeu que este não era o momento para discutir essa questão. “Como temos pouco tempo, tudo que perder o foco da reforma política, prejudica”, disse.

Pé na estrada– Líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, o deputado Silvio Costa Filho (PRB) já visitou mais de 40 municípios nos últimos seis meses, mantendo contados com prefeitos, vereadores e lideranças municipais para conversar sobre os problemas do Estado e as necessidades de cada município. Junto com o senador Armando Monteiro, o deputado pretende mapear as principais carências do Interior de Pernambuco. Atuante parlamentar, Silvio Filho deve dar um salto na sua carreira política em 2018, elegendo-se deputado federal. 

CURTAS 

SUPLENTES– A comissão especial da reforma política alterou, ontem, um segundo trecho do relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP). A modificação, por 16 votos a 10, faz com que as regras atuais de suplência dos mandatos de senadores sejam mantidas. Cada senador é eleito para um cargo majoritário de representação do Estado com dois suplentes, para mandato de oito anos. Pela proposta anterior, derrotada, os senadores passariam a ter apenas um suplente. 

AUDIÊNCIA– O desabastecimento de água na Zona Norte do Recife será tema da audiência pública promovida pelo vereador e primeiro-secretário Marco Aurélio (PRTB) na Câmara Municipal do Recife, na próxima terça-feira (15), às 10h, no plenarinho da Casa. Além de moradores da área, foram convidados para o evento a Compesa e a direção do Procon. 

Perguntar não ofende: A sociedade vai aceitar, passivamente, pagar a conta do financiamento dos candidatos às eleições de 2019 com o fundo que o Congresso quer criar de R$ 3,6 bilhões?

A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), não fez o São João das tradições da cidade. Trata-se de uma festa que é, na verdade, o teste de fogo para o gestor. Capital do forró, Caruaru passa o ano inteiro se preparando para os festejos juninos, algo muito parecido com Olinda, que vive em torno do Carnaval.

São duas festas que movimentam a economia, geram milhares de empregos diretos e indiretos e estão, por isso mesmo, no calendário oficial dos grandes eventos que atraem turistas do mundo inteiro. Enquanto Olinda disputa com Salvador, a rival de Caruaru é Campina Grande.

E a constatação que se viu, por parte do Ministério do Turismo, é que Campina Grande, depois de muitos anos sem a luz e sem o brilho, conseguiu superar Caruaru em atrações, público e espaço na mídia. A prefeita deu a sua contribuição. No principal dia, 24 de junho, a principal atração da festa foi um DJ.

Nada contra Alok, que faz a cabeça da garotada, mas nunca se viu na história de Caruaru a música eletrônica se sobrepor ao autêntico forró pé-de-serra. Mas tem gosto para tudo e a tucana deve ter lá suas razões de importar um DJ de Goiás a um cachê vultoso, uma bagatela: R$ 180 mil. Tem gosto para tudo, volto a repetir.

Mas o pior é o saldo negativo rastreado pela mídia com relação ao pagamento dos cachês em abertos. Não sei se o Alok já saiu de Caruaru com os R$ 180 mil no bolso, mas muitos artistas da terra, que não têm direito a subir no palco principal da festa, o Pátio do Forró, mas nos alternativos em bairros periféricos, ainda estão adulando a Prefeitura para ter direito a vera cora do cachezinho não mixuruco.

MUDANÇAS– No debate sobre o novo Código de Processo Penal (CPP) na Câmara, deputados discutem mudanças nas regras de delação premiada, prisão preventiva e condução coercitiva, além da revogação do entendimento de que as penas podem começar a ser cumpridas após a condenação em segunda instância. As medidas, que em parte se tornaram pilares da Operação Lava Jato, costumam ser alvo de críticas dos parlamentares. O MPF atribui à colaboração premiada importância significativa para o sucesso da operação e considera que ações para rever os acordos têm por objetivo enfraquecer as investigações.

Governador, senador ou vice– Pelas andanças e o volume de recursos que tem liberado para o Estado em pouco mais de um ano no Ministério da Educação, Mendonça Filho é candidatíssimo a governador, segundo uma fonte bem próxima ao ministro. Uma candidatura ao Senado também não está descartada nem tampouco a indicação do seu nome, pelo DEM, para compor a chapa como vice do candidato a presidente da República que venha a bater o martelo numa aliança com o Democrata.

Sem sinal de majoritário- O fato do deputado Jarbas Vasconcelos não ter optado ainda por andanças pelo Interior do Estado pode ser um indicativo de que não esteja muito animado para entrar numa disputa pelo Senado. Dos pré-candidatos a senador, o que tem mais se movimentado, na verdade, é o Sílvio Costa, presidente estadual do PTdoB, que ontem contestou a versão de que estaria apenas buscando apenas espaço na mídia para sua reeleição. “Estou construindo uma candidatura ao Senado por causa das boas línguas, que não sabem onde quero chegar”, afirmou.

Roubalheira em Carpina– Os desvios praticados pelas empresas de fachada que adulteravam licitações para compra de alimentos às escolas em alguns municípios podem chegar a R$ 40 milhões. Segundo Walter Martins, auditor do TCE, a quantidade dos produtos contratados para a Câmara Municipal de Carpina, por exemplo, aumentou subitamente, o que serviu como uma das bases para a investigação.

"De um ano para o outro, o consumo anual de açúcar subiu de 60 quilos para uma tonelada. O café subiu de 11 quilos para mais de 700. No local, nem havia espaço suficiente para armazenar esses produtos”, disse Walter.

Chapéu e gibão do pai– Com o projeto de sair das urnas como o federal mais votado do Estado em 2018, o jovem João Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos, soube fazer bem feito o marketing como representante do governador Paulo Câmara na Missa do Vaqueiro, em Serrita, domingo passado. “Montado num cavalo, usei o chapéu de couro e o gibão que eram do meu pai para acompanhar a celebração da missa”, narrou ele, emocionado, em sua página nas redes sociais. Por onde passou, em meio a grande multidão, foi o “rei” das selfies entre os eleitores jovens.

CURTAS

HOMENAGENS– São José do Belmonte, no Sertão Central, realizou, no último final de semana, uma série de homenagens ao imortal Ariano Suassuna, em razão dos três anos de "encantamento" do escritor, entre elas a encenação do Auto da Compadecida. João Suassuna, neto de Ariano, representou a família. "Belmonte está marcada no coração de muitos brasileiros. Isso é prova do legado de Ariano. Nós, familiares e amigos, temos como missão levar adiante”, destacou.

NA FRENTE– Recife é a primeira cidade do Nordeste a aderir à transferência da administração da orla, que, por 20 anos, deixa de ser da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e passa a ser da Prefeitura, por meio da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife. A formalização se deu, ontem, na presença dos secretários de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga, e de Patrimônio da União, Sidrack Correia. Caberá ao município a responsabilidade de autorizar e firmar contratos de permissão de uso e cessão de uso nas praias.

Perguntar não ofende: Quantas lorotas Lula vai contar depois da de ontem, quando disse que a propina que recebeu é invenção de empresários? 

O jornal O Estado de São Paulo entrou em contato com os 513 deputados federais, por telefone, e-mail, mensagem ou pessoalmente. De acordo com o placar, 162 deputados são favoráveis à admissibilidade da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer e 57 são contrários. A maioria informou que não vai manifestar seu voto ou se declarou indecisa: 293.

Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, o parecer do relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ) deve ser divulgado na próxima semana - o placar mostra que, dos 66 parlamentares do colegiado, 19 são favoráveis à aceitação da denúncia, sete são contrários, 32 não responderam e 8 se declaram indecisos. Para que o Supremo Tribunal Federal julgue a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer, a Câmara deve, antes, dar aval. 

O processo é analisado na CCJ, que emite um parecer contrário ou favorável ao processo. Independentemente do resultado na CCJ, o caso é votado no plenário. Para que seja encaminhada ao STF, a denúncia precisa do apoio de dois terços da casa (342 votos). Enquanto o PSDB sinaliza que pulou do barco de Temer, o DEM dá sinais ainda de lealdade. Mas o que se diz nos bastidores é que tem muita gente do partido conspirando, porque na linha de sucessão, em caso de vacância do cargo, quem assume é Rodrigo Maia, principal liderança democrata. 

O presidente, senador José Agripino (RN), diz que o partido mantém o apoio ao Governo e não vai "precipitar" um eventual afastamento do presidente Michel Temer. Segundo ele, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é o primeiro na linha sucessória da presidência da República, a legenda não vai "empurrar nenhuma solução" para a saída de Temer.

Agripino disse que, caso a denúncia seja aceita pela Câmara e Temer seja afastado, o DEM vai apenas seguir o que determina a Constituição e "manter seu compromisso com o País". Nesse caso, Maia assumiria o cargo por até 180 dias até que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue o caso. Se Temer for condenado, o democrata também é considerado o candidato o favorito em caso de eleição indireta.

DÁ PARA ACREDITAR?– O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou lealdade ao presidente Michel Temer (PMDB), no momento em que existe defesa de seu nome por aliados do PSDB e do seu partido como alternativa viável à crise que desestabiliza a posição do peemedebista na Presidência. "Eu aprendi em casa a ser leal, a ser correto e serei com o presidente Michel Temer sempre", disse o democrata, em Buenos Aires, ao participar do encerramento do Fórum de Relações Internacionais e Diplomacia Parlamentar.

Também investigado– O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), primeiro na linha sucessória de Michel Temer (PMDB-SP), também é alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Recaem sobre ele citações de delatores da Odebrecht sobre repasses, via caixa dois, nas eleições de 2008, 2010 e 2012. O valor total dado pela empreiteira, às margens da lei eleitoral, é de R$ 1 milhão, segundo relataram os colaboradores à Procuradoria-Geral da República. Nas planilhas do departamento de propinas da Odebrecht, Maia era identificado por ‘Botafogo’, time pelo qual torce. Somente com base nas delações da empreiteira, dois inquéritos tramitam no Supremo.

Zero preocupação– O presidente Michel Temer afirmou, ontem, após participar de agenda oficial na Alemanha, que acredita na lealdade o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Maia é o primeiro na linha sucessória e assumiria a Presidência da República em caso de queda de Temer. Essa situação pode ocorrer se a Câmara der prosseguimento à denúncia contra o presidente e o Supremo decidir pela condenação de Temer. "Acredito [na lealdade de Maia]. Ele só me dá provas de lealdade, o tempo todo", disse o presidente após ser questionado por jornalistas sobre o assunto. Sobre o PSDB, que está querendo cair fora, Temer disse: "Zero preocupação. O PSDB tem quatro ministérios, os ministros todos estão muito tranquilos, exercendo as suas funções. Ainda agora me ligaram todos, digamos assim, dando explicações, dizendo que essa fala, do senador Tasso, não condiz com aquilo que pensa o PSDB. Acho que não há esse problema". 

Tucanos não se entendem - O líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), saiu em defesa do presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), que foi criticado, ontem, pelo chanceler Aloysio Nunes por defender o desembarque dos tucanos no governo.  “O Tasso está verbalizando aquilo que pensa a maioria das bancadas no Senado e na Câmara. Isso vai na contramão do que o Aloysio está falando”, disse Tripoli ao Estado. Após Tasso dizer que o País “beira a ingovernabilidade”, o ministro das Relações Exteriores escreveu no Twitter que “nem Lula nem Dilma tiverem esse tratamento de nossa parte quando éramos oposição”.

Desemprego em massa– Em visita, ontem, ao blog, o presidente estadual do Sindicato dos Metalúrgicos, Henrique Gomes, disse que a crise que atinge o setor, agravada pelo panorama nacional, está provocando uma média de 700 demissões por mês no Estado. "No acumulado, são mais de 4,7 mil trabalhadores na rua da amargura", afirmou. O líder dos metalúrgicos veio acompanhado do superintendente regional do Trabalho, Geovane Freitas, que está promovendo, nos próximos dias, uma audiência pública com a classe política para discutir a situação da indústria naval no Estado. Henrique afirmou, em entrevista ao Frente a Frente, programa ancorado por este blogueiro e retransmitido pela Rede Nordeste de Rádio, que a categoria pensa também em promover uma grande manifestação pelas ruas do Recife para chamar a atenção do Governo Federal. 

CURTAS 

CANDIDATURA – A Igreja Assembleia de Deus - Ministério novas de Paz - em Jaboatão- decidiu lançar a candidatura do evangelista Ibineias Júnior, para tentar um mandato na Assembleia Legislativa. O radialista "IBI", como é conhecido, faz parte da equipe de comunicadores da Rede Novas de Paz de Comunicação que possui cinco emissoras de Rádio, sendo três na Região Metropolitana e duas no interior. O irmão "IBI" também é muito conhecido em São Lourenço da Mata, onde já atuou em rádios locais. 

APOSTA NA QUEDA– O PMDB de Minas Gerais reuniu sua Executiva, ontem, para discutir a conjuntura política em meio à crise política que atinge Michel Temer. Durante a reunião, peemedebistas fizeram críticas ao governo, reclamando da ausência de um mineiro no primeiro escalão do ministério. O ex-governador Newton Cardoso subiu o tom, e disse que Temer "esnobou" Minas Gerais, "não terá votos" e "vai cair".

Perguntar não ofende: Temer confia em Maia da boca para fora?

As cenas da prisão do ex-presidente da Câmara e ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, ontem, em Natal, refletem muito bem o momento de baixa da classe política brasileira: conduzido de sua casa para o carro da Polícia Federal em meio aos gritos dos populares de “ladrão, ladrão, ladrão”. Quem imaginaria que um dia o Brasil, País da impunidade, teria, em menos de um ano, uma presidente cassada e dos ex-presidentes do Legislativo presos.

Antes de Henrique, a Polícia Federal já havia prendido o também ex-presidente Eduardo Cunha, objeto de outra ação e investigação da Lava Jato, ontem. Cunha e Henrique são irmãos siameses da corrupção, da ladroagem do dinheiro público. Portanto, não poderiam ter outro destino que não a punição, a punição máxima na forma da lei, marcada pela prisão. 

No Brasil que se passa a limpo agora o que se via antes era cadeia ser destino apenas de ladrão de galinha, negro e prostituta. Mas tudo mudou e é possível até ver um ex-presidente da Câmara ser levado ao xilindró vaiado e enxotado de palavrões livremente pelo povo. Henrique é acusado de práticas dos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Com base nos depoimentos da Odebrecht, a acusação é de que ele e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) receberam propinas de contratos das obras da Arena das Dunas, estádio em Natal construído para a Copa do Mundo.

Na verdade, cadeia é pouco como punição para esses tipos de políticos. Político corrupto deve ter todo o seu patrimônio confiscado e, se este não cobrir o rombo que causou, deve ser obrigado a trabalhar para pagar a dívida (se for preciso, que a Constituição seja modificada para permitir esse tipo de pena). Não é todo político, evidentemente, que está inserido neste contexto.

Mas 90% dos políticos, como os que estão tendo como destino ver o xilindró, dão aos 10% restantes uma péssima reputação. Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves são políticos que envergonham a Nação, a mentira, legitimada pela vontade de um povo que cometeu um tremendo equívoco. Tinha razão o ex-governador Leonel Brizola quando afirmou: “Estou pensando em criar um vergonhódromo para políticos sem-vergonha, que ao verem a chance de chegar ao poder esquecem os compromissos com o povo”.

MAIS PRAZO– O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin autorizou, ontem, o presidente Michel Temer a responder até a próxima sexta-feira, às 17h, às perguntas da Polícia Federal sobre as delações da JBS. Na decisão, Fachin considerou que a prorrogação do prazo, que venceria nesta terça, não prejudicaria as investigações sobre o presidente. "Em análise pautada pelo princípio da razoabilidade, compreendo possível deferir o pleito, especialmente considerando o número de perguntas formuladas, bem como o fato de que, em princípio, não adviria prejuízo à investigação a postergação do prazo anteriormente assinalado", escreveu o ministro do STF.

Sem derrotas no Congresso – Na busca por reformas, o presidente Temer obteve, ontem, mais uma vitória no Congresso: depois de mais de oito horas de sessão, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, por 14 votos a 11, o relatório de Ricardo Ferraço (PSDB-ES) sobre a reforma trabalhista, favorável ao projeto. Após aprovarem o texto-base, os senadores rejeitaram todas as sugestões de alteração ao texto original. Com a aprovação, o texto segue para análise das comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado antes de ir à votação em plenário.

O destino de Fachin– O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu levar ao plenário da Corte um pedido do governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), para que ele deixe a relatoria da delação da JBS. Ainda não há data para análise do pedido. Com isso, caberá aos 11 ministros da Corte definir se Fachin continua como relator dos inquéritos ligados à colaboração de sete executivos da JBS no âmbito da Operação Lava Jato. No pedido ao Supremo, o tucano Reinaldo Azambuja alega que o caso não tem ligação com os desvios na Petrobras e, portanto, com a Lava Jato.

Debandada tucana?– Após barrar um posicionamento do PSDB paulista que poderia pressionar a legenda tucana pelo desembarque do governo Michel Temer (PMDB), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), negou que defenda a permanência do partido no governo federal. Em entrevista após participar de um congresso tecnológico da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), na capital paulista, Alckmin afirmou, ontem, que defende que o PSDB tenha uma decisão única nacionalmente e que priorize as reformas, não necessariamente a permanência no governo federal com cargos. Ele reforçou a defesa de que é preciso aguardar o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Revelação da bancada– Uma das gratas surpresas da bancada pernambucana na Câmara Federal é o jovem Fernando Monteiro (PP), com marcante atuação no Governo Federal em causas relevantes para o Estado. Sempre que cumpre agenda em Brasília é a Fernando que o governador Paulo Câmara recorre para destravar projetos de interesse do Estado nos Ministérios. Sobrinho do ministro José Múcio Monteiro, do Tribunal de Contas da União, Fernando, além de ser extremamente influente, não se desgruda das suas bases políticas no Estado, cumprindo agenda praticamente todos os fins de semana na Zona da Mata, Agreste e Sertão. 

CURTAS 

VAQUEJADA– Articulador da aprovação no Congresso da PEC que reconhece a vaquejada como patrimônio cultural brasileiro, o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT), participou, ontem, da promulgação da matéria no plenário da Casa. Segundo ele, a proposta  deverá ser regulamentada por uma lei que assegura o bem-estar dos animais utilizados nos eventos. 

LANÇAMENTO– Lanço, hoje, a partir das 19 horas, no Boteco da quadra 406 Sul, em Brasília, o meu livro Histórias de Repórter, já lançado no Recife. Aproveito para agradecer a todos os que estão empenhados no sucesso do evento, desde o meu amigo Aristeu Plácido Júnior, nosso embaixador na corte, aos jornalistas amigos que me abriram espaço para divulgação. 

Perguntar não ofende: Qual vai ser o próximo político a ver o sol nascer quadrado? 

Sem conseguir fazer uma grande mobilização, as centrais optaram por criar tumulto para dar visibilidade aos protestos. O que se viu foram bolsões de intolerância, um grupo querendo resolver pela violência o que não consegue resolver pela palavra, pelo diálogo e o entendimento. O vandalismo observado, ontem, principalmente em São Paulo, é intolerável, repugnante e rejeitado pela sociedade. A população reprovou os atos covardes de ataques ao patrimônio público. Incendiar ônibus, depredar agências bancárias e vitrines de lojas comerciais é crime. 

Os que praticaram deveriam estar presos. As centrais que promoveram o vandalismo, impedindo o libre direito de ir e vir não atraem o apoio dos diversos setores da sociedade. Só atraem a ira. Há uma debilidade política enorme no discurso das centrais sindicais. Sem obter convencimento por meio de um discurso anacrônico, as lideranças que promoveram a bagunça de ontem fizeram um esforço de agitação para manipular os liderados. 

A reforma da Previdência tem que ser feita, se não neste Governo, mas no próximo, porque ela é imprescindível. Não é questão de governo, seja ele Temer ou qualquer que seja. É uma necessidade do País. O Brasil não pode ser transformado no Rio de Janeiro, que enfrenta uma crise fiscal sem precedentes, a ponto de dividir em 12 parcelas o 13º salários dos servidores públicos. 

Os protestos violentos não devem prejudicar a mobilização pela aprovação da reforma da Previdência. Se tivesse sentimento nacional contra reformas, haveria mobilização da sociedade. Isso não aconteceu. O que se viu, ontem, foram movimentos violentos induzidos pelos sindicatos. Foram estarrecedoras as imagens de violência em alguns protestos, tirando o direito de ir e vir da população. 

Isso não é democrático. Usaram métodos não convencionais para impedir a saída de ônibus das garagens, dos metrôs, queimaram pneus nas vias para paralisar algumas cidades. Tentaram fechar aeroportos e houve até tentativa de provocar acidentes envolvendo trens em São Paulo. As cenas de agressão no aeroporto Santos Dumont lembraram cenas da Venezuela. A democracia brasileira não aceita isso. O Brasil, felizmente, não é a Venezuela. 

REAÇÃO DE TEMER– O presidente Michel Temer (PMDB) decidiu soltar uma nota lamentando a violência em protestos. No texto, Temer ressaltou também a necessidade de respeito aos valores da democracia. Mais cedo, o presidente cogitou fazer um pronunciamento, diante dos protestos convocados pelas centrais sindicais contra as reformas trabalhistas e da Previdência. Mas diante dos desdobramentos ao longo do dia, Temer achou melhor optar por uma nota, centrada em cima principalmente dos atos de vandalismo observados no Rio e São Paulo. 

No gogó da oposição– Em discurso na solenidade de entrega de mais um trecho da BR-101 em Xexéu, na última quinta-feira, tendo no palanque o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, e o governador Paulo Câmara, o secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira, saiu em defesa do Governo e bateu sem piedade na bancada de oposição na Assembleia. “Os que fazem oposição vão quebrar a cara apostando no quanto pior melhor para o Estado. Eu tenho confiança absoluta de que Paulo vai se consagrar como o maior governador da história de Pernambuco”, afirmou. Recentemente, Sebastião teve um bate-boca por este blog com deputados da oposição que foram a Santa Cruz do Capibaribe denunciar a paralisação das obras de uma estrada. Mas  ele mostrou, com imagens, que estão em andamento. 

A visão do Governo– O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, criticou as manifestações realizadas, ontem, pelas centrais sindicais contra as reformas trabalhistas e da Previdência. Em visita a Londrina (PR), Serraglio afirmou que os protestos não têm sentido. "As manifestações foram pífias, não teve a expressão que se imaginava ter. Forçou-se até a situação quando se percebeu que os resultados não eram os imaginados", criticou. O ministro ainda criticou a atitude dos sindicatos. "Os sindicatos têm uma disponibilidade de mais de R$ 2 bilhões, e agora estão percebendo que os operários e trabalhadores estão acordando para essa realidade. Não faz sentido brigar, fazer greve para pagar imposto", disse o ministro.

Dirceu solto– A Segunda Turma do STF marcou para a próxima terça-feira a retomada do julgamento do pedido de liberdade do ex-ministro José Dirceu, preso por determinação do juiz federal Sérgio Moro na Operação Lava Jato. Na sessão, os ministros voltarão a discutir a validade da decretação de prisões por tempo indeterminado na Lava Jato. Na sessão da semana passada, houve apenas um voto, o do relator, Edson Fachin, a favor da manutenção da prisão. A sessão foi interrompida para ampliar o prazo para que os advogados de Dirceu e do Ministério Público Federal (MPF) possam se manifestar. Faltam os votos dos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.

Provas e prisão– Em artigo, ontem, neste blog, o deputado Sílvio Costa (PTdoB) previu que Lula não será preso porque não há provas contra ele. “Aos acusadores e paladinos da ética seletiva, eu pergunto: existe algum cartório de imóvel do Brasil que tenha um registro, uma escritura ou qualquer documento provando que o apartamento do Guarujá pertence ao ex-presidente Lula? O senhor Léo Pinheiro disse ao juiz Sérgio Moro que o apartamento pertencia ao ex-presidente Lula. Então, por que a OAS deu o apartamento em garantia em uma operação financeira? Na verdade, o senhor Léo Pinheiro afirmou, em seu depoimento, que o apartamento está em nome da OAS”, afirmou em um dos trechos. 

CURTAS 

REGISTROS–Desde ontem, pais já podem escolher registrar seus filhos no local de sua residência ou na cidade de nascimento da criança. A Medida Provisória 776/2017, publicada no Diário Oficial da União altera a lei de registros civis públicos, que até então obrigava que os registros fossem feitos na mesma cidade onde aconteciam os nascimentos. Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, a mudança atende a uma antiga reivindicação de municípios que não possuem maternidades, e também irá facilitar o controle de dados de epidemiologia e mapeamento de municípios brasileiros para desenvolvimento de ações e políticas públicas.

RESTAURAÇÃO– A Prefeitura de Olinda assinou, na última quinta-feira, a ordem de serviço para iniciar as obras de restauração da Igreja do Bom Jesus do Bonfim, fechada há cinco anos. As obras têm início na próxima terça-feira e, para a realização do serviço, serão investidos na recuperação do espaço R$ 2,9 milhões, recursos oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.

Perguntar não ofende: O Governo já tem os apoios necessários para aprovar a reforma da Previdência?

O juiz federal Sérgio Moro decidiu adiar o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um dos processos ligados à Operação Lava Jato. Lula é réu em três processos relacionados à Lava Jato, sendo acusado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Entre outras acusações, as denúncias indicam que Lula teria recebido benefícios das empreiteiras OAS e Odebrecht, envolvendo, por exemplo, imóveis no Guarujá e São Bernardo do Campo.

A mobilização do PT em apoio a Lula, organizada pelos movimentos sociais e pelo próprio partido, contava até mesmo com caravanas de vários pontos do País, o que fez com que Polícia Federal pedisse mais tempo para preparar o aparato de segurança. Segundo o jornal "Folha de S. Paulo", o petista deveria depor em Curitiba em 3 de maio, mas a data foi alterada para 10 do mesmo mês por questões de segurança. 

A Polícia Federal alega que precisa de mais tempo para organizar o esquema de proteção do local de depoimento, já que o PT planeja enviar caravanas de diversas partes do país para apoiar Lula. No processo, o ex-presidente é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido R$ 3,7 milhões em "vantagens indevidas" da construtora OAS, incluindo um apartamento tríplex no Guarujá. 

Em depoimento a Moro, o ex-presidente da empreiteira, Léo Pinheiro, disse que o imóvel pertencia à família de Lula e que o petista até lhe pedira para destruir provas. Já a defesa do ex-mandatário afirma que a versão de Pinheiro foi "fabricada" para ele conseguir fechar um acordo de delação premiada. Tão logo se divulgou o adiamento surgiram interpretações de todas as naturezas, inclusive levantando até a possibilidade de Lula vir a ser preso.

O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP) diz acreditar que não há razão para que Lula seja preso. “Mas, como nós estamos vivendo um regime de exceção – a Lava Jato tem autorização para fazer o que bem quiser–, nos preocupa, sim”, afirmou. Ao contrário da grande maioria do Congresso, inclusive senadores e deputados do próprio PT, o líder do partido é um crítico de Moro: “A gente pode esperar qualquer coisa desse juiz”, declarou. 

PEDIDO DE VISTA– O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu vista (mais tempo para análise) em uma votação no Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) sobre uma resolução que pode afetar os trabalhos da operação Lava Jato. A proposta limita o número de procuradores que uma unidade do Ministério Público pode ceder para uma investigação de outra unidade. A força-tarefa da operação Lava Jato hoje conta com especialistas do Ministério Público de todo o País. A resolução fixaria em 10% a quantidade de procuradores que uma unidade do MP poderia ceder.

Garanhuns vira vitrine– Convidado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Alagoas (Fecomércio), para dar um depoimento sobre a sua gestão bem aprovada, tanto que foi reeleito por mais de 80% dos votos, o prefeito de Garanhuns, Izaias Régis (PTB), fez uma palestra, ontem, para cem prefeitos alagoanos. A receita do sucesso de Garanhuns, segundo Izaías, está no modelo empresarial. Logo de início, tão logo tomou posse em 2012, ele reduziu drasticamente as despesas com pessoal e conseguiu fazer uma poupança para tirar os projetos do papel. “O bom gestor tem que perseguir o equilíbrio das contas e com isso proporcionar bem-estar à população”, ensina. 

Receio de prisão– A notícia publicada pela “Folha de S. Paulo” com exclusividade, ontem, de que o juiz Sergio Moro decidiu adiar o depoimento de Lula, do dia 3 para 10 de maio, acendeu a luz amarela entre os petistas. A possível mudança elevou a apreensão no partido de que o ex-presidente pode ser preso em breve. Como se sabe, internamente, os aliados de Lula tratam a detenção dele como uma questão de tempo. Mas para ser preso, o ex-presidente precisa ser condenado em segunda instância. 

Preservando direitos– O deputado Danilo Cabral (PSB) apresentou cinco emendas supressivas ao texto da reforma da Previdência. Entre o que deseja excluir, pontos que ameaçam direitos dos trabalhadores. As emendas focam nas questões relacionadas ao negociado sobre legislado, Justiça do Trabalho, trabalho intermitente, arbitragem e quitação anual. O eixo central da proposta do Poder Executivo foi fortalecido pelo relator em seu substitutivo. Trata-se da prevalência do negociado sobre o legislado. 

O suave João Paulo– Numa entrevista ao site do Diário de Pernambuco, o ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), usou um tom bem ameno quando forçado a fazer uma avaliação do Governo Paulo Câmara. “O governador é uma pessoa boa, compreensiva, que tem bom trânsito, mas tem governa num período de extrema dificuldade financeira para o Estado. A aliança que ele fez para se eleger com o DEM e o PSDB foi uma mistura de jacaré com cobra d’água. Não era a linha tradicional do PSB. Tanto que já houve um afastamento. Você não sente aquela consistência na relação que o PSB tinha com o DEM, o PSDB e o PMDB. Não sabemos como vai ficar esse quadro, mas é um Governo que está enfrentando muitas dificuldades, principalmente na segurança, na saúde e na conclusão das obras do Governo passado. Mas o ambiente econômico pesou de forma definitiva”. 

CURTAS 

CANDIDATO– Pelo menos um vereador da Câmara de Garanhuns já decidiu tentar um voo mais alto, a Assembleia Legislativa, nas eleições de 2018: Zaqueu Lins, do PRB. No quinto mandato consecutivo de vereador, Lins já foi presidente da Câmara e em três eleições saiu das urnas como o mais votado. Ele espera contar com o apoio do prefeito aliado Izaias Régis. 

ESTRADA– Com o reinício das obras de implantação e pavimentação da rodovia vicinal VPE-280, que dá acesso ao Sítio Arqueológico do Parque Nacional do Catimbau, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Transportes, atende mais um pleito da população.  Nesta intervenção, que é tocada pelo DER,  estão sendo investidos R$ 11 milhões.  O trecho beneficiado possui 9,44 km de extensão e liga Buíque ao distrito de Catimbau, no Agreste Meridional.

Perguntar não ofende: O que de fato levou Moro a adiar o depoimento de Lula?

Entre os pernambucanos incluídos na lista de Fachin, autorizando o Supremo a fazer investigações no esquema da Lava Jato, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, tem amplas chances de escapar. Tomando como base a delação do ex-diretor João Pacífico, da Odebrecht, o ministro não pode ser encaixado entre aqueles que receberam ajuda da empreiteira. Como o ministro já havia informado, o que recebeu foi contabilizado e devidamente prestado contas à justiça eleitoral.

Em artigo em seu blog, ontem, o jornalista Reinaldo Azevedo, relata trechos que leu das delações do ex-diretor da Odebrecht que cuidava dos interesses do Nordeste, José Pacífico. Nas respostas ao procurador que o inquiriu, Pacífico diz conhecer Bruno desde adolescente. Afirma ter relações pessoais com a família do agora ministro das Cidades. Diz que as doações da empresa a Araújo foram feitas em razão as relações pessoais, mas também porque se tratava de uma aposta de que viria a ser um político de destaque. 

“Concretamente, o senhor se lembra de algum pedido feito, se ele [Bruno] trabalhou em favor da Odebrecht, em benefício da Odebrecht, alguma Medida Provisória, algum ato legislativo”, perguntou o procurador João Pacífico, que responde: “Não, não, não!” O ex-diretor nega com palavras e gestos, descartando peremptoriamente qualquer troca. E acrescenta. “Se isso aconteceu foi através de Cláudio Melo Filho. O que eu fiz foi apresentá-lo [Araújo] a Cláudio Melo”. 

O procurador voltou a questionar se ele havia falado alguma coisa por intermédio de Cláudio Melo? Pacífico também respondeu que não. Então é o caso de recorrer ao depoimento de Cláudio Melo Filho, sugeriu. E este, em seu depoimento afirmou: “Eu mantive com ele [Araújo] uma relação fraternal, institucional, profissional”. 

E acrescentou: “Depois disso, em 2012, fui agraciado com a medalha Honra ao Mérito Legislativo, e a indicação foi do próprio deputado. Várias vezes nós almoçamos juntos, conversamos, nos encontramos em ambientes sociais aqui de Brasília. E gostávamos muito de falar de política (…). A gente sempre falava de política, de Brasil e do meu Estado natal (Bahia). Essa foi a minha relação. Da parte dele, não houve nenhuma solicitação de nada em termos de campanha, porque ele tinha a relação dele através do João Pacífico”. 

O procurador ainda insistiu: “O João Pacífico relatou ao senhor em que o Bruno poderia ajudar ou estava ajudando os interesses da Odebrecht no Norte ou Nordeste?” Melo Filho disse não. Para encerrar, o procurador perguntou qual o interesse da companhia em contribuir com o deputado Bruno Araújo. Ele respondeu: “Bruno é um jovem talentoso politicamente, pelo menos no meu conceito; foi líder do partido dele ainda jovem, quer dizer, tem uma penetração no partido e no Congresso”. 

As conclusões, antecipando um julgamento favorável a Bruno, são do próprio José Reinaldo: “Acho que já está bom, não? Pacífico diz que a Odebrecht fez duas doações — R$ 300 mil cada — pelo caixa dois, para campanhas eleitorais de Bruno. Mas nem ele nem Melo Filho relatam qualquer contrapartida do parlamentar pernambucano e agora ministro. Nada!

Marcelo Odebrecht, que tem hoje poder de vida e morte sobre os políticos, disse com todas as letras: há políticos honestos que receberam pelo caixa dois – e, pois, o dinheiro não era propina. E há desonestos que levaram propina pelo caixa um, com doações registradas. A Justiça garante a todos os mesmos direitos. E, por isso mesmo, tem de tratar desigualmente os que foram tornados desiguais em razão dos crimes que cometeram. O que vai acima relata, sim, caixa dois, mas não corrupção”. 

PREVIDÊNCIA– O relator da reforma da Previdência Social, deputado Arthur Maia (PPS-BA), divulgou um esboço de seu parecer sobre as mudanças nas regras previdenciárias. A proposta final, porém, será apresentada somente, hoje, – e, até, lá, nada impede que sejam feitas novas alterações. De acordo com a apresentação do deputado, que foi divulgada para a imprensa, a idade mínima da regra geral de aposentadoria seria menor para as mulheres: 62 anos. Para os homens, a proposta continua em 65 anos. A proposta original do governo federal era estabelecer uma idade mínima única para ambos os gêneros, de 65 anos.

De braços abertos– Diferentemente da postura que assumiu no seminário “Pernambuco em ação”, quando não recebeu nem ciceroneou o governador Paulo Câmara (PSB), o prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), fiel escudeiro do senador e pré-candidato a governador Armando Monteiro (PTB), recebe logo cedo, hoje, por volta das 8h30m, toda caravana da oposição, sete deputados estaduais que cumprem agenda no município fiscalizando obras do Governo. Aos parlamentares, Régis dará explicações das razões que se recusou a recepcionar o governador. 

Cobrança– Preocupado com o agravamento da violência em Pernambuco, o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), cobrou, ontem, a execução das medidas anunciadas recentemente pelo Governo do Estado a fim de estancar os índices de “guerra civil” registrados neste ano. “Caso isso não ocorra, Pernambuco será transformado em uma verdadeira praça de guerra”, avalia. Diante do aumento explosivo do quadro no Estado, com registro de mais de 1,5 mil pessoas vítimas de morte violenta e mais de 500 estupros notificados apenas nos primeiros três meses de 2017, o governador Paulo Câmara (PSB) prometeu contratar mais profissionais à área de segurança, aparelhar a polícia e melhorar a condição de áreas de inteligência.

Propinas– O executivo Márcio Faria, da Odebrecht, revelou, em delação premiada, ter sido procurado, em 2010, por Aldo Guedes, que se dizia "o único representante" do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para tratar de propinas de R$ 90 milhões, referentes a 2% do contrato da construtora com a Petrobras para construção da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca. Do termo, ainda teriam sido pagas propinas para diretores da Petrobras, ao gerente do empreendimento e ao falecido deputado José Janene (PP). Eduardo Campos morreu em agosto de 2014 em um acidente de avião em Santos quando estava em campanha à Presidência da República.

PT prometeu, Mendonça fez– O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), ficou ancho da vida, como diz o companheiro José Adalberto Ribeiro, ao receber a noticia, ontem, do ministro da Educação, Mendonça Filho, da liberação de R$ 4 milhões para construção da escola integral educadora Zuleide Feitosa. Trata-se de uma unidade educacional top de linha, com 12 salas de aula, refeitório, quatro laboratórios, quadra coberta e todos os equipamentos de primeiro mundo. A escola foi uma promessa de Duque na campanha de 2012. Dilma prometeu, nas não cumpriu. 

CURTAS 

VIOLÊNCIA– Quinze municípios pernambucanos apresentaram aumento no número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) no primeiro trimestre deste ano. Desses, quatro estão na Região Metropolitana do Recife. As demais, no Interior, entre eles Caruaru, Araripina, Barreiros e Bom Jardim. Em Bezerros, somente em março 11 pessoas foram assassinadas. No Recife, o mês de março fechou com 96 assassinatos contra 74 em fevereiro e 70 em janeiro. 

EMPREGO – As empresas que aderirem ao programa de proteção ao emprego, chamado agora de Programa de Seguro-Emprego (PSE), estão dispensadas de estar em dia com o pagamento de impostos e do recolhimento do FGTS e da contribuição previdenciária. A decisão de eliminar a certidão negativa, que facilitará e ampliará as adesões ao PSE, é do relator da Medida Provisória (MP) que muda e prorroga o Programa, senador Armando Monteiro (PTB), cujo parecer foi aprovado, ontem, na Comissão Mista que examina a MP. 

Perguntar não ofende: A CUT tem tanto dinheiro assim para fazer pesquisa enchendo a bola de Lula? 

Já li, analisei e tentei entender uma penca de comentários sobre a famigerada lista de Fachin, composta por dezenas de autoridades que serão investigadas por corrupção no Supremo Tribunal Federal. Trata-se de um processo que expõe todo o sistema político-partidário do País. Juridicamente, estar na lista significa que tanto a Procuradoria Geral da República quanto o relator da Lava Jato, Edson Fachin, consideraram que há indícios para investigar a participação dos citados em esquemas de corrupção. 

Ao incluir alguém na lista, Fachin está autorizando o procurador-geral a investigá-lo. Nesta fase, acusação busca novas provas para subsidiar uma eventual denúncia. Se o STF aceitar a denúncia, o citado vira réu e vai a julgamento. A lista, baseada nas delações de 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht, é ampla e seus desdobramentos colocam o sistema político-partidário de joelhos. 

Sinceramente, a sensação é a de que não escapou ninguém, que todos os políticos brasileiros graduados são desonestos. Concordo com o que escreveu Renato Riella, meu ex-chefe no Correio Braziliense, curtido nos bastidores de muitas campanhas eleitorais: houve erro grosseiro na divulgação. A divulgação não poderia ter sido feita em bloco, misturando situações diferentes, algumas até já imunes a condenações.

Não cabe no mesmo balaio quem recebeu e escondeu dinheiro no Exterior, driblando a Receita Federal, embolsou propina ou dinheiro de caixa dois com quem recebeu ajuda de empreiteira, sem fonte no esquema da Petrobras, tendo declarado, oficialmente, em suas prestações de contas à justiça eleitoral. Não dá para incluir num mesmo patamar Jarbas Vasconcelos, que se inclui entre aqueles que declararam mínimas contribuições, com os campeões de inquéritos no STF – o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, e o líder do governo Michel Temer no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). 

Cada um deles responderá a cinco ações. Políticos, como Jarbas Vasconcelos, passaram a ter seus nomes enlameados, mas estão cobertos pela lei. Ele e tantos outros, que  receberam dinheiro da Odebrecht de forma considerada legal pela legislação eleitoral, contabilizadas, apresentadas aos tribunais eleitorais e referendadas, desgraçadamente, pelo critério Fachin ficaram enlameados. Jarbas não recebeu propina do esquema montado pela quadrilha que se instalou na Petrobras, mas seu nome está lá e só por este detalhe, o nome se inserir na mesma lista, pagará um preço altíssimo. Aliás, já está pagando. 

Há uma segunda "lista de Fachin". Esta é composta por pessoas e empresas delatadas por executivos da Odebrecht, mas cujos processos não correrão no STF, por não terem foro privilegiado. São 201 inquéritos nesta segunda lista. É o caso dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo. A ação envolvendo FHC foi remetida para a Justiça Federal de São Paulo, enquanto a de Lula foi para a Justiça Federal do Paraná, aos cuidados de Sergio Moro.

Volto a Riella, a quem atesto abaixo: “Acho que foi grande erro divulgar a lista completa, embolada. Misturaram gente que será inocentada nas investigações com aqueles que merecem penas longas de prisão, bandidos de fato. Será que a Odebrecht jogou tudo para o ar com o objetivo de confundir o ambiente? Se fez isso, prejudicou muito os futuros inocentados e deu cobertura aos principais culpados. O caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é o mais grave e imperdoável. 

Citam apoio à campanha dele de 1994, há 23 anos. Impossível de se apurar e completamente impossível de se punir, pois são crimes amplamente prescritos – se tiverem ocorrido. A denúncia serviu apenas para melar mais o ambiente político e para dar cobertura a ex-presidentes recentes, como Lula e Dilma, que momentaneamente passam a ser citados ao lado de FHC”. 

SITUAÇÃO DIFERENTE– Há uma enxurrada de vídeos disponíveis sobre as delações de executivos da Odebrecht. Num deles, afirmam, em delação premiada, que políticos aprovaram medidas provisórias que favoreciam o grupo empresarial. Em troca, eles recebiam dinheiro para campanhas eleitorais. Em um dos vídeos tornados públicos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo, afirmou que pagou R$ 100 milhões à campanha eleitoral de Dilma Rousseff.

Obra em andamento– O secretário de Transportes, Sebastião Oliveira, reagiu duramente à investida da caravana da oposição em Santa Cruz do Capibaribe, tachando os seis deputados que estiveram na PE-160 de covardes, irresponsáveis e mentirosos. Segundo o secretário, os deputados deveriam ter ido ao trecho da estrada em que as máquinas estavam trabalhando e não no entroncamento com a BR-104. “A obra está a todo vapor e nós vamos duplicar a PE-160”, garante Sebastião, adiantando que a empreiteira deu folga aos operários na terça-feira passada por causa da Semana Santa e que voltarão a trabalhar a partir da próxima segunda-feira. 

Defesa de Temer– Do presidente Michel Temer em sua defesa num vídeo, ontem, nas redes sociais: "Meus amigos, eu não tenho medo dos fatos. Nunca tive. O que me causa repulsa é a mentira". Reconheceu que a vida pública tem momentos de "profundo desconforto". Márcio Faria, da Odebrecht, disse, em delação premiada, que Temer comandou, em 2010, uma reunião na qual se acertou pagamento de propina de US$ 40 milhões ao PMDB. "É fato que participei de uma reunião, em 2010, com o representante de uma das maiores empresas do País", afirmou. "A mentira é que nessa reunião eu teria ouvido referência a valores financeiros ou a negócios escusos da empresa com políticos", completou.

Defesa de Rubem– Em nota, o ex-deputado estadual Paulo Rubem Santiago se defendeu dizendo não saber as razões pelas quais seu nome foi citado na lista de Fachin. “Não recebi no exercício desses mandatos, em nenhum momento, contribuição de campanha de empresas ou pessoas físicas, ora investigadas ou sob investigação a qualquer tempo. Fui Presidente da Fundação Joaquim Nabuco, vinculada ao MEC (2015-2016), com orçamento anual superior a R$ 100 milhões. Sempre exerci a função pública com ética, transparência e compromissos com o bem-estar da população. Minhas campanhas sempre ficaram entre as mais pobres de Pernambuco. Isso é público e notório”.

Bruno produz nova nota– Do ministro das Cidades, Bruno Araújo: “Cláudio Melo Filho foi claro ao afirmar que a minha relação com a empresa era puramente institucional, sem qualquer contrapartida, descaracterizando qualquer tipo de ilação a corrupção. Da mesma forma, João Antônio Pacífico Ferreira informa que desconhece qualquer atuação parlamentar minha a favor da empresa em questão. Meu sentimento é de surpresa com as imputações que me foram feitas. Mas, diante do que está exposto, tenho convicção de que tudo ficará devidamente esclarecido”. 

CURTAS 

CHUVAS– Das 23h de quarta-feira passada até às 11h de ontem, o Recife registrou um acumulado de 80 mm de chuvas, volume corresponde ao previsto para 10 dias do mês de abril, cuja média histórica é de 231 mm, de acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac). Apesar disso, de acordo com a Prefeitura do Recife, nenhuma ocorrência grave foi registrada. A orientação, no entanto, é que as pessoas residentes em áreas de risco deixem suas casas e procurem locais seguros. 

NAS REDES – Lula, Aécio e Temer foram os políticos mais criticados nas redes sociais após a divulgação da lista de inquéritos abertos pelo ministro Edson Fachin, a partir das delações realizadas pela empreiteira Odebrecht. É o que diz análise da Diretoria de Análise de Políticas Públicas, centro de estudo da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ), feita com base em mais de 1 milhão de interações no Twitter e no Facebook após a divulgação da lista por reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Perguntar não ofende: Os políticos da lista de Fachin serão julgados antes das eleições do próximo ano? 

Numa conversa, ontem, com este blogueiro, o prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), explicou os motivos que o levaram a não recepcionar o governador Paulo Câmara (PSB), que passou o dia na cidade inaugurando obras, dando novas ordens de serviço e coordenando, por fim, o seminário “Pernambuco em ação”. Aos que o acusam de mal-educado e de ter pisado na bola, o trabalhista afirma que não passou por cima da chamada liturgia do cargo. “Não fui para não ser acusado de ter me apropriado de um evento do Governo para fazer cobranças e desabafos”, enfatizou.

“Se tivesse participado do seminário, poderia ter constrangido o governador, que não trata bem Garanhuns”, acrescentou. Régis reclama que nem nas parcerias celebradas com o município o Estado vem cumprindo as sua obrigações. Ele cita, por exemplo, o acordo para colocar em operação a unidade avançada do Samu, que atende não apenas Garanhuns e mais dez municípios da região, representando, hoje, um grande sorvedouro de recursos para os cofres municipais. 

Pelo modelo, a União entra com 50% e os 50% restantes são rateados entre o Estado e o Município. Mas o Estado, segundo ele, não vem repassando a sua parte, levando o município a cobrir praticamente os restantes dos 50%. “Há um atraso de 17 meses, no valor mensal de R$ 62,5 mil. Na prática, isso representa R$ 1,062 milhão”, afirma. Outro programa em atraso, segundo ele, é o da Farmácia Básica, algo em torno de R$ 1,3 milhão. “Deste passivo, o Governo nos repassou apenas R$ 64 mil”, diz ele, com a ressalva de que teve que entrar com um processo judicial.

“Isso é uma vergonha, uma desmoralização”, assinalou. O prefeito disse, ainda, que, embora o Governo do Estado tenha espalhado placas informando que tem obras em Garanhuns, as poucas que existem, como um campo de futebol no parque Euclides da Cunha, a pavimentação de dois bairros e o calçamento em dois distritos, com recursos do FEM, o fundo de apoio aos municípios, estão paradas porque o Estado não repassa o dinheiro.

Pelas contas do prefeito, o que entrou de fato nos cofres da Prefeitura, já com a devida prestação ao Estado, representa um valor de R$ 2,7 milhões referentes ao primeiro FEM. “O segundo não está sendo cumprido e por isso mesmo as obras estão paradas”, ressaltou. Quanto às declarações do governador, de que o município se negou a fazer a doação de um terreno para construção da Escola Técnica, o prefeito afirmou que ofereceu uma área no parque de exposições, que era do Estado e foi doada ao município. 

“No nosso patrimônio mobiliário não havia um terreno dentro das exigências colocadas pelos técnicos do Estado, chegamos a negociar o terreno do parque, mas as negociações não avançaram”, afirmou. O prefeito disse, por fim, que cobraria do governador o que classificou de caos na segurança pública. “Garanhuns sedia um dos maiores batalhões da PM no Estado e não há um só soldado nas ruas para fazer a segurança da população”, afirmou. 

Por fim, o prefeito disse que sabia que haveria reação dos seus adversários no município se viesse a fazer um pronunciamento tão duro em cima dos pontos que antecipou ao blog. “O governador fala em reforçar o policiamento com mais 1,5 mil PMs, mas já estão indo para reserva mais de dois mil soldados”, destacou, para alfinetar. “Estamos diante de um Governo desastroso e tudo isso não iria soar bem aos ouvidos dos aliados governistas em nosso município”. 

DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA – A ausência do prefeito Izaias Régis não impediu que o seminário em Garanhuns se constituísse num dos mais prestigiados pelas lideranças que dão sustentação ao Governo. Estavam presentes 21 prefeitos, inclusive de outras regiões, como a Metropolitana, entre os quais Júnior Matuto, de Paulista. Da Assembleia Legislativa, 11 deputados, além de seis deputados federais e um senador da República – Fernando Bezerra Coelho. Com isso, o Governo quis dar uma demonstração de que tem um amplo arco de alianças para reconduzir Paulo Câmara ao Palácio das Princesas em 2018. 

Humberto que se prepare!– O ministro da Educação, Mendonça Filho, disse, ontem, ao blog, que está com a munição preparada para enfrentar a convocação do senador Humberto Costa (PT), para prestar contas dos seus últimos atos, como o fim do programa “Ciência sem fronteiras”. “Vou mostrar ao senador que quem depenou a educação brasileira foi o seu partido nas gestões de Lula e Dilma”, afirmou. Segundo o ministro, com o montante gasto para mandar 30 mil estudantes ao Exterior, o Governo pagaria merenda de 40 milhões de alunos da educação básica. Em 2015, o programa consumiu R$ 3,2 bilhões. 

Desmentido o recuo– O presidente Michel Temer negou que o Governo esteja recuando ao aceitar negociar pontos da Reforma da Previdência com o Congresso. “Eu autorizei o nosso relator, deputado Arthur Maia, a fazer as negociações que fossem necessárias e depois, ao final, nós anunciaríamos o que tiver sido ajustado. Vai levar uns dias aí, mas já está autorizado. Prestar obediência ao que o Congresso Nacional sugere, não pode ser considerado recuo. Nós estamos trabalhando conjugadamente”, disse Temer. 

Dinheiro novo– Em audiência com o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, o governador Paulo Câmara recebeu a confirmação que confirmou mais um repasse, no valor de R$ 16 milhões, para a Adutora do Agreste. Segundo o presidente da Compesa, Roberto Tavares, com os recursos em conta à companhia tem condições de aumentar de 15 para 19 o número de frentes de trabalho espalhadas na região do Agreste, intensificando as obras até o final deste mês. Para concluir a primeira etapa do projeto da Adutora do Agreste, que corresponde ao conjunto de obras para atender 23 municípios da região - e que já está licitado - ainda é preciso o repasse de R$ 636 milhões do governo federal. 

Esforço concentrado – No seminário de Garanhuns, ontem, ficou clara a estratégia dos aliados governistas de ajudar Paulo Câmara a reverter a sua imagem, com depoimentos sobre as ações do seu Governo. "Por onde eu passo neste Estado, encontro obra do governador Paulo Câmara. O governador colocou água em Canhotinho. Vai botar água em Caetés e em Capoeiras. Investe na segurança, educação, saúde. Paulo é um governador que serve ao povo 24 horas por dia. Antes mesmo de estar no cargo já o fazia porque é servidor público, passou em um concurso", destacou Fernando Monteiro, da bancada do PP na Câmara Federal. 

CURTAS 

MAIS POBRES– Ao autorizar o relator da reforma da Previdência a fazer mudanças no projeto encaminhado ao Congresso, o governo federal fixou três princípios que devem nortear essas alterações: que seja preservado o que se considera a espinha dorsal da reforma; que haja um limite para a perda fiscal decorrente dessas mudanças; e que as mudanças sejam para beneficiar os mais pobres, e não para atender a pressões corporativas.

FEIRA– O prefeito do Cabo, Lula Cabral (PSB), participou da 23ª Intermodal South América, a maior Feira do setor de Logística, Transportes de Cargas e Comércio Exterior da América Latina. Na oportunidade, visitou o estande de Suape, onde foi recebido pelo presidente Marcos Batista e pela diretora de Relações Institucionais de Suape, Rizelma Ferreira. "O Cabo pertence ao território estratégico de Suape e a atração de novos negócios é de suma importância para a economia da Região”, afirmou. 

Perguntar não ofende: A reforma da Previdência virou letra morta? 

Um grupo formado por 41 senadores de diversos partidos, entre elas apenas um pernambucano – Armado Monteiro Neto (PTB) - assinou um requerimento para que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que põe fim ao foro especial por prerrogativa de função, o chamado foro privilegiado, seja incluída na pauta de votações do plenário do Senado. 

Os parlamentares que assinaram o requerimento podem, eventualmente, retirar as assinaturas, o que poderia inviabilizar a inclusão da proposta na pauta de votações do Senado. A PEC foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em novembro do ano passado e, para ir a votação em plenário, precisa incluída na pauta pelo presidente, Eunício Oliveira (PMDB-CE), em acordo com os líderes partidários.

A proposta foi apresentada por Álvaro Dias (PV-PR) e extingue o foro privilegiado nos casos em que as autoridades – presidente da República, senadores e deputados, entre outras – cometerem os chamados crimes comuns, como, por exemplo, roubo e corrupção. O foro privilegiado prevê a essas autoridades o direito de serem processadas somente no Supremo Tribunal Federal. No caso dos governadores, por exemplo, os processos ficam a critério do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Na prática, com o fim do foro privilegiado, as autoridades que hoje têm o direito de serem julgadas somente nos tribunais superiores passariam a responder a processos na primeira instância da Justiça. Segundo o relator da PEC, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o requerimento assinado pelos 41 senadores será apresentado na próxima terça (21) e, com o documento, o senador espera que o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), inclua a PEC na pauta e agende as datas para a análise da medida.

Isso porque, por se tratar de uma alteração na Constituição, a proposta precisa ser aprovada pelos senadores em dois turnos de votação e receber o apoio de pelo menos três quintos dos parlamentares (49 dos 81 senadores). Se a PEC passar pelo Senado, vai para a Câmara, onde também deverá ser aprovada em dois turnos e receber o apoio, nas duas votações, de pelo menos 308 deputados.

Os senadores Humberto Costa (PT) e Fernando Bezerra Coelho (PSB) não assinaram e devem, portanto, uma explicação à sociedade. A discussão sobre o foro privilegiado ganhou força nas últimas semanas no Senado em meio ao envio, ao Supremo Tribunal Federal, da lista da Procuradoria-Geral da República (PGR) com 83 pedidos de abertura de inquérito para investigar políticos citados nas delações de ex-executivos da empreiteira Odebrecht no âmbito da Lava Jato.

PARTIDOS ENVOLVIDOS – O delegado da Polícia Federal (PF) Maurício Moscardi Grillo afirmou que os partidos PP e PMDB eram beneficiados com propina envolvendo o esquema ilegal de vendas de carnes. "Dentro da investigação ficava bem claro que uma parte do dinheiro da propina era sim revertida para partido político. Caracteristicamente já foi falado ao longo da investigação dois partidos que ficaram claros: que é o PP e o PMDB", disse durante a coletiva de imprensa realizada em Curitiba na manhã de ontem, dia em que a Operação Carne Fraca foi deflagrada pela PF. A operação apura o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.

Intruso na comitiva – Entre as lideranças nordestinas que confirmaram presença na visita do ex-presidente Lula, amanhã, a Monteiro (PB), para “inaugurar” um dos trechos da Transposição, o ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT, não deve ser bem tratado pelos petistas. Recentemente, numa entrevista, Ciro disse que Lula não poderia ser candidato em 2018 à Presidência da República porque estava com o nome sujo na operação Lava Jato. De Brasília se especulou, ontem, a possibilidade de Ciro ser o vice de Lula. Quem administrará a incontrolável língua do cearense? 

Invasão em Monteiro – As informações que chegam de Monteiro (PB) dão conta de que a cidade sofrerá uma verdadeira invasão amanhã durante a passagem de Lula. Hotéis e pousadas estão lotadas e tem até muita gente alugando casas particulares. O evento começa por volta das 14 horas e deve se estender até o final da tarde. Só de jornalistas há um batalhão. E olha que a pré-campanha presidencial está apenas dando o seu start. 

Banho descartado – Quanto ao suposto banho que o ex-presidente tomaria no canal da Transposição, o senador Humberto Costa, líder da oposição no Senado, disse, ontem, que foi apenas um comentário em tom de brincadeira. “Lula está tão entusiasmado com as águas do Velho Chico chegando pelos canais da Transposição que brincou, em determinado momento, dizendo que estava com vontade de mergulhar no canal. Mas isso ficou descartado para não ser explorado negativamente pela mídia”, disse o líder da oposição no Senado. 

Inauguração popular – Conforme programação liberada, ontem, pelo Instituto Lula, o ex-presidente não desembarcará em Monteiro, como estava previsto, mas em Campina Grande, a 171 km. De lá, a comitiva seguirá de carro até Monteiro levando em média duas horas de viagem. Na chegada a Monteiro, ao lado da ex-presidente Dilma e de três governadores – PB, CE e PI – Lula irá direto para o canal da Transposição para um ato rápido e simbólico que o PT denominou de “Inauguração popular da Transposição: a celebração das águas”. Antes de um comício em palanque armado no centro da cidade, haverá uma carreata. 

CURTAS 

ALUNOS – Cerca de 480 alunos de Sertânia tiveram a chance de descobrir como o Projeto da Integração do Rio São Francisco está mudando a vida dos nordestinos. Situada no município, um dos beneficiados pelas águas do Eixo Leste, o local escolhido para ter palestras informativas foi a Escola Olavo Bilac. As atividades foram feitas pela equipe da Comunicação Itinerante e esclareceram dúvidas sobre o empreendimento hídrico, principalmente orientando a respeito da proibição do uso das estruturas para brincar, pescar, descartar resíduos sólidos e outros.

CONTAG – Mais de dois mil delegados do 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares elegeram a nova Diretoria, Conselho Fiscal e Suplências da Contag para o período de 2017-2021. Foi eleito presidente o pernambucano Aristides Santos, atual secretário de Finanças e Administração da entidade.

Perguntar não ofende: O PT tirou da agenda o banho de Lula no canal da Transposição para ser a surpresa da visita? 

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