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Uma coletiva de imprensa das autoridade do Texas, nesta sexta-feira (27), permitiu estabelecer como se desenrolou o massacre na escola de Uvalde que custou a vida de 19 crianças e 2 professoras.

- Na manhã de terça-feira, Salvador Ramos, de 18 anos, que tinha acabado de comprar dois rifles, conta a uma pessoa pelo aplicativo Messenger que atirou na avó, com quem morava, e estava a caminho de abrir fogo em uma escola.

- 11H28 (12H28 no horário de Brasília): O carro de Ramos sofre um acidente, com causa indeterminada, não muito longe da escola Robb. Ele sai do veículo com um dos fuzis semiautomáticos AR-15 e uma mochila cheia de munição, mas deixa a segunda arma no carro.

Dois funcionários de uma funerária próxima vão ajudá-lo, mas quando veem sua arma começam a correr na direção oposta. Ramos dispara contra eles, mas erra o alvo.

- 11H30: Um professor liga para o 911, número de telefone de emergência da polícia, para alertar sobre o acidente e a presença de um homem armado.

- 11H31: Ramos chega ao estacionamento da escola e começa a atirar contra o prédio.

- 11H33: Ele entra na escola e dispara pelo menos uma centena de cartuchos.

- 11H35: Três policiais entram na escola e logo mais quatro agentes chegam para dar reforço. Dois são feridos superficialmente por balas, aparentemente disparadas de trás de uma porta.

- 11H37: São ouvidos cerca de 15 disparos mas a policia não sabe de quem.

- 12H03: Os policiais continuam chegando e já são 19 no corredor. Ao mesmo tempo, de dentro de uma sala de aula, uma aluna disca para o 911.

- 12H10: A aluna volta a ligar e diz que há "vários mortos" na sala que está.

- 12H13 e 12H16: Volta a ligar para informar que há "8 ou 9 alunos vivos".

- 12H19: Uma pessoa em outra sala de aula liga para a emergência, mas desliga assim que outro aluno pede.

- 12H36: A primeira aluna volta a ligar para a emergência. Pedem que ela fique em silêncio, mas na linha.

- 12H43 e 12H47: A menina implora: "Por favor, mandem a polícia agora!"

- 12H50: A polícia abre as portas da sala de aula com as chaves de um zelador. Encontram Ramos entrincheirado e o matam a tiros.

Joe Garcia, marido de Irma Garcia, uma das duas professoras mortas no massacre na escola primária de Uvalde (Texas), morreu nesta quinta-feira (26) de um ataque cardíaco, dois dias depois dela, disse seu sobrinho John Martinez.

Garcia, de 50 anos, visitou o memorial de sua mulher pela manhã para deixar flores. Quando voltou para casa, ele "praticamente caiu", disse Martinez, acrescentando que sua mãe, que estava na casa da família, tentou reanimá-lo, mas ele morreu no hospital.

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O casal estava junto havia 25 anos e tinha quatro filhos, sendo o mais velho de 23 anos e os demais, adolescentes. "Garcia foi afligido pela dor depois de ter perdido a mulher", disse Martinez.

Em entrevista ao site People, Martinez disse que sua tia Irma morreu como uma heroína, acrescentando que uma das 19 crianças assassinadas no massacre foi encontrada morta em seus braços. "Eles não eram apenas seus alunos. Aqueles eram seus filhos, e ela colocou sua vida em risco. E perdeu a vida para protegê-los", disse Martinez ao Washington Post.

"Eu realmente acredito que Joe morreu de coração partido e perder o amor de sua vida por mais de 25 anos foi demais para suportar", escreveu a prima de Irma, Debra Austin, em uma campanha de arrecadação de fundos online montada em apoio aos quatro filhos de Garcia.

Sem resistência

A polícia americana afirmou nesta quinta-feira, 26, que o atirador que atacou a escola primária de Uvalde entrou no edifício sem encontrar resistência, desmentindo algumas informações publicadas nas últimas horas de que o jovem teria entrado em confronto com um segurança.

"Foi publicado que um agente de segurança do distrito escolar teria confrontado o suspeito enquanto ele estava entrando, mas não é verdade. Ele entrou na escola sem resistência", disse o diretor regional para o sul do Texas do Departamento de Segurança Pública, Victor Escalón.

Durante entrevista coletiva nesta quinta-feira, Escalón tentou defender o trabalho dos agentes das diferentes forças policiais que intervieram na operação, em um momento em que as críticas foram desencadeadas nas redes sociais e na mídia que entenderam que houve uma resposta muito lenta ao ataque.

Circulam na internet vários vídeos gravados na última terça-feira de pais e parentes de alunos, nas imediações da escola, gritando e confrontando a polícia por, na sua opinião, não terem feito nada enquanto ocorria um ataque a tiros no interior da escola. O Washington Post publicou um deles em seu perfil no Twitter.

Segundo a própria versão da polícia, demorou uma hora desde que o atirador, Salvador Ramos, entrou na escola de Uvalde até ser ele ser morto por um agente da Patrulha de Fronteira.

Durante esse tempo, Ramos atirou em uma sala de aula cheia de crianças, matando 19 delas e 2 professoras.

Como explicou Escalón hoje, a porta da escola estaria aberta quando Ramos chegou ao local, por razões que ainda estão sendo investigadas.

Depois de balear sua avó em casa, Ramos entrou em um veículo e dirigiu até as proximidades da Robb Elementary School, onde se envolveu em um acidente por volta das 11h28 (hora local).

Do local do acidente, ele caminhou a pé armado com fuzil e munição em direção à escola, momento em que a polícia foi acionada, e demorou aproximadamente 12 minutos para chegar ao local.

Enquanto seguia a pé para a escola, Ramos atirou em duas pessoas que estavam em uma funerária do outro lado da rua, sem causar ferimentos.

Quando os policiais locais chegaram ao local, ouviram tiros e identificaram a sala de aula onde estava o atirador, mas não conseguiram ter acesso porque Ramos abriu fogo contra eles todas as vezes que tentavam.

Os agentes pediram reforços e começaram a retirar os alunos e professores da escola.

Os motivos que levaram Salvador Ramos, sem antecedentes criminais ou doença mental conhecida, a realizar o massacre ainda estão sendo investigados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A polícia do Texas enfrentou nesta quinta-feira (26) duras críticas, acusada de ter demorado demais em intervir na escola fundamental de Uvalde, onde um adolescente matou 19 crianças e duas professoras no ataque a tiros em uma escola mais letal em uma década nos Estados Unidos.

Segundo vídeos e vários testemunhos, os pais aguardavam desesperados na terça-feira para que a polícia agisse, enquanto um estudante do ensino médio de 18 anos, identificado como Salvador Ramos, executava uma carnificina em uma sala de aula.

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Diante da enxurrada de perguntas sobre a ação da polícia, Victor Escalón, do Departamento de Segurança Pública do Texas (DPS), disse durante coletiva de imprensa que os investigadores ainda trabalhavam para reconstituir o que ocorreu exatamente.

Depois de atirar na própria avó, Escalón disse que Ramos bateu com seu carro perto da escola, atirou nos pedestres e em seguida entrou no centro de ensino por uma porta que aparentemente não estava trancada.

A polícia entrou minutos depois, mas recuou por causa dos tiros e pediu reforços. Uma equipe tática com agentes da Patrulha Fronteiriça dos Estados Unidos entrou e matou o atirador "aproximadamente uma hora depois", disse o chefe de polícia.

Enquanto isso, policiais retiraram professores e alunos e tentaram sem sucesso negociar com o atirador, que os deteve com disparos de um rifle, disse.

Escalón também refutou relatos anteriores de que o atirador teria sido confrontado por um funcionário escolar e disse que não havia nenhum agente armado no local quando o ataque começou.

Em um vídeo publicado nas redes sociais e obtido por Storyful, pode-se ver os pais frustrados, instando a polícia a entrar no estabelecimento. As imagens também mostram um agente empurrando violentamente uma das pessoas para fora do estabelecimento.

Daniel Myers, pastor de 72 anos, contou à AFP ter chegado com sua esposa, Matilda, em frente à escola 30 minutos depois de Ramos entrar.

Os pais "estavam prontos para entrar. Um disse: 'Estive no exército, só me dê uma arma. Não vou hesitar. Vou entrar'", contou.

"Os agentes responderam em minutos", assegurou o chefe da polícia de Uvalde, Daniel Rodríguez.

- Enterros -

Além dos 21 mortos, 17 pessoas ficaram feridas na terça-feira, incluindo três policiais.

Eulalio Díaz, um funcionário local, se encarregou de identificar os corpos até altas horas da noite, relatou ao jornal El Paso Times. "Algumas crianças estavam em mau estado", disse.

O marido de uma professora da quarta série que morreu protegendo os alunos faleceu nesta quinta-feira, aparentemente de um ataque cardíaco, anunciaram seus familiares. O casal deixa quatro filhos.

A tragédia abalou Uvalde, cidade de 16.000 habitantes entre a cidade de San Antonio e a fronteira com o México, predominantemente latina.

A Casa Branca anunciou que o presidente Joe Biden e sua esposa, Jill, viajarão no domingo a Uvalde para "acompanhar o luto da comunidade".

Meghan Markle, esposa do príncipe Harry, que mora com o marido e os dois filhos na Califórnia, esteve nesta quinta no local para dar suas condolências. A visita foi a título pessoal, disse um assessor.

Em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, o governador do Texas, Greg Abbott, revelou que o assassino estava armado com um fuzil de assalto AR-15.

Nesta quinta-feira, a empresa Daniel Defense, fabricante deste armamento, anunciou que não irá à grande convenção anual da NRA, principal lobby de armas do país, que será realizada em Houston neste fim de semana.

- Treinamento -

Uma das professoras da escola, presente quando ocorreu a tragédia, disse ao canal ABC que seus alunos estavam assistindo a um filme da Disney para comemorar a proximidade do fim de ano escolar, quando ouviram os disparos.

Então, as crianças puseram em prática seus anos de treinamento para esta situação, ficando em silêncio debaixo de suas carteiras. Estes treinamentos viraram a norma nas escolas dos Estados Unidos, onde os ataques a tiros mortais se repetem exaustivamente.

Os sons dos dispatos "foram muito fortes", disse à AFP Madison Saiz, aluna de oito anos. "Nossa professora nos disse que ficássemos em um canto e toda a nossa turma simplesmente fez isso".

A mãe do atirador, Adriana Reyes, disse à ABC que seu filho não era "um monstro", mas que às vezes podia "ser agressivo".

Nos Estados Unidos, os ataques a tiros nas escolas são um flagelo recorrente que os sucessivos governos até agora não foram capazes de deter.

O debate sobre a regulação das armas está quase suspenso, diante da falta de esperança de que o Congresso aprove uma ambiciosa lei federal sobre o tema.

O movimento "Marcha por nossas vidas", criado após o ataque a tiros em Parkland em 2018, convocou uma grande manifestação para 11 de junho em Washington para pedir regulações mais restritas para as armas.

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Centenas de pessoas se reuniram para chorar a morte de 19 crianças e duas professoras assassinadas na terça-feira (24) em uma escola do Texas, em um massacre cometido por um adolescente de 18 anos que comprou um fuzil legalmente.

A tragédia, a pior em uma escola do país em uma década, multiplica a indignação e os questionamentos sobre como limitar a venda de armas no país, um controle que poderia ter evitado esse massacre.

"Estou com o coração partido", lamentava Ryan Ramirez, que perdeu sua filha de 10 anos, Alithia. Ao seu lado, sua esposa Jessica chorava silenciosamente com a outra filha nos braços.

O massacre mudou para sempre a história de Uvalde, uma pequena cidade de 16.000 pessoas localizada perto da fronteira com o México e com população majoritariamente hispânica.

"Não há explicação para isso, minha neta não merecia isso. Era uma boa menina, muito tímida e muito bonita", dizia à imprensa Esmeralda Bravo, avó de Nevaeh, que também morreu no massacre.

- De criança assediada a agressor -

"Meu amor agora voa alto com os anjos lá em cima", escreveu no Facebook Ángel Garza, cuja filha Amerie Jo Garza acabara de comemorar seu 10º aniversário. "Eu te amo, Amerie Jo".

Os detalhes do massacre chocaram o país e o mundo.

Em entrevista coletiva, o governador Greg Abbott revelou que o agressor, Salvador Ramos, que foi morto pela polícia, atirou no rosto de sua avó de 66 anos antes de seguir para a escola Robb.

Ramos, de nacionalidade americana, compartilhou nas redes sociais o seu plano de atacar a avó, que, apesar de gravemente ferida, conseguiu alertar a polícia.

O jovem voltou a enviar uma mensagem no Facebook para dizer que seu próximo alvo era uma escola, para onde dirigiu vestido com colete à prova de balas e carregando um fuzil AR-15, arma projetada para causar o maior número de vítimas possível em tempo recorde.

Um funcionário da escola tentou barrar seu acesso ao centro educacional, onde ele conseguiu se barricar em uma sala de aula e começou a matar crianças.

Ramos foi uma criança com sérios problemas familiares, que gaguejava. Ele sofreu 'bullying' na escola por seus problemas de fala e, uma vez, cortou o rosto "só por diversão", segundo Santos Valdez, amigo do atacante no passado, ao The Washington Post.

- "Culpa sua" -

O governador do Texas rejeitou as sugestões de que uma legislação mais rígida sobre armas era necessária no estado, onde o apego ao direito de portá-las é profundo.

"Acredito que essa pessoa incorporava o mal puro", disse Abbott, repetindo um argumento comum entre os republicanos: que o acesso irrestrito a armas não é o culpado pela epidemia de violência armada no país.

"Isso é sua culpa (...) a partir do momento em que decidiu não fazer nada", repreendeu o democrata Beto O'Rourke, um fervoroso defensor do controle de armas que aspira a concorrer contra Abbott em novembro para o cargo de governador.

A posição de Abbott foi ecoada pelo NRA, o poderoso lobby pró-armas dos EUA, que emitiu uma declaração atribuindo o que aconteceu a "um criminoso solitário e perturbado".

O presidente Joe Biden, que visitará Uvalde, pediu ao Congresso que enfrente o lobby pró-armas e aprove leis mais rígidas.

Nos Estados Unidos, houve mais tiroteios em massa (nos quais quatro ou mais pessoas ficaram feridas ou mortas) em 2022 do que dias até agora neste ano, de acordo com a ONG Gun Violence Archive, que registrou 213 incidentes.

Apesar disso, as várias tentativas de reforma fracassaram no Congresso.

A indignação também era sentida em Uvalde. "Estou triste e com raiva de nosso governo por não fazer mais pelo controle de armas", comentou Rosie Buantel, uma moradora, à AFP.

"Já passamos por isso muitas vezes. E nada foi feito ainda".

O avô de Ramos, Rolando Reyes, de 73 anos, expressou seu pesar pelas famílias enlutadas.

"Sinto muito e estou com muita dor porque muitas dessas crianças são netos de amigos meus", disse à CBS News.

O tiroteio em Uvalde foi o incidente mais mortal desde o tiroteio na escola Sandy Hook em 2012 em Connecticut, no qual 20 crianças e seis adultos foram mortos.

Um dia depois de completar 18 anos, Salvador Ramos, da pequena localidade de Uvalde, no Texas, comprou seu primeiro rifle de assalto. Uma semana depois, ele entrou em uma escola local de ensino fundamental, onde atirou e matou 19 crianças e duas professoras.

As autoridades ainda estão tentando determinar o que levou Ramos a cometer o pior massacre escolar dos Estados Unidos em uma década. Isto é o que se sabe até agora sobre o caso:

- Como foi o ataque? -

Descrito como um jovem que havia sofrido 'bullying' durante muito tempo e com um histórico de lesões autoprovocadas, Ramos completou 18 anos em 16 de maio e comprou seu primeiro rifle no dia seguinte. Três dias depois, comprou o segundo, e 375 cartuchos de munição.

O jovem, um desertor da escola secundária sem antecedentes criminais, publicou na terça-feira pela manhã três mensagens no Facebook anunciando seus planos, contou o governador do Texas, Greg Abbott, em coletiva de imprensa.

Na primeira, advertiu que iria atirar em sua avó, com quem vivia.

Abbott disse que Ramos feriu a mulher de 66 anos no rosto, mas ela conseguiu telefonar para a polícia e foi transferida de avião, em estado crítico, para um hospital nas proximidades de San Antonio, cerca de 130 km a oeste de Uvalde.

Após confirmar em uma segunda mensagem no Facebook que havia atacado sua avó, Ramos publicou uma terceira, dizendo que seu próximo alvo era uma escola de ensino fundamental.

Ele dirigiu então um pouco mais de 3 km e terminou colidindo perto da Robb Elementary School, onde os mais de 500 estudantes da segunda à quarta série, com idades entre sete e dez anos, estavam há apenas três dias das férias de verão.

Vestido de preto e com um colete à prova de balas, Ramos foi confrontado por um funcionário escolar, mas conseguiu entrar no edifício por uma porta traseira.

Depois, se dirigiu a duas salas contíguas.

"Ali foi onde começou a carnificina", disse Steve McCraw, diretor do Departamento de Segurança Pública do Texas.

As identidades das vítimas foram sendo reveladas na medida em que seus familiares compartilham suas dores na internet: Xavier López, um menino de 10 anos que adorava dançar; Ellie García, a menina "mais feliz do mundo", nas palavras de seu pai, e Amerie Jo Garza, uma garota com um sorriso radiante que acabava de comemorar seu décimo aniversário.

- Como o atirador foi parado? -

A polícia chegou ao local do massacre em resposta a um relato de um veículo acidentado.

Ao ouvir os disparos provenientes da escola, correram para dentro do recinto e foram atacados por disparos. Alguns policiais começaram a quebrar as janelas e a retirar crianças e funcionários.

A polícia ajudou a parar o atirador com uma equipe tática que incluía agentes da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos, que tem uma unidade nesta cidade situada a apenas 100 km da fronteira com o México.

"Ao entrar no edifício, os policiais e outros agentes trocaram tiros com o agressor, que estava entrincheirado", disse Marsha Espinosa, porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

As forças de segurança "se interpuseram entre o atirador e as crianças para desviar a atenção dele das possíveis vítimas", explicou.

Foram mais de 30 minutos desde que Ramos entrou na escola até que um dos agentes da Patrulha de Fronteira finalmente atirou contra ele e o matou.

O balanço dramático do massacre ocorrido ontem em uma escola primária do Texas está fortemente relacionado ao fato de que o assassino, Salvador Ramos, estava equipado com uma variante civil de um fuzil de assalto militar projetado para fazer o maior número possível de vítimas em tempo recorde.

Conhecido nos Estados Unidos como AR-15, trata-se de um fuzil semiautomático com múltiplas versões. Seu design militar é M16, que pode ser descarregado em modo automático. Ramos conseguiu matar 19 alunos e dois professores, apesar de a polícia estar no local.

Mesmo antes disso, os AR-15, de venda livre, já haviam mostrado sua triste eficácia na série de tiroteios que deixaram os Estados Unidos de luto. "Não existe uma diferença significativa entre esses fuzis e armas militares", ressaltou o centro de estudos especializado Violence Policy Center. Em vários massacres nos Estados Unidos foram usados esses fuzis, dotados de carregadores com grande capacidade.

Em 1º de outubro de 2017, o sexagenário que atirou do 32º andar de um hotel em Las Vegas, deixando 58 mortos e cerca de 500 feridos durante um show de música country, possuía vários desses fuzis.

"Essas armas são usadas para cometer atos terríveis. São chamadas de máquinas de matar perfeitas. Disparam em uma velocidade vertiginosa balas que atravessam corpos e causam carnificinas terríveis", declarou Joe Biden quando era vice-presidente de Barack Obama.

Em 1994, o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma lei que proibiu por 10 anos os fuzis de assalto e alguns carregadores de grande capacidade. A proibição expirou em 2004 e não foi renovada, apesar de múltiplas tentativas.

O mercado desses fuzis extremamente perigosos vai de vento em popa. As fabricantes os apresentam como objetos de caça, esporte ou recreação, ou como a melhor resposta para a necessidade de autodefesa dos americanos.

Um ataque a tiros em uma escola infantil do Texas, nos Estados Unidos, deixou ao menos 15 mortos na tarde desta terça-feira, 24. Entre as vítimas, estão 14 crianças e um professor.

O atirador suspeito, um homem de 18 anos, também morreu no local. Segundo o governador do Texas, Greg Abbott, a suspeita inicial é que ele foi morto pelos policiais que foram chamados ao local. O atirador tinha um revólver e possivelmente um fuzil.

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O crime aconteceu na cidade de Uvalde, cerca de 130 quilômetros a oeste de San Antonio, menos de duas semanas depois que um atirador abriu fogo em um supermercado em Buffalo, em Nova York, e matou 10 negros em um crime descrito pelas autoridades como crime de ódio. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi avisado do tiroteio e deve se pronunciar em breve.

As autoridades médicas do Texas informaram inicialmente que as crianças foram socorridas após o tiroteios e transportadas feridas ao Uvalde Memorial Hospital com vida. No entanto, Abbott disse posteriormente que 14 delas morreram. "Ele atirou e matou horrivelmente, incompreensivelmente, 14 alunos e matou um professor", disse Abbott.

Segundo o diretor do Uvalde Memorial Hospital, Adam Apolinar, duas crianças morreram ao chegar no hospital. Os nomes e as idades das vítimas não foram divulgadas.

Outro hospital, o University Health, em San Antonio, afirmou que atendeu uma criança e um adulto vítimas do tiroteio. O adulto é uma mulher de 66 anos e a criança é uma menina de 10 anos, que estavam em estado crítico.

As autoridades não forneceram imediatamente quaisquer detalhes sobre o tiroteio, embora o Departamento de Polícia de Uvalde tenha dito pouco que o atirador estava sob custódia pouco depois das 13h (horário local).

O Distrito Escolar Independente Consolidado de Uvalde disse no Twitter que houve um "atirador ativo" na escola por volta do meio-dia. O distrito escolar disse que designou o Centro Cívico DeLeon, a cerca de um quilômetro e meio da escola, como um local de reunificação para os pais buscarem seus filhos.

Uvalde é uma cidade de cerca de 16 mil pessoas e é a sede do governo do condado de Uvalde. A cidade fica a cerca de 120 quilômetros da fronteira com o México.

A Robb Elementary, escola onde aconteceu o tiroteio, fica em um bairro predominantemente residencial de casas modestas. Há uma casa funerária do outro lado da rua da escola. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O que um pai é capaz de fazer para salvar o filho? Um vídeo compartilhado nas redes sociais pode servir como exemplo. Landis Hooks aparece arriscando a sua própria vida para proteger o filho de 18 anos, Cody, após o garoto cair de cima de um touro em um rodeio no Texas, nos Estados Unidos.

"Eu faria tudo para salvar os meus filhos, não importa o que seja", disse Hooks, em entrevista ao canal CBS.

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Nas imagens, é possível ver que alguns segundos após entrar no rodeio, o jovem Cody é derrubado do touro e cai no chão inconsciente com o impacto da queda. Ao ver a situação e a violência do animal que volta para atacar o garoto, o pai, sem pensar duas vezes, joga o corpo sobre o do filho e recebe todo o impacto da chifrada.

Apesar do ataque violento do animal, os dois não sofreram ferimentos e passam bem.

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O procurador-geral do Estado norte-americano do Texas entrou com uma ação contra a Meta Platforms, controladora do Facebook, nesta segunda-feira, 14, alegando que o hoje descontinuado uso da tecnologia de reconhecimento facial pela gigante da mídia social violava as proteções de privacidade estaduais para dados biométricos pessoais.

O processo, aberto no Tribunal Distrital Estadual de Marshall pelo procurador-geral do Texas, Ken Paxton, busca penalidades civis de centenas de bilhões de dólares, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.

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Em um comunicado, Paxton afirmou que a captura da geometria facial pela empresa em fotografias que os usuários enviaram de 2010 até o final do ano passado resultou em "dezenas de milhões de violações" da lei do Texas.

"O Facebook vem coletando secretamente as informações mais pessoais dos texanos - fotos e vídeos - para seu próprio lucro corporativo", disse Paxton. "A lei do Texas proíbe tal colheita sem consentimento informado há mais de 20 anos. Enquanto os texanos comuns usam o Facebook para compartilhar inocentemente fotos de entes queridos com amigos e familiares, agora sabemos que o Facebook tem ignorado descaradamente a lei do Texas na última década. "

O Facebook já havia fechado acordo para encerrar outro processo sobre suas práticas de reconhecimento facial por cerca de US$ 650 milhões.

Essa ação coletiva, movida em 2015, foi submetida à lei de privacidade biométrica de Illinois, que é semelhante em alguns aspectos à lei do Texas. Ambas as leis exigem o consentimento dos indivíduos antes que seus identificadores biométricos possam ser capturados.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou, neste domingo, 16, como um ato de terrorismo a tomada de reféns no sábado, 15, em uma sinagoga no Estado do Texas e pareceu confirmar que o agressor, que morreu depois, exigia a libertação da terrorista condenada Aafia Siddiqui. "Esse foi um ato de terrorismo relacionado a alguém que foi detido há 15 anos e está preso há 10 anos", declarou Biden à imprensa, durante uma visita a uma organização de ajuda contra a fome na cidade da Filadélfia.

O FBI (polícia federal norte-americana) informou na tarde deste domingo que o sequestrador era um cidadão britânico de 44 anos chamado Malik Faisal Akram.

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"Neste momento, não há indicação de que outros indivíduos estejam envolvidos", disse um comunicado do FBI em Dallas, acrescentando que os investigadores continuam analisando evidências da sinagoga.

Malik Faisal Akram foi baleado e morto depois que o último dos reféns foi solto por volta das 21 horas de sábado (hora local, meia-noite no Brasil) na Congregação Beth Israel, perto de Fort Worth. No comunicado, o FBI não forneceu um possível motivo para a ação.

Akram pode ser ouvido reclamando em uma transmissão ao vivo pelo Facebook e exigindo a libertação de uma neurocientista paquistanesa que foi condenada por tentar matar oficiais do Exército dos EUA no Afeganistão.

As porta-vozes do FBI e da polícia se recusaram a responder perguntas no sábado à noite sobre quem atirou em Akram quando o impasse terminou.

Siddiqui, que é conhecida em círculos de contraterrorismo como "Lady Al-Qaeda", era ligada ao líder de grupo dos ataques do 11 de Setembro, Khalid Sheikh Mohammed, e já fez parte da lista do FBI de terroristas mais procurados.

Educada nos EUA - ela estudou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) - Siddiqui foi presa em 2008 no Afeganistão transportando cianeto de sódio, além de documentos descrevendo como fazer armas químicas e bombas sujas e como usar o Ebola como arma.

Enquanto agentes do FBI tentavam interpelar Siddiqui, ela agarrou uma arma deixada sobre a mesa na sala de interrogatório e disparou neles. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Texas começou a construir seu próprio "muro" - enormes barras de aço - na fronteira com o México, disse seu governador, o republicano Greg Abbott, que criticou o governo federal por não fazer o suficiente para impedir a imigração clandestina.

"O Texas está dando um passo verdadeiramente sem precedentes" no país, disse Abbott em coletiva de imprensa, com a construção de "um muro em nossa fronteira para garantir e salvaguardar a soberania dos Estados Unidos, assim como de nosso próprio estado".

Ele acrescentou que se trata de uma medida "necessária por um único motivo: o governo Biden não fez seu trabalho", afirmou Abbott de Rio Grande City, diante de um guindaste e barras de aço.

O governador, que tem ambições além das fronteiras de seu estado, denunciou as "consequências mortais" da política do presidente democrata Joe Biden.

"Este muro de fronteira que você vê atrás de nós é uma réplica do muro de fronteira que o presidente Trump ergueu. Mesmo material, mesmo conceito", acrescentou.

A construção de um muro na fronteira entre o México e os Estados Unidos foi uma das principais promessas de campanha de Donald Trump na corrida presidencial de 2016.

Durante seu mandato (2017-2021), Trump construiu algumas partes, mas Biden interrompeu as obras.

Abbott garantiu à Fox News que seu estado conseguiu avançar "rápido" com a construção, pois ocorre em terras sob a jurisdição do Texas ou de proprietários "que estão (...) fartos do governo Biden".

O presidente democrata recebe críticas por sua política migratória dos dois lados: a esquerda o considera dura demais e a direita, frouxo demais.

Uma estudante de 22 anos encurralada no meio da multidão em uma correria no festival Astroworld, realizado no Texas, não resistiu aos ferimentos, anunciaram membros de sua família nesta quinta-feira (11), tornando-se a nona vítima fatal do evento musical.

Bharti Shahani ficou internada em um hospital na área metropolitana do Texas por quase uma semana.

"Quero meu bebê de volta", implorou sua mãe em lágrimas na frente dos repórteres.

Shahani assistia ao show do rapper americano Travis Scott, quando uma terrível avalanche humana deixou outras oito pessoas mortas e centenas de feridos.

"Uma pessoa caiu e as outras seguiram como dominós", contou ao canal de TV local ABC13 Mohit Bellani, primo da jovem que morreu nesta quinta-feira, que a acompanhava no festival.

"Havia corpos empilhados, nós lutamos para chegar à superfície e respirar para nos mantermos vivos", disse ele.

Um menino de 9 anos, Ezra Blount, está entre a vida e a morte.

Já foram apresentadas dezenas de denúncias contra os organizadores do show. O principal acusado é o rapper Travis Scott, organizador central do evento e presente no palco no momento da tragédia.

Autoridades do Texas investigavam neste sábado a tragédia ocorrida na véspera durante um grande show de rap, na qual oito pessoas morreram e 17 ficaram feridas.

Cerca de 50 mil pessoas estavam reunidas no NRG Park de Houston ontem à noite quando a multidão começou a se mover em direção ao palco enquanto o artista Travis Scott se apresentava, o que resultou em cenas de caos.

"Vi pessoas pularem as grades e sem conseguir respirar. Foi horrível", contou hoje à AFP Gavyn Flores, 18, que estava no show e ficou bloqueado perto de uma grade durante horas. "As pessoas tentavam sair, mas não conseguiam se mexer."

"A multidão começou a se aglomerar na frente do palco. Isso criou um movimento de pânico, que deixou muita gente ferida", disse o chefe dos bombeiros de Houston, Samuel Peña, em entrevista coletiva. "Temos oito mortos esta noite (sexta-feira), e vários feridos", acrescentou, especificando que a causa das mortes não foi confirmada.

Oito pessoas morreram e entre 17 e 23 ficaram feridas, informou o prefeito de Houston, Sylvester Turner. Ele declarou à rede de TV CNN que autoridades estão analisando vídeos da tragédia e ouvindo testemunhas, organizadores e pessoas que foram hospitalizadas.

Mais de 300 pessoas receberam atendimento no local com ferimentos leves na primeira noite do Festival Astroworld, de dois dias, que Scott ajudou a organizar, segundo autoridades. O artista interrompeu o show várias vezes quando viu fãs angustiados perto do palco, informou o jornal "Houston Chronicle".

- 'Devastado' -

Os sobreviventes descreveram cenas caóticas, com pessoas esmagadas e outras lutando para respirar, de acordo com o Houston Chronicle. "Estávamos abraçados uns aos outros para evitar sermos separados", disse um sobrevivente. "Se a gente se soltasse, com certeza ia se separar", completou.

Outra pessoa contou ao jornal que teve de carregar um homem que havia caído sobre as barricadas de segurança e depois viu paramédicos aplicaram nele uma técnica de reanimação.

"Estou absolutamente devastado com o que aconteceu ontem à noite", tuitou Scott. "Minhas orações estão com as famílias e todos aqueles afetados."

Mais de 360 policiais e 240 seguranças foram contratados para o festival. Segundo a polícia de Houston, os fatos se sucederam rapidamente. "Em um intervalo de poucos minutos, subitamente, várias pessoas tiveram algum tipo de parada cardíaca", relatou o subchefe de polícia Larry Satterwhite.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram paramédicos atendendo pessoas desmaiadas durante o show. Em outras imagens, dezenas de pessoas se aglomeram nas portas de acesso, sem que os seguranças consigam conter o fluxo.

Os organizadores cancelaram o restante do festival, que não continuará neste sábado. "Nossos corações estão com a família do Festival Astroworld esta noite, especialmente com os que perdemos e com seus entes queridos", disseram os organizadores na conta do evento no Instagram. "Estamos concentrados em ajudar as autoridades.”

O Astroworld é um festival de música criado pelo próprio Scott, em 2018. O rapper, de 29 anos, que tem um filho com a estrela de reality show Kylie Jenner, ficou conhecido em 2013 e teve seis indicações ao Grammy.

Neste fim de semana, outros shows também estavam programados, como o dos rappers Chief Keef e 21 Savage, e o do grupo de rock australiano Tame Impala. Em sua apresentação de ontem, Scott dividia o palco com o astro do rap canadense Drake.

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Um avião com 21 pessoas a bordo caiu nesta terça-feira (19) ao decolar perto de Houston, Texas, e todos os passageiros e a tripulação conseguiram sair da aeronave antes que se incendiasse, informaram os bombeiros.

Imagens de televisão mostraram bombeiros jogando água nos destroços em chamas do avião, que cruzou uma cerca e parou em uma estrada rural cercada por árvores e arbustos.

A fuselagem foi queimada até as cinzas e apenas parte da cauda ficou inteira, enquanto fumaça preta saía dos destroços.

O avião - um bimotor McDonnell Douglas, de acordo com um funcionário local - foi quase totalmente destruído pelas chamas, segundo imagens impressionantes divulgadas pelos serviços de emergência. Há apenas um ferido registrado, disse o Departamento de Bombeiros de Katy, ao oeste de Houston.

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"Felizmente os 21 passageiros, incluindo os três tripulantes, foram registrados como retirados deste bimotor pouco antes que fosse tomado pelas chamas", disseram os bombeiros.

O avião McDonnell Douglas caiu quando decolava no Aeroporto Executivo de Houston, Brookshire, com destino a Boston, disseram as autoridades.

No avião viajavam pessoas que compareceriam à noite ao jogo de beisebol entre os Astros de Houston e os Red Sox de Boston.

O KHOU News de Houston informou que o proprietário do avião, James Alan Kent, estava a bordo.

Tim Gibson, diretor dos serviços de emergência do condado de Waller Harris, disse que "estavam atordoados, muito atordoados, mas saíram por conta própria".

"Sempre esperamos o pior, mas desejamos o melhor; hoje obtivemos de forma absolutamente positiva o melhor resultado que podemos esperar neste incidente", reconheceu Gibson em coletiva de imprensa.

Ele confirmou que as equipes de bombeiros extinguiram o incêndio "após um grande esforço" para controlar a queima de combustível.

As autoridades disseram que um dos passageiros era um menino de 10 anos e que duas pessoas foram levadas para tratamento de ferimentos leves, como dores nas costas, após o acidente.

"O avião não atingiu altitude no final da pista e cruzou a Morton Road, parando no campo logo ao norte do aeroporto, onde pegou fogo", disse o juiz Trey Duhon do condado de Waller no Facebook.

Milhares de haitianos que cruzaram o Rio Grande estão dormindo em acampamentos montados embaixo de uma ponte no sul do Texas, o retrato de uma nova emergência humanitária e desafio logístico para agentes migratórios americanos.

Autoridades de Del Rio, no Texas, estimam que mais de 10 mil migrantes se instalaram em um acampamento improvisado nos últimos dias, de onde aguardam resposta sobre seus pedidos de asilo. A maior parte deles é de haitianos vindos da América do Sul, incluindo o Brasil. Mais de 29 mil haitianos chegaram aos EUA nos últimos 11 meses, segundo dados oficiais, incluindo famílias de nacionalidades mistas, com crianças nascidas no Brasil, Chile e outros países vizinhos.

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O Estadão noticiou em agosto que a reabertura de algumas fronteiras na América do Sul, após o aumento no ritmo de vacinação contra a covid-19, fez com que imigrantes voltassem a tentar a travessia da América Central em direção aos EUA. O movimento fez com que, pela primeira vez em décadas, o maior fluxo não viesse de mexicanos e centro-americanos.

O prefeito de Del Rio, Bruno Lozano, descreveu as condições sob a ponte como "miseráveis", afirmando que se assemelhavam a uma favela, com pouco acesso a água potável, comida e apenas alguns banheiros químicos. "São 9 mil pessoas ansiosas e estressadas", disse Lozano.

Água potável, toalhas e outros itens básicos estão sendo distribuídos no local, de acordo com autoridades de fronteira, mas funcionários que trabalham na região afirmam que as condições sanitárias são precárias. Famílias com crianças pequenas estão recebendo prioridade de remoção da área da ponte.

Del Rio é uma cidade de 35 mil habitantes às margens do Rio Grande, a 240 km de San Antonio. O município, cercado por ranchos, arbustos espinhosos e enormes árvores de algaroba, tornou-se o centro do drama humanitário após virar rota de migrantes, que acreditam ser o caminho mais seguro para a travessia.

Deportações

A pressão cresce também para o governo de Joe Biden, que prometeu rever a política de imigrantes de Donald Trump. No caso específico do Haiti, Biden reduziu os voos de deportação após o assassinato do presidente haitiano, Jovenel Moise, em julho, e do terremoto de magnitude 7,2, em agosto, que matou mais de 2 mil pessoas. Ele também ampliou o status de proteção temporária para haitianos, o que reduz o risco de deportação.

"Vejo pessoas corajosas que, em vez de cair na armadilha do conformismo, optam por encontrar uma vida melhor", disse Wendy Guillaumetre, de 31 anos, que passou quatro anos no Chile antes de partir com a mulher e a filha de 3 anos para os EUA.

Para muitos, a rota passa pela região de Darién, a densa selva repleta de cobras e rios traiçoeiros que separa a Colômbia do Panamá, cujos caminhos enlameados são usados há muito tempo por contrabandistas. Apenas neste ano, as autoridades panamenhas dizem que o número de pessoas que cruzam a área atingiu níveis recordes, com 70 mil imigrantes se registrando em abrigos do país após fazer o perigoso trajeto.

A maioria das pessoas que cruzam a região de Darién é de haitianos que viviam no Brasil e no Chile e perderam os empregos com a pandemia. Com requisitos de visto quase impossíveis de serem cumpridos e pelo custo dos voos para os EUA, a única alternativa é fazer a jornada a pé.

O perigo, contudo, não vem apenas pela selva. Após chegarem ao Panamá, os imigrantes precisam percorrer quatro países da América Central, incluindo El Salvador e Honduras, conhecidos pela presença de grupos criminosos, até chegarem ao México, onde o trecho final da viagem começa.

Entre janeiro e agosto, cerca de 147 mil migrantes ilegais foram identificados no México - o triplo do que se viu em 2020 -, enquanto um número recorde de 212 mil imigrantes foram detidos somente em julho pelo Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma menor estuprada, uma mulher agredida, uma paciente com um feto inviável... Desde que o Texas, nos Estados Unidos, proibiu quase todos os abortos, equipes médicas de estados vizinhos notaram um fluxo de mulheres "desesperadas" para suas clínicas.

"Um dos casos mais dolorosos é o de uma menor, estuprada por um membro de sua família, que dirigiu entre sete e oito horas" para fazer um aborto fora do Texas, diz em documentos judiciais Joshua Yap, um médico da organização Planned Parenthood.

Uma lei que proíbe o aborto após seis semanas de gestação, inclusive em casos de estupro ou incesto, entrou em vigor em 1º de setembro neste vasto estado conservador. Até agora, a Suprema Corte se recusou a bloqueá-la.

"Desde então, temos visto um fluxo sem precedentes de texanos aos nossos centros em Oklahoma", contou Joshua Yap em uma declaração enviada a um juiz federal na terça-feira, em apoio a um apelo formulado pelo governo Joe Biden contra a lei.

De 1 a 12 de setembro, sua clínica em Tulsa interrompeu a gravidez de 69 texanas e outras 240 já marcaram consultas em Oklahoma nas próximas semanas.

“Estamos fazendo todo o possível para atendê-las, mas os prazos estão cada vez mais longos”, lamentou.

Aos descrever as "diversas razões" pelas quais essas mulheres não querem continuar com a gestação, ele cita o exemplo de uma mulher estuprada "furiosa por não poder fazer um aborto perto de sua casa".

Vicki Cowart, que dirige clínicas da Planned Parenthood no Colorado, Novo México e Nevada, relata, também como parte desse procedimento, o caso de uma mulher que estava grávida de um feto inviável.

"O médico dela no Texas disse que ela tinha que levar a gravidez até o fim e ver seu feto morrer depois de dar à luz ou sair do estado", explicou. A mulher decidiu viajar para o Colorado.

"Uma de nossas pacientes está tentando deixar o Texas em silêncio, sem contar ao marido, porque ele é violento e ela não quer levar a gravidez até o fim", disse Cowart.

"Desesperada", essa mulher luta "para arrecadar fundos, inclusive com a venda de itens pessoais", mas "tem medo de ser descoberta".

Desde 1º de setembro, a organização Fund Texas Choice, que fornece assistência logística a mulheres que desejam abortar, viu o número de ligações recebidas aumentar de dez por semana para mais de dez por dia. Também tem marcado consultas em clínicas cada vez mais distantes do Texas, como em Seattle, no noroeste dos EUA, segundo sua codiretora Anna Rupani.

“Embora nossas equipes trabalhem entre 12 e 14 horas por dia, não vamos aguentar” se a lei não for suspensa, alertou.

O furacão Nicholas tocou o solo no estado americano do Texas na madrugada de terça-feira (14) e ameaça provocar chuvas perigosas e inundações, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC).

Nicholas, que ganhou força de furacão de categoria 1, tem ventos de 120 km/hora, com rajadas mais fortes, e deve provocar até 45 cm de chuva na área de Houston, de acordo com o serviço de meteorologia.

"Nicholas toca o solo ao longo da costa do Texas", informou o NHC no boletim mais recente, divulgado Às 5h30 GMT (2H30 de Brasília).

Nicholas "está trazendo chuvas fortes, ventos intensos e tempestades ciclônicas para áreas da costa central e norte do Texas", indicou o NHC no boletim anterior.

"As chuvas podem produzir inundações repentinas consideráveis", completou.

Pouco antes de tocar o solo, o olho do furacão estava 30 km ao sudeste de Matagorda, no Golfo do México. A localidade fica a poucos quilômetros de Houston, a maior cidade do Texas.

De acordo com a trajetória prevista, o olho do furacão Nicholas "deve se deslocar sobre o extremo sudeste do Texas na terça-feira e nas primeiras horas de quarta-feira, e passar pelo sudoeste da Louisiana mais tarde na quarta-feira".

O NHC também emitiu uma advertência de tempestade ciclônica para grande parte da costa do Golfo, o que significa que "há um perigo de inundação fatal pelo aumento do nível da água que se desloca para o interior da costa".

"Esta é uma situação que ameaça a vida", destacou o Centro, ao pedir às pessoas da região que "adotem todas as medidas necessárias para proteger a vida e a propriedade das inundações e de outras possíveis condições perigosas".

Sylvester Turner, prefeito de Houston - cidade muito afetada pelo furacão Harvey em 2017 - disse que o governo está em alerta máximo.

As autoridades instalaram barricadas, ativaram um centro de gestão de emergências em Houston e pediram precaução aos moradores.

A iminente chegada da tempestade provocou o cancelamento de muitos voos nos aeroportos da região de Houston. O canal de navegação do porto da cidade também foi fechado.

As escolas suspenderam as aulas na segunda-feira à tarde em toda a região afetada pela tempestade e permanecerão fechadas nesta terça-feira.

O governador do Texas, Greg Abbott, pediu aos habitantes do estado que respeitem as diretrizes das autoridades locais.

"Corresponde a todos os texanos que estão na trajetória desta tempestade tomar precauções, seguir as instruções das autoridades e permanecer atentos", afirmou em um comunicado.

Atores de Hollywood, músicos e outras celebridades criticaram nesta quinta-feira (2) uma nova lei que proíbe o aborto em praticamente qualquer circunstância no Texas, um estado conservador dos Estados Unidos.

Reese Witherspoon, Eva Longoria Baston e P!nk foram alguns dos famosos que condenaram o projeto conhecido como "lei do batimento cardíaco".

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O texto proíbe a interrupção da gestação a partir do momento em que o batimento cardíaco do embrião pode ser detectado, o que geralmente ocorre na sexta semana, quando muitas mulheres ainda nem sabem que estão grávidas.

"É muito simples. Devemos ter o direito de decidir sobre nossa saúde e futuro", tuitou a estrela de "Desperate Housewives" Eva Longoria Baston.

“Mas com a extrema proibição do aborto [no Texas] e outros estados aprovando um número recorde de restrições ao aborto este ano, temos que lutar pela liberdade reprodutiva de cada uma”, acrescentou.

A atriz e produtora Reese Witherspoon disse: "Estou com as mulheres do Texas que têm o direito constitucional de tomar decisões sobre sua saúde e seus próprios corpos."

A cantora P!nk também se manifestou contra a norma. “Expresso minha solidariedade com as pessoas [no Texas] que, a partir de agora, enfrentam uma proibição extrema do aborto a partir de seis semanas”, afirmou.

"Esta proibição (...) servirá de modelo para outras proibições nos Estados Unidos, a menos que façamos algo a respeito", continuou.

O grito das celebridades aumenta a onda de reações desencadeadas depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos se recusou a bloquear a lei que não concede exceções para casos de estupro ou incesto. A única opção contemplada é quando a saúde da mulher está em perigo.

"A decisão da Suprema Corte é um ataque sem precedentes aos direitos constitucionais das mulheres desde Roe contra Wade, que tem sido o marco legal há quase 50 anos", disse o presidente Joe Biden em um comunicado.

A decisão do caso Roe contra Wade (1973) garantiu o direito ao aborto nos Estados Unidos enquanto o feto não é viável fora do útero, ou seja, entre as semanas 22 e 24 da gestação.

A lei aprovada no Texas, um estado dominado pelo Partido Republicano, é particularmente polêmica porque permite que as pessoas processem médicos que realizarem abortos, com penalidades financeiras de até 10 mil dólares para cada procedimento feito.

Leis similares foram aprovadas em uma dúzia de estados liderados pelos conservadores republicanos.

A nomeação de três juízes para a Suprema Corte pelo ex-presidente Donald Trump deu poder àqueles que buscam uma oportunidade de reverter uma lei que consideram contrária à vontade de Deus, especialmente os evangélicos.

O governador do Texas, Greg Abbott, busca construir um novo muro de fronteira entre o México e aquele estado do sul dos Estados Unidos, retomando assim o trabalho realizado pelo ex-presidente republicano Donald Trump e interrompido por seu sucessor, o democrata Joe Biden.

Denunciando que a imigração ilegal está "fora de controle" e anunciando uma série de medidas para fortalecer os recursos policiais para a detenção de migrantes, o governador republicano apresentará seu plano de construção na próxima semana, disse ele em entrevista coletiva nesta quinta-feira (11).

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No entanto, há dúvidas sobre a viabilidade do projeto, uma vez que parte das terras da fronteira é propriedade do governo federal ou de pessoas físicas.

A construção de um novo muro "anti-imigrante" nos mais de 3.000 km de fronteira entre o México e os Estados Unidos foi uma das principais promessas de campanha de Trump para as eleições presidenciais de 2016, argumentando que protegeria o país dos indocumentados, criminosos e traficantes de drogas.

"Promessa feita, promessa cumprida", disse a Casa Branca em janeiro, durante a visita de Trump ao Texas por ocasião da conclusão de mais de 700 km de muro.

Na verdade, um terço da fronteira já tinha um muro ou barreira antes de assumir o cargo, e as obras sob seu mandato consistiram principalmente em melhorias ou reforço de estruturas existentes.

As apreensões de imigrantes na fronteira EUA-México atingiram seu nível mais alto em 15 anos em março, aumentando a pressão sobre Biden, sinalizada pelos republicanos de minimizar a crise de imigração.

Dois ataques a tiros foram registrados neste domingo, 18, nos Estados Unidos. Um deles deixou três mortos e duas pessoas gravemente feridas em um bar em Kenosha, no Estado de Wisconsin. Em Austin, no Texas, outras três pessoas morreram também em tiroteio, próximo a um centro comercial e a um complexo residencial.

Não há registro de ligação entre as duas ocorrências.

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A polícia pediu que residentes próximos ao local do tiroteio em Austin ficassem em casa, já que o responsável pelos tiros ainda não foi encontrado.

Além de força policial ostensiva, com dezenas de viaturas, foram enviadas ao local ambulâncias, dois carros da SWAT, dois helicópteros e um drone. Parte de uma estrada próxima estaria bloqueada para buscas, informou a polícia.

Em Wisconsin, o suspeito também não foi encontrado ainda, porém o xerife do condado de Kenosha afirmou que a população não deve estar em perigo.

"Acreditamos que nosso suspeito sabia quem era seu alvo", disse David Beth em coletiva de imprensa.

Ele afirmou, ainda, que o suspeito havia sido expulso do bar, mas voltou e disparou tanto na área externa quanto interna. O local estava bastante movimentado, o que gerou correria e caos, segundo um morador próximo do local.

A polícia segue em busca dos atiradores em ambos os casos.

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