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O fim da cobrança da passagem no transporte coletivo público urbano avançou em 2023 no país como nunca registrado antes. Desde janeiro, foram 31 municípios que adotaram o sistema pleno, que abrange a tarifa zero no transporte durante todos os dias, para toda a população. O ano de 2021 foi o segundo em mais adesões: 15 cidades. No total, o país hoje conta com 94 municípios com Passe Livre pleno. Os dados são do pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Santini.

São Paulo é o estado com maior número de municípios com tarifa zero: 29, seguido de Minas Gerais (25), Paraná (11), e Rio de Janeiro (10). O estado paulista também lidera na quantidade de cidades que adotaram o Passe Livre em 2023. Dos 31 municípios que implementaram o sistema neste ano, dez estão em São Paulo, seguido de Minas Gerais (6), Santa Catarina (5), Rio de Janeiro (5), Paraná (3), Goiás (1), e Rondônia (1).

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“A gente está vivendo um momento de expansão da política de tarifa zero no Brasil. 2023 foi o ano em que houve mais adesões e a gente está vivendo uma tendência muito clara. Existe aí uma multiplicação de experiências, tem o que a gente chama de efeito contágio, ou seja, uma cidade vizinha influencia a outra, que influencia a outra, e a coisa vai se multiplicando”, destaca Santini.

Ele ressalta que o crescimento do número de cidades com tarifa zero no país ocorre dentro de um contexto de queda acentuada no número de passageiros do transporte público e da, consequente, crise do sistema de financiamento baseado na cobrança de passagens.

Dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) mostram que, no mês de outubro de 2013, foram transportados 398,9 milhões de passageiros no país. Em outubro de 2022, essa quantidade caiu para 226,7 milhões, com redução de 43%.   

De acordo com o pesquisador, a situação é de um círculo vicioso. Para manter a mesma receita com menos passageiros é necessário aumentar o valor da passagem; o aumento da passagem, no entanto, faz reduzir o número de passageiros.

“O modelo de financiamento baseado na receita das catracas não se sustenta mais. A gente tem vivido repetidos ciclos de perdas de passageiros, e isso tem uma influência direta aí na manutenção e gestão dos sistemas. E a tarifa zero surgiu como uma alternativa, como uma possibilidade, e é uma política especialmente interessante por reunir uma dimensão que ela é social e ambiental ao mesmo tempo”.

engenheiro Lúcio Gregori, secretário de transportes da gestão de Luiza Erundina na prefeitura de São Paulo (1989-1993), e elaborador do Projeto Tarifa Zero em São Paulo, afirma que, com as seguidas elevações no preço das tarifas do transporte, parte da população deixou de ter condição financeira de se locomover pelo transporte público. 

“[A diminuição das viagens é decorrência] de reajustes de tarifas cada vez maiores; por exemplo, em função do aumento do preço de combustíveis. Mas no geral, a questão é tarifária. Quer dizer, a tarifa foi aumentando numa proporção que os usuários foram perdendo as condições de pagá-la e foram deixando de usar o transporte coletivo. Fundamentalmente é isso”.

Dos 94 municípios que adotaram o Passe Livre no país, apenas 11 têm mais de 100 mil habitantes, encabeçados por Caucaia, no Ceará, com população de 355 mil pessoas; Luiziânia (GO) (209 mil); e Maricá (RJ) (197 mil). A complexidade dos sistemas de transporte das cidades mais populosas é apontada como um empecilho para adoção da tarifa zero nessas localidades.

No entanto, 2023 foi o ano em que mais cidades com mais de 100 mil habitantes adotaram o sistema gratuito para os passageiros, apontando uma nova tendência. Foram seis municípios: Luiziânia (GO) (209 mil habitantes); Ibirité (MG) (170 mil); São Caetano do Sul (165 mil) ; Itapetininga (SP) (157 mil); Balneário Camboriú (SC) (139 mil); e Ituiutaba (MG) (102 mil).    

“As cidades com mais de 100 mil habitantes estão adotando a tarifa zero, é parte de uma tendência. Existe agora uma maior percepção de que é possível estruturar tarifa zero também em cidades mais populosas, com redes de transporte público mais complexas”, diz Santini.

“Ao mesmo tempo que é mais desafiador você trabalhar com uma rede mais estruturada, é preciso lembrar também que as cidades mais populosas costumam ter um orçamento maior do que cidades menores. Isso também é um potencial”, acrescenta o pesquisador.

São Paulo

A maior cidade do país deu início, no último dia 17, a um sistema parcial de Passe Livre no transporte de ônibus no município, o Programa Domingão Tarifa Zero. A não cobrança das passagens tem validade somente aos domingos e nos feriados do Natal, Ano-Novo e aniversário da cidade (25 de janeiro), para toda a população.

De acordo com dados da prefeitura, o número de passageiros que utilizaram o sistema no primeiro domingo de passe livre cresceu 35% em relação aos domingos anteriores: passou de 2,2 milhões para 2,9 milhões de pessoas. Nas regiões periféricas, o aumento de usuários chegou a 38%.

“A cidade de São Paulo adotar a tarifa de anos nos domingos é um grande passo. A gente entende, cada vez mais, a mobilidade urbana como uma ferramenta de acesso à cidade. E a tarifa é uma barreira. Mesmo com pouca divulgação, já no  primeiro dia, teve 35% a mais. Isso demonstra que, de fato, a cobrança de passagem é uma barreira de acesso à cidade”, destaca a diretora do Instituto Multiplicidade e Mobilidade Urbana, Glaucia Pereira.

Ela ressalva que a decisão, mesmo tomada em véspera de ano eleitoral, vai ao encontro da Política Nacional de Mobilidade Urbana, de 2012, que prevê que o transporte nas cidades deve ser gerido para reduzir desigualdades e diminuir barreiras sociais.

“São Paulo sempre teve medidas eleitoreiras no transporte, só que a medida principal eleitoreira sempre foi fazer asfalto [para o carro]. E esse prefeito vem fazendo asfalto [para o carro]. Mas mesmo que essa medida [do Passe Livre aos domingos] seja eleitoreira, é a primeira vez que há uma medida eleitoreira de acordo com a política que diz que a mobilidade deve, na verdade, reduzir desigualdades e diminuir as barreiras”, ressalta Pereira.

Sucesso absoluto, o Expresso da Folia iniciou o seu 20º Carnaval do Recife levando os foliões ao Galo da Madrugada e ao Recife Antigo. A operação foi das 7h do sábado (18) às 5h da manhã deste domingo (5) e atendeu 8.549 foliões para ir e voltar da folia em 434 viagens. O serviço continuará neste domingo (19) diariamente das 15h às 5h da manhã do dia seguinte, encerrando a atuação na madrugada da Quarta-Feira de Cinzas. A passagem custa 15,00 e dá direito a ida e volta mediante apresentação da pulseira.

Em pesquisa de satisfação realizada pela CTTU no primeiro dia de operação, 72% dos usuários que responderam mostraram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com o serviço. “O Expresso da Folia é a melhor opção para chegar ao Carnaval do Recife porque é um transporte coletivo, que gera menos engarrafamento nos polos de folia e, com isso, conseguimos fazer uma operação de corredor exclusivo somente para esse transporte, o que garante mais agilidade na chegada dos foliões e também na saída”, explica a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.

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Os passageiros que embarcarem nos shoppings Plaza e Tacaruna vão desembarcar na Rua Vital de Oliveira, em frente ao Cais do Sertão. Quem optar pelos shoppings Recife e RioMar fará o desembarque no Cais Santa Rita, próximo à Ponte Giratória. Os pontos de retorno vão funcionar no mesmo ponto de desembarque.

A identificação dos passageiros será feita mediante apresentação da pulseira que será adquirida na hora da compra. Os foliões que optarem por deixar seus carros nos shoppings poderão apresentar a pulseira na cabine de pagamento do estacionamento e, dessa forma, pagar o valor único da tarifa de R$ 11,50 em todos os centros de compra. 

*Da assessoria 

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Embora a greve dos motoristas de ônibus da Região Metropolitana do Recife (RMR) cause transtornos, usuários que conhecem a realidade do transporte público apoiam a categoria. Esta quarta-feira (23) marca o segundo dia de paralisação dos rodoviários, que cobram por reajuste de acordo com a inflação, estabilidade de seis meses e retorno dos cobradores aos coletivos.

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A Justiça determinou que 50% da frota circule durante a greve, que segue sem expectativa de término. Contudo, a indicação não é cumprida, resultando em ônibus lotados e atrasos aos passageiros.

A opção para a assistente de serviços gerais, Aldenice dos Santos, foi sair de casa mais cedo e, apesar do risco de assalto, ela aprova a posição dos motoristas. "É um absurdo, pra ter um aumento ter que fazer greve. Isso não é justo, porque a gente depende do motorista", afirmou a profissional, que pede apoio ao governador Paulo Câmara (PSB) para negociar a normalização do serviço. 

A passageira teme não chegar a tempo ao trabalho e descreve a situação dos coletivos nesta manhã. "Tinha pouco ônibus. Saí de casa era umas 6h30 para chegar aqui às 7h30, mas com essa parada dos ônibus foi difícil. Pouquíssimos ônibus e estão lotados", relatou.

O estoquista Felipe dos Santos precisou pegar mais duas conduções para chegar ao Pina, na Zona Sul. Ele admite que a segurança dos passageiros fica exposta com o acúmulo de função, pois já viu condutores passando o troco ao volante ou errando no valor repassado. “A demora dos ônibus tá muito grande, mas acho justo porque o motorista não é contratado para passar troco. Isso demora mais o percurso do ônibus”, reforçou.

O porteiro Marcos Sheldon saiu de Pau Amarelo com destino ao bairro do Bongi, na Zona Oeste do Recife, e ressaltou o desrespeito à porcentagem de veículos que deveriam atender à população. "Tô desde 5h30 esperando um ônibus e até agora nada. Já são 7h30. Aí tá difícil hoje. Falaram que ia ter a probabilidade de 50% de ônibus circulando, mas infelizmente não tá tendo no tempo certo", reclamou.

Para o usuário, que percorre três municípios diariamente, a recontratação dos cobradores, que culminou na paralisação, é necessária. "Tá tirando o emprego de um cidadão", acrescentou.

Após o Congresso aprovar socorro financeiro de R$ 4 bilhões para as empresas de transporte coletivo de passageiros, o setor já se organiza para tentar emplacar um marco regulatório para o segmento. Associações de empresas estão em contato com técnicos do Executivo para tratar de um eventual projeto para ser apresentado ao Congresso no próximo ano. A ideia é consolidar um documento com os eixos defendidos pelas empresas e entregá-lo ao governo no início de dezembro.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a discussão é vista com bons olhos por técnicos dos Ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional, apesar de nenhuma decisão política ter sido tomada até o momento.

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"Vamos encaminhar (o texto) para o governo para que ele seja o indutor da política, assim como ocorreu com o novo marco legal do saneamento (sancionado recentemente)", disse o presidente executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Vieira da Cunha Filho.

Para ele, o projeto de socorro financeiro - que prevê uma série de compromissos a serem adotados no setor - representa um passo "inicial" que precisará ser detalhado neste marco legal. Pelo texto que agora aguarda a sanção do presidente Jair Bolsonaro, Estados, municípios e empresas só vão ter acesso aos recursos se aceitarem melhorar o atendimento, a governança, a transparência e a sustentabilidade do transporte coletivo.

"Isso faz com que os serviços sejam bem prestados para a população, o que não é o caso hoje da mobilidade", disse o secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério da Economia, Pedro Capeluppi, sobre o projeto recentemente aprovado.

Tarifa

Uma das principais reclamações do setor é sobre a tarifa do transporte estar dissociada do custo carregado pelas empresas. "O prefeito fixa a tarifa do que jeito que quiser", reclamou Cunha Filho. Técnicos do governo reconhecem, ainda reservadamente, que há espaço para avançar nessa pauta, mas sem propostas que criem mais despesas para a União.

O texto poderia, inclusive, prever que os compromissos a serem adotados pelas empresas que acessarem o socorro financeiro se tornem regra geral para o setor. Obrigar a licitação, fortalecer agências reguladoras para fiscalizar contratos e criar metas claras de qualidade são alguns dos pontos que caberiam num novo marco legal, por exemplo, na avaliação de técnicos do governo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A partir desta terça-feira (17), moradores de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, passam a contar com uma nova Estação de BRT. Localizada na Avenida Belmino Correia, a EBRT Frei Caneca deverá atender os usuários no sentido cidade/subúrbio e fica próxima a EBRT Eliza Cabral, que começou a operar no final do ano passado. Três linhas (duas de BRT e uma convencional) param no local para embarque e desembarque de passageiros que acessam o espaço exclusivamente com o cartão VEM.

Com uma estrutura semelhante às Estações de BRT transitórias que funcionavam na Avenida Conde da Boa Vista, no Recife, a EBRT Frei Caneca será atendida pelas linhas 2450 – TI Camaragibe (Conde da Boa Vista), 2480 – TI Camaragibe/Derby e 2490 – TI Camaragibe/TI Macaxeira, no sentido Recife – Terminal Integrado Camaragibe.

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O novo equipamento diminui as distâncias no Corredor Leste/Oeste, já que, até então, a última Estação antes do TI Camaragibe era a EBRT Areinha. Um percurso de 3,4 km que, agora, será reduzido pela metade. A expectativa é de atender, em média, 1,8 mil usuários por dia que poderão embarcar e desembarcar no centro comercial da cidade.

Para tirar dúvidas ou enviar sugestões e reclamações, a população pode entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cliente (0800 081 0158) ou WhatsApp (99488.3999), exclusivo para reclamações.

*Da assessoria.

A Câmara dos Deputados aprovou, nessa quarta-feira (26), o Projeto de Lei 3364/2020 que prevê o repasse de R$ 4 bilhões a estados, Distrito Federal e aos municípios com mais de 200 mil habitantes para garantir o serviço de transporte público coletivo de passageiros em razão da pandemia de Covid-19. A matéria segue para o Senado.

O texto prevê que, além das empresas privadas, os recursos poderão ser destinados às empresas públicas ou de economia mista que realizem o serviço de transporte, como empresas de metrô. Os recursos da medida são oriundos do Fundo das Reservas Monetárias (FRM), extinto por meio de uma medida provisória sancionada em junho pelo presidente Jair Bolsonaro.

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O texto estabelece que os recursos serão liberados mediante condições estabelecidas em termo de adesão. Os entes federados que receberem recursos ficarão proibidos de aumentar as tarifas do serviço.

Entre as condições está a revisão dos contratos de prestação do serviço de transporte público coletivo de passageiros até 31 de dezembro de 2021; adoção de instrumentos de priorização do transporte público coletivo de passageiros em relação ao transporte individual motorizado; proibição de novas gratuidades sem contrapartida e a definição de diretrizes para a redução gradual das emissões de dióxido de carbono (CO2) de origem fóssil e de poluentes, com a utilização de combustíveis e tecnologias mais limpas e sustentáveis.

Melhorias tecnológicas

O texto prevê ainda o incentivo à adoção de bilhetagem eletrônica e outras melhorias tecnológicas; prevê níveis mínimos de qualidade cujo desrespeito leve à perda do contrato; uso de sistema que permita a auditoria de bilhetagem e o monitoramento dos veículos por GPS; auditoria independente dos balanços a partir de 2021; e mecanismos que garantam a promoção da transparência, principalmente quanto à tarifa de remuneração da prestação do serviço.

A proposta estabelece que o operador do transporte coletivo deverá manter a quantidade de empregados igual ou maior que a existente em 31 de julho último em virtude do estado de calamidade pública provocado pela pandemia do novo coronavírus. 

Se a revisão de contrato não for feita até 31 de dezembro de 2021, o ente federado estará sujeito à suspensão das transferências voluntárias de recursos pela União para ações nas áreas de transportes ou mobilidade urbana; e poderá ser impedido de obter aval da União para empréstimos relacionados ao setor ou mesmo empréstimos e financiamentos em bancos federais.

O projeto prevê que o contrato surgido da revisão contratual poderá ter vigência máxima de 15 anos, sem prorrogação. A exceção é para trens e metrôs, cujos contratos poderão ser prorrogados se a vigência dos atuais vencer em até dez anos contados da publicação da futura lei e se o novo prazo durar até mais 30 anos, contados também da publicação da lei.

Distribuição dos recursos

O valor total dos recursos (R$ 4 bilhões) será distribuída na ordem de 30% (R$ 1,2 bilhão) para estados e o Distrito Federal e 70% (R$ 2,8 bilhões) para os municípios.

A medida prevê o rateio entre estados e DF proporcional à população de regiões metropolitanas, regiões integradas de desenvolvimento ou aglomerações urbanas que incluam ao menos um município com mais de 200 mil habitantes.

O prazo para os entes federados assinarem o termo de adesão será até 10 de dezembro de 2020. A parcela reservada a estados ou municípios que não tenham aderido será redistribuída entre os que aderiram, mantida a proporcionalidade prevista.

Mais uma situação complicada aflige os moradores do Rio de Janeiro que dependem do transporte coletivo. Na tarde desta quinta-feira (22), em uma das ruas de Copacabana, um homem tentou incendiar um ônibus com um produto que estava em sua bolsa. Depois da ação, o suspeito saiu do veículo e se esfaqueou.

Seis passageiros que estavam no veículo conseguiram sair, enquanto o motorista conseguiu apagar o fogo com o auxílio de um extintor. De acordo com o site Extra, apenas os bancos ficaram parcialmente incendiados. 

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O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar estiveram no local. Ainda não se sabe a identificação do suspeito, que precisou ser levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, depois de se esfaquear. Situação acontece dois dias depois de um homem armado fazer motorista e passageiros reféns dentro de um ônibus na Viação Galo Branco na Ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro.

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A Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) do Ceará autuou em flagrante um idoso de 69 anos por importunação sexual pela tentativa de ato libidinoso contra adolescente de 17 anos em um veículo de transporte alternativo. O caso ocorreu na manhã da quinta-feira (1º) no centro de Fortaleza-CE.

De acordo com a Polícia Civil, o homem foi conduzido para a delegacia após ser flagrado tentando praticar atos libidinosos ao lado da adolescente. A vítima relatou que estava na companha da avó e se sentou ao lado do idoso. Durante o trajeto, o acusado teria retirado uma revista erótica de dentro de sacola e tentado manter contato visual com a jovem.

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Uma mulher que estava próxima dos dois percebeu a ação e acionou a polícia. O idoso foi autuado por importunação sexual devido à tentativa de praticar ato libidinoso. Por se tratar de uma tentativa do crime, a lei prevê que seja arbitrada fiança pela polícia. Após o procedimento, o acusado pagou fiança e vai responder em liberdade.

 

 A Uber lançou um novo serviço de micro-ônibus nesta terça-feira (4), no Cairo, capital do Egito. Em seu site, a empresa diz que a nova modalidade de transporte - chamada Uber Bus - usa a tecnologia para que o usuário reserve um assento num coletivo limpo, com ar condicionado e de alta qualidade.

Os passageiros só poderão solicitar o Uber Bus se seus locais de embarque e desembarque estiverem dentro das vizinhanças listadas nos mapas. O passageiro então deve digitar seu destino e o aplicativo informará exatamente quanto custa a viagem. Após isso, basta esperar pelo ônibus.

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O aplicativo exibirá informações como dados sobre o motorista e ponto de embarque. Neste momento, o assento em um veículo limpo e com ar condicionado já foi reservado. Segundo o Uber, é importante que o passageiro chegue ao ponto de partida antes do ônibus, pois o coletivo só vai esperar pelo usuário por dois minutos antes de seguir viagem.

No momento em que subir no ônibus, o passageiro só precisa digitalizar um código de barras enviado para seu smartphone e pagar a viagem com dinheiro ou pelo aplicativo.

Em uma coletiva de imprensa com as famosas pirâmides de Gizé ao fundo, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, disse que a empresa quer aumentar seu número global de usuários de 100 milhões para 1 bilhão, e que o novo serviço Uber Bus faz parte desse plano.

"Este é um produto que construímos para o Cairo. Agora será a maneira mais acessível de usar a tecnologia Uber para percorrer a cidade", disse ele. "Estou especialmente orgulhoso de acrescentar que o Cairo é a primeira cidade global a lançar o Uber Bus, complementou.

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Os casos de abuso sexual no transporte público de São Paulo chegaram a 391 este ano, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública. Os registros incluem a capital e a Região Metropolitana. Ontem (27) foram detidos três homens por esse motivo, eles aguardam audiência de custódia para saber se serão liberados para responder ao processo em liberdade.

Por conta da recente onda de crimes dessa natureza que vêm sendo denunciados, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) aprovou dois projetos para tipificar e garantir punições mais severas para eles. De acordo com as propostas, os atos serão classificados como “constrangimento ofensivo ao pudor em transporte público”, com penas entre dois e quatro anos de prisão, que podem chegar a seis, nos casos em que for comprovada violência ou grave ameaça.

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"Muita gente tem interpretado que a decisão dos juízes, nesses casos, é uma decisão de tolerância, de leniência, quando, na verdade, não é. O problema é que a legislação existente no Brasil não qualifica adequadamente esse tipo de crime, visto que não é necessariamente um estupro, mas também não é um atentado simples ao pudor”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE), autor de uma das propostas.

Um ato ocorrido na semana passada se tornou pivô de uma discussão que divergiu opiniões entre especialistas e a população em geral. Diego Ferreira de Novais foi preso em flagrante após ejacular em uma mulher dentro de um ônibus.

O acusado já contabilizava mais 15 casos semelhantes em outras passagens pela polícia, mas, mesmo assim, de acordo com a interpretação do juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto, do Tribunal de Justiça de São Paulo, onde ocorreu o fato, não havia necessidade de manter o suspeito detido, “Entendo que a conduta pela qual o indiciado foi preso melhor se amolda à contravenção penal do artigo 61, Lei das Contravenções Penais - importunação ofensiva ao pudor, do que ao crime de estupro”, explicou. 

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O resultado do imbróglio gerou revolta nas redes sociais e a situação piorou quando, um dia após ser liberado, Diego cometeu novamente o mesmo ato, fazendo outra vítima. Ele foi preso mais uma vez em flagrante. Desta vez, teve a prisão preventiva decretada e por tempo indeterminado, em decisão do juiz Rodrigo Marzola Colombini. “Trata-se de crime sexual, que traz implícito comportamento repugnante, deplorável, praticado contra mulher em transporte público coletivo”, argumentou.

Como o assunto é tema de diversas discussões, o LeiaJa.com foi às ruas para ouvir a população sobre esses casos. Confira todas as opiniões no vídeo a seguir:

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Na manhã desta quarta-feira (5), o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Trânsito no Estado da Paraíba anunciou que haverá paralisação do transporte coletivo urbano na cidade de João Pessoa, na região metropolitana e intermunicipal, na madrugada da próxima segunda-feira (10). Os funcionários exigem reajuste salarial de 7%.

De acordo com o presidente do Sindicato, Antônio de Pádua, houve uma reunião com os empresários e com o MPT (Ministério Público do Trabalho) por duas vezes durante esta semana, no entanto, não foi definido nenhum acordo e a categoria decidiu a realização da greve. “Tivemos duas assembleias. Inicialmente, pedimos um reajuste de 12%, não chegando a um acordo, baixamos para 7%. Na primeira assembleia, os empresários ofereceram 1%. Nessa segunda (4), tivemos a segunda, e última, mesa redonda. Os empresários ofereceram 4%. Nós sabemos que esse valor não corresponde nem à inflação que o governo mente e diz que existe”, disse.

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O presidente esclarece que a categoria não tem a intenção de prejudicar a população, mas enfatiza que os motoristas não devem assumir as consequências da crise. “Todas as categorias do Nordeste fizeram negociações, todas em um patamar em torno de 6%, nenhum passou disso. E nós baixamos para 7%. A greve já foi decretada essa noite na assembleia do Sindicato. Nós estamos abertos à negociação. Fizemos isso durante anos. Quem menos fez greve foi o transporte para que ninguém ficasse prejudicado, mas este ano está difícil. Estamos esperando uma nova proposta, não queremos prejudicar a população. O momento é difícil, tanto para os trabalhadores, quanto para a população”, revelou.

Salário

Na Paraíba, o salário do motorista de ônibus é de R$ 2 mil na carteira assinada, com acréscimo de R$ 440 de ticket alimentação. Os motoristas que são cobradores ganham 2% do que foi apurado mensalmente no veículo que dirigem, o valor é referente a, no mínimo, R$357.

Sintur

Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de João Pessoa, Isaac Júnior, não foi definida nenhuma greve na assembleia realizada na última terça-feira (4). “Nós avançamos na conversa, mas na reunião de ontem (4) não foi sinalizada nenhuma greve. Isso nos traz muita preocupação, pois a população não merece isso”, lamentou o presidente. 

A Superintendência de Trânsito e Transportes de Campina Grande (STTP) realiza o recadastramento para as pessoas com deficiência, que são beneficiários da gratuidade nos transportes coletivos, até o dia 30 deste mês.

O recadastramento está sendo efetuado no setor de gratuidade da STTP, apenas nas segundas e terças-feiras, no período das 12h às 17h. Para regularizar é necessário levar o registro de nascimento, CPF, comprovante de residência no nome da pessoa que vai fazer a perícia médica, em caso de casa alugada deve portar cópia autenticada do contrato, Cartão do SUS atualizado, laudo médico com CID10 (em caso de surdez acrescentar audiometria), e o tipo sanguíneo.

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De acordo com a superintendência, o recadastramento é fundamental para as trocas das carteiras que irão vencer em junho deste ano. O calendário de avaliação médica, que iniciou em março, irá até o final do mês. O agendamento das datas é marcado conforme a entrega de documentação.

No entanto, o atendimento à solicitação do órgão ainda não atingiu 60% do total previsto. Os beneficiários que não regularizarem o cadastro perderão a licença da gratuidade no transporte coletivo.

Os motoristas de automóveis, coletivos e que fazem condução de presos deverão estar atentos às novas normas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), aprovadas nesta quarta-feira (19). As resoluções de n.º 624, 625 e 626 dizem respeito às normas que regulamentam as autuações para som automotivo, o transporte coletivo de passageiros e os requisitos de segurança para veículos de transporte de detentos. As medidas começam a vigorar a partir da data da publicação.

Condutores com som que possa ser escutado do lado externo do veículo, independente do volume ou frequência, e que perturbe o sossego público, em vias terrestres de circulação. serão autuados. A determinação dada aos agentes de trânsito será registrar infração grave, acrescida de mais cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), conforme estabelece o art. 228 do Código de Trânsito Brasileiro.

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A medida não inclui punição por ruídos produzidos por buzinas, alarmes, sinalizadores de marcha-a-ré, sirenes pelo motor e demais componentes obrigatórios do próprio veículo, bem como veículos prestadores de serviço com emissão sonora de publicidade, divulgação, entretenimento e comunicação. Para esses últimos casos, só serão permitidos desde que estejam autorizados por órgão ou entidade competente, além de veículos de competição e os de entretenimento público, que estejam permitidos a utilizar o som específico..

Para os casos de transporte coletivo de passageiros, todos esses veículos, fabricados em qualquer ano, devem obedecer aos limites máximos de peso bruto total (PBT) e peso bruto transmitido por eixo nas superfícies das vias públicas. De acordo com o Contran, a nova medida (Resolução de n.º 625) ficará em vigor enquanto a decisão judicial produzir efeitos. Esta decisão exclui a determinação de 2006 que apontava o aumento de peso apenas para veículos fabricados a partir de 1º de janeiro de 2012. A partir da nova norma, todos os veículos estão inclusos. 

A referência ao transporte de presos, na Resolução nº 626 estabelece requisitos de segurança este transporte conforme previsto pela Política Nacional de Trânsito. Segundo o Contran, o objetivo é a adequação do veículo para transporte de presos considerando a função, o meio ambiente e o trânsito. Além disso, regulamenta os procedimentos adotados pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para homologação de veículos junto ao Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam).

A nova norma exige que esse tipo de veículo tenha Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT), e poderão utilizar luz vermelha intermitente e dispositivo de alarme sonoro somente quando houver prioridade de trânsito e de livre circulação, estacionamento e parada, e em efetiva prestação de serviço de urgência que os caracterizem como veículos de emergência.

Apesar disso, há exceção na determinação. Não está entre a determinação o transporte provisório e precário, por motivo de força maior, de suspeitos de cometimento de crime em compartimento de carga de viaturas policiais. Fica proibido o transporte em compartimento de proporções reduzidas, com ventilação deficiente ou ausência de luminosidade.

Para quem vive no Recife, engarrafamentos e dificuldades de deslocamento de pedestres, usuários de transporte coletivo e ciclistas são enfrentados todos os dias. Os números ajudam a entender a magnitude do desafio da mobilidade na capital pernambucana. Em pesquisa da companhia holandesa TomTom, divulgada em maio deste ano, o Recife aparece como a cidade com o oitavo trânsito mais lento do mundo. Os recifenses gastam 44 minutos a mais por dia circulando pela cidade.

A frota de veículos não para de crescer. Dados do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran) mostram que o número de carros era de 403.676 em 2006. Dez anos depois, já são 679.298 automóveis – sem contar com os veículos da região metropolitana, já que muitos moradores de municípios vizinhos circulam diariamente na capital.

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No transporte coletivo, os usuários de ônibus somam 1,8 milhão diariamente. Para atender a tanta gente, existem cerca de 3 mil veículos e 54 quilômetros de corredor exclusivo para o modal. No metrô, que atende ao Recife e a mais quatro municípios, são 245 mil usuários por dia útil, de acordo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

“O Recife hoje está figurando na lista das cidades mais engarrafadas, a que tem mais violência no trânsito, a que mais se demora para esperar ônibus. O desafio que a gente vê é a priorização efetiva dos modais de transprotes mais eficientes e socialmente justos. Como diz a Política Nacional de Mobilidade Urbana, modos de transporte ativos e coletivos devem ser priorizados. Isso a gente tem visto muito pouco na cidade frente ao que se tem feito para o automóvel”, diz Daniel Valença, membro do núcleo executivo do Observatório do Recife.

Bicicleta

Em meio aos engarrafamentos, a bicicleta surge como um meio de transporte popular. Mais de 95% dos usuários usam esse meio de transporte para trabalhar, conforme pesquisa nacional Perfil do Ciclista Brasileiro. “Os números de algumas contagens, realizadas pela Ameciclo [Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife], passam de 3 mil deslocamentos de bicicleta. Fazendo um pequeno comparativo, São Paulo, por exemplo, tem ruas que, mesmo após a implantação de ciclovia, teve aumento de 100% nos deslocamentos e, ainda assim, não chegou aos 3 mil”, diz o relatório.

Recife tem cerca de 42 quilômetros (km) de corredores para ciclistas, entre ciclovias e ciclofaixas, sendo que 18 km foram criados no período da atual gestão. No entanto, a meta estabelecida no Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife, criado pelo governo do estado em parceria com os 14 municípios da área, prevê 71 km a serem construídos até 2017, da quais cerca de 63 km em 2014 e 2015.

A sociedade civil organizada têm demonstrado preocupação com o tema. Em julho, 79 grupos da sociedade civil participaram da 1ª Conferência Livre de Mobilidade do Recife, que divulgou 30 propostas e pediu a adesão dos candidatos a prefeito. Ao fim do prazo, o único a não assinar foi o atual prefeito, Geraldo Júlio (PSB).

Já no dia 20 de setembro o Desafio Intermodal Recife, realizado pela Ameciclo, o Observatório do Recife e o coletivo Direitos Urbanos, reuniu candidatos para testar diversos meios de transporte em um mesmo percurso de 10 km. Carlos Augusto (PV), Daniel Coelho (PSDB), Edilson Silva (PSOL), João Paulo (PT) e Priscila Krause (DEM) aceitaram o desafio. A forma de deslocamento foi sorteada para cada um. O horário escolhido foi 18h. O primeiro candidato a chegar, do PSOL, utilizou a bicicleta.

Mais ciclovias

O resultado do Desafio Intermodal reforça que o Recife tem uma vocação natural para a bicicleta. Plana, sem grandes alterações de relevo, deveria ter o desenvolvimento como um eixo de ações de mobilidade. O engenheiro Pedro Luiz Paes Barreto, um dos coordenadores da Ameciclo, afirma que, a despeito do potencial, a estrutura disponível para os ciclistas é precária. “Recife é uma cidade que conta hoje com 42 km de ciclofaixa, ciclovia e ciclorrotas. Isso é muito pouco, porque você tem uma demanda muito grande de estrutura. E a falta de estrutura acaba não resguardando aqueles que precisam utilizar, e impede que aqueles que querem usar a bicicleta como meio de transporte o façam por medo”, explica.

As ciclovias já disponíveis na cidade não podem ser totalmente aproveitadas, segundo Pedro, porque elas não têm uma ligação em rede – são descontinuadas, isoladas em diferentes pontos do Recife. Em determinados pontos-chave de conexão entre regiões da capital pernambucana, o ativista explica que o uso da bicicleta é inviável. “Você tem barreiras físicas que impedem que você consiga se deslocar dentro da cidade. Eu moro na zona norte, mas às vezes tenho que ir à zona sul. No meu percurso para a zona sul, eu teria que passar ou por uma BR ou por um viaduto, que é o Capitão Temudo. O pedestre também não consegue atravessar”.

A Ameciclo defende que, ao estimular o uso da bicicleta, menos carros vão congestionar as ruas do Recife. “Muitas das pessoas que fazem o uso do carro e migram para a bicicleta são pessoas que deixam de utilizar aquele meio de transporte nos sete dias da semana. E não fazem mais parte daquele engarrafamento. Isso vai simbolizar uma melhora para os usuários do carro e para os que usam o transporte público”.

Menos mortes no trânsito

Para Daniel Valença, integrante do Observatório do Recife, é preciso criar uma cultura mais "humana" no tráfego, com a criação de ciclovias e ciclofaixas em vias de alta velocidade e colocação de faixas exclusivas de ônibus. "E também a criação de zonas 30, onde fisicamente fica impossível que o motorista de automóvel ultrapasse 30 km por hora, porque ela tem passagem elevada de pedestres”, diz. “O principal desafio é a redução do número de mortes no trânsito. No Recife morrem tantas pessoas no trânsito quanto por arma de fogo. São 560 pessoas que morreram em 2014, os últimos dados que a gente tem, do Datasus”, acrescenta. 

De acordo com Valença, a gestão municipal  ainda não conseguiu transformar o discurso de mudar o sistema de mobilidade em prática. “O uso do dinheiro continua sendo feito para obras viárias, para o automóvel. A gente vê muito recapeamento de via e pouco crescimento de faixa exclusiva de ônibus, por exemplo. Dava para ter acelerado muito mais, mas ficaram travados com medo de bater de frente com a classe média que usa o automóvel”.

Repensar transporte coletivo

Para os movimentos que atuam no setor, a melhoria do transporte coletivo passa obrigatoriamente pela ampliação das faixas exclusivas de ônibus. Mas a medida ainda é insuficiente, segundo Raphaela Carvalho, da Frente de Luta Pelo Transporte Público, pois a rede transporte na região metropolitana do Recife impõe um trajeto mais longo ao usuário e as linhas existentes são insuficientes e mal distribuídas.

“Eu sou uma pessoa que depende exclusivamente do transporte público. Eu pego sete ônibus por dia para ir ao estágio e para a aula. Porque a grande lógica que o governo trouxe aqui para o transporte de massas foi investir no modal rodoviário, por meio da construção de terminais integrados, priorizando ônibus como transporte, em vez de ampliar a malha ferroviária, que é um modal mais barato e menos poluente, mais rápido, leva mais gente e não pega trânsito”, diz.

Estudo divulgado em 2015 pela Associação Nacional de Defesa do Consumidor, a Proteste, revelou que o Recife é a cidade com maior tempo de espera em pontos de ônibus, com 35 minutos, e o segundo maior tempo de viagem a bordo do coletivo, com uma hora e meia de duração. “Hoje, você não consegue se programar para sair para trabalhar com menos de duas horas de antecedência. Eu tenho que sair de casa no máximo 6h20 se eu quiser chegar às 8h no estágio. Isso numa distância onde eu gastaria no máximo 40 minutos. Se fosse metrô, gastaria 20”, reforça Raphaela.

Uma solução defendida pela Frente é repensar o modelo de concessão do serviço de transporte coletivo na região metropolitana e adotar um modelo de integração temporal, que permite ao usuário pegar outra condução em qualquer ponto, não só em terminais de integração. A ativista acredita que um investimento maior na malha ferroviária – expandindo o metrô do Recife, de propriedade federal, ou implantando o VLT (Veículo Leve sobre Trilho) - seria uma saída de longo prazo. 

Veja as propostas dos candidatos sobre mobilidade

A Agência Brasil perguntou a todos os candidatos a prefeito quais são as propostas na área de mobilidade. No caso dos que não responderam, as informações foram extraídas das propostas protocoladas no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).

Carlos Augusto (PV)

Na proposta protocolada no TRE, o candidato diz que pretende “investir na diversificação dos modais de transporte, estimulando o uso de hidrovias e aumentando o número de ciclovias, faixas exclusivas e requalificação das calçadas”; e  fazer campanhas para incentivar caronas em carros particulares. Quanto à integração metropolitana no transporte, Carlos Augusto quer “articular a implantação de novas linhas de trem metropolitano e a melhoria das preexistentes”. Ele também promete “melhorar a oferta de estrutura viária, com a abertura e pavimentação de ruas” e investir em ações de orientação e educação no trânsito.

Daniel Coelho (PSDB)

O candidato do PSDB propõe a recuperação de “espaços públicos de convivência”, em especial a calçada. No site de campanha, o candidato diz que pretende revitalizar as calçadas nos dois primeiros trimestres do mandato, de forma emergencial. Também pretende priorizar o sistema de ônibus da cidade como “espinha dorsal para integração de diversas modalidades”, criando corredores exclusivos e bilhete único. Para os ciclistas, promete criar uma rede de ciclovias e a integração com transporte público. Coelho também propõe o uso do rio como corredor de transporte, a construção de teleféricos públicos em área de morros e o asfaltamento de ruas e recuperação de vias.

Edilson Silva (PSOL)

De acordo com as propostas protocoladas no TRE, Edilson Silva defende a criação de faixa exclusiva para ônibus e bilhete único; a implementação do Plano Cicloviário, a implementação da intermodalidade de transporte – “ por meio de ciclofaixas e vias de pedestre articuladas a corredores de ônibus” ; e “a redução da circulação de automóveis nas áreas centrais da cidade”. Ele propõe ainda o uso dos rios que cortam a cidade como vias de transporte coletivo, ocupação das margens com ciclofaixas e calçadas, e também observa que as áreas de morro “precisam ter seu acesso facilitado” com escadas rolantes, teleféricos e trilhos para bicicletas, por exemplo.

Geraldo Júlio (PSB)

O candidato do PSB respondeu, por e-mail, à Agência Brasil: ”Já avançamos muito na mobilidade da nossa cidade nos últimos três anos e oito meses. Com a instalação de câmeras, fiscalização e ações de engenharia de trânsito, conseguimos reduzir em 30% o número de mortes no trânsito. Queremos continuar com as ações feitas no primeiro mandato. Vamos ampliar as ciclovias e ciclofaixas, formatando a rede ciclável da cidade, expandir a Faixa Azul - corredor prioritário de ônibus que já beneficia 635 mil passageiros por dia - para outros locais, promover a pavimentação de novas ruas e recuperar e requalificar as calçadas em 114 vias e 12 largos, além de reformar completamente 1.000 paradas de ônibus”.

João Paulo (PT)

O candidato da coligação encabeçada pelo PT respondeu à Agência Brasil: “Elaborar e colocar em funcionamento o Plano Municipal de Mobilidade, com prioridade para o transporte coletivo, pedestres e ciclistas, seguindo recomendação da OMS sobre segurança no trânsito; criar o Vem Mais Fácil, que permitirá ao passageiro se locomover, em duas horas, quantas vezes quiser, pelo preço de uma passagem, sem precisar ir aos terminais de integração; ampliar os corredores exclusivos ou prioritários para o transporte coletivo; manter e ampliar as infraestruturas cicláveis de acordo com o Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife”.

Pantaleão (PCO)

O candidato defende, na proposta de governo protocolada no TRE, a estatização de serviços e meios de produção, mas não faz referência direta à mobilidade. Em eventos públicos, Pantaleão já defendeu menos sinais de trânsito, com a implantação de passarelas para pedestres a fim de aumentar a fluidez do trânsito, o bilhete único no transporte público e a ampliação da rede de metrô. 

Priscila Krause (DEM)

Na proposta de governo, Priscila Krause propõe integrar o planejamento territorial e de mobilidade “com ênfase no adensamento de corredores de transporte e centros de bairros, terminais de integração, estações do metrô e de navegabilidade do Rio Capibaribe”. A candidata também promete a integração temporal dos modais. Cita ainda a implantação de faixas exclusivas de ônibus e de transporte escolar e criação de corredores de pedestres. Quanto aos ciclistas, promete “estabelecer cronograma de implantação das ações que cabem ao município, de acordo com o Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife”, compatível à prioridade de circulação dos corredores de transporte de massa”.

Simone Fontana (PSTU)

A candidata do PSTU argumenta que o transporte público é precário e “um dos mais caros do mundo”. Ela critica o modelo de concessão do serviço, explorado por empresas privadas, e diz que as concessionárias “beneficiam o lucro” acima da qualidade. “Só um transporte estatal, sob controle dos trabalhadores, pode garantir um serviço barato, a preço de custo, de qualidade e rumo à tarifa zero”, acrescenta, na proposta de governo protocolada no TRE. Simone Fontana também propõe, no documento, o passe-livre para desempregados.

Outras seis linhas de ônibus na Região Metropolitana do Recife (RMR) passaram a oferecer o serviço de internet gratuita, confirmou o Grande Recife Consórcio de Transporte, nesta quarta-feira (8). Passageiros das linhas 510 (Nova Descoberta/Derby), 513 (Córrego da Areia), 514 (Nova Descoberta/Córrego do Joaquim), 517 (Córrego do Inácio), 680 (Vasco da Gama/Afogados) e 411 (Plaza/Dantas Barreto) poderão usufruir da rede Wi-Fi implantada nos veículos.

Em parceria com a operadora Vivo, a iniciativa possibilita aos usuários acessarem redes sociais e navegadores de web através de dispositivos móveis de dentro dos ônibus. O passageiro deve selecionar a rede "WI-FI Grande Recife" e, após surgir a página inicial do Grande Recife, pode utilizar o serviço normalmente.

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De acordo com o Consórcio Grande Recife, cada rede tem capacidade para atender, simultaneamente, até 60 usuários. Não é possível, entretanto, visualizar conteúdos com vídeos. O projeto ainda está na fase de teste e, em seguida, passará por um processo licitatório para a contratação da empresa responsável pela instalação da rede móvel 4G nos três mil ônibus do sistema. 

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A saída para o trabalho está complicada na manhã desta sexta-feira (29), na Região Metropolitana do Recife. Metroviários e rodoviários cruzaram os braços em apoio ao movimento nacional de luta dos trabalhadores contra projeto de terceirização.

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Embora o Grande Recife Consórcio de Transporte tenha anunciado reforço nas linhas de ônibus, especialmente nas áreas atendidas pelo metrô, quem tenta usar o transporte coletivo encontra dificuldades. O metrô funcionou das 5h às 9h. As estações, inclusive, estão sendo fechadas. Na saída da Estação Joana Bezerra, é possível encontrar motociclistas cobrando entre R$ 10 e R$ 30 pelo transporte.

Em Olinda e Paulista, também há relatos de não haver coletivos nas ruas, além dos ônibus vindos do interior do estado. Quem está em veículo próprio enfrenta engarrafamento em alguns pontos da RMR.

Além de operar no início da manhã, os metrôs votarão a funcionar das 16h às 20h, para garantir a volta dos trabalhadores para casa. “A gente conseguiu atender a grande demanda hoje cedo, já que esse é o horário de pico, que os trabalhadores se deslocam de casa para o trabalho. E a gente vai garantir o retorno do trabalhador que utilizar o metrô, para dar a população, que está tão prejudicada devido ao movimento grevista de hoje, o direito de ir e vir, utilizando o metrô do Recife”, disse o assessor do Metrorec, Salvino Gomes.

Parte dos funcionários aderiram à paralisação e os que compareceram ao trabalho conduziram a operação nos metrôs. “Essa operação foi toda conduzida pelos supervisores e inspetores de maquinistas. Temos também o pessoal das estação que abriu todas as 29 estações, o pessoal do controle de tráfego, da manutenção. O movimento teve adesões em todas as áreas, mas quem veio trabalhar ajudou”, explicou.

Com informações de Pedro Oliveira.

A nova Lei de Mobilidade Urbana será discutida em seminário, nesta quinta-feira (30), na Prefeitura do Recife, a partir das 14h. O debate contará com a participação do poder público, profissionais competentes e a sociedade civil. A lei prevê a existência de corredores para ônibus nas vias públicas, priorizando o transporte coletivo em detrimento do individual.

Ainda serão abordados os seguintes temas: Projeto Empresa Amiga do Carroceiro, Seguro Obrigatório DPVAT e Acidentes na Malha Viária de Recife, Mobilidade Urbana e Políticas Públicas da Cidade, Calçada e Cidadania, Acessibilidade no Transporte Coletivo, Humanização das Cidades e o panorama de como está a mobilidade urbana do Recife.

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Participam do encontro arquitetos, engenheiros civis, advogados civil e criminal, médicos de UTI e Samu, técnicos em edificações e segurança, corretores de seguros, entre outros trabalhadores. Também participarão do evento profissionais correlatos das áreas projetos, construções e gestão pública podem participar do seminário.

Um tema que dá muito o que falar e rende protestos  nas ruas é a questão do aumento das passagens de ônibus,  pois  está diretamente ligado aos estudantes e a classe trabalhadora. E esse será um dos desafios do governador eleito, Paulo Câmara (PSB), ainda no primeiro semestre. De acordo com o gestor do Executivo estadual, João Lyra Neto (PSB), o reajuste das passagens de ônibus deve acontecer no primeiro semestre. 

Em entrevista concedida a uma rádio local, o governador confirmou o aumento da passagem, mas justificou  o reajuste pelo  progresso dos transportes no estado, como aumento da frota, substituição dos veículos antigos, além da implantação dos BRTs.  “Nós vamos finalizar a gestão sem o aumento das passagens,  porque isso foi decisão de Eduardo.  Há três anos não temos aumento de tarifa. Haverá uma reunião com o setor de operadores e o governador eleito para definir o reajuste”, potuou João Lyra, ressaltando que o novo governador não vai ter grandes dificuldades na manutenção dos serviços nesta área. “ Paulo vai encontrar um sistema de transporte muito melhor que o que encontramos em 2007. O sistema está mais organizado”, completou. 

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Quanto ao investimento em obras dos BRTs o governador foi pontual ao afirmar que se trata de uma parceria com o governo federal, onde cerca do 10% é capitaneado pelos recursos do estado e os 90% são disponibilizados por recursos do PAC da mobilidade.  No entanto ele adiantou que mais de 60 milhões foram investidos nessa obra. João Lyra também voltou a elogiar a qualidade dos serviços oferecidos por tais veículos,  ressaltando a redução em aproximadamente 60% do tempo de deslocamento. “É  (um transporte) mais confortável, com ar condicionado. (...) Quem leva 1h20 para  chegar ao destino, vai gastar 35 min.  O tempo vai ser reduzido consideravelmente”, concluiu.

 

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