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O despachante Marcelo Corrêa, de 42 anos, sempre gostou de se comunicar pela internet. Foi usuário dos programas de mensagens instantâneas ICQ e MSN e adorava o Orkut. Depois se afeiçoaria ao Facebook. Ele percebeu que estava dependente quando, em viagens com a mulher para o sítio da família, no interior do Rio, passou a se sentir mal por estar desconectado.

"A internet só pegava no alto de um morro, então eu deixava minha mulher em casa e subia sozinho para ficar lá em cima duas ou três horas, vendo Facebook, postando fotos da viagem", conta Corrêa, que chegou a comprar um relógio inteligente porque assim poderia receber notificações dos aplicativos do Facebook e do WhatsApp sem ter de nem sequer pegar o celular.

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Em 2014, ao notar o trabalho prejudicado pela adição, ele procurou ajuda. Percebeu que o quadro de ansiedade extrema, estresse e síndrome do pânico estava ligado à dependência digital. Curou-se após tratamento, o "detox digital", que dura dois meses no Instituto Delete, ligado ao Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "A gente aprende como contornar a ansiedade com respiração e pensamentos positivos. Se vejo que estou usando muito, paro. Sei que estou curado porque consegui ficar duas semanas no sítio sem internet".

O atendimento do instituto, no campus da UFRJ da Praia Vermelha, começou em 2012, e já recebeu mais de 300 pessoas. Os seis membros da equipe pesquisam há sete anos a chamada nomofobia ("nomo" vem de "no mobile", que quer dizer "sem celular") e publicaram teses relacionadas ao tema. Em breve, devem lançar manual de etiqueta digital.

Estudada nos Estados Unidos há 20 anos, a dependência é quase invisível socialmente. Revela-se quando a relação com a internet deixa de ser casual e se torna obsessiva, atrapalhando relações sociais e atividades rotineiras e criando isolamento.

Farmville

Já houve paciente que narrou ter passado madrugadas no Farmville, jogo do Facebook. Outros que só pegavam no sono com o celular sob o travesseiro. Caso esqueçam o smartphone ao sair de casa, têm crises de abstinência e voltam com taquicardia e mãos trêmulas. Alguns largaram trabalho e faculdade; adolescentes perderam o ano. Tudo por causa das horas excessivas no computador, tablet ou celular.

"Muitos adictos em tecnologia também têm adição em outras coisas. O mecanismo neurobiológico é o mesmo: o uso libera substâncias que dão prazer, então a pessoa quer mais e mais. A mesma área do cérebro é estimulada", explica a psicóloga Veruska Santos, que já atendeu 84 pacientes graves.

"A diferença é que no tratamento não se corta totalmente a conexão, se faz terapia cognitiva para transformar os pensamentos e ensinar a lidar com a ansiedade. Em seguida, negociamos o tempo que passará na internet".

O Observatório do Crack é um estudo realizado anualmente desde 2010, pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) que aponta o índice do consumo da droga em quase todos os municípios do Brasil (exceto aqueles que não divulgam os dados). A coordenadora do projeto, Mariana Barretos, conta que a ideia partiu da procura das famílias dos usuários e gestores municipais sobre mais informações. “As famílias que têm usuários buscam muito ajuda na área da saúde e assistência, e os gestores municipais precisavam saber se era um problema de saúde pública, segurança ou outra coisa”.

A última pesquisa apontou que 89,7% dos municípios que participaram, têm problemas com o vício. Em Pernambuco, o número é tão alarmante quanto: 96 cidades das 155 existentes fazem uso simultâneo da pedra com outras drogas. Os números são tão altos que as prefeituras de várias cidades precisaram tomar medidas.

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É o caso de Recife, que instalou, há menos de um mês atrás, a Secretaria de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas (Secod). A nova secretaria vem coordenando planos de conscientização e capacitação de pessoas envolvidas com o vício, como o Programa Atitude. Ele parte do princípio de que pessoas usuárias também são sujeitos de direitos, e por isso merecem ser respeitados e ouvidos, e prevê planos de conscientização e espaços de acolhimento, para que as pessoas possam diminuir o consumo ou entrar em abstinência por escolha própria.  

A ideia desse e de outros programas realizados pela Prefeitura é enfrentar o problema em suas raízes, e combater medidas de "pseudo cuidado" que envolvem violência contra pessoas que fazem uso das drogas.

Desde que acorda, Sumire, 18 anos, fala com as amigas pela Internet: durante as aulas, tomando banho, ou quando vai ao banheiro. Como a maioria dos jovens japoneses, ela está 24 horas conectada, fato que preocupa cada vez mais os profissionais de saúde.

"Sempre que tenho um momento durante o dia, eu me conecto. Desde que eu acordo, até a hora de deitar. Acho que me sinto sozinha, quando não estou na Internet, desconectada", diz Sumire à AFP.

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"Em todo lugar e a qualquer hora, converso com meus amigos no Line", conta, referindo-se ao aplicativo de troca de mensagens instantânea, no qual cerca de 90% dos estudantes japoneses de Ensino Médio têm uma conta.

De acordo com uma pesquisa de 2013 feita pelo governo, 60% dos alunos do secundário, que tinham tido contato com o mundo digital desde muito cedo, mostravam fortes sinais de dependência da Internet. De lá para cá, o uso da Web explodiu, e o número de telas se multiplicou junto com a oferta de equipamentos - smartphones, tablets, e-books, entre outros -, agravando o problema.

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O fenômeno preocupa os profissionais da Saúde. Segundo um recente estudo do Centro de Pesquisa sobre Saúde Mental de Xangai, que analisou dados cerebrais de jovens viciados em tecnologia, essas práticas têm um impacto neurológico comparável ao da dependência do álcool, ou da cocaína. Criou-se, inclusive, uma especialidade médica dedicada a tratar os jovens do vício digital.

A questão é que, agora, a dependência é ainda mais difícil de ser detectada. "Com os smartphones, já não é mais necessários se trancar no quarto [para acessar o computador]. Com isso, fica mais difícil se dar conta de que alguém tem um problema", explica o psiquiatra Takashi Sumioka, que oferece um programa de "desintoxicação digital".

No tratamento, o médico pede aos pacientes que redijam um diário "para que vejam até que ponto estão dependentes do smartphone e da conexão à Internet". Ele conta que a "cura" pode levar até seis meses.

O número de casos tratados por esse especialista triplicou entre 2007 e 2013.

'Uma pessoa totalmente diferente'

"Esse tipo de obsessão é provocado pelo temor de ser deixado de lado, ou até sofrer bullying em um grupo, se você não responder as mensagens rápido o suficiente", explica o doutor Sumioka.

Segundo ele, a necessidade incontrolável de comprovar seu pertencimento a um grupo e de seguir suas regras mostra uma característica da cultura japonesa, que tende a rejeitar o que é dissonante e não estimula que alguém seja diferente dos demais.

"O Japão é uma sociedade conformista. As pessoas não defendem necessariamente suas opiniões, simplesmente seguem o grupo", comenta Sumioka.

Essa sociabilidade "eletrônica" não equivale, porém, às interações humanas da vida real, lembram os especialistas, que alertam para o risco de se privilegiar quase que exclusivamente os contatos on-line.

Muitos japoneses se sentem, agora, muito mais confortáveis nas conversas pela Internet do que fora dela, aponta a professora de Informática Miki Endo, que organiza desde 2002 cursos sobre o vício na web.

Ela relata o caso de uma aluna de 22 anos.

"Depois da aula, ela me pediu autorização para navegar na Internet, já que seus pais a proibiam de usar em casa", conta Miki, que viu a jovem se transformar diante de seus olhos.

"Durante 10 minutos, ela era uma pessoa totalmente diferente. Quando se conectou às redes sociais, ela começou a falar em voz alta e a rir. Ela, que costumava ser muito introvertida, parecia ter-se esquecido da minha presença", completou.

'Nunca saía do quarto'

No espaço de uma década, o vício nas novas tecnologias mudou completamente de natureza. Antes, afetava os fãs de videogames, como Masaki Shiratori, que, com 11 anos, passava os dias lutando na Internet contra monstros imaginários.

Ao contrário dos jovens de hoje, ele queria fugir da realidade e das obrigações da vida em sociedade.

Preso em seu console por até 20 horas diárias, travava combates no game on-line "Arado Senki" ("Dungeon Fighter Online"), não ia mais às aulas, parando apenas para dormir, mergulhado em um universo muito mais acolhedor para ele do que a escola.

"Nunca saía do quarto, a não ser para ir ao banheiro", revela.

Masaki conseguiu largar o mundo virtual e voltar à vida social apenas aos 14 anos, quando seus pais o internaram.

Depois de anos de terapia e de sua passagem por um instituto especial, o jovem, hoje com 20 anos, estuda Informática em uma universidade perto de Tóquio. Agora, ele espera poder viver de seus conhecimentos... mas no mundo real.

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O programa Opinião Brasil desta semana debate os malefícios que o uso em excesso das tecnologias podem causar. Para falar sobre o assunto o apresentador Thiago Graf recebe o psicólogo e doutorando em Neuropsiquiatria e Ciênciadas do Comportamento (UFPE), Igor Lins Lemos. Segundo o especialista, as pessoas têm que ficar atentas e perceber quando esse uso começa a afetar outros campos das vidas delas.

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"Os celulares, a internet, os jogos eletrônicos têm muitos benefícios. Porém, quando a gente entra no campo da patologia, que é o uso nocivo, o primeiro critério que a gente estabelece como sendo o mais problemático, é o uso excessivo. Ou seja, a pessoa que passa muito tempo utilizando aquilo e começa a prejudicar atividades do seu cotidiano, como, por exemplo, a pessoa deixa de ir para uma aula, deixa de sair, entre outros", explica.

O psicólogo também comentou sobre a importância da família para o tratamento. Confira o programa completo no vídeo acima.

O Opinião Brasil é exibido toda semana aqui, no Portal LeiaJá.

Acostumada a histórias ruins, a Cracolândia vai virar notícia por uma razão nobre: na próxima quarta-feira (25), o príncipe britânico Harry fará uma visita ao programa De Braços Abertos, criado pela Prefeitura de São Paulo para reabilitar viciados em crack. Em sua segunda viagem ao Brasil - a primeira foi em 2012 - Harry pediu para conhecer o projeto e será acompanhado pelo prefeito Fernando Haddad (PT). O príncipe é o quarto na linha de sucessão ao trono.

De acordo com a embaixada britânica, Harry demonstrou interesse em saber como uma cidade grande como São Paulo, maior ainda do que Londres, está lidando com um problema tão grave como o vício em drogas. Foi o próprio príncipe que pediu para conhecer o local. Na visita, cujo horário está sendo mantido em segredo por questões de segurança, Harry deve visitar a sede do programa, onde viciados em crack recebem orientações, e conversar com os frequentadores.

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A intenção da segunda vinda ao Brasil do príncipe britânico, segundo a embaixada, é ajudar a estreitar os laços entre os dois países. No entanto, apesar da visita começar nesta segunda-feira (23), por Brasília, não está previsto nenhum encontro de Harry com autoridades brasileiras, à exceção do prefeito de São Paulo. O Itamaraty considera a viagem do príncipe uma visita privada.

Hoje pela manhã, Harry visitou o Centro Internacional de Neurorreabilitação Sarah, onde conheceu a tecnologia de reabilitação de crianças desenvolvida pelo centro, outras tecnologias de tratamento através do esporte e também fez um treino de canoagem com uma das pacientes no Lago Paranoá. A área de reabilitação, especialmente de feridos de guerra, costuma interessar Harry, que já visitou outros centros semelhantes, especialmente nos Estados Unidos.

Copa

Em Brasília, o príncipe, que adora futebol e torce para o Arsenal, vai assistir o jogo entre Brasil e Camarões, mas seus assessores evitaram dizer qual a preferência de Harry, já que Camarões faz parte da Commonwealth britânica. No dia seguinte, segue para Belo Horizonte, onde vai visitar o centro de treinamento do Minas Tênis Clube, onde a delegação britânica para a Olimpíada de 2016 irá treinar. Depois, assiste o jogo entre a eliminada Inglaterra e a Costa Rica no Mineirão - apesar do sério risco de ver sua seleção perder mais uma vez.

Harry passará a quarta-feira em São Paulo. Além da visita à Cracolândia, irá conhecer um projeto de proteção da Mata Atlântica, um programa com crianças carentes e participa do baile de aniversário de sua avó, a rainha Elizabeth, uma festa para 400 convidados no Consulado Britânico. Do Brasil, o príncipe seguirá para Santiago do Chile, segunda e última parte dessa viagem pela América do Sul. Viajará da mesma forma que chegou ao Brasil, em um voo comercial da TAM. Dentro do Brasil, Harry usará um jatinho fretado.

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Na terceira edição da série sobre saúde, o Opinião Brasil debate os riscos e consequências do fumo em excesso. Para falar sobre o assunto, o jornalista Alvaro Duarte recebe a psicóloga Erica Corrêa, da Secretaria de Saúde do Recife, e também o médico especialista em dependência química.

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Assim como o álcool, o cigarro está cada vez mais sendo usado pelos mais jovens. Uma pesquisa feita com 6 mil alunos entre 12 e 17 anos de escolas particulares em todo país constatou que 18% dos entrevistados afirmaram fazer uso do cigarro diariamente, índice preocupante segundo a psicóloga. “Muitos adolescentes e até crianças fazem uso do cigarro para fazer parte de determinado grupo, é uma auto-aceitação falsa e perigosa”, explica.

Os fumantes  têm mais riscos de desenvolver uma doença em comparação aos não fumantes. Segundo dados do Ministério da Saúde, pacientes que fumam mais de um maço de cigarro por dia, há pelo menos dez anos, tem um risco 60% maior de desenvolver doenças em comparação com aquelas que são não fumantes. “Em geral, o câncer para aqueles que fumam é diagnosticado em uma idade avançada, quando é mais difícil o tratamento. O câncer de pulmão é considerado o mais letal no mundo”, finaliza o médico.

O Opinião Brasil é apresentado por Alvaro Duarte e exibido toda segunda-feira no Portal LeiaJá.

Ao que tudo indica o game Flappy Bird voltará a ocupar um lugar nas lojas de aplicativos. Pelo menos foi isso que o criador do game afirmou. Por meio de uma postagem no Twitter, Dong Nguyen foi questionado, por um seguidor, se ele teria intenção de trazer o jogo de volta à App Store. A resposta que tantos esperavam foi positiva: "Yes, but not soon" (sim, mas não tão breve).

Nguyen já havia pensando em voltar com o jogo, de acordo com uma entrevista para a revista Rolling Stones, no entanto, nada tão convicente quanto a sua confirmação no Twitter. No mês passado, o desenvolvedor disse que iria retirar o game por conta da sua surpreendente popularidade, alegando que os usuários estavam ficando viciados. 

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Flappy Bird - O game consiste em desviar um pequeno pássaro de canos espalhados pelo cenário. O jogo chegou a ficar nas primeiras colocações de lojas de aplicativos como App Store e Play Store, chegando a receber 50 mil dólares por dia em publicidade.

 

Os jogadores de pôquer on-line são os mais os mais assíduos e os que gastam mais dinheiro entre os internautas adeptos de jogos virtuais, segundo um estudo do Observatório Francês de Drogas e Toxicomanias (OFDT) e do Observatório de Jogos (ODJ), divulgado nesta quarta-feira.

Segundo o estudo OFDT/OJD, a assiduidade dos jogadores de pôquer on-line é muito maior (20,9 %) do que o resto dos jogadores de sorteios, loterias, apostas esportivas e hípicas (10,9%). Também gastam mais: 778 euros por ano em média contra 627 euros dos outros jogadores on-line.

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O jogador de pôquer virtual, segundo o estudo, é um homem jovem, solteiro, com diplomas de ensino médio ou superior e mora em centros urbanos. Esses jogadores são, além disso, mais "nômades", já que 23,8% usam tablets ou smartphones (16,7% no caso dos demais jogadores).

O game Flappy Bird mal chegou, mas já mostrou para que veio: misturar sentimentos de alegria e ódio nos jogadores. Apesar da "raiva" desenvolvida, o usuário não consegue parar de jogar. O momento crucial do jogo é quando um novo recorde está por vir, e o pássaro teima em bater no cano. Para muitos gamers este é a ocasião exata de jogar o smartphone fora. Pensando nisso, nesse sentimento de vício e ódio, é que um novo jogo apareceu: o webware Squishy Bird que promete fazer o jogador descontar a ira. 

O game é bem simples, ao invés de controlar o pássaro, o usuário controla o cano. O objetivo do jogo é esmagar os birds clicando nos canos que se fecham. Cada pássaro esmagado vale um ponto, entretanto, é possível multiplicar esse número. Se sua ira estivar muito grande, irrite o pássato batendo neles com um lado do cano e ganhe pontos extras. O game ainda não caiu muito no gosto dos jogadores de plantão, e nem chegou perto de ser tão viciante quanto o original, mas a ideia de descontar a raiva por não conseguir bater um recorde, é pelo menos confortador.

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A auxiliar de cozinha Lucélia Cristina Paes, de 26 anos, está internada há três semanas numa clínica para dependentes químicos, em Araçoiaba da Serra, região de Sorocaba (SP), para tentar se curar de um novo vício: a internet. Desde que começou a usar a rede virtual, há seis anos, Cristina passou a aumentar o tempo de conexão até se tornar totalmente dependente.

O vício levou-a a perder o emprego, o marido e até a saúde. Quando foi internada, Cristina pesava 33 quilos a menos do que o peso normal. Longe do mundo virtual, a auxiliar de cozinha começa a se recuperar e já ganhou quatro quilos. Atendida por médicos e psicólogos, Cristina afirma que começou a usar a internet para pesquisas e fez amigos pelo antigo Orkut, a rede social mantida pelo Google. Tempos depois, aderiu ao Facebook e ficava madrugadas inteiras em bate-papos virtuais. A auxiliar chegou ao ponto de esquecer de preparar o almoço para a família e até de levar os filhos para a escola. Depois de várias brigas, o marido decidiu pedir a separação e ela entrou em depressão.

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A doença aumentou a dependência da internet e Cristina afirma que passou a usar um celular para se manter plugada o tempo todo. Uma das consequências do uso prolongado do equipamento foi uma tremedeira nas mãos que ainda não conseguiu superar. No trabalho, foi proibida de usar o telefone celular durante o expediente.

A auxiliar diz que, na hora do almoço, corria para o armário onde o aparelho estava guardado e, em vez de comer, ficava conectada. O celular tinha três chips diferentes e a conta chegava a 300 reais por mês. Com o baixo rendimento no trabalho, perdeu o emprego. A internação aconteceu a pedido da filha mais velha e da mãe.

Cristina diz que não se dava conta de que estava "agia errado". Segundo a psicóloga Ana Leda Bella, do centro terapêutico onde ela está internada, o uso excessivo da internet faz o internauta migrar para um mundo irreal, como se fizesse uso de drogas. Conforme Ana Leda, com dificuldade para enfrentar as questões do dia a dia, a paciente refugiou-se no mundo virtual, que, como no caso das drogas, se torna uma fuga dos obstáculos do mundo real.

No processo de reabilitação, Cristina enfrenta os mesmos sintomas de um viciado em drogas, como ansiedade, depressão, irritação e calafrios. Em três meses, prazo previsto para o tratamento, será iniciado o processo que a psicóloga chama de reinserção no mundo real. A paciente é a primeira a recorrer à clínica por dependência da internet.

Imagine ficar sem total acesso à internet por uma semana. Sem Facebook, WhatsApp, Gmail, Snapchat ou qualquer outra ferramenta que precise de uma conexão para funcionar. A possibilidade pode parecer assustadora e digna de um estudo. Por isso, cinco jovens nativos digitais se habilitaram a passar sete dias totalmente offline. O resultado deste experimento foi mostrado no documentário “No Internet Week”.

Apesar de a maioria dos candidatos terem reagido bem ao experimento, quase todos mostraram o quão alto é o seu grau de dependência da internet. No documentário, eles precisam adaptar seu cotidiano ao novo mundo sem web, seja escrevendo uma mensagem importante "a mão” ou utilizando o correio. 

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Confira o documentário:

Os psiquiatras e psicólogos afirmam: aumentou e muito o número de pacientes nos consultórios em detrimento do uso compulsivo da Internet e dispositivos digitais móveis. "Tudo que vira compulsão se torna um vício. Exitem pacientes que desenvolvem verdadeiros Trastornos Obsessivos Compulsivo por conta dos eletrônicos e redes sociais", disse o psicólogo João Henrique.

A medida que a internet invadiu a vida moderna, tornando-se onipresente, uma série de transtornos mentais ligados ao uso da tecnologia digital acompanhou a população. "O uso dos equipamentos eletrônicos, principalmente o smartphone, que está atrelado a internet, faz com que as pessoas sintam que ele faz parte do corpo e da vida. Muitos entram em depressão ou tem crises de pânico quando, por exemplo, o gadget descarrega", continua.

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Vemos que as redes sociais e o uso de smartphones que acompanham essa era digital só faz aumentar. O famoso muro das lamentações foi transformado em mural e timeline, os amigos, em meros expectatores da vida e a alegria, muitas vezes é compartilhada e vivida por notificações de mensagens. "Os amigos virtuais, as notificações, a popularidade na internet, faz com que a pessoa se sinta útil e bem. Quando há um esquecimento, ou uma apatia nas redes sociais, muitos pacientes apresentam sintomas de depressão, por pensarem que não são amados", disse. "Dificilmente as pessoas publicam coisas triste em suas redes sociais. Sempre são festas, viagens, promoções. Algumas pessoas experimentam esse tipo de situação de forma positiva, outras já nutrem outro tipo de sentimento perante as postagens e muitas vezes essa quantidade exacerbada de publicações consideradas positivas é uma rota de fuga do autor", complementa.

"Vivia tanto tempo grudada ao telefone, que muitas vezes sentia o celular vibrar ou tocar, quando percebia, nem com o celular próximo estava", disse a estudante de comunicação, Rebeca Marques. Isso que Rebeca narrou tem nome. Chama-se "Síndrome do toque fantasma", que acontece quando o cérebro faz com que você pense que seu celular está vibrando quando na realidade nem ligado, muitas vezes, está.

Esse tipo de distúrbio já foi tese de doutorado e transformou-se em um livro. Segundo o autor do livro  iDisorder, Dr. Larry Rosen, 70%  usuários intensivos de dispositivos móveis já relataram ter experimentado o telefone tocando ou vibrando mesmo sem ter recebido nenhuma ligação. Tudo graças a mecanismos de resposta perdidos em nossos cérebros. "Como trata-se de um TOC, ansiedade e depressão, já que os vícios levam a esse diagnóstico, se for prescrito realmente, depois de uma avaliação, que a pessoa tem algum tipo de distúrbio  neste sentido, um acompanhamento psiquiátrico, seguido de uma terapia, será um dos caminhos utilizados para a cura", disse o psiquiatra Dr. Luiz Antônio de Albuquerque.

 

 

 

A revista Real Simple e o site Hunffington Post fizeram um estudo em que afirmam que aproximadamente metade das mulheres norte-americanas preferem ficar sem sexo a abandonar os celulares por um período de um mês. 48% das entrevistadas responderam que não conseguem ficar mais de um mês sem o celular, mas sem sexo, sim. No total foram entrevistadas 3583 mulheres que responderam um questionário com 25 perguntas. 

A pesquisa ainda encontrou outros dados:

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39% das mulheres dizem usar os dispositivos no banheiro;

34% delas afirmam que passar 30 dias sem a melhor amiga ainda é melhor do que sem o telefone;

47% deixam o telefone sobre a cabeceira da cama – assim, elas podem pegá-lo logo quando acordam (5% delas dormem abraçadas com os mobiles);

Apenas 27% de todas as voluntárias admitiram serem viciadas em smartphones;

56% colocam o smartphone "próximo ao alcance" durante o jantar (12% deixam o celular em cima da mesa).

 

 

“No início do ano passado, eu fumava três carteiras por dia. Acordava sufocado de madrugada, sem ar. No dia 25 de março de 2012, parei definitivamente de fumar, mas, até hoje, todo dia sinto vontade. Ter sido fumante é um dos poucos arrependimentos que tive na vida”. O relato do funcionário público Luiz Henrique Lira da Cunha exemplifica o desafio para aqueles que desejam vencer o tabagismo.

Neste Dia Mundial do Não Fumador, 17 de novembro, o LeiaJá mostra como os dependentes do cigarro podem largar o vício através de inúmeros métodos. Hoje com 53 anos, Luiz Henrique foi fumante durante 37 anos, mais da metade da sua vida. Tentou duas vezes, mas não conseguiu parar de fumar sozinho. A vontade de se ver livre do tabaco só se concretizou com a participação no grupo de tabagismo do Centro de Prevenção, Tratamento e Reabilitação do Alcoolismo (CPTRA), no bairro da Tamarineira.

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Coordenadora do grupo, Isabel Cristina da Silva conta que a orientação varia de caso a caso, com reuniões coletivas, atendimentos individuais e, quando necessário, psiquiátricos. Os trabalhos buscam estabelecer estratégias naturais para a prevenção de recaídas nos momentos de fissura (desejo intenso) e, segundo Isabel, a procura é muito grande. “Em cada caso, buscamos as melhores alternativas para a pessoa deixar o cigarro. Alguns, no início, usam adesivas de nicotina, goma de mascar à base de nicotina ou mesmo medicamentos”, afirma a coordenadora ao lembrar dos diferentes graus de dependência. 

Há Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) específicos para o tratamento contra o tabagismo. No Recife, além do CAPS da Tamarineira, tais serviços são oferecidos à população no CAPS Professor Luiz Cerqueira (bairro de Santo Amaro), CAPS Estação Vicente Araújo (Torreão), CAPS René Ribeiro (Afogados), CAPS Eulâmpio Cordeiro (Cordeiro) e no CAPS Professor José Lucena (Imbiribeira). 

Na opinião da coordenadora do grupo de tabagismo do CAPS Professor José Lucena, Rosângela de Souza Amaral, o fumante precisa avaliar seu convívio com a droga. “A relação do usuário com o cigarro é íntima, as vezes até mais forte do que com um companheiro. A droga sempre está ali, em todos os momentos, nas angústias, ansiedades, felicidades, na hora de dormir. Tivemos caso aqui de um usuário queimar o colchão da cama, porque dormiu com o cigarro aceso”, afirma.

Dicas para deixar de fumar

- Beber muita água gelada, vários copos ao dia, auxilia na eliminação da nicotina acumulada no organismo;

- Ter sempre algum alimento para pôr na boca, mastigar, a fim de “substituir” o cigarro. Frutas, bombons (sem açúcar, de preferência), cravo e gengibre têm tido bons resultados;

- Escovar os dentes depois das refeições. O gosto da comida na boca costuma deixar as pessoas com vontade de fumar após a refeição. É trocar o hábito: ao invés sair para fumar, ir ao banheiro e fazer a higiene bucal;

- Fazer atividades físicas, acompanhado por profissionais e após ter feito os exames necessários para avaliar situação cardíaca e pulmonar;

- Exercitar a respiração, através de métodos de relaxamento que ajudam a atravessar os períodos de abstinências;

- Economizar o dinheiro, anteriormente gasto com maços de cigarro, para presentear a si mesmo, amigos e familiares com o valor guardado.

O game Candy Crush Saga atingiu a marca de 500 milhões de downloads. De acordo com a produtora do jogo, King, até o momento mais de 150 bilhões de partidas individuais foram jogadas. Uma ótima novidade para os gamers viciados no Candy Crush é que para celebrar esta marca, a empresa informou que deverá lançar conteúdos inéditos para o game nas próximas semanas. 

O jogo que é mania em todo mundo está disponível para sistemas iOS, Android e Facebook.

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Candy Crush - O objetivo do jogo, que tem estilo Match 3, é combinar três ou mais peças do mesmo formato ou cor. O cenário colorido e os desafios são o que prendem o participante, que tentam explorar e avançar mais fases na montanha de guloseimas.

"Basta ligar o computador e a dedo já fica coçando para digitar www.aliexpress.com.br. Afinal de contas, onde se encontra tanta coisa barata, boa e bonita em um lugar só?", disse Maria Eduarda Costa, estudante de Jornalismo e viciada assumida em compras onlines. Assim como Eduarda, muitas outras meninas acompanham a febre do Aliexpress, site de compras, uma espécie nova de Ebay, onde se encontra uma infinidade de produtos com preço de atacado até mesmo nos menores pedidos.

O site é considerado uma das maiores lojas de compras e vendas de produtos vindos da China, e seus arredores. A loja tem milhares de pessoas que vendem tudo que se possa imaginar : vestuário e acessórios, carros e motos, celulares, computadores, software, eletrônicos, saúde e beleza, luzes e iluminação, malas, bolsas e estojos, artigos de segurança, calçados, brinquedos, relógios e joias, produtos para casamento etc.

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"Todo dia eu compro algo. Pode ser um colar, uma blusinha, uma bolsa, maquiagem. Qualquer coisa! Já cheguei a comprar mais de 500 dólares. O engraçado foram os pedidos chegando em casa. Como não chega tudo de uma vez, quase todo dia chegava um pacotinho pra mim. Pense na alegria!", disse a publicitária Danielle Meirelles.

Esse é mais ou menos o perfil das compradoras do Aliexpress. Colares de 1 dólar, blusas, shorts, vestidos que podem ser encontrados por até 10 dólares e uma infinidade de produtos, fazem com que uma simples visita ao site dure uma tarde inteira. "Quando entro no site fico tão empolgada com tudo que termino esquecendo de fazer muitas coisas. Algumas vezes já saí da aula para olhar, com minhas amigas, os produtos. Os preços baixam de uma hora pra outra", disse Eduarda Costa.

O site apresenta tantas opções, que tem gente pensando em comprar até vestido de casamento. A jornalista Damares Romão afirma que está procurando seu vestido de casamento no Aliexpress. "Todo dia entro e vejo se tem alguma novidade. Já separei alguns. Quero comprar no "Aliex" (diminutivo do site) porque além de ter vestidos muito bonitos, os preços são muito bons", disse. Damares já é compradora assídua. Em seu guarda-roupa constam peças como blusas, cardigãs e bolsas arrematados no Alibaba (outro nome que se dá ao site).

Dicas, fóruns e até mesmo tutoriais já estão disponíveis na internet para quem quer fazer a "melhor" compra na página. Alguns psicólogos já se preocupam com todo esse fervor por compras onlines. "Tudo em exagero é patológico. Muitas pessoas podem camuflar determinado tipos de distúrbio em vícios que a primeira vista podem ser inocentes, como uma simples compra. O importante é saber delimitar e colocar regras. Quando começa a sair do controle, é melhor parar", alerta a psicóloga Gabriella Souza. 

Outro detalhe para tomar cuidado é a questão da segurança na internet. Há milhares de golpistas no mercado exibindo produtos que não são entregues. Alguns lugares já disponibilizam uma espécie de lista negra, que nada mais é do que as lojas não recomendadas. 

Apesar das campanhas de saúde pública, o fumo continua liderando as causas de mortes evitáveis no mundo inteiro, matando quase seis milhões de pessoas por ano - a maioria em países de baixa e média renda-, anunciou a Organização Mundial de Saúde nesta quarta-feira.

Se essa tendência se mantiver, o número de mortes ligadas ao cigarro deve subir para oito milhões por ano em 2030, declarou a OMS, acrescentando que pelo menos 80% dessas mortes serão nos países de baixa e média renda.

"Se não fecharmos fileiras e banirmos a publicidade, a promoção e o patrocínio por parte da indústria do tabaco, adolescentes e adultos jovens continuarão a ser atraídos pelo consumo de cigarro por uma indústria cada vez mais agressiva", alertou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan. "Cada país tem a responsabilidade de proteger sua população das doenças, incapacidades e mortes relacionadas ao tabaco", acrescentou.

Este ano, pelo menos cinco milhões de óbitos foram de fumantes ou ex-fumantes e, desses, mais de 600 mil eram fumantes passivos, de acordo com a OMS.

Acredita-se que o cigarro tenha causado a morte de mais de 100 milhões de pessoas no século XX.

"Sabemos que apenas a total proibição de publicidade, promoção e patrocínio de cigarro é efetiva", insistiu Douglas Bettcher, um dos diretores da OMS.

A Coreia do Sul, país de origem da fabricante Samsung e líder mundial do mercado de celulares, está orgulhosa de seu sucesso no setor de tecnologia de ponta, mas autoridades estão preocupadas com a crescente dependência das ferramentas do mundo digital.

"São escravos sem cérebro", sentencia Kim Nam-Hee, um dos especialistas que tenta sensibilizar os estudantes sul-coreanos sobre os perigos dos telefones inteligentes, que viciam crianças cada vez mais novas.

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"Sentimos uma necessidade urgente de um amplo esforço diante do perigo do vício digital, principalmente devido à popularidade dos telefones inteligentes", concorda o ministério da Ciência, em um relatório divulgado em junho passado.

O documento sugere uma parceria dos ministérios da Saúde e da Educação com as escolas, que organizariam cursos para prevenir a dependência da internet e acampamentos de férias para "desintoxicar" os alunos viciados.

O país asiático promove há muitos anos a tecnologia digital como um fator chave para o crescimento da capital, Seul, conhecida como "a cidade mais conectada do planeta". Cerca de 70% dos 50 milhões de sul-coreanos têm um smartphone, a taxa mais alta do mundo, informa a empresa de pesquisa eMarket.

Segundo dados do governo, mais de 80% dos estudantes sul-coreanos com idades entre 12 e 19 anos tinham um smarthphone em 2012, o dobro do índice de 2011. Além disso, aproximadamente 40% dos donos desses aparelhos passam mais de três horas por dia no Twitter, conversando ou jogando, apesar de os professores apreenderem os celulares antes do início das aulas.

Uma pesquisa nacional sobre o assunto realizada anualmente mostra que quase 20% dos jovens estão "viciados" em seus smartphones. Os sintomas são: ansiedade ou depressão quando não podem ter os aparelhos em mãos, tentativas frustradas de diminuir o tempo gasto com o aparelho e sensação de felicidade quando se está conectado.

Porém, os adolesscentes não são os únicos afetados e as ações do governo também incluem os alunos das séries iniciais e até as crianças menores.

"Muitas mães deixam que seus bebês brinquem com seus smartphones por horas para ficarem tranquilas em casa. Acho que isso é perigoso", disse à AFP Lee Jung-Hun, psiquiatra da Universidade Católica de Daegu. "Quanto mais jovem, mais fácil é de se tornar dependente", explicou.

Kwon Jang-Hee, um ex-professor que lidera uma associação de luta contra a dependência digital, viaja pelo país desde 2005 para informar e alertar crianças e seus pais sobre o perigo de um estilo de vida em que se investe tempo demais na tecnologia digital.

"Nosso tema preferido são os smarthphones", diz o ex-professor, já que os pais têm menos controle sobre os celulares do que sobre os computadores. Kwon cita alguns exemplos extremos em que algumas crianças chegaram a ameaçar o suicídio se seus pais confiscassem seus aparelhos.

Park Sung-Hee, que participou de um dos seminários de Kwon, espera conseguir que seus filhos gastem menos tempo com seus celulares. "À noite, quando vou a seus quartos para ver se dormiram, vejo a luz dos telefones ligados embaixo dos lençóis", conta. "O mesmo acontece com os adultos, que já não são mais capazes de se comunicar ou se interessar por outras coisas", completa.

Em uma recente apresentação para uma turma de crianças de 10 anos, Kim Nam-Hee, que trabalha com Kwon, explicou que a rede de escolas Waldorf, nos Estados Unidos - cuja unidade do Vale do Silício, na Califórnia, é uma das escolas mais populares entre os pais que trabalham no Yahoo! ou no Google - aposta em um enfoque menos tecnológico e proíbe o uso de computadores em suas dependências.

"Enquanto vocês se transformam em escravos sem cérebro dos smartphones e de seus aplicativos, a elite americana, que criou essas ferramentas, não deixa que seus próprios filhos as usem", argumenta Kim.

"Se usarem demais seus smartphones, como o iPhone, sem necessidade de exercitar o cérebro, no fim das contas vocês vão perder a capacidade de criar algo tão brilhante e inovador como o iPhone", explicou. "Essa é a ironia dessa situação", completou.

A população de viciados em crack no Brasil é a maior do mundo, estimada entre um milhão e 1,2 milhão de pessoas. Não tem sido raro a mídia noticiar casos em que familiares desesperados chegam ao extremo de amarrar jovens viciados em camas, grades ou até prendê-los em casa, na tentativa de afastá-los do vício.

Diante de extremos e na tentativa de conter a epidemia de crack que assola o país, o Governo Federal, Estadual e Municipal têm debatido a internação compulsória para viciados. A maior dificuldade está na divergência entre favoráveis e contrários à internação compulsória, que se enfrentaram com argumentos nem sempre embasados em dados objetivos ou pesquisas científicas, mas baseados em conceitos ideológicos.

No Recife, a Câmara de Vereadores do Recife protocolou o Projeto de Lei Municipal 17/2013, que dispõe sobre a internação voluntária, involuntária e compulsória para dependentes de álcool e outras drogas lícitas e ilícitas. O mesmo fato se repete em Campinas, São Paulo, com a assinatura de convênio entre estado e prefeitura do Programa Estadual de Enfrentamento ao Crack, que também prevê como medida a possibilidade de internação compulsória. 

Não podemos deixar de citar que este é um tema que envolve outros cenários do país, como miséria, violência e que se faz urgente a intervenção do poder público. No âmbito federal, as condições já estão sendo avaliadas e a internação deverá ser permitida em todo o País, desde que o pedido seja feito pela família, determinado por um médico e para usuários que já não respondem por si. Em outros casos, faz-se necessário o Estado intervir e garantir a internação compulsória de um cidadão ou cidadã que está atentando contra a própria vida ou de terceiros.

O combate às drogas é necessário para que o país continue no caminho do desenvolvimento, da redução da miséria e dos índices negativos de violência e abandono. Ao mesmo tempo, é preciso avaliar se o país tem condições de atender, de forma eficiente, os que serão colocados em tratamento contra o vício. Hoje, a estrutura pública para esse tipo de atendimento ainda é precária.

Há muitos anos já se diz que “só se podemos ajudar aqueles que querem ser ajudados”. Então, cabe questionar, de que adianta recuperar um dependente e deixá-lo voltar para o mesmo ambiente, sem emprego e sem apoio? A política de internação involuntária tem que ir muito além de um tratamento contra o vício.

Além de analisarmos a internação dos viciados – voluntária ou involuntária -, é preciso estudar as políticas públicas de reinserção dessas pessoas no cotidiano da sociedade. Infelizmente, as condições para receber tantos viciados ainda são precárias, o que dificultará a qualidade e o resultado do atendimento.

Garoto joga Xbox 360 por quatro dias seguidos. Um jovem de 15 anos chamado Tyler Rigsby, do Estado de Ohio (EUA) foi internado com sinais de uma forte desidratação após uma maratona de quatro dias seguidos jogando Xbox 360, mais especificamente Call of Duty: Modern Warfare 3.

A mãe do jovem, Jessie Rawlins, comentou que Tyler estava trancado no quarto há quatro ou cinco dias, saindo rapidamente para comer ou tomar banho. Quando acabou a maratona de games e foram visitar uma tia do adolescente, Tyler desmaiou três vezes.

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“Eu fiquei muito assustada. Achei que ele ia morrer”, comentou a mãe. Jessie também contou à imprensa que ele ficou muito pálido e seus lábios chegaram a ficar azuis. 

O garoto deverá se recuperar sem maiores problemas, para evitar outro caso do tipo, a mãe de Tyler já se livrou do console. Ao saber que perdeu o console, o garoto achou justo.

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