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A África tem experimentado um rápido aumento no número de casos de covid-19, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que nesta quinta-feira (8) registrou avanços na distribuição de vacinas no continente.

"A África acaba de passar pela semana mais desastrosa da pandemia no continente. Mas o pior ainda está por vir, já que a terceira onda continua a se expandir rapidamente e está ganhando terreno", disse Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS para a África.

O aumento vertiginoso de casos de covid-19 continuará por algumas semanas. "O número de casos é multiplicado por dois a cada 18 dias, em comparação com 21 dias uma semana atrás", explicou ele em entrevista coletiva.

Em uma semana, até 4 de julho, foram notificados mais de 251 mil novos casos de covid-19 no continente, ou seja, um aumento de 20% em relação à semana anterior, segundo a OMS.

A África registrou 5,7 milhões de casos de covid-19, com 147.125 mortes.

O atual surto ocorre num momento em que as taxas de vacinação permanecem baixas na África, onde apenas 16 milhões de africanos estão totalmente vacinados, o que corresponde a apenas 2% da população.

Segundo a OMS, mais de 1,6 milhão de doses foram enviadas para a África por meio do mecanismo COVAX.

"Não me interessa se as vacinas são do Covax ou de qualquer outro lugar. Tudo o que precisamos é acesso rápido a elas", afirmou John Nkengasong, diretor do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças, agência de saúde da União Africana. Deixada para trás na corrida mundial da imunização a África passa por uma terceira onda de Covid-19 "brutal" em diversos países, alerta Nkengasong.

Os números são desesperançosos: apenas 2,5% da população recebeu pelo menos uma dose da vacina - 1% está totalmente imunizada - e a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que apenas sete países africanos, a maioria pequenos, alcançarão a meta de vacinar pelo menos 10% de seus habitantes até setembro.

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Enquanto a vacinação fica totalmente restrita, a África vê o número de infecções subir drasticamente. Em 23 de maio, a média móvel de casos em todo o continente foi de 9.684. Um mês depois, o número quase triplicou: 25.352, segundo dados do site Our World in Data, da Universidade Oxford.

"Deixe-me ser franco: na África, não estamos ganhando essa batalha contra o vírus", disse Nkengasong, acrescentando que pelo menos 20 países estão no meio de uma terceira onda. Ele não citou todos, mas disse que Zâmbia, Uganda e República Democrática do Congo estão entre as nações que têm o sistema de saúde sobrecarregado. Dados do Our World in Data mostram que Libéria, África do Sul, Namíbia e Tunísia também enfrentam uma alta no número de casos de covid.

No Quênia, onde as infecções também estão subindo, os médicos temem que uma nova onda da pandemia, como a que afetou a Índia, possa estar se aproximando, segundo o New York Times. Recentemente, autoridades quenianas aconselharam políticos a evitarem eventos presenciais.

No entanto, as lideranças, incluindo o presidente, Uhuru Kenyatta, foram às ruas do condado de Kisumu, onde a variante Delta foi encontrada pela primeira vez, atraindo grandes multidões, com a maioria das pessoas sem máscara. Na última semana, mais de 23% da população testada na região teve resultado positivo - mais que o dobro da média nacional.

Há duas semanas, o número de mortes em 36 dos 54 países africanos cresceu 15%, segundo a OMS. Em Ruanda, a média de casos diários explodiu, passando de 78, em 23 maio, para 583, um mês depois. Recentemente, o país sediou a Liga Africana de Basquete e outros grandes eventos esportivos.

Na República Democrática do Congo, mais de 5% dos parlamentares foram mortos pela covid. Em Uganda, o presidente, Yoweri Museveni, impôs uma estrita quarentena de 42 dias para frear o vírus. A Tunísia já enfrenta uma quarta onda.

Na África do Sul, o país africano mais afetado pela pandemia, a média de casos diários quase triplicou em duas semanas. Em todo o continente, dos 5 milhões de novas infecções registradas desde o início da pandemia, cerca de 1 milhão de casos ocorreram apenas no último mês. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os franceses puderam deixar, nesta quinta-feira (17), a máscara de lado nos ambientes ao ar livre, simbolizando a melhora da situação sanitária na Europa, enquanto Tóquio se prepara para suspender o estado de emergência a um mês das Olimpíadas.

Mas na África, a terceira onda da epidemia "está se ampliando e se acelerando" com as variantes, alertou nesta quinta o escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) no continente, destacando que o número de casos está aumentando "em 22% por semana" e apelando ao aumento da oferta de vacinas.

"Quase 12 milhões de pessoas já estão totalmente vacinadas, mas isso representa menos de 1% da população" do continente, ressaltou a OMS.

Na Disneyland Paris, Mickey e Pluto receberam seus primeiros visitantes nesta quinta, após mais de sete meses de fechamento.

"No território nacional, a epidemia está em declínio, está em vias de ser controlada", comemorou o ministro da Saúde francês, Olivier Véran.

Se o coronavírus continua a matar na França (45 mortes reportadas na quarta-feira), as contaminações estão em declínio acentuado (3.058 novos casos).

O governo decidiu levantar a obrigação de usar máscara ao ar livre - e a multa de 135 euros que a acompanhava - em plena onda de calor e coincidindo com a Eurocopa de futebol.

Talvez ainda preocupados ou não informados, muitos pais que levavam seus filhos às escolas parisienses ainda usavam suas máscaras esta manhã.

A máscara continua obrigatória em ambientes fechados (espaços culturais, lojas, escritórios ou transportes públicos).

- Japão se prepara para fim do estado de emergência -

Também diante de uma situação epidemiológica "muito, muito boa", segundo o chanceler Sebastian Kurz, a Áustria reabrirá suas boates a partir de 1º de julho, a maioria delas fechada desde a primeira onda da pandemia em março de 2020.

O governo austríaco também anunciou o fim das restrições de capacidade para eventos culturais. A máscara PFF2, imposta em janeiro para garantir melhor proteção contra as variantes do coronavírus, não será mais obrigatória.

Será necessário, porém, manter uma máscara clássica no transporte público e em locais fechados.

No Japão, quase um mês antes da abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o primeiro-ministro Yoshihide Suga confirmou nesta quinta-feira que o estado de emergência será levantado no domingo na capital e em outros departamentos do país, ainda que as restrições sejam mantidas até 11 de julho, principalmente para bares e restaurantes, que continuarão fechando no início da noite.

O Japão fornecerá aos seus cidadãos um passaporte de vacinação a partir do próximo mês, de acordo com o governo.

Por outro lado, diante de uma situação "dramática", Moscou e sua região tornaram obrigatória a vacinação anticovid no setor de serviços (transporte, alimentação, cultura, saúde, educação, bancos, etc.), algo inédito na Rússia, que conduz uma campanha de vacinação lenta e sem qualquer confinamento.

A Europa Ocidental, por sua vez, está se preparando para as férias de verão, e os embaixadores dos 27 deram luz verde na quarta-feira para adicionar os Estados Unidos à lista de países e territórios cujos viajantes, mesmo não vacinados contra a covid-19, podem ser admitidos na UE.

Os europeus baseiam-se principalmente na situação epidemiológica e no andamento da campanha de vacinação, e os países podem ser incluídos na lista se tiverem registrado menos de 75 casos de covid por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias.

- Planos de recuperação aprovados -

É o caso dos Estados Unidos (73,9), que no entanto ultrapassou a marca de 600 mil mortes na terça-feira.

Graças à campanha de vacinação, o número de mortes diárias caiu consideravelmente, o que permitiu um quase retorno ao normal na maior parte do país, especialmente na Califórnia e em Nova York, onde 70% dos adultos receberam pelo menos uma dose da vacina.

No plano econômico, a Comissão Europeia aprovou nesta quinta-feira o plano de recuperação da Grécia, que será financiado pelo empréstimo comum europeu destinado a mitigar o impacto econômico da pandemia.

Atenas receberá 30,5 bilhões de euros da UE ao longo de vários anos.

Na quarta-feira, Portugal e Espanha foram os primeiros países a receber o sinal verde de Bruxelas para os seus planos de estímulo.

A Espanha, um dos países mais afetados pela primeira onda da pandemia, deve receber cerca de 140 bilhões de euros.

Desde o seu aparecimento no final de 2019, o coronavírus matou pelo menos 3.835.238 pessoas em todo o mundo e infectou cerca de 177 milhões de pessoas, de acordo com um balanço da AFP estabelecido nesta quinta-feira a partir de números oficiais

O continente africano, em meio a um novo surto de casos de Covid-19 e com as entregas de vacinas quase paralisadas, não está preparado para enfrentar uma terceira onda da pandemia, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira (3).

"Muitos hospitais e clínicas da África estão longe de estarem preparados para encarar um aumento drástico do número de pacientes gravemente doentes", informou Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS, alertando que "a ameaça de uma terceira onda é real e cada vez maior".

A África conta oficialmente mais de 4,8 milhões de casos e 130.000 mortes, segundo a OMS, o que representa 2,9% dos contágios mundiais e 3,7% das mortes.

Segundo uma investigação da instituição em maio, os equipamentos e os profissionais da saúde para atender os pacientes graves de covid-19 são totalmente insuficientes em muitos países do continente.

Das 23 nações, a maioria tem menos de um leito de UTI a cada 100.000 habitantes, e só um terço deles conta com aparelhos de assistência respiratória.

A título comparativo, Alemanha e Estados Unidos possuem mais de 25 leitos de UTI a cada 100.000 habitantes.

Nessas últimas semanas, o número de casos aumentou no continente. A África do Sul é oficialmente o país mais afetado, com 1,6 milhão de casos e 56.000 mortes.

Em Uganda, os contágios dispararam 131% em uma semana, e Angola e Namíbia também sofrem aumentos das infecções. Na República Democrática do Congo o número de casos cresceu "exponencialmente" no final de maio.

Ao mesmo tempo, as entregas de vacinas ao continente estão quase estagnadas, segundo a OMS.

Até o momento, somente 2% dos africanos recebeu ao menos uma dose do imunizante, uma quantidade ínfima em relação à média mundial que chega a 24%.

Dos seis países que ainda não começaram a vacinar, quatro estão na África: Tanzânia, Burundi, Chade e Eritreia.

A pandemia do novo coronavírus segue causando consequências no mundo do futebol. Nesta quinta-feira (6), a Fifa anunciou que o início das Eliminatórias Africanas para a Copa do Mundo de 2022, que será realizada no Catar, foi adiado de junho para o mês de setembro deste ano.

"Em conjunto com o CAF (Confederação Africana de Futebol), a Fifa pode confirmar que, levando em consideração a atual perturbação causada pela pandemia da covid-19 e a necessidade de garantir condições de jogo ideais para todas as seleções, foi decidido adiar as Eliminatórias Africanas", informou a entidade em um comunicado oficial.

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Segundo a Fifa, os jogos serão remanejados para as janelas internacionais (Datas Fifa) de setembro, outubro e novembro de 2021 e março de 2022. Ao todo, 54 seleções disputam a atual fase de grupos, todas elas competindo por cinco vagas no Mundial do Catar.

A primeira fase do torneio teve 28 seleções, que se enfrentaram em duelos mata-mata de ida e volta. Os 14 classificados se juntaram aos 26 melhores colocados no ranking da Fifa para formar a fase de grupos, onde os 40 países foram divididos em 10 chaves. Os vencedores de cada um dos grupos se enfrentam depois em novos duelos mata-mata para definir os cinco países que vão para a Copa.

Johnson & Johnson entregará até 400 milhões de doses da vacina contra a covid-19 aos países da União Africana, anunciou nesta segunda-feira (29) a gigante farmacêutica americana.

Segundo os termos do acordo, 220 milhões de doses do imunizante, que precisa de só uma injeção, serão distribuídas aos 55 países membros da União Africana, onde as entregas começarão no terceiro trimestre de 2021.

Os países participantes poderão, se considerarem necessário, encomendar 180 milhões de doses adicionais, até chegar a um total de 400 milhões de vacinas Johnson & Johnson enviadas antes de 2022.

"Nos comprometemos com um acesso equilibrado e global às vacinas contra a covid-19", afirmou o diretor-geral da empresa americana, Alex Gorsky, em um comunicado.

A Johnson & Johnson anunciou em janeiro que sua vacina é 66% eficaz contra a covid-19.

Diferente dos imunizantes da Pfizer e Moderna, baseados na inovadora técnica do RNA mensageiro, a vacina da "J&J" é baseada no "vetor viral".

Imunizantes desse tipo usam como apoio outros vírus menos agressivos, transformados para acrescentar instruções genéticas de uma parte do vírus responsável pela covid-19.

O vírus modificado penetra nas células das pessoas vacinadas, que fabricam então uma proteína típica do SARS-CoV-2, educando seu sistema imunológico para reconhecê-lo. Este processo também é usado para as vacinas da AstraZeneca e Sputnik.

O imunizante da Johnson & Johnson apresenta outra vantagem importante: pode ser armazenado em temperaturas de geladeira em vez de congeladores, facilitando significativamente sua distribuição.

Entre meados de fevereiro e meados de dezembro de 2020, a União Africana registrou 2,8 milhões de casos de infecção por coronavírus em seus 55 países, apenas 3% do total mundial, e contabilizou 65.602 mortes, segundo um estudo publicado na revista britânica The Lancet.

O diretor de uma escola nos Estados Unidos pediu demissão após ser acusado de racismo pela mãe de um aluno. O estudante de origem haitiana, de apenas 11 anos, teria sido obrigado a se ajoelhar para pedir desculpar a uma professora.

Embora o Haiti seja localizado no Caribe, John Holian pediu que a criança adotasse uma suposta tradição africana. "Ele declarou que deveria se desculpar à maneira africana ou nigeriana, que era se ajoelhar", relatou a mãe Trisha Paul à emissora CBS2.

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Ela diz que o filho está magoado e se sente humilhado com a situação. O diretor teria explicado que aprendeu sobre o ato de perdão com uma família nigeriana cujo filho também era aluno da instituição, localizada em Long Island.

"Houve um pai africano que veio e disse ao filho para se desculpar à maneira nigeriana ou africana. Foi quando me dei conta de que talvez ele tenha generalizado com o meu filho porque ele é negro", afirmou a mãe.

Ela conta que chegou a questionar Holian se a prática era um padrão entre os alunos e ele teria dito que esta era a primeira vez que pedia para um aluno se ajoelhar diante de um professor.

"Meu filho não é africano. Você generaliza a todos por que eles são negros? Você acabou de presumir que meu filho é nigeriano? Foi feito simplesmente porque ele era negro", disparou Trisha.

Traficantes de seres humanos forçaram, na quarta-feira (3), dezenas de migrantes a pular no mar durante a travessia entre Djibouti e Iêmen, provocando a morte de pelo menos 20, anunciou nesta quinta (4) a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

"Os sobreviventes acreditam que pelo menos 20 pessoas morreram. Cinco corpos foram encontrados" na costa de Djibouti, disse à AFP Yvonne Ndege, porta-voz da OIM para a África Oriental e o Chifre da África.

Os sobreviventes, que a OIM abrigou na cidade de Obock, no Djibouti, explicaram que pelo menos 200 migrantes embarcaram no navio, que deixou Djibouti na manhã de quarta-feira.

"Trinta minutos depois, os traficantes forçaram cerca de 80 pessoas a pular na água", disse a organização em um comunicado nesta quinta. Apenas cerca de 60 conseguiram voltar à costa, explicou Ndege.

"Estamos trabalhando com as autoridades de Djibouti para ajudar os migrantes, mas a tragédia de quarta-feira é mais uma prova de que os criminosos continuam a explorar pessoas dispostas a fazer qualquer coisa para melhorar suas condições de vida", acrescentou o chefe da OIM, Stéphanie Daviot, em Djibouti.

- 30 km -

O Estreito de Bab el Mandeb ("porta dos lamentos" em árabe) é o preferido pelos migrantes por causa de seu trajeto mais curto - 30 km - em relação ao resto do Golfo de Áden ou do Mar Vermelho.

Por outro lado, no Iêmen, que sofre uma guerra civil há seis anos, "milhares de migrantes estão bloqueados", diz a OIM, acrescentando que "muitos enfrentam perigos extremos, exploração e/ou abusos".

A organização afirma que as restrições nos deslocamentos devido à pandemia de covid-19 reduziram "drasticamente" as travessias: 37.500 pessoas passaram em 2020, contra cerca de 138.000 em 2019.

"Em janeiro de 2021, mais de 2.500 migrantes chegaram ao Iêmen do Djibouti e o medo é que, apesar das restrições estarem mais flexíveis, mais pessoas esperem para poder cruzar, o que aumenta as chances de futuras tragédias", continua a OIM.

Este é o terceiro incidente nos últimos seis meses, acrescenta a OIM. Em outubro, oito migrantes etíopes morreram em circunstâncias semelhantes e outros 12 desapareceram.

Eles faziam o caminho oposto, saindo do Iêmen para o Djibouti, após fracassarem em sua tentativa de chegar à Arábia Saudita devido aos fechamentos de fronteiras decretados por causa da pandemia de covid-19.

A Fórmula 1 está de olho em novo/velho continente para suas corridas do Mundial. Nesta quinta-feira, a diretora global de promoção de corridas da categoria, Chloe Targett-Adams, que lida com os organizadores de eventos, disse que foi colocada como prioridade a adição de uma corrida na África, agora no topo da lista de desejos para novos eventos.

O inglês Lewis Hamilton, heptacampeão mundial, enfatizou que a África é para onde ele gostaria que o esporte fosse em breve. O ex-chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, tentou por muitos anos encontrar uma maneira de retornar à África do Sul, que esteve pela última vez no Mundial na abertura do campeonato de 1993, no autódromo de Kyalami. E esse é o desejo sob a gestão da Liberty Media.

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Embora a África do Sul continue sendo o local mais provável, também tem havido interesse de outros países, principalmente do Marrocos, que sediou uma corrida em 1958. "Eu concordo totalmente com Lewis, a África é um continente em que não corremos e isso é simplesmente errado", disse Targett-Adams em um seminário online. "É um lugar que a gente quer muito, é a prioridade. Há alguns anos, conversamos com opções possíveis. E esperamos que, no final das contas, sejamos capazes de fazer uma corrida lá logo ou a médio prazo".

Outra possibilidade que vem ganhando força nos últimos dias é a de se realizar uma segunda corrida nos Estados Unidos. Dono do autódromo de Indianápolis, Roger Penske revelou a intenção de estar preparado para receber uma prova de Fórmula 1, e o CEO da categoria, o italiano Stefano Domenicali, confirmou essa intenção.

"Ao lado da África, os Estados Unidos continuam sendo uma prioridade estratégica clara. Temos uma grande corrida em Austin (Texas) agora, onde estamos ansiosos para trabalhar com nosso promotor por mais alguns anos. Mas estamos olhando para uma segunda oportunidade de corrida, um local de destino, e procurando construir essa proposta de corrida dos Estados Unidos. Igualmente na Ásia, não escondemos o fato de que essa também é uma prioridade-chave", ratificou Targett-Adams.

A diretora insistiu que a Fórmula 1 não desistiu do GP do Vietnã. A corrida inaugural de Hanói foi adiada no ano passado após a pandemia do novo coronavírus e foi deixada de fora do calendário de 2021 após um escândalo político local.

"O Vietnã é um local de corrida incrivelmente emocionante para a Fórmula 1. Divisão demográfica extremamente jovem no país, setor comercial vibrante, estamos muito, muito animados para correr lá. E 2020 era para ter a primeira corrida, com um circuito incrível construído nos arredores de Hanói. E então, de forma totalmente compreensível, ninguém quer lançar uma primeira corrida no meio de uma pandemia. Estamos trabalhando em alguns problemas localizados com algumas mudanças no governo em andamento também, então decidimos e concordamos com nosso promotor, Vingroup, que 2021 simplesmente não era o momento certo para isso", comentou Targett-Adams.

A África superou as 100.000 mortes pela covid-19, segundo uma contagem da AFP divulgada às 14h20 desta quinta-feira (18), horário de Brasília, a partir de balanços das autoridades sanitárias.

Os 54 países do continente totalizam 100.000 óbitos de 3.341.197 casos declarados, o que representa um balanço inferior ao da Europa (818.912 mortes), América Latina e Caribe (649.006) e Estados Unidos e Canadá (512.295). A África do Sul concentra cerca da metade dos falecimentos, com 48.478.

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O número de casos diagnosticados e de óbitos comunicados se baseia em balanços oficiais de cada país e só representam uma parte do total real de contágios.

Após um claro aumento do número de casos e mortes em janeiro, as cifras têm diminuído. Nos últimos sete dias, a África registrou 3.054 óbitos, ou seja, uma queda de 18% com relação à semana anterior.

Depois da África do Sul, os países mais enlutados no continente pela covid-19 são Egito (10.150 mortes em 175.677 casos) e Marrocos (8.524 mortes em 480.056 casos).

A vacinação acaba de começar no continente. O Marrocos é o país que lidera esta categoria, com mais de dois milhões de doses administradas.

Em nível global, a covid-19 contagiou 109 milhões de pessoas e causou mais de 2,4 milhões de mortes desde o início da epidemia em Wuhan (China), em dezembro de 2019.

As teorias da conspiração, a desconfiança e falta de comunicação promoveram o ceticismo sobre as vacinas anticovid em países africanos, um perigo potencial para futuras campanhas de vacinação.

Essa dinâmica alimentada pelos boatos que proliferam nas redes sociais é semelhante à observada nos países ocidentais. Há mais relutância quando se trata da Covid-19 do que em relação a outras vacinas, explicam vários especialistas à AFP.

"É um alto nível de ceticismo", diz Ayoade Alakija, que lidera na África a estratégia Convince, uma iniciativa para a aceitação da vacinação anticovid.

Entre os fatores, ele cita a impopularidade dos governos e a desinformação. Uma das teorias, por exemplo, defende que as vacinas foram feitas para retardar o crescimento populacional do continente.

Às vezes são os próprios governos que levantam suspeitam. O presidente da Tanzânia, John Magufuli, declarou no final de janeiro que as injeções contra a Covid eram "perigosas para a saúde".

A maioria dos países africanos ainda não começou a vacinar. Muitos não receberam doses, porque os Estados ricos as monopolizam.

E isso num momento em que os países africanos sofrem uma nova onda de infecções. Muito mais forte que a primeira, embora sem comparação com as registradas nos Estados Unidos, América Latina ou Europa.

Moise Shitu, um caminhoneiro de 28 anos de Lagos, capital nigeriana, é contra a vacinação. "Isso é uma farsa do nosso governo", opina. "Dizem que existe coronavírus na Nigéria para ganhar dinheiro".

- Doença de brancos? -

Em Kano, cidade no norte da Nigéria, Zainab Abdullahi, de 41 anos, também não é a favor. "Ouvimos pessoas que foram vacinadas em países ocidentais e que tiveram efeitos colaterais graves. Ainda sim, querem nos vacinar".

Nem todos se opõem. Garçons ouvidos em uma cafeteria em Addis Abeba, capital da Etiópia, dizem que anseiam pela vacinação para não contrair o novo coronavírus.

Mamadou Traoré, assessor de vacinação da organização Médicos Sem Fronteiras, observa que a resistência está aumentando.

"As pessoas pensam que não é uma doença que atinge os negros", diz. "Os governos são os que têm que lutar contra toda essa desinformação".

Existem poucos estudos confiáveis sobre as atitudes em relação às vacinas na África. Pesquisas preliminares sugerem que muitas pessoas estão desconfiadas.

Os Centros Africanos de Controle de Doenças publicaram os resultados de uma investigação conduzida em 18 países em dezembro: apenas um quarto dos consultados acreditava que as vacinas anticovid são seguras.

O estudo não identificou uma frente refratária maciça. 79% afirmaram que aceitariam uma vacina se ela fosse considerada segura.

Richard Mihigo, coordenador de vacinação para a África da Organização Mundial da Saúde (OMS), indica que, historicamente, o grau de aceitação das vacinas é alto no continente. Mas reconhece que os rumores que se "espalharam como incêndio" na internet constituem um "problema real".

- Dar exemplo -

Uma entrevista em que dois cientistas franceses sugeriram em 2020 que as empresas deveriam testar suas vacinas primeiro na África deixou a população com o pé atrás e alimentou os temores de exploração do continente pelos ocidentais.

A polêmica causou "grandes danos", diz Richard Mihigo: "As pessoas diziam: 'Viu? Agora podemos dizer que os africanos são cobaias'".

O Senegal lida com a falta de vacinas, mas também com informações falsas, segundo Ousseynou Badiane, chefe do programa de vacinação do país.

Grande parte da desinformação vem da França, afirma. A ex-potência colonial é um dos países mais reticentes.

As dolorosas memórias do tráfico de escravos e um passado de governos autoritários explicam as dúvidas, segundo Cheikh Ibrahima Niang, professor senegalês de antropologia médica.

De acordo com ele, escândalos como a morte de 11 crianças nigerianas em 1996 após testes de tratamento para meningite da gigante farmacêutica Pfizer deixaram marcas.

Os governos devem convencer, enfatiza. O presidente da Guiné, Alpha Condé, deu o exemplo ao ser vacinado na frente das câmeras.

Mas Ayoade Alakija, da iniciativa Convince, alerta que o apoio da população dependerá da popularidade do governo.

A pandemia de coronavírus continua aumento no mundo nos últimos sete dias, principalmente na África e América Latina, segundo a base de dados coletada pela AFP.

Na última semana, foram registradas 652.423 mortes diárias (5% a mais que na semana anterior), segundo o balanço da AFP desta sexta-feira (18) às 08h00 de Brasília.

Foi na África onde a pandemia acelerou mais (+19%), seguida pela América Latina e Caribe (+11%) e Estados Unidos/Canadá (+8%).

No entanto, o número de casos reflete apenas uma parte do número real de contágios e as comparações entre países são delicadas, já que cada governo impõe uma política de testes distinta.

Na Europa, região que registrou mais novos casos nesta semana (245.948 novas infecções diárias), a epidemia ganhou força (+4%), depois de se estabilizar em um nível alto na semana anterior.

E embora o ritmo de contágios de covid-19 tenha crescido 77% na Oceania, o vírus circula muito pouco por lá (25 casos diários).

Já no Oriente Médio e na Ásia, continua se desacelerando (-16% e -11% respectivamente).

Em todo o mundo, a pandemia deixou ao menos 1,66 milhão de mortos desde o final de dezembro passado e cerca de 75 milhões de casos de covid-19 confirmados.

Em nível nacional, África do Sul é o país em que a epidemia mais se acelerou (+56%, 8.007 novos casos diários). É seguida pela Dinamarca (+52%, 3.334 casos), Espanha (+48%, 9.338 casos), Israel (+48%, 2.230 casos), Reino Unido (+42%, 22.982 casos) e República Tcheca (+ 42%, 5.582 casos).

Em contraste, a epidemia desacelerou fortemente no Irã (-30%, 7.930 novos casos diários), Geórgia (-28%, 3.202 casos), Iraque (-26%, 1.314 casos), Bulgária (-25%, 2.108 casos) e Jordânia (-24%, 2.384 casos).

Em números absoluto, Estados Unidos é de longe o país que registrou um maior número de novas infecções nesta semana, com 228.049 novos casos diários (+9%), à frente do Brasil (+12%).

Esses dois países também foram os que registraram mais mortes na semana passada, com uma média de 2.605 óbitos diários nos Estados Unidos e de 723 no Brasil. São seguidos pela Itália (656), México (594) e Rússia (553).

Estados Unidos continua sendo o país mais enlutado pela covid-19, com 310.792 mortes confirmadas; seguido pelo Brasil (184.827 mortes) e Índia (144.789).

A África, até agora pouco afetada pela pandemia, se prepara para enfrentar a segunda onda de Covid-19 que está obrigando os países mais afetados do continente de 1,2 bilhão de habitantes a adotar medidas rigorosas.

Na África do Sul, nas rodovias próximas às praias do sudeste, há milhares de carros nesses últimos dias devido ao início do verão e das férias nessa parte do mundo.

No entanto, as áreas turísticas onde o vírus já está se propagando a uma velocidade alarmante, houve fechamentos temporários de praias, toques de recolher prolongados e as reuniões foram limitadas.

A África do Sul é o país africano mais afetado pelo vírus, com quase 900.000 casos e decidiu endurecer as restrições sanitárias.

Até agora, o impacto da epidemia no continente tem sido desigual. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da União Africana, os novos casos estão aumentando na África oriental, setentrional e meridional, mas tendem a diminuir na África ocidental e central.

Na Tunísia atualmente morrem 20 pessoas por dia pelo vírus, enquanto a primeira onda matou no total apenas 50 pessoas por lá.

Na medina de Tunis, sem turistas, os comerciantes migram para o ramo das lanchonetes para servir os clientes locais.

No leste do continente, em Uganda, todas as regiões foram afetadas. E na vizinha Ruanda foram registrados quase tantos novos casos em dezembro (722) quanto no começo da pandemia (797).

Os bares e clubes noturnos estão fechados desde março. O proprietário de um bar em Kigali, multado por violar as regras, contou à AFP que perdeu tudo: "Havia clientes bebendo, a polícia nos obrigou a fechar".

- Aguardando a "terceira onda" -

No Quênia, onde uma segunda onda em setembro levou à manutenção do toque de recolher e ao fechamento das escolas, alguns profissionais da saúde já estão aguardando a "terceira onda".

Há várias semanas, os CDC e a OMS pedem preparativos para uma segunda onda inevitável na África.

No entanto, a epidemia, que apareceu no continente há nove meses, não tem sido tão devastadora como se esperava, em uma região pobre e em grande parte carente de instalações sanitárias.

A África tem 2,4 milhões de casos, de acordo com uma contagem da AFP, 3,6% do total mundial, e mais de 57.000 mortes, menos que um país como a França (59.072).

Embora o baixo nível de detecção levante dúvidas sobre a confiabilidade desses números, nenhum país observou um aumento excessivo da mortalidade.

Os especialistas têm apenas hipóteses para explicar essa situação inesperada da pandemia na África, que poderia se explicar por uma população jovem ou pela imunidade adquirida em pandemias anteriores.

As medidas draconianas e precoces adotadas na maioria dos países africanos também ajudaram, embora as consequências sociais e econômicas do confinamento tenham sido desastrosas para as economias mais frágeis.

Além disso, a batalha dos países africanos pelo acesso às vacinas ainda não terminou.

O custo é calculado em quase 4,7 bilhões de euros (5,75 bilhões de dólares) e somente um quarto dos países do continente possui os recursos necessários, segundo a OMS.

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O Unicef pediu nesta segunda-feira (7) 2,5 bilhões de dólares para cobrir as necessidades humanitárias de 39 milhões de crianças no Oriente Médio e norte da África, afetadas também pela pandemia de covid-19.

"Este apelo busca proporcionar ajuda humanitária vital para as crianças e reagir diante das necessidades geradas pela pandemia" de covid-19, declarou em um comunicado o diretor do escritório regional do Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Ted Chaiban.

"Por culpa dos conflitos armados, da pobreza e da paralisação da economia, a região reúne o maior número de crianças necessitadas do mundo", explicou Chaiban, que mencionou três países específicos: Iêmen, Síria e Sudão.

Segundo o comunicado divulgado nesta segunda-feira, tanto o Iêmen, onde a guerra levou à "pior crise humanitária do mundo", quanto a Síria, destruída por uma década de guerra civil, e o Sudão, mergulhado em uma profunda crise econômica, seriam "os primeiros países a se beneficiar desta ajuda".

No Iêmen, cerca de 12 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária após cinco anos de conflito, segundo a Unicef. A guerra civil na Síria que causou mais de 380.000 mortos, deixou também milhões de deslocados e destruiu sua economia, com 4,8 milhões de crianças em situação de necessidade.

"O mundo não pode fechar os olhos para as necessidades de crianças que vivem dois dos conflitos mais horríveis da história recente", afirmou Chaiban, falando sobre a Síria e o Iêmen.

A crise econômica, a transição política da ditadura para a democracia e inundações sem precedentes deixaram 5,3 milhões de crianças em situação de necessidade no Sudão. No Líbano, 1,9 milhão de crianças dependem atualmente das ajudas, em um país que vive há mais de um ano em uma profunda crise econômica e política.

O dinheiro pedido pela Unicef será investido principalmente em educação, saneamento de água, saúde, nutrição e ajuda em saúde mental.

A África ultrapassou os 2 milhões de casos confirmados de Covid-19, informou o Centro Africano para Controle e Prevenção de Doenças nesta quinta-feira (19). O aumento dos casos ocorre em meio aos alertas das autoridades de saúde sobre uma segunda onda de contaminação da doença.

Os 54 países do continente totalizam 48 mil mortes em decorrência do novo coronavírus. Embora o vírus esteja se espalhando ainda mais pelo continente, os países seguem amenizando as medidas restritivas de combate à pandemia numa tentativa de recuperar a economia.

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Entre os países do continente com maior número de casos, a África do Sul lidera com mais de 750 mil infecções, seguida pelo Marrocos com mais de 300 mil casos. Na sequência, aparecem o Egito, com mais de 110 mil ocorrências, e a Etiópia, com mais de 100 mil contaminações.

Também nesta quinta-feira, em vídeo durante reunião de executivos-chefes (CEOs) da Ásia e do Pacífico, o presidente da China, Xi Jinping, pediu uma cooperação internacional mais estreita para a disponibilização de uma vacina contra a covid-19. "Para vencer o vírus e promover a recuperação global, a comunidade internacional deve cerrar barreiras e responder conjuntamente à crise e cumprir os testes", disse Xi. Ele afirmou que a cooperação incluiria uma coordenação mais estreita em políticas para desenvolvimento e distribuição de um imunizante. (Com agências internacionais).

A ONU alertou, nesta sexta-feira (6), que Burkina Faso, Sudão do Sul, nordeste da Nigéria e Iêmen estão a um passo de cair na fome devido ao agravamento dos conflitos e à difícil distribuição de ajuda alimentar nessas áreas.

Uma parte da população desses países já se encontra em "situação crítica de fome" e pode em breve entrar em fome se as condições "se agravarem ainda mais nos próximos meses", segundo relatório da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA).

No entanto, esses quatro países estão longe de ser os únicos onde os níveis de insegurança alimentar aguda estão atingindo novos patamares globalmente.

Outros 16 países, incluindo a Venezuela, correm alto risco de aumentar os níveis de fome aguda, alertaram os autores do relatório das duas agências das Nações Unidas.

“A crise macroeconômica, agravada ainda mais pelos efeitos socioeconômicos das medidas relacionadas à pandemia de covid-19, será particularmente preocupante para a Venezuela”, afirmam a FAO e o PMA.

Os autores do relatório também estão preocupados com a situação de risco alimentar que os imigrantes venezuelanos enfrentam em países vizinhos, como Colômbia, Equador ou Peru.

A Venezuela está imersa desde o final de 2015 em uma crise econômica, política e social que obrigou cerca de 5 milhões de venezuelanos a deixar seu país, segundo dados do Alto Comissariado da ONU publicados no início do ano.

Pesquisas realizadas pelo PMA também mostram que na Guatemala, El Salvador, Honduras e Nicarágua os níveis de consumo de alimentos pioraram desde o início da pandemia de covid-19, com 2,2 milhões de pessoas que podem cair em uma situação grave de insegurança alimentar, em comparação com os 1,4 milhão em 2019.

"Estamos em um ponto crítico com consequências catastróficas", afirmou Dominique Burgeon, diretor da Divisão de Emergência e Resiliência da FAO, em um comunicado à imprensa. "Este relatório é um apelo claro para uma ação urgente", acrescentou.

A situação de catástrofe-fome é a mais grave das cinco fases utilizadas pelo sistema de Classificação Integrada de Segurança Alimentar em Fases (CIF) para indicar os graus de insegurança alimentar.

Quando essa fase extrema é declarada, significa que as pessoas já começaram a passar fome, observa o relatório.

A poluição do ar matou 476.000 recém-nascidos em 2019, especialmente na Índia e na África subsaariana, de acordo com um estudo publicado nos Estados Unidos que destaca a responsabilidade da fumaça tóxica que emana dos combustíveis usados para cozinhar nas residências, 75% dos casos.

Mais de 116.000 bebês indianos e 236.000 africanos subsaarianos morreram no primeiro mês de vida, vítimas da poluição do ar, afirma a organização 'State of Global Air 2020', que utiliza dados compilados pelos americanos Health Effects Institute e Institute for Health Metrics and Evaluation.

Os autores do estudo afirmam que há cada vez mais provas que permitem vincular a exposição das mães à contaminação durante a gravidez com o risco crescente de parto prematuro ou de que os bebês tenham um grave déficit de peso.

"Apesar de uma redução lenta e constante da dependência das residências dos combustíveis de má qualidade, a poluição do ar que geram continua sendo um fator chave para a morte dos bebês", declarou Dan Greenbaum, presidente do Health Effects Institute.

No total, a contaminação do ar provocou 6,7 milhões de mortes no mundo em 2019, a quarta maior causa de mortalidade no planeta, indica o estudo.

Os autores destacaram que a pandemia de Covid-19, que provocou mais de um milhão de mortes e danos econômicos, teve um impacto positivo no que diz respeito à poluição.

"Muitos países recuperaram o céu azul e as noites estreladas pela primeira vez em muitos anos", devido ao freio brusco das atividades. Mas os pontos positivos não devem durar muito, alertaram os autores.

Após 17 anos de conflitos na República do Sudão do Sul, no continente africano, um acordo de paz foi assinado entre governantes e rebeldes do país. A resolução, homologada na capital Juba foi viabilizada pelas autoridades do Sudão. Em 2019, a coalizão que comanda o país vizinho depôs o então presidente Omar Al-Bashir e atuou junto à Frente Revolucionária Sudanesa (FRS) para pacificar a zona de combate sulista.

O acerto teve o aval de diplomatas de países da região, considerada uma das mais conflituosas do planeta. Na assinatura do acordo, representantes de Cartum, capital do Sudão, membros do governo de transição sul-sudanesa, além dos movimentos rebeldes e lideranças de territórios como Chade, Catar, Egito, da União Africana e da Organização das Nações Unidas (ONU), participaram da cerimônia em Juba.

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Segundo o acordo, que havia sido celebrado no fim de agosto, os grupos armados deixarão de existir e todos os membros passam a fazer parte das Forças Armadas do país. Ainda conforme o documento, o exército deve se reorganizar para representar todo o povo sudanês. O acerto também vai tratar de assuntos como propriedade da terra e assegurar o retorno de cidadãos refugiados ou expulsos por questões políticas.

Paz e recuperação da economia

Marcado por diversidades étnicas e religiosas, os conflitos são resquícios das três décadas em que Al-Bashir ficou à frente do governo sudanês. De acordo com o atual governo de Cartum, a paz com os rebeldes era ponto fundamental para que a economia dos dois países se recupere. A separação do Sudão do Sul deixou o vizinho sem 75% da produção de petróleo. Além da baixa, os Estados Unidos ainda inseriram a nação em uma lista de territórios que financiam ações terroristas.

Passados oito meses do início da pandemia de Covid-19, com a marca de 1 milhão de pessoas mortas pela doença em todo o mundo e 33,5 milhões de casos, o Continente Africano chama a atenção por sua relativa baixa taxa de contaminação e mortes. Após atingir o pico dos registros por semana no fim de julho e ter a expectativa de se tornar o novo epicentro da pandemia, depois das Américas, os casos na África vêm diminuindo desde então.

O continente como um todo tem população de 1,2 bilhão de pessoas e registra, até o momento, cerca de 1,5 milhão de casos de Covid-19, segundo dados do Africa Centres for Disease Control and Prevention (CDC África). O número é menos de um terço do registrado no Brasil, que tem 210 milhões de habitantes, população seis vezes menor. Ou seja, a África está com uma taxa de incidência da doença de 125 casos por 100 mil habitantes, enquanto no Brasil a taxa é de 2.258, segundo dados do Ministério da Saúde.

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Nos óbitos pela doença, os registros na África estão perto de 36 mil, pouco mais do que no estado de São Paulo, que tem população de 46 milhões. A taxa de mortalidade por Covid-19 no Brasil está em 67,6 por 100 mil habitantes e a letalidade da doença é de 3%. No Continente Africano, a mortalidade por Covid-19 é de 3 por 100 mil habitantes e a letalidade da doença de 2,4%.

Os números mundiais indicam uma taxa de 430,9 por 100 mil habitantes e 12,92 mortes por 100 mil, segundo o Wordometer, com letalidade de 4%.

Explicações

De acordo com o pesquisador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris-Fiocruz) Augusto Paulo Silva, já é um consenso mundial que a situação da Covid-19 na África é peculiar e surpreendente. Ele credita a baixa taxa de contaminação no continente a pelo menos quatro fatores, um deles a capacidade de resposta a epidemias.

“Há várias hipóteses, não são explicações assertivas. Mas uma das explicações mais plausíveis é que muitos países africanos já vêm enfrentando outras epidemias, em algumas partes é o cólera, outras o ebola, que até recentemente estava na República Democrática do Congo, em 2014 houve ebola na Libéria, Sierra Leoa e na Guiné Equatorial. Com isso, essas grandes epidemias fizeram com que muitos países africanos tivessem planos de emergência”.

Outra explicação, de acordo com o pesquisador, é a imunidade da população, afetada por outras doenças. “Porque as pessoas que sofrem daquela forma acabam por criar certas imunidades, por causa do tratamento de doenças como a malária, que tem muita prevalência na região, e de outras".

A terceira possibilidade é o fator etário, ou seja, a população africana é mais jovem do que a média mundial e a Covid-19 tem demonstrado uma incidência maior entre pessoas mais velhas. Silva lembra também o baixo desenvolvimento de muitos países, principalmente na região central do continente, o que leva essas regiões a terem poucas conexões internacionais.

“A quarta explicação é que muitos países não têm aquela intensidade de comunicação e contato com o exterior. Se for ver o número de casos nesses países, são mais elevados nos que têm maior índice de desenvolvimento, como a África do Sul, o Egito, a Argélia. O que significa que o nível de desenvolvimento permite o contato com o exterior e o contágio é feito por meio dessas ligações e comunicações com o exterior, acho que são essas as explicações”.

De acordo com a OMS/Afro, foram implantadas com sucesso na região as medidas de saúde pública para “encontrar, testar, isolar e tratar as pessoas com Covid-19, rastrear e colocar em quarentena os seus contatos”. Apesar da perspectiva de queda na curva de contágio, o pesquisador destaca que não há espaço para relaxar na vigilância, já que se trata de um vírus novo sobre o qual ainda não há conhecimento consolidado.

“Em qualquer epidemia são várias fases. No Continente Africano entramos na fase de abertura, então não sabemos se aquela curva vai continuar descendente ou não. Temos que ver aqueles países que não foram muito afetados, se essas curvas vão aumentar por causa dessa abertura. Não se pode fechar os países durante muito tempo. Então aí a questão do rastreio vai ser fundamental para poder seguir, tem que ficar vigilante”.

Além da Covid-19, Silva destaca que no dia 25 de agosto ocorreu de forma virtual a 70ª sessão do Comitê Regional Africano da OMS, na qual foi celebrada a erradicação do Poliovírus Selvagem na África. Também durante a pandemia, a República Democrática do Congo recebeu o certificado de erradicação do ebola.

Panorama mundial

Segundo o último boletim Panorama da Resposta Global à Covid-19, do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris-Fiocruz), o número de mortes tem diminuído devido à maior experiência no manejo clínico-terapêutico da doença. Porém, o centro destaca que a prioridade ainda é “conter a pandemia”, que impôs um quadro “quase apocalíptico” em oito meses de duração até o momento.

“Bilhões de pessoas em isolamento social, economias paralisadas e em declínio, bilhões sem trabalho, amplificação da pobreza e das desigualdades, empresas destroçadas, ameaças de crise alimentar, poucas esperanças no horizonte propiciadas pela ciência: ainda nenhum medicamento, nove vacinas em finalização, mas sem certezas quanto à sua eficácia. O mundo tenta se reinventar, mas a prioridade ainda é conter a pandemia”, destaca o boletim.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos de Covid-19 registrados por semana apresentou em setembro um leve declínio nas Américas, mas se mantendo estável em um nível ainda muito alto e permanecendo como epicentro da pandemia. Em julho e agosto, a região registrou 64% das mortes por Covid-19 no mundo, embora responda por apenas 13% da população global. O vírus aumentou a circulação no Caribe em agosto e, nas últimas semanas, em alguns países da América do Sul, como Colômbia e Argentina, além do aumento da taxa de mortalidade no México.

O Sudeste Asiático segue com aumento crescente desde julho, com a Índia atualmente em segundo lugar no número total de casos, atrás dos Estados Unidos e passando o Brasil, e em terceiro em número de mortes. A Europa registrou diminuição no ritmo de contágio entre junho e julho e, a partir de agosto, vê os casos aumentarem rapidamente, com a proximidade do inverno no Hemisfério Norte, podendo indicar o início da segunda onda da pandemia no continente.

Na África, o pico dos contágios ocorreu no fim de julho e a tendência atual é de queda nos registros. Segundo Silva, o CDC África, lançou, em parceria com o Projeto de Melhoria do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) da Saúde Pública de Inglaterra (PHE), a ferramenta AVoHC Net, que vai facilitar a implantação e administração de um grupo de trabalho para emergências de saúde pública em todo o continente. O mecanismo foi autorizado após o surto de ebola em 2014 e vai auxiliar na emergência da Covid-19.

Quanto aos óbitos totais globais, o pico de registros por semana ocorreu no começo de abril, segundo os dados consolidados da OMS, tendo caído até o início de junho e voltado a subir a partir de então, se mantendo em níveis altos, mas sem atingir novamente o pico.

Por ter adotado um menino branco, Peter Mutabazi, que é um homem negro nascido em Uganda, país localizado na África Ocidental, relata episódios de racismo por conta do seu filho adotivo. Durante uma refeição em um restaurante da Carolina do Norte, Estados Unidos, uma mulher se aproximou do homem e de seu filho de sete anos e perguntou pela mãe do garoto. "Eu sou o pai dele", respondeu Peter.

"Olá, polícia, por favor. É um homem negro, acho que ele está sequestrando um garotinho branco", denunciou a mulher. 

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Depois de sair da África e conseguir se estabilizar financeiramente nos Estados Unidos, Peter relata à BBC que decidiu adotar uma criança ao perceber que existia também quem precisasse de um lar além dos pequenos que vivem no continente africano. 

“Havia apenas um outro homem solteiro que se inscreveu para ser pai adotivo no Estado da Carolina do Norte na época”, aponta Peter. Ele lembra que, aos preencher o formulário, pensou que seria automaticamente associado a crianças afro-americanas, mas ficou surpreso ao saber que o seu filho do coração era um menino branco de cinco anos.

"Foi quando percebi que todas as crianças precisavam de um lar, e a cor não deveria ser um fator para mim", salienta.

A BBC mostra que ao longo de três anos, Peter foi guardião de nove crianças por vários meses, usando sua casa como uma espécie de porto seguro antes que esses menores fossem devolvidos às suas famílias biológicas. 

Em uma dessas guaritas, Peter conheceu Anthony, um rapaz de 11 anos, também branco. O menor tinha sido colocado para adoção aos dois anos de idade e adotado por uma família aos quatro anos de vida. Sete anos depois, ele foi abandonado pelos pais adotivos do lado de fora de um hospital.

Diante disso, Peter resolveu adotar Anthony. Mas, como era de se esperar, o racismo se manifesta nesses casos. O homem negro lembra que, em um feriado americano, a segurança do aeroporto parou o menor e perguntou onde estavam os seus pais. "Este é o meu pai", respondeu Anthony, apontando para Peter.

Mas a mulher não acreditou e foi verificar os antecedentes criminais do homem. "As pessoas que se parecem comigo nem sempre são bem tratadas. Seu trabalho é não ficar com raiva das pessoas que tratam assim, seu trabalho é garantir que você trate as pessoas que se parecem comigo com honra", pontua Peter.

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