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A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou nesta sexta-feira (25) o fato de a África ter conseguido evitar a "propagação exponencial" da epidemia de coronavírus no continente.

"A transmissão da Covid-19 na África se caracteriza por um número relativamente menor de infecções, que tem diminuído nos últimos dois meses", apontou a direção regional da OMS com sede em Brazzaville, em um comunicado recebido nesta sexta-feira pela AFP.

"Desde 20 de julho, a região experimentou uma diminuição sustentada dos novos casos de covid-19. Nas últimas quatro semanas, 77.147 novos casos foram notificados, em comparação com 131.647 nas últimas quatro semanas", relatou a OMS.

"Alguns dos países mais afetados, incluindo Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Etiópia, Gana, Quênia, Madagascar, Nigéria, Senegal e África do Sul, viram as infecções diminuírem semanalmente nos últimos dois meses", acrescenta a organização.

A OMS estima que "a baixa densidade populacional e o clima quente e úmido provavelmente contribuem" para esses bons resultados.

A pandemia na África afetou principalmente os jovens, maioria no continente. "Cerca de 91% dos casos de infecção por covid-19 na África Subsaariana correspondem a pessoas com menos de 60 anos, e mais de 80% dos casos são assintomáticos".

A tendência de queda "reflete as medidas enérgicas e decisivas de saúde pública tomadas pelos governos em toda região", observou o diretor regional da OMS, Matshidiso Moeti, em uma reunião virtual na quinta-feira (24).

Alguns países africanos adotaram medidas de confinamento total, ou parcial, muito onerosas para suas economias, como na África do Sul.

O número de testes "continua baixo", indicou a OMS, sem, porém, preocupar-se com as estatísticas globais.

"Os casos de covid-19 não registrados são, em grande parte, devido ao fato de serem assintomáticos. Além disso, não há evidências de que os números de mortalidade estejam errados, pois são mais difíceis de ignorar de um ponto de vista estatístico", apontou.

Autoridades informaram nesta segunda-feira (21) que uma cianobactéria produtora de neurotoxinas foi responsável pela morte de centenas de elefantes, que foram encontrados sem vida em Botsuana, na região do delta do rio Okavango.

Segundo Mmadi Reuben, veterinário do Ministério da Vida Selvagem e Parques Nacionais, os óbitos ocorreram por "envenenamento devido a uma cianobactéria que se desenvolveu em pontos de água".

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O especialista, porém, reconheceu que "ainda existem muitas perguntas para responder, particularmente por que somente [morreram] elefantes e por que somente nessa área". "Temos uma série de hipóteses que estamos pesquisando", acrescentou.

Localizada entre Zâmbia, Namíbia e África do Sul, a Botsuana é o país onde um terço da população mundial de elefantes vive, sendo que cerca de 15 mil deles habitam o Delta de Okavango - representando 10% do total da espécie na nação.

Desde março, ao menos 350 carcaças foram encontradas. A hipótese de caça furtiva, porém, foi descartada, tendo em vista que os animais estavam com as presas intactas.

De acordo com Reuben, no final de junho, as mortes de paquidermes pararam, o que coincidiu com o esgotamento desses pontos de água. Na ocasião, amostras de sangue dos elefantes foram coletadas, as quais confirmaram a causa da morte.

Os testes foram realizados em laboratórios da África do Sul, Zimbábue e Canadá. 

Da Ansa

A Sociedade para Conservação da Vida Selvagem (WCS, na sigla em inglês), que administra o Zoológico do Bronx, em Nova York, Estados Unidos, esperou 114 anos para pedir desculpas por ter exibido, em uma jaula juntamente com os macacos, o jovem negro Ota Benga. Para ser colocado como um atrativo do zoológico, Benga foi sequestrado de sua terra natal, onde hoje fica a República Democrática do Congo, em 1904. 

A WCS tentou esconder por todos esses anos que Ota Benga havia sido colocado contra a sua vontade juntamente com os macacos do zoológico, tentando colocar no imaginário das pessoas que o jovem era funcionário do local e estava ali a serviço. 

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Ota Benga ficou enjaulado do dia 8 de setembro de 1906 até o dia 28 de setembro do mesmo ano, quando ele foi libertado e colocado em um orfanato, já que era muito caro para ele voltar para o seu país de origem e o seu sequestrador não custeou o seu retorno.

Agora, 114 anos depois, o presidente da entidade, Cristian Samper, disse à BBC que é importante "refletir sobre a própria história da WCS e sobre a continuidade do racismo" na instituição. Juntamente com o pedido de desculpas pelo episódio de Benga, Cristian prometeu que a WCS vai dar total transparência sobre o episódio que, na época, foi notícia nos jornais dos Estados Unidos e da Europa.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) deve certificar nesta terça-feira (25) que o continente africano está "isento de poliovírus selvagem", quatro anos depois da detecção dos últimos casos no nordeste da Nigéria, uma região devastada pelo conflito contra os jihadistas do grupo Boko Haram.

"Graças aos esforços mobilizados pelos governos, profissionais de saúde e comunidades, mais de 1,8 milhão de crianças foram salvas desta doença", afirmou a OMS em um comunicado publicado antes do evento histórico, uma etapa crucial na erradicação mundial da enfermidade.

O anúncio oficial está previsto para acontecer em uma videoconferência a partir das 15h GMT (12h de Brasília). O evento reunirá o diretor geral da OMS, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, a diretora da organização para a África, Matshidiso Moeti, assim como os bilionários filantropos Aliko Dangote e Bill Gates, entre outros.

"É uma vitória formidável, um alívio", declarou à AFP o doutor Tunjui Funshuo, do comitê Pólio Nigéria da associação Rotary International.

"Há mais de 30 anos começamos este desafio. Dizer que estou feliz é um eufemismo!", disse o médico nigeriano, que dedicado a vida a esta causa.

Provocada pelo "poliovírus selvagem" (PVS), a poliomielite é uma doença infecciosa aguda e contagiosa que afeta principalmente as crianças, que ataca a medula espinhal e é capaz de provocar uma paralisia irreversível.

Era endêmica em todo o planeta até o desenvolvimento de uma vacina nos anos 1950. Os países mais ricos tiveram acesso ao medicamento rapidamente, mas Ásia e África continuaram durante muitos anos como focos infecciosos.

Em 1988, a OMS contabilizava 350.000 casos em todo o mundo e mais de 70.000 oito anos depois apenas na África.

Mas, graças a uma consciência coletiva incomum e a grandes esforços financeiros (19 bilhões de dólares em 30 anos), apenas dois países do mundo apresentam atualmente contágios de "poliovírus selvagem": Afeganistão (29 casos em 2020) e Paquistão (58 casos).

Até recentemente, a Nigéria, um país de 200 milhões de habitantes, também aparecia na lista. No início dos anos 2000 ainda era um epicentro da doença.

Na região norte, de maioria muçulmana, a pressão dos círculos salafistas interrompeu as campanhas de vacinação contra a pólio entre 2003 e 2004. Um boato afirmava que eram uma ferramenta de um grande complô internacional para esterilizar os muçulmanos.

As autoridades precisaram de um grande trabalho de conscientização com os líderes tradicionais e religiosos para convencer a população a vacinar os filhos.

Mas o conflito com o grupo extremista Boko Haram, em 2009, acabou com as esperanças de erradicar a doença na década passada. Em 2016 foram detectados quatro novos casos de poliomielite no estado de Borno (nordeste), foco da insurreição jihadista.

"Naquele momento, 400.000 crianças ficaram à margem das campanhas médicas devido à violência", recorda o doutor Funsho.

A segurança continua extremamente volátil no nordeste da Nigéria, onde o Boko Haram e o Estado Islâmico da África Ocidental (Iswap) controlam grandes áreas, especialmente ao redor do Lago Chade.

Nas áreas "parcialmente acessíveis", as campanhas de vacinação foram organizadas com a proteção do exército e de milícias de autodefesa, explicou o médico Musa Idowu Audu, coordenador da OMS para o estado de Borno.

Nas zonas totalmente controladas pelos jihadistas, a OMS e seus sócios estabeleceram contato com a população nas estradas ou nos mercados, para formar uma rede de "informantes de saúde" e "sentinelas" que alertavam sobre casos.

Quase 20 profissionais da saúde e voluntários morreram nos últimos anos no nordeste da Nigéria por esta causa, recorda o doutor Audu.

Atualmente, 30.000 crianças permanecem "inacessíveis", um número "muito baixo" para que aconteça uma transmissão epidêmica, de acordo com os especialistas.

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Brasileiros que estão na África do Sul e não conseguem voltar para casa, por causa da pandemia do novo coronavírus, estão se mobilizando para pressionar o Itamaraty a facilitar o retorno ao Brasil. No último dia 31 de julho, após inúmeros pedidos individuais de repatriação sem resposta efetiva da Embaixada do Brasil, o grupo enviou uma carta coletiva ao Itamaraty, à Embaixada, à Secretaria da Presidência da República e à Defensoria Pública na qual eles relatam a situação de desamparo que vivem no país sul-africano por parte do governo brasileiro.

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A divulgação do documento ocorreu pelas redes sociais e reuniu 29 assinaturas, mas acredita-se haver muito mais pessoas na mesma condição. Até o momento, a única resposta que os brasileiros tiveram do Consulado do Brasil, em Cape Town, foi disponibilização de um cadastro on-line para quem tivesse interesse em ser repatriado. Porém, não há informações sobre quantas pessoas já fizeram a solicitação.

Desde 26 de março, a África do Sul está com as fronteiras fechadas como parte das políticas de controle da propagação do coronavírus no país, e não existe qualquer previsão de reabertura. O último voo de repatriação, realizado pelo Itamaraty, ocorreu no mês de abril, partindo de Johanesburgo para São Paulo. 

Na carta enviada às autoridades brasileiras, o grupo relata que muitos não conseguiram embarcar neste voo por não terem sido avisados, seja por suspeita de covid-19, por não conseguirem desmarcar os compromissos há tempo ou por acreditarem que em alguns meses as fronteiras estariam abertas. Após quatro meses sem previsão de voos para repatriação, a situação de desesperança entre os brasileiros aumentou ainda mais.

A Embaixada do Brasil tem conseguido lugar em voos comerciais autorizados para trabalhar na África do Sul com o intuito de resgatar quem ainda ficou no país. Porém, ao contrário da repatriação, esses voos são pagos pelos passageiros e com valores de mercado altíssimos. As passagens variam entre R$ 6 mil e R$ 15 mil por pessoa, valores considerados absurdos diante das dificuldades financeiras que muitas famílias brasileiras estão passando no país.

O órgão consular na África do Sul deixa claro que os voos comerciais divulgados não são organizados pela Embaixada brasileira, que apenas têm como papel informar sobre a possibilidade de tais embarques e as autorizações necessárias para que os cidadãos brasileiros possam se deslocar do país sul-africano.

Situação difícil

Muitas famílias estão passando por dificuldades financeiras e vivendo de favor na casa de outras pessoas. Alguns brasileiros precisaram fazer ajustes financeiros para se manter por mais meses na África do Sul, e mesmo assim não conseguem voltar para casa por falta de voos.

A jornalista paraense Waleiska Fernandes, que está na cidade de Cape Town, conta que se licenciou do trabalho no Brasil e com programação financeira foi com as filhas para a África do Sul, onde ficaria por seis meses acompanhando o marido, que está fazendo pós-doutorado no país. Waleiska retornaria com as filhas em julho para o Brasil, mas a viagem teve que ser adiada por tempo indeterminado por causa da pandemia. 

A economia reservada para ser usada no período de estada está chegando ao fim e a família não tem como voltar para a casa. “Não tenho condição de reembolsar R$ 30 mil reais para voltar ao Brasil, até porque vim com as passagens pagas de ida e volta”, afirma a jornalista sobre os preços divulgados pela Embaixada brasileira.

Há também despesas extras que Waleiska terá que arcar quando decidir remarcar as passagens, pois a companhia aérea avisou que ela pagará uma diferença em relação ao valor inicial que foi cobrado. A jornalista também corre o risco de perder o emprego por não poder se apresentar de volta ao trabalho na data certa, o que compromete o salário de agosto, que, segundo ela, seria para pagar a segunda graduação que iria iniciar este mês.

A ideia da carta surgiu de um grupo no Facebook de brasileiros que moram na África do Sul. A maioria tem em comum o fato de não ter embarcado no último voo de repatriação, e busca por respostas das autoridades brasileiras. A resposta de Waleiska a um e-mail da Embaixada do Brasil, no qual também tinha anexado o e-mail de outras brasileiros, encorajou todos para buscar respostas concentradas sobre a situação. O grupo se organizou primeiro pelas redes sociais e depois por WhatsApp.

Soluções possíveis

Dentre as soluções sugeridas pelo grupo na carta estão: a realização de um voo de repatriação pelo Itamaraty resgatando brasileiros que estejam na mesma situação na África do Sul e países vizinhos; ou que o governo arque com as passagens de quem está pedindo a repatriação e não dispõe dos altos valores cobrados pelas companhias estrangeiras para o resgate. 

Foi informado que o documento já está em Brasília em um gabinete de crise que trata da situação de brasileiros no exterior. No entanto, não ainda há uma resposta quanto à possibilidade de que vá acontecer um novo voo de resgate de quem está no país sul-africano.

Na semana passada, o grupo buscou apoio de deputados federais e senadores para que seja reforçada a pressão sobre o governo em busca de uma solução. Eles enviaram mensagens para as lideranças de todos os partidos representados no Congresso. Entre os apoios recebidos estão das Comissões de Direitos Humanos do Senado e da Câmara e da Bancada da Minoria na Câmara, que já protocolaram pedidos de informações aos órgãos do Executivo. Porém, seguem também sem resposta.

Por Amanda Martins.

 

 

 

 

A África ultrapassou nesta sexta-feira (7) a marca de 1 milhão de casos do coronavírus Sars-CoV-2, de acordo com o monitoramento feito pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos.

Até 9h da manhã, o continente registrava 1.008.151 contágios e 22.069 mortes, mas os números devem estar subnotificados devido à escassez de testes em várias nações. O país com mais casos em termos absolutos e relativos é a África do Sul, com 538.184 diagnósticos positivos (931/100 mil habitantes).

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Na sequência, aparecem Egito (95.006), Nigéria (45.244), Gana (39.642) e Argélia (33.626). Em termos relativos, a África do Sul é seguida por Djibuti (556/100 mil hab.), Cabo Verde (503/100 mil hab.), São Tomé e Príncipe (416/100 mil hab.) e Guiné Equatorial (368/100 mil hab.).

A África do Sul também lidera o ranking de óbitos, com 9.604 (17/100 mil hab.). Egito (4.951) e Argélia (1.273) aparecem em segundo e terceiro lugar em números absolutos, enquanto São Tomé e Príncipe (7/100 mil hab.) e Guiné Equatorial (6/100 mil hab.) vêm depois da África do Sul em termos proporcionais.

Ainda segundo a Johns Hopkins, o mundo inteiro contabiliza 19,1 milhões de casos do novo coronavírus e 715,2 mil mortes. 

Da Ansa

A pandemia de Covid-19, que inicialmente progrediu mais lentamente na África do que em outras regiões do mundo, agora está acelerando no continente mais pobre, uma fonte de preocupação para a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo dados compilados pela AFP, cerca de 860.000 casos foram registrados em todo o continente, com pelo menos 18.000 mortes.

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Os números ainda são baixos se comparados à Europa ou aos Estados Unidos, mas o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, expressou recentemente sua preocupação com a "aceleração" da epidemia na África, onde os sistemas públicos de saúde são precários.

As medidas precoces e rigorosas de confinamento "permitiram retardar a progressão" da doença na África, observa Mary Stephens, especialista do escritório regional da OMS na África, questionada pela AFP.

Mas o pico da pandemia está chegando, alertou, já que muitos países relaxaram as restrições para evitar o colapso de suas economias.

Aqui está uma atualização sobre a situação nos principais países:

- África do Sul, o epicentro -

A África do Sul é de longe o país mais afetado do continente, com mais de 450.000 casos, incluindo 7.067 mortes. Globalmente, ocupa o quinto lugar entre os países com o maior número de contaminações.

A taxa de mortalidade permanece baixa (1,6% dos casos). Mas esse dado poderia estar grosseiramente subestimado. Segundo pesquisadores, cerca de 17.000 mortes adicionais, não contabilizadas entre as mortes da Covid-19, foram registradas desde o início de maio, em comparação com o mesmo período do ano passado.

O ministro da Saúde, Zweli Mkhize, alertou que "o pico (da pandemia) será em julho, agosto e setembro". O país impôs um dos mais rígidos confinamentos do mundo no final de março, antes de aliviá-lo.

Diante da explosão de contaminações, as escolas voltaram a ser fechadas por um mês e um toque de recolher noturno foi restabelecido.

- Nigéria, a mais populosa -

A Nigéria, com 200 milhões de habitantes, é o segundo país mais afetado da África Subsaariana, com mais de 41.000 casos, incluindo pelo menos 860 mortes.

No entanto, os números podem estar muito subestimados por falta de testes disponíveis. O país realiza apenas 3.000 testes diários, cerca de um décimo do número de testes realizados na África do Sul, que tem um quarto da população nigeriana.

"Para cada caso identificado, outros nos escapam porque não podemos testar todos", admitiu Sani Aliyu, chefe da força-tarefa encarregada de combater o vírus.

Na capital econômica Lagos, epicentro da pandemia na Nigéria, haverá em breve um problema de espaço para isolar os pacientes, alertou a autoridade municipal de saúde, Akin Abayomi.

- Ano escolar perdido no Quênia -

O número de casos no Quênia triplicou em um mês, com quase 18.000 infecções confirmadas, incluindo 285 mortes.

Sob pressão do setor privado, o país suspendeu recentemente a proibição de sair ou ir para Nairobi e Mombasa (leste), os principais focos da epidemia.

Mas na segunda-feira, o presidente Uhuru Kenyatta anunciou uma proibição da venda de álcool em restaurantes e uma extensão de um mês do toque de recolher noturno para conter a propagação "agressiva" da Covid-19.

As escolas primárias e secundárias só serão reabertas em janeiro de 2021.

- Primeiro pico em Camarões -

Camarões, que não impôs um confinamento estrito, é o país da África Central mais afetado, com mais de 16.000 casos.

"O primeiro pico da epidemia ocorreu entre o final de junho e o início de julho", segundo Yap Boum, representante para a África do Epicentro, o ramo de pesquisa e epidemiologia da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). Mas "isso não significa que a pandemia acabou, não!", insiste.

- Madagascar e seu "chá de ervas" -

O presidente Andry Rajoelina elogia as virtudes, segundo ele, preventivas e curativas de um chá de ervas contra a Covid-19, à base de artemísia. No entanto, nenhum estudo científico confirmou sua eficácia.

O chá de ervas tem sido amplamente distribuído gratuitamente no país, mas o número de contaminações continua a aumentar (9.690, incluindo 91 mortes).

- O caso do Djibuti -

Djibuti, um Estado com um milhão de habitantes, é o segundo país mais afetado da África Oriental em termos de número de casos (mais de 5.000 infecções).

O governo explica esses números por sua forte capacidade de testar (mais de 5% da população) e por sua política agressiva de localizar pacientes.

- Tanzânia na negação -

A Tanzânia está entre os poucos países do mundo que negam a gravidade do vírus. No final de abril, publicou seus últimos números, relatando 509 casos.

O presidente John Magufuli diz que não há mais contaminação. "É por isso que não usamos a máscara. Você acha que não temos medo de morrer? É porque não há COVID", afirmou na segunda-feira.

O jovem Emeka Nwachinemere cresceu na zona rural da Nigéria vendo a avó lutar para sobreviver produzindo alimentos com tecnologia precária e ganhando pouco após a colheita. Sem estrutura para armazenar, era obrigada a vender pelo quanto queriam pagar. Assim como ela, milhões de pequenos agricultores no continente de 1,2 bilhão de habitantes enfrentam dificuldades para produzir melhor e aumentar sua renda.

"Eu via minha avó trabalhar tão duro e conseguir tão pouco, sempre tínhamos de sobreviver de pequenas rendas e éramos explorados pelos intermediários na tentativa de vender as colheitas", disse Emeka.

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O tempo passou, ele cursou engenharia mecânica e criou uma plataforma que faz análises das condições específicas de cada produtor e depois fornece um pacote de insumos adequados - sementes, fertilizantes e agroquímicos. Por fim, facilita a conexão com compradores, sem custo extra.

"Ao fornecer aos agricultores insumos específicos para o solo e as culturas, permitimos que eles cultivem com mais precisão, o que aumenta o rendimento e garante maior produção, aumentando a renda", explica o criador da Kitovu, startup de agricultura que hoje atende 7.450 agricultores na Nigéria. Em 2021, ele e seu time de sete pessoas pretendem triplicar o número de clientes.

A empresa nigeriana é parte de um movimento maior para elevar a digitalização da agricultura no continente de 54 países que, somados, têm seis vezes a população do Brasil. Nações como Nigéria, Costa do Marfim, Ruanda, África do Sul, Quênia e Gana são palco de uma revolução digital que vê surgirem empresas em áreas tão distintas como o acesso a recursos para pequenos agricultores, monitoramento de pragas com drones e conexão de produtores e compradores.

A avaliação desses empreendedores e de especialistas locais é que milhões de pequenos agricultores produzem muito abaixo de seu potencial em razão da falta de conhecimento. A estimativa é que haja 800 milhões de africanos vivendo na zona rural.

"Antes, a imagem que a agricultura evocava era a da pobreza, do desânimo e do fracasso. Não era uma opção de carreira para ninguém", explica Emeka. "Mas isso está mudando à medida que os jovens mais instruídos entram na agricultura."

A nova geração adota boas práticas, melhor manejo pós-colheita, reduz perdas e usa tecnologias. "Quando essa transformação acontecer, a agricultura da África vai ser transformada e o continente poderá se tornar o centro alimentar do mundo."

Segundo um estudo de 2019, havia 390 soluções de agricultura digital em todo o continente - 60% delas lançadas nos últimos três anos. Elas abarcam cinco áreas principais: serviços de orientação e recomendação, conexão com mercados, acesso a recursos financeiros, gerenciamento da cadeia de produção e agricultura de precisão de uma forma mais ampla. A África é considerada a última fronteira agrícola do planeta.

Quênia

O economista Michael Kremer, Nobel de Economia em 2019, fundou a ONG Agricultura de Precisão para o Desenvolvimento (PAD), que aumenta o acesso à informação para 3,6 milhões de agricultores em 8 países. Ela tem forte atuação no Quênia, onde meio milhão de produtores recebem informações técnicas personalizadas, com linguagem simples nos celulares. O país tem 51 milhões de habitantes e é um dos que mais crescem na África. O custo por produtor foi de US$ 1,46 por ano. A ONG atua em parceira com o governo local e o One Acre Fund, organização internacional que viabiliza acesso a finanças e assistência técnica.

"A proliferação de telefones celulares entre as comunidades mais pobres e remotas dos pequenos agricultores é uma oportunidade notável de fornecer informações adequadas às necessidades deles", disse Emmanuel Bakirdjian, diretor regional da África para a PAD.

Também no Quênia, a startup Twiga Foods permite que compradores e produtores de alimentos realizem negociações diretas e organizem entregas pelo celular. A empresa tem uma frota de veículos que busca a colheita e distribui por pontos de venda. O modelo de negócio permite estabilizar os preços - tanto os recebidos pelos produtores quanto os pagos pelos consumidores - e garante a padronização, agilidade e maior segurança dos alimentos. A Twiga Foods atende 17 mil produtores rurais e 8 mil vendedores no país. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Preocupado com a integridade dos membros da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) solicitou ao gestor do país africano, João Manuel Lourenço, que proteja pastores e integrantes da congregação. O documento enviado pelo brasileiro lamenta a presença das autoridades em templos e aponta que membros chegaram a ser agredidos.

Em cumprimento da operação que investiga relação da igreja fundada pelo bispo Edir Macedo com crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, na última sexta-feira (10), agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC) da Polícia Nacional de Angola apreenderam computadores, câmeras de segurança, livros de contabilidade e documentos bancários em templos e nas residências de pastores. As autoridades também procuraram cofres e fundos falsos nos locais, segundo o Uol.

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A carta publicada pelo filho do presidente e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL), indica que a perseguição é proveniente de "disputas internas" e ressalta que 65 dos cerca 500 líderes da Igreja são brasileiros. "Meu apelo a Vossa Excelência é para que, sem prejuízo dos trâmites judiciais, com seu tempo próprio, se aumente a proteção de membros da IURD, a fim de garantir sua integridade física e material e a restituição de propriedades e moradias, enquanto prosseguem as deliberações nas instâncias pertinentes", pediu Jair Bolsonaro.

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Após encontrar duas pedras raras com 9,27 kg e 5,1 kg em Mirerani, na Tanzânia, o garimpeiro Saniniu Laizer, de 52 anos, ficou multimilionário. Até então, a maior pedra já descoberta no país da África Oriental pesava 3,5kg.

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Casado com quatro mulheres e pai de mais de 30 filhos, Laizer recebeu o cheque do Banco da Tanzânia equivalente a R$ 18 milhões nessa terça-feira (24). Ele afirmou que vai investir o dinheiro para o desenvolvimento da sua comunidade, no distrito Simanjiro, em Manyara.

"Quero construir um shopping e uma escola. Quero construir esta escola perto da minha casa. Há muitas pessoas pobres por aqui que não podem dar ao luxo de levar seus filhos para a escola", declarou o garimpeiro em transmissão feita pelo governo local. Ele acrescentou que os filhos deverão administrar os empreendimentos futuramente.

A descoberta foi tão importante para o país, que o presidente John Magufuli ligou para parabenizar Laizer e promoveu um evento transmitido ao vivo para divulgar a venda das pedras.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) firmou o primeiro acordo de cooperação e amizade com instituições similares africanas. O presidente da ABL, Marco Lucchesi, disse hoje (16) à Agência Brasil que o protocolo assinado constitui um fato inédito e marca a grande proximidade que existe entre o Brasil e a África.

O acordo envolve as academias Angolana de Letras, de Ciências de Moçambique, Caboverdiana de Letras, São-tomense de Letras, além da Academia de Ciências de Lisboa e da ABL. “Foi um protocolo mútuo, bastante aberto, e nos permite sonhar, quando for necessário, mas, sobretudo, ele tem o aspecto simbólico muito importante de proximidade com a África”, afirmou Lucchesi.

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Foram levantadas várias perspectivas práticas de colaboração entre as academias. Entre elas, a publicação mútua de obras dos acadêmicos, “o que já vai dando uma circulação sanguínea de ideias, de formas de ver o mundo, de contribuições”, disse Lucchesi. Há intenção também de promover conferências e mesas redondas virtuais nos diversos países para assuntos de interesse comum.

O presidente da ABL destacou que espera o surgimento de novas ideias, como publicações conjuntas, após o período de pandemia da covid-19.

Marco Lucchesi avaliou que, no atual cenário, o acordo é motivo de grande esperança. “Neste momento tão difícil de colecionar sonhos ou de projetar ideias para o futuro, porque o presente está muito pesado, a meta é atravessarmos a espessura do presente e planejarmos diversas ações para já e, com o final da pandemia, se Deus quiser, fazermos aproximações físicas, inclusive”.

Reunião pela internet

Segundo Lucchesi, a reunião para firmar o acordo não foi simples de se viabilizar pela internet tendo em vista os fusos horários diferentes e o envolvimento das academias com os compromissos em seus países diante da pandemia do novo coronavírus, cujo combate é mais forte em algumas regiões do que em outras.

“Não foi simples. Mas fomos todos tomados por uma grande alegria e um desejo de cooperação”, comentou.

Ele lembrou que, desde um acordo assinado com a Marinha, em 2018, têm sido doados livros de escritores brasileiros para os países de língua portuguesa. “Assim vamos construindo uma rede de proximidade de uma mesma língua, expressa em diversas formas. Mas é sempre esse legado comum”.

ABL e Câmara

Internamente, no Brasil, a ABL e a Biblioteca da Câmara dos Deputados estão realizando doações de livros a comunidades carentes, mais desprotegidas e vulneráveis, em todo o país, além de hospitais. A ação integra acordo de cooperação assinado em 2019 entre a Câmara Federal e a ABL, com o objetivo de desenvolver ações conjuntas para disseminação da cultura nacional e promoção de ações de valorização da leitura.

Até o momento, já foram distribuídos cerca de 70 kits com 12 livros novos cada, da Editora Câmara. Nessa primeira leva, foram atendidas comunidades de Belém (PA), Porto Alegre e Eldorado do Sul (RS), São Luis (MA), Fortaleza e São Gonçalo do Amarante (CE), Mauá, Guarulhos e São Paulo (SP), Salvador (BA), Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes (PE), Sabará, Betim, Belo Horizonte e Santa Luzia (MG), Paraty, Nova Iguaçu e Duque de Caxias (RJ).

O presidente da ABL destacou que, durante a pandemia, as comunidades mais vulneráveis precisam de comida e de medidas de profilaxia. “Mas nós entendemos que o livro também pode fazer parte tanto de uma forma, como de outra. O livro dentro da cesta básica. Toda vez que for possível associar cesta básica ao livro, nós trabalhamos com duas fomes: a fome dramática que, infelizmente, o nosso povo está vivendo, e a fome de leitura. Uma coisa não exclui a outra”.

Quando essa associação não é possível, a parceria entre a ABL e a Biblioteca da Câmara dos Deputados destina as doações para formação de bibliotecas em centros universitários, centros preparatórios de enfermeiros, asilos e bibliotecas comunitárias. “Por enquanto, estamos perto de 70 kits, mas vamos ampliar no território nacional. Queremos ampliar isso drasticamente”, disse Lucchesi.

Nesta segunda-feira (1º) o governo da República Democrática do Congo declarou que o país está passando por um novo surto de Ebola no noroeste do país, em meio à pandemia do novo coronavírus. 

Segundo o ministro da saúde, Eteni Logondo, quatro pessoas já morreram vítimas da doença, de acordo com exames realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica na cidade de Mbandaka. 

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O ebola, doença altamente contagiosa, é considerado endêmico na República Democrática do Congo, onde desde agosto de 2018 já matou cerca de 2,3 mil pessoas. De 2014 a 2016 o vírus também matou 11,3 mil pessoas em Serra Leoa, na Guiné e na Libéria. Já o novo coronavírus, infectou cerca de 3,2 mil pessoas e levou a 72 mortes na República Democrática do Congo. 

O anúncio do novo surto de ebola causou muita agitação nas redes sociais, com comentários de medo por parte dos internautas que já se sentem assustados por ter que lidar com o coronavírus. Confira: 

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que entre "83.000 e 190.000 pessoas na África poderiam morrer de Covid-19 e entre 29 e 44 milhões poderiam ser infectadas durante o primeiro ano" da pandemia.

Este seria o balanço da doença "se as medidas de confinamento fracassarem", alerta um novo estudo do escritório regional da OMS para a África, segundo um comunicado ao qual a AFP teve acesso em Brazzaville, sede regional da organização.

"Esta pesquisa, baseada em modelos, abrange 47 países da região africana da OMS, o que supõe uma população total de um bilhão de pessoas", informa a máxima autoridade mundial de saúde.

"O modelo prevê uma taxa de contágio mais lenta, as pessoas afetadas por doenças mais graves mais jovens e as taxas de mortalidade mais baixas que as observadas nos países mais afetados do resto do mundo", detalha a OMS.

"A taxa de contágio mais baixa sugere, no entanto, uma epidemia mais prolongada no tempo", segundo o estudo que também destaca que os pequenos países africanos situados perto de Argélia, África do Sul e Camarões "têm maior risco se não se priorizarem as medidas de confinamento".

Atualmente, a África, juntamente com a Oceania, é o continente menos afetado pela COVID-19, com 53.334 casos e 2.065 mortes, segundo uma contagem da AFP.

Vários países adotaram medidas de confinamento que começam a suspender progressivamente ou pensam em fazê-lo.

A Nigéria também suspendeu o confinamento em Lagos, a maior cidade da África, e a África do Sul aliviou as medidas há uma semana.

A Fundação Roger Federer informou, nesta quarta-feira, a doação de um milhão de dólares (R$ 5,7 milhões) para proporcionar alimentos para 64 mil crianças e suas famílias na África.

O tenista suíço, cuja mãe, Lynette, é de origem sul-africana, deixou uma mensagem nas redes sociais. "Agora, mais do que nunca, devemos nos unir para ajudarmos as famílias necessitadas", disse o número 4 do ranking mundial.

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A fundação, segundo informações em seu site, apoia projetos educativos na região da África Meridional e na Suíça. No continente africano, a intenção é melhorar a qualidade de vida e aprimorar a qualidade da educação básica, enquanto no país europeu o plano é apoiar atividades extracurriculares para crianças afetadas pela pobreza.

Em março, Federer doou outro milhão de dólares para famílias necessitadas na Suíça. Assim como os demais tenistas profissionais, o supercampeão não sabe quando voltará às quadras.

Diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou nesta quarta-feira, 6, que já foram reportados mais de 3,5 milhões de casos de coronavírus à entidade, com quase 250 mil mortes reportadas. No início de uma entrevista coletiva da entidade, Ghebreyesus notou que em parte da Europa os casos têm diminuído, mas em outros ainda crescem, inclusive nas Américas.

"Embora o número de casos da covid-19 reportados pela Europa Ocidental esteja declinando, mais casos têm sido reportados a cada dia no Leste Europeu, na África, no Sudeste Asiático, no leste do Mediterrâneo e nas Américas", afirmou Ghebreyesus.

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Em suas declarações iniciais, o diretor-geral da OMS informou que a entidade, aliada a outras, como o Unicef, publicam hoje diretrizes para os países sobre como manter a saúde comunitária, mesmo em um contexto de combate à pandemia. Ele também alertou para o risco de que uma crise como atual acentue desigualdades. "Precisamos lidar com isso agora e no mais longo prazo, ao priorizar aqueles em mais risco", defendeu, dizendo que "isso não apenas é o certo a se fazer, é o mais esperto".

Além disso, Ghebreyesus voltou a insistir na importância de que os países continuem a rastrear os casos de novo coronavírus, a isolar, testar e tratar os doentes confirmados.

Apesar de um forte aumento de casos de coronavírus na Nigéria, o país mais populoso da África, a maioria dos 20 milhões de habitantes de Lagos, sua capital econômica, se declararam "aliviados" de poder voltar ao trabalho após cinco semanas de confinamento rígido.

No bairro de negócios de Victoria Island, as pessoas foram até os bancos para sacar dinheiro e retomar suas atividades econômicas. Todos os comércios voltaram a abrir e os estacionamentos estavam cheios, constataram jornalistas da AFP.

"Acabamos de passar um mês de fome e dor. Agora posso voltar a ganhar dinheiro e alimentar minha família" comentou Ganiyu Ayinla, ao convidar os passageiros para subir em seu "Danfo", como são chamados os micro-ônibus amarelos de Lagos.

Policiais foram mobilizados em toda a cidade para tentar sensibilizar a multidão sobre os gestos de proteção e as regras contra o vírus adotadas pelo Estado de Lagos.

"Autorizamos somente passageiros com máscaras" explicou um policial à AFP. "A capacidade dos ônibus não deve exceder 60%, e podem circular apenas os motoristas que podem distribuir água, sabão ou álcool em gel", explica.

Mas a tarefa é imensa nesta megalópole e as forças de segurança não serão grandes o suficiente para fazer cumprir os princípios de distanciamento de pelo menos 1,5 metro imposto pelas autoridades.

Muitos se preocupam com este desconfinamento na maioria dos estados da Nigéria, mas diante da pressão social - em um país de 200 milhões de pessoas, onde 80 milhões vivem abaixo do limite da extrema pobreza - o governo federal decidiu facilitar as medidas, e impor um toque de recolher das 19h00 às 6h00 da manhã.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou os governos da África Subsaariana contra a tentação do desconfinamento, encorajada pelo fato de que grande parte de suas populações dependem do setor informal para sobreviver.

A África contabiliza mais de 40 mil casos de infecção por coronavírus, de acordo com o Centro Africano para Prevenção e Controle de Doenças. O número de mortes por Covid-19 em todo o continente supera 1,6 mil. Segundo a instituição, quase todos os países da região registram ao menos um óbito, com exceção do pequeno e montanhoso Lesoto, localizado dentro do território sul-africano.

Segundo dados da Johns Hopkins University, o país com maior registro de vítimas fatais é a Argélia, com 453 mortes e 4.154 casos confirmados de infecção. Egito registrou 406 óbitos e 5.895 casos, Marrocos tem 172 mortes e 4.687 infecções confirmadas. A África do Sul reportou 116 mortes e 5.951 casos.

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Já nas Filipinas, quase 10 mil presos foram libertados temporariamente, após a redução da fiança, de maneira a propiciar a diminuição da lotação dos presídios em meio à pandemia. O juiz Mario Victor Leonen afirmou neste sábado que a maioria dos mais de 9.731 presos que foram libertados desde meados de março eram de prisões na principal ilha do norte do país, Luzon, que foi colocada em quarentena. Alguns dos presos que não podiam pagar a fiança e foram libertados sob custódia de autoridades locais.

As Filipinas têm algumas das prisões mais lotadas do mundo e pelo menos um centro de detenção na região central de Cebu registrou mais de 200 casos. Em todo o país, foram registrados quase 9 mil casos de covid-19, e 603 mortes.

Outros países asiáticos começam a reverter medidas emergenciais tomadas para conter o surto do novo coronavírus. Cingapura, por exemplo, prepara a reabertura parcial das atividades comerciais para 12 de maio, após dois meses de bloqueio. O país informou neste sábado 447 novos casos, elevando o total de infectados a 17.548. Cerca de 85% dos casos confirmados estão ligados a trabalhadores estrangeiros que vivem e dormitórios lotados.

O Ministério da Saúde local explicou que as restrições serão gradualmente flexibilizadas, de maneira a evitar um surto de novas infecções. Num primeiro momento, fabricantes de alimentos, varejo de alimentos, serviços de lavanderia, barbeiros e suprimentos para animais de estimação terão permissão para reabrir. Empresas locais também poderão retomar as atividades. Pequenos grupos de estudantes terão permissão para voltar às aulas em 19 de maio.

A reabertura gradual das instalações econômicas e de trabalho será implementada com rigorosas regras de saúde, incluindo um aplicativo móvel digital para acelerar o rastreamento de contatos, informou o Ministério da Saúde. Outras medidas de bloqueio permanecem, inclusive confinando mais de 300 mil trabalhadores estrangeiros em seus dormitórios até que o bloqueio termine, em 1º de junho.

O governo do Sri Lanka também indicou que trabalhadores devem voltar ao trabalho em 11 de maio, embora algumas partes do país ainda estarão sob toque de restrição. O governo declarou que as organizações devem seguir estritamente as diretrizes de saúde emitidas pelo governo.

A nação insular estava sob um toque de recolher de 24 horas desde 20 de março. O toque de recolher foi retirado durante o dia em mais de dois terços do país na terça e quarta-feira, mas foi reimposto na quinta-feira, deixando um toque de recolher de 24 horas em vigor até Segunda-feira. Mas o toque de recolher de 24 horas ainda estará em vigor em quatro distritos, mesmo após 11 de maio. O Sri Lanka confirmou 690 casos de coronavírus, incluindo sete mortes.

A pandemia do novo coronavírus já deixou 1.000 mortos na África, segundo uma contagem da AFP, com base em fontes oficiais.

A Argélia é o país com o maior número de mortes (364), à frente do Egito (205), Marrocos (135) e África do Sul(50).

Segundo o balanço divulgado nesta sexta-feira (17) às 17H00 (BSB), o continente já contabiliza 19.334 contágios.

Também nesta sexta-feira, a OMS alertou para o rápido avanço da epidemia na África, mas informou que a disseminação pode ser contida.

"Na última semana, houve um aumento de 51% no número de casos registrados em meu continente, a África, e um aumento de 60% no número de mortes", disse o diretor-geral da OMS, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Acreditamos que muito pode ser feito para limitar o impacto do vírus. E acreditamos que precisamos acelerar os esforços quando o número de casos aumentar diariamente", disse Michael Ryan, diretor de programas de emergência da OMS.

Ao lado da Oceania, a África é o continente menos afetado pela pandemia.

Em todo o mundo, o novo coronavírus matou pelo menos 150.142 pessoas até esta sexta-feira às 16h de Brasília (19h GMT).

Foram registrados 2.207.730 contágios em 193 países ou territórios.

Desde que o coronavírus foi considerado uma pandemia, autoridades de saúde expressam preocupação com a África. O número oficial de casos confirmados ainda é baixo, 10 mil, mas o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) faz um alerta: é preciso agir contra o tempo para evitar uma catástrofe.

Nos 54 países do continente vive um sétimo da população mundial - muitos em guerra e pobreza extrema. "Temos de agir agora, informar sobre a doença, como preveni-la, preparar clínicas e hospitais para atendimento rápido e garantir que as pessoas tenham acesso ao básico: água e sabão. Se agirmos rápido, conseguiremos evitar o pior", afirma Crystal Wells, porta-voz do CICV no leste da África.

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Até agora, a África do Sul tem o maior número de contaminados no continente, com mais de 1,7 mil casos e 9 mortes. No país, profissionais de saúde usam trajes de proteção e máscaras ao testar a população, que está confinada até dia 16 sob ordem do governo. O presidente, Cyril Ramaphosa, lançou uma campanha que mobilizou 10 mil médicos, enfermeiras e voluntários para impedir a disseminação da doença.

Mas a preocupação dos agentes comunitários está em outros países, principalmente pela precariedade dos sistemas de saúde. Os hospitais sofrem com falta de camas e respiradores, há poucos médicos e serviços como água corrente são raros em muitos lugares. Segundo o CICV, a situação é ainda mais grave porque não houve redução da violência em países em guerra, o que tende a sobrecarregar os centros de saúde.

"O surto está pressionando sistemas sofisticados de saúde na Europa e Ásia, com equipes médicas sobrecarregadas lutando para tratar seus pacientes, e instalações de terapia intensiva lotadas nos países ricos. Imagine o que acontecerá com os sistemas de saúde na África quando o vírus chegar", disse Winnie Byanyima, diretora do Programa Conjunto da ONU sobre Aids (Unaids).

Wells relata uma preocupação especial com alguns países, como o Sudão do Sul, que sofre com a guerra há muitos anos, tem comunidades devastadas, hospitais lotados de feridos por bala. "As pessoas lá morrem de outras doenças, como malária, que tem tratamento, porque não há acesso a um sistema de saúde adequado", afirma.

O fato de os conflitos continuarem exige que as organizações humanitárias continuem atuando. "As pessoas continuam contando com nossos sistemas para sobreviver, como a distribuição de comida. O que estamos fazendo é colocar as pessoas na fila em uma distância adequada, pedindo que lavem as mãos sempre", explica.

Em Burkina Fasso, país mais afetado do oeste da África, o número de deslocados pelos conflitos internos é o ponto mais alarmante porque, segundo o CICV, dificulta táticas de detecção da covid-19 e a manutenção do distanciamento social.

"A Somália também tem infraestrutura precária. Apenas 50% da população vive em regiões urbanas com acesso a sistemas de saúde adequados", disse Wells. Segundo a agência France Press, na Somália há menos de um médico para cada 10 mil habitantes e muitos já estão contaminados com a covid-19.

"No norte do Mali, mais de 90% das instalações de saúde foram destruídas pela guerra e as que sobraram estão lotadas por feridos", afirmou Wells. O governo do país impôs um toque de recolher para tentar evitar a propagação da doença.

O vírus, segundo o CICV, pode não ser controlado caso afete os países e comunidades mais frágeis da África. "Nosso maior medo é que se ele continuar a se espalhar e chegar em áreas que são muito pobres ou enfrentam crises em razão da violência, o controle da doença será quase impossível e os sistemas de saúde vão colapsar."

A Cruz Vermelha lançou um apelo, no mês passado, pedindo 800 milhões de francos suíços (US$ 823 milhões) para ajudar as comunidades mais vulneráveis do mundo. A verba será destinada também para fornecer mais suprimentos a estabelecimentos de saúde, expandir programas de saneamento e prevenção da covid-19.

Os governos africanos estão impondo restrições de circulação, medidas de confinamento, fechamento de fronteiras, mas o CICV pede que seja garantido o acesso a água e sabão e haja muita divulgação sobre a doença e a pandemia. "Notícias falsas podem levar à morte. Precisamos informar sobre o que é o coronavírus, o que faz e como pode ser combatido para que as famílias saibam como agir se alguém ficar doente."

O CICV considera essencial que os sistemas de saúde sejam melhorados porque em alguns locais as medidas impostas sob orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), como o distanciamento entre as pessoas, não poderão ser cumpridas. "Como manter a distância aconselhada quando se vive em um campo de refugiados e se dorme em uma tenda com mais 10 pessoas da família? Por isso, precisamos garantir as questões básicas", afirma Wells. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um casamento foi considerado ilegal e precisou ser encerrado pela Polícia de Umhlathuze, na Zona Rural de KwaZulu-Natal, província da África do Sul. Por descumprir a recomendação de isolamento domiciliar e promover aglomeração, os noivos, o pastor e cerca de 50 convidados foram presos.

Os envolvidos não tiveram os nomes divulgados, mas a cerimônia ainda ocorria quando os militares entraram no templo e anunciaram o fim do casamento, segundo o jornal Metro. As autoridades sul-africanas já prenderam mais de 17 mil pessoas por desrespeitar as restrições da pandemia.

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No continente africano, a África do Sul é o país que tem o maior registro de infectados pela Covid-19. O governo começou a realizar testes na população e, até o momento, 18 mortes e 1.845 casos foram confirmados.

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