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A Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) lamentou, neste domingo, as condições desumanas do campo improvisado de Idomeni, onde mais de 14.000 refugiados esperam a reabertura da fronteira entre Grécia e Macedônia, fechada há uma semana.

"A miséria humana chegou a ponto máximo na Europa. As condições em Idomeni são desumanas", disse à AFP o porta-voz do Acnur Babar Baloch.

"Dificilmente se pode imaginar até que ponto se deteriora a situação todos os dias com a chuva. As pessoas sofrem", acrescentou.

Cerca de 12.000 imigrantes e refugiados se amontoam no acampamento de Idomeni, segundo dados oficiais publicados pelas autoridades gregas. Outros 2.000 também estariam acampados nos arredores, segundo ONGs.

As condições de higiene são particularmente ruins, os banheiros estão inundados, e dezenas de crianças tiveram de ser hospitalizadas nos últimos dias pelo frio, por problemas respiratórios e por outras questões de saúde.

Uma garota síria de nove anos foi internada em Tessalônica com hepatite A, anunciou o Centro de Prevenção de Doenças (Keelpno), acrescentando que seu prognóstico é "estável".

Dadas as péssimas condições, centenas de refugiados começaram a voltar para Atenas, onde são dirigidos para abrigos, ou para hotéis. Novos grupos de refugiados chegam todos os dias a Idomeni com a esperança de que a fronteira seja reaberta.

Neste domingo, um grupo de 200 refugiados - formado por famílias sírias e iraquianas com seus filhos - voltou a se manifestar na entrada de Idomeni, pedindo a abertura da fronteira.

O Ministério de Política Migratória distribui, diariamente, entre os imigrantes folhetos em árabe, pashtun e farsi, solicitando-lhes que "cooperem com as autoridades gregas para serem transferidos para centros de acolhida" longe da fronteira.

"Esperamos que as autoridades gregas ajam rapidamente neste sentido porque ficar aqui, mesmo que seja um minuto a mais, não é uma opção", completou Babar Baloch.

Muitos se negam, porém, a deixar Idomeni, esperando que, na cúpula europeia de 17 de março, sejam tomadas decisões a seu favor, e as fronteiras, reabertas.

O governo do Canadá prevê abrigar entre 51.000 e 57.000 refugiados em 2016, o dobro do ano anterior, anunciou nesta terça-feira o ministro da Imigração, John McCallum.

"Nosso plano não só aponta a abrigar refugiados sírios no Canadá durante 2016, mas também a abrir nossas portas a mais refugiados de outras regiões do mundo", disse à imprensa, ao apresentar as propostas que o Canadá fixou para este ano no que diz respeito ao tema da imigração. No total, o Canadá tem como objetivo abrigar entre 280.000 e 305.000 novos residentes permanentes no correr deste ano, disse McCallum.

O objetivo representa um aumento de aproximadamente 7% no número de admissões com relação ao ano anterior. É "a cifra mais alta (...) dos tempos modernos no Canadá", destacou. O país recebeu mais de 26.000 refugiados sírios nos últimos três meses, tal como estava previsto e tinha prometido o premiê Justin Trudeau.

O Partido Liberal de Trudeau tinha se comprometido a receber 25.000 refugiados sírios antes do Natal de 2015, mas teve que adiar o prazo até o fim de fevereiro diante dos desafios logísticos e de segurança que a acolhida implicava.

A União Europeia (UE) não pode deixar a Grécia "mergulhada no caos" diante do fluxo migratório em seu território - afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, no momento em que milhares de refugiados estão bloqueados no país após o fechamento das fronteiras nos países na rota dos Bálcãs.

"Vocês podem acreditar, seriamente, que os países da zona euro lutaram até o fim para que a Grécia se mantenha na mesma (...) porque um ano depois, já no final, deixamos, vamos dizer assim, a Grécia mergulhada no caos?", questionou Merkel, em declarações à emissora pública de televisão ARD.

"Não vamos abandonar Atenas desta maneira", vaticinou.

"Meu maldito dever e minha obrigação é que esta Europa deve encontrar um caminho conjunto", defendeu a chanceler, com uma linguagem pouco comum.

"Acho que não podemos agir de modo a abandonar a Grécia. Por isso, vamos tratar, na próxima segunda-feira [7 de março, durante a cúpula da UE] como vamos restabelecer o sistema [de livre circulação] Schengen passo a passo com a Grécia", afirmou a chanceler, que disse permanecer em contato, habitualmente, com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.

A Grécia é a porta de entrada para os imigrantes na Europa, especialmente os sírios, que fogem da guerra através da Turquia e tentam obter o status de refugiado na Europa. Para muitos deles, a Alemanha é seu destino final.

O país teme que, em março, o número de refugiados bloqueados em seu território suba para 70.000 pessoas, devido à decisão de quatro países do Bálcãs - Eslovênia, Croácia, Sérvia e Macedônia - de limitar a entrada de refugiados a 580 por dia.

"Segundo nossas estimativas, o número de pessoas que ficarão bloqueadas em nossos países oscilará entre 50.000 e 70.000 no próximo mês", afirmou o ministro grego de Política Migratória, Yiannis Muzalas.

"O problema é que agiram sozinhos e arbitrariamente, e isso não é bom, quando deixamos um país de lado", continuou a chanceler alemã na entrevista à ARD.

"A responsabilidade da Alemanha é que este problema se solucione com todos os países - e não apenas às custas de um país. Foi isso que fizemos durante a crise do euro e que também devemos fazer com a crise de refugiados", insistiu.

Depois de rejeitar as medidas nacionais de fechamento de fronteiras, Merkel ressaltou que a solução passa pela luta contra os traficantes de seres humanos no Mediterrâneo, pela melhora das condições de vida dos sírios nos campos de refugiados na Turquia, na Jordânia e no Líbano, assim como pela busca de uma solução também para o conflito na Síria.

Angela Merkel disse ainda que os países europeus devem chegar a um acordo sobre as cotas para acolher os refugiados. A proposta conta com a rejeição da maioria dos Estados-membros do bloco.

A União Europeia (UE) convocou uma reunião especial com a Turquia para março, para abordar a crise migratória, ao fim do primeiro dia de um encontro no qual os governantes pediram que não haja ações nacionais unilaterais, em uma crítica velada à Áustria.

"Temos a intenção de organizar um encontro especial com a Turquia no início de março", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. "Antes desta reunião, alguns duvidavam da necessidade de resolver o problema da crise dos refugiados ao lado da Turquia", declarou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

"Mas não há alternativa", completou, antes de destacar a necessidade de ter uma "boa, inteligente e sábia cooperação com a Turquia". A chegada à UE em 2015 de mais de um milhão de migrantes que fugiram de várias guerras desestabiliza o bloco, que passou de uma política de braços abertos ao fechamento das fronteiras.

A grande maioria dos que aspiram a obter asilo na UE chegam às ilhas gregas a partir da Turquia, que se tornou em 2015 o principal país de passagem dos emigrantes. Também na quinta-feira, a Comissão Europeia classificou de incompatível com o direito europeu e internacional o plano da Áustria de limitar a 80 os pedidos diários de asilo dos refugiados.

"Tal política seria totalmente incompatível com as obrigações da Áustria sob a lei europeia e internacional", escreveu, em uma carta dirigida a Viena, o comissário europeu de Migração, Dimitris Avramopoulos. Na véspera, a Áustria anunciou que vai limitar os pedidos de asilo a 80 por dia a partir desta sexta-feira, segundo a ministra do Interior, Johanna Mikl-Leitner.

A Áustria, que não quer superar o teto de 37.500 novos solicitantes de asilo em 2016, depois de ter recebido 90.000 pedidos em 2015, também limitará a 3.200 por dia o número de migrantes, que poderão transitar pelo país para pedir asilo em um país vizinho.

O mais recente grafite do artista anônimo de rua conhecido como Banksy, que apareceu no sábado em Londres criticando o tratamento dispensado aos imigrantes, foi coberto nesta segunda-feira.

O desenho se referia à situação dos milhares de imigrantes que aguardam o melhor momento para se dirigir ao Reino Unido a partir da cidade francesa de Calais.

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O desenho apareceu no sábado em frente à embaixada francesa e Londres e representa a menina Cosette do romance "Os Miseráveis", de Victor Hugo, coberta parcialmente com uma nuvem de gás lacrimogênio, com a bandeira francesa ao fundo.

O desenho trazia ao seu lado um código interativo que, quando era escaneado, remetia ao vídeo de um ataque policial ao campo de imigrantes de Calais no qual supostamente foram utilizadas balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.

O desenho foi coberto nesta segunda-feira.

Os grafites de Banksy valem centenas de milhares de dólares e dois homens tentaram levar a obra na noite de domingo, informou a polícia.

A ministra austríaca do Interior, Johanna Mikl-Meitner, cujo país anunciou na quarta-feira que pretende limitar a 37.500 o número de solicitantes de asilo em seu território em 2016, afirmou neste domingo que o número deve ser alcançado "provavelmente antes do verão".

"Este ano vamos parar em 37.500 solicitações (de asilo). Segundo as previsões, deve acontecer antes do verão" (hemisfério norte, inverno no Brasil), afirmou Mikl-Meitner ao jornal alemão Die Welt.

A Áustria examinará agora o próximo passo, "ou seja, se devemos aceitar as demandas acima do teto ou se devemos devolver diretamente na fronteira (os solicitantes de asilo) aos países vizinhos seguros", completou.

O governo austríaco anunciou na quarta-feira o desejo de limitar a 37.500 o número de solicitantes de asilo aceitos pelo país em 2016, menos da metade dos 90.000 do ano passado.

Este anúncio unilateral não foi bem aceito na Alemanha. Em uma entrevista à revista Der Spiegel, o ministro das Finanças Wolfgang Schäuble afirmou que teve que "tomar um pouco de ar" ao tomar conhecimento da decisão, que "não foi tomada de maneira muito coordenada".

A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu neste sábado uma rigidez maior para as regras de expulsão dos refugiados condenados, ao afirmar mesmo que aqueles que receberam uma suspensão condicional da pena devem deixar a Alemanha.

"Se um refugiado não cumpre as normas, devem existir consequências. Isto significa que devem perder o direito de residência, independente se tem uma suspensão da pena ou uma condenação à prisão", disse Merkel em entrevista coletiva.

"Se a lei não é suficiente, a lei deve ser alterada", completou Merkel, após o escândalo provocado pela participação de vários refugiados em uma série de agressões sexuais contra mulheres durante a noite de ano novo em Colonia.

A chanceler afirmou que uma lei mais rígida "não beneficiará apenas os interesses dos cidadãos, mas também os dos refugiados que estão aqui".

Durante uma reunião em Mainz, sudoeste da Alemanha, a direção do partido conservador da chanceler, a CDU, concordou em solicitar que a perda ao direito de asilo na Alemanha se torne mais sistemática em caso de delito. Esta postura deverá ser debatida com o seu aliado na coalizão de governo, o partido social-democrata SPD.

A lei alemã impõe atualmente uma condenação de pelo menos três anos de prisão para permitir a expulsão de um solicitante de asilo durante a análise de seu caso, desde que sua vida ou saúde não sejam ameaçados em seu país de origem.

A Alemanha recebeu 1,1 milhão de demandantes de asilo em 2015 e os eventos de 31 de dezembro em Colonia deixaram o país em estado de choque, com o aumento das críticas à política de recepção promovida por Merkel.

"Refugiados" ("Flüchtlinge") foi designada a palavra do ano na Alemanha, país que enfrenta um fluxo de migrantes sem precedentes, anunciou a Sociedade para o Idioma Alemão após uma votação de especialistas linguísticos.

A palavra foi escolhida entre cerca de 2.500 expressões que marcaram o discurso público durante o ano, segundo a organização.

Em segundo lugar, ficou "Je suis Charlie", a frase que percorreu o mundo em solidariedade para com a revista francesa atacada pelos jihadistas em janeiro.

Em terceiro lugar se encontra "Grexit", a ameaça de uma possível saída da Grécia do euro durante as tensas negociações do primeiro semestre sobre a ajuda europeia a Atenas.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, reconheceu nesta sexta-feira que seu país demorou para reagir diante do fluxo de migrantes, mas ressaltou que todos os que chegam estão sendo registrados.

Neste verão, a Grécia foi surpreendida pela amplitude do fluxo migratório a partir da costa turca do Egeu. "Mas desde setembro, não há uma só pessoa que chegue que não seja registrada", afirmou o primeiro-ministro, respondendo no Parlamento a uma pergunta.

O dirigente reconheceu que, diante da falta de aparelhos suficientes para digitalizar as impressões digitais, às vezes são necessárias várias horas entre o momento em que elas são recolhidas com tinta, de forma tradicional, e seu registro em uma base de dados europeia, o que representa um risco para a segurança.

Por isso, pediu novamente que seus sócios europeus forneçam à Grécia mais aparelhos Eurodac. Segundo um comunicado do ministério grego das Relações Exteriores, Atenas recebeu até o momento 39 aparelhos, dos 100 pedidos.

Na quinta-feira a Comissão Europeia pediu precisamente a Grécia, Itália e Croácia uma maior rapidez no recolhimento de impressões digitais, uma rotina que deve ser aplicada a todos os que chegam de forma irregular para transmitir posteriormente os dados ao sistema central Eurodac em um prazo de 72 horas.

Segundo a Comissão, estes três países não fizeram os avanços necessários, apesar de uma primeira advertência em outubro. Pelo mar Egeu transitaram desde o início do ano mais de 750.000 migrantes, que se aventuram no mar para alcançar a Grécia e dali continuar até a Europa central e do norte em busca de uma vida melhor.

Vários grupos de migrantes se enfrentaram nesta quinta-feira na fronteira entre Grécia e Macedônia, onde mais de 5.000 pessoas estavam bloqueadas, após a decisão da polícia macedônia de fechar a passagem, informou uma fonte policial grega.

Os incidentes, com pedras utilizadas como armas, envolveram grupos de migrantes autorizados a atravessar a fronteira e outros que não receberam autorização.

A polícia macedônia adotou um sistema de acordo com a nacionalidade. A situação, tensa há vários dias, piorou na quarta-feira, quando a Macedônia proibiu a entrada de um grupo de 500 migrantes, em sua maioria do Paquistão, Bangladesh e Marrocos, que tentaram passar por uma zona que não tem cercas.

Depois do incidente, a polícia usou gás lacrimogêneo e decidiu fechar a entrada também a sírios, iraquianos e afegãos, que a princípio estavam autorizados a passar por procederem de países em conflito.

A União Europeia (UE) deve afirmar que não é possível receber tantos migrantes, e encontrar soluções para que aqueles que abandonarem a Síria recebam abrigo nos países vizinhos, afirmou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.

Valls teve um encontro informal no palácio de Matignon com jornalistas de vários meios de comunicação da Europa e trechos da conversa foram divulgados. "A Europa deve dizer que não pode mais receber tantos migrantes, é impossível", declarou Valls, palavras confirmadas por seu gabinete.

"O controle das fronteiras externas da União Europeia é essencial para o futuro da UE. Se não fizermos isto, a população vai dizer 'basta, Europa'", completou.

Em uma reunião de ministros do Interior do bloco, na sexta-feira passada em Bruxelas, a França apresentou um plano, após os violentos atentados de Paris que deixaram 130 mortos, que defende sobretudo controles reforçados nas fronteiras da UE e a criação de um registro europeu de passageiros aéreos (PNR).

"A Europa deve encontrar soluções para que os migrantes sejam recebidos nos países vizinhos da Síria. Em caso contrário, a Europa coloca em suspeita sua capacidade para controlar com eficácia as suas fronteiras", disse Valls.

A Comissão Europeia aprovou na terça-feira um marco jurídico para financiar uma ajuda da UE à Turquia, que tem como objetivo conter o fluxo migratório na Europa, mas a discussão entre países europeus serão muito difíceis para conseguir reunir os três bilhões de euros prometidos.

Mais de mil migrantes que estão há três dias bloqueados na fronteira entre Grécia e Macedônia voltaram a protestar neste sábado, depois que autoridades macedônias se negaram a deixá-los entrar.

Na última quinta-feira, Sérvia e Macedônia decidiram limitar a passagem pela fronteira a pessoas que fogem das zonas de conlito em Síria, Iraque e Afeganistão, o que impede que migrantes de outras nacionalidades passem pelo posto fronteiriço de Idomeni (Gevgelija para a Macedônia).

Segundo a polícia grega, 1.300 migrantes de diferentes nacionalidades - iranianos, paquistaneses, marroquinos, argelinos, bengaleses e somalis - aguardavam hoje em Idomeni.

"Sentimos pela França, mas não somos perigosos", dizia um cartaz, referindo-se aos atentados jihadistas do último dia 13 em Paris.

O posto de Idomeni/Gevgelija é a passagem habitual para o norte da Europa dos migrantes que chegam à Grécia cruzando o Mar Egeu a partir da costa ocidental turca.

O ministro grego de Política Migratória, Ioannis Mouzalas, que viajou hoje para Idomeni, informou que a situação começou quando a Eslovênia, membro da União Europeia (UE) e integrante do Espaço Schengen, como a Grécia, proibiu a entrada de alguns migrantes.

Segundo Mouzalas, esta decisão teve um efeito dominó nos países vizinhos Macedônia e Sérvia, que não são membros da UE nem do Espaço Schengen.

"A Grécia tem um plano para ajudar estas pessoas a deixar Idomeni e se instalar, em um primeiro momento, em centros de acolhimento situados em outras regiões gregas, indicou o ministro.

Um total de 70% dos migrantes que chegam à fronteira entre Grécia e Macedônia são sírios ou iraquianos. Mais de 800 mil migrantes chegaram à Europa pelo mar desde o começo do ano.

Funcionários de alto escalão do governo Barack Obama defenderam, nesta terça-feira, o programa de admissão de refugiados sírios, insistindo em que os filtros são rígidos o bastante para conseguir evitar a entrada de extremistas no país.

O governo americano tenta neutralizar as ameaças de governadores de bloquear os esforços para aceitar refugiados, argumentando que se trata de uma política federal e que, consequentemente, os refugiados legítimos devem gozar de liberdade de movimento.

Um funcionário do governo, que pediu para não ser identificado, disse a jornalistas que o programa "é uma orgulhosa tradição americana que, não apenas salva vidas, como também enriquece nosso país e nossa nação".

Quase metade dos governadores dos 50 estados americanos, junto com o presidente da Câmara de Representantes, o republicano Paul Ryan, pediram a Obama que suspenda o plano para admitir o ingresso de 10.000 refugiados sírios no ano fiscal corrente.

"Esse é um programa federal desenvolvido sob a autoridade da lei federal, e os refugiados que chegam aos Estados Unidos estão protegidos pela Constituição e pela lei federal", disse esse funcionário de alto perfil.

Depois dos últimos ataques em Paris, aqueles que se opõem ao programa argumentam que agilizar as chegadas - conforme prometido por Obama - levará à flexibilização dos critérios de segurança. Essa possibilidade é rejeitada por especialistas do governo.

Outra fonte do alto escalão, que também pediu para não ser identificada, disse que os Estados Unidos já controlam os dados de milhões de viajantes e que, "certamente, pode adaptar" os controles ao relativamente pequeno número de refugiados sírios.

"Vai demandar alguma adaptação e flexibilização, mas acho que está claramente dentro da nossa capacidade", completou.

A União Europeia propôs nesta quinta-feira (12) uma cúpula especial sobre a crise migratória com a Turquia, país que acolhe o maior número de refugiados sírios e que se tornou um ponto de trânsito para milhares de pessoas que tentam chegar à costa europeia.

"Estamos prontos para realizar uma cúpula especial dos 28 Estados-membros com a Turquia o mais rápido possível", declarou à imprensa o presidente do Conselho Europeu, que reúne os líderes da UE, Donald Tusk, após uma reunião de cúpula com os países africanos sobre a crise.

O presidente francês, François Hollande, confirmou a notícia e indicou que o encontro poderia ter acontecer "no final de novembro ou início de dezembro."

A cúpula visa "concluir nossas negociações com a Turquia", afirmou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em referência ao plano de ação comum que a UE quer que a Turquia aceite para conter o fluxo de refugiados para a Europa.

Para atender à demanda de Ancara de uma ajuda financeira de pelo menos 3 bilhões de euros para acolher os refugiados sírios e iraquianos, a Comissão Europeia propõe que a UE entregue este montante em dois anos, em 2016 e 2017.

A cada 10 minutos nasce em alguma parte do mundo uma criança sem nacionalidade, um problema ampliado pelo conflito na Síria, que levou à pior crise migratória na Europa desde 1945, informou nesta terça-feira (3) a ONU, que eliminar o estatuto de apátrida antes de 2024.

Segundo um relatório que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, deve apresentar nesta quarta-feira na sede das ONU em Nova York, o problema continua crescendo.

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Nos países onde vivem as 20 populações mais apátridas mais numerosas, 70.000 crianças nascem ao menos a cada ano. Mianmar, Costa do Marfim e Tailândia encabeçam estes estados.

Durante os conflitos, a ausência de um registro de nascimentos cria um risco especialmente alto de estatuto de apátrida para refugiados e migrantes.

Este é caso do conflito na Síria, que a ONU considera a maior crise humanitária do mundo, depois dos quatro milhões de pessoas que foram obrigadas a fugir para países vizinhos.

Centenas de mulheres eram a luz ao longo do trajeto em busca de refúgio na Europa.

Os corpos de 19 refugiados foram encontrados no Mar Egeu neste domingo, segundo confirmaram autoridades da Grécia. Embora o número de navios atravessando pra a Grécia saindo da costa da Turquia tenha caído no dia por conta de fortes ventos, alguns ainda tentaram a perigosa travessia e diferentes acidentes foram registrados.

Em um dos eventos, trabalhadores de resgate e voluntários encontraram quatro corpos em barcos que haviam afundado próximo da ilha de Lesbos. Eram dois homens, uma mulher e um menino, encontrados nas praias da área de Skala, um dos trechos que tem visto o mais forte fluxo de pessoas em busca de abrigo na Europa.

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Mais cedo, autoridades reportaram que 11 pessoas haviam se afogado tentando chegar à Grécia depois que um barco carregando cerca de 30 refugiados afundou próximo da ilha de Samos.

Uma porta-voz da guarda costeira grega informou que as vítimas incluíam cinco mulheres, quatro bebês e duas crianças. A maior parte dos corpos das vítimas, com exceção de um, foi encontrado em um barco de plástico de seis metros, que afundou há cerca de 20 metros da costa da Grécia. Fonte: Associated Press.

A Cruz Vermelha na Líbia informou que resgatou os corpos de 40 imigrantes na costa do país.

O porta-voz da coordenação local da Cruz Vermelha, Mohamed al-Masrati, informou que 27 corpos foram encontrados na cidade de Zliten, a leste da capital, Trípoli. O restante foi encontrado ao longo das praias de Trípoli e da cidade vizinha de Khoms.

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Al-Masrati disse que a maioria dos imigrantes eram de países da África subsaariana. Fonte: Associated Press.

Cerca de dois mil imigrantes estão esperando para fazer a travessia da Sérvia para a Croácia, em meio ao cansaço e falta de suprimentos, de acordo com Jan Pinos, que faz parte de um grupo de voluntários da República Checa. O voluntário comparou a travessia entre os dois países dos Balcãs a uma "barragem no rio".

Milhares ficaram presos na Sérvia e na Croácia no domingo após a Hungria fechar a sua fronteira com a Croácia, empurrando o fluxo para uma rota muito mais lenta via Eslovênia.

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Pinos disse que "o novo sistema, o novo fluxo do rio de refugiados através da Eslovênia não funciona ainda". Ele acrescentou que a capacidade desta nova jornada não é suficiente.

A Eslovênia disse que só vai levar 2,5 mil pessoas por dia, deixando muitos esperando para seguir em frente. Pinos afirmou que os refugiados estavam esperando por muitas horas e eles estão esgotados. Fonte: Associated Press.

A Alemanha vai prosseguir até o dia 31 de outubro com os controles nas fronteiras, estabelecidos em meados de setembro para enfrentar o grande fluxo de refugiados, anunciou à AFP uma fonte do ministério do Interior.

Berlim enviou à Comissão Europeia uma carta para informar a decisão, pois a "situação nas fronteiras faz com que não possamos renunciar a esta medida", segundo a fonte.

O controle nas fronteiras suspende de fato os acordos do espaço Schengen de livre circulação.

A Alemanha implementou os controles no dia 13 de setembro.

"Temos que voltar a uma administração ordenada da política de refugiados", disse a fonte do ministério do Interior.

A Alemanha, país de maior população da União Europeia, recebeu o maior número de migrantes que entraram na Europa em fuga da guerra e da pobreza.

O governo calcula que o país pode receber entre 800.000 e um milhão de refugiados em 2015.

Mais de meio milhão de migrantes e refugiados chegaram à Europa depois de atravessar o Mediterrâneo desde o início do ano, anunciou nesta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

Do total, quase 383.000 desembarcaram na Grécia e 129.000 na Itália. Ao mesmo tempo, 2.980 migrantes morreram ou desapareceram durante a travessia, segundo o Acnur.

Em 2014, quase 3.500 pessoas morreram ou foram consideradas desaparecidas no Mediterrâneo.

De acordo com o Acnur, 515.000 migrantes e refugiados cruzaram este ano o Mediterrâneo. Do total, 54% são sírios e 13% afegãos, que tentam fugir dos conflitos em seus países.

Na Grécia, 71% dos migrantes que chegaram às ilhas de Kos, Lesbos e Leros são sírios.

Apesar dos esforços da operação europeia de busca e resgate Frontex, que salvou dezenas de milhares de vidas este ano, o Mediterrâneo continua sendo a via mais letal para os refugiados e os migrantes, segundo a ONU.

Na semana passada, os países europeus aprovaram a distribuição de 120.000 migrantes entre os Estados membros da UE e uma ajuda financeira aos países vizinhos da Síria, que recebem milhões de refugiados.

Mas a ONU fez um apelo aos dirigentes europeus para que façam mais para enfrentar o maior fenômeno migratório na Europa desde 1945.

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