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O custo dos danos causados pelo terremoto no Ano Novo, que matou ao menos 236 pessoas no centro do Japão, pode chegar a 17,6 bilhões de dólares (86,6 bilhões de reais na cotação atual), disse nesta sexta-feira um funcionário do governo japonês.

O terremoto de magnitude 7,5 e suas réplicas devastaram grandes áreas da província de Ishikawa, na costa do Mar do Japão, destruindo edifícios, estradas e causando grandes incêndios.

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Segundo uma estimativa do governo, os danos em Ishikawa e em duas outras regiões vizinhas podem custar entre 1,1 bilhão e 2,6 bilhões de ienes (7,4 bilhões de dólares a 17,6 bilhões de dólares), confirmou o funcionário.

Estes números ficam muito abaixo dos 16,9 bilhões de ienes de danos causados pelo terramoto e tsunami de 2011 no nordeste do Japão, que matou 18.500 pessoas e causou um desastre nuclear na central de Fukushima.

As autoridades revelaram na quinta-feira os detalhes dos planos de reconstrução de Ishikawa, onde a neve e os danos na rede rodoviária complicaram as tarefas de resgate e assistência.

Embora o país esteja habituado a terremotos e tenha regulamentos de construção rigorosos, algumas zonas rurais, como as afetadas por este terremoto, têm estruturas mais antigas e desprotegidas.

A Justiça Federal de Alagoas aceitou pedido de tutela de urgência contra a Braskem pelos danos causados em Maceió devido ao afundamento de uma mina de exploração de sal-gema. Em nota divulgada nesta sexta-feira (1º) a empresa disse que já foi intimada e que “avaliará e tomará as medidas pertinentes nos prazos legais aplicáveis e manterá o mercado informado sobre qualquer desdobramento relevante sobre o assunto.” O valor da causa é de R$ 1 bilhão.

A ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado de Alagoas e pela Defensoria Pública da União contra a companhia e o Município de Maceió. Entre os pedidos feitos e deferidos está a inclusão de uma nova área de criticidade, segundo mapa mais recente elaborado pela Defesa Civil, atualização monetária dos valores pagos às pessoas atingidas e contratação de assessoria técnica independente e especializada, para dar suporte aos atingidos na avaliação dos cenários e tomada de decisão acerca de sua realocação ou permanência na área. 

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A Justiça também determinou que a empresa deve viabilizar a inclusão facultativa de todos os atingidos cujos imóveis estão localizados na área de criticidade 01 da Versão 5 do Mapa, com a atualização monetária correspondente aos valores estabelecidos por programa de reparação do dano material provocado pela alegada desvalorização do imóvel, bem como o alegado dano moral sofrido em decorrência da inclusão do imóvel no mapa.

Também foi determinada a contratação de empresa independente e especializada para a identificação do dano material dos imóveis na hipótese de decisão do atingido permanecer na área de criticidade 01 da Versão 5 do Mapa da Defesa Civil.

A Braskem disse ainda que continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, localizada no bairro do Mutange, “tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências. Referido monitoramento, com equipamentos de última geração, foi implementando para garantir a detecção de qualquer movimentação no solo da região e viabilizar o acompanhamento pelas autoridades e a adoção de medidas preventivas, como as que estão sendo adotadas no presente momento”.

A tempestade que atingiu o Autódromo de Interlagos no primeiro dia de treinos do Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1, nesta sexta-feira, causou avarias na estrutura das arquibancadas e causou transtorno aos fãs de automobilismo. O Corpo de Bombeiros foi acionado ao local. Não há informações sobre feridos.

Imagens das estruturas avariadas foram compartilhadas nas redes sociais. Um vídeo que circula na rede social X (antigo Twitter) mostra o momento em que o vento arranca uma lona que protegia torcedores da chuva. Em outro, espectadores correm para deixar as arquibancadas enquanto tentam se proteger da chuva e do vento forte. A pista de Interlagos ficou repleta de sujeira após o temporal.

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A arquibancada que perdeu parte de sua lona de proteção fica localizada na "Curva do Lago", ao fim da "Reta Oposta". Em outro setor, na "Junção", pouco antes da "Reta dos Boxes", o estrago foi maior, danificando uma das colunas de sustentação da própria arquibancada.

Presente no local na hora em que o vento estava mais forte, o fotógrafo Andy Hone flagrou o momento que a estrutura envergou e disse ter corrido risco de morte. "Que dez minutos assustadores na pista! O teto de uma arquibancada colapsou na última curva e eu quase fui decapitado por detritos que caíram de lá", declarou o especialista em fotos de F-1.

O vento era tão forte que a chuva superou as brechas do teto do paddock e invadiu a área de convivência de pilotos, jornalistas e convidados. Integrantes das equipes da F-1 precisaram correr para escapar da chuva.

O mau tempo interrompeu a prova classificatória faltando quatro minutos para o fim. O tricampeão mundial Max Verstappen, da Red Bull, cravou a pole position, seguido de Charles Leclerc, da Ferrari, e Lance Stroll, da Aston Martin. Neste sábado, os pilotos voltam à pista às 11h, quando acontece o treino classificatório que define o grid da corrida sprint, marcada para 15h30.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve de se movimentar nesta segunda-feira (14) para conter danos políticos após afirmar que a Câmara estaria com "um poder muito grande" e que não poderia usá-lo para "humilhar" o Senado e o Executivo. Diante do mal-estar, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), cancelou reunião marcada para ontem à noite com líderes de partidos para debater o novo arcabouço fiscal - uma das prioridades do governo.

"As minhas declarações foram tomadas como uma crítica (à atual legislatura). Eu estava falando sobre o fim do presidencialismo de coalizão", afirmou Haddad, a jornalistas, logo depois de ligar para Lira.

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Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, o ministro disse que a negociação dos projetos do governo na Câmara "não está fácil". "Não pense que está fácil. A Câmara está com um poder muito grande, e não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. Mas, de fato, ela está com um poder que eu nunca vi na minha vida. Tem de haver uma moderação, que tem de ser construída", disse. Gravada na sexta-feira, a conversa foi divulgada ontem.

Haddad disse ainda que o País vive uma situação "estranha" em um tipo de parlamentarismo sem primeiro-ministro. "A gente saiu do presidencialismo de coalizão e, hoje, vive uma coisa estranhíssima, que é um parlamentarismo sem primeiro-ministro. Não tem primeiro-ministro, ninguém vai cair, quem vai pagar o pato político é o Executivo."

O governo tem dificuldades para avançar pautas sem o apoio do Centrão, comandado por Lira. O cenário aumentou o apetite do grupo por cargos, levando a uma reforma ministerial que está na mesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

'Manifestações enviesadas'

Sem citar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), usou ontem as redes sociais para dizer que "manifestações enviesadas e descontextualizadas" não contribuem para o "processo de diálogo" e para a "construção de pontes" entre os Poderes.

Logo depois de conhecer as declarações dadas por Haddad ao jornalista Reinaldo Azevedo, Lira cancelou reunião que estava marcada para ontem à noite com o relator do novo arcabouço fiscal, deputado Claudio Cajado (PP-BA), líderes partidários e técnicos da equipe econômica para discutir as mudanças feitas no texto durante sua tramitação no Senado. O encontro ocorreria na residência oficial do presidente da Câmara, em Brasília.

Lira também disse que a "formação de maioria política" é uma missão do governo, e não do presidente da Câmara, mas que, mesmo assim, tem se empenhado nesse sentido. O presidente da Casa ainda afirmou ser equivocada a avaliação de que a formação de consensos no Congresso revela uma concentração de poder "de quem quer que seja". "A formação de maioria política é feita com credibilidade e diálogo permanente com os líderes partidários e os integrantes da Casa."

A declaração do ministro foi classificada como "infeliz" nos bastidores da Câmara, o que teria deixado a reunião sobre o arcabouço "sem ambiente". As lideranças partidárias têm reforçado que a Câmara aprovou todas as pautas de interesse do governo no primeiro semestre, e que Haddad sempre teve uma boa relação com os deputados.

A relação do governo com a Câmara já estava desgastada por conta da pressão do Centrão por uma reforma ministerial, mas o que mais pesou na reação das lideranças foi o fato de a fala ter partido justamente de Haddad, que tem sido elogiado e recebido apoio nas votações.

'Cavalo de batalha'

Diante da reação, Haddad teve de ligar para Lira e dar a sua versão sobre o teor da entrevista. "Falei com Lira, fiz questão de ligar a ele", disse o ministro, a jornalistas. Ele descreveu a conversa com o presidente da Câmara como "excelente". Segundo o ministro, Lira indicou que caberia um esclarecimento por parte do chefe da Fazenda, porque, da forma como foi colocada, a declaração poderia soar como uma crítica direcionada.

"Não vamos fazer disso um cavalo de batalha. A primeira providência que tomei foi ligar para o presidente Arthur Lira e esclarecer o contexto das minhas declarações. As minhas declarações não dizem respeito à atual legislatura. Eu sou só elogios para a Câmara, o Senado e o Judiciário. Nós não teríamos chegado até aqui sem a concorrência dos Poderes da República", disse Haddad.

Ainda segundo o ministro, a exposição tinha como contexto os dois primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lulla da Silva, enquanto funcionou o chamado presidencialismo de coalizão. Na avaliação de Haddad, o modelo não foi substituído por uma relação institucional mais estável e, portanto, existiria a necessidade de se estabelecer um sistema mais harmônico. "Longe de mim criticar a atual legislatura", disse o ministro.

Além da pressão pela reforma ministerial, outros dois pontos têm desgastado a relação entre Congresso e o governo. Um deles é a estratégia dos parlamentares de aumentar o poder sobre o Orçamento, por meio da ampliação das emendas impositivas (de pagamento obrigatório) e com a criação de um cronograma para o pagamento desses montantes, como adiantou o Estadão. Isso iria, portanto, na contramão dos interesses do governo, que quer aumentar os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), inclusive usando os valores reservados para as emendas.

Outro ponto que já começa a causar atrito é o pacote de medidas arrecadatórias defendidas por Haddad, que vem sendo chamado de "Robin Hood", por mirar a fatia mais rica da população. Há resistências na Câmara para aumento de impostos e preocupação com "a criação de narrativas", por parte do governo, de que o Parlamento estaria protegendo os mais ricos.

Convite

A reunião que aconteceria ontem à noite estava marcada desde a semana passada - Haddad chegou a ser convidado por Lira antes da divulgação das declarações do ministro. A expectativa era de que Cajado e a cúpula da Câmara chegassem a um consenso sobre as alterações feitas pelo Senado no arcabouço, e indicassem uma data para votação em plenário.

No Senado, os parlamentares deixaram fora dos limites fiscais despesas com ciência e tecnologia, com o Fundeb e o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). Também aprovaram uma emenda que garante uma folga em torno de R$ 30 bilhões para o governo, ao autorizar a previsão de despesas condicionadas no Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2024 - que precisa ser enviado ao Congresso até o fim de agosto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O devastador terremoto que deixou milhares de mortos na Turquia e na Síria também causou danos significativos a vários locais inscritos na lista de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), conforme anunciado por esta agência do sistema ONU.

Além da destruição na cidade antiga de Aleppo (norte da Síria), localidade incluída no patrimônio mundial em perigo, e na fortaleza de Diyarbakır (sul da Turquia), a Unesco alertou que outros lugares próximos ao epicentro podem ter sido afetados.

"Nossa organização prestará assistência no âmbito de seu mandato", declarou a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, em um comunicado divulgado na noite de segunda-feira (6).

De acordo com a nota, a organização começou a fazer, em colaboração com seus parceiros, uma primeira análise dos danos patrimoniais causados pelo terremoto.

Já muito impactada pelos quatro anos de combates entre 2012 e 2016, a cidade antiga de Aleppo é um dos pontos, pelos quais a organização está “particularmente preocupada”, sobretudo, com a cidadela e os "souks", os tradicionais mercados na região.

A agência especializada também destaca o "desabamento de vários edifícios" da fortaleza de Diyarbakır e os Jardins Hevsel na Turquia, "um importante centro das eras romana, sassânida, bizantina, islâmica e otomana".

Pelo menos outros três patrimônios mundiais turcos podem ter sido danificados: Göbekli Tepe, Nemrut Dağ e o sítio arqueológico de Arslantepe, acrescenta a Unesco, que que busca "fazer um inventário preciso dos danos com o objetivo de proteger e estabilizar rapidamente esses locais".

Com uma parte destruída pelo tremor, o castelo de Gaziantep, na Turquia, cujas imagens circulam nas redes sociais, não faz parte do patrimônio mundial da Unesco.

O castelo de Gaziantep, uma fortificação construída no século II, foi severamente danificado pelo terremoto que atingiu a Turquia e a Síria e matou mais de 1.500 pessoas nos dois países nesta segunda-feira (6). A cidade turca que batiza o castelo fica próxima ao local onde foi registrado o epicentro do terremoto, que ocorreu às 4h17 (22h10 do domingo pelo horário de Brasília).

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o antes e depois do castelo de Gaziantep, ponto turístico mais famoso da cidade turca. Situado no topo de uma colina que já era utilizada como ponto de observação pelo povo hitita séculos antes de Cristo, o castelo foi destruído parcialmente.

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De acordo com o portal de divulgação cultural do governo turco, o castelo de Gaziantep foi construído como uma torre de vigia durante o período romano, mas a estrutura atual foi construída no período bizantino. O castelo tem uma forma circular, com 12 torres distribuídas em suas muralhas.

Nas imagens compartilhadas nas redes sociais é possível ver que partes das muralhas das fortalezas e torres de vigia foram abaixo e outras partes foram fortemente danificadas.

Busca por sobreviventes

Equipes de resgate continuam a trabalhar nos dois países para resgatar possíveis sobreviventes nos escombros de centenas de edificações que cederam com o tremor. (Com agências internacionais).

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A deputada bolsonarista Clarissa Tércio (PP)  foi condenada em primeira instância a pagar R$ 10 mil ao casal transsexual Rodrigo Brayan e Ellen Martins. A parlamentar acusada de transfobia publicou uma foto do casal em 2020 para criticar a identidade de gênero. Ela ainda pode recorrer da decisão.

Na postagem, a deputada usou uma foto do ensaio de gravidez feito pelo casal e escreveu: “Ele nasceu ela e ela nasceu ele. E o melhor disso tudo, é a biologia provar para a ideologia que sempre vai precisar de um XX e XY para gerar uma vida”.

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Os dois teriam sofrido "inúmeras violações preconceituosas, vexatórias e degradantes, conforme provas anexadas aos autos”, apontou o advogado. A condenação foi proferida pela Comarca de Montes Claros, que citou o "tom depreciativo " da legenda e a exposição do casal a "comentários maldosos e pejorativos".

O valor a ser pago por Clarissa Tércio ainda pode aumentar conforme a correção e pode chegar a R$ 14.799,87.

A sexta-feira, para muitos, é o dia de tomar uma cervejinha com os amigos ou outra bebida para relaxar das atividades do dia a dia. Mais da metade da população brasileira, 55%, têm o costume, mostra pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), sendo que 17,2% declararam aumento do consumo durante a pandemia de covid-19, associado a quadros de ansiedade graves por causa do isolamento social.

Hoje, 18 de fevereiro, é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, data destinada a conscientizar sobre danos e doenças que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode causar, tanto em homens quanto em mulheres. 

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De acordo com o levantamento da Ibrafig, uma em cada três pessoas no país consome álcool pelo menos uma vez na semana. O consumo abusivo de bebidas alcoólicas foi relatado por 18,8% dos brasileiros ouvidos na pesquisa. Os dados foram levantados com base na resposta de 1,9 mil pessoas, nas cinco regiões do país. O estudo mostra ainda que, em média, os brasileiros ingerem três doses de álcool por ocasião, o que representa 450ml de vinho ou três latas de cerveja.

Diversos fatores podem desencadear a dependência alcoólica, diz o psiquiatra Rafael Maksud, da Clínica Ame.C. “Fatores que podem desencadear a dependência alcoólica são a predisposição genética, o início precoce do uso, doenças mentais preexistentes, condições culturais como associar o álcool à diversão, histórico de abuso sexual, violência doméstica, curiosidade, insegurança, entre outros”.

Maksud é da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e especialista em Saúde Pública, Dependência Química e Psiquiatria Integrativa pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB).

Ele lembra que as consequências do alcoolismo a longo prazo são negativas sobre a saúde física e psíquica e, na maioria das vezes, causam prejuízos graves em todos os âmbitos da vida - laboral, familiar ou social. "Como exemplo, podemos citar a hepatite, cirrose, hipertensão, o aumento do risco de acidente vascular isquêmico, distúrbios sexuais diversos, demência, abstinências severas, depressão, ansiedade e psicoses induzidas pelo álcool”.

O consumo de bebidas nos fins de semana, que geralmente começa na sexta-feira e só termina no domingo, leva muita gente a crer que não é dependente do álcool, mas o hábito também pode causar danos à saúde, alertou o médico. 

“Nesse caso, inicialmente não se caracteriza uma dependência alcoólica, podendo, porém, ser entendido como uso nocivo de bebida alcoólica. O uso nocivo é um padrão de consumo que causa danos à saúde, físicos (como hepatite alcoólica) ou mentais (como piora de quadros ansiosos e depressivos). Padrões nocivos de uso são frequentemente criticados por outras pessoas e estão associados a consequências sociais adversas de vários tipos”. 

O psiquiatra explicou como o álcool atua no cérebro. “Quando a pessoa bebe se sente relaxada, já que sua percepção diminui. No entanto, o consumo regular reduz os níveis de serotonina no cérebro, um dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Sendo assim, o álcool agrava a ansiedade e, principalmente, a depressão”.

A psicóloga Monica Machado, formada pela Universidade de São Paulo, fundadora da Clínica Ame.C, reforça que o consumo frequente de bebidas alcoólicas descontrola a liberação regular de substâncias cerebrais responsáveis pelo controle emocional, o que eleva a vulnerabilidade às crises de ansiedade”. 

Por isso, acrescenta, “entender a relação entre ansiedade e álcool ajuda na busca de respostas mais concretas para reduzir as consequências do consumo excessivo de bebidas alcoólicas e do transtorno de ansiedade”.

O inverso também pode acontecer, ou seja, quem não tem distúrbios pode desenvolvê-los com o consumo excessivo de álcool. “A dependência em álcool pode ser uma das razões para o desenvolvimento de distúrbios, como a ansiedade, mas essa situação é complexa, já que a ansiedade também pode levar à dependência alcoólica”, afirma Mônica.

Além dos danos psíquicos e físicos, o alcoolismo pode comprometer o raciocínio mesmo quando a pessoa está sóbria. “Mesmo sóbrio, o paciente dependente de álcool, principalmente após vários de anos de uso da susbstância, tende a apresentar diversos déficits cognitivos que podem, inclusive, se tornar permanentes.  Por exemplo,  dificuldades de memória, consolidação de novos aprendizados, redução da capacidade de abstração e resolução de problemas, elementos importantes para a construção do raciocínio”, alerta Maksud. 

Mulheres e álcool

O alcoolismo atinge homens e mulheres, mas, para elas, os problemas de saúde ocorrem com maior rapidez, afirma o médico. “Pesquisadores descobriram que as mulheres têm maior vulnerabilidade fisiológica ao álcool. De acordo com cientistas, as mulheres produzem quantidades menores da enzima álcool desidrogenase (ADH), que é liberada pelo fígado e usada para metabolizar o álcool. Além disso, a gordura retém o álcool, enquanto a água ajuda a dispersá-lo. Logo, graças a seus níveis naturalmente mais altos de gordura e mais baixos de água corporal, as mulheres apresentam resposta fisiológica ainda mais complicada”.

Sendo assim, completa, “mulheres que consomem álcool em excesso também tendem a desenvolver dependência e outros problemas de saúde com mais rapidez que os homens. Elas costumam começar a beber mais tarde que os homens, mas levam muito menos tempo para se tornar dependentes e apresentar doenças hepáticas ou cardíacas, por exemplo.

Tratamento

Segundo o psiquiatra, o tratamento para o alcoolismo geralmente é feito com acompanhamento médico e terapêutico e alguns medicamentos podem colaborar. “Quando bem avaliado e diagnosticado, os medicamentos são bons coadjuvantes nos tratamentos do alcoolismo, pois ajudam no processo de abstinência e na prevenção das recaídas. O álcool estimula indiretamente a atividade opióide endógena, ao promover a liberação dos peptídeos endógenos na fenda sináptica.  Existe um tipo de medicação que atua como antagonista competitivo nos receptores opióides. Dessa forma, a administração de antagonistas opióides reduziria o consumo de álcool por meio do bloqueio pós-sináptico de alguns receptores”.

Tratamento gratuito

Alcoólicos Anônimos (AA): o grupo de ajuda mútua é referência no apoio ao alcoólatra que quer parar de beber. A participação é gratuita e um dos grandes princípios é o sigilo. Presente no Brasil há 80 anos, o Alcoólicos Anônimos possui reuniões em quase todas as cidades do Brasil. 

Caps – AD: os Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas são unidades de saúde feitas para atender gratuitamente quem precisa tratar o alcoolismo. O acompanhamento é feito por médicos, psicólogos e terapeutas. Também há abertura para a participação da família.

Quando o dependente mora em uma cidade que não tem o Caps – AD, pode procurar uma unidade tradicional (que cuida da saúde mental) ou uma unidade básica de saúde de seu município para fazer o tratamento. Se houver necessidade de internação, é o próprio Caps que faz a solicitação e encaminha o paciente para alguma das instituições associadas.

Prevenção

Para quem não quer ser dependente, algumas atitudes podem contribuir para inibir o consumo excessivo de álcool, observa Monica Machado. 

“Primeiramente é necessário saber identificar pessoas com maior tendência a dependências e, para isso, procurar a ajuda de um profissional capacitado. Existem algumas dicas para pessoas que consomem álcool em excesso e gostariam de parar de beber: não tenha bebidas alcoólicas em casa; evite situações onde acha que irá perder o controle do uso; aprenda a dizer não ou peça ajuda enquanto não tenha esse controle; escolha um dia para deixar de beber e confine o consumo de álcool a situações específicas. E novamente, o principal: procure ajuda profissional adequada”.

Outra atitude, reforça o psiquiatra, é evitar o contato com bebidas na adolescência. “Quanto mais tardio o contato com bebidas alcoólicas, menor o risco de dependência. Alguns estudos mostram que adolescentes que começam a beber antes dos 15 anos têm quatro vezes mais risco de desenvolver uso abusivo de álcool do que quem inicia mais tarde, após os 21 anos. Também já foi relatado na literatura médica que os riscos para uso problemático do álcool diminuem cerca de  14% a cada ano que se adia o início do consumo. Isso ocorre pela vulnerabilidade que a imaturidade neurológica  própria da idade acarreta”, diz Maksud.

Um terremoto de magnitude 7,3 atingiu o leste da Indonésia na terça-feira (13), causando pânico entre os moradores, mas sem deixar vítimas, ou danos materiais significativos - informam as primeiras estimativas das autoridades.

O sismo foi registado às 3h20 GMT (0h20 em Brasília) e teve seu epicentro ao norte da ilha das Flores, a 100 quilômetros da cidade de Maumere, com profundidade de 18,5 km, relatou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

"Estava no campo. As pessoas, em pânico, começaram a correr. Ainda estou assustado", disse Nuraini, morador da Ilha Adonara, no leste de Flores.

Nenhuma morte nem dano significativo foram relatados nas áreas afetadas pelo terremoto, mas as autoridades pediram cautela, uma vez que vários tremores secundários foram registrados na sequência.

Uma pessoa ficou ferida em Manggarai (nas ilhas menores de Sonda, ao leste), e uma escola foi danificada na Ilha Selayar, relatou o porta-voz da agência de gestão de desastres, Abdul Muhari.

Imagens procedentes da região afetada mostravam indonésios fugindo de suas casas, alguns com filhos pequenos. Também se via congestionamentos de motocicletas e de carros que iam para áreas mais altas.

"Estava olhando meu celular quando aconteceu o tremor. Senti por 30 segundos. Foi forte", afirmou Alwan, morador de Buton, no sudeste da ilha de Sulawesi.

- Círculo de fogo -

Em Maumere, uma cidade de cerca de 80.000 habitantes na ilha de Flores, o terremoto interrompeu uma campanha de vacinação.

"As pessoas estavam sendo vacinadas, quando o terremoto aconteceu. Em pânico, as pessoas começaram a correr", descreveu um morador da cidade, Yulius Tara.

"Eram mais de 200 pessoas (...) e a vacinação foi interrompida por causa do terremoto", acrescentou.

A Indonésia experimenta terremotos e erupções vulcânicas frequentes, devido à sua localização no "Anel de Fogo" do Pacífico, um arco de intensa atividade telúrica que se estende do Japão ao Sudeste Asiático.

Em 2004, a Indonésia sofreu um terremoto devastador de magnitude 9,1 na costa de Sumatra. A intensidade do fenômeno desencadeou um tsunami que matou 220.000 pessoas na região, incluindo 170.000 na Indonésia.

Em 2018, outro forte terremoto sacudiu a ilha de Lombok, seguido por vários outros terremotos nas duas semanas seguintes que deixaram mais de 550 pessoas mortas.

No mesmo ano, um terremoto de magnitude 7,5 e o subsequente tsunami na Ilha de Sulawesi deixaram mais de 4.300 mortos, ou desaparecidos.

Vários governos começaram a agir nesta segunda-feira (4) para tentar limitar as consequências da liberação de milhões de documentos que detalham como chefes de Estado e de Governo usaram offshores em paraísos fiscais para ocultar ativos que alcançam centenas de milhões de dólares.

Quase 35 governantes atuais e ex-líderes de países aparecem nos cerca de 11,9 milhões de documentos que vazaram de empresas de serviços financeiros de todo mundo e incluem dados sobre casas luxuosas na Riviera Francesa, em Monte Carlo e na Califórnia.

Os documentos, conhecidos como "Pandora Papers", foram obtidos pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) e publicados em várias reportagens de veículos, como o americano The Washington Post e os britânicos BBC e The Guardian.

As denúncias vão de corrupção à lavagem de dinheiro, passando por evasão fiscal.

Embora manter ativos em offshores, ou usar empresas de fachada, não seja ilegal na maioria dos países, as revelações são constrangedoras para governantes que adotaram medidas de austeridade, ou lideraram campanhas contra a corrupção.

O presidente russo, Vladimir Putin, não aparece diretamente nos documentos, mas está relacionado a ativos secretos em Mônaco por meio de associados. Entre eles, está uma casa à beira-mar adquirida por uma mulher russa apontada como mãe de um filho com o líder russo.

"Aqui, estamos simplesmente diante de um caso de acusações totalmente sem fundamento", minimizou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Não vimos nada sobre riqueza oculta dentro do círculo de Putin", completou.

A Jordânia também denunciou como "distorcidas" as revelações sobre os ativos do rei Abdullah II em empresas offshore em paraísos fiscais. Segundo as reportagens, ele acumula um império imobiliário de US$ 100 milhões, da Califórnia a Londres.

O palácio real afirmou que as propriedades foram financiadas com a riqueza pessoal do rei e foram usadas para visitas oficiais e particulares. Também argumentou que é comum entre personalidades importantes comprar propriedades por meio de companhias offshore por questões de privacidade e segurança.

"Algumas notícias publicadas sobre os bens imóveis do rei são inexatas, distorcidas e exageradas", afirmou o palácio real em um comunicado.

- Primeiro-ministro tcheco ataca -

O ICIJ encontrou ligações entre quase 1.000 empresas offshore e 336 políticos e funcionários públicos de alto escalão, incluindo mais de uma dúzia de chefes de Estado e de Governo, líderes de países, ministros, embaixadores e outros.

Mais de dois terços das empresas foram estabelecidas nas Ilhas Virgens Britânicas.

Familiares e pessoas associadas ao presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, por exemplo, teriam-se envolvido secretamente em negócios imobiliários na Grã-Bretanha no valor de centenas de milhões de dólares. Há muito tempo, Aliyev é acusado de corrupção neste país da Ásia Central.

Os documentos também mostram como o primeiro-ministro tcheco, Andrej Babis, não declarou uma empresa de investimento offshore usada para comprar um castelo de US$ 22 milhões, no sul da França.

"Nunca fiz nada ilegal, ou errado", rebateu Babis, em um tuíte, no qual chamou as revelações de "tentativa de difamação" com o objetivo de influenciar a eleição que acontece no próximo fim de semana no país.

Quase dois milhões dos 11,9 milhões de documentos vazados saíram de um escritório de advocacia panamenho chamado Alcogal, o qual, segundo o ICIJ, virou um "ímã para os ricos e poderosos" que buscam esconder fortunas em offshores.

O Alcogal, cujos clientes supostamente incluíam o rei jordaniano e o primeiro-ministro tcheco, reagiu às acusações de acordos duvidosos.

"Acho que isso demonstra, sobretudo, que as pessoas que poderiam acabar com o sigilo do offshore, que poderiam acabar com o que está acontecendo, estão se beneficiando disso", disse o diretor do ICIJ, Gerard Ryle, em um vídeo que acompanha a investigação.

- 'Corrupção' -

Maira Martini, especialista da ONG Transparência Internacional, pediu o fim da indústria das offshores e afirmou que a nova investigação oferece, mais uma vez, "evidências claras" de como ela "promove a corrupção e o crime financeiro".

Algumas das revelações da investigação do ICIJ:

- O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair e sua esposa, Cherie, teriam evitado legalmente pagar impostos de uma propriedade milionária em Londres, ao comprar a companhia offshore que a possuía.

- Pessoas do círculo íntimo do primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, incluindo ministros e seus familiares, são supostamente proprietários secretos de empresas e fundos fiduciários com milhões de dólares. Khan prometeu "tomar as medidas apropriadas", caso qualquer delito por cidadãos paquistaneses seja comprovado.

- O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, e seis membros de sua família seriam proprietários de uma rede de empresas offshores.

- Os presidentes do Congo, Denis Sassou Nguesso, e do Gabão, Ali Bongo, foram vinculados a empresas nas Ilhas Virgens Britânicas em uma reportagem do jornal Le Monde.

- Além de políticos, estão entre as figuras públicas expostas a cantora colombiana Shakira, a modelo alemã Claudia Schiffer e a lenda indiana do críquete Sachin Tendulkar. Representantes dos três disseram ao ICIJ que os investimentos eram legítimos e negaram evasão fiscal.

Os "Pandora Papers" são os mais recentes de uma série de vazamentos em massa de documentos financeiros obtidos pelo ICIJ, como o "LuxLeaks", em 2014, e os "Panama Papers", em 2016, que provocaram a renúncia do primeiro-ministro da Islândia e abriram caminho para a expulsão do líder do Paquistão. Eles foram seguidos pelos "Paradise Papers", em 2017, e pelos arquivos "FinCEN", em 2020.

Dois procuradores da República em Mossoró, no Rio Grande do Norte, ajuizaram ação civil pública contra a União para "reparar danos morais coletivos causados pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e pelo então juiz Sérgio Moro". A Procuradoria atribui a Moro e a extinta força-tarefa "ofensa reiterada e sistemática contra o regime democrático ao atuar em ofensa do devido processo legal e de modo inquisitivo". O documento de 54 páginas registra que o objetivo do processo não é "demonizar o necessário enfrentamento à corrupção", mas "proteger o regime democrático" com a "reavaliação crítica" da Lava Jato.

A ação diz que atos do ex-juiz Sérgio Moro "contribuíram decisivamente para a erosão democrática brasileira". De acordo com os procuradores, Moro teria demonstrado interesse político ao levantar o sigilo da delação de Antônio Palocci, às vésperas das eleições de 2018, e ao "proceder de modo parcial na condução processual". A parcialidade do ex-juiz foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito do processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação do triplex do Guarujá.

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Os procuradores também questionam a divulgação de conversas entre a ex-presidente Dilma Rousseff e Lula, além do fato de Moro ter aceitado o convite do presidente Jair Bolsonaro para ser ministro da Justiça e Segurança Pública - cargo que deixou em abril do ano passado, acusando o chefe do Executivo de suposta tentativa de interferência política na Polícia Federal.

O documento é assinado pelos procuradores Emanuel de Melo Ferreira e Luís de Camões Lima Boaventura e pede a Justiça que condene a União a promover "adequada educação cívica para a democracia" no âmbitos da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM) e da Escola Nacional do Ministério Público (ESMPU).

A ação defende a realização de eventos, para magistrados e procuradores, que abordem "os temas da democracia militante e das novas formas de autoritarismo que erodem a democracia e a constituição brasileira, em parte causados pela Operação Lava Jato". De acordo com os procuradores, o objetivo de tais cursos, pesquisas e palestras seria "qualificar os profissionais nas novas tarefas a serem desempenhadas em prol da proteção do regime democrático".

Para sustentar o pedido, os procuradores argumentam que a Operação Lava Jato, "da forma como executada perante a 13ª Vara de Curitiba a partir dos métodos empregados pelo então Juiz Sérgio Moro", merece ser "combatida" a partir de educação jurídica que previna a formação de magistrados com tendência autoritário-populistas. O documento apresentado à Justiça Federal potiguar aponta "omissões que comprometem a formação de juízes vocacionados para a defesa da democracia e dos direitos fundamentais".

De acordo com a ação, as tais omissões geram "duas graves patologias" na formação dos juízes: "falta de preparo técnico para lidar com as novas manifestações de autoritarismo diferentes do nazismo, como o fascismo ou populismo"; "facilita ao candidato e ao profissional com tendências autoritárias colocar em prática um projeto populista de poder, corrompendo a função judicial e/ou ministerial".

"Quando juízes têm se deparado com demandas envolvendo tarefas típicas da democracia militante, muitas vezes não conseguem perceber que o Brasil não vive mais na democracia prevista na Constituição de 1988, mas sim num regime autoritário de tipo populista, às vezes quase fascista", defendem os procuradores.

Nesse sentido, os exemplos respingam até no procurador-geral da República, Augusto Aras. Os procuradores citam dois casos envolvendo posicionamentos da PGR que exemplificariam o impacto das "omissões" quanto à reflexão sobre a democracia militante ou às normas formas de autoritarismo. São mencionadas na ação as manifestações da PGR no caso do ex-deputado Roberto Jefferson - preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF - e quanto às falas do presidente Jair Bolsonaro contra medidas de combate à pandemia da Covid-19.

COM A PALAVRA, SÉRGIO MORO

Procurado pela reportagem, o ex-juiz Sérgio Moro disse que não vai se manifestar sobre a ação.

O Dia Mundial sem Tabaco, comemorado hoje (31), foi instituído em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar a população sobre os danos que o tabagismo pode causar na saúde. Até então, existiam diversos comerciais em todas as mídias que exaltavam o ato de fumar mas, a partir do final dos anos 1980,  essas peças publicitárias foram proibidas e as embalagens de cigarros começaram  a estampar alertas sobre as consequências do fumo.

O tabagismo pode ser responsável por diversos danos respiratórios e mudanças no olfato, paladar, queda do rendimento do fôlego e secreção matinal. Segundo o pneumologista João Carlos de Jesus, o fumante não costuma associar essas causas ao cigarro e até se acostuma com elas. A médio prazo, o indivíduo desenvolve algum grau de enfisema pulmonar e bronquite crônica que impacta na respiração e no rendimento de atividades físicas. “Com o tempo, as consequências também surgem nas atividades básicas do dia a dia e passam a necessitar do uso de oxigênio. Por último, a longo prazo, é aumentado o risco de câncer de pulmão”, alerta.

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Além do baixo rendimento em atividades físicas, o fumante também pode ter consequências negativas na vida sexual. “Além disso, envelhecem mais rapidamente, ficam com os dentes amarelados, cabelos opacos, pele enrugada e impregnada pelo odor do fumo”, explica o oncologista Rafael De Cicco.

De acordo com Cicco, vários tipos de câncer possuem ligação direta com o cigarro, como os tumores de pulmão, boca, laringe, garganta, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero e leucemias. “Quem fuma tem risco seis vezes maior de desenvolver um câncer de boca ou garganta, por exemplo. Por isso é importante parar de fumar e com isso diminuir esses riscos de desenvolver essas doenças tão sérias”, recomenda o oncologista.

O fumo também pode causar danos à visão. “Além da irritação dos olhos, a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma doença degenerativa da retina que tem o cigarro como um dos seus principais vilões”, comenta o oftalmologista, Daniel Kamlot. 

O coração é outro órgão afetado pelo tabagismo. A cardiologista Alessandra Gazola detalha que além dos vasos sanguíneos ficarem irritados e gerar uma lesão inflamatória, eles também ficam mais rígidos, o que pode causar uma hipertensão arterial, responsável pelo aumento de pressão. “Dentre outras complicações, o paciente pode desenvolver angina, infarto agudo do miocárdio, aneurisma e trombose”, descreve.  

As gestantes fumantes possuem riscos maiores na gravidez, como casos de  descolamento de placenta e hemorragias uterinas. “Além de afetar o desenvolvimento do bebê, aborto espontâneo, partos prematuros, morte perinatal e síndrome da morte súbita, em lactantes. Os filhos de fumantes também podem apresentar quadros de doenças respiratórias na infância e ao longo da vida adulta”, destaca a ginecologista e obstetra Anne Caroline Andrade. 

A pediatra Paula Sellan lembra que crianças expostas ao fumo possuem maiores chances de desenvolver bronquiolite de forma mais grave. “Até mães que não fumam, mas que são expostas ao tabagismo passivo podem ter filhos com maior incidência de problemas respiratórios na infância. Essas crianças também têm maior risco de morte súbita nos primeiros meses de vida”, explica.

De acordo com a psicóloga Elisangela Paes Leme existem vários gatilhos que podem dar início ao ato do fumo. “Na adolescência, pode ser uma maneira de ser aceito num grupo; a ideia de que fazer algo proibido para criança pode levá-lo a ser reconhecido como ‘adulto ou descolado. O problema é que a pessoa fica viciada. Ou seja, não é um recurso saudável para resolver os problemas”, complementa. 

Elisangela afirma que parar de fumar, exige muita determinação e vontade de enfrentar o vício. O tabagista precisa buscar por um médico psiquiatra para ajudar com medicamentos na compulsão e um psicólogo para desenvolver a resiliência emocional e identificar as causas psíquicas que desencadearam a compulsão. “Quando a dependência química e emocional não é tratada e o fumante só tem o vício como recurso para se acalmar, qualquer problema da vida pode desequilibrar. A vida é um misto entre ganhar e perder. Por isso, aprender a lidar com os sentimentos e superar as frustrações torna-se fundamental”, sugere.

O sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, acusados de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) em 2018, se tornaram réus na esfera cível e vão responder a processo de indenização movido pela viúva da parlamentar, a vereadora Mônica Benício (PSOL). A Justiça também decretou o bloqueio de todos os bens móveis e imóveis da dupla.

Segundo o juiz Marcos Antônio Ribeiro de Moura Brito, da 29ª Vara Cível do Rio de Janeiro, há razões suficientes para garantir o prosseguimento da ação de indenização por danos morais e materiais. O magistrado relembra que o Tribunal de Justiça fluminense já determinou que Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz deverão responder pelo assassinato de Marielle em um tribunal do júri.

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"A pronúncia, como se sabe, significa que o Juiz Presidente do Tribunal do Júri considerou admissíveis as acusações em face dos réus, e, se o fez, é porque vislumbrou indícios de materialidade e autoria com relação ao crime a eles imputados", apontou.

A decisão também congelou até R$ 1 milhão nas contas de Ronnie Lessa e Elcio de Queiroz e determina o bloqueio de todos os bens móveis e imóveis em nome da dupla até o final do processo. A defesa dos ex-policiais foram intimadas a se manifestar no caso.

Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos por tiros de uma submetralhadora HKMP5 disparados de dentro de um carro Cobalt de cor prata que os seguia na noite de 14 de março de 2018. Ronnie Lessa é apontado como o autor dos disparos e estaria no banco de trás do carro. Élcio de Queiroz seria o motorista do veículo. O crime completou três anos no último domingo, 14.

Na esfera criminal, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz respondem pelo duplo homicídio de Marielle e Anderson e pela tentativa de assassinato contra uma ex-assessora que estava no carro no momento do ataque, mas escapou com vida. Os dois ex-policiais estão presos preventivamente desde março de 2019 em Porto Velho, Rondônia, e responderão pelos crimes em tribunal do júri.

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Alguém percebe que uma pessoa ou empresa teve uma atitude considerada errada. Registra o ato e divulga nas redes sociais. O registro é compartilhado e visto por milhares de pessoas, que iniciam uma série de críticas e cobranças de punição para quem cometeu o erro.

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É assim que, resumidamente, ocorre o cancelamento de pessoas e/ou marcas na internet. Esse comportamento conhecido na internet, cujos casos mais notórios são de famosos, como a escritora J.K Rowling, a blogueira Gabriela Pugliesi e a rapper Karol Conká, também pode ocorrer com pessoas anônimas e gerar efeitos psicológicos em quem é cancelado.

Para o psicólogo Reno Mendes, as pessoas encontraram no cancelamento pelas redes sociais uma maneira de protestar contra posturas que consideram inadequadas. “Porém, acabam não refletindo que é um comportamento punitivo. Quase como uma exclusão ou até mesmo uma morte da imagem de uma pessoa”, adverte Reno.

O psicólogo explica que o cancelamento sempre deixa uma marca na vida de quem o sofre. "Dependendo do histórico pessoal, pode desencadear até mesmo um suicídio ou uma tentativa”, afirmou. Reno Mendes pontua que o cancelamento também pode provocar transtornos de ansiedade ou depressão na pessoa cancelada.

Mas o cancelamento não afeta psicologicamente apenas quem o sofre, segundo Reno. “Um efeito em quem pratica o cancelamento é o fortalecimento de pensamentos rígidos e o crescimento da intransigência. Uma possível cobrança excessiva de si e do outro. Além de uma tensão por não conseguir sair daquela forma rígida de pensar”, explicou.

Para o profissional, é importante que a pessoa reflita sobre as atitudes que levaram ao cancelamento. “A partir disso, separar quais atitudes são de responsabilidade e administração dela e quais não são. Fazer um filtro”, declarou. O psicólogo também cita a necessidade de buscar ajuda para lidar com a situação e estar próximo de pessoas que não tenham o mesmo comportamento condenatório do cancelamento.

Como um profissional da psicologia, Reno Mendes enxerga a cultura do cancelamento nas redes sociais, da forma que ocorre, como algo nocivo e desumanizador. “Não vou promover reflexão em alguém punindo, ou até mesmo destruindo a imagem de alguém. Punição pode gerar autodestruição. E autodestruição é a perda processual ou iminente da vida”, finalizou.

Experiência traumática

No mês de maio de 2020, A., que não quis ser identificada, foi cancelada nas redes sócias após postar uma foto fora de casa durante o lockdown em Belém. Ela conta que a princípio imaginava ser apenas uma simples intriga. Porém, somente quando os amigos próximos avisaram é que pode entender as reais proporções.

“Eu tenho um histórico de problemas pessoais e nesse dia eu me senti muito mal. Chorei muito, lembro de acordar de madrugada gritando e o meu namorado ter que me acalmar porque eu gritava. Eu fiquei completamente traumatizada mesmo”, afirmou.

Ela diz ter chegado a tomar metade de uma cartela de remédios para dormir, porque não conseguia descansar e teve distúrbio alimentar. “Foi quando um dia eu me tranquei no banheiro e decidi que ia tirar a minha vida. Porque eu vi tantas pessoas duvidando de quem eu era. Falando que eu era mentirosa, que eu simplesmente desisti, eu falei que não ia mais aguentar viver aquilo”, relatou.

Hoje em dia, A. revela que faz tratamento para ansiedade por ter sido diagnosticada com estresse pós-traumático. Além disso, ela contou que faz terapia e que ainda tenta "sarar" as cicatrizes do passado.

“Quando eu vejo acontecendo um cancelamento com outra pessoa me dói como se fosse comigo, porque eu me lembro do quanto doeu e do quanto eu me senti sozinha e desamparada”, afirmou.

Consequências judiciais

O ato de desmoralizar alguém, ou promover o cancelamento, é visto no ordenamento jurídico como uma forma de censura. Apesar de não ser crime, a conduta é considerada ilegal por ferir a autonomia do indivíduo de expor a própria opinião, garantida na Constituição de 1988.

Engana-se quem pensa que as consequências são destinadas apenas ao público que promove o linchamento virtual diretamente. Ao compartilhar ou curtir publicações com teor negativo, o internauta pode ser enquadrado em crime ilícito cível, abrindo espaço para processos morais, calúnia, difamação ou danos patrimoniais, segundo o presidente da comissão de Direito Digital da OAB\PA e especialista em Ciências Criminais e Direito Digital, Lucas Kizan.

Uma das maneiras de provar o crime virtual, de acordo com o advogado, é registrar o ocorrido em cartório civil, por meio de uma ata notarial, que nada mais é do que o escrivão descrever digitalmente os xingamentos, os nomes dos usuários que praticaram as ofensas e em qual rede social ocorreram os ataques.

“A [segunda] alternativa é ir na Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos do Pará e fazer o registro de ocorrência policial e solicitar que sejam também registradas as imagens, os links. O escrivão irá relatar tudo, mas só é feito isso quando há crime de injúria racial, calúnia e difamação”, afirma Lucas.

Outra forma segura é a vítima gravar a tela do dispositivo do celular mostrando o link completo da página em que aparecem as publicações do cancelamento’ os perfis dos usuários e o horário que iniciaram os ataques virtuais, afirmou o advogado.

Por Amanda Martins e Felipe Pinheiro.

 

 

Um estudo feito pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) divulgado nesta terça-feira (15) mostrou que o SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19, pode afetar o sistema reprodutor masculino.

Os resultados da pesquisa mostraram que dos 26 pacientes analisados que tiveram casos leves e moderados da doença, que não se queixavam de dores escrotais, 42,3% apresentaram epididimite (inflamação que acomete o epidídimo, um canal localizado na parte posterior dos testículos). O artigo foi publicado na revista Andrologia.

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Estudos realizados na primeira epidemia de SARS que aconteceu na Ásia, em 2002, indicaram que pacientes mais graves tinham orquite, uma inflamação dos testículos.

"O vírus da SARS estava relacionado a esse acometimento testicular porque ele se ligava a uma proteína chamada ACE2 e a outra chamada TMPRSS2 para entrar na célula", explicou o urologista Thiago Teixeira, um dos autores do estudo, citado pelo Jornal da USP.

O epidídimo é um órgão com seis metros de comprimento [extensão sem compactação], onde os espermatozoides passam para adquirir uma série de funções bioquímicas com o objetivo de fertilizar o óvulo.

Os pacientes que participaram do estudo tinham entre 18 e 55 anos, faixa etária sexualmente ativa e com propósito de fertilidade.

Os pesquisadores perceberam que o SARS-CoV-2 utiliza o mesmo mecanismo do vírus da SARS para invadir as células. Como os testículos são ricos em ACE2, os cientistas perceberam que o órgão é um possível alvo para infecção.

Jorge Hallak, professor do Departamento de Patologia da FMUSP e coordenador do Grupo de Estudo em Saúde Masculina do Instituto de Estudos Avançados (IEA), também da USP, e um dos autores do estudo, disse que foram estudados pacientes que estavam em enfermarias.

"É uma doença muito mais séria do que imaginávamos em termos de saúde do homem, em particular. O segundo órgão, depois do pulmão, com maior quantidade de receptores ACE2 é o testículo", disse.

O próximo passo da pesquisa é tentar entender as consequências que o SARS-CoV-2 pode gerar nos hormônios masculinos, principalmente a testosterona, e também buscam responder por qual motivo homens morrem mais de COVID-19 do que mulheres.

Da Sputnik Brasil

Depois de mudar o curso das águas do Rio Xingu para privilegiar a geração de energia, a Hidrelétrica de Belo Monte, em operação no Pará, será obrigada a liberar um volume maior da água que hoje retém em seu reservatório. A medida pretende atenuar as condições drásticas de vida que passaram a ser a rotina de um trecho de 130 quilômetros de extensão do rio, conhecido como a Volta Grande do Xingu.

As novas regras de vazão de água serão impostas pelo Ibama, responsável pelo licenciamento ambiental de Belo Monte, que é a maior hidrelétrica nacional. O Estadão apurou que a diretoria do Ibama já decidiu sobre a necessidade de revisar as regras que deverão ser acatadas pela Norte Energia, concessionária que opera Belo Monte.

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Em novembro de 2015, a Norte Energia fechou a barragem principal da usina, desviando uma média de até 80% da água para um canal artificial de mais de 20 quilômetros, onde foram instaladas as grandes turbinas da hidrelétrica. Com esse desvio, um trajeto de 130 km, que há milhares de anos convivia com um regime natural de seca e cheia, passou a ser submetido a um regime reduzido e constante de água, o que tem acabado com dezenas de espécies de peixes, tartarugas e frutos, além de comprometer a subsistência de milhares de famílias espalhadas em 25 vilas do trajeto do rio, entre indígenas e não indígenas.

O controle sobre a quantidade de água que passa ou não pela barragem é feito pela Norte Energia, por meio de um "hidrograma de consenso" que prevê os volumes que devem ser liberados. Ocorre que esse documento técnico foi elaborado pela própria empresa, quando do seu licenciamento, em 2009. À época, relatórios do Ibama já chamavam a atenção para o fato de que os volumes previstos no hidrograma trariam riscos à região. Esses pareceres, porém, foram ignorados e o empreendimento recebeu autorização para ser construído.

Testes. Hoje, dez anos após a licença que autoriza as obras de Belo Monte, a situação se confirma. A Norte Energia alega que o trecho ainda passa por uma fase de "testes" e que isso deve ser analisado pelo prazo de seis anos, como previsto no edital da usina. O mesmo edital prevê, porém, que o Ibama pode alterar as regras de vazão do rio, conforme identifique situações que julgue necessárias.

Uma nota informativa do Ibama de 5 de outubro, a qual a reportagem teve acesso, menciona a conclusão de especialistas sobre o assunto, para afirmar que "a sobrevivência e a manutenção de todo o ecossistema da Volta Grande e dos modos de vida de comunidades não podem ser objeto de testes quando são contundentes e claras as evidências e indicativos de impactos graves e irreversíveis que já ocorrem e estão em curso".

O pulso da inundação natural do Rio Xingu garantia a passagem de 20 mil a 25 mil metros cúbicos de água por segundo nos meses de cheia, de dezembro a junho. Com a construção da usina, a empresa adotou duas regras: liberar 4 mil m³ por segundo em um ano e 8 mil m³ no ano seguinte. Esse regime artificial, porém, acabou por comprometer completamente a vida no trecho bloqueado do rio.

Impraticável. Ao analisar os resultados, a equipe técnica do Ibama concluiu que o cenário com 4 mil m³/s "é impraticável". Sobre o cenário com 8 mil m³, declarou que os dados "são insuficientes para garantir que não haverá piora drástica nas condições ambientais e de modo de vida na Volta Grande do Xingu".

Em sua nota técnica, que foi referendada pelo presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, o órgão afirma que, "desde o início dos estudos, não havia certeza de qual seria a vazão suficiente para prevenir ou mitigar os impactos" e que a Norte Energia propôs seu "hidrograma de consenso" como medida de mitigação.

Neste segundo semestre, o Ibama apresentou um "hidrograma provisório" para a operação de Belo Monte. A Norte Energia, porém, entrou com ação contra essa decisão, sob alegação de que o órgão mudava as regras do licenciamento no meio do processo e que agia assim por "pressão" do Ministério Público Federal. O caso foi parar no Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1).

Na semana passada, a Justiça Federal negou o pedido da concessionária contra o Ibama. "Foi devidamente justificada a alteração do referido hidrograma, diante de fatos e dados, bem como da incidência dos princípios da precaução e da prevenção", afirmou o TFR1. "A conclusão a que se chega é que o órgão ambiental não ultrapassou quaisquer dos seus limites administrativos no tocante à sua competência para realizar, justificadamente, alterações."

Estiagem. Por meio de nota, a Norte Energia culpou a estiagem pela situação. "A vazão natural do Rio Xingu que chega ao reservatório da UHE (usina hidrelétrica) Belo Monte está abaixo dos padrões já observados em outros períodos de estiagem, sendo uma das cinco menores vazões já registradas desde 1968, quando foram iniciados os acompanhamentos de vazões", declarou.

Sobre a decisão do TRF1, declarou que o assunto "está em análise". A respeito da decisão do Ibama de determinar um novo regime de vazão para o Rio Xingu, declarou apenas que não foi comunicada.

Pressão. No ano passado, após uma vistoria local realizada por diversos órgãos públicos e especialistas, foi novamente comprovado que "não está demonstrada a garantia da reprodução da vida, com riscos aos ecossistemas e à sobrevivência das populações residentes", por causa da pouca água no trecho. "A pressão política para que fosse emitida a licença no menor prazo possível foi um dos motivos para que se exonerasse do cargo a então ministra do Meio Ambiente Marina Silva, ainda em 2008", afirma o Ministério Público Federal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, afirmou que a barragem em Jati, Ceará, onde um duto rompeu nesta sexta-feira, 21, está íntegra. "Não houve dano à estrutura da barragem", disse ele em entrevista transmitida pela internet neste sábado, 22.

Cerca de 2 mil pessoas precisaram sair de casa após o rompimento. A obra faz parte do eixo norte da transposição do Rio São Francisco, cujo trecho teve as comportas abertas um dia antes, na quinta-feira, 20, por Marinho.

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Marinho está no município cearense e fez uma coletiva, transmitida pelas redes sociais do Ministério. Ele falou ao lado da prefeita de Jati, Maria de Jesus, e de representantes da empresa responsáveis pela obra. "Esse é o momento de tranquilizar a população", disse.

O ministro afirmou que as ações preventivas, de retirar os moradores de suas casas, foram tomadas de acordo com o governo e a prefeitura. "Estabelecemos a parceria necessária para enfrentar", disse. Ele afirmou ainda que no período de 72 horas a estabilidade deve ser reestabelecida, mas afirmou que esse período inclui uma margem de segurança. No domingo, os técnicos devem fazer nova vistoria no local para saber se é possível antecipar o retorno dos moradores. "Nossa preocupação é com a segurança das pessoas", disse.

Marinho afirmou ainda que devem ser realizadas audiências públicas para explicar para a população local o ocorrido e ainda que as causas serão apuradas. "Vamos permitir que a transposição continue avançando, mas com os cuidados necessários", afirmou.

A barragem faz parte do trecho 1 (Jati-Cariús) do chamado Cinturão das Águas do Ceará. Na quinta-feira, Marinho foi à Jati acionar as comportas para permitir a passagem das águas. Segundo o governo, o reservatório chegou a 94,8% da capacidade nesta semana e vai garantir o abastecimento de 4,5 milhões de pessoas da região metropolitana de Fortaleza.

Cinco dos seis turistas detidos pelas autoridades peruanas no último domingo (12) por danificar a cidade inca de Machu Picchu serão deportados, e outro responderá judicialmente pela retirada de uma pedra do santuário arqueológico. Entre os presos, há dois brasileiros.

Os turistas detidos são os argentinos Nahuel Gómez, de 28 anos, e Leandro Sactiva, de 32 anos; a francesa Marion Lucie Martínez, de 26 anos, o chileno Favián Eduardo Vera, de 30 anos, e os brasileiros Cristiano Da Silva Ribeiro, de 30 anos e Magdalena Abril, de 20 anos.

Segundo as autoridades, Gómez revelou ter tirado uma pedra do muro do Templo do Sol, que ao cair de uma altura de seis metros causou uma fissura no piso do local histórico. Ele foi intimado a comparecer em uma audiência ainda nesta terça-feira. A lei peruana estabelece penas de ao menos quatro anos para quem causa danos ao patrimônio cultural.

Os demais turistas detidos foram levados para a Unidade de Segurança de Cusco, a 80 quilômetros de Machu Picchu, onde será decidido o procedimento de deportação - como informou um funcionário à AFP - por meio das autoridades migratórias e o poder judicial. No entanto, não há previsão para que isso ocorra.

De acordo com as autoridades, os seis turistas entraram em Macchu Pichu no último sábado, onde ficaram escondidos para conseguir passar a noite no local, algo que é proibido.

O local danificado foi o Templo do Sol, espaço sagrado construído há seis séculos com blocos de granito para o culto ao deus Sol, a maior divindade inca. Além dos danos materiais, o chefe de polícia relatou ter encontrado material fecal no templo, que considera como prova de que os turistas defecaram no espaço.

A justiça francesa condenou, nesta quarta-feira (16), a cinco anos de prisão uma mãe que escondeu durante dois anos seu bebê no porta-malas de um carro, o que deixou a criança com danos irreversíveis.

Rosa Maria da Cruz, de 51 anos e mãe de outros três filhos, havia sido condenada em primeira instância em 2018 a cinco anos de prisão, três deles suspensos, mas apelou da sentença.

Um tribunal de apelação a condenou nesta quarta-feira a uma pena de cinco anos de prisão. Da Cruz enfrentava uma pena máxima de 20 anos.

O caso que chocou toda a França veio à tona em 2013, quando a mãe da garota, chamada Séréna, foi até uma oficina mecânica com o carro no qual mantinha sua filha escondida desde o nascimento, cerca de dois anos antes.

A bebê foi descoberta nua, coberta de excrementos e incapaz de manter a cabeça erguida no carro da mãe. Rosa escondia a existência do bebê de seus filhos e de seu marido.

O casal teve outros três filhos, entre 6 e 12 anos de idade, todos na escola e normalmente integrados à sociedade.

Séréna, que vive hoje com uma família de acolhida e em breve fará oito anos, sofre de um "déficit funcional de 80%", uma "síndrome do autismo certamente irreversível" relacionada às condições de seus 23 primeiros meses de vida, segundo avaliações.

A defesa alegou que Da Cruz sofreu uma "negação da gravidez", a terceira em quatro gestações, seguida de uma "negação de filho", argumento que a acusação rejeitou.

O apartamento do adesivador Leonardo Alves, de 26 anos, tem amanhecido cheio de fuligem vinda das queimadas no Estado, recordista em focos de incêndio no País este ano. "Amanhecemos e não conseguimos respirar direito", conta ele, que teve de levar o filho de 1 ano e 3 meses ao posto de saúde na quinta-feira (22). Nas regiões tomadas pela poluição atmosférica, idosos e crianças são os mais prejudicados. A neblina também tem atrapalhado a navegação de barcos e cancelado voos.

De 1º de janeiro até a quarta-feira (21), o Brasil registrou 75,3 mil focos de incêndio, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) - 14 mil em Mato Grosso. O total no País já é 84% maior do que no mesmo período de 2018.

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A dona de casa Raimunda Costa também percebeu os efeitos da fumaça dos incêndios, principalmente no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, que em nove dias perdeu 13% da sua área de 326 km². "Meu neto de 6 anos começou a passar mal e ficou sem respiração, com falta de ar", relata. O médico disse a ela que o garoto, que tem rinite alérgica, não pode ter contato com poeira nem fumaça. "Como, se Cuiabá amanhece e anoitece coberta de poeira?"

A queima de matéria vegetal libera monóxido de carbono (CO) e matéria particulada (fuligem), que têm efeitos diretos na saúde humana. Isso causa tosse, cansaço, ardência nas orelhas, nariz e dificuldade de respirar. Animais também são achados por bombeiros em condições críticas em áreas devastadas pelas chamas.

No Acre, foram quase 30 mil atendimentos ambulatoriais por doenças respiratórias só este ano. Em cidades como Rio Branco, os índices de concentração de material particulado já estão acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O limite é de 25 microgramas por m³. Em alguns locais, foram detectados 170 microgramas por m³.

Em Rondônia, o registro de internações por problemas respiratórios, como pneumonia e tosse, praticamente triplicou. No Hospital Infantil Cosme e Damião, em Porto Velho, a média de atendimentos era de 130 crianças nos primeiros dez dias de agosto, mas até a última semana subiu para mais de 350.

A Delegacia Fluvial de Porto Velho recomendou atenção a todas as embarcações no Rio Madeira. "Está muito difícil navegar durante o dia. Já teve passeio de barco cancelado por causa da fumaça", comenta o navegador Valmir Lopes Pinto. "Com o rio baixo, é perigoso não enxergar um banco de areia e encalhar, sofrer acidente." Dois voos foram cancelados na última semana por falta de visibilidade no Aeroporto de Porto Velho.

Ação

Em Manaus, há brigadas florestais. "Todos trabalham para a população se sentir segura, mas depende da conscientização popular para que não aumentem as queimadas", diz Américo Norte, chefe do Batalhão de Incêndio Florestal dos Bombeiros.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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