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Um dos principais defensores do presidente Michel Temer, Carlos Marun, ministro da Secretaria de Governo, afirmou, nesta quinta-feira (27), ficar contrariado com o fato de, em sua opinião, as denúncias apresentadas contra o seu chefe não terem sido devidamente investigadas.

Para ele, não existem elementos comprobatórios suficientes nas três denúncias que foram apresentadas contra Temer. A última foi apresentada no último dia 19 de dezembro pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito do inquérito dos Portos, que apura se houve favorecimento a empresas do setor portuário na edição de um decreto de 2017.

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"Nada existe nesse decreto que possa sequer sugerir um benefício da empresa que está sendo acusada de pagar propina", afirmou Marun, em conversa com jornalistas pela manhã. "O inquérito virou uma tentativa de perseguição contra ele. A denúncia é pífia", completou. No caso das outras duas denúncias, a Câmara vetou a continuidade das investigações contra o presidente até o término do mandato.

O ministro também contestou algumas das práticas usadas pela operação Lava Jato como a prisão preventiva para a obtenção de delações e a prisão em segunda instância, sem a conclusão dos processos dos investigados. "Ou o Brasil caminha para uma reintrodução plena do Estado de Direito ou se caminha para a radicalização do Estado de exceção. A Lava Jato melhorou a política, mas é sabido que ela tomou muitos caminhos que flertaram com a extralegalidade", avaliou.

Para Marun, o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter liderado as pesquisas de intenção de voto na pré-campanha deste ano mostrou que a população "não quer continuar essa guerra". "O preso símbolo da Lava Jato está na cadeia e continua líder das pesquisas, inclusive crescendo na intenção de voto. Mas dizer que a população quer continuar aquela guerra, eu não sei. Não sei se a população quer isso. Acho que guerra começa e termina", afirmou.

Marun disse ainda não saber se Lula deveria continuar preso, já que seu processo ainda não teve o trânsito em julgado, ou seja, ainda cabem recursos. O ministro, no entanto, afirmou que o petista jamais poderia ter sido candidato à Presidência da República.

"Ele não podia ser candidato. Eu nem sei se o Lula devia estar preso. Eu, como sou pelo Livrinho (Constituição), eu leio lá sobre trânsito em julgado e acho que o trânsito em julgado ainda não aconteceu para o Lula", afirmou.

Eleições

O ministro também comentou que o MDB, seu partido, deveria ter lançado alguém com perfil combativo e que fizesse a defesa do governo Temer nas eleições presidenciais deste ano. O ex-ministro Henrique Meirelles foi quem representou o partido. Durante sua campanha, ele acenou aos eleitores de Lula, em um sinal de que avaliava que poderiam eventualmente migrar para ele - já que foi ministro do ex-presidente.

"Eu me arrependo de não ter saído como candidato à Presidência. Foi uma eleição da verdade. Quem ficou de 'nhenhenhém', ficou de fora", disse. De acordo com ele, seu nome chegou a ser levado a Temer por um grupo de parlamentares, mas, o presidente teria dito que precisava de Marun em seu governo. "Acho que o presidente não queria confusão também", disse.

Questionado sobre como faria para bancar sua campanha, já que Meirelles se viabilizou justamente por usar dinheiro próprio no pleito, Marun falou que poderia ter feito uma campanha barata via redes sociais. "A questão financeira era primordial, mas não ia quebrar o fundo partidário se dessem R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões para a campanha", afirmou.

A força-tarefa do Ministério Público (MP) de Goiás, que investiga as denúncias de crimes sexuais envolvendo o médium João Teixeira de Farias, o João de Deus, de 76 anos, não vai parar neste feriado de Natal nem de Ano Novo. O grupo recebeu 596 relatos de mulheres que se dizem vítimas, das quais 75 já foram ouvidas em Goiás e em outros estados.

Das 255 pessoas identificadas, 23 tinham entre 9 e 14 anos na ocasião dos fatos,  28 entre 15 e 18 anos, e 70 com idade de 19 a 67 anos, segundo os promotores que atuam na força tarefa. Eles citam pelo menos três casos, cujos crimes envolvem estupro, violência sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.

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Para os promotores, o médium se valia da fé dos freqüentadores, do respeito que tinham por ele e da fragilidade das pessoas, muitas vezes, com graves doenças, para tirar proveito da situação.

João de Deus está preso preventivamente desde o dia 16, no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, a 18 quilômetros da capital. A defesa já recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), na tentativa de reverter a detenção para prisão domiciliar com tornozeleira.

Interdição

A Superintendência de Saúde em Vigilância de Goiás (Suvisa) fechou o laboratório que funcionava na farmácia da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. Segundo os técnicos, no local eram fabricados medicamentos em escala industrial, sem autorização.

De acordo com informações da força-tarefa, a interdição também menciona questões de manipulação contrárias às normas sanitárias e más condições de acondicionamento de instrumento cirúrgico. Houve autuação administrativa, cujo teor será analisado pelos promotores para as devidas responsabilizações.

A imprensa de Goiás informa sobre a existência de nove inquéritos já instaurados contra João de Deus, dos 16 casos denunciados à Polícia Civil até momento. Em um deles, já concluído, o médium foi indiciado por violação sexual mediante fraude.

O delegado-geral que acompanha o caso, André Fernandes, destacou que um grupo trabalha especificamente para analisar as armas localizadas em uma das residências do médium. Também há avaliação das pedras preciosas e do dinheiro encontrado, inclusive em moeda estrangeira.

Busca e apreensão

Há três dias, houve nova busca na casa de atendimento do médium, em Abadiânia, para complementação do levantamento estrutural do empreendimento, em operação que envolveu a Polícia Civil e a Superintendência de Vigilância Sanitária.

A promotora de Justiça Gabriella de Queiroz disse que  foram apreendidos novos materiais, cuja especificação será detalhada pela Polícia Civil ao término dos trabalhos.

A força-tarefa do MP foi instituída pelo procurador-geral de Justiça no dia 10 de dezembro e ampliada, tendo agora como integrantes os coordenadores dos centros de Apoio Operacional Criminal e de Direitos Humanos, Luciano Meireles e Patrícia Otoni; o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Thiago Galindo; e os promotores de Justiça Cristiane Marques, Gabriella de Queiroz (membro do Gaeco), Paulo Penna Prado (subcoordenador do Centro de Apoio Operacional - CAO Criminal) e Augusto César Borges.

Escolhido pelo governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), para chefiar a Casa Civil de sua futura gestão no Palácio dos Bandeirantes, o ministro Gilberto Kassab, principal líder do PSD, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que está "avaliando" se licenciar do cargo para cuidar de sua defesa. Alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal decorrente de uma delação da J&F, Kassab disse que não teme ser preso e se defende das acusações.

O apartamento do sr. foi alvo de uma ação da Polícia Federal. Seu sigilo bancário foi quebrado e o sr. foi acusado de receber vantagens indevidas das empresas de Joesley Batista. Como explica essa situação?

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Estou na vida pública há muito tempo. Em todos os cargos que ocupei, eu manifestei o meu profundo respeito pelo Poder Judiciário, pela imprensa e pelo Ministério Público. Não está sendo diferente agora. O papel deles é apurar denúncias. Temos de ter humildade para entender que eles exercem o seu papel numa conjuntura de tanta descrença e tantos absurdos no campo da corrupção.

Então, o sr. não faz coro aos que criticam supostos abusos da Lava Jato?

Abuso não pode acontecer. No meu caso, é um inquérito que está acontecendo. Tenho a humildade para entender que tenho de estar sujeito a essa operação. Por outro lado, tenho plena convicção que esse inquérito em breve vai chegar à conclusão da absoluta seriedade das minhas ações.

Isso causa constrangimento ao governador eleito, João Doria? Ele chegou a cogitar que o sr. não assumisse a Casa Civil do Palácio dos Bandeirantes?

Estou convidado. Ele fez uma manifestação pública de solidariedade. Estou muito tranquilo. Tomo posse agora e essa secretaria que eu vou assumir, a Casa Civil, é eminentemente política. Eu disse ao Doria que a política é muito lenta. Tem recesso (parlamentar) e a relação com deputados. Não pude me afastar do governo federal. A partir de janeiro, não descarto me licenciar por um período para me dedicar... estudar melhor o tema. Comentei com o governador eleito. Doria disse para eu fazer o que fosse da minha conveniência. Foi muito correto. Estarei na posse.

Mas a denúncia contra o sr. não é um constrangimento para ele?

Esse incômodo maior será para mim. Estou com os bens bloqueados há um tempo bastante grande, o que me obriga a ter dinheiro em casa, porque não posso movimentar a minha conta bancária.

Por isso que o sr. tinha R$ 300 mil em casa?

Sim, é por isso. O primeiro pedido de bloqueio de bens foi no final do ano passado. Eu tinha de me preparar. Tenho os meus gastos, de uma maneira legal. Essa é a razão. Tudo isso traz um incômodo. Estou na vida pública há muito tempo. Quem não tiver humildade para conviver com isso, é melhor não estar na vida pública. Confio no Judiciário.

Como e quando será esse licenciamento do cargo?

Como minha atuação é política, tanto faz se estou dentro ou fora do governo.

Então, pode continuar ajudando Doria mesmo fora do governo?

Se eu me licenciar, é muito mais uma ação de respeito ao eleitor para ter liberdade e tempo. Como minha atuação é política, tanto faz se estou dentro ou fora do governo. Estou avaliando. Ainda estou vivendo o governo Temer. Essa é a minha prioridade. Até terça ou quarta encerro minhas atividades. Aí eu volto para pensar como conduzir isso.

Não está preocupado com o foro privilegiado?

Não tenho nenhuma preocupação com o foro. Jamais tive. O foro praticamente acabou. Minha consciência está tranquila.

Doria inicia o mandato em São Paulo com um discurso muito nacional. Ele já é um nome para o Palácio do Planalto em 2022? E como fica a sucessão no Estado?

O Bolsonaro tem duas opções: reeleição ou não ser (candidato em nova eleição). Ele tem dito que não será candidato outra vez. Mas a gente que tem um pouco de experiência sabe que, se ele fizer uma boa gestão, vai ser legitimamente pressionado por seus eleitores a continuar. Essa é uma decisão dele. Até agora, ele tem acertado mais do que errado na montagem do governo. E o Doria? O Doria tem quatro opções. Pode ser candidato à Presidência da República, a vice, reeleição (ao governo paulista) ou ir para casa. Ele tem sido um leal companheiro do Bolsonaro. Ele pode ser vice do Bolsonaro, pode ir para casa, pode ser candidato à Presidência. É sincera a disposição dele de não ser candidato à reeleição. Ele vai fazer um bom governo. As circunstâncias apontam que a candidatura do Rodrigo (Garcia, vice-governador eleito) será natural em 2022.

Sobre a suposta mesada da J&F, que serviços o sr. prestou para a empresa?

Empresas da minha família já prestavam serviço antes mesmo dos atuais controladores. Eram três contratos, de aluguel de caminhões. Estou muito tranquilo sobre essa questão.

O sr. concorda com a tese de que deve existir limites nas delações premiadas?

Temos de reconhecer que a delação premiada funciona. Está funcionando. Felizmente, veio para ficar. Não posso deixar de enaltecer algo que tornou mais transparente a vida pública. Me alinho àqueles que defendem as delações. Defendo as delações.

O sr. teme ser preso?

Não. Só teme ser preso quem acha que cometeu um ilícito. Eu não cometi.

O sr. foi ministro da Dilma, do Temer e agora será secretário do Doria. Isso se enquadra na categoria do fisiologismo?

Vamos ser claros aqui. O PSDB acabou tendo um enfrentamento conosco na nossa fundação. Nesse enfrentamento, o PSD acabou se consolidando. Uma parte expressiva do partido veio de Estados que tinham apoiado o PT. Foi o caso da Bahia. O (Otto) Alencar era vice do então governador Jaques Wagner. Em 2014, na nossa aproximação tática para fazer o enfrentamento com o PSDB, nós acabamos fazendo uma aliança com o PT. Teve zero de fisiologismo. Fomos o primeiro partido a dar apoio ao PT. Não havia identificação ideológica nenhuma com o PT. O PSD é um partido de centro.

Antes não era centro, direita nem esquerda...

Todo mundo fala isso hoje. Essa pergunta foi antes de nascer o partido juridicamente. O que eu disse naquela época é que íamos definir o posicionamento ideológico. Se íamos ser mais à direita, esquerda ou ao centro. Depois, com o passar do governo (Dilma), começaram a vir as denúncias. Fizemos uma reunião da direção do partido e o PSD definiu por liberar a bancada, que estava dividida sobre o impeachment. A bancada acabou tendo um posicionamento majoritário pelo impeachment. Mais de 80%.

Para os petistas, isso foi uma traição...

Não foi traição. Foi sempre muito claro. Mais de 80% da bancada votaram a favor do impeachment.

Que marca o sr. deixa de sua gestão à frente do ministério?

Temos duas instituições que estavam em sérias dificuldades. Os Correios estavam literalmente quebrados. Oito mil funcionários foram desligados pelo PDV (Programa de Demissão Voluntária). Em 2018, a empresa começou a fazer lucro operacional. Recuperou patrimônio líquido. Hoje, temos em caixa R$ 1,2 bilhão nos Correios. Isso significa algo muito expressivo. O Internet para Todos recebeu um investimento expressivo e vai mandar banda larga para todos os cantos do País. O CNPQ, nós encontramos endividado. Recuperamos a credibilidade do CNPQ. Pagamos antecipadamente os bolsistas do exterior.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O delegado Valdemir Pereira que acompanha em Abadiânia as denúncias contra João Teixeira de Farias, o João de Deus, de 76 anos, descreveu o modus operandi do médium nos crimes sexuais dos quais é acusado. Ele afirmou que João de Deus tinha como "prática" cometer o abuso e depois dar presentes às vítimas.

No caso mais recente, que resultou ontem no indiciamento do médium por violação sexual mediante fraude, com pena entre 2 a 6 anos de prisão, o delegado disse que João de Deus agiu da mesma forma. Após o abuso, o médium pediu que a mulher escolhesse um dos quadro expostos.

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O delegado afirmou, em entrevista coletiva, que a mulher de 39 anos contou ter sido abusada sexualmente em outubro deste ano, enquanto se submetia a tratamento na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. De acordo com ele, a vítima ainda está abalada com o que sofreu. Valdemir Pereira e policiais acompanharam a mulher até o centro espiritualista onde ela mostrou a sala na qual disse ter sido agredida pelo médium.

O médium está preso preventivamente no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. O Supremo pode decidir hoje sobre pedido de liberdade.

Detalhes

A TV Anhanguera, de Goiânia, teve acesso ao depoimento da mulher. Nele, a vítima disse que agressão ocorreu em 24 de outubro. No relato, ela contou que o médium apagou a luz da sala enquanto estava sozinho com ela, depois passou a massageá-la abaixo do ventre e pediu que mexesse o quadril, em seguida tentou encostar.

No depoimento, a vítima afirmou também que João de Deus pediu que ela o massageasse na barriga e, em seguida, ela percebeu que ele estava com o órgão sexual exposto.

Outros crimes

O Ministério Público de Goiás continua recebendo relatos de possíveis crimes sexuais cometidos pelo médium no estado e em outros países. Alguns, de acordo com integrantes da força-tarefa que investiga as ações, podem ter prescrito. Mas serão úteis nas apurações, pois pode servir de material probatório.

Para promotores que atuam na força-tarefa das investigações, João de Deus pode ser indiciado por três crimes distintos – violação sexual mediante fraude, estupro e estupro de vulnerável.

A Polícia Civil também instaurou inquérito para investigar a origem de cinco armas e R$ 405 mil (em reais e moeda estrangeira), localizados em uma das propriedades de João de Deus.

A procuradoria de Illinois informou nesta quarta-feira (19) que 685 padres foram denunciados por pedofilia no Estado, um número muito maior do que o revelado pela Igreja Católica, em mais um escândalo envolvendo o clero.

A Procuradora-Geral de Illinois, Lisa Madigan, disse que as revelações da Igreja de que 185 membros do clero foram acusados de abuso sexual contra menores ficaram aquém do número descoberto por seu gabinete.

Os resultados preliminares de uma investigação que começou em agosto encontraram mais de 500 padres e membros do clero com alegações de abuso sexual infantil nas seis dioceses do estado, que somados aos citados pela Igreja totalizam 685 acusados.

"Ao optar por não investigar completamente as denúncias, a Igreja Católica fracassou em sua obrigação moral de fornecer aos sobreviventes, paroquianos e ao público uma contabilidade completa e precisa de todos os comportamentos sexualmente inapropriados envolvendo padres em Illinois", disse Madigan em um comunicado.

"As etapas preliminares desta investigação tem demonstrado que a Igreja Católica não consegue controlar a si mesma", destacou Madigan.

A investigação de Illinois foi motivada por um amplo relatório do júri em agosto que revelou denúncias confiáveis contra mais de 300 suspeitos de serem padres abusadores e identificou mais de 1.000 vítimas de abuso sexual infantil encobertas por décadas pela Igreja Católica no estado da Pensilvânia.

Em outubro, as autoridades federais abriram pela primeira vez uma investigação sobre o abuso do clero. Dioceses no estado relataram receber intimações federais do júri para produzir documentos.

A Arquidiocese de Chicago, a maior de Illinois, reagiu ao relatório de Madigan apoiando a investigação de todas as denúncias e sua comunicação às autoridadesA insistiendo en que todas las denuncias de abuso se investigan y se informan a las autoridades.

"Desde 2006 publicamos os nomes dos padres diocesanos sobre os quais pesam denúncias fundamentadas de abuso, e em 2014 publicamos mais de 20.000 documentos dos arquivos destes sacerdotes", destacou a Arquidiocese.

"As denúncias de abuso sexual contra menores, mesmo que derive de uma conduta que ocorreu há muitos anos, não podem ser tratadas como meros assuntos internos", declarou Madigan.

"Este relatório impactante é exatamente o que esperávamos", disse à AFP Zach Hiner, diretor-executivo da Rede de Sobreviventes dos Abusados por Sacerdotes (SNAP).

"Sabíamos há muito tempo que os funcionários da Igreja ignoravam ou minimizavam as acusações de abuso e este relatório é apenas mais uma prova de que trata-se de um problema sistêmico e não local".

Na segunda-feira, jesuítas dos Estados Unidos, que administram numerosas instituições de ensino, publicaram os nomes de dezenas de padres envolvidos em "acusações críveis" de pedofilia que remontam a 1950.

A lista com 89 nomes se somou à publicada há algumas semanas por outros grupos jesuítas, o que elevou a mais de 200 o número de padres da ordem envolvidos em supostos abusos de menores.

Em agosto, a promotoria da Pensilvânia publicou um devastador relatório sobre abusos sexuais especialmente sórdidos praticados durante décadas por mais de 300 padres, envolvendo cerca de mil menores durante sete décadas.

A força-tarefa do Ministério Público de São Paulo (MPSP) ouviu, em uma semana, 28 mulheres que denunciaram o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus. Famoso por ter recebido celebridades nacionais e internacionais em Abadiânia, no interior de Goiás, o médium está preso desde domingo (16) por denúncias de abuso sexual.

Para esta terça-feira (18), estão previstos mais cinco depoimentos na capital paulista. A partir deta quarta-feira (19), o Ministério Público entra em recesso, as oitivas serão suspensas e retomadas em 7 de janeiro do próximo ano. O Ministério Público de Goiás já recebeu 506 acusações.

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As pessoas que se dizem vítimas do médium também podem enviar os relatos para denuncias@mpgo.mp.br. Em São Paulo, o e-mail para denúncias é somosmuitas@mpsp.mp.br. Todas as mulheres serão ouvidas em sigilo e não terão a identidade divulgada.

Defesa

Um pedido de habeas corpus impetrado pelos advogados do João de Deus tenta transformar a decisão judicial de prisão preventiva em prisão domiciliar com uso tornozeleira, por causa da idade avançada e dos problemas de saúde do médium. Ele se entregou à polícia domingo, em uma área rural de Abadiânia, após longa negociação.

Os advogados reiteram a inocência do médium e levantam dúvidas sobre o comportamento das possíveis vítimas e o conteúdo dos depoimentos.

A polícia também investiga uma recente movimentação de cerca de R$ 35 milhões nas contas de João de Deus.

Foram dez minutos de tumulto e gritaria. Assim que desembarcou num Ford Ka branco, João de Deus foi cercado por seus funcionários, fez uma visita de menos de 10 minutos à sala de atendimento e retornou. Jornalistas acompanharam o trajeto, mas foram impedidos de se aproximar do médium, que fez a primeira visita ao centro Dom Inácio de Loyola depois de ser acusado de abuso sexual por mulheres que buscaram a casa em busca de tratamento espiritual.

No trajeto, funcionários gritavam: "Respeitem! Ele vai falar." A promessa, no entanto, não se concretizou. Apesar do amplo espaço, não foi providenciado um local para a entrevista. O médium saiu sem dar entrevista, mas disse, entre um grito e outro de seus funcionários, que cumpria uma missão dada há 60 anos. E afirmou: "Eu sou inocente".

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Na confusão, voluntários chegaram a agredir jornalistas. A chegada no centro ocorreu por volta das 9h20 desta quarta-feira (12) um horário pouco usual. João de Deus, cujo nome de batismo é João de Faria, horas antes havia desembarcado no aeroporto de Anápolis de um voo procedente de São Paulo.

Esta foi a primeira aparição pública do médium, depois que mulheres vieram a público acusá-lo de abuso sexual. Passados cinco dias após as primeiras denúncias, mais de duas centenas de mulheres procuraram o Ministério Público para fazer relatos semelhantes. Pelo menos quatro inquéritos já foram abertos.

As denúncias afetaram o movimento da casa, onde atendimentos são realizados. Por volta das 8h30, cerca de 400 pessoas - incluindo crianças e duas pessoas de cadeiras de rodas - aguardavam a chegada do líder espiritual. Isso representa um terço do movimento habitual.

Chico Lobo, um dos funcionários da casa, afirmou que três ônibus - de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas - chegaram à cidade. "É menos que o de costume. Mas há também o impacto da proximidade das festas. Nesta época, tradicionalmente o movimento cai", disse.

Funcionários e voluntários da casa começaram a chegar na casa Dom Inácio de Loyola mais cedo. "Sabíamos que seríamos necessários aqui. Ele sempre esteve presente com seu amor, agora estamos prontos para defendê-lo", disse Jacilda Oliveira Soares, que desde 1985 frequenta a casa. Há alguns anos, ela se dedica a organizar as filas de atendimento.

Primeiro, ingressam fiéis escolhidos pelo médium para formar a corrente de oração. Eles ocupam uma sala próxima na qual o líder costuma atender e ficam concentrados durante todo atendimento. Para enfrentar as longas horas, muitos trazem travesseiros ou uma almofada especial, dobrável, para proteger as costas e o quadril.

Essas pessoas já estão posicionadas. São cerca de 200. Outras 200, a maioria usando roupas brancas, estão sentadas em cadeiras situadas num pátio coberto, aguardando atendimento. As pessoas são chamadas em grupos, de acordo com a frequência que vem à casa. De acordo com funcionários, mesmo sem a presença de João de Deus, os trabalhos podem ser realizados. "Onde ele estiver, a energia dele estará aqui", diz Jacilda.

O número de denúncias contra o médium João de Deus registradas no Ministério Público de Goiás (MP-GO) subiu para 78 a manhã de terça-feira (11). O número é quase o dobro do anunciado pela instituição no fim da tarde no dia anterior, de 40 denúncias.

Segundo o MP-GO, a maioria das mulheres fez as denúncias por e-mail. Além de Goiás, os registros também foram feitos por vítimas de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso. "Todas estão sendo orientadas a procurarem o Ministério Público de seu Estado, que ficará responsável pela coleta de depoimentos", informou por meio de nota.

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Em Goiás, uma força-tarefa é formada por cinco promotores e duas psicólogas. As denúncias são recebidas pelos telefones 62 3243-8051 e 8052, presencialmente e pelo e-mail denuncias@mpgo.mp.br.

No fim de semana, já haviam sido registrados dois boletins de ocorrência contra o líder religioso, que faz seus atendimentos na cidade goiana de Abadiânia.As conversas informais ouvidas até o momento pelo Ministério Público de Goiás indicam que a investigação terá como ponto central o abuso sexual. Mas, além disso, será avaliada também a prática de outros crimes. Nem Ministério Público nem Polícia Civil informaram quais seriam os demais delitos.

As investigações serão feitas de forma simultânea pelo Ministério Público e Polícia Civil. Na segunda-feira, Marcella Orçai, delegada de Goiás, afirmou que, além das novas denúncias, outros dois inquéritos contra João de Deus estão em curso. Um deles, de 2016, e outro, aberto neste ano.

Primeiros casos

As denúncias ganharam força depois de o programa da Rede Globo Conversa com Bial apresentar depoimentos de mulheres que buscaram atendimento espiritual com o líder e disseram terem sido abusadas. Os relatos apresentam vários pontos em comum: qual teria sido a estratégia adotada pelo líder para atrair as vítimas, o local onde o abuso ocorria e as ameaças feitas para as mulheres.

Embora os relatos de abusos tenham aumentado, promotores afirmam ser indispensável que vítimas formalizem suas denúncias. Além dos depoimentos, serão usados como prova laudos realizados por psicólogos.

Ao menos 30 denúncias foram levadas ao MP paulista, segundo a promotora Maria Gabriela Manssur. Como as investigações só começaram agora, não é possível dizer se há duplicidade de relatos com as denúncias feitas ao MP de Goiás. Ela considera que o número de casos de abusos pode chegar a 200 no País, segundo relatos em grupos de vítimas. No Estado, quatro promotores vão atender as autoras das queixas.

As denúncias de abuso sexual às centenas de mulheres que buscaram tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, Goiás, não fizeram com que o médium João de Deus desistisse de atender as pessoas que ainda o procuram em busca de atendimento.

Cinco dias depois de o programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, exibir os primeiros depoimentos de mulheres que relataram ter sido vítimas de abusos sexuais praticados pelo médium, os empregados do centro espírita continuam a organizar o local para que João de Deus atenda normalmente nos próximos três dias.

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“Ele está triste, mas está bem. E, no momento certo, vai falar [sobre as denúncias]”, afirmou a assessora de imprensa do centro espírita Edna Gomes. Ela disse que o médium chorou com a grande repercussão das denúncias, mas está convencido de que esclarecerá os fatos, e que os depoimentos das mulheres, segundo a assessora, parecem ter várias “incoscistências” que precisam ser investigadas.

Edna também garantiu que João de Deus não atende ninguém de forma individual e em ambiente separado. “O seu João sempre foi um homem muito respeitador. Conhecendo-o, você percebe que há coisas impossíveis [nos relatos]. Ele mesmo diz que nunca foi santo, mas, neste sentido, não há nada [que o desabone]”, acrescentou.

Para Edna e o secretário do centro Francisco Lobo, os promotores do Ministério Público de Goiás podem ter se precipitado ao anunciar as denúncias de crimes sexuais e não descartam a hipótese de que o órgão promova o fechamento do local. “Eu só acho que a Casa não tem nada que ver com isso. A Casa é uma igreja. Você vai fechar uma igreja? Agora, se você quer tirar o padre, o pastor, tudo bem, mas a igreja é a igreja.”

Advogados afirmaram nesta quarta-feira (5) ter retirado várias denúncias contra uma atriz egípcia, acusada de "incitação à libertinagem" por ter usado um vestido transparente na semana passada, durante a cerimônia de encerramento do Festival Internacional de Cinema do Cairo.

A imprensa egípcia, estrangeira e as redes sociais divulgaram este caso envolvendo a atriz Rania Yuossef, de 45 anos.

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"Retiramos esta manhã (quarta-feira) a denúncia que apresentamos contra Rania Yussef", declarou à AFP o advogado Amr Abdel Salam, que destacou a anulação do comparecimento judicial, previsto para 12 de janeiro.

O advogado Samir sabri, conhecido por suas ações contra famosos, também confirmou à AFP que tinha retirado sua denúncia.

Perguntados sobre os motivos, os dois advogados mencionaram o fato de que a atriz pediu desculpas.

No entanto, Yussef assegurou na quarta-feira em um tuíte que a investigação continuava em curso, sem dar maiores detalhes.

A atriz reconheceu no Twitter que "não pensava que (o vestido) provocaria tanta indignação".

No Egito, são comuns este tipo de escândalo sobre os costumes, nos quais costumam ser envolvidas atrizes e cantoras.

As mais famosas, como Rania Yussef, costumam sair ilesas, mas outras menos conhecidas, como Shyma e Leila Amer, foram condenadas no começo do ano a um e dois anos de prisão, respectivamente, após terem postado videoclipes considerados provocadores demais de um ponto de vista sexual.

Um aplicativo criado pelas autoridades da Indonésia para registrar denúncias de heresia gera inquietação entre os defensores das liberdades civis, que temem complicações para as minorias no país muçulmano de maior população do mundo.

Os usuários podem denunciar os grupos que praticam um culto diferente às seis correntes religiosas reconhecidas oficialmente na Indonésia: islamismo, hinduísmo, protestantismo, catolicismo, budismo e confucianismo.

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O aplicativo, chamado "Smart Pakem", foi criado pelo gabinete do procurador de Jacarta e pode ser baixado de modo gratuito na loja digital Google Play.

"O objetivo é dar acesso mais fácil às informações sobre as crenças na Indonésia, educar as pessoas e impedir que sigam a doutrinação de um indivíduo ou grupo que não corresponda à legislação", explicou Nirwan Nawawi, porta-voz da Procuradoria.

O aplicativo permitirá denunciar de forma imediata de seitas ou grupos de crença "suspeitas", mas também consultar textos religiosos e listas de organizações proibidas.

Os defensores dos direitos humanos, no entanto, temem o uso político por parte de fundamentalistas islâmicos e que prejudique as relações entre muçulmanos e minorias religiosas na Indonésia.

"A situação não para de piorar. Esta é uma nova medida para discriminar as minorias religiosas na Indonésia", denunciou Andreas Harsono, colaborador da ONG Human Rights Watch.

O aplicativo é "perigoso porque se a maioria das pessoas não gostar de um grupo, este será denunciado. Isto pode criar problemas", adverte Bonar Tigor Naipospos, vice-presidente do instituto Setara para a democracia e a paz.

Centenas de milhares de indonésios seguem cultos animistas ou místicos, muitos deles não reconhecidos pelas autoridades.

Embora a Indonésia reconheça em sua Constituição a liberdade de culto, 90% de seus habitantes são muçulmanos. As organizações de defesa dos direitos humanos estão cada vez mais preocupadas com uma radicalização no país do sudeste asiático.

Em menos de 48 horas, o Observatório da Intolerância Política de Pernambuco recebeu 30 denúncias de ameaças ou agressão veiculadas na internet e supostamente causadas por divergências políticas entre vítima e agressor. A iniciativa da seccional pernambucana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) disponibiliza desde segunda-feira, 15, canais exclusivos para registro desses tipos de crimes, que têm crescido após o primeiro turno das eleições 2018.

De acordo com o presidente da ordem, Ronnie Duarte, as denúncias são registradas em cartórios por meio de prints das postagens em atas notariais e, em seguida, a depender de cada caso, são encaminhadas para os ministérios públicos estadual ou federal. No caso de agressões físicas, o advogado sugere que a vítima ou as testemunhas tentem registrar o episódio com fotos ou vídeos.

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"É uma ação pedagogicamente importante porque mostra para as pessoas que acham que a internet é uma zona livre onde se transita à margem da legalidade, que na verdade quem comete crimes nesse ambiente está sujeito às mesmas penalidades aplicadas no mundo fora das redes sociais. O objetivo é que esses eleitores exercitem a autocontenção e assim tenhamos menos crimes como esses nos próximos pleitos", afirmou Duarte.

O Observatório da Intolerância Política foi criado, segundo Duarte, porque "nestas eleições houve um recrudescimento do discurso de ódio, preconceito e racismo". Na semana após o primeiro turno, atendendo uma notícia-crime da OAB-PE, o Ministério Público de Pernambuco abriu investigação contra eleitores que utilizaram as redes sociais para publicar ofensas contra nordestinos.

O Nordeste, junto com o Estado do Pará, no Norte, foram as regiões em que o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, teve a votação mais expressiva, o que garantiu sua presença na disputa com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno. Após a consolidação do resultado, xingamentos como "mortos de fome", "câncer do País", "preguiçosos" e "vergonha do Brasil" foram direcionados aos moradores da região.

O Observatório da Intolerância Política de Pernambuco funcionará até o dia 31 de dezembro deste ano e, segundo a OAB-PE, deverá ser produzido um relatório final com a indicação quantitativa das denúncias recebidas, quais os encaminhamentos adotados pela entidade e quais as punições aplicadas aos responsáveis pelos ilícitos apurados.

As queixas contra manifestações que promovam o ódio, a discriminação ou a violência relacionados à intolerância política podem ser feitas durante o horário comercial diretamente no setor de protocolo da sede da OAB-PE no Recife, pelo Whatsapp (81) 99247-2115 ou pelo e-mail observatorio@oabpe.org.br a qualquer hora do dia.

Candidato a governador de Pernambuco, Armando Monteiro (PTB) esteve no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), na tarde desta quinta-feira (27), para cobrar celeridade na apreciação de pedidos de liminares contra a candidatura do governador Paulo Câmara (PSB). 

Uma das petições é pela retirada de uma inserção do pessebista que questiona pontos da reforma trabalhista, pontuando que a revisão da lei retira direitos e faz referência ao trabalho escravo e foi apoiada pelo senador petebista. Armando, que classificou a peça de propaganda como difamatória, repudiou as insinuações e desafiou os adversários a provarem que ele era a favor de um regime escravocrata. 

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“São insinuações sobre algo que me aponte a coisa de trabalho escravo. Isso é absolutamente falso. Eu desafio quem me possa estabelecer qualquer vínculo, de qualquer natureza, sobre esse assunto. É uma insinuação, que não é sequer assumida, dado ao caráter flagrantemente falso dela, que é feita por imagem. Quanto ao conteúdo da reforma trabalhista, o que se está traduzido na veiculação como sendo conteúdo da reforma é falso”, disparou Armando. 

De acordo com o candidato, que foi ao TRE acompanhado dos companheiros de chapa - Fred Ferreira (PSC), vice, Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB), candidatos ao Senado -, o presidente Luiz Carlos Figueiredo se comprometeu em levar o assunto para a apreciação do Pleno do Tribunal no menor prazo possível. Uma vez que, segundo Armando, “essas matérias produzem danos na medida que correspondem a medidas falsas, com falsos conteúdos”. Ao dar mais detalhes sobre a reunião, durante conversa com a imprensa, a coligação Pernambuco Vai Mudar também deixou claro que em nenhum momento tentou imputar palavras ao presidente do TRE.

Outros pedidos pedidos de liminares já foram impetrados pela chapa Pernambuco Vai Mudar contra a Frente Popular desde que a campanha iniciou, mas a dez dias do pleito e com os ânimos cada vez mais acirrados, Armando disse que foi pessoalmente tratar de pedir celeridade na resolução do caso porque fere a moral dele. 

“Essa, é o seguinte, oferece danos de natureza moral. Sou, antes de ser candidato, um cidadão e não aceito que seja atribuído a mim algo que é falso e dessa gravidade. Portanto, não posso permitir. O maior patrimônio que o cidadão pode ter é a sua moral. Sou um homem público. Esse dano é irreparável. Nesse momento é menos o candidato e mais o cidadão”, ressaltou Armando Monteiro. 

Para o petebista, a “forma sórdida” e “reprovável”  de campanha de Paulo Câmara mostra desespero. “Só posso supor que é uma ação desesperada e demonstra que há algum temor de que a eleição, como temos certeza, não está definida e isso inquieta esse conjunto político que se imagina dono de Pernambuco e, portanto, não admite que esse projeto passa estar em risco em decorrência do nosso crescimento nas pesquisas”, alfinetou. 

“Mesmo no calor desse processo todo o que divulgamos no nosso guia corresponde a coisas factuais e que estão registradas., Essas insinuações não encontram amparo em nenhum dado”, acrescentou, finalizando o candidato. 

Desde que foi lançado, há um mês, o aplicativo Pardal registrou 10.275 denúncias de supostas irregularidades cometidas durante a campanha de 2018. O objetivo da ferramenta, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é incentivar os cidadãos a atuar como fiscais durante o pleito no combate à corrupção.

As infrações mais recorrentes, segundo o TSE, envolvem propaganda eleitoral (6.839 notificações), seguidas de crimes eleitorais (1.376), outros crimes (921), compras de votos (238) e doações e gastos eleitorais (89).

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A versão 2018 do aplicativo pode ser baixada gratuitamente em smartphones e tablets nas lojas virtuais App Store e Google Play desde agosto. Segundo as estatísticas do aplicativo, São Paulo é o estado recordista em denúncias, com 1.372 registros.

O maior colégio eleitoral do Brasil também lidera as notificações na categoria propaganda eleitoral, com 967 registros. Pernambuco aparece em segundo lugar no número total de denúncias, com 1.178 notificações, sendo 861 delas relacionadas a irregularidades em propagandas eleitorais e 125 a crimes eleitorais.

O estado em que o aplicativo foi menos acionado no período é o do Tocantins, que possui apenas 23 registros. A região Nordeste é a que mais usa a ferramenta, com 3.596 denúncias, seguida pelas regiões Sudeste (2.674),Centro-Oeste (1.544), Sul (1.449) e Norte (1.012).

Em relação aos cargos em disputa nestas eleições, a maior parte das denúncias envolve campanhas de deputado estadual (2.805), seguidas de campanhas de deputado federal (1.798) e governadores (674).

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A emissora americana CBS anunciou neste domingo a saída imediata de Leslie Moonves, seu presidente durante 15 anos, do cargo, após a publicação de novas denúncias de assédio e abuso sexual na revista The New Yorker.

A decisão é uma queda significativa para Moonves, de 68 anos, celebrado em Wall Street por transformar a emissora mais popular dos Estados Unidos e consolidar a reputação de seu canal a cabo Showtime.

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Moonves foi denunciado neste domingo na New Yorker por seis outras mulheres que o acusam de agressão sexual e de dificultar suas carreiras, impedindo suas promoções.

Uma delas disse ao jornalista Ronan Farrow que Moonves a forçou a fazer sexo oral e depois empurrou-a violentamente contra uma parede.

Em julho, outras seis mulheres já tinham denunciado-o à New Yorker por apalpadas e beijos forçados.

A CBS disse em um comunicado publicado em seu portal a empresa e Moonves vão doar imediatamente 20 milhões de dólares a uma ou mais organizações que apoiem o movimento #MeToo e a igualdade de gênero no trabalho.

A emissora indicou que o dinheiro virá de uma eventual indenização de saída para Moonves, que não será entregue até que sejam revelados os resultados de uma investigação das denúncias encomendada pela CBS.

Moonves nega veementemente todas as acusações e afirma que elas fazem parte de uma campanha para difamá-lo.

A CBS anunciou um acordo com a família Redstone, que controla 80% dos direitos de voto da emissora, para evitar por pelo menos dois anos uma fusão com a Viacom, da mesma família.

Moonves e vários diretores da CBS se opunham a esta fusão, impulsionada por Shari Redstone. Se não chegassem a um acordo, o processo sobre este litígio deveria começar em 3 de outubro em um tribunal no estado de Delaware.

O diretor operacional da CBS, Joseph Ianniello, que entrou na empresa em 2005 e ocupa este cargo desde 2013, será o presidente interino até que se decida o sucessor de Moonver.

Sete em cada dez denúncias recebidas pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo, entre maio de 2017 e maio de 2018, envolvem problemas com empresas terceirizadas que administram unidades municipais e estaduais de saúde.

“Nós recebemos denúncias de falta de materiais e insumos para adequada prática da medicina e diversas denúncias que têm a ver com a relação de trabalho entre o médico e seu contratante, que são empresas terceirizadas a partir do poder público”, afirmou o diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo, Gerson Salvador.

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Nesta semana, após denúncias de irregularidades no atendimento prestado à população, a Prefeitura de Guarulhos rompeu o contrato com a empresa Gerir que até então era responsável por administrar o Hospital Municipal de Urgências (HMU) e o Hospital Municipal da Criança e Adolescente (HMCA). As unidades passaram a ser administradas por outras duas empresas terceirizadas, a Santa Casa de Birigui e o Instituto de Desenvolvimento de Gestão, Tecnologia e Pesquisa em Saúde e Assistência Social (IDGT).

O desempregado João Antônio Ferreira Santos buscou o HMU na madrugada da última quinta-feira (23) com suspeita de pedra nos rins e até o período da tarde não tinha sido atendido. “Nem abriram ficha ainda. Passei na triagem e a menina falou que não tem médico”, afirmou.

Outros pacientes também relatam que falta material para cirurgia e sonda. “É um caso de calamidade mesmo. Não tem material e meu pai está fazendo xixi em uma garrafa de soro”, explicou a dona de casa Amanda Miranda.

A administração do município informou em nota que o HMU atende com 14 médicos e que não faltam medicamentos e insumos necessários. Já o Instituto Gerir afirmou também em nota que o dinheiro repassado pela prefeitura não era suficiente para cobrir os custos e que pediu o rompimento de contrato por não suportar mais os prejuízos.

A nova gestora do hospital, a Santa Casa de Birigui, informou que está realizando uma avaliação para definir o que precisa ser feito na unidade.

Em vigor desde 7 de agosto de 2006, a lei Maria da Penha completou 12 anos na terça-feira como um dos mais importantes instrumentos da legislação brasileira para punir a prática de violência física e psicológica contra mulheres. No primeiro semestre deste ano, o Ligue 180 recebeu mais de 75 mil ligações com denúncias de violências contra mulher, segundo a Central de Atendimento a Mulheres. No mesmo período, 2.967 mulheres vítimas de violência foram atendidas em Belém, segundo o ProPaz Mulher (PPM), Unidade Belém.

O artigo 5o da referida lei define violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. (LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.)

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 Apesar do crescimento no número de denúncias, ainda existem vítimas que não denunciam a agressão por medo. “Pensei em denunciar várias vezes, mas acabei desistindo por medo do que ele poderia fazer e por pena do que poderia acontecer”, conta uma vítima de agressão que preferiu não se identificar.

A falta de informação faz com que essas vítimas demorem a procurar ajuda, mas o crescente número de registros tem mostrado que cada vez mais as mulheres estão tomando a atitude de denunciar o agressor. “Quando a mulher procura a delegacia ela já tentou todas as alternativas possíveis. É quando ela não vê saída. Então aqui ela recebe suporte da assistência social, psicólogos, médicos, delegados e defensores públicos”, diz Laryssa Carvalho (27), psicóloga do PPM.

A vítima de violência tem garantias e direitos preservados por meio de medidas protetivas como a notificação que o agressor recebe para manter distância da vítima, sendo proibido de se aproximar tanto por meios eletrônicos, como redes sociais, quanto fisicamente. “Se esse homem quebrar essa medida, ele pode ser preso, caso ela venha aqui conosco formalizar a quebra da medida protetiva”, conta a psicóloga.

A violência contra a mulher cria traumas que dificultam a vida da vítima. “Ele me batia várias vezes, e sem motivo algum. Ficava bravo e descontava em mim. Eu me sentia sem valor, um lixo”, conta a entrevistada que não quis se identificar.

Situações como essa acontecem todos os dias no Brasil. “Já melhoramos muito, mas ainda há muito a melhorar. Os dados mostram que após a lei Maria da Penha entrar em vigor as denúncias aumentaram. A mulher, hoje, já confia em denunciar, que algo seja feito e que seja rompido esse ato agressor. A questão doméstica, relação marido e mulher, e a violência nessa relação já não é mais um problema só do casal, é um problema de saúde pública. Então todos nós devemos estar cientes quanto a direitos e deveres até para nos tornarmos multiplicadores”, declara Laryssa Carvalho.

A maioria das mulheres vítimas de violência faz os tratamentos psicológicos até o final, variando de acordo com o tempo de cada uma para se recuperar do trauma. “Em algumas percebo uma melhora significativa em dez atendimentos, em outras eu já percebo em dezoito atendimentos. A maioria que vem a primeira vez consegue levar adiante, mas tem muitas mulheres que marcam e não vêm e essas são os nossos entraves. Fazemos as captações, as buscas ativas, ligamos para essa mulher para um novo retorno, mas algumas realmente desistem por vergonha, por pressão e por medo”, conta a psicóloga

Informação e conhecimento sobre violência doméstica e familiar contra a mulher são as melhores formas de combater práticas do tipo. A realização de palestras em canteiros de obras para fazer a educação em saúde e para evitar a violência contra a mulher é cada vez mais comum na capital. “Muitos casos surgem durante essas palestras. Alguém levanta a mão e diz: olha eu conheço um amigo que bate na mulher, como posso estar ajudando? E explicamos que tem a denúncia anônima, não tem só a denúncia da mulher”, conclui Laryssa.

Para denunciar violências contra mulher, basta ligar para o número 180.

Por Rosiane Rodrigues.

 

A atriz Lindsay Lohan falou sobre o movimento #MeToo e as denúncias de assédio sexual em Hollywood. Em entrevista ao jornal britânico The Times, Lindsay exitou, em primeiro momento, a falar sobre os casos e movimento. “Não posso falar sobre algo que não vivi, certo? Olha, eu apoio muito as mulheres. Todo mundo passa por coisas diferentes, de maneiras diferentes", iniciou.

Com ressalvas, a atriz comentou que o assédio deve ser denunciado no momento em que acontece. "Eu realmente vou me odiar por dizer isso, mas eu acho que falar contra esse tipo de coisa faz as mulheres parecerem fracas, quando não são".

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Além disso, Lohan expôs que algumas mulheres relatam casos de assédio "pela atenção". "Você vê tantas garotas que aparecem, que nem mesmo sabem quem são, e estão fazendo isso pela atenção (...) Isso está tirando a atenção dos fatos [e denúncias] que realmente aconteceram", explicou.

A Polícia Civil de Pernambuco está investigando supostos abusos sexuais contra crianças ocorridos em uma escola particular no bairro de Santo Amaro, na área central do Recife. Ao menos seis mães de crianças com idades entre 3 e 6 anos que frequentavam a unidade de ensino procuraram o Departamento de Polícia da Criança e do Adolescentes (DPCA), no bairro da Madalena, na Zona Oeste do Recife, para formalizar denúncias na manhã da segunda-feira (30). 

O esposo da dona da escola é suspeito de ter praticado os abusos. Segundo a Polícia Civil, as crianças foram encaminhadas para realizar exames sexológicos no Instituto Médico Legal (IML), também no bairro de Santo Amaro. As mães e as sete crianças foram ouvidas na manhã desta terça-feira (31). As mulheres relataram que as crianças demonstraram não querer retornar as atividades da escola. A polícia informou que também notificou as autoridades competentes para averiguar a regularidade da escola.  

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O sacerdote Jorge Laplagne foi afastado de suas funções após o arcebispo de Santiago iniciar uma investigação contra ele por pedofilia, em uma nova acusação de abuso na Igreja chilena.

Laplagne, que era encarregado de duas paróquias em bairros residenciais da capital chilena, foi denunciado por abuso sexual de um menor há 13 anos, segundo um breve comunicado divulgado na noite desta sexta-feira pelo arcebispado, que recebeu a notificação há duas semanas.

"Diante disto, o Arcebispado de Santiago instruiu uma nova investigação prévia. Enquanto durar o processo - cujo prazo máximo será de 60 dias - o sacerdote foi afastado do ofício de pároco de San Crascente e Nuestra Señora de Luján, e não pode realizar atos públicos próprios do ministério sacerdotal", indicou a nota.

O arcebispado tinha conhecimento das denúncias contra o padre, que já tinham sido investigadas em 2010. Contudo, naquele momento, "não pude acreditar na veracidade dos fatos denunciados", detalhou no comunicado.

O novo caso veio à tona horas depois de o reconhecido sacerdote Oscar Muñoz ser enviado à prisão preventiva por um tribunal da cidade de Rancagua, 120 km ao sul de Santiago. Muñoz é acusado de abuso sexual e estupro de cinco menores entre 2002 e 2018. Alguns deles seriam parentes do clérigo.

Agora, o Ministério Público avalia incluir outros dois casos que envolvem Muñoz.

Os abusos aconteceram nas cidades de Santiago e Rancagua, onde o sacerdote aproveita a proximidade com as vítimas e suas famílias para levá-los à sua casa, onde - segundo o MP - ocorreram os delitos.

A prisão de Muñoz, que se estenderá pelos seis meses que durará a investigação, foi um golpe duro para a Igreja chilena, já que o clérigo ocupava até este o ano o cargo de chanceler do Arcebispado de Santiago, uma posição elevada na hierarquia.

Muñoz tinha se denunciado por abuso sexual de menores diante das autoridades eclesiásticas em janeiro passado e foi suspenso em seguida. O MP obteve detalhes do caso após fazer operações de busca e apreensão em escritórios da Igreja em junho.

O papa Francisco aceitou em maio a renúncia de cinco bispos chilenos em meio à crise enfrentada pela Igreja local pela sequência de escândalos sexuais de religiosos denunciados nos últimos anos.

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