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Dois dias antes da votação que vai definir a permanência ou não do presidente Michel Temer no cargo, a cúpula do PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula se reuniram nesta segunda-feira, 31, para definir detalhes sobre a pré-campanha do petista rumo às eleições de 2018. A definição sobre a estratégia do partido para a votação sobre a denúncia contra Temer na Câmara ficou para amanhã, quando a Executiva e a bancada do PT vão se reunir em Brasília.

Com a presença da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e do próprio Lula, o partido definiu uma agenda extensa que começa sexta-feira, em almoço com religiosos e comerciantes da Zona Sul de São Paulo, tradicional reduto petista, e vai até dezembro, no mínimo, com atos na Grande São Paulo, longas caravanas pelas regiões Nordeste, Sul e pelos Estados de São Paulo e Minas Gerais.

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Além disso o PT lançou nesta segunda-feira o projeto Brasil em Movimento, composto por ciclos de debates e plataforma digital participativa, que pretende ser o embrião do programa de governo de Lula para 2018.

Lula e a cúpula petista fecharam o trajeto da aguardada viagem de Lula pelo Nordeste. A caravana parte de Feira de Santana (BA) no dia 17 de agosto e vai passar por 28 cidades dos nove Estados nordestinos. O ponto final é São Luís (MA), provavelmente no dia 7 de setembro.

Por decisão de Lula, o trajeto será feito todo de ônibus, sem uso de helicóptero ou avião. Segundo participantes da reunião, Lula exigiu apenas não ficar hospedado na casa de correligionários.

"Não quero tirar a cama de nenhuma criança. Durmo até em pensãozinha, mas não quero ficar em casa de companheiros", disse Lula.

A ideia é escolher eventos e cidades onde tenha alguma realização dos governos petistas e, assim, resgatar para o eleitorado o legado do ex-presidente. A última caravana de Lula pela região foi em 1993, segundo o ex-ministro Gilberto Carvalho. Na ocasião o petista refez o caminho entre Garanhuns (PE) e São Paulo, percorrido pela primeira vez quando tinha cinco anos.

Até o dia 8 de setembro o ex-presidente deve estar de volta em São Paulo. No dia 13, Lula, condenado a nove anos de prisão no caso do triplex do Guarujá, presta depoimento ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, sobre o sítio usado por ele e sua família em Atibaia.

A cúpula petista prevê outras três caravanas até o final deste ano. A primeira delas pela região Sul e as outras duas por Minas Gerais e São Paulo.

A agenda foi definida em reunião entre Gleisi, Lula, presidentes dos diretórios petistas estaduais e das capitais, além de integrantes da Executiva e deputados, entre eles o líder do PT na Câmara, Carlos Zaratini (PT-SP). Na reunião, dirigentes das regiões Norte e Centro-Oeste também cobraram caravanas com Lula.

"Por isso estamos pensando em estender as caravanas até março do ano que vem", disse Gleisi.

O coordenador das agendas, Marcio Macedo, um dos vice-presidentes do PT, negou que o objetivo das viagens seja eleitoral. "Ele vai conversar com as pessoas sobre a realidade do país. E levar esperança", disse o dirigente petista.

'Brasil em movimento'

O PT também abriu ontem as discussões sobre o programa de governo para 2018. O projeto Brasil em Movimento, coordenado pelo presidente da Fundação Perseu Abramo (FPA), Marcio Pochmann, professor da Unicamp, pretende recolher sugestões em três níveis. O primeiro, dos chamados "sábios", prevê a participação de acadêmicos, gestores públicos, especialistas e políticos em geral. O segundo nível inclui setores organizados da esquerda que estão fora dos partidos políticos como movimentos por moradia, mobilidade, igualdade racial etc. O terceiro nível será uma plataforma digital onde qualquer pessoa poderá fazer sugestões.

"Queremos que isso vá além da candidatura de Lula em 2018", disse Joaquim Soriano, dirigente da FPA.

O deputado José Guimarães (PT-CE), secretário de Relações Institucionais da sigla, definiu o pacote pré-eleitoral petista como uma tentativa de "reiniciar o caminho com novas ideias e novas propostas para Lula governar o Brasil".

Durante a reunião, dirigentes lembraram que a conjuntura hoje é muito diferente de 1993, quando o PT não era alvo de uma avalanche de denúncias e Lula não havia sido condenado por corrupção.

A perspectiva do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) chegar ao segundo turno nas eleições presidenciais de 2018 revelada por recentes pesquisas de intenção de voto abriu uma procura de interessados em ser candidato a vice-presidente na chapa dele. Pelo menos dois parlamentares já procuraram Bolsonaro para se colocar à disposição: o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e o senador Magno Malta (PR-ES).

Última pesquisa Datafolha sobre a disputa presidencial de 2018, divulgada em junho, mostrou que o deputado do PSC está em segundo lugar, tecnicamente empatado com a ex-ministra Marina Silva (Rede), com 16% e 15% das intenções de voto, respectivamente. O parlamentar fluminense registrou tendência de alta. Na pesquisa de dezembro de 2016, tinha 8%, passando para 14% em abril. O ex-presidente Lula (PT) manteve liderança, com 30% das intenções.

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Faria de Sá e Malta procuraram, nos últimos meses, tanto Bolsonaro quanto políticos ligados ao "Muda Brasil", partido que está em fase de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ligada ao ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR), um dos condenados pelo mensalão do PT, a sigla é uma das legendas para que o deputado fluminense cogita migrar para disputar o Palácio do Planalto em outubro do próximo ano.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (28), que a caravana dele pelo país será para “sentir o que o povo está querendo” e ver "como eles [o governo de Michel Temer] estão estragando" o Brasil. Em entrevista a uma rádio catarinense, o petista lembrou já ter feito algo parecido em 1992 e 1993. O ex-presidente vai refazer o giro iniciando pelo Nordeste, a partir do dia 17 de agosto, e o percuso será feito de ônibus. Ele e os aliados aportam em Pernambuco nos dia 24 e 25 de agosto

“Quero sentir a alma do povo brasileiro e sentir o que ele está querendo do Brasil. Já tinha feito umas caravanas em 1992 e 1993 Vou refazer estas caravanas agora, com mais experiência e organização, para que a gente possa ver as necessidades vistas pelos olhos do trabalhador”, declarou o petista. "Eu vou começar uma viagem pela Bahia e terminar no Maranhão. Serão visitados 10 estados (do Nordeste), depois eu quero fazer no Sul e no Sudeste, quero fazer no Centro-Oeste, no Norte do País", acrescentou. 

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Em Pernambuco, estão sendo organizadas agendas na capital e no interior. A expectativa é de que uma delas seja realizada no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, cujo o nome é em homenagem a mãe do petista. Já as outras cidades cogitadas são Serra Talhada, no Sertão  do estado; Águas Belas e Caruaru, no Agreste; e Ipojuca, na Região Metropolitana. 

Ao reforçar a pretensão de ser candidato em 2018, Lula voltou a refutar o que vem chamando de ‘perseguição política’ e disse que seria mais democrático se a oposição encontrasse “um candidato bom” para competir com ele.  

O ex-presidente também ponderou conhecer os estragos que as denúncias de corrupção têm feito no PT e frisou que se for impedido de ser candidato, vai ser “cabo eleitoral” de quem encabeçar a disputa pelo PT. 

O governador Geraldo Alckmin disse a dirigentes do PSB, durante um jantar nesta quarta-feira (26), no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, que, caso entre na disputa pela Presidência, não acredita que o prefeito de São Paulo, João Doria, disputará com ele as prévias do PSDB.

Os dois tucanos são os mais bem posicionados como presidenciáveis em 2018 pela sigla. Doria, porém, já disse mais de uma vez que não disputaria a vaga com seu padrinho político.

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Segundo relato de participantes, os peessedebistas falaram com o governador sobre reforma política. Eles avaliam que existe acordo hoje para aprovar o fim das coligações, as federações partidárias, um fundo eleitoral com recursos públicos para financiar os partidos e a cláusula de barreira, esta última apenas em 2020.

O jantar reuniu na ala reservada do Bandeirantes o vice governador paulista Márcio França, o prefeito do Recife Geraldo Júlio, o ex-governador do Espírito Santo Renato Casagrande e o presidente nacional do partido, Cláudio Siqueira.

Dirigentes do PSB também disseram ao tucano que a candidatura de França ao Palácio dos Bandeirantes está consolidada em 2018. Em entrevista coletiva antes do encontro, Alckmin afirmou que considera "natural" que cada partido queira ter um candidato próprio.

Em um encontro na noite desta quarta-feira, 26, no Palácio dos Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin recebeu da cúpula nacional do PSB a informação que o partido está "100% fechado" com a candidatura do vice-governador Márcio França ao governo paulista em 2018. A reunião ocorreu dois dias depois de os dirigentes do DEM afirmarem ao tucano que planejam lançar o secretário de Habitação, Rodrigo Garcia, para a sucessão de Alckmin.

"Cem por cento do partido apoia a candidatura de França para o governo de São Paulo e a de Márcio Lacerda (ex-prefeito de Belo Horizonte) em Minas Gerais. Nesses dois Estados é fundamental termos candidatura própria", afirmou è reportagem o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira (PE).

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Alckmin minimizou o movimento dos aliados por candidatura própria. "É legítimo que cada partido queira ter candidato próprio. Você pode ter aliança no primeiro turno, no segundo, em nível federal, em nível estadual", disse o governador tucano em entrevista no Bandeirantes ao lado do governador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) após assinar um termo de cessão de uso de equipamentos hidráulicos ao Distrito Federal.

Questionado sobre uma aliança nacional com o PSB em 2018, Alckmin afirmou que "cada coisa tem seu tempo", mas que é "sempre bom conversar".

Impasse

Os movimentos dos dois partidos, que são aliados históricos de Alckmin e integram seu secretariado, porém, criam um impasse para o PSDB, que governa São Paulo há mais de 20 anos. Os tucanos não aceitam um nome de fora do partido para encabeçar a chapa.

Para barrar essa hipótese, o presidente do PSDB paulistano, Mário Covas Neto, pressiona o diretório estadual a antecipar para agosto a abertura das inscrições para os interessados em disputar prévias para 2018.

"Não há possibilidade nenhuma de o PSDB não ter candidato próprio. O partido tem nomes de sobra para apresentar na disputa", disse o deputado estadual Pedro Tobias, presidente do PSDB paulista. O dirigente citou nomes: o suplente de senador José Aníbal, o senador José Serra, os prefeitos João Doria e Orlando Morando e o secretário da Saúde, David Uip. "Márcio França e Rodrigo Garcia são nossos amigos e aliados. Estaremos juntos no segundo turno", afirmou Tobias.

Divergências

A avaliação no PSB, que rompeu formalmente com o governo do presidente Michel Temer, é de que não há a possibilidade de reedição na Câmara do bloco da "antiga oposição" - formado por PSDB, DEM, PSB e PPS. Após apoiar o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, esse consórcio se aliou ao deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para elegê-lo presidente da Casa.

"Temos posições diferentes. O PSDB apoia as reformas e nós temos uma posição programática diferente. Em alguns temas pode ser que haja uma posição comum. Mas não vejo uma atuação em bloco", disse Siqueira.

O dirigente também reclamou do "assédio" do ex-aliado DEM aos deputados do PSB. Pelo menos dez deputados do PSB, entre eles a líder, Tereza Cristina (MS), negociam a mudança de sigla. "O Rodrigo Maia, que é um pretenso presidente da República, poderia estar mais preocupado em discutir com os partidos e a sociedade o enfrentamento da crise do que cooptar deputados", disse o presidente nacional do PSB.

"Eles estão desgastando intencionalmente o PSB para criar um constrangimento. A líder encaminha na bancada posição contrária à do partido. É uma posição esquizofrênica. Isso é ridículo", afirmou o deputado Julio Delgado (PSB-MG), crítico ao governo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Senadores e deputados voltam do recesso parlamentar em 1º de agosto com o desafio de ter as propostas de reforma política votadas nas duas Casas até setembro. Se forem votadas depois desse prazo, as novas regras não poderão entrar em vigor nas eleições do ano que vem.

Além do financiamento de campanha, três pontos destacam-se na reforma política negociada entre Câmara e Senado: novas regras para a escolha de vereadores e deputados, fim das coligações nas eleições proporcionais e cláusula de barreira para o funcionamento dos partidos.

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Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o presidente Michel Temer pode comprometer o calendário de votações na Câmara. “Acho conturbado. É delicado porque ainda temos uma, e depois mais duas denúncias, contra o presidente da República para serem apreciadas pela Câmara. O tempo vai ficar muito apertado. Precisaríamos de um grande acerto entre Câmara e Senado para aprovar alguns pontos mínimos de consenso da reforma”, afirmou.

“Não vai dar tempo. Até setembro, não vai dar para fazer uma reforma eleitoral consistente. Talvez sejam aprovadas uma ou duas questões pontuais. Por exemplo: o distritão, que vai deixar na cabeça do eleitor a certeza de que aquele deputado mais votado vai ser eleito”, disse o líder do PMDB no Senado, Raimundo Lira Lira (PB).

Segundo o senador José Agripino (DEM-RN), não há como não votar a reforma política. “Não interessa clima desfavorável. Você vai ter que montar um esquema de votação compulsório, porque, se não, você não tem eleição com regras definidas. Não interessa negócio de clima. Interessa que você vai ter que votar. Não tem plano B: ou vota, ou vota”, afirmou.

Financiamento

A expectativa é que a Câmara vote em agosto o relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) em uma comissão especial e também no plenário da Casa. O relator propõe a criação de um fundo de R$ 3,5 bilhões para bancar as eleições do ano que vem. Nos anos seguintes, o Fundo Especial de Financiamento da Democracia seria de R$ 2 bilhões.

Antes do recesso, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também se manifestou sobre o fundo. “Essa é uma matéria que tenho muita dificuldade de tratar. Não sei se a sociedade vai compreender o uso de recursos novos para financiamento de campanha num momento de dificuldade, crise e desemprego.”

No relatório, Vicente Cândido mantém a doação por pessoas físicas até o limite de 10% do rendimento declarado no Imposto de Renda. Os candidatos a cargos proporcionais (vereadores e deputados) poderiam financiar, com dinheiro do próprio bolso, até 5% da campanha de 2018. Mas isso seria proibido para os cargos majoritários (prefeito, governador, presidente e senador).

Para a senadora Regina Souza (PT-PI), o FFD pode reduzir fraudes e irregularidades no financiamento eleitoral. “É mais fácil fiscalizar. É só o Tribunal Superior Eleitoral montar um esquema de fiscalização que dá para pegar as pessoas que abusarem, mas não deixa de ter aquela compra clandestina, que é o cabo eleitoral recebendo dinheiro para angariar votos. Isso está na cultura eleitoral deste país, infelizmente”, afirmou Regina.

Sistema Eleitoral Misto

Vicente Cândido também é relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/2013), que o modo de escolher vereadores e deputados estaduais, distritais e federais. Hoje, eles são eleitos pelo sistema proporcional, em que todos os votos vão para os partidos e as coligações, e não para o candidato. O relator defende um modelo misto: metade dos parlamentares continuaria sendo eleita de forma proporcional e metade pelo voto majoritário em distritos eleitorais.

O relator explicou que o sistema eleitoral misto valeria apenas a partir de 2020 e sugeriu que, em 2018, deputados federais, estaduais e distritais ainda sejam eleitos pelo modelo proporcional. No entanto, isso ainda não é consenso entre os parlamentares.

Outros dois temas da reforma política também dependem de análise dos deputados. Um deles é tratado na PEC 282/16, que foi aprovada no ano passado pelo Senado. O texto proíbe as coligações nas eleições proporcionais a partir de 2020 e impõe regras para que os partidos tenham acesso ao dinheiro do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda no rádio e na TV.

Pela proposta que, antes de seguir para o plenário, aguarda parecer de uma comissão especial da Câmara, só recebe o benefício a legenda que, em 2018, garantir 2% dos votos válidos nas eleições para a Câmara em pelo menos 14 estados, com 2% de votos válidos em cada um deles. A partir de 2020, o corte sobe para 3% dos votos em 14 estados. A relatora é a deputada Shéridan (PSDB-RR).

Alguns senadores defendem a cláusula de barreira. Mesmo aqueles de partidos pequenos, que podem sofrer as consequências diretas das novas regras com as novas regras, como, por exemplo, a Rede. Para o senador Randolfe, é inaceitável e inviável um sistema político com 33 partidos.

No momento em que os partidos vivem sua pior crise de representatividade, a possibilidade de candidaturas avulsas volta ao debate político. Dos eventuais presidenciáveis cotados para a disputa de 2018, dois já declaram no passado apoio à ideia: a ex-ministra Marina Silva e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa. O presidente Itamar Franco (1930-2011) também foi entusiasta da representação sem partido.

Longe de ser consenso e fora da reforma política, o tema ganhou defesa com a proposta de emenda à Constituição apresentada no último dia 13 pelo deputado João Derly (Rede-RS), ex-judoca. O partido de Marina organiza um ato em apoio ao projeto, com a presença da ex-ministra, diz o parlamentar. A data não está definida, mas deve ser após o recesso parlamentar.

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"Não definimos data, mas queremos que o ato seja no início de agosto, no Congresso. Além dos parlamentares da Rede, outros partidos também são simpáticos à ideia. Movimentos independentes, que são os mais interessantes, também querem participar, mas ainda não temos a confirmação de quais", explicou Derly.

Derly destaca que a diferença do seu projeto em relação a outros semelhantes, já apresentados no Congresso, é a necessidade de o candidato independente apresentar certo apoio da sociedade - 0,5% dos eleitores da área em que concorre, em eleições para o Executivo, e 0,2% em cargos do Legislativo. Segundo o texto, isso deve ser apresentado até seis meses antes do pleito. Para o deputado, a PEC poderia "oxigenar" os partidos já existente, em descrença pela população.

"A quebra do monopólio partidário faria com que os próprios partidos sejam fortalecidos. Eles teriam que apresentar projetos para que os filiados se encaixem ideologicamente", explica o autor da PEC. "Algumas pessoas, hoje, se vinculam a um partido simplesmente por obrigação, sem vínculo com a legenda."

O professor de Ciências Políticas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Bruno Wanderley Reis discorda, porém, que a aprovação de candidaturas independentes seja o melhor caminho para o fortalecimento das siglas. Se aprovado, o projeto poderia, pelo contrário, influenciar negativamente sobre a governabilidade. "Na circunstância do Brasil, com o Parlamento mais fragmentado do mundo, a admissão de candidaturas avulsas apenas agravaria nossos males", explica o professor. "Precisamos aumentar o peso dos partidos na construção de nossas maiorias, e as candidaturas avulsas apenas reforçariam a importância do varejão de interesses de representantes individuais", disse.

Para valer para as próximas eleições, a proposta deverá ser aprovada até outubro deste ano no Congresso. Derly conta que tentou fazer com que o texto fosse incluído no relatório sobre a reforma política do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP). "Ele (Vicente Cândido) disse que seria difícil botar no relatório porque o texto já tinha sido apresentado", disse o parlamentar da Rede. "Estamos aguardando o trâmite, se fazemos uma comissão especial só para a PEC ou se seria inserido nas comissões da reforma política".

Pelo texto, os candidatos sem filiação poderão se associar a uma lista cívica, em casos de eleições proporcionais. "Se o sistema atual mantiver a proporcionalidade, as candidaturas poderiam ser lançada numa lista cívica", detalha. Os candidatos independentes, associados ou não à lista, também teriam direito à participação ao horário eleitoral gratuito e aos recursos financeiros públicos, da mesma forma que os partidos.

‘Barriga de aluguel’. A Rede já tem no seu estatuto algo parecido com as candidaturas independente, diz o deputado. O modelo, que funciona quase como uma "barriga de aluguel" partidária, reserva 30% de suas vagas a candidatos independentes. "Como hoje não tem essa possibilidade, a rede ‘empresta’ a sua sigla para que se possa participar das eleições, desde que o candidato não fira as cláusulas pétreas do partido".

Cofundador e coordenador nacional do movimento Acredito, que se diz suprapartidário e tem como uma das bandeiras a aprovação de candidaturas avulsas, José Frederico Lyra Netto, de 33 anos, afirma que a desvinculação partidária seria um caminho para a renovação política. "Os partidos funcionam num modelo analógico, a sociedade já está num modelo digital", afirmou. "Existe uma crise de representação, um declínio na participação de partidos. Não só no sentido mais amplo, mas uma crise de pensar os partidos como ente intermediário."

O próprio Netto planeja se candidatar a deputado federal por Goiás em 2018. Sem previsão para a mudança na legislação, ele ainda estuda por qual sigla deve se lançar. Mas ressalta que o movimento não é contra partidos. "Tenho uma dificuldade em encontrar um partido que eu compartilhasse ideias e práticas", disse. Hoje aos 33 anos, Netto conta que já fez parte do movimento onda azul, com propostas de renovação ao PSDB. "O movimento propôs mudanças ao partido, que não topou. Isso é bem sintomático", afirmou, dizendo que se "frustrou" com as siglas.

O Acredito foi criado em março e, segundo Netto, conta com cerca de 200 voluntários pelo Brasil, a maioria entre 20 e 30 anos.

Ao lado do Acredito e de outros movimentos, o grupo Nova Democracia apresentou, no último dia 20, um documento para alguns deputados da comissão de reforma política, na presença do relator. A pauta das candidaturas avulsas é uma das defesas dos movimentos para o que chamam de renovação política.

"Hoje, os partidos são fechados. Se não quiserem abrir, não tem o que fazer", diz José Marcelo Zacchi, o coordenador do Nova Democracia. O movimento, explica ele, foi criado a partir de reuniões desde o semestre passado e conta com cerca de 220 integrantes, entre 20 e 40 anos.

Zacchi, porém, acha difícil que a permissão para candidaturas avulsas seja aprovada até outubro. "O Congresso não está aberto para novas perspectivas da sociedade, está preocupado com um sistema que dará maior preservação aos (deputados) atuais", diz ele, que afirma que não tem interesse em se candidatar, mas defende a "condição de abertura para uma casta política encastelada e blindada".

O Brasil tem, hoje, 35 partidos registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E as siglas lideram o ranking de desconfiança entre os brasileiros, segundo pesquisa do Datafolha divulgada em junho. Cerca de 69% dos entrevistados não confiam nas legendas, 28% confiam um pouco e apenas 2% confiam muito.

Após ser condenado a 9 anos e 8 meses de prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai fazer um périplo pelo Nordeste. De acordo com o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, ele deverá passar 20 dias visitando cidades dos estados da região. O giro está marcado para iniciar no dia 16 de agosto, por Salvador, na Bahia, e deve ser encerrado em São Luís, no Maranhão. 

Bruno Ribeiro afirmou que a direção estadual do PT está em entendimento com a nacional para fechar as datas e a agenda do ex-presidente em Pernambuco. “Temos várias hipóteses de agenda em Pernambuco e já colocamos para a assessoria dele e a nacional. Aqui no Recife, no Sertão. Temos prefeituras que são referência de gestão do PT, como Águas Belas e Serra Talhada. Pernambuco é cheio de frutos das prioridades que Lula deu ao estado e ao Nordeste”, detalhou o dirigente.

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De acordo com Ribeiro, a intenção de Lula não é apenas eleitoral, mas de também vistoriar as principais ações realizadas durante seus dois mandatos na região. “Ele andará em cada estado, nas capitais e no interior. Vendo as ações que fez, que promoveram mudanças, e denunciando o retrocesso que está acontecendo na vida dos nordestinos”, frisou. 

“Não é só uma questão de eleição, defendemos eleição de Lula como uma questão de denúncia. Ou se devolve ao povo a soberania de decidir quem governa e como governa ou o país vai continuar descendo a ladeira. Sem isso não sairemos deste enorme impasse. Esta jornada de Lula faz parte deste ciclo de lutas pela restauração da democracia”, acrescentou o presidente estadual do PT. 

A ideia do Partido dos Trabalhadores é de que a Caravana aconteça com Lula circulando de ônibus pelas cidades do Nordeste. Ainda não há uma data fechada para a agenda dele em Pernambuco. 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou, nesta quinta-feira (13), a sentença do juiz Sérgio Moro que o condena a 9 anos e 6 meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, e o impede de exercer funções públicas pelo dobro do período. Em pronunciamento à imprensa, o petista disse que o magistrado foi otimista com ele ao permitir que seja candidato à Presidência da República em 2036, quando a sentença já deverá ter sido cumprida. 

Apesar da perspectiva a longo prazo, o líder-mor declarou que agora, com condenação no caso do triplex do Guarujá, ele reivindica do PT o direito de ser anunciado como pré-candidato já em 2018. 

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“Se alguém pensa que com esta sentença me tiraram do jogo, podem saber que eu estou no jogo. Agora quero dizer ao meu partido que até agora não tinha reivindicado, mas vou reivindicar do PT o direito de me colocar como postulante a candidatura de presidente da República em 2018”, declarou Lula. "Quem acha que é o fim do Lula vai quebrar a cara. Na política quem tem o direito de decretar o meu fim é o povo", acrescentou. 

Direcionando sua fala à presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, o ex-presidente argumentou que o desejo dele para o momento era de estar discutindo a “situação do país”, mas como isto não foi possível, preferiu declarar que está pronto para “a briga”. “Você vai ter um pré-candidato com pendências jurídicas e que vai ter que fazer muitas brigas. Se eles acabaram de destruir tudo o que foi construído pelos trabalhadores, nós vamos lutar para retomar”, frisou. 

No processo em que foi condenado, Lula é acusado de receber propina da empreiteira OAS por meio das reformas de um apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Segundo a Lava Jato, a empresa teria pago R$ 3,7 milhões em propinas ao ex-presidente em troca de favorecimento em contratos com a Petrobras. A condenação de Lula é em primeira instância e pode ser recorrida. Caso a sentença seja confirmada pelo Tribunal Regional Federal, em segunda instância, ele será preso e poderá ficar inelegível. 

Afilhada política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (12), que a condenação do líder-mor petista a 9 anos e 6 meses, por corrupção e lavagem de dinheiro, é um "escárnio" e o "fere profundamente a democracia". No texto, ela também reforça a tese de que Lula é inocente, diz que sentença é "uma flagrante injustiça e um absurdo jurídico que envergonham o Brasil" e "cumprem o roteiro pautado por setores da grande imprensa".

"Agora, assistimos essa ignominia que está sendo exercida contra o ex-presidente Lula com o objetivo de cassar seus direitos políticos. O país não pode aceitar mais este passo na direção do Estado de Exceção. As garras dos golpistas tentam rasgar a história de um herói do povo brasileiro.  Não conseguirão. Lula é inocente. E o povo brasileiro saberá democraticamente resgatá-lo em 2018", declara a ex-presidente.

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Veja a postura da ex-presidente na íntegra:

A condenação de Luiz Inácio Lula da Silva, sem provas, a 9 anos e seis meses de prisão, é um escárnio. Uma flagrante injustiça e um absurdo jurídico que envergonham o Brasil. Lula é inocente e essa condenação fere profundamente a democracia.

Sem provas, cumprem o roteiro pautado por setores da grande imprensa. Há anos, Lula, o presidente da República mais popular na história do país e um dos mais importantes estadistas do mundo no século 21, vem sofrendo uma perseguição sem quartel.

Ontem, com indignação, assistimos à aprovação pelo Senado do fim da CLT. Uma monumental perda para os trabalhadores brasileiros.

Agora, assistimos essa ignominia que está sendo exercida contra o ex-presidente Lula com o objetivo de cassar seus direitos políticos.

O país não pode aceitar mais este passo na direção do Estado de Exceção. As garras dos golpistas tentam rasgar a história de um herói do povo brasileiro.  Não conseguirão.

Lula é inocente. E o povo brasileiro saberá democraticamente resgatá-lo em 2018.

Nós iremos resistir.

Dilma Rousseff

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o crescente apoio a um possível adversário nas eleições presidenciais de 2018, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), nesta segunda-feira, 10, durante discurso para cerca de 1,7 mil militantes no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

Em seu discurso, Lula afirmou que o crescimento de apoio a Bolsonaro "é fruto do ódio" de rede de televisão. Segundo o ex-presidente, isso ocorreu porque as pessoas hoje falam pouco em democracia.

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Antes da cerimônia, do outro lado da Avenida Afonso Pena, onde fica o palácio, um grupo de apoiadores de Bolsonaro fez protesto contra o ex-presidente Lula. Já na entrada do local da cerimônia, apoiadores do petista manifestaram a favor do ex-presidente. Para evitar confronto, a Polícia Militar colocou viaturas no canteiro central da avenida.

Bolsonaro aparece em segundo lugar em recentes pesquisas de intenção de voto em 2018, tecnicamente empatado com Marina Silva (Rede) e atrás do petista.

Lula falou, ainda, sobre a acusação contra o presidente Michel Temer (PMDB). "Eles deram um golpe na nossa democracia. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. O Temer deu um golpe, agora vão dar um golpe nas barbas dele, contra ele, a turma dele", disse o ex-presidente, que voltou a defender as eleições diretas. "O que queremos é o direito do povo voltar às urnas e escolher quem vai ocupar o cargo".

O petista reclamou, ainda, da atuação da Receita Federal no Instituto Lula. "Mas vamos passar por isso. Acham que é crime o instituto pagar um carro pra mim. E vão pra cima do Okamoto (Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula), como se tivesse dado um golpe", disse.

Segundo Lula, em pequeno balanço dos anos em que comandou o País, disse que "poderia ter dado um passo a mais". "Sobretudo nos meios de comunicação", disse.

O ex-presidente esteve na capital mineira para lançamento da 2ª fase do Memorial da Democracia, que relata fatos históricos do Brasil entre a revolução de 1930 e o Golpe de 1964. O projeto é do Instituto Lula.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, divulgou um vídeo nas redes sociais para reiterar que Ciro Gomes é o candidato natural do partido a presidente da República em 2018. Além disso, o dirigente da sigla afirmou que a sigla já tem candidatos a governador em 17 Estados do País e chamou os militantes a discutirem uma nova forma de fazer política para recuperar a credibilidade com a sociedade.

"Nós já temos um candidato abstente com nome e sobrenome: Ciro Gomes. Em 17 Estados da federação já temos candidato a governador e estamos trabalhando para chegar ao máximo até a eleição de 2018", disse Lupi. O vídeo foi divulgado pelo partido na internet. O presidente do PDT destacou que a prioridade da legenda é discutir ideias e eleger a educação como prioridade para um projeto partidário.

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Sem fazer referência direta ao presidente Michel Temer (PMDB), Lupi afirmou que o País enfrenta um "momento muito difícil" com "casos graves de investigação na Polícia Federal e no Ministério Público". O presidente da sigla afirmou que o partido precisa se afastar da imagem negativa ligada à corrupção e apresentar-se como alternativa no próximo ano.

Lupi afirmou que é preciso mudar o ciclo político, que, segundo ele, está se transformando em um "topa tudo por dinheiro". "Ou nós começamos a compreender, como instituição partidária que tem história e causa, que precisamos defender teses, assumir teses fortes para recuperar a credibilidade com a sociedade, ou vamos ficar igual aos 34, 35 partidos que existem no Brasil, onde qualquer método vale para alcançar o poder", declarou.

Para 2018, o presidente do PDT afirmou que é importante "fazer uma campanha limpa" e não se comprometer com "estrutura financeira nenhuma e trabalhar com ideias". Ele disse que o dinheiro deve ser "secundário" no pleito eleitoral.

Ontem , o PDT foi um dos partidos citados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a construção de um bloco de esquerda progressista para 2018, ao lado do PT, do PSB e do PCdoB.

As articulações para a disputa pelo comando do Palácio do Campo das Princesas, hoje ocupado pelo governador Paulo Câmara (PSB), tem tomado força entre os partidos. Das legendas que pretendem concorrer à majoritária, está o Partido dos Trabalhadores (PT) que em 2014 optou por não disputar o cargo e aparar arestas internas deixadas por eleições anteriores. 

Em conversa com o LeiaJá nesta terça-feira (4), o presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro, afirmou que o estado “merece um governo melhor” e a legenda petista “vai encontrar este caminho” para apresentar a população durante a campanha de 2018. 

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A argumentação de Ribeiro foi exposta após ser indagado sobre a eventual candidatura da vereadora Marília Arraes (PT). Ela encontrou, nessa segunda-feira (3), com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, para “bater um papo sobre o futuro de Pernambuco e do Brasil”, segundo descreveu o senador Humberto Costa (PT), que também participou da reunião e disse ter sido uma conversa “muuuuuito [sic] animadora”.   

O presidente estadual do PT confirmou que o debate no partido para a disputa pelo governo foram iniciadas, mas negou que os nomes dos postulantes já tenham sido escolhidos. “Lula habitualmente tem suas conversas, é natural. Conversa sempre sobre a situação do país e muito mais sobre Pernambuco, que é o estado dele. O encontro [de Marília, Humberto e Lula] não é vinculante a 2018. Estamos iniciando no partido este debate e quem vai coordenar o debate sobre 21018 é a comissão executiva”, declarou.  

Já sobre quem seria o candidato, Ribeiro ressaltou que “esta discussão não começa por nomes, mas é mediada por um projeto”. “Antes [ de escolher o candidato] a Executiva vai coordenar debates em todo o estado para encontrar saídas para os grandes retrocessos e no percurso surgirão, naturalmente, quadros históricos e jovens para esta tarefa. Nomes temos muitos e de qualidade”, reforçou.  

Hora de voltar à disputa 

Segundo Bruno Ribeiro, o retorno do PT na disputa pelo governo estadual é uma das diretrizes fechadas durante o Congresso que aconteceu recentemente. “Pernambuco saiu de um patamar que vinha de muitas décadas para um novo patamar a partir do PT de Lula e Dilma. O PT já deu muitas contribuições a Pernambuco e temos toda legitimidade para apresentar uma proposta de governo e fazer o estado voltar ao ciclo de crescimento”, observou. 

O dirigente petista também não poupou críticas ao governador Paulo Câmara. “Pernambuco merece um governo melhor e o PT vai encontrar este caminho”, alfinetou, lembrando de índices de violência, falta de água e outros pontos críticos da gestão atual.  

Aliança com Armando Monteiro 

Indagado ainda se o PT, com a disputa majoritária já havia conversado com o senador Armando Monteiro (PTB), que contava com a aliança petista para a corrida por 2018, Ribeiro esclareceu que “cada um constrói sua estratégia”.  

“Isso não interdita diálogo. Temos eleições de dois turnos. Caso nós passemos para a etapa seguinte esperamos contar com outras forças da sociedade e se for eles tenho certeza que também vão querer contar conosco”, frisou. 

Pesquisa sobre intenções de voto para as eleições presidenciais de 2018, feita pelo instituto Datafolha e divulgada nesta segunda-feira, 26, pelo jornal "Folha de S.Paulo", indica que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manteria na liderança na disputa, atrás do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) e da ex-senadora Marina Silva (Rede), tecnicamente empatados. O petista teria entre 29% e 30% das intenções de voto e os dois presidenciáveis em segundo lugar tem, respectivamente, 16% e 15%. O cenário não é diferente da pesquisa do instituto divulgada em abril.

O deputado federal oscilou positivamente. Com 8% das intenções de voto em dezembro do ano passado, Bolsonaro apareceu com 14% em abril e, agora, apresenta 16%. Já a ex-senadora caiu um ponto porcentual nas intenções.

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Neste cenário, a pesquisa considerou uma eventual candidatura do governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), que aparece com 8% das intenções de voto. No último levantamento, o tucano tinha 6%. Porém, sua rejeição aumentou de 28% para 34% - é a segunda maior, após a rejeição de Lula, de 46%. Bolsonaro aparece com a terceira maior rejeição, 30%.

O cenário para primeiro turno em que o prefeito de São Paulo João Doria aparece como presidenciável é similar, porém Doria se sai melhor que Alckmin, com 10%. A rejeição do prefeito, porém, é bem menor que a de Alckmin, 20%.

Quando o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa é incluído no levantamento, ele vence os tucanos nas duas situações e aparece com 11% dos votos, no cenário com Alckmin, e 10%, no cenário com Doria.

Já num cenário em que o juiz Sérgio Moro é colocado, o magistrado alcança segundo lugar no primeiro turno, com 14% das intenções de voto, numericamente empatado com Marina Silva e tecnicamente empatado com Bolsonaro, que surge com 13%.

Sem nenhum candidato do PT, Marina lidera com 22% e Bolsonaro surge com 16%. Em seguida, estariam Joaquim Barbosa, com 12%, e Ciro Gomes (PDT) e Alckmin com 8%. O cenário é parecido quando o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) é colocado como candidato, que só tem 3% das intenções de voto.

Na pesquisa de abril, o instituto ainda incluiu o senador Aécio Neves (PSDB) entre os presidenciáveis. Afastado do cargo pela Corte após polêmica envolvendo gravação com o empresário da JBS, Joesley Batista, o senador não apareceu na contagem. O presidente Michel Temer (PMDB) também não foi considerado.

No segundo turno, Lula também sairia vencedor em todas as possibilidades, exceto com Marina, que aparece empatado com 40%, e com o juiz federal Sérgio Moro. Com o magistrado responsável por julgar dois de seus processos na Lava Jato, Lula sairia numericamente perdedor, com 42% das intenções contra 44% de Moro, mas tecnicamente empatado.

Contra Alckmin, Doria e Bolsonaro, Lula sairia com 45% das intenções de voto contra, respectivamente, 32%, 34% e 32% das intenções de voto para os adversários.

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa admitiu nesta quarta-feira (7) a possibilidade de se candidatar à presidência da República, embora tenha ressaltado que "ainda hesita" em relação a isso. Após solenidade, à tarde, no Supremo, quando foi descortinado o retrato dele na galeria de ex-presidentes da Corte, Barbosa disse que está refletindo sobre o assunto, não ignora as pesquisas eleitorais, já conversou com Marina Silva, da Rede, e com o PSB, mas disse não saber "se decidiria dar este passo".

"Eu sou um cidadão brasileiro, um cidadão pleno, há três anos livre das amarras de cargos públicos, mas sou um observador atento da vida brasileira. Portanto, a decisão de me candidatar ou não está na minha esfera de deliberação. Só que eu sou muito hesitante em relação a isso. Não sei se decidirei positivamente neste sentido", disse o ex-ministro do Supremo.

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Barbosa admitiu conversas sobre uma possível candidatura, mas negou ter assumido compromisso com algum partido.

"Já conversei com líderes de partidos políticos, dois ou três. Até mesmo quando estava no Supremo fui sondado, sondagens superficiais. Ano passado, tive conversas com Marina Silva. Mais recentemente, tive conversas, troca de impressões, com a direção do PSB", disse. "Mas nada de concreto em termos de oferta de legenda para candidatura, mesmo porque eu não sei se eu decidiria dar este passo. Eu hesito", disse o ex-ministro.

O comentário de Barbosa veio em meio a uma série de críticas sobre o meio político, com foco no Executivo e no Legislativo.

"Passamos por um momento tempestuoso da vida política nacional, em que visivelmente os dois Poderes que representam a soberania popular, nossos representantes eleitos, não cumprem bem a sua missão constitucional", afirmou Barbosa.

"Cabe a essa corte, como órgão de calibragem e moderação, ter uma vigilância redobrada sobretudo no que se passa no país. Isso é natural, sempre foi assim, mas não custa reafirmar", afirmou o magistrado, explicando uma frase do pronunciamento que fez durante a solenidade. Ele havia encerrado discurso dizendo que "esta Corte não falhará".

O tema da "presidenciabilidade" foi introduzido durante a solenidade pelo ministro Luís Roberto Barroso, a quem coube fazer o discurso em homenagem ao ex-colega de Corte. Barroso destacou as especulações e pesquisas que apontam Joaquim Barbosa como possível presidenciável.

Barroso disse que, independentemente disso, Barbosa ajudou a quebrar um paradigma "de que pessoas de bem-estar na vida jamais seriam presas", por meio da condução da Ação Penal 470, o Mensalão.

Eleição direta

Joaquim Barbosa afirmou que "a falta de liderança política e de pessoas com desapego, pessoas realmente vinculadas ao interesse público, faz que o país vá se desintegrando".

Neste contexto, Barbosa defendeu eleição direta em caso de vacância da presidência da República.

"Veja bem, a Constituição brasileira prevê eleição indireta. Mas eu não vejo tabu de modificar Constituição em situação emergencial como esta para se dar a palavra ao povo. Em democracia, isso é que é feito."

"Eu acho que o momento é muito grave. Caso ocorra a vacância da Presidência da República, a decisão correta é essa: convocar o povo", disse o ex-ministro do Supremo.

Barbosa disse que deveria ter havido eleição direta após o impeachment de Dilma Rousseff. "Deveria ter sido tomada essa decisão há mais de um ano atrás, mas os interesses partidários e o jogo econômico é muito forte e não permite que essa decisão seja tomada. Ou seja, quem tomou o poder não quer largar. Os interesses maiores do país são deixados em segundo plano", disse.

Apontado pelo empresário Wesley Batista, um dos donos da JBS, como recebedor de R$ 24 milhões em propinas, o ex-governador do Ceará e ex-ministro da Educação Cid Gomes (PDT) anunciou neste final de semana que é candidato ao Senado para "não deixar um ladrão assumir meu lugar".

"O Congresso Nacional precisa de políticos honestos e que trabalhem em nome da população", disse ele no encontro regional do PDT-Ceará, na cidade de Itarema, no Litoral Oeste do Estado.

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Cid Gomes antecipou até a chapa que apoiará para 2018: Ciro Gomes para presidente do Brasil; Camilo Santana para reeleição de governador do Ceará; e ele com o deputado federal André Figueiredo (PDT) para as duas vagas do Estado para o Senado. O ex-governador disse que "o Congresso Nacional precisa de políticos honestos e que trabalhem em nome da população".

Em delação premiada, Wesley Batista afirmou aos investigadores da Operação Lava Jato que em 2010 e 2014 deu R$ 24 milhões de propinas, a pedido de Cid Gomes para conseguir que o Estado liberasse créditos fiscais de mais de R$ 110 milhões que tinha a receber e estavam atrasados.

Segundo Batista, em 2010 o grupo JBS tinha valores a receber do governo do Estado do Ceará por créditos de ICMS. Os pedidos de propina, segundo ele, foram feitos em dois momentos: na campanha para a reeleição de Cid Gomes no governo, e depois, em 2014, quando ele apoiou Camilo Santana (PT). O petista foi eleito, ao derrotar o senador Eunício Oliveira, do PMDB.

Ainda segundo Wesley Batista, foram pagos R$ 9,8 milhões por meio de contratos fictícios de prestação de serviços. Wesley entregou na delação todas as notas das empresas que emitiram para esquentar o dinheiro da propina e os valores.

Os R$ 10,2 milhões restantes foram pagos de forma dissimulada via doações oficiais de campanha para o candidato Camilo Santana e para candidatos do PROS, antiga legenda dos irmãos Cid e Ciro Gomes.

Defesa

Em Itarema, Cid Gomes se defendeu das acusações de que teria recebido propina da empresa JBS. "Temos a consciência de quem escolhe essa vida pública vai sofrer ameaças, tentação e calúnias, eu sempre fui transparente e isso é a melhor defesa para isso. Eu nunca recebi um centavo da JBS. Ajuda de campanha é diferente. É legal. Sou digno, sério e honrado, tudo o que espero da vida pública é ser lembrado pela luta a favor do Ceará e do cearense e de minha seriedade e honestidade".

Cid Gomes afirmou no final do encontro que processará Wesley Batista por calúnia e difamação. "A verdade prevalecerá. Minha índole não permite fazer solicitação vinculando algum benefício por parte do Estado. Cumpri apenas com uma obrigação do Estado. Se o Estado não pagasse a JBS, eu é que seria responsabilizado. Eu poderia ter hoje as minhas contas reprovadas e estar condenado por crime de responsabilidade".

Foi no calor da defesa que Cid se lançou candidato ao Senado: "Vou voltar a ser candidato em 2018. Não vou deixar um ladrão assumir meu lugar", disse.

Desde que deixou o governo do Ceará, em 31 de dezembro de 2014, Cid Gomes não possui cargo eletivo e, portanto, não tem direito ao foro privilegiado. Uma eventual eleição para o Senado lhe garantiria a prerrogativa de ser investigado e julgado apenas pelo Supremo Tribunal Federal.

Nada está perdido, ao menos por enquanto. Esse é o recado que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem buscado passar a aliados um mês após ter seu nome incluído na lista de políticos suspeitos de receber doações da Odebrecht via caixa 2 e ficar na pior posição entre os tucanos em pesquisa Datafolha de intenção de votos para 2018. A ordem é mostrar que a disputa pela indicação do partido só começou, que Alckmin está vivo no jogo e não pretende "jogar a toalha".

Como estratégia, o tucano lançou novas peças publicitárias que exaltam a capacidade de gerar empregos, adotou uma agenda positiva, com inaugurações e nomeações de novos servidores, e retomou o plano de fazer viagens para fora do Estado - no sábado, participou de uma colheita de café no Espírito Santo, ao lado do governador Paulo Hartung (PMDB) e, até a próxima quinta, cumpre compromissos nos Estados Unidos para divulgar seu programa de concessões.

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O roteiro pelos Estados Unidos tem o prefeito de São Paulo, João Doria, como companhia. Também cotado para disputar uma vaga na corrida presidencial de 2018, o prefeito tem a vantagem de não ter sido citado na Lava Jato e de representar, ao menos no discurso, a figura do gestor que não é político. Mas ainda é visto com ressalvas por caciques tucanos, que o deixaram de fora do programa partidário que foi ao ar em rede nacional na semana passada.

Para o ex-senador José Aníbal, aliado de Alckmin, ainda é muito cedo para saber o que se pode esperar do prefeito paulistano. "Na esteira do não político surgiram todas as ditaduras", disse. "Queremos um Brasil sem sobressaltos, com segurança, com alguém dizendo o que vai fazer e fazendo", afirmou, em referência ao governador paulista.

Aliados

Aproveitando o apoio de nomes importantes do partido e de possíveis aliados de outros Estados - caso de Hartung -, Alckmin tenta mostrar que o abatimento inicial por ter sido citado na Lava Jato já passou e que a meta agora é ressaltar seu histórico político e sua capacidade para governar, gerar empregos e aumentar a renda - lemas de uma possível campanha em 2018.

Também faz parte do planejamento ressaltar que as denúncias que envolvem o nome do tucano não dizem respeito a pagamento de propina. O discurso de que Alckmin não é corrupto, tem vida modesta e patrimônio inalterado desde que entrou na vida pública tem sido repetido por secretários e deputados próximos.

"Ele é uma pessoa correta, honesta, com uma vida transparente, que afirma que não é corrupto. Mas do jeito que foi divulgado, ficou parecendo que ele tivesse cometido crime, lavagem de dinheiro ou algo do tipo. É claro que o governador não pode estar feliz com isso, é alguém de princípios, até por ser muito religioso. Mas não tenho dúvidas de que aquele constrangimento inicial passou e agora é seguir o curso normal de pré-candidato", disse o deputado federal Silvio Torres (PSDB), um dos principais articuladores de Alckmin.

Segundo palavras do próprio Alckmin, não há desânimo algum. "Estou extremamente animado para servir à população. É óbvio que cargo majoritário não é uma decisão pessoal, é coletiva e também não é agora. Tudo tem seu tempo, mas estamos super animados", afirmou à reportagem. O tucano ainda ressaltou que tem se preparado de noite e aos fins de semana, quando estuda os temas nacionais.

A ordem interna é que essa fala otimista de Alckmin seja repetida pelos integrantes do governo. "Por enquanto, ninguém está dentro e ninguém está fora da disputa. Não é hora de jogar a toalha nem de se enrolar nela", afirmou o sociólogo Antonio Lavareda.

Para o cientista político José Alvaro Moisés, o nome de Alckmin ainda tem potencial eleitoral, mas desde que ele renove o seu discurso. "Acho que ele tem de se adaptar à nova realidade, que exige mais transparência e consulta à população."

Enquanto Alckmin tenta se manter na disputa, Doria corre por fora e nos bastidores. Oficialmente, o prefeito continua negando qualquer intenção eleitoral em 2018. "Quero deixar bem claro que não sou candidato", disse nesta segunda-feira, 15, em evento promovido pela Fundação Getulio Vargas, em Nova York. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao comando do país em 2018 tem gerado uma discussão intensa no país, principalmente diante das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro que pesam contra ele. O assunto divide não apenas na classe política, mas a sociedade. Se para uns, o petista pode retomar o desenvolvimento econômico e as ações sociais do governo, para outros a perspectiva de um novo mandato dele é pressuposto para novos casos de irregularidades na gestão pública. 

Ao aferir a relação dos pernambucanos com os políticos, o Instituto de Pesquisas UNINASSAU questionou a população se Lula deveria ou não disputar a Presidência da República e de acordo com dados do levantamento, encomendado pelo LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, 55% acreditam que sim enquanto 33% ponderam que não. 

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Entre os que sinalizaram positivamente, a maioria, 64%, recebem até um salário mínimo; 82% moram na região do Sertão do São Francisco e 63% tem até o ensino fundamental completo. Já entre os que discordam da candidatura do ex-presidente ao Planalto, a maior parcela, 46%, tem o ensino superior; 40% ganham acima de dois salários mínimos e 40% residem na Região Metropolitana do Recife.

Na avaliação do cientista político e coordenador da pesquisa, Adriano Oliveira, o desfecho das investigações da Lava Jato será crucial para a participação ou não de Lula na disputa. “Há uma rejeição, mas um alto percentual também defendendo a candidatura dele. Nós podemos dizer que uma candidatura de Lula partiria com cerca de 30% de intenções de votos, mas temos que considerar que ainda não sabemos o fim da Lava Jato. Não sabemos se Lula vai terminar como vítima ou como vilão”,observou. 

Questionado se uma candidatura do ex-presidente desestabilizaria a política nacional, o estudioso argumentou que “não”. Segundo ele, dependendo do desfecho das investigações, a postulação em 2018 “pode vir a representar um certo alívio para os políticos” e a recuperação da credibilidade da classe com a população, caso ele seja inocentado. 

“Lula tem uma capacidade política muito grande, ele sendo presidente poderia amenizar o ânimo das instituições”, ponderou Oliveira. 

O levantamento foi a campo entre os dias 8 e 10 de maio, antes da divulgação do depoimento prestado pelo ex-presidente ao juiz Sérgio Moro, no processo da Lava Jato que investiga o eventual repasse de propina ao líder-mor petista através de reformas em um triplex no Guarujá, litoral de São Paulo. O nível de confiança da amostra é de 95% e a margem de erro de 2,1 pontos percentuais. 

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Em mais uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa UNINASSAU, neste sábado (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece liderando as intenções de votos para as eleições presidenciais. O levantamento, encomendado pelo LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, mostra que, se o pleito fosse hoje, o petista teria 47% dos votos dos pernambucanos. Apesar da liderança, em comparação com a pesquisa que foi divulgada há pouco mais de um mês, quando ele disparava com 65%, o percentual retrocedeu 18%

Para o coordenador da pesquisa e cientista político, Adriano Oliveira, pode não existir nenhuma causa específica para permitir essa queda, mas também pode ser uma reação da população aos escândalos de corrupção ligados a ele. “Não sabemos aonde irá parar a Operação Lava Jato. Nós não sabemos também qual será a relação do eleitor quando ocorrer uma decisão final da Lava Jato em relação ao ex-presidente Lula, portanto, neste momento temos que ter certa paciência para vislumbrar o palco eleitoral de 2018”, declarou. 

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A pesquisa estimulada do Instituto UNINASSAU aponta como o principal adversário de Lula o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), porém com um percentual bem menor de 9%. Ocupa a terceira colocação a ex-ministra Marina Silva (6%). O prefeito paulista, João Doria (PSDB); o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); e o ex-ministro Ciro Gomes aparecem empatados com 2% cada. Os brancos, nulos ou que não votariam em nenhum totalizam 21% já os que não souberam responder somam 11%.

A maioria dos entrevistados que votariam em Lula possuem renda familiar de até um salário mínimo somando 54%. Já, ao contrário, os que votariam em Bolsonaro possuem renda acima de 5 salários mínimos representando 21%. 

Os dados também destacam que o principal eleitorado de Lula se encontra na região do São Francisco (75%) e do Sertão (62%). Já Bolsonaro, na proporção devida, tem maior aderência dos eleitores recifenses (14%). O parlamentar só tem o apoio de 3% dos moradores da localidade do São Francisco e apenas de 7% dos sertanejos. 

O estudo ainda mostra que Lula possui um eleitorado com grau de instrução bem inferior sendo 54% com o fundamental completo e 51% incompleto. Já Bolsonaro, em sua maioria, possui o ensino superior (13%). 

Adriano Oliveira explica que Bolsonaro representa aqueles eleitores que já votaram em Lula, mas que hoje tem desesperança no chamado “lulismo”. “Então, ele é uma oposição incipiente ao lulismo e também há eleitores que foram do PSDB, mas que hoje não votam mais no candidato do PSDB, mas considero esses eleitores volúveis. Não vejo ainda Bolsonaro com um eleitorado consolidado. O vejo como um candidato que pode perder votos quando o candidato do PSDB for apresentado como, por exemplo, João Doria”, salientou. 

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Ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) afirmou que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) "jamais terá uma base eleitoral" para vencer uma eleição presidencial. Sob a ótica do político, apesar de aparecer em segundo lugar nas intenções de votos, de acordo com uma pesquisa Datafolha divulgada nesse domingo (30), Bolsonaro não tem forças para vencer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo dados do levantamento, hoje Lula tem 30% das intenções de voto enquanto Bolsonaro tem 15%. 

"A polarização entre Lula e Bolsonaro caracterizaria uma disputa frontal entre um vasto campo de centro-esquerda e a direita com tendências fascistas no Brasil, que jamais terá, na sociedade brasileira, uma base eleitoral e política majoritária", argumentou, em entrevista à Agência BBC Brasil.

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Indagado, se na sua visão Bolsonaro jamais venceria Lula em um segundo turno, Tarso Genro foi categórico: "sim, isso mesmo", frisou. 

Impacto da Lava Jato em 2018 e candidatura de Lula

O ex-ministro da Justiça também falou à BBC sobre os impactos da operação Lava Jato e a candidatura do ex-presidente para 2018. Segundo ele, as investigações do caso de corrupção na Petrobras vai ser palco para o surgimento de novos políticos “salvacionistas” e “personalistas”.  

“O impacto será muito grande e dentro desse processo de incriminação geral da política, de misturar culpados com pessoas que cometeram meras ilegalidades, misturar caixa 2 com inocentes, vai na verdade captar todas as lideranças políticas mais conhecidas e mais importantes do país. É o palco adequado para o surgimento de lideranças salvacionistas, personalistas, que não têm compromisso com projetos, programa nem partido”, declarou, sem mencionar nomes. 

Questionado se o PT teria uma opção neste tipo para substituir Lula, ele disse que não estava autorizado a conjecturar pelo partido. “Nosso candidato mais natural é realmente o presidente Lula, se ele puder concorrer, se não for obstaculizado pela Justiça. Mas o PT tem figuras como o Fernando Haddad (ex-prefeito de São Paulo) que são extraordinárias, ou tem a oportunidade até de fazer uma aliança com outro partido, e apoiar um outro candidato. O fato é que não vamos ficar sem candidato em 2018”, sentenciou.

Tarso Genro ainda saiu em defesa do ex-presidente e disse que as acusações feitas por empreiteiros da Odebrecht e da OAS ao aliado “não têm nenhuma validade”. “É a palavra de um contra o outro. São depoimentos feitos apenas para satisfazer o compromisso de delação premiada, para eximir pessoas que já confessaram delitos. Se esses depoimentos não foram confrontados com provas materiais, eles não têm nenhuma eficácia, em nenhum sistema penal do mundo”, frisou.

Apesar disso, o ex-governador do Rio Grande do Sul disse que tem medo de Lula ser preso. “Meu temor não aumentou, ele já existe desde o momento em que começaram os vazamentos seletivos, quando começaram depoimentos de promotores dizendo que a corrupção é uma coisa satânica, depoimentos de policiais federais dizendo que perderam o timing [para prender Lula].  A criação desse ambiente [é] que mais me faz temer que o Lula possa ser vítima de uma prisão arbitrária. Esses outros depoimentos não agregaram nada de novo a esse quadro”, observou.

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