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Três escolas do Recife conquistaram o pódio da etapa regional da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), realizada nesta quinta-feira (31), no Centro de Convenções da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 

Os estudantes das equipes Roboticlegends (E.M. Rodolfo Aureliano), Robotnik (E.M Rodolfo Aureliano) e Águia de Prata (E.M. Antônio de Brito Alves) disputaram o Nível 1 e conquistaram as medalhas de ouro, prata e bronze, respectivamente. Já no Nível 2, o segundo ponto mais alto da classificação ficou com o time “Skrikus”, da E.M. Antônio de Brito Alves.

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Ao todo, oito equipes se classificaram para a final Estadual da competição, que será realizada no próximo domingo (3), no mesmo local. Desse total, sete foram escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife. No Nível 2, a tradição das escolas municipais da capital pernambucana também falou alto, classificando cinco unidades.

“Queremos conquistar a vaga mais uma vez para disputar a etapa Nacional. Já provamos no ano passado que somos capazes e esse ano não vamos fazer diferente. O torneio está cada vez mais competitivo. Aqui no Recife as disputas são muito acirradas e o nível é muito difícil. A gente sai daqui com uma base boa para competir nacionalmente”, garantiu Nauhan Nascimento, da equipe Robotnik, que em 2022 conquistou medalha de ouro no Nível 1 da fase Nacional da OBR, em São Paulo, segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa.

O evento é realizado dentro do I Festival de Programação e Robótica, promovido pela Prefeitura do Recife, com apoio da Cesar School e do Maracatronics, que também conta com oficinas de tecnologia e espaços interativos em lounges temáticos que focam na introdução da robótica, cultura geek, sustentabilidade e criatividade.

Confira os pódios da etapa Regional da OBR (dia 1):

Nível 1:

3º  lugar:  Águia de Prata (Escola Municipal Antonio de Brito Alves)

2º lugar:  Robotnik (Escola Municipal Rodolfo Aureliano)

1º lugar:  Roboticlegends  (Escola Municipal Rodolfo Aureliano)

Nível 2:

3º lugar: EREMEC F5 (Escola de Referência em Ensino Médio Euridice Cadaval)

2º lugar: Skrikus (Escola Municipal Antonio de Brito Alves)

1º lugar: ManoelGoncalves2 (Escola de Referência em Ensino Médio Manoel Gonçalves de Lima)

O governo da França irá proibir que as alunas de escolas do país usem a abaya, túnica comum em países do Norte da África e árabes, anunciou neste domingo (27) o ministro da Educação francês, Gabriel Attal.

“Não será mais possível usar abaya na escola”, declarou Attal em entrevista ao canal de TV TF1, na qual considerou que a vestimenta vai de encontro às normas estritas de laicidade no ensino francês.

A abaya cobre o corpo e deixa de fora rosto, mãos e pés. Seu uso por adolescentes gerou polêmica na França, sobretudo devido a críticas da direita.

“Quando o aluno entra em uma sala de aula, não se deve poder identificar a sua religião ao olhar para ele", disse o ministro.

O deputado Éric Ciotti, presidente do partido de oposição Republicanos (direita), saudou a decisão, enquanto a deputada de esquerda Clémentine Autain a considerou inconstitucional e criticou "a política da vestimenta".

Embora o Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) considere que a peça não representa um símbolo islâmico, o Ministério da Educação francês divulgou, no ano passado, uma circular autorizando as escolas a proibir a abaya, bem como bandanas e saias muito longas.

“As instruções não estavam claras, agora estão, e nós as saudamos”, disse à AFP Bruno Bobkiewicz, secretário-geral do sindicato que representa os diretores de instituições de ensino.

Em 2004, a França proibiu em escolas e institutos qualquer símbolo religioso ostensivo, como o véu islâmico e quipá.

Entre os dias 22 e 25, escolas das Redes Estadual e Municipal de sete cidades da Região Metropolitana, Zona da Mata e Agreste, receberão o projeto “Vamos Cirandar com as Filhas de Baracho!”. A ação, que consiste em promover uma grande aula-espetáculo com ensinamentos sobre a ciranda, iniciou na manhã desta terça-feira em Abreu e Lima, e às 16h, terá uma apresentação especial da Rainha da Ciranda Lia de Itamaracá, na EREM Santos Cosme e Damião, em Igarassu.

No evento, que segue ainda para outras escolas ao longo da semana, alunos e educadores terão uma rica aula para conhecer detalhes sobre a musicalidade, os personagens, a dança, os elementos e a história da ciranda, além de uma apresentação do grupo, oportunidade que serão convidados também para dançar. Serão contemplados estudantes dos municípios de Abreu e Lima, Igarassu, Goiana, Aliança, Timbaúba, São Vicente Férrer e Machados.

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Coordenado pela Usina Produções, com incentivo do Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco, o projeto celebra os 25 anos de lutas e glórias da “Ciranda as Filhas de Baracho”. O grupo foi criado em 1998 pelas irmãs Dulce e Severina, herdeiras do cirandeiro Antônio Baracho da Silva (in memoriam).

Seu maior objetivo é mostrar às novas gerações, a raiz da ciranda tradicional, perpetuando, assim, toda a contribuição que "O Rei sem Coroa", autor de inúmeras canções, deixou para a história, como as músicas “Essa Ciranda quem me deu foi Lia”, “Ó Cirandeiro” e “No Alto Mar. “É uma rica oportunidade de aprendizagem para os estudantes, de promoção da cultura e de incentivo aos fazedores de arte popular”, ressalta o professor e produtor cultural Clébio Marques, responsável pela concepção e coordenação do projeto.

Sobre a Ciranda

Dentre as tantas tradições que dão brilho e luz à cultura pernambucana, a ciranda se destaca como uma das mais impressionantes e encantadoras. Essa manifestação popular tem como personagem central o(a) Mestre(a) Cirandeiro(a) e envolve performances poéticas, musicais e coreográficas. A letra pode ser improvisada ou já conhecida. A música, de melodia simples e normalmente com estribilho, para facilitar o acompanhamento, é entoada pelo(a) mestre(a), acompanhada pelos tocadores e pelos dançarinos. O ritmo é determinado por instrumentos de percussão: bombo (ou zabumba), caixa e ganzá (mineiro), além de um de sopro. A dança é um elemento central para vivenciar a ciranda, e, em geral, acontece com os brincantes dando as mãos em um círculo fechado e dançando em uma única direção. A brincadeira não possui figurino próprio e pode ocorrer em qualquer época do ano, não existindo data certa para sua realização.

SERVIÇO:

Aula-espetáculo “Vamos Cirandar com as Filhas de Baracho!”

 

- EREFEM Polivalente de Abreu e Lima

Abreu e Lima / Metropolitana Norte

22/08/2023 - terça-feira / 10h

 

- EREM Santos Cosme e Damião - Com a presença de Lia de Itamaracá

Igarassu / Metropolitana Norte

22/08/2023 - terça-feira / 16h

 

- EREM Benigno Pessoa de Araújo

Goiana / Mata Norte

23/08/2023 - quarta-feira / 10h

 

- EREM Joaquina Lira

Aliança / Mata Norte

23/08/2023 - quarta-feira / 15h30

 

- Escola em Tempo Integral Maria Emília Vasconcelos

Timbaúba / Mata Norte

24/08/2023 - quinta-feira / 10h

 

- Escola Municipal Dr. Manoel Borba

São Vivente Férrer / Agreste Setentrional

24/08/2023 - quinta-feira / 16h

 

- Escola Municipal Major João Marques de Oliveira

Machados / Agreste Setentrional

25/08/2023 - sexta-feira / 10h

 

*Da assessoria de imprensa

Um estudo, realizado pelo Melhor Escola, site que reúne informações e bolsas de estudo de escolas de todo o Brasil, aponta que 90,66% das escolas, que atuam com educação básica, afirmam trabalhar o tema “prevenção à violência” junto a alunos e professores.

O levantamento também mostra que apenas 4,38% das instituições de ensino não abordam o tema com a comunidade escolar. “Os resultados da pesquisa refletem a crescente conscientização das escolas em relação à prevenção à violência”, afirma Sergio Andrade, sócio fundador do Melhor Escola.

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No cenário do ensino público, o levantamento expõe que 91,12% das instituições elegaram que costumam trabalhar a temática com estudantes e docentes. Já nas escolas privadas, o índice caiu para 88,3%. A pesquisa foi efetuada entre os meses de junho e julho e obteve 2217 participantes de escolas de todo o Brasil, sendo 83,81% das respostas são provenientes de escolas públicas e 16,19% de particulares.

Escolas públicas da rede municipal de São Paulo receberam kits de ciências infantis com embalagem que ilustra um homem empunhando um fuzil. Cerca de 3.400 kits foram comprados e distribuídos pela Prefeitura, na gestão de Ricardo Nunes (MDB). O caso foi divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.

Os kits contam com materiais diversos, como lanternas, lunetas, lupas, composteiras e jogos didáticos para serem trabalhados em sala de aula. Segundo o jornal, a prefeitura gastou R$ 33 milhões em contratos assinados com duas fornecedoras, Legend Comércio e CSL Educacional para os conjuntos de ciências, em março deste ano. Foram 1.719 kits adquiridos de cada fornecedora.

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Diretores e professores das escolas ficaram assustados ao perceberem a imagem que estava presente na caixa da lanterna presente nos kits dos alunos.

A gestão declarou que as caixas com a figura do fuzil não fazem parte dos materiais adquiridos e direcionados para os professores das escolas municipais. A pasta ainda afirmou que orientou os docentes a descartar adequadamente o produto.

Em nota, a prefeitura também disse que estas caixas foram enviadas por conta das próprias fornecedoras.

Confira a nota na íntegra:

"A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), informa que as caixas não fazem parte dos materiais adquiridos para kits de experiências pedagógicas direcionados aos professores das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs). A pasta orientou as unidades para que não utilizem as caixas e façam o descarte adequado.

Os kits compõem diversos materiais, desde lanternas, até lupas, lunetas, composteiras e jogos para que os docentes possam trabalhar as atividades pedagógicas diversificadas.

A compra desses kits nunca incluiu caixas para armazenamento de lanternas led, elas foram enviadas por contas das próprias fornecedoras, que foram notificadas sobre a embalagem cuja imagem não é condizente com o ambiente escolar. Vale destacar que não houve e nem haverá custo à administração pública."

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que os alunos da rede estadual vão receber impresso, além de ter acesso digital, o material didático elaborado pelo governo paulista. A declaração foi feita no sábado (5), após a inauguração de uma creche em Biritiba Mirim, município que fica a cerca de 90 quilômetros da capital.

Na última terça-feira (1º), o governo paulista decidiu não aderir ao material didático e pedagógico do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD), do Ministério da Educação (MEC), ação que gerou bastante polêmica ao longo da semana.

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O secretário da Educação do Estado de São Paulo, Renato Feder, resolveu abrir mão de 10 milhões de exemplares para os alunos do ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) em 2024. E anunciou que não iria mais comprar livros para o ensino médio também.

A estratégia do governo de São Paulo atualmente é a de aulas organizadas em Power Point, com cerca de 20 slides, que são passados pelo professor em sala de aula. "A aula é uma grande TV, que passa os slides em Power Point, alunos com papel e caneta, anotando e fazendo exercícios. O livro tradicional, ele sai", disse, na ocasião, Feder ao Estadão.

O Ministério Público Estadual (MP) abriu inquérito para investigar a decisão do governo de São Paulo de dispensar livros didáticos nas escolas estaduais para usar apenas material digital.

Tarcísio reforçou que sua gestão está desenvolvendo este material didático. "Mas isso não é novidade no Estado de São Paulo, que já tem material próprio há algum tempo. Então, a gente está aperfeiçoando esse material e nós vamos encadernar esse material e entregá-lo também impresso", disse ele.

"Ou seja, se o aluno quiser estudar digitalmente, ele vai poder. Se ele quiser estudar no conteúdo impresso, ele também vai ter esta opção. Então, as duas opções vão estar disponíveis."

O governador afirmou que críticas podem surgir. "Acho que as coisas, às vezes, são mal comunicadas por nós mesmos. Ao longo deste ano, a gente fez um esforço muito grande de criar conteúdo digital. São aulas digitais, mais de 6 mil aulas que foram preparadas. Qual o objetivo disso? Facilitar o esforço do professor e também padronizar, uniformizar. Então, isso vai garantir que um aluno que estará na ponta do Vale do Paraíba vai ter o mesmo conteúdo que vai ser ministrado no Alto Tietê, no Vale do Ribeira, no oeste do Estado, e na capital paulista", disse Tarcísio.

Segundo ele, para isso, é necessário ter um material didático que seja compatível com as aulas que estão sendo elaboradas que possam aprofundar o conteúdo, ter exercícios e capacidade de treinamento.

"A gente precisa fechar o ciclo: aula digital, que vai ser ministrada em todas as escolas; o material didático que tem que ser coerente com a aula que será ministrada; tarefa de casa eletrônica, que será uma forma de acompanhar se o aluno está estudando no horário extra classe. Então, a gente fecha este ciclo", afirmou o governador.

Livros oferecidos no PNLD

Como mostrou o Estadão, muitos dos livros didáticos rejeitados pelo governo de São Paulo para a rede estadual são usados por escolas particulares de ponta na capital, como Bandeirantes, Miguel de Cervantes, Porto Seguro, Gracinha e Oswald de Andrade. Os exemplares são os mesmos vendidos no mercado privado, com pequenas adaptações de formato exigidos nos editais públicos.

A decisão de São Paulo tem sido criticada por especialistas, editoras e autores. Na quarta-feira passada, 2, entidades de livreiros do País publicaram um manifesto conjunto contra a decisão e dizendo que o PNLD "é um instrumento de garantia de pluralidade, qualidade didático-pedagógica e de transparência". Entre as organizações estão a Câmara Brasileira do Livro (CBL), a Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros) e a Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale).

O Projeto de Lei 1601/23, de autoria do deputado federal Paulo Bilynskyj (PL), visa proibir a implantação, a adaptação e a utilização de banheiros para uso de pessoas de sexos diferentes em ambiente escolar.  A medida valeria para banheiros e vestiários com mais de uma cabine com vaso sanitário de escolas públicas e privadas. A proposta ainda prevê multa para o descumprimento da lei. 

Bilynskyj afirma que a “flexibilização dos banheiros pode favorecer atos criminosos cometidos por pessoas mal intencionadas, como pedófilos, aliciadores e estupradores”. A proposta ainda vai ser analisada pelas comissões de Educação e de Constituição e Justiça e Cidadania. Se aprovada, ela seguirá para votação na Câmara.

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Essa não é a primeira polêmica que o deputado está envolvido, mais recentemente em discurso na Câmara, ele elogiou seu avô afirmando que “lutou em uma guerra mundial para libertar a Ucrânia das garras do comunismo”. A fala se trata da segunda guerra mundial e o batalhão ao qual o avô dele serviu estava sob comando de nazistas declarados organização criminosa pelos julgamentos de Nuremberg. 

Começou, nesta sexta-feira (28), um novo cronograma de vacinação nas escolas e creches da rede particular de Aracaju, capital sergipana. A ação é uma parceria da Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), junto à Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Sergipe (Fenen). O calendário prevê vacinação contra a Covid-19, gripe e outras doenças. 

Neste primeiro dia de retomada, mais de 800 crianças alunas dos colégios Ideal, no bairro Cirurgia, e Jardins Sul, no bairro Aruana, devem ser vacinadas, como explica a coordenadora do Programa Saúde na Escola (PSE) da SMS, Aline Guimarães. 

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“A vacinação nas escolas faz parte das estratégias para ampliar a cobertura vacinal e incentivar a atualização dos cartões de vacina, facilitando ainda mais o acesso para as pessoas. Para a vacinação, pais ou responsáveis precisam enviar o termo de autorização assinado, cartão de vacina e documento da criança. Já funcionários, pais e professores devem apresentar documento de identificação e cartão de vacina”, detalha Aline. 

Para a vacinação, pais ou responsáveis precisam enviar o termo de autorização assinado, cartão de vacina e documento da criança. Já funcionários, pais e professores devem apresentar documento de identificação e cartão de vacina.

O governo federal anunciou, nesta sexta-feira (21), que irá propor um projeto de lei para que ataques a escolas sejam punidos como crime hediondo. A ideia, segundo a gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT), surgiu a partir de sugestão das famílias das quatro vítimas do atentado a uma creche em Blumenau (SC), em abril deste ano. Também foram assinados repasses destinados a cidades como Suzano (SP), onde um massacre matou dez pessoas em 2019.

Em alta no País, os atentados em escolas já vitimaram ao menos sete pessoas neste ano. No último mês, um ataque cometido em um colégio em Cambé, no Paraná, deixou dois estudantes mortos. Em março, uma professora foi morta em ataque a escola na Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo. Foram mais de 40 homicídios no âmbito escolar desde o começo dos anos 2000.

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Em pacote de medidas anunciado nesta sexta, o governo propõe alteração na Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, com o objetivo de que tanto o homicídio cometido no interior de instituições de ensino quanto a violência em escolas (de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de morte) sejam considerados crimes hediondos.

No crime hediondo, o condenado não tem direito a fiança, é insuscetível a graça, indulto ou anistia e liberdade provisória, além de ter progressão de regime mais lenta. "Quero dedicar esse projeto de lei aos pais, mães e famílias de todas as crianças e adolescentes que perderam a vida no Brasil em face da violência", disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, também discursou em evento do governo federal. "Foram 20 segundos necessários para que Blumenau fosse ferida, famílias fossem feridas e crianças retiradas de seu seio familiar. Eram quatro filhos únicos de famílias que hoje têm o seu ninho vazio", disse.

"Estamos dando um passo importante com o encaminhamento desse projeto de lei, transformando em crime hediondo o crime cometido nas escolas. Quero fazer um apelo ao Congresso Nacional que, com celeridade, nos ajude a proteger a vida de nossas crianças", acrescentou Hildebrandt.

Além do projeto de lei, o governo federal também propõe acrescentar novo inciso ao artigo 121 do Código de Processo Penal para prever nova espécie de homicídio qualificado: o homicídio cometido no interior de instituições de ensino, com pena de reclusão de 12 a 30 anos.

O objetivo, com isso, é que a pena do homicídio cometido no âmbito de instituições de ensino seja aumentada em um terço, na maior parte dos casos, até a metade, em casos em que a vítima é uma pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade.

A ideia é também aumentar a pena em dois terços se o autor for ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima. Ou tiver "qualquer outro título tiver autoridade" sobre o alvo, a exemplo de professores.

Em paralelo, o governo propõe criar um novo crime, denominado "Violência em Instituições de Ensino", para as situações de lesão corporal praticada no interior das escolas, com pena de detenção de três meses a três anos. Em casos de lesão corporal grave, gravíssima, lesão corporal seguida de morte ou quando o crime é cometido contra pessoa com deficiência, a ideia é aumentar a pena em um terço.

Repasses a Estados e municípios

Também nesta sexta, o governo assinou repasses a 24 Estados, mais o Distrito Federal, e aos 132 municípios habilitados no edital Escola Segura, lançado em abril. Entre as cidades contempladas, está Suzano, onde um ataque a escola que deixou dez pessoas mortas em 2019 - o município receberá R$ 961,5 mil. Os repasses variam de cerca de R$ 240 mil, para cidades menores, até R$ 3 milhões, para determinados Estados.

Segundo o governo, os projetos habilitados e que serão financiados pelo edital envolvem medidas preventivas da patrulhas/rondas escolares das polícias militares ou das guardas civis municipais, cursos de capacitação para profissionais da área de segurança e cursos que contemplem o acolhimento, escuta ativa e encaminhamento para a rede de proteção às crianças e adolescentes. Além de pesquisas e diagnósticos, bem como fortalecimento da investigação e monitoramento cibernéticos.

 Por Vasconcelo Quadros e Caio de Freitas Paes da Agência Pública

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, demonstra ter cada vez mais certeza da solução de um dos crimes mais emblemáticos da história recente do Brasil, o assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, na noite de 14 de março de 2018.

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Em entrevista exclusiva concedida à Agência Pública no fim de junho em Brasília, ele trata o caso com o que definiu como “otimismo moderado”, em decorrência do tempo passado após o crime e da destruição de provas. Cauteloso e sem adiantar informações da investigação sigilosa, Dino garantiu ter “novidades” sobre o caso e disse: “Acredito que vamos chegar a uma solução do crime”.

O ministro tratou também de diversos temas ao longo da entrevista, como narcogarimpo, policiamento da Amazônia, extremismo político e violência em escolas. Sobre a inelegibilidade do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, ele diz que foi uma ação firme do Judiciário para interromper a onda de ataques ao sistema eleitoral, mas, realista, diz que ainda é cedo para se considerar controlada a sanha golpista contra a democracia. “Há uma luz amarela no semáforo da história: o extremismo político está vivo”.

“Deixar [Bolsonaro] inelegível é muito importante, porque ele é um facínora, mas é suficiente? Não. O extremismo político ainda encontra raízes muito fortes no Brasil: o vemos na cultura do ódio, da desinformação, do preconceito e da violência”, ressalta.

Passados mais de seis meses da invasão do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro diz que a “personalidade despótica, autoritária e patológica de Bolsonaro” une os atentados promovidos entre o resultado da eleição, em 30 de outubro passado, ao caos do 8 de janeiro. Para Dino, não há dúvidas de que o ex-presidente está no centro da tentativa de golpe.

“Havia o ajudante de ordens [Mauro Cid], o ex-ministro Anderson Torres, outras pessoas muito ligadas a ele. É possível inferir, também por sua personalidade despótica, autoritária, que de algum modo ele orientava – ou que pelo menos compactuava, autorizava”, afirma o ministro, que ainda define o ex-presidente como “um golpista fracassado”.

Para o ministro, o atentado de 8 de janeiro serviria para criar um clima de instabilidade política e anomia institucional, forçando a cúpula militar a aderir ao golpismo. “A ideia deles era que o 8 de janeiro fosse um estopim, com efeito dominó em outras manifestações ao longo do Brasil, para tentar mostrar que o novo governo não tinha condições de gerir o país”, afirma.

Segundo Dino, ao sair da eleição com 49% dos votos, Bolsonaro tinha “uma base social razoável”, mas não o apoio internacional  nem da elite empresarial brasileira – condições que, em 1964, permitiram aos militares depor o ex-presidente João Goulart. “Daqui muitos anos, quando forem abertos os arquivos de 2022 do governo dos Estados Unidos, vão encontrar o que levou as Forças Armadas a não se engajarem no golpe”, disse o ministro.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, demonstra ter cada vez mais certeza da solução de um dos crimes mais emblemáticos da história recente do Brasil, o assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, na noite de 14 de março de 2018.

Ricardo Stuckert/PR

Em entrevista exclusiva concedida à Agência Pública no fim de junho em Brasília, ele trata o caso com o que definiu como “otimismo moderado”, em decorrência do tempo passado após o crime e da destruição de provas. Cauteloso e sem adiantar informações da investigação sigilosa, Dino garantiu ter “novidades” sobre o caso e disse: “Acredito que vamos chegar a uma solução do crime”.

O ministro tratou também de diversos temas ao longo da entrevista, como narcogarimpo, policiamento da Amazônia, extremismo político e violência em escolas. Sobre a inelegibilidade do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, ele diz que foi uma ação firme do Judiciário para interromper a onda de ataques ao sistema eleitoral, mas, realista, diz que ainda é cedo para se considerar controlada a sanha golpista contra a democracia. “Há uma luz amarela no semáforo da história: o extremismo político está vivo”.

“Deixar [Bolsonaro] inelegível é muito importante, porque ele é um facínora, mas é suficiente? Não. O extremismo político ainda encontra raízes muito fortes no Brasil: o vemos na cultura do ódio, da desinformação, do preconceito e da violência”, ressalta.

Passados mais de seis meses da invasão do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro diz que a “personalidade despótica, autoritária e patológica de Bolsonaro” une os atentados promovidos entre o resultado da eleição, em 30 de outubro passado, ao caos do 8 de janeiro. Para Dino, não há dúvidas de que o ex-presidente está no centro da tentativa de golpe.

“Havia o ajudante de ordens [Mauro Cid], o ex-ministro Anderson Torres, outras pessoas muito ligadas a ele. É possível inferir, também por sua personalidade despótica, autoritária, que de algum modo ele orientava – ou que pelo menos compactuava, autorizava”, afirma o ministro, que ainda define o ex-presidente como “um golpista fracassado”.

Para o ministro, o atentado de 8 de janeiro serviria para criar um clima de instabilidade política e anomia institucional, forçando a cúpula militar a aderir ao golpismo. “A ideia deles era que o 8 de janeiro fosse um estopim, com efeito dominó em outras manifestações ao longo do Brasil, para tentar mostrar que o novo governo não tinha condições de gerir o país”, afirma.

Segundo Dino, ao sair da eleição com 49% dos votos, Bolsonaro tinha “uma base social razoável”, mas não o apoio internacional nem da elite empresarial brasileira – condições que, em 1964, permitiram aos militares depor o ex-presidente João Goulart. “Daqui muitos anos, quando forem abertos os arquivos de 2022 do governo dos Estados Unidos, vão encontrar o que levou as Forças Armadas a não se engajarem no golpe”, disse o ministro.

Flávio Dino garantiu que o governo vai fortalecer sua presença na Amazônia, com a criação de uma companhia de policiamento ambiental, formada por mais de mil homens da Força Nacional, cuja finalidade é fiscalizar, intensificar operações e combater as organizações criminosas de inspiração mafiosa – que, segundo o ministro, se infiltraram na política, nos garimpos e demais atividades ilegais que cresceram no vácuo de fiscalização deixado pelo governo Bolsonaro.

Dino assegurou que o governo Lula retomará as demarcações de terras indígenas, interrompidas por Bolsonaro, por meio de decisões conjuntas entre os ministérios dos Povos Indígenas, da Justiça e Segurança Pública e da Casa Civil.

Contra o marco temporal defendido pelos ruralistas, o ministro se alinha à ideia do ministro do STF Alexandre de Moraes, que, independentemente do que o Congresso decidir, sinalizou uma solução intermediária ao conflito – sem marco, mas respeitando a peculiaridade de regiões densamente habitadas, como cidades consolidadas.

Leia, a seguir, a entrevista.

Quais os reflexos da inelegibilidade de Bolsonaro?

A extrema direita brasileira perde força, perde seu principal porta-voz, o que sem dúvida altera certos desdobramentos no plano da política. Destaco, sobretudo, os aspectos constitucionais e legais com a consagração de uma diretriz jurisprudencial no Brasil sobre a chamada desinformação. Juridicamente, nós temos uma rejeição muito clara e, portanto, a declaração da abusividade da conduta de quem no processo eleitoral espalha, deliberadamente, desinformação como uma ferramenta para obter votos e hipotéticas vitórias eleitorais. É um precedente muito relevante para o futuro, no sentido de que um dos principais desafios da democracia contemporânea recebe uma resposta jurídica.

A inelegibilidade interrompe o extremismo de direita?

Espero que, se não paralise definitivamente, pelo menos atenue. Com a revolução científico-tecnológica, levando, por exemplo, ao incremento das ferramentas de inteligência artificial, nós temos tendencialmente o agravamento do problema da indústria da desinformação nos processos eleitorais. Isso distorce muito fortemente a legitimidade do processo eleitoral. O que o TSE afirmou é que há uma disposição firme de fazer esse “breque” contra a manipulação das consciências dos cidadãos. O TSE afirmou que espalhar desinformação é uma fraude eleitoral e, portanto, quem pratica esse tipo de conduta deve ser punido.

Passados mais de seis meses, o que dizem as investigações sobre os responsáveis pelo 8 de janeiro?

Uma investigação dessas é como se você pegasse um quebra-cabeça, daqueles de mil peças, e jogasse numa praia, com vento forte. Tem um período que você tem que recolher as pecinhas, mas grande parte desse quebra-cabeça já está montada.

Houve os perpetradores dos atos violentos, as pessoas que cercaram quartéis, que vieram pra cá; a via organizadora e, sobretudo, segmentos empresariais locais, que davam carne, água, apoio material, banheiro químico, barracas etc., em todo o país. O financiamento era, sobretudo, de segmentos empresariais locais, do agro e comerciantes, também de gente ligada a esse mundo do armamentismo, que financiavam isto.

Havia os incitadores, que estavam, sobretudo, nos segmentos armados – membros da ativa e da reserva das Forças Armadas, das forças policiais, mas também CACs [Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores] e proprietários de clube de tiro, de lojas de armas e assim sucessivamente. Eram segmentos armados da sociedade, com grande engajamento e um comando político mais ou menos organizado, muito próximo do Bolsonaro.

Jair Bolsonaro participou?

Só posso falar, pelo cargo que eu exerço, a partir de provas. Nesse momento eu tenho alguma prova cabal de que o Bolsonaro, direta e pessoalmente, participou do golpismo? Não tenho. Agora, é possível deduzir isso logicamente, no plano argumentativo? Sim, claro. Por que digo que é possível deduzir isso no plano argumentativo? Porque todas as pessoas que, de algum modo, aparecem na cena eram muito ligadas a ele. Havia os ajudantes de ordem, o ex-ministro Anderson Torres, pessoas muito ligadas a ele. Por dedução, é possível inferir, também por sua personalidade despótica, autoritária, que de algum modo ele orientava – ou pelo menos compactuava ou autorizava [o golpe].

É possível afirmar que o extremismo está sob controle?

Sou obrigado a chamar atenção para uma luz amarela no semáforo da história: a luz amarela é o extremismo político, que está vivo. Deixar o Bolsonaro inelegível é muito importante, porque ele é um facínora, um déspota. Agora, isso é suficiente para dizermos que o extremismo político foi superado no Brasil, o extremismo de direita? Não, não é.

Mesmo que você veja uma luz verde, poderosa, no sentido de haver uma continuidade da construção democrática do Brasil, é preciso olhar numa perspectiva lateral, olhar esse alerta – que o extremismo político ainda encontra raízes muito fortes no Brasil. Vivemos na cultura do ódio, da desinformação, do preconceito, da violência. Então, nós temos sinais sociais disto.

Caso dos ataques nas escolas?

Os ataques nas escolas são um sinal muito poderoso de que a cultura da violência está muito forte no Brasil. Vejamos o que aconteceu recentemente, naquele brutal ataque a uma escola no Paraná: uma pessoa foi lá e apertou o gatilho, o que já é terrível, mas havia outras pessoas estimulando, apoiando, filmando, transmitindo a morte de jovens. Isso mostra a força da cultura da violência, até porque praticamente todas as semanas – nessa, inclusive – nós temos prisões de nazistas e neonazistas.

O controle de armas avançou?

Tivemos dois decretos, teremos mais um nas próximas semanas, diminuindo mais uma vez o acesso a armas e munições, criando regras mais rígidas para o porte de arma, para abertura de clubes de tiro, acabando com os clubes de tiro 24h – que estavam funcionando como uma fachada para o porte de arma clandestino. Bolsonaro passou a permitir o porte em trânsito com a arma municiada, mas agora estamos voltando, para que seja apenas “desmuniciado”.

O clube funcionava como álibi: o cidadão era pego numa blitz, com a arma municiada. Ele dizia: “Não! Estou indo no clube de tiro, por isso que a arma está municiada”. É por isso, também, que os clubes de tiro passaram a funcionar 24h, o que é esdrúxulo. Alguém imagina uma pessoa, às 3 horas da manhã, que vai dar tiro em um clube? Será publicado um decreto bastante amplo, acabando com a autodeclaração de necessidade, algo criado pelo governo Bolsonaro. Que nada mais era que uma espécie de presunção de necessidade, a partir de autodeclaração.

Qual o resultado das operações contra o excesso de armas?

Veja que, em menos da metade do ano de 2023, foram apreendidas mais armas pela Polícia Federal do que em todo o ano de 2022, o que mostra exatamente essa carência de fiscalização das atividades ilegais, de um modo geral. Isso valia para garimpo legal, para invasão de terrenos, para armamentismo e clubes de tiro. Ninguém fiscalizava nada porque tinha gente ganhando dinheiro com isso.

Estamos falando de bilhões de reais, bilhões nas atividades, chamemos assim, legais das lojas e clubes de tiro, mas também no comércio clandestino de armas e munições para organizações criminosas. O que essa gente estava fazendo? Alugando armas para o PCC [Primeiro Comando da Capital], para o CV [Comando Vermelho].

Fizemos uma operação, que inclusive envolveu uma parte nos Estados Unidos, contra lojas [de armas] na Baixada Fluminense, e assim descobrimos quase 2 mil armas ilegais que iam, exatamente, para o crime organizado. Com essa dupla face, o negócio legal, visível, como esse que falamos – da loja, do clube de tiro –, também havia o negócio ilegal, de comercialização e barateamento no acesso a armas de fogo para quadrilhas.

O maior incentivo para as organizações criminosas do Brasil foi esse armamentismo irresponsável, que fortaleceu o poder das organizações criminosas, barateou o acesso a armamento por meio da aplicação da lei da oferta e da procura: quanto mais produtos há no mercado, obviamente mais o preço cai.

O senhor mandou abrir um novo inquérito na PF sobre os assassinatos de Marielle Franco e de Anderson Gomes. As investigações já avançaram?

Trabalho sempre com um conceito de “otimismo moderado”. Otimismo porque temos um trabalho sério, uma equipe da PF trabalhando só no caso Marielle há três meses. Isso me dá esperança. Mas por que minha moderação? Porque se passaram cinco anos. Imagens, impressões digitais, indícios de um modo geral se perderam.

Se tivesse imagens daquele dia do assassinato [de Marielle]… Imagine a quantidade de câmeras no centro do Rio de Janeiro. Rapidamente se chegaria aos assassinos, ao carro [usado no crime], de onde ele veio, de onde saiu, qual percurso fez, isso com base na ERB [antena de telefonia celular] dos celulares… você chegaria rapidamente [aos culpados]. Hoje a tecnologia é amiga da investigação, não existe crime perfeito. Mas, infelizmente, não temos mais os dados da ERB, não temos as [imagens das] câmeras, e essa é a razão da minha moderação. Não existe crime perfeito, mas infelizmente não temos mais os dados completos.

Mas existe algo palpável, algum fato novo?

Temos novidades, sim. Não tenho uma previsão [de quando será divulgado], porque há coisas que faço questão de não saber, mas, sim, as equipes me informaram que conseguiram avançar… até onde, não posso dizer. Teremos de esperar. Mas acredito que vamos chegar a uma solução do crime, sim.

TOM COSTA / MJSP

Mudando de assunto, como o crime organizado se entrelaça às atividades ilegais na região da Amazônia?

Nós temos hoje no Brasil algo muito além das quadrilhas do tipo tradicional: temos organizações de tipo mafioso, com face legal, operadas por empresas e que estão em vários negócios visíveis — um prédio residencial, uma imobiliária, revenda de automóveis etc. E ela também penetra na política. São organizações tipo máfia que se implantaram na Amazônia, exatamente pela ausência estatal, entre as quais está o PCC.

É o chamado narcogarimpo, uma atividade que demanda grandes investimentos, não é mais aquela imagem [do garimpo] de Serra Pelada, dos anos 1970 e 1980. Desde os episódios do Vale do Javari, do assassinato do Dom Phillips e do Bruno Pereira, isso ficou bem evidente. Você tem organizações criminosas atuando na Amazônia em atividades aparentemente legais – como venda de aviões, barcos, comida, combustível etc… É o avanço do narcogarimpo, na prática.

Como resolver?

Há dois problemas muito fortes na Amazônia. Primeiro, há a questão social, pois a Amazônia tem os piores indicadores sociais do Brasil. Você não enfrenta o narcogarimpo, narcotráfico, a caça ilegal, a exploração ilegal de madeira e a pesca ilegal só com policiamento. Se você não melhora as condições sociais do povo amazônico, como você vai dizer para o cara para deixar de ser “soldado” do narcogarimpo, ganhando R$ 3 mil por mês, para oferecer um Bolsa Família de R$ 700? O Bolsa Família é bom, mas apenas como incentivo para as condições brasileiras, claro. Em termos de incentivo econômico, é claro que ele se sente mais atraído [pelo garimpo] porque não há alternativa.

É necessário elevar as condições de vida do povo da Amazônia como uma prioridade brasileira relativa à proteção ao meio ambiente. É cruzando sustentabilidade ambiental com sustentabilidade social. E o segundo problema é exatamente essa ampliação do poder bélico dessas quadrilhas criminosas. Isso realmente exige a qualificação da presença estatal na Amazônia.

Como o governo federal pode fortalecer as ações contra crimes ambientais na região?

Formulamos um programa, que apresentamos ao BNDES, uma proposta de estruturar o trabalho, com policiamento ambiental na Amazônia e uma coordenação nacional – que, hoje, não existe.

Inicialmente, estamos dimensionando R$ 1,3 bilhão, porque, com isso, conseguiremos implantar uma companhia de policiamento ambiental da Força Nacional numa cidade da Amazônia, ainda a ser decidida e ainda sem um efetivo fechado, mas certamente seria algo em torno de mil policiais.

Implantaríamos a companhia de policiamento ambiental da Força Nacional e daria para comprar equipamentos para, em cada estado, ter um pelotão desta companhia, cada um com um helicóptero, com efetivo, armamento e, portanto, com uma coordenação regional. Também compraríamos equipamentos para a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

Nós já criamos a diretoria de Amazônia e Crimes Ambientais na Polícia Federal. Foi uma das decisões mais certas que a gente tomou. Saímos, em 2022, de algo em torno de 30 operações da Polícia Federal na Amazônia contra o garimpo ilegal para mais de 300 neste ano. Em cinco meses destruímos mais de 300 garimpos, centenas de balsas, e por aí vai. Hoje temos um delegado da Polícia Federal só dedicado [ao combate] aos crimes ambientais. Foi uma das decisões mais certas que a gente tomou. Todos os indicadores de atuação da PF na Amazônia melhoraram, sem exceção, inclusive as condições da água, com a diminuição de mercúrio.

Quais os resultados das ações do Conselho Nacional da Amazônia, gerido no governo anterior pelo ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão?

Não funcionou aquilo lá. Não funcionou porque, primeiro, me parece que se gastou muito em GLO [operações de Garantia da Lei e da Ordem, sob comando estritamente militar] ambiental, eu acho, mas não sei nem para onde foi esse dinheiro, para ser franco. Quer dizer, o Conselho da Amazônia [Legal, CNAL], eu não sei como está hoje, não sei como ficou. Tinha aquela [operação] Verde Brasil, uma GLO ambiental, realmente se gastou [verba pública] naquilo. Mas ficou algum legado? Não, não tem. Nem o campo político deles [bolsonaristas] acreditava naquilo. Não tinha articulação com os estados e nem comando político, que dizia o contrário [da política ambiental]: “toquem fogo”, dizia, “matem, comprem armas”. É claro que, naquele ambiente, nem que ele [Hamilton Mourão] tivesse boa vontade, era impossível alguma coisa dar certo.

O bolsonarismo ainda está entranhado nas instituições?

Ainda temos problemas [com bolsonaristas] na PF, na PRF, nas Forças Armadas, sim, mas temos um comando que no dia 1º de janeiro não tínhamos, nem no dia 2, nem no dia 3, nem no dia 8 de janeiro. Quer dizer, fomos ocupando o comando das instituições, apesar das dificuldades, das resistências. Ocupando com uma cultura institucional, assim, de respeito ao direito das pessoas, e estamos avançando nesse caminho.

No governo anterior, uma secretaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Seopi, foi acusada de espionar oponentes. O que o senhor encontrou dessa estrutura?

O que chegou na minha mão, antes do dia 8 de janeiro, foi um relatório da PF. Depois, apareceu que alguns órgãos regionais desse sistema de inteligência, que era a Seopi [Secretaria de Operações Integradas], hoje chamada de Diop [Diretoria de Operações Integradas e Inteligência], que fica dentro da Senasp [Secretaria Nacional de Segurança Pública]. Eram alguns relatórios regionais, do Norte e do Nordeste, falando em mobilizações, caravanas, acampamentos etc.

Hoje, nós temos, de ilegal, a identificação daquele documento que levou à operação da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno [em regiões indicadas por pesquisas eleitorais como redutos do então candidato a presidente Lula]. Este documento foi produzido aqui, dentro do Ministério da Justiça. O BI [Business Intelligence] do Ministério foi utilizado para extrair dados sobre desempenho de candidatos, para concentrar operações da Polícia Rodoviária Federal [em locais onde Lula havia tido melhor desempenho no primeiro turno] no segundo turno da eleição. Isso foi feito aqui no Ministério da Justiça. Houve, de fato, essa produção de dados. Agora, coisas pretéritas, ilegais de um modo geral, eu realmente nunca tive conhecimento. Além disso, foram feitas outras, uma muito conhecida, aquela história dos policiais antifascistas. Fora isso, realmente não ficaram, digamos, dados materiais dessa atuação.

Houve espionagem contra movimentos sociais ou oponentes do governo anterior?

Até hoje eu não posso afirmar nem que sim nem que não, porque até hoje não chegou nada na minha mão nesse sentido. Pode ser que, mais na frente, chegue algo, mas nunca houve isso.

Como o Ministério da Justiça controla movimentos suspeitos de terrorismo?

Aqui no Ministério da Justiça, não fazemos esse tipo de trabalho, de modo organizado, não mais — e nem a PF. Hoje, nossa orientação com a PF é investigação de crime, inquérito, não tem nenhum tipo de trabalho de inteligência. Aqui no Ministério, isso tudo, hoje, está praticamente desativado. A Polícia Judiciária não é agência de inteligência.

Existe o informe de inteligência? Não existe. Existe o da Abin [Agência Brasileira de Inteligência], que hoje eu recebo como devo receber: por escrito, no envelope, que é tarefa da inteligência. A inteligência que existe aqui é a de segurança pública. Não é uma inteligência “política”. A inteligência de segurança pública aponta que será feita uma operação contra o garimpo ilegal, com levantamento de informações, e por aí vai. Mas inteligência “política” é zero, aqui é zero. Não há no ministério nem na PF.

Qual a sua posição sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas?

A meu ver, a instância que vai definir isso é o Supremo Tribunal Federal. Acho que a ideia de marco temporal não passa.

Mesmo que o Congresso aprove a regra?

O Supremo vai prevalecer. Se o Supremo disser, é o Supremo quem está interpretando a Constituição. Então, se você vota uma lei, é óbvio que essa lei não é maior do que o Supremo fixar. Se passar no Congresso, não terá um caráter superior à interpretação que o Supremo vier a fixar sobre o artigo 231 [relativo aos direitos dos povos indígenas].

Como o governo deve encaminhar as demarcações?

Teremos reunião no ministério, com a Casa Civil, o MPI [Ministério dos Povos Indígenas], MGI [Ministério da Gestão e Inovação], para discutir a nova regra. Antes era aqui, depois passou para o MPI, agora veio a lei e voltou para cá, mas não queremos, de forma alguma, que o MPI fique sem função no âmbito das demarcações. A ideia hoje vigente é criar uma espécie de portaria conjunta, minha com o MPI, com a Casa Civil, eventualmente, que regule o processo de demarcação, via Funai e MPI. Aqui, fazemos uma análise da legalidade, da compatibilidade com os procedimentos legais, e mandamos para o presidente [Lula]. A tendência é essa: conversamos bastante, eu e Sônia [Guajajara]. Não passa pela minha cabeça a ideia que o Ministério da Justiça esvaziará o MPI. Por força da lei, por uma decisão do Congresso, participaremos também [das demarcações], mas acredito que o nascimento dos processos de demarcação deve continuar no MPI.

O agro quer o marco temporal. Qual o modelo de demarcação o senhor defende?

Acho que o voto que o ministro Alexandre de Moraes apresentou é um voto adequado, porque afasta o marco temporal – ele diz que não existe esse marco, de 1988 –, mas ao mesmo tempo aponta caminhos intermediários, adianta algumas orientações, que me parecem razoáveis porque há o cotejo de direitos. Uma coisa é um território na Amazônia em que houve uma grilagem, outra, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, são áreas ocupadas por cidades inteiras. Você vai remover essas cidades? Ele [ministro Moraes] diz: “Não, pode haver algum tipo de compensação negociada, pactuada”. Então, acho que é uma boa saída, justa, pois preserva também os direitos que, às vezes, são centenários. Às vezes você tem pessoas cujas famílias estão morando [na área originalmente indígena] há 100, 200 anos, então não tem como retirar. Inclusive, o caso em julgamento no Supremo refere-se a pequenos agricultores de Santa Catarina, contra a demanda dos indígenas Xokleng.

 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou que vai editar um decreto para ampliar o ensino cívico-militar no Estado. A decisão contrapõe o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que decidiu acabar com o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), um dos pilares da política de educação da gestão de Jair Bolsonaro (PL), como revelou reportagem do Estadão/Broadcast nesta quarta-feira (12).

"Fui aluno de Colégio Militar e sei da importância de um ensino de qualidade e como é preciso que a escola transmita valores corretos para os nossos jovens. O @governosp vai editar um decreto para regular o seu próprio programa de escolas cívico-militares e ampliar unidades de ensino com este formato em todo o Estado", disse o governador em publicação nas redes sociais.

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Além de Tarcísio, os governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), anunciaram que irão manter o programa. Os três apoiaram Bolsonaro na eleição passada - Tarcísio foi ministro da Infraestrutura do ex-presidente.

A decisão do governador é um aceno ao bolsonarismo, de quem sofreu ataques na semana passada após articular pela aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. Apoiadores do ex-presidente foram às redes sociais para criticar a decisão do governo de Lula de extinguir o programa das escolas cívico-militares. Ex-vice-presidente da República, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) chamou a medida de "revanchista".

Segundo revelou o Estadão/Broadcast, a decisão de extinguir o Pecim, tomada em conjunto pelos ministérios da Educação (MEC) e da Defesa, deve ser implementada até o fim do ano letivo, conforme documento enviado aos secretários estaduais de Educação.

Segundo o MEC, haverá desmobilização do pessoal das Forças Armadas lotado nos colégios vinculados ao programa, bem como a adoção gradual de medidas que permitam encerrar o ano na "normalidade necessária aos trabalhos e atividades educativas".

Foram quatro os motivos para o fim do programa, conforme nota técnica do MEC. Além do desvio de finalidade das Forças Armadas, a pasta entende que há um problema de execução orçamentária no programa e que os investimentos poderiam ser mobilizados em outras frentes. Outras justificativas são falta de coesão com o sistema educacional brasileiro e o modelo didático-pedagógico.

O Ministério da Educação (MEC) começou, esta semana, o processo de extinção do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim). A decisão, que impacta cerca de 200 escolas nas cinco regiões do país, foi comemorada e criticada. Para alguns, o modelo precisa ser extinto e não está em conformidade com o papel da escola pública. Para outros, o modelo gera resultados e deve ser mantido.

Para a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a medida é uma vitória, pois o modelo cívico-militar é “um modelo de escola que acaba privando os estudantes de ter liberdade de expressão”. Para a presidenta da entidade, Jade Beatriz, o modelo “não apoia a formação do pensamento crítico e acaba excluindo uma parcela dos estudantes”.

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Segundo Beatriz, a escola precisa ser democrática e deve incentivar um maior protagonismo dos estudantes. “Hoje, ter essa vitória representa muito para gente. Mas, de toda forma, a gente continua lutando para que, além de serem democráticas, as escolas tenham infraestrutura adequada e também haja o fortalecimento das escolas técnicas”.

Para ela, papel da educação é “fazer com que você vá para além dos muros da escola, que consiga se questionar o que vive hoje. É preciso garantir que a escola seja um instrumento não só de combate à desigualdade social, mas consiga contribuir para formação de pensamento crítico”.

Já o diretor do Colégio Estadual Beatriz Faria Ansay Cívico-Militar, localizado em Curitiba, no Paraná, Sandro Mira, recebeu a notícia com preocupação. “Claro que não é uma notícia boa, visto que a implantação do programa foi uma grande vitória, um grande presente para nossa comunidade”.

O colégio chegou a ser citado como modelo pela gestão de Jair Bolsonaro na divulgação do balanço do programa no final do ano passado. O caso do Colégio Estadual foi tido como exemplo ao alcançar a meta estabelecida para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

“Nosso colégio era totalmente desacreditado, tanto por parte da comunidade, quanto por parte dos governantes. Por essa razão, foi um dos selecionados para entrar no programa e, a partir do trabalho, com valores em cima dos nossos alunos, professores e funcionários, nós conseguimos fazer uma transformação no colégio, tanto na parte estrutural, quanto na parte pedagógica e social dos nossos alunos. Hoje a gente tem um colégio que é bonito, que é cuidado pela comunidade. Não existe depredação no nosso colégio”, diz Mira.

Escolas cívico-militares

O Pecim era a principal bandeira do governo de Bolsonaro na educação. Ao longo da implementação, o modelo recebeu elogios, mas também uma série de críticas e de denúncias de abusos de militares nas escolas e de exclusão de professores e alunos. Acabar com o programa é, da mesma forma, uma bandeira do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Esta semana, o MEC enviou um ofício aos secretários de Educação informando que o programa será finalizado e que deverá ser feita uma transição cuidadosa das atividades para não comprometer o cotidiano das escolas.

O programa é executado em parceria entre o MEC e o Ministério da Defesa. Por meio dele, militares atuam na gestão escolar e na gestão educacional. O programa conta com a participação de militares da reserva das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares. A proposta do modelo cívico-militar é que militares atuem na administração escolar e na disciplina de estudantes, enquanto os professores são responsáveis pela parte pedagógica.

O modelo tem regras rígidas de aparência para os estudantes. Coque para as meninas e o chamado “cabelo no padrão baixo”, cortado com máquina dois, para os meninos. Adereços como piercings não são permitidos.

Rede Nacional de Pesquisa

De acordo com a professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) e integrante da Rede Nacional de Pesquisa em Militarização da Educação, Catarina de Almeida Santos, o modelo cívico-militar não está em conformidade com a legislação educacional, que não prevê, em lei, a atuação de militares nas escolas. E, além disso, segundo ela, é excludente.

Assim, o ofício enviado pelo MEC às secretarias, a professora afirma, é um primeiro passo para a desmobilização do modelo, mas é necessário que um decreto de fato extinga o programa e, depois disso, sejam tomadas outras medidas para coibir que estados e municípios sigam implementando esse regime nas escolas públicas.

“Para além das escolas militarizadas pelo Pecim, o próprio programa teve um impacto enorme na ampliação da militarização. Por conta própria, em estados e nos municípios. A gente tinha, no início de 2019, cerca de 200 escolas militarizadas. Hoje temos mais de 1 mil”, diz, Santos. “O Governo Federal tem um papel na coordenação dessa política e na definição de diretrizes. Isso é prerrogativa exclusiva da União, definir diretrizes para a educação nacional”.

Catarina ressalta que o modelo é excludente, na medida que acaba deixando de fora aqueles que “não se adequam” a ele. Esses estudantes e professores são transferidos ou são levados a pedir transferência para outras escolas da rede. “O que vimos nesse processo foi isso, a exclusão dos estudantes que dizem que não se adequam ao processo, além do impedimento [de professores] de trabalhar temas que eles entendem que não condiz com a escola. Isso que a gente tem observado nesse processo de militarização, que não é exclusivo das escolas do Pecim, mas que é da lógica dos militares”.

De acordo com a professora, o papel da escola pública é ser um espaço que “acolhe todas as crenças, todas as orientações. Pública é para isso, para atender a todas as pessoas”, diz.

Razões do MEC

Em nota técnica, em que analisa o programa, o MEC conclui que as características do programa e a execução, até agora, indicam que a manutenção não é prioritária e que os objetivos definidos para sua execução devem ser perseguidos mobilizando outras estratégias de política educacional.

A nota, assinada pelo Secretário de Educação Básica substituto Alexsandro Santos desaconselha a manutenção do programa por entender que há problemas de coesão/coerência normativa entre sua estrutura e os alicerces normativos do sistema educacional brasileiro. Além disso, induz o desvio de finalidade das atividades das forças armadas, “invocando sua atuação em uma seara que não é sua expertise e não é condizente com seu lugar institucional no ordenamento jurídico brasileiro”.

A nota técnica acrescenta que a execução orçamentária dos recursos de assistência financeira destinados às escolas do Programa ao longo dos anos de 2020, 2021 e 2021 foi irrisória, comprometendo investimentos que poderiam ser mobilizados em outras frentes prioritárias do MEC.

Por fim, a análise conclui que a justificativa para a realização do programa “apresenta-se problemática, ao assumir que o modelo de gestão educacional, o modelo didático-pedagógico e o modelo de gestão administrativa dos colégios militares seriam a solução para o enfrentamento das questões advindas da vulnerabilidade social dos territórios em que as escolas públicas estão inseridas e que teriam as características necessárias para alcançar o tipo de atendimento universal previsto para a educação básica regular, ignorando que colégios militares são estruturalmente, funcionalmente, demograficamente e legalmente distintos das escolas públicas regulares”.

 

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticaram, nessa quarta-feira (12), a decisão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares. O programa era uma dos principais pilares do Ministério da Educação na gestão anterior.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chamou a decisão de Lula de "revanchista" e disse que ao atual governo "o que interessa é doutrinação ideológica". O filho do ex-mandatário fez coro à fala do também senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente de Bolsonaro.

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"Pais e mães, militares e carentes, que podiam matricular seus filhos nas exemplares escolas cívico-militares são as mais novas vítimas dos "vingadores" (vingativos)", escreveu Flávio no Twitter.

O filho de Bolsonaro usou o termo em referência à resposta do ministro da Justiça, Flávio Dino, após ter sido acusado, pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), de se omitir durante atos de 8 de janeiro. "Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores", disse à época.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, considerou o encerramento como "vingativo". "O 'V' da vingança venceu, mesmo que seja contra alunos inocentes e o lindo futuro que lhes está sendo tomado", escreveu também nas redes sociais. "Nossa solidariedade aos alunos, às mães e aos pais por esse atentado de um governo que mostra não ser capaz de se libertar dos radicalismos de ideologias contra o povo. Vai passar."

O senador Rogério Marinho (PL-RN) considerou a medida um "retrocesso". "Lamentável retrocesso de uma política pública ideológica, que teima em desconhecer os resultados excelentes da educação baseada na disciplina, valores, e conteúdos conectados com a sociedade", afirmou.

A decisão foi definida como "absurda" pela deputada federal Bia Kicis (PL-RJ). O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) gravou um vídeo criticando o fim do programa. Ele afirmou que "as escolas cívico-militares foram uma forma de o governo Bolsonaro de remediar um processo de destruição acadêmica." Num posicionamento similar ao de Flávio Bolsonaro, o parlamentar disse ainda que "a educação brasileira se tornou um ambiente de doutrinação" durante a gestão de Lula.

O deputado federal Daniel Freitas (PL-SC) disse que a decisão teria sido tomada por "caprichos e vinganças meramente políticas da pasta da educação".

O encerramento do projeto foi criticado também pelo deputado estadual do Rio Grande do Sul Rodrigo Lorenzoni (PL), filho de Onyx Lorenzoni (PL-RS), que esteve à frente dos ministérios da Casa Civil, da Cidadania e do Trabalho e Previdência durante a gestão de Jair Bolsonaro. Para Rodrigo, o encerramento "é a prova de que Lula e a esquerda estão dispostos a destruir nosso país através da educação e da economia".

O deputado estadual Carmelo Neto (PL-CE) também classificou a decisão do governo Lula como "retrocesso". O parlamentar, eleito como o mais votado nas eleições estaduais do Ceará, afirmou que essa era "a única agenda" do governo Lula.

Fim do programa

O fim das escolas cívico-militares foi decidido pelo MEC em conjunto ao Ministério da Defesa. Nesta quarta, a pasta enviou um ofício a todas a Secretarias de Educação com a ordem de finalização do programa, que deve ser executada de maneira gradual até o fim deste ano letivo. O MEC pede que a transição seja feita de forma "cuidadosa" para não comprometer o "cotidiano das escolas e as conquistas de organização que foram mobilizadas pelo programa".

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (11) o projeto de lei (PL) que cria o programa Escola em Tempo Integral. O texto do PL 2.617/2023 permite à União financiar a abertura de matrículas em período integral nas escolas de educação básica, por meio de transferências para estados e municípios. O programa foi uma iniciativa do governo federal e, agora, vai à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para entrar em vigor.

Coordenado pelo Ministério da Educação (MEC), o programa é um mecanismo federal de fomento à expansão das matrículas de educação básica em tempo integral nas redes estaduais e municipais. A adesão ao programa é opcional, mas a meta inicial é criar 1 milhão de novas matrículas em tempo integral nos próximos anos.

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O governo federal estima que serão disponibilizados cerca de R$ 4 bilhões para aumentar a oferta de educação em tempo integral, permitindo que estados e municípios possam expandir as matrículas em suas redes. Até 2026, segundo o MEC, a meta é chegar a 3,2 milhões de matrículas.

Pelas regras estabelecidas no projeto, serão consideradas matrículas em tempo integral aquelas em que o estudante permanece na escola ou em atividades escolares por tempo igual ou superior a 7 horas diárias ou a 35 horas semanais em dois turnos. Apenas as matrículas criadas ou convertidas em tempo integral a partir de 1º de janeiro de 2023 poderão ser contadas para fins de participação no programa. O projeto determina que as matrículas pactuadas no âmbito do programa sejam registradas no Censo Escolar, que será uma das principais referências para a prestação de contas.

Além do fomento, o texto prevê assistência técnica e financeira do governo federal às redes de ensino para induzir a criação de novas matrículas em tempo integral, da educação infantil ao ensino médio, bem como a conversão de matrículas em tempo parcial para tempo integral.

Violência escolar

Em outra deliberação no plenário, o Senado aprovou nesta terça o projeto da Câmara dos Deputados que obriga o Poder Executivo a implantar um serviço de monitoramento de ocorrências de violência escolar. O PL 1.372/2022 determina que o serviço, chamado Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas, seja criado pelo Poder Executivo em articulação com os estados, municípios e o Distrito Federal. O texto também segue para sanção.

*Com informações da Agência Senado.

Hawa, de 18 anos, gostava de competir com sua prima pelas melhores notas na escola, até que oito meses atrás ela engravidou.

"Estudávamos muito juntas, eu era uma das melhores da classe", garantiu Hawa à AFP.

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As jovens grávidas de Serra Leoa puderam voltar à escola desde que, em 2020, suspendeu-se uma medida que as mantinha fora das salas de aula. No entanto, assim como acontece com outras políticas progressistas adotadas pelo presidente Julius Maada Bio, falar é mais fácil que fazer.

De um lado, as outras alunas zombavam impiedosamente de Hawa. Do outro, sua mãe parou de enviar dinheiro. Ela acabou abandonando a escola grávida de seis meses, vendo a prima avançar sozinha nos estudos.

Alguns dos pilares do governo de Bio, que concorre à reeleição nas eleições de sábado, foram a educação das mulheres e seus direitos. Em entrevista à AFP, ele admite que, inicialmente, resistiu em permitir que adolescentes grávidas fossem à escola.

"Fui totalmente contra isso há alguns anos, mas percebi que estava errado", reconheceu.

Segundo o presidente, elas "estão em seus anos de formação e, se as punirmos pelo resto de suas vidas, seremos injustos com elas, seremos injustos com a sociedade".

- Ciclos de pobreza -

A gravidez na adolescência é um fenômeno generalizado em Serra Leoa, embora a falta de dados impeça saber quantas permanecem na escola.

Em 2021, um ano após o fim da proibição, o censo escolar nacional identificou 950 estudantes grávidas no país.

Um estudo desenvolvido em 2019 pelo governo descobriu que 21% das mulheres e meninas de 15 a 19 anos estavam grávidas, ou deram à luz. Com isso, o estudo sugere que milhares de jovens podem ter desistido da escola.

Nadia Rasheed, representante local do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), comentou que manter as meninas na escola é "fundamental para quebrar os ciclos de pobreza e desigualdade em Serra Leoa".

Kadi, de 18 anos, esperava que a educação fosse a chave para um futuro melhor. Ela e sua irmã foram criadas pela avó e sempre estudaram muito. Mas sua avó morreu em um acidente de trânsito e, dois anos depois, sua irmã adoeceu e também faleceu. O namorado dela, um pescador, passou a ajudar nas despesas de seus estudos. Em seus planos, ela estudaria medicina e depois eles se casariam.

Ela engravidou aos 17 anos, no entanto, e não resistiu ao bullying na escola.

Kadi deseja refazer as provas que perdeu no ano letivo em que desistiu, mas teme ter ficado muito para trás.

"As comunidades não vão mudar sozinhas, as escolas não vão mudar sozinhas. Acho que ninguém esperava que fosse um sucesso imediato", disse a pesquisadora Regina Mamidy Yillah.

"Ainda assim, reverter a proibição (...) é realmente um passo gigantesco em direção à igualdade", completou.

- Expectativa vs. Realidade -

Várias políticas progressistas do presidente Bio enfrentam desafios parecidos.

As políticas adotadas são elogiados por organizações ocidentais e por entidades da ONU que operam em Serra Leoa desde a guerra civil de 1991-2002. Na prática, porém, elas entram em conflito com os valores tradicionais, ou não correspondem às expectativas.

O governo de Bio fornece absorventes higiênicos gratuitos para estudantes e investe mais de 20% do orçamento em educação.

Mas muitos reclamam que, apesar da política de educação "gratuita", os alunos devem pagar por alguns livros, transporte, uniformes, sapatos, meias e material escolar.

Famílias ouvidas pela AFP disseram, também, que os alunos são cobrados, informalmente, por muitos professores. Eles pedem sabonete, papel higiênico, material de limpeza e exigem dinheiro — sob ameaça de espancamento.

Os planos para descriminalizar o aborto, celebrados internacionalmente quando anunciados em julho, não avançaram.

Bio assinou uma nova lei de igualdade de gênero em janeiro para aumentar o número de mulheres trabalhando nos setores público e privado.

Embora as pessoas esperassem uma cota de 30% para mulheres legisladoras, esta lei exige apenas que um terço dos candidatos parlamentares sejam mulheres.

A mesma lei diz também que o presidente poderia considerar "a possibilidade" de nomear 30% de mulheres em seu gabinete.

O Institute for Governance Reform (IGR), um grupo de pesquisa, projeta que entre 26% e 30% dos legisladores eleitos no novo parlamento serão mulheres.

Para a AFP, Bio afirma que está empenhado em garantir que pelo menos 30% de seu gabinete seja feminino.

"Algo para pensar é como vamos fazer isso", acrescentou o líder de Serra Leoa.

O mês de julho se aproxima e com ele as férias escolares. É temporada de descanso para a criançada e trabalho redobrado para pais ou responsáveis, que enfrentam o desafio de encontrar a melhor programação para os filhos, colocando na balança o custo/benefício. Uma opção para este período são os acampamentos educativos, onde crianças e adolescentes participam de atividades recreativas.

“Através dos jogos, dinâmicas, brincadeiras, trilhas, oficinas, entre outras atividades, conseguimos desenvolver nas crianças e jovens autoestima, independência, confiança, responsabilidade e muitos outros constructos ao longo de cada temporada. Por meio dessas brincadeiras, formamos, educamos e criamos laços fraternos”, ressalta Rose Jarocki, idealizadora e coordenadora geral da Cia do Lazer, empresa que há 34 anos atua no mercado de eventos de recreação, entretenimento e lazer. 

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Em um espaço de sete hectares, localizado em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, a empresa promove acampamentos educativos integrando crianças e adolescentes entre 7 e 18 anos, onde são desenvolvidas atividades recreativas, com toda a segurança necessária e acolhimento para o público alvo e seus responsáveis. Para incentivar a interação entre os participantes, durante os acampamentos, as crianças e os adolescentes ficam desconectados do mundo virtual.

Temporadas - Este ano, a temporada será dividida em quatro períodos. O primeiro ocorre entre os dias 5 e 9 de julho e é voltado para crianças entre 7 e 14 anos. O segundo, que contempla a mesma faixa etária, ocorre entre os dias 17 e 21 de julho. Já o acampamento Teen, direcionado para os adolescentes entre 15 e 18 anos, será realizado nos dias 24, 25 e 26 de julho. O último período ocorre nos dias 29 e 30 de julho e é voltado para atividades que envolvem toda a família. Ao todo, são 160 vagas para o público até 14 anos (80 em cada período) e 40 vagas para a Temporada Teen. O valor do investimento varia entre R$900 e R$1.595 e inclui a estadia, atividades monitoradas, além de seis refeições diárias. As reservas podem ser feitas por meio do site: www.companhiadolazer.com.br ou pelos telefones: (81) 99127.9530 e (81) 99242.7435.

Para garantir a segurança dos acampados e a tranquilidade dos responsáveis, a Cia do Lazer investe em uma equipe multidisciplinar qualificada. O acampamento é monitorado 24 horas por dia. São quase 90 profissionais, entre educadores físicos, pedagogos, psicólogos, além das equipes de cozinha e manutenção que atuam direta e indiretamente na vigilância e desenvolvimento das crianças e adolescentes. “Existe um conjunto de processos que são seguidos, o que garante o bem físico e psicológico de todos.  Nossa estrutura foi desenhada para este propósito. Toda nossa equipe é treinada e capacitada para atuar com este tipo de trabalho. As atividades têm como foco a criança, estimulando que ela consiga vencer seus desafios ao longo da temporada”, explica Jarocki, que além de atuar na gestão da Cia do Lazer é graduada em educação física e pedagogia.

Ao longo dos 34 anos, mais de 10 mil crianças e adolescentes já passaram pelo acampamento da Cia do Lazer e a taxa de regresso em temporadas seguintes é de 70%. “Eu sempre digo que o desapego é sobretudo um ato de amor. Permitir que o filho ou filha participe de uma experiência exitosa como esta é fundamental para o crescimento da criança e de toda a família. Este é um processo de transformação e crescimento e é importante que a família também esteja pronta para dar este passo. Pode ser uma grande oportunidade de ajudar a criança ou adolescente a desenvolver autoconfiança, independência, responsabilidade e sobretudo ser protagonista de suas escolhas”, salienta Rose.

Serviço:

 ACAMPAMENTO DE INVERNO DA CIA DO LAZER

Temporada 1: 5 a 9 de julho (crianças e adolescente de 7 a 14 anos)

Temporada 2: 17 a 21 de julho (crianças e adolescente de 7 a 14 anos)

Temporada Teen: 24, 25 e 26 de julho (adolescentes entre 15 e 18 anos)

Temporada pais e filhos: 29 e 30 de julho (valor a combinar)

Valor do investimento: entre R$900 e R$ 1.595 (taxa de transporte de volta não inclusa)

Local: Cia do Lazer - Ilha do Álvaro s/n - km 3 - Estrada Porto / Serrambi Ipojuca

Outras informações: https://www.companhiadolazer.com.br ou pelos telefones: (81) 99127.9530 / (81) 99242.7435

Da assessoria

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PT-MA), após realizar discurso no Senado Federal nessa segunda-feira (19), usou suas redes sociais para tecer comentários sobre o que se sabe do atentado a uma escola estadual de Cambé, no Paraná. O governista voltou a mencionar a influência dos discursos nazifacistas na internet, além da cultura armamentista como dois dos principais fatores por trás da organização de grupos terroristas.

Essas teses, que já são desenvolvidas há, pelo menos, duas décadas, têm sido mencionadas desde o início do atual governo. O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, também havia citado as organizações on-line de extrema-direita como possíveis responsáveis por atentados anteriores, como os em Aracruz, em dezembro; e o atentado a uma creche em Blumenau, em abril deste ano.

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“É óbvia a relação entre crescimento de ataques contra escolas com apologia do ódio e proliferação de grupos neonazistas na internet. Esse é o ambiente social que impulsiona os psicopatas, inclusive os que se escondem atrás da suposta defesa da “liberdade”. Liberdade de matar?”, perguntou Flávio Dino, em uma rede social.

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Ainda na segunda-feira (19), no Senado, Flávio Dino falou sobre a regulação da internet através de projetos de lei como o 2.630 e

“Nós estamos vendo em relação à juventude, de um modo geral, ainda a difusão de uma cultura da violência, belicista [armas], e as consequências nós estamos vendo nas escolas, por exemplo. Não há questão democrática mais fundamental, não há questão social, questão de segurança pública mais importante hoje, no mundo e no Brasil, que não seja essa”, declarou.

Em seguida, usou como exemplo de incitação ao ódio a fala recente do pastor bolsonarista Anderson Silva que, em uma live no YouTube, pediu que fiéis levassem mais a sério suas orações e pedissem a Deus para derrubar os “inimigos”. “Senhor arrebenta a mandíbula do Lula. Senhor, prostra enfermos os ministros do STF”, disse o pastor.

“Por isso, estamos priorizando essa ideia de uma nova lei brasileira que consiga fazer com que a internet funcione melhor. Não é censurar, é combater crime, o que não é questão de opinião. Você dizer que acha o prefeito Axel bom ou ruim é opinião. Agora dizer “eu vou quebrar a mandíbula do prefeito Axel”, isso não é opinião. É crime”, completou Dino.

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LeiaJá também

--> 'Morre segunda vítima de ataque a tiros em escola do Paraná' 

--> 'Ataque: alunos atingidos por disparos eram namorados' 

O ataque a tiros ocorrido na manhã desta segunda-feira (19) em uma escola em Cambé, no Paraná, que deixou uma aluna morta e um aluno gravemente ferido, foi o sétimo desse tipo registrado neste ano no Brasil. Segundo o Instituto Sou da Paz, que em abril passado lançou um estudo reunido informações sobre ataques praticados dentro de escolas brasileiras desde 2002, este é o recorde de casos em um mesmo ano.

Em apenas seis meses já foram registrados mais casos do que no ano inteiro de 2022, até então o recordista, com seis ataques em escolas. O terceiro ano com mais casos foi 2019, com três episódios.

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Dos 22 anos analisados, em 12 não houve nenhum ataque em escolas. Em 2002 ocorreu um caso, em 2003 mais um, em 2011 foram dois, em 2012 houve um, em 2017 mais um, em 2018 também um, em 2019 foram três, em 2021 ocorreram dois, em 2022 foram seis e este ano já soma sete casos.

Desde 2002 foram contabilizados 25 ataques, com 139 vítimas: 46 pessoas morreram e 93 sobreviveram. As armas de fogo foram usadas em 12 casos (48% do total) e geraram 35 mortes (76% do total). Outras armas, cortantes ou perfurantes, foram usados em 13 casos (52% do total) e causaram 11 mortes (24% do total).

"O estudo mostra que a disponibilidade de armas em residências favorece esse tipo de crime e aumenta a letalidade, colocando em evidência o quão crucial é o controle do acesso e do armazenamento dessas armas para redução da letalidade destes eventos, já que ferimentos com armas brancas e de pressão são menos graves e têm mais chances de defesa, socorro e recuperação da vítima", afirma Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz.

Só homens - adolescentes ou adultos - praticaram os crimes. As maiores parcelas são de alunos (57%) e ex-alunos (36%) das escolas atacadas. Em pelo menos dois casos o agressor estava havia meses sem ir às aulas e não foi praticada nenhuma providência de busca ativa, o que, segundo o estudo, contribui para o isolamento e radicalização desses estudantes ao ficarem longe do ambiente escolar.

Em pelo menos 20 dos 25 casos houve planejamento por semanas ou meses. No ataque desta segunda-feira em Cambé, a polícia encontrou com o agressor anotações sobre ataques em escolas, incluindo um de Suzano, em São Paulo.

"Este diagnóstico reforça tanto um diálogo entre os casos e os autores como reforça que há um prazo hábil para que funcionários, professores, alunos e pais possam notar mudanças de comportamento ou até atos preparatórios e consigam tomar medidas para intervir precocemente e prevenir os ataques", registra o Instituto Sou da Paz. "É necessário estruturar e preparar a comunidade escolar para identificar os sinais antes dos ataques e agir com eficácia", recomenda texto divulgado pela entidade nesta segunda-feira.

Os estudantes chilenos terão que voltar a usar máscara de proteção nas escolas, diante do maior surto já registrado no país do vírus sincicial respiratório (VSR), anunciou nesta terça-feira (13) o Ministério da Saúde.

"Iremos estabelecer o uso obrigatório de máscara nas instituições de ensino até o fim do alerta sanitário, em 31 de agosto", declarou a ministra Ximena Aguilera. A medida é válida para os estudantes com mais de 5 anos.

O vírus afeta, principalmente, crianças com menos de 1 ano, faixa etária em que pode ser fatal. Segundo dados do Instituto de Saúde Pública, já foi registrado neste ano um recorde de 18.728 casos positivos de vírus respiratórios, com seis mortes de menores de 1 ano.

A circulação do VSR é habitual no Chile durante o inverno. O alerta disparou após a morte, no último dia 6, de um bebê de 2 meses diagnosticado com o vírus, que não conseguiu um leito para ser internado na região de San Antonio, a 120 km de Santiago. A única unidade de emergência infantil com vaga se encontrava a mais de 2.000 km de distância.

Mais tarde, soube-se que havia leitos disponíveis em uma clínica particular de Santiago. As diferentes versões de autoridades da área de saúde sobre o caso levaram hoje à renúncia do subsecretário de Redes Assistenciais, Fernando Araos.

O aumento das infecções mantém cheios os serviços de emergência pediátricos, onde a ocupação hoje era de 93%. Como medida preventiva, o Chile mantém em vigor o alerta sanitário.

Alunos da rede estadual de Pernambuco viralizaram nas redes sociais, nesta sexta-feira (2), após publicarem um vídeo relatando que passaram a semana comendo uma única refeição na merenda escolar, papa de aveia. De forma humorada, os estudantes se apresentam dizendo seus nomes e com o sobrenome “Papa”.

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“Foi papa segunda, papa terça, papa quarta, papa quinta e papa sexta”, dizem os alunos em formato de jogral. Eles pedem que a governadora Raquel Lyra (PSDB) “reaja, por favor”, para que o cardápio da merenda tenha uma variação maior.

A chefe do executivo estadual esteve presente no lançamento de um programa voltado para a educação em toda a rede pública, que tem como um dos eixos de base a segurança alimentar.

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