Tópicos | FABRÍCIO QUEIROZ

Ao todo, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ambos filhos do presidente Jair Bolsonaro, têm direito de nomear 113 pessoas no Congresso, o que gera uma folha de pagamento de quase R$ 1 milhão por mês. Como ambos ocupam cargos na estrutura do parlamento - Flávio é terceiro secretário do Senado e Eduardo é líder do PSL e presidente da Comissão de Relações Exteriores - eles possuem a prerrogativa de preencher vagas além das disponíveis nos seus gabinetes pessoais. Do total, 24 desses cargos têm salários acima de R$ 20 mil.

Em áudios divulgados pelo jornal O Globo, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), cita os cargos à disposição dos dois filhos do presidente e indica ao seu interlocutor o caminho para preenchê-los. "Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles em nada. '20 continho' aí para gente caía bem pra c*."

##RECOMENDA##

Em outro trecho divulgado pelo jornal, Queiroz menciona especificamente seu ex-chefe. "O gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores lá para conversar com ele. Faz fila. É só chegar: 'Meu irmão, nomeia fulano para trabalhar contigo aí'. Salariozinho bom, para a gente que é pai de família, p* que pariu, cai igual uma uva (sic)."

De acordo com O Globo, a mensagem de áudio foi enviada em junho - seis meses após o jornal O Estado de S. Paulo revelar documentos do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, agora Unidade de Inteligência Financeira) indicando "movimentações atípicas" de R$ 1,2 milhão em um ano nas contas de Queiroz. Flávio foi deputado estadual de 2003 a 2018.

O jornal mapeou os cargos e os salários nos gabinetes dos dois filhos de Bolsonaro e, também, em postos-chave que cada um ocupa como, no caso de Eduardo, a liderança do PSL e a Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Já Flávio tem aliados nomeados na Terceira Secretaria do Senado, que comanda, além dos gabinetes de Brasília e do Rio de Janeiro. O levantamento contabilizou os cargos que dependem exclusivamente da vontade dos dois parlamentares.

Apesar de poder gastar até R$ 500 mil por mês em verba para contratar funcionários, Flávio não utiliza todo o montante, segundo sua assessoria. Por mês, ele gasta R$ 366 mil da verba do Senado com os salários de 18 funcionários em seu gabinete na Casa, sete no escritório que mantém no Rio e quatro na Terceira Secretaria da Casa. Os valores variam entre R$ 27 mil (já com os descontos) a R$ 2 mil.

'20 continho'

Com Flávio, 9 das 29 pessoas nomeadas por ele ganham igual ou mais do que os '20 continho' mencionado por Queiroz no áudio, em referência ao salário de R$ 20 mil. Entre os contratados na estrutura comandada por Eduardo, 15 de 84 servidores recebem mais de R$ 20 mil.

O número de cargos que o deputado Eduardo Bolsonaro pode preencher aumentou significativamente nesta semana após ele vencer uma queda de braço no seu partido e ser confirmado líder do PSL. Com essa nova função, o filho "03" de Bolsonaro ganhou 71 cargos a mais para preencher. Segundo a assessoria do deputado, porém, ele manteve os nomes indicados pelo antigo líder, Delegado Waldir (PSL-GO). De Pequim, onde cumpre agenda oficial, Jair Bolsonaro disse que o filho herdou cargos preenchidos pelo seu antecessor na liderança. O número de vagas depende da quantidade de deputados que cada partido elegeu. O PSL é o segundo maior da Casa.

Defesa

Questionados, via assessoria, se há indicações políticas em seus gabinetes, Flávio e Eduardo não responderam até a conclusão desta edição. Em vídeo divulgado pelas redes sociais nesta quinta-feira, 24, à tarde, Flávio Bolsonaro negou que Queiroz influencie nas contratações do seu gabinete.

Já a defesa de Fabrício Queiroz disse que o áudio mostra o capital político do ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj, e afirma que não há indício de cometimento de crime. "Portanto, a indicação de eventuais assessores não constitui qualquer ilícito ou algo imoral, já que, repita-se, Fabrício Queiroz jamais cometeu qualquer ato criminoso." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro classificou como um "áudio bobo" a gravação atribuída ao ex-policial Fabrício Queiroz na qual o mesmo faz orientações sobre indicações políticas para cargos no Congresso e fala em uma "fila" no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Queiroz é alvo de investigações pelo período em que trabalhou como assessor de um dos filhos do presidente, o agora senador Flávio Bolsonaro.

"Sobre o Queiroz, alguém tem que ir atrás dele com o que ele falou. E outra, é um áudio bobo: 'tem fila na porta do Flávio'. Se tivesse fila todo mundo saberia", minimizou o presidente, em Pequim.

##RECOMENDA##

Bolsonaro disse, ainda, que a Justiça "já está cuidando" do caso Queiroz. Indagado sobre o fato de ex-assessor não ter prestado depoimento até o momento alegando questões médicas, o presidente disse que teve conhecimento de que ele se manifestou por escrito. "Não tenho nada a ver com esse caso. Ele é meu amigo desde 1985, meu soldado, mas desde desse problema não falo mais com ele. Ele que se explique, se ele é inocente ou culpado."

Questionado sobre qual seria a razão de Queiroz continuar utilizando o nome de Flávio mesmo após deixar de ser seu funcionário, Bolsonaro questionou a veracidade do material e disse que o ex-assessor foi alvo de um "amigo da onça", em referência a pessoa que recebeu e compartilhou o áudio - que teria sido gravado em junho.

"Se for verdadeiro o áudio, ele conversou com o amigo dele e o amigo dele deu uma de amigo da onça, gravou e passou para a frente", declarou o presidente.

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) publicou um vídeo em suas redes sociais no qual rebate um áudio de WhatsApp de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, divulgado nesta quinta-feira, 24, pelo jornal O Globo.

"O que fica bem claro nesse áudio é que ele Queiroz não tem nenhum acesso ao meu gabinete, o que me parece bastante óbvio", diz o senador na publicação. O filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) reclamou da imprensa, que estaria fazendo "um estardalhaço" a partir do áudio, e disse estar em um momento de "bastante tranquilidade".

##RECOMENDA##

No áudio, que data de junho de 2019, ou seja, depois de sua exoneração como assessor parlamentar de Flávio na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Queiroz diz que "é só chegar" no gabinete de Flávio para conseguir uma nomeação. "Salariozinho bom, para a gente é que pai de família, p* que pariu, cai igual uma uva", disse o ex-assessor.

"Eu não tenho mais nenhum tipo de contato com ele há quase um ano. Nunca mais falei. A última notícia que tive, foi pela imprensa, é de que ele estaria tratando um câncer no Estado de São Paulo", argumentou Flávio. O senador falou que tem a verdade ao seu lado e se disse "confiante de que muito em breve a Justiça vai ser feita e isso tudo vai estar tranquilamente esclarecido".

Em viagem à China, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse desconhecer áudio divulgado nesta quinta-feira, 24, envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor de um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). "Eu não sei dessa informação. Por favor, o Queiroz cuida da vida dele, eu da minha. A minha preocupação aqui, para não acabar a entrevista de vocês (jornalistas), é tratar de questões que envolvem interesse de todos nós brasileiros", disse à imprensa após jantar com empresários em Pequim.

Ao ser indagado sobre a divulgação do áudio novamente, o presidente afirmou que "não está sabendo". "Quando esse áudio veio à tona?", questionou Bolsonaro. "Não sei, desconheço. Não falo com o Queiroz desde quando aconteceu esse problema", afirmou sobre as suspeitas do ex-assessor atuar na prática da chamada rachadinha durante período em que trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, entre 2007 e 2018.

##RECOMENDA##

Áudio de WhatsApp obtido pelo jornal O Globo e divulgado nesta quinta-feira mostra que, mesmo depois do escândalo, Fabrício Queiroz continua tendo influência sobre indicações para cargos. "Tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado", diz Queiroz no áudio. "Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles em nada. '20 continho' aí para gente caía bem pra c*."

De acordo com a publicação, a mensagem foi enviada por Queiroz em junho - seis meses depois que o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o ex-assessor foi citado em relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por movimentações atípicas em sua conta.

De janeiro de 2016 a janeiro de 2017, Queiroz movimentou em uma conta mais de R$ 1,2 milhão, quantia considerada incompatível com a renda do então assessor. Ele trabalhava para Flávio, oficialmente, como motorista.

Uma mensagem de áudio atribuída ao ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz, aponta que o ex-policial segue sendo consultado acerca de nomeações no Legislativo e revela que ele ainda tem "capital político", mesmo oito meses depois de ser exonerado do cargo que ocupava no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL). A informação foi divulgada pelo jornal O Globo. 

O áudio, de acordo com a reportagem, foi compartilhado via WhatsApp em junho deste ano. Na gravação, o ex-assessor indica quais os passos que um interlocutor não identificado deve seguir para fazer indicações políticas para gabinetes de diversos parlamentares ou através de comissões e não apenas em cargos vinculados à família Bolsonaro. 

##RECOMENDA##

“Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara e no Senado. Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles [família Bolsonaro] em nada, em nada”, diz no áudio. “20 continho aí para gente caía bem para c***, meu irmão, entendeu?”, indaga, acrescentando.

Na gravação, Queiroz segue falando sobre o gabinete de Flávio Bolsonaro e demonstra conhecer o funcionamento do local. “Não precisa vincular ao nome. Só chegar lá e, pô cara, o gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores, pessoal para conversar com ele, faz fila. Só chegar lá e, pô meu irmão, nomeia fulano aí para trabalhar contigo aí, salariozinho bom desse aí, cara, para a gente que é pai de família, cai como uma uva”, afirma.

Em nota enviada ao jornal, Fabrício Queiroz disse que “vê com naturalidade o fato dele ser uma pessoa que ainda detenha algum capital político, uma vez que nunca cometeu qualquer crime, tendo contribuído de forma significativa na campanha de diversos políticos no Estado do Rio de Janeiro”.

O senador e filho do presidente, também em nota, assinada pelo advogado Frederick Wassef, que atua na defesa de Flávio Bolsonaro, disse que "não é verdade e não procede o que está sendo alegado na suposta gravação que não sei se é Fabrício Queiroz quem  fala ou outra pessoa". Além disso, "Fabricio Queiroz e Flávio Bolsonaro jamais se encontraram desde o ano passado. Nunca mais se viram ou se falaram. Jamais neste período, não existe, neste período, qualquer indicação de aproximação ou trabalho de Fabrício Queiroz para Flávio".

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez um passeio de moto pelo jardim do Palácio do Alvorada, neste sábado (5), e, como de costume, parou para conversar com apoiadores que estavam no local. Entre fotos e elogios, ele foi perguntado sobre o paradeiro de Fabrício Queiroz, ex- assessor do seu filho e senador Flávio Bolsonaro (PSL), e deu uma resposta mencionando a mãe da pessoa que o questionou.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, o questionamento foi feito por um homem que estava de bicicleta e não se identificou. “E o Queiroz?”, indagou. Bolsonaro, por sua vez, respondeu duas vezes seguidas: “tá com sua mãe”.

##RECOMENDA##

Sem titubear, o presidente colocou de volta o capacete e deixou rapidamente o local enquanto um dos seus apoiadores batia boca com o ciclista. 

Fabrício Queiroz tenta se esconder dos holofotes da imprensa desde janeiro. Em agosto, a revista Veja divulgou que ele estava se tratando de um câncer de intestino no Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. 

O ex-assessor de Flávio Bolsonaro aparece em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por ter feito movimentações atípicas de R$ 1,2 milhão em sua conta entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Ele é um dos assessores de gabinetes de então deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que passou a ser investigado por conta das transações.

Diante das acusações, e apesar de não ter nenhum mandado policial contra si, o sumiço de Queiroz gerou especulações envolvendo o clã liderado pelo presidente que, inclusive, chegou a ser questionado recentemente sobre o paradeiro do então amigo pelo deputado federal Paulo Pimenta. Em ofício, ele respondeu que não possuía informações sobre o paradeiro de Queiroz.

O advogado Frederick Wassef, responsável pela defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), disse que vai pedir a nulidade de todos os atos do juiz da 27.ª Vara Criminal do Rio, Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, caso a Justiça confirme a manifestação do Ministério Público a favor do foro especial para o senador.

É de Itabaiana a determinação para quebra dos sigilos bancário e fiscal de 95 pessoas ligadas ao gabinete do então deputado estadual. "Se um juiz é considerado incompetente, tudo o que ele fez até agora é nulo. Tem que começar tudo do zero", disse Wasseff.

##RECOMENDA##

No dia 12 de agosto a procuradora Soraya Taveira Gaya se manifestou a favor do pedido da defesa de Flávio para que o caso seja transferido das mãos de Itabaiana para o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio, composto por 25 desembargadores.

O argumento é que as movimentações financeiras que levaram à suspeita de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa contra Flávio ocorreram quando o senador era deputado estadual. Por isso ele teria direito a foro privilegiado no Órgão Especial do TJ-RJ.

O caso será apreciado agora pela 3.ª Câmara Criminal do TJ-RJ, sem prazo definido para o julgamento.

No período em que ficou à frente do procedimento de investigação criminal (PIC) que apura as movimentações financeiras do senador, Itabaiana determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos últimos 12 anos de 95 pessoas ligadas ao gabinete de Flávio.

A defesa contesta a medida desde o início da investigação e vai pedir a nulidade das quebras. Segundo Wassef, a determinação do juiz de primeira instância tinha como objetivo dar legalidade à violação dos dados do senador que, de acordo com o advogado, ocorreu quando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) forneceu ao MP dados referentes às movimentações bancárias de Flávio.

"A quebra de sigilo bancário e fiscal (determinada por Itabaiana) é na verdade um mecanismo para contornar as ilegalidades anteriores", disse Wassef. "Mas independentemente do resultado, o fato de somente agora terem determinado as quebras não vai legalizar as irregularidades do passado", disse Wassef.

O advogado lembrou que além da manifestação favorável do MP-RJ, a defesa de Flávio aguarda o julgamento pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) da liminar concedida pelo ministro Dias Toffoli, presidente da corte, que suspende investigações que tenha como base dados do Coaf.

"Se o STF confirmar a decisão do ministro Toffoli vai decidir pela nulidade da investigação e a defesa vai pedir o arquivamento do PIC", disse Wassef.

O Ministério Público do Rio deu parecer favorável para que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) tenha direito a foro especial na investigação que apura prática de "rachadinha" na época em que era deputado estadual.

O pedido feito pela defesa do filho do presidente Jair Bolsonaro alega que o juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal, não tem competência para julgar o caso, já que o parlamentar teria direito a foro especial.

##RECOMENDA##

Quem assina o parecer do MP é a procuradora Soraya Taveira Gaya, que é da segunda instância e não faz parte do grupo de investigadores que analisava os dados de Flávio. Agora, cabe à 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio decidir se o caso vai ou não para o Órgão Especial, composto por 25 desembargadores - os 13 mais antigos e 12 eleitos pelo tribunal.

Os supostos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa teriam sido praticados por Flávio quando ele era deputado estadual, cargo que ocupou entre 2003 e 2019.

A investigação do Ministério Público do Rio teve início com relatórios de inteligência financeira fornecidos pelo antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, hoje Unidade de Inteligência Financeira) que identificaram "movimentações atípicas" na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo em dezembro do ano passado. Queiroz seria o operador dos supostos crimes praticados no âmbito do gabinete.

Em julho, Flávio Bolsonaro conseguiu suspender provisoriamente a investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de decisão do ministro Dias Toffoli.

A sequência de vitórias, no STF e na esfera estadual, se dá num contexto em que, em Brasília, Flávio age para barrar a instauração da CPI da Lava Toga, que investigaria o Judiciário. O filho do presidente tem atuado nos bastidores para impedir o que poderia representar uma crise entre os Poderes.

Antes da vitória no STF com a decisão de Toffoli, a defesa do senador acumulava derrotas no Rio. Em duas ocasiões, o desembargador Antonio Carlos Nascimento Amado negara pedidos de habeas corpus apresentados pela banca. O caso seria analisado pelo colegiado da 3ª Câmara Criminal, da qual Amado é presidente, no dia em que o ministro do Supremo mandou suspender as investigações. A defesa de Queiroz também havia tido um habeas corpus negado pelo desembargador.

O advogado Frederik Wassef, responsável pela defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), no caso das movimentações suspeitas apontadas pelo Coaf, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que setores interessados em desgastar o governo tentam transformar em "monstro" o ex-capitão da PM e miliciano Adriano Nóbrega, com o objetivo de vinculá-lo ao seu cliente e ao presidente Jair Bolsonaro. A seguir os principais trechos da entrevista:

Como um funcionário que já foi exonerado do gabinete do senador Flávio pode demitir outra pessoa do mesmo gabinete?

##RECOMENDA##

Estes fatos se deram em dezembro de 2018, no final do mandato parlamentar. Todos os funcionários já tinham sido demitidos.

Estas mensagens reforçam suspeitas de vínculo entre Flávio e milícias?

Essa história de tentar vincular milícias com Flávio Bolsonaro é absolutamente falsa, inverídica e leviana. Jamais existiu qualquer vínculo do senador Flávio com qualquer milícia ou criminosos.

Qual era a relação do senador Flávio com Adriano Nóbrega?

Falam muito da ex-mulher e da mãe dessa pessoa que chamam de miliciano. Desafio a imprensa a responder se existe alguma sentença condenatória transitada em julgado no Judiciário brasileiro afirmando que o capitão Adriano é miliciano, é criminoso, foi condenado. Não existe. Essa história foi uma forçação de barra de gente que está querendo transformar este capitão em um grande vilão com o objetivo específico de tentar atingir a imagem e a reputação do Flávio.

Por que Flávio homenageou o capitão Adriano?

Quando o senador homenageou o capitão, ele era um herói da PM com ficha limpa, prestou grande serviço à sociedade e nada maculava a sua conduta. O senador não tem bola de cristal para imaginar que dez anos depois este capitão poderia ser envolvido em qualquer tipo de investigação.

Mas hoje ele é suspeito de liderar milícias.

Essa conduta de pegar essa pessoa, o capitão Adriano, dizer deliberadamente que é miliciano, transformá-lo em monstro para depois casar com o meu cliente é uma prática perigosa para a democracia brasileira.

Essa mensagem não pode ser usada pela acusação como tentativa de obstruir a investigação?

O que está em curso aqui é uma campanha para atingir o presidente da República, é uma campanha que não para e que começou antes mesmo de o Jair Bolsonaro sentar na cadeira. Não existe fato novo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Troca de mensagens entre Fabrício Queiroz e Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega - ex-mulher de Adriano Nóbrega, um dos milicianos mais procurados do Rio - indica que, mesmo após ser exonerado do cargo, o ex-assessor continuou a agir como integrante do gabinete do então deputado estadual, hoje senador, Flávio Bolsonaro (PSL), filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. As conversas foram rastreadas pelo Ministério Público.

Revelados pelo jornal O Globo, diálogos via WhatsApp indicam que Queiroz informou à assessora, em 6 de dezembro de 2018, que ela havia sido exonerada. No mesmo dia, o jornal O Estado de S. Paulo havia revelado que relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), apontou a existência de movimentações "atípicas" nas contas bancárias de Queiroz. O MP do Rio investiga se houve "rachadinha" (prática ilegal em que o servidor repassa parte ou a totalidade de seu salário para o parlamentar que o contratou) no gabinete de Flávio na Assembleia do Rio.

##RECOMENDA##

Queiroz já não era oficialmente funcionário do hoje senador desde 16 de outubro. As conversas com Danielle, contudo, sugerem que ele seguia tomando decisões em nome do parlamentar, que sempre afirmou não saber das atividades do PM. O ex-assessor pediu ainda para ela parasse de usar o sobrenome Nóbrega, a fim de evitar a associação do miliciano com o gabinete de Flávio.

Os contatos entre Queiroz e Danielle foram monitorados pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em investigação sobre milícia - que resultou na prisão de 13 suspeitos na Operação Os Intocáveis.

Um dos investigados com prisão decretada é o ex-capitão da PM Adriano Nóbrega, que foi casado com Danielle. Além dela, Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-oficial, também trabalhou no gabinete de Flávio na Alerj. As investigações sobre as suspeitas de "rachadinha" são atribuição de outro órgão do MP, o Grupo de Atuação Especializada de Combate à Corrupção (Gaecc).

Em nota, o advogado Paulo Klein afirma que, pela influência que tinha no gabinete, Queiroz continuava a ser procurado por assessores - principalmente os nomeados por ele, como Danielle - mesmo fora do cargo. A defesa afirma lamentar "que mesmo diante da comprovada fragilidade de sua saúde, a devassa em sua vida pessoal e profissional não cessem, inclusive com o vazamento de informações relacionadas ao seu sigilo telefônico", disse.

"De todo modo, tais diálogos tinham como objetivo evitar que se pudesse criar qualquer suposição espúria de um vínculo entre ele e a milícia. Na realidade, a senhora Daniele foi convidada por ele a participar do gabinete em razão do trabalho social relevante do qual participa. Infelizmente, ao que parece, neste momento, todo e qualquer fato é distorcido com vistas a revelar algo supostamente ilícito, quando, em verdade, somente houve trabalho sério, honesto e comprometido." Procurado pela reportagem, Flávio Bolsonaro não quis comentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal recém-saído do PSL e ingresso no PSDB, Alexandre Frota, repercutiu nesta sexta-feira (30) a reportagem da revista Veja que noticiou o aparecimento do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz.

De acordo com o material publicado, Queiroz está morando em São Paulo e tratando de um câncer no intestino. Frota, que vem travando embates com membros do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que Queiroz pode sumir novamente.

##RECOMENDA##

“Aqui está o malandro Queiroz. Agora precisam ser rápidos ou ele vai sumir mais oito meses ou morrer”, alfinetou Frota, que nesta semana também chegou a criticar o senador Major Olímpio (PSL).

“A justiça vai se calar? O Ministério Público nada vai fazer e o STF? Ahhh lembrei o Toffoli agora é o melhor amigo do Bolsonaro. Tinha me esquecido disso”, ironizou Frota sobre a relação do presidente com o ministro e presidente do STF, Dias Toffoli.

Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz está morando no bairro do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, e fazendo tratamento contra câncer de intestino no Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Albert Einstein. A informação é da revista Veja desta sexta-feira (30). 

De acordo com a reportagem, que diz ter seguido pistas para identificar o paradeiro de Queiroz, no último dia 26 ele foi visto no Centro de Oncologia por volta das 17h50, desacompanhado e sem chamar a atenção dos que por lá estavam. 

##RECOMENDA##

O câncer no intestino do qual se trata foi o mesmo que o levou a fazer uma cirurgia no fim do ano passado. Uma das últimas aparições de Queiroz, inclusive, foi em um vídeo gravado no hospital no início do ano onde ele aparece dançando. Episódio gerou repercussão em todo país.  

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), aponta que Fabrício Queiroz movimentou atipicamente R$ 1,2 milhão em sua conta entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Ele é um dos assessores de gabinetes de então deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que passou a ser investigado por conta das transações.

Uma das ações foi o depósito de um cheque de R$ 24 mil na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente Jair Bolsonaro chegou a justificar, dizendo que o cheque era o pagamento de um empréstimo. O passou a levantar suspeitas quanto à família Bolsonaro e o atual senador. 

Em entrevista ao SBT, quando surgiram as notícias das investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro, Queiroz disse que as movimentações eram reflexo dos seus negócios de compra e venda de carros. Depois, ele alegou que pegava parte do dinheiro dos funcionários do gabinete de Flávio para contratar outras pessoas, sem o conhecimento do então deputado. 

Diante das acusações, e apesar de não ter nenhum mandado policial contra si, o sumiço de Queiroz desde janeiro deste ano gerou especulações envolvendo o clã liderado pelo presidente que, inclusive, chegou a ser questionado recentemente sobre o paradeiro do então amigo pelo deputado federal Paulo Pimenta. Em ofício, ele respondeu que não possuía informações sobre o paradeiro de Queiroz.

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), afirmou neste sábado (17) que é “muito grave” a postura do presidente Jair Bolsonaro (PSL) diante de órgãos como o Itamaraty, a Receita Federal e a Polícia Federal (PF). O pedetista referia-se, entre outros pontos, a interferência do presidente na substituição do superintendente da PF no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi. 

A mudança, inclusive, vem sendo ligada à investigação contra o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, por movimentações bancárias atípicas.

##RECOMENDA##

“É muito grave! Por motivação miúda e familiar Bolsonaro está avançando contra os três mais profissionais, técnicos e respeitados mundialmente núcleos do serviço público brasileiro: o Itamaraty, a Receita Federal e a Polícia Federal”, escreveu Ciro Gomes em publicação no Twitter.

“As duas últimas para acobertar a notória indicação de corrupção de seus filhos (caso Queiroz) e o primeiro para transformar em pessoal e familiar seus interesses entreguistas na embaixada do Brasil nos Estados Unidos!”, acrescentou.

Segundo Ciro, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) - que foi o órgão que revelou as movimentações nas contas de Queiroz - também “está sendo submetido ao esforço de acobertamento da corrupção da turma Bolsonaro”.

[@#video#@]

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) respondeu a um pedido de informação do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) dizendo que não sabe onde está o ex-assessor Fabrício Queiroz. Teixeira enviou um ofício ao gabinete do presidente, na semana passada, com a seguinte indagação: “Onde está o Queiroz?”

De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, a resposta assinada pelo chefe de gabinete, Pedro Cesar Marques de Sousa, dizia:  “Informo que o senhor presidente não possui informações referentes ao paradeiro do senhor Fabrício Queiroz”. 

##RECOMENDA##

Queiroz é ex-auxiliar do filho do presidente e atual senador, Flávio Bolsonaro (PSL), e está sendo investigado por movimentar R$ 1,2 milhão de forma atípica, a partir de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), e vem sendo apontado como uma espécie de laranja da família de Bolsonaro.

No ofício enviado ao gabinete, Teixeira disse a Bolsonaro que estava “desaparecido o senhor Fabrício Queiroz, amigo próximo de Vossa Excelência” e “o aparecimento dele poderá esclarecer a origem e o destino do dinheiro movimentado”, o que seria “de suma importância” para o esclarecimento das investigações.

O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta segunda-feira (22) o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), seu filho mais velho, e disse que todas as suspeitas contra ele já foram "esclarecidas". "Está faltando apenas ouvir o Queiroz", afirmou o presidente, em referência ao ex-assessor do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro Fabrício Queiroz.

Flávio é alvo de investigações em ao menos três órgãos. Na principal delas, o Ministério Público do Rio apura se havia um esquema de repasse de parte do salário de funcionários do gabinete de Flávio, prática conhecida como "rachadinha". Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo em dezembro, relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostrou que Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

##RECOMENDA##

Relatório do Coaf também mostrou que Flávio recebeu em sua conta 48 depósitos, num intervalo de cinco dias, feitas em uma agência dentro da Alerj e no mesmo valor: R$ 2 mil.

"Esse depósito, feito por envelope, o limite é de R$ 2 mil. Não sei quantos, talvez milhões de depósitos são feitos por semana neste sentido", disse Bolsonaro ao justificar os repasses.

Em janeiro, em entrevista à TV Record, Flávio afirmou que as movimentações suspeitas identificadas pelo Coaf em sua conta bancária se referem à compra e venda de um imóvel na zona sul do Rio.

Imóveis

O presidente também disse que outra acusação contra Flávio, na esfera eleitoral, já foi esclarecida. A investigação tramitava desde março de 2018 na Procuradoria Regional Eleitoral do Rio (PRE-RJ) e apurava possível crime eleitoral praticado pelo senador ao declarar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) imóveis comprados por meio de negociações relâmpago com valores supostamente abaixo do real. No inquérito, há a citação de que as negociações teriam resultado em aumento do patrimônio de Flávio e aponta possível lavagem de dinheiro. O caso também é investigado na esfera criminal pelo Ministério Público Federal.

"Disseram que ele teria pego R$ 1 milhão e pago uma dívida com a construtora. Está constatado, comprovado, que quem pagou essa dívida foi a Caixa. Então o primeiro escândalo está afastado", afirmou Bolsonaro. "Alguns imóveis ele comprou na planta e estava pagando mensalidade, um tempo depois vendeu. O Ministério Público do Rio disse que levou em conta que o valor total do preço estimado fosse dele. Não é verdade isso aí", afirmou Bolsonaro.

A mesma explicação já havia sido dada por Flávio em janeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os dois ex-funcionários ligados a Fabrício Queiroz empregados no gabinete do vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente Jair Bolsonaro, nunca emitiram crachá funcional ou registraram entrada como visitantes na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O órgão afirma que qualquer servidor da Casa precisa fazer uma das duas coisas para comprovar que tem frequência, mesmo que exerça funções externas - um deles estava registrado como motorista.

Documentos obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que Claudionor Gerbatim de Lima e Márcio da Silva Gerbatim, investigados pelo Ministério Público do Rio, passaram o período em que estavam lotados no gabinete de Carlos sem ter a presença atestada pelo sistema da Câmara. "Se for servidor da CMRJ, para qualquer função que exercer, deverá utilizar o crachá funcional", diz a nota enviada pela assessoria da Casa à reportagem. "Para nomeado para cargo em comissão ou efetivado via concurso público, o crachá funcional será emitido para acesso às dependências do Legislativo, seja qual for a atividade a ser exercida."

##RECOMENDA##

Claudionor e Márcio tiveram sigilos bancário e fiscal quebrados na investigação que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro no gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) entre 2007 e 2018, além da prática de "rachadinha" - por meio da qual assessores "fantasmas" devolvem parte do próprio salário para o parlamentar que os nomeou. Eles já estiveram lotados em gabinetes dos dois irmãos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), quando Flávio era deputado estadual, e na Câmara municipal, com Carlos.

Claudionor e Márcio são, respectivamente, sobrinho da atual mulher de Fabrício Queiroz e ex-marido dela. Queiroz é o pivô da investigação sobre repasses suspeitos na Alerj. Ele era, oficialmente, motorista de Flávio, quando movimentou em sua conta cerca de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e o mesmo mês do ano seguinte. O valor foi considerado "atípico" pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) - caso revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Rodízio

Os parentes da ex-mulher de Queiroz fizeram uma espécie de rodízio entre os gabinetes dos dois irmãos. Empregado como motorista pelo vereador entre abril de 2008 e abril de 2010, Márcio foi nomeado logo depois como assessor-adjunto no gabinete de Flávio na Alerj, onde ficou até maio de 2011. No mesmo dia, Claudionor ganhou a vaga no gabinete de Carlos na Câmara Municipal.

Para o especialista em direito administrativo Carlos Ari Sundfeld, professor da FGV-SP, o fato de não haver registro de entrada dos assessores de Carlos é um "indício sério" de que eles "não exerciam função nenhuma". Isso pode configurar, afirma Sundfeld, improbidade com dano ao erário, já que os servidores recebiam salários por funções que supostamente não exerciam. "Ainda é um indício, mas um indício sério", disse.

Por telefone, o chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, Jorge Luís Fernandes, disse que a Câmara do Rio já havia respondido aos questionamentos da reportagem, e garantiu que Claudionor e Márcio foram funcionários efetivos do vereador. Ele, no entanto, não explicou qual era função que Claudionor exercia - Márcio era motorista. O chefe de gabinete também afirmou que, se os crachás não foram emitidos, quem tem de responder por isso é a Câmara, que é a responsável pelo cadastro, e não o gabinete do vereador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A comissão mista que analisa a Medida Provisória (MP) da reforma administrativa no governo decidiu, nesta quinta-feira (9), retirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério de Justiça e Segurança Pública e transferi-lo para a pasta da Economia.

A decisão impõe uma derrota ao ministro Sérgio Moro que defendia veementemente a permanência do Coaf no ministério que comanda. Foram 14 votos a favor da mudança e 11 contra. 

##RECOMENDA##

Tanto o ex-juiz como outros membros do governo passaram a semana discursando contra a transferência e pedindo apoios dos parlamentares. Para Moro, a permanência do órgão na Justiça era crucial para combater a corrupção.

O Coaf é um órgão que, desde 1998, investiga operações bancárias suspeitas no Brasil. Inclusive, recentemente, identificou movimentações atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

De acordo com dados do Coaf, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão durante um ano, valor que é incompatível com o patrimônio dele. Ações estão sendo investigadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

A mudança para passar a valer ainda precisa ser aprovada, junto com outras questões da MP, nos plenários da Câmara e do Senado. O prazo para a votação é até 3 de junho.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) não identificou, até o momento, evidências de que o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz, atuava na compra e venda de carros e com outros negócios informais, o que, segundo declarações dele, justificaria a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na sua conta identificada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A informação é do jornal O Globo.

De acordo com a reportagem, a falta dessas evidências vai basear um pedido de quebra de sigilos fiscal e bancário tanto de Queiroz quanto do próprio senador. A solicitação deve ser encaminhada à Justiça nos próximos dias. A movimentação atípica na conta de Queiroz está sendo investigada cível e criminalmente pelo MP do Rio. Ele é suspeito de agir como uma espécie de laranja para a família Bolsonaro.

##RECOMENDA##

Em entrevista ao SBT assim que veio à tona a investigação, Fabrício Queiroz disse que “um cara de negócios” e que comprava e revendia carros. De acordo com O Globo, nas investigações, o MP só localizou no nome de Queiroz dois carros antigos.

Ao prestar esclarecimentos por escrito ao MP, em fevereiro, o ex- assessor de Flávio não detalhou as supostas negociações e disse que pegava parte dos salários de outros funcionários do gabinete e gerenciava esses valores para supostamente contratar mais pessoas que trabalhariam fora da Assembleia Legislativa do Rio quando Flávio era deputado. Até agora, contudo, ele não esclareceu que contratações foram essas.

Ao jornal, a defesa de Fabrício Queiroz disse que se a solicitação de quebra de sigilo for confirmada, receberá “com absoluta tranquilidade, até mesmo porque seu sigilo já foi quebrado e exposto em todos os meios de comunicação”. E justificou ainda que a venda de carros era informal e, por isso, não há documentação para comprovar.

A hashtag “Cadê o Queiroz” é um dos assuntos mais comentados no Twitter nesta sexta-feira (3). O mencionado é Fabrício Queiroz que foi assessor do agora senador Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e teve movimentações bancárias atípicas identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

As transações estão sendo investigadas pelo Ministério Público e Queiroz passou a ser suspeito de agir como uma espécie de laranja para a família do presidente Jair Bolsonaro (PSL).  

##RECOMENDA##

Políticos de oposição ao governo Bolsonaro endossam o questionamento no microblog. “O que seriam das histórias de pescador e dos rolos da família Bolsonaro sem o Queiroz? Será que depois da pescaria teve bagre ao molho de laranja?”, indagou  o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) ao publicar uma foto onde o presidente aparece ao lado de Queiroz durante uma pescaria. E acrescentou ironizando: “o que seriam dos churrascos de domingo e dos rolos da família Bolsonaro sem o Queiroz?”

O senador Humberto Costa (PT) também comentou o assunto ao compartilhar uma reportagem da revista Época de que quatro assessores de Flávio Bolsonaro nunca tiveram nem crachás da Alerj. “Quanto mais mexe, mais fede. E o Brasil querendo saber: #CadeoQueiroz?”, questionou.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) aproveitou o assunto para mandar um recado para o presidente. “Bolsonaro, a República não é seu quintal. Homenagear filhos/amigos frente a tantos verdadeiros heróis como professores e trabalhadoras domésticas. Um escândalo, aberração, um deboche sem precedentes. Enquanto isso, #CadêOQueiroz? Quem mandou matar Marielle?”, perguntou ao comentar sobre condecorações que serão dadas hoje para Eduardo e Flávio Bolsonaro pelo governo.

A falta de solução nas investigações do caso, também foi salientado. “O tempo passa, o tempo voa e o Queiroz continua numa boa. Cadê a celeridade da justiça, usada em outros casos? Com ele é tratamento especial, até depoimento por escrito. 482 dias sem conclusão. Impunidade! Corrupção! Vergonha! #CadêOQueiroz”, disparou o deputado Ivan Valente (PSOL).

O senador Flávio Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (19), que as representações apresentadas pelo Partido Social Liberal (PSL) contra o Ministério Público fluminense foram motivadas por arbitrariedades e ilegalidades supostamente cometidas por procuradores na condução da investigação sobre a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta de seu ex-assessor na Assembleia Legislativa do Rio Fabrício Queiroz.

"Estou só separando o joio do trigo. Pessoas do Ministério Público não podem manchar o nome numa situação tão importante como essa, cometendo as mais absurdas ilegalidades e arbitrariedades, só isso", declarou Flávio Bolsonaro à imprensa, após participar da solenidade de abertura da 53ª Convenção Abras, da Associação Brasileira de Supermercados, no Rio.

##RECOMENDA##

O diretório do PSL do Rio de Janeiro apresentou à Corregedoria Geral do Ministério Público fluminense representações disciplinares contra o procurador-geral de Justiça do Estado do Rio, Eduardo Gussem, e o promotor Cláucio Cardoso da Conceição. Tanto Gussem quanto Conceição repudiaram as acusações.

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), produzido em investigações da Operação Furna da Onça, sobre corrupção no Legislativo fluminense, identificou as movimentações suspeitas realizadas de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Funcionários do gabinete de Flávio, cujo mandato de deputado estadual acabou em janeiro, faziam depósitos regulares para Fabrício Queiroz, geralmente em datas próximas ao pagamento de salários na Alerj. O MP suspeita da prática de "rachadinha", na qual os funcionários repassam a maior parte ou a totalidade de seus salários aos parlamentares.

Queiroz afirmou por escrito ao MP - depois de faltar a quatro depoimentos - que recolhia os salários para redistribuí-los pelos funcionários e por outros servidores "informais", sem conhecimento de Flávio. O parlamentar nega irregularidades e, questionado sobre a justificativa de Queiroz ao MP, ele se recusou a responder, alegando não ter conhecimento sobre o assunto.

"Eu não conheço o processo dele (Queiroz), não posso falar sobre isso", respondeu Flávio Bolsonaro.

As representações do PSL contra o MP foram assinadas por nove deputados federais e oito estaduais, além do próprio Flávio. Os documentos acusam Gussem e Conceição de praticar "sistemática e recorrente antecipação e divulgação pública de informações sigilosas sob seu domínio"; instituir "processo penal 'paralelo' operado na mídia com o claro objetivo de comprometer a reputação de pessoa presumida inocente" (o atual senador Flávio Bolsonaro); de promover "indevida e ilícita espetacularização" da investigação; e de "afronta a garantias constitucionais, manchando e jogando em lamaçal inescrupuloso a imagem do Ministério Público".

Os integrantes do MP são acusados de cometer seis irregularidades: "negligência no exercício de suas funções", "descumprimento de dever funcional", "infringência de vedação", "procedimento reprovável", "conduta que denotou desrespeito às leis vigentes e à própria instituição" e "revelação de segredo que detinha em razão do cargo". O partido requer que seja instaurado procedimento para que Gussem e Conceição respondam por essas condutas.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando