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O presidente Lula (PT) foi alvo do primeiro pedido de impeachment ainda com 25 dias de mandato. A solicitação, que não surpreende, foi do deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), correligionário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O movimento foi amplificado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que celebrou o pedido.

De acordo com o autor da iniciativa, Ubiratan Sanderson, Lula teria cometido crime de responsabilidade ao chamar de golpe o processo de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). Ele alega que o presidente “ataca, de forma raivosa, abjeta e contrária à verdade, a democracia brasileira”. No endosso do processo, o filho do presidente derrotado disse que “não vamos dar descanso”. 

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O ex-presidente Michel Temer (PSB) foi às redes sociais nesta quarta-feira (25) para criticar as declarações do presidente Lula (PT) durante a sua primeira agenda internacional. Isto porque, Lula disse em sua passagem pela Argentina na terça-feira (24) que o impeachment de Dilma Rousseff (PT) foi golpe de Estado.

Em nota à imprensa, o ex-presidente diz que Lula vem "tentado rescrever a história por meio de narrativas ideológicas". No texto, Temer elenca os feitos de sua gestão e refuta o impedimento do Dilma tenha sido um golpe e neste ponto diz que com sua chegada à Presidência da República "o Brasil não sofreu um golpe institucional, foi sim 'vítima' de um Golpe de Sorte. 

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Confira a nota na íntegra:

NOTA À IMPRENSA

Mesmo tendo vencido as eleições para cuidar do futuro do Brasil, o presidente Luis Inacio Lula da Silva parece insistir em manter os pés no palanque e os olhos no retrovisor, agora tentando reescrever a história por meio de narrativas ideológicas. Ao contrário do que ele disse hoje em evento internacional, o país não foi vítima de golpe algum. Foi na verdade aplicada a pena prevista para quem infringe a Constituição.

E sobre ele ter dito que destruí as iniciativas petistas em apenas dois anos e meio de governo, é verdade: destruí um PIB negativo de 5% para positivo de 1,8%; inflação de dois dígitos para 2,75%; juros de 14,25 para 6,5%; queda do desemprego ao longo do tempo de 13% para 8% graças a reforma trabalhista; recuperação da Petrobras e demais estatais graças a Lei das Estatais; destruí a Bolsa de Valores que cresceu de 45 mil pontos para 85 mil pontos. Cometi a destruição de elevar o recorde na produção de grãos, nas exportações e na balança comercial. Como se vê, com a nossa chegada ao governo o Brasil não sofreu um golpe institucional, foi sim “vítima” de um Golpe de Sorte.

Recomendo ao presidente Lula que governe olhando para a frente, defendendo a verdade, praticando a harmonia e pregando a paz.

O vereador Rubinho Nunes (União Brasil), de São Paulo, denunciou o Palácio do Planalto ao Ministério Público Federal (MPF) por citar que o impeachment de Dilma Roussef (PT) como "golpe de 2016". No pedido de investigação, ele entende que o governo mentiu em uma publicação institucional.

Rubinho pediu a remoção imediata do conteúdo e apontou que o PT feriu os princípios da moralidade, publicidade e impessoalidade da Administração Pública para colocar a ex-presidenta "como vítima de golpe".

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A publicação referida pelo vereador foi feita na última sexta (13) e anunciava a nova gestão da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). O conteúdo aponta que o antigo Conselho Curador da EBC foi "cassado após o golpe de 2015". 

 

Institucionalmente, o Governo Federal reconhece o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, como um “golpe” de Estado. A mudança de tratamento diante do processo é vista na comunicação do site oficial do governo, através da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). No texto de apresentação da nova presidência da empresa, o órgão afirma que seu Conselho Curador, extinto por uma Medida Provisória do ex-presidente Michel Temer (MDB), foi “cassado após o golpe de 2016.” 

“Por orientação do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, a transição será realizada por trabalhadoras e trabalhadores concursados da Empresa, representantes da sociedade e profissionais da área. Também foram indicadas para o processo de transição na EBC outras quatro mulheres que assumirão cargos de gestão: Juliana Cézar Nunes, trabalhadora concursada da EBC; Rita Freire, presidente do Conselho Curador da EBC cassado após o golpe de 2016; e as jornalistas Nicole Briones e Flávia Filipini”, diz a apresentação da EBC. 

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Em outro trecho da apresentação, a EBC volta a destacar o “golpe” na apresentação do currículo da nova presidente do órgão, Kariane Costa Silva Oliveira. “Concursada da EBC desde 2012, foi jornalista da Ouvidoria, repórter do radiojornalismo, sendo setorista do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. Ao longo da trajetória na EBC, fez entrevistas exclusivas com ministros e outras autoridades políticas. Participou de coberturas de momentos marcantes do país, como as Eleições de 2014, 2016 e 2018; o golpe contra Dilma Rousseff; julgamentos no Supremo Tribunal Federal e diversas manifestações populares”, continua a publicação. 

A alteração ocorre após o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta, afirmar que seu maior desafio à frente da pasta será recuperar a Secom como “emissora da verdade” e fonte confiável de informação. O ministro também voltou a defender a regulação da mídia no país, afirmando que isso não se trata de censura. 

 

 

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou nesta quinta-feira (22) as contas presidenciais de 2014 e 2015, dois últimos anos do governo Dilma Roussef. O relatório de 2014 foi elaborado pelo  senador Fabiano Contarato (PT-ES) e o de 2015, pelo deputado Enio Verri (PT-PR), para quem a decisão do colegiado faz "justiça histórica" a Dilma. Para o relator, a então presidente foi afastada do cargo por um golpe com base em falsas alegações de "pedaladas fiscais".

A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) também se manifestou favoravelmente à aprovação das contas. Para ela, Dilma foi afastada do cargo em 2016 devido a um arranjo momentâneo que teria unido interesses "de todos os setores da elite financeira nacional" naquele período. Fernanda acrescentou que as alegadas pedaladas fiscais contra Dilma também teriam se manifestado nas contas de 14 governadores de estado em 2015. "E nenhum deles sofreu processo de impeachment por conta disso", afirmou.

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Já o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) votou contra a aprovação das contas de Dilma Roussef. Ele lembrou que a manifestação do TCU em 2015 foi pela rejeição dessas contas, devido à "contabilidade criativa" que, a seu ver, marcou a gestão da petista. Van Hattem também se manifestou favoravelmente ao impeachment de Dilma, acrescentando que a decisão era "um anseio nacional" na época.

A CMO também aprovou as contas de 2017 referentes ao governo de Michel Temer, relatada pelo deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), e as do presidente Jair Bolsonaro referentes aos anos de 2020, relatada pelo senador licenciado Marcos Rogério (PL-RO), e 2021, relatada pelo deputado Cezinha de Madureira (PSD-BSP).   A análise de todas as contas segue para o Plenário do Congresso Nacional.

*Da Agência Senado

O senador Lasier Martins (Podemos-RS) voltou a pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, por “reiterados abusos expressos em crimes de responsabilidade”. Em pronunciamento nesta terça-feira (25), o parlamentar referiu-se à Petição 13/2022, protocolada por ele e baseada na Lei 13.869, de 2019, que dispõe sobre o abuso de autoridade, como instrumento para solicitar ao Senado que cumpra seu papel de julgar ministros do STF. 

"Sua série de crimes de responsabilidade é grande e poderíamos rememorar aqui vários dos seus atos abusivos, todos bem conhecidos da sociedade brasileira. Um dos mais alarmantes motivos desta atual representação se refere à violação do princípio constitucional do livre pensamento e da livre expressão, praticado contra oito importantes empresários brasileiros, que, em caráter privado, por WhatsApp, dialogavam sobre os riscos da eleição de um candidato à Presidência da República", argumentou. 

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Lasier frisou, ainda, que o ministro Alexandre Moraes, no comando da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também tomou decisões monocráticas de censura contra órgãos de imprensa e canais de comunicação, como a Rádio Jovem Pan, o canal Brasil Paralelo e o jornal Gazeta do Povo. 

O senador disse que Alexandre de Moraes "lidera atualmente um ato de ampliação dos poderes" do TSE para a adoção de medidas contrárias à livre manifestação do pensamento, "atropelando as prerrogativas do Ministério Público". Essa iniciativa motivou Lasier Martins a propor decreto legislativo "para sustar a aberração". 

"Em conclusão, Alexandre de Moraes, de arbitrário exercício na mais alta Corte do país, precisa ser contido. Caso contrário, continuará suas tropelias e atropelamentos da Constituição Federal", afirmou.   

*Da Agência Senado

O ex-governador de São Paulo e atual candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB), disse que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi "injusto", mas refutou a classificação do processo como "golpe". "Você não pode dizer que foi golpe porque quem presidiu (o processo) foi o Supremo Tribunal Federal. Acho que foi injusto porque na realidade Dilma é uma pessoa honesta e correta", afirmou Alckmin nesta quinta-feira em sabatina realizada pela Folha e UOL. Ele acrescentou que sempre gostou da ex-presidente - e que sempre tiveram bom relacionamento.

Alckmin disse que desde o início não viu com "bons olhos" o impeachment de Dilma. "Nunca fui favorável ao impeachment, embora tenha votado pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Quando começou impeachment de Dilma, não vi com bons olhos e tive várias conversas com direção partidária e também houve dúvida jurídica sobre pedalada fiscal", afirmou. Ele disse que não há maior pedalada que a atual com déficit primário de 10% do PIB, não pagamento da dívida e gastos acima da arrecadação. "Devemos ter cautela com impeachment e talvez aperfeiçoar a legislação. Sou favorável ao instrumento, mas devemos aperfeiçoá-lo a fim do governo ter governabilidade", apontou.

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Sobre os casos de corrupção do Partido dos Trabalhadores e a operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Alckmin afirmou que o ex-presidente foi absolvido na 2ª Vara do Distrito Federal e anulação do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. "Não podemos criminalizar a política e não se partidarizar o sistema jurídico. Acho que (prisão de) Lula foi feita para tirar o ex-presidente Lula da eleição de 2018, o que se comprovou depois que vimos que não havia competência para o processo estar em Curitiba e houve parcialidade. Ele foi injustiçado", afirmou. "Não achei correto (Sérgio) Moro, tendo sido juiz da causa que Lula foi tirado da eleição, aceitar ser ministro de quem ganhou", observou.

Na noite dessa quarta-feira (21), o senador Lasier Martins (Podemos-RS) protocolou um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar argumenta que o ministro cometeu crime de responsabilidade pelas medidas contra o grupo de empresários bolsonaristas que apoiaram um novo golpe em uma conversa no WhatsApp. 

"É chegada a hora de impor limites, cobrar responsabilidade e exigir do ministro Alexandre de Moraes, integrante da mais alta Corte de Justiça do Brasil, que exerça suas funções com respeito à Constituição da República, às Leis e aos rígidos padrões éticos e morais que pautam o agir, profissional e pessoal, da magistratura nacional. Ou que então seja afastado das suas funções!", afirmou Martins. 

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O senador classificou as medidas determinadas por Alexandre de Moraes como arbitrárias e criticou o início da persecução penal contra o grupo. Há um mês, o ministro bloqueou as contas bancárias de oito empresários bolsonaristas, quebrou os sigilos telefônicos e suspendeu os perfis nas redes sociais. As contas foram desbloqueadas após o dia 7 de setembro.

"Em várias das medidas e diligências determinadas pelo denunciado no âmbito dos inquéritos sob sua responsabilidade, foi possível observar o cometimento de condutas passíveis de enquadramento como abuso de autoridade", defendeu em seu pedido de impeachment. 

Ele também atendeu ao pedido da Polícia Federal e autorizou a realização de busca e apreensão em endereços ligados aos alvos. O senador pontuou que a postura de Moraes tem a intenção de gerar medo para inibir as críticas ao STF.

"A forma como o inquérito foi aberto, sem indicar fato preciso, evidencia a finalidade de instaurar um clima de terror, uma autêntica 'caça às bruxas', inibindo críticas à Corte", ressaltou. 

O impeachment de Dilma Rousseff completa seis anos nesta quarta-feira (31). Foram 273 dias do processo que culminou na quarta cassação de um presidente da República brasileira e marcou um retorno ostensivo da direita ao Congresso e ao Governo Federal. Condenada em 2016 pelas “pedaladas fiscais”, a ex-presidente foi, por ausência de provas, inocentada em março deste ano, após a extinção do processo que a obrigava a indenizar a União pelos danos financeiros. 

O processo de cassação foi um marco histórico na política brasileira. Movimentou milhões às ruas, pedindo pelo fim do Governo Dilma e pelo fim da corrupção e da influência do Partido dos Trabalhadores na política. Assim, a dominância que a primeira mulher presidente do país tinha no Congresso, foi, aos poucos, se desfazendo. O resultado do processo foi o esperado: por 61 votos contra 20, o Senado Federal aprovou o parecer pelo impeachment. 

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Dilma, que já estava afastada desde maio de 2016, nunca retornou ao cargo. Michel Temer (MDB), vice-presidente à época, assumiu interinamente. O processo durou de 2 de dezembro de 2015 a 31 de agosto de 2016, começando pelo encaminhamento do parecer na Câmara dos Deputados, liderada pelo cassado Eduardo Cunha. 

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Relembre os votos no Senado 

Eram necessários os votos de 54 senadores (dois terços) para condenar a presidente da República por crimes de responsabilidade e afastá-la do cargo. Alguns dos que votaram a favor do processo, como Telmário Mota (Pros) e Cristovam Buarque (Cidadania), posteriormente se disseram arrependidos do voto. Mota chegou a pedir desculpas a Dilma publicamente. Tasso Jereissati (PSDB), ex-governador do Ceará, também votou contra Rousseff e posteriormente admitiu que o “golpe” foi “um erro”. 

Dilma foi acusada de, através do Tesouro Nacional, atrasar, voluntariamente, o repasse de recursos para a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), entre outros programas e iniciativas. Essas instituições teriam feito o pagamento com recursos próprios, garantindo a entrega de serviços, enquanto o Governo Federal omitia os dados da dívida pública. 

VOTOS 'SIM' (pelo impeachment) 

Acir Gurgacz (PDT-RO) | Aécio Neves (PSDB-MG) | Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) 

Álvaro Dias (PV-RR) | Ana Amélia (PP-RS) | Antonio Anastasia (PSDB-MG) 

Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) | Ataídes Oliveira (PSDB-TO) | Benedito de Lira (PP-AL) 

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) | Cidinho Santos (PR-MT) | Ciro Nogueira (PP-PI) 

Cristovam Buarque (PPS-DF) | Dalirio Beber (PSDB-SC) | Dário Berger (PMDB-SC) 

Davi Alcolumbre (DEM-AP) | Edison Lobão (PMDB-MA) | Eduardo Amorim (PSC-SE) 

Eduardo Braga (PMDB-AM) | Eduardo Lopes (PRB-RJ) | Eunício Oliveira (PMDB-CE) 

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) | Fernando Collor (PTC-AL) | Flexa Ribeiro (PSDB-PA) 

Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) | Gladson Cameli (PP-AC) | Hélio José (PMDB-DF) 

Ivo Cassol (PP-RO) | Jader Barbalho (PMDB-PA) | João Alberto Souza (PMDB-MA) 

José Agripino (DEM-RN) | José Aníbal (PSDB-SP) | José Maranhão (PSDB-PB) 

José Medeiros (PSD-MT) | Lasier Martins (PDT-RS) | Lúcia Vânia (PSB-GO) 

Magno Malta (PR-ES) | Maria do Carmo Alves (DEM-SE) | Marta Suplicy (PMBD-SP) 

Omar Aziz (PSD-AM) | Paulo Bauer (PSDB-SC) | Pedro Chaves (PSC-MS)  

Raimundo Lira (PMDB-PB) | Reguffe (S/Partido-DF) | Renan Calheiros (PMDB-AL) 

Ricardo Ferraço (PSDB-ES) | Roberto Rocha (PSB-MA) | Romário (PSB-RJ) 

Romero Jucá (PMDB-RR) | Ronaldo Caiado (DEM-GO) | Rose de Freitas (PMDB-ES 

Sérgio Petecão (PSD-AC) | Simone Tebet (PMDB-MS) | Tasso Jereissati (PSDB-CE) 

Telmário Mota (PDT-RR) | Valodir Raupp (PMDB-RO) | Vicentinho Alves (PR-TO) 

Waldemir Moka (PMDB-MS) | Wellington Fagundes (PR-MT) | Walder Morais (PP-GO) 

Zeze Perrella (PTB-MG) 

VOTOS 'NÃO' (contra o impeachment) 

Angela Portela (PT-RR) |  Armando Monteiro (PTB-PE) | Elmano Férrer (PTB-PI) 

Fátima Bezerra (PT-RN) | Gleisi Hoffmann (PT-PR) | Humberto Costa (PT-PE) 

João Capiberibe (PSB-AP) | Jorge Viana (PT-AC) | José Pimentel (PT-CE) 

Kátia Abreu (PMDB-TO) | Lídice da Mata (PSB-BA) | Lindbergh Farias (PT-RJ) 

Otto Alencar (PSD-BA) | Paulo Paim (PT-RS) | Paulo Rocha (PT-PA) 

Randolfe Rodrigues (Rede-AP) | Regina Sousa (PT-PI) | Roberto Muniz (PP-BA) 

Roberto Requião (PMDB-PR) | Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM) 

Discursos 

Simone Tebet (MDB-MS, à época PMDB): Por dois anos, maquiaram-se as contas públicas. Fez-se a contabilidade criativa para esconder os desmandos com o dinheiro público, para maquiar e esconder o gasto excessivo, além do limite. É como se o Governo, além de ter gastado o dinheiro que vem do tributo e do imposto do povo brasileiro, tivesse - teria e fez - entrado no cheque especial. E mais grave que isso: pegou dinheiro não emprestado com bancos públicos, porque ele é o que opera, ele tem o controle desses bancos. Então, ele não pegou um empréstimo. Embora se fale em operação de crédito ilegal, o que houve foi uma coação, porque os bancos públicos não podiam dizer “não” para o Governo Federal. 

[...] E é por isso que eu venho com convicção, depois de duas semanas na Comissão Especial, analisando atentamente a defesa, a acusação, o relatório irretocável do nosso querido amigo, Senador Anastasia, afirmar ao Brasil que eu voto “sim” pelo juízo de admissibilidade deste processo porque também, em 2015, há indícios muito sérios de crime de responsabilidade com a materialidade do fato e com a autoria da Senhora Presidente da República. 

Aécio Neves (PSDB-MG): Na verdade, foi exatamente o descontrole da economia, conduzido pelo Governo da atual Presidente da República, que levou o Brasil a dois anos de queda expressiva de seu produto interno e à maior recessão de toda a nossa história republicana. Foram os atos conscientes da Presidente da República que nos trouxeram a maior inflação desde 2002, de quase 10%. Foi a irresponsabilidade deste Governo no descumprimento da legislação à qual ele estava submetido que levou o Brasil a ter hoje cerca de 11 milhões de desempregados, Senador Aloizio, três milhões em apenas um ano. Foi a irresponsabilidade deste Governo que levou à queda de 24% dos investimentos desde o início de 2014, a uma queda de 25% da nossa produção industrial, a 303 mil empresas fechadas apenas no ano de 2015! 

Randolfe Rodrigues (Rede-AP): Sinto um mal-estar com esse fundamento. A alegação é fraca e causa desconforto. Descumprimento de regra orçamentária é regra de todos os governos da Nação. Não é por outro motivo que os Estados estão quebrados. Há um problema sério de proporcionalidade. Não estou dizendo que ela não descumpriu as regras orçamentárias. O que estou querendo dizer é que é desproporcional tirar uma Presidente sob esse fundamento num País como o nosso. Vão aparecer dúvidas sobre a justeza dessa discussão. Mais do que isso, essa dúvida se transformará em ódio entre parcelas da população. Quanto à justeza e o acerto político dessa medida, tenho dúvidas sinceras. 

A resposta, neste grave momento da vida nacional, Sr. Presidente, não pode ser tomada por 513 Deputados e 81 Senadores. Só a soberania do voto popular pode, só a soberania e a sabedoria do voto popular poderão, neste momento, devolvido o poder ao povo, dar a resposta a esta crise política. [...] Não aceitaremos retrocessos nas conquistas sociais que o povo brasileiro já teve. Não aceitaremos! Não será com o meu voto que será chancelado o retorno ao atraso no dia de hoje. Por isso que o meu voto será “não”. 

Omar Aziz (PSD-AM): Presidente Dilma, a senhora errou quando a senhora não cumpriu um negócio básico: falar a verdade. Esse foi o seu grande pecado. Se a senhora tivesse tido humildade... E, naquele dia, lhe disse: “Presidenta, faça a autocrítica, lidere o Brasil, lidere os políticos brasileiros. Vá à televisão e diga ao povo brasileiro qual é a real situação da nossa economia. O povo brasileiro é bom. Ele é compreensível. Vai perdoá-la e vai lhe dar apoio.” Ali, começou o impeachment da Presidenta Dilma, a partir do momento em que ela não teve humildade, e, sim, a soberba da reeleição. E muitos membros aqui. E eu não estou feliz com isso. Estou triste, porque lutei a minha vida toda pela democratização deste País, fui às ruas, não me omiti. [...] Voto com seu parecer, a favor do impedimento da Presidente Dilma. 

Gleisi Hoffmann (PT-PR): A Presidenta sofreu uma enorme desconstrução na sua imagem, na sua imagem pessoal e política de Presidenta, mas, sobretudo, na sua condição de mulher, com mentiras, calúnias, difamação, falso moralismo, um desrespeito total pelo fato de ser mulher. E estão tentando vender agora para o povo brasileiro que o afastamento, o impeachment da Presidenta é a solução de todos os problemas. Não, não é. Não é a solução de nenhum problema. Pior do que isso: é o agravamento dos problemas. Não há esperança popular no governo do Vice-Presidente Temer. Não há o que esperar a não ser perdas de direito e de retrocesso. O que estão querendo vender para o Brasil é uma mentira de que, tirando a Presidenta Dilma, todos os problemas estão resolvidos. Isso não é verdade, e nós temos que deixar claro isso aqui. Por isso, nós temos repetido que esse impeachment, por não ter base constitucional, por ser exatamente um instrumento para que a elite e a direita coloquem o seu projeto de governo no Poder sem passar pelo voto, é um golpe. Não temos o que esperar desse futuro. Termino aqui o dia ou começo um novo dia da mesma forma que comecei o de ontem, na companhia do Prof. Darcy Ribeiro: sou uma mulher de causas, sou uma mulher de lutas. Detestaria, não suportaria estar no lugar de quem me vencerá hoje. 

 

Esta quarta-feira, 31 de agosto, marca os seis anos do impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff. A cassação do mandato foi, para muitos, um atentado à democracia e um golpe de estado orquestrado por aliados e opositores da antiga chefe do Executivo. Para outros, foi uma vitória contra a corrupção e o último suspiro dos anos de dominância do Partido dos Trabalhadores, que estava há mais de uma década no Governo Federal. 

Um dos mais importantes episódios da história recente do país, o impeachment da primeira mulher presidente do Brasil foi marcado por controvérsias, pela crescente crise econômica, baixa popularidade e perdas de alianças no Congresso Nacional. Apesar do fatídico dia ter sido atravessado por uma sessão de 20 horas no Senado Federal, o processo inteiro levou quase sete meses e 29 dias (273 dias, no total), indo de 2 de dezembro de 2015 a 31 de agosto de 2016.  

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Dilma foi a quarta pessoa a exercer o cargo de Presidente da República a sofrer impeachment no Brasil, depois de Fernando Collor, Café Filho e Carlos Luz. Diferentemente dos seus antecessores, a cassação da mandatária dividiu opiniões entre congressistas e na sociedade civil. 

Para o seu afastamento definitivo, ao fim do processo, era necessário que 54 senadores (dois terços do parlamento) votassem a favor do parecer. O impeachment foi aprovado com 61 votos contra 20, condenando Rousseff por crimes de responsabilidade a partir das “pedaladas fiscais”, mas sem a perda dos direitos políticos. 

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O pontapé 

O processo de impeachment de Dilma Rousseff teve início em 2 de dezembro de 2015, quando o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (preso em 2016 por corrupção passiva) deu prosseguimento ao pedido dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal. Na baixa câmara do Congresso, os 342 votos favoráveis à continuidade do processo de afastamento de impeachment de Dilma foram obtidos com facilidade. O 342º voto foi do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), e a partir de então, a matéria seguiu ao Senado. 

As “pedaladas” e o impeachment 

“Pedalar” fiscalmente é, em resumo, postergar o pagamento de suas dívidas, enquanto cria novas despesas e maquia a verdadeira situação fiscal de um negócio. Foi por esse comportamento financeiro que o Executivo, às mãos de Dilma Rousseff, foi acusado de crime de responsabilidade. No caso da ex-presidente, uma grande parte da dívida era comprometida à Caixa Econômica Federal, enquanto ela, supostamente, fazia parecer que havia equilíbrio entre os gastos e despesas nas contas públicas. 

Sobre o Governo Dilma, o Tribunal de Contas da União entendeu que o Tesouro Nacional teria atrasado, voluntariamente, o repasse de recursos para a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), para o pagamento de programas sociais como Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, benefícios sociais como o abono salarial e o seguro-desemprego, além de subsídios agrícolas. 

Essas instituições faziam o pagamento com recursos próprios, garantindo que os beneficiários recebessem em dia. Ao mesmo tempo, o governo teria omitido esses passivos nas estatísticas da dívida pública, postergando para o mês seguinte a sua contabilização.  Com isso, as contas públicas apresentavam bons resultados que, no entanto, não eram reais. 

Dilma teve um dos maiores saldos negativos na Caixa: R$ 33 bilhões, com 19 “pedaladas” em todos os anos de seu governo, mais notoriamente em 2014 (oito vezes), ano de sua reeleição. Com os resultados das auditorias da época desfavorecendo a petista, congressistas da oposição se movimentaram para pautar o processo de impeachment, com base nas pedaladas, e tiveram sucesso nas apreciações e na votação. 

A presidente foi afastada em 12 de maio de 2016, após aprovação do Senado. O ex-vice, Michel Temer, assumiu. Os senadores cassaram definitivamente o mandato de Dilma ao fim de agosto daquele ano, em um domingo, por 61 votos contra 20. Dilma tentou se eleger senadora pelo PT de Minas Gerais em 2018, mas não conseguiu. 

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Dilma inocentada 

Em 27 de março deste ano, a 7ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (RJ e ES) extinguiu o processo contra a ex-presidente Dilma Rousseff, no qual ela foi acusada de danos financeiros causados por pedaladas fiscais. 

A ação popular acusava Dilma, seu então vice Michel Temer e sua equipe administrativa de praticarem manobras fiscais para ocultar saldo devedor nas contas e demonstrações financeiras e orçamentárias do governo federal. As chamadas pedaladas fiscais levaram ao impeachment da presidente em 2016. 

Em 2020, a 10ª Vara Federal do Rio de Janeiro condenou Dilma a indenizar a União por danos aos cofres públicos, no valor correspondente ao endividamento causado pelas operações irregulares, a ser apurado pelo Tribunal de Contas da União. Após recurso da ex-presidente, a sentença foi reformada, e a ação foi extinta sem resolução de mérito. 

Em 2016, uma perícia realizada por especialistas do Senado, e acompanhada pela defesa de Dilma, já havia indicado o mesmo resultado. Apesar da resolução ter sido diferente, essencialmente, no ano do impeachment já se sabia que a ex-presidente não era responsável pelas pedaladas, mas que havia autorizado decretos sem o aval do Congresso. O resultado teve efeito contrário e acabou sendo mais um utilizado para demonstrar arbitrariedade no governo e má relação com o parlamento. 

À época, e também em seu discurso do impeachment, Dilma Rousseff argumentou que as pedaladas são uma prática comum aos governos em crise e que não configuram crime de improbidade administrativa. Ela mencionou até mesmo os governos de seu aliado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) como exemplos de gestões que “pedalaram” e não sofreram sanções políticas. 

Até mesmo o governo de Jair Bolsonaro (PL) já sofre questionamentos nesse sentido. Opositor de Dilma desde sempre e à época deputado federal pelo PSL, o atual presidente votou a favor do processo que culminou na cassação de Rousseff, na Câmara. Em seu discurso, desdenhou da tortura sofrida pela ex-presidente durante a ditadura militar, saudou o ex-chefe do DOI-CODI do regime militar, Carlos Brilhante Ustra, e gritou palavras de ordem pelo Brasil, por Deus e contra a corrupção. 

Naquele momento, o então parlamentar de baixo clero ensaiava a sua ascensão à política nacional, tendo as pedaladas como parte do seu discurso de oposição. Em seu governo, porém, Bolsonaro se tornou alvo de críticas de economistas por criar uma “bomba fiscal” que poderá se tornar responsabilidade do seu sucessor e sucessora. Com o aumento da inflação, dos itens básicos e da fome, o presidente intensificou em sua agenda publicitária dados que mascaram os índices negativos do Governo Federal e que servem de manutenção para o seu eleitorado. 

 

A aliança entre o PT e o PSB vem colecionando diversos imbróglios ao longo dos últimos anos. Um deles é o apoio do PSB ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, fato que, inclusive, contou com o voto do candidato da Frente Popular de Pernambuco, Danilo Cabral (PSB). Nesta segunda-feira (8), porém, Danilo declarou que o episódio já foi superado pelas legendas e classificou o apoio do PSB a destituição de Dilma como um “equívoco”.

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“Esse processo já foi superado. A direção nacional do PSB já se manifestou sobre isso e reconheceu que houve um equívoco histórico do partido ao participar daquela votação”, declarou o deputado federal em entrevista à Rádio Jornal.

“O que nos orienta agora é o futuro do Brasil. Neste exato momento não é só o PSB que está se juntando com PT, as forças democráticas do Brasil estão se aglutinando contra a ameaça à democracia”, reforçou Danilo.

O candidato ainda disse que “essas questões de lá trás podem ter tido uma relevância lá [em 2016], mas a superação deste momento é resultado da verdadeira ameaça à democracia”, segundo ele, proporcionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao questionar a legitimidade das urnas.

Após ser descrita como "honestíssima" pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a chamar o ex-vice de seus dois mandatos no Planalto de "golpista" e afirmou que não pretende mais "debater com este senhor". Em carta publicada em seu site, a petista disse ainda que Temer, que a sucedeu após ela sofrer impeachment, articulou "uma das maiores traições políticas dos tempos recentes".

Dilma argumentou que sua dificuldade de "articulação com o Congresso", motivo ao qual Temer atribui seu impedimento, não é crime passível de afastamento do cargo, e afirmou que sua distância do Legislativo se devia à sua "integral rejeição" ao deputado federal Eduardo Cunha, então presidente da Câmara. Embora tenha se defendido quanto à opinião de Temer sobre o que a derrubou na prática, o fundamento jurídico para o impeachment da petista foi o cometimento de crimes de responsabilidade, por sua condução do País no âmbito fiscal.

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"Tal 'dificuldade' era uma integral rejeição às práticas do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, criador do Centrão, que queria implantar com o meu beneplácito o 'orçamento secreto', realizado, hoje, sob os auspícios de um dos seus mais próximos auxiliares na Câmara Federal", escreveu.

Dilma também disse que Temer não teria razão para se opor ao modo de governar do PT, já que sabia qual era o programa político da chapa para a qual foi indicado como vice. As reformas aprovadas durante a gestão do emedebista, segundo a ex-presidente, configuram "traição" ao voto popular.

"As provas materiais da traição política estão expressas na PEC do Teto de Gastos, na chamada reforma trabalhista e na aprovação do PPI (Preço de Paridade de Importação) para as quais não tinha mandato. Nenhum desses projetos estavam em nossos compromissos eleitorais, pelo contrário, eram com eles contraditórios. Trata-se, assim, de traição ao voto popular que o elegeu por duas vezes."

Ao falar sobre Dilma nesta quinta-feira (21), em entrevista ao UOL, Temer ponderou que o motivo jurídico de seu impeachment foi "extremamente técnico" e não teve relação com casos de corrupção, e que ela caiu por não ter boa articulação com o Congresso. Ele criticou a prática de pedaladas fiscais apontada por órgãos de controle durante o governo da petista.

"Às vezes falam de corrupção, mas é mentira. Ela (ex-presidente Dilma) é honesta. O que eu sei e pude acompanhar, embora estivesse à margem do governo e embora fosse vice-presidente, não há nada que possa apodá-la de corrupta. Para mim, honestíssima. Houve problemas políticos. Ela teve dificuldade no relacionamento com o Congresso Nacional, teve dificuldade no relacionamento com a sociedade e teve as chamadas 'pedaladas', uma coisa extremamente técnica, decretada pelo Tribunal de Contas da União. Esse conjunto de fatores é que levou multidões às ruas", disse.

Em nota enviada via assessoria a respeito das críticas endereçadas a ele por Dilma, Temer afirmou que "é tão desarrazoada a manifestação que não merece resposta".

O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou, nesta quinta-feira (21), que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) – de quem ele era vice até o impeachment em 2016 – é “honestíssima”. Em entrevista ao UOL, Temer declarou que não participou de nenhum golpe e, apesar de considerar que a petista não é corrupta, o que houve naquele ano foi apenas “o cumprimento da Constituição”.

“Não participei de golpe nenhum. Quando começou a história da chamada procedência da acusação na Câmara eu vim para São Paulo. O vice é sempre o primeiro suspeito, por isso vim para São Paulo e só voltei na última semana, quando me disseram você 'você precisa estar em Brasília', porque tudo indica que a Câmara vai julgar a acusação procedente”, afirmou o emedebista.

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Temer seguiu sendo direto: “Não participei de golpe e nem acho que houve golpe. O que houve foi o cumprimento da Constituição Federal. Basta ler a constituição, se o presidente cair quem assume é o vice”.

Honestíssima

Na ótica de Temer, o fator que pesou para o impeachment foi a falta de traquejo político de Dilma, as pedaladas fiscais e o povo na rua. De acordo com o ex-presidente, Dilma “é honesta”.

“[Sobre] a senhora ex-presidente, as vezes falam em corrupção, é mentira. Ela é honesta, o que eu sei e pude acompanhar, não há nada que possa apodá-la de corrupta. Para mim ela é honestíssima”, disse.

“Agora houve problema político, ela teve dificuldade no relacionamento com o Congresso Nacional e teve as pedaladas. Este conjunto de fatores levou multidões às ruas. O povo na rua enfurecia o Congresso Nacional. Se não tiver o povo na rua não há impeachment”, emendou Michel Temer.

O substituto de Dilma disse ainda, sobre a gestão, que tentou colaborar com a gerência política, mas viu que não poderia fazer muito.

 

O Cidadania, que apoia Simone Tebet (MDB) na disputa pela Presidência, cobrou do Congresso a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Em nota divulgada nesta terça-feira, 19, o partido argumenta que o presidente "perdeu qualquer compostura que ainda pudesse ter pelo cargo que ocupa" após as acusações contra o sistema eleitoral em reunião com embaixadores estrangeiros nesta segunda, 18.

"As urnas eletrônicas que deram a ele e a seus filhos diversos mandatos tirarão de Bolsonaro em outubro não apenas o cargo, mas o foro especial por prerrogativa de função. E o poder e a influência que hoje detém sobre os órgãos de controle. Mas isso não exime o Congresso Nacional de cumprir o seu papel e abrir um processo de impeachment", afirma o texto, assinado pelo presidente nacional da sigla, o ex-deputado e ex-senador Roberto Freire.

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Bolsonaro é alvo de mais de 140 pedidos de impeachment encaminhados à Câmara dos Deputados desde que assumiu a Presidência, em 2019. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), vem engavetando todos os novos pedidos de afastamento. Ele também não se manifestou, até o momento, sobre a reunião de Bolsonaro com os representantes de embaixadas estrangeiras.

Ex-vice-presidente da Câmara, o deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM) chamou a apresentação de Bolsonaro de "patética" e afirmou que o silêncio de Arthur Lira é "mais ensurdecedor" do que o dos embaixadores que participaram do evento. "Ao posto de Presidente da Câmara não é dado o direito de escolher o silêncio cúmplice", escreveu, em sua conta no Twitter.

Outro parlamentar a cobrar Lira publicamente, nesta terça, foi o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede-PE). "O presidente da Câmara precisa se manifestar diante das mentiras de Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas e as ameaças à democracia, ontem, diante de embaixadores de diversos países", escreveu, também no Twitter.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), divulgou nota ainda nesta segunda-feira reafirmando que "a segurança do processo eleitoral não pode ser questionada" - mas não citou a possibilidade de processo de impeachment. Outros parlamentares apontaram crime de responsabilidade e já encaminharam ação ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente da República. O grupo que assina o documento reúne integrantes do PT, PSOL, PCdoB, Rede, PSB e PV.

O Congresso entrou em recesso nesta segunda-feira, 18, pelas próximas duas semanas. A partir desta quarta-feira, 20, começa o prazo em que as convenções partidárias podem ser convocadas para oficializar candidaturas à Presidência, Senado, Câmara e governos estaduais.

Em rápida reunião virtual na noite desta quarta-feira (15), a Comissão da Lei do Impeachment decidiu receber sugestões de qualquer pessoa pelo email cjnlimp@senado.leg.br. Também foi decidido que o colegiado pedirá para a área técnica do Senado criar um canal na internet para o recebimento dessas sugestões até o final do mês de julho. 

A reunião foi conduzida pelo presidente da Comissão, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. 

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"No mais breve espaço de tempo possível abriremos um canal para ouvir o público em geral, para ouvir a cidadania, o homem comum do povo, os especialistas, os políticos, que quiserem contribuir com suas sugestões para a Comissão da Lei do Impeachment", disse Lewandowski. 

Também participaram da reunião a relatora Fabiane Pereira de Oliveira e os juristas Fabiano Augusto Martins Silveira, Heleno Taveira Torres, Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, Pierpaolo Cruz Bottini, Carlos Eduardo Frazão do Amaral, Gregório Assagra de Almeida e Maurício de Oliveira Campos Júnior.  O colegiado é composto também pelos juristas Rogério Schietti Machado Cruz, Antonio Augusto Anastasia e Marcus Vinicius Furtado Coêlho. 

A Comissão foi criada (ATS 3/2022) pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para atualizar a Lei do Impeachment (Lei 1.079, de 1950). O colegiado vai apresentar proposta de atualização da Lei do Impeachment, que define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento. A atual norma foi promulgada durante a vigência da Constituição de 1946, mas não foi inteiramente incorporada pela Constituição de 1988. 

Desde a sua criação, a lei foi utilizada em dois processos de impeachment no plano federal: em 1992, no governo do então presidente Fernando Collor, e em 2016, quando Dilma Rousseff era a chefe do executivo. Outros dois presidentes, Carlos Luz e Café Filho, sofreram impeachments durante a vigência da lei (ambos em 1955), mas ela não foi aplicada nesses casos porque o Congresso entendeu que era necessário um julgamento sumário. 

*Da Agência Senado

Ainda questionado pela escolha de Geraldo Alckmin (PSB) para compor a chapa na disputa à Presidência, Lula (PT) disse que seu vice não apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Para o petista, o ex-tucano teria, inclusive, tentado ajudar a limpar a imagem de Dilma. 

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, nessa terça-feira (31), Lula indicou que Alckmin teria tomado a posição de tentar defender a ex-presidente. “Ele não só era contra, como pediu um parecer de um advogado que deu um parecer contra o impeachment”, afirmou. 

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Porém, a fala de Lula se mostrou contraditória se comparada a declarações de apoio à cassação feitas por Alckmin. Em uma delas, o ex-governador de São Paulo reforçou que o impeachment se trata de uma previsão constitucional.   

“O impeachment é previsto na Constituição Federal, e a Constituição não é golpista”, pontuou após o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceitar o pedido contra a ex-presidente. 

Alckmin também participou de protestos contra o Governo na Avenida Paulista. Em uma das vezes, foi vaiado ao lado do senador Aécio Neves. 

A nova Lei do Impeachment deve incluir as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os ritos do processo definidos durante os julgamentos dos ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (6) durante reunião da comissão de juristas criada para atualizar a Lei do Impeachment (Lei 1.079, de 1950). 

Uma das decisões tomadas pelo STF na análise desses procedimentos foi deixar nas mãos do Senado o poder de decidir sobre o afastamento do presidente. Além de incluir a jurisprudência aplicada nos dois processos, a nova lei terá um texto simplificado que valerá para todas as autoridades federais e estaduais. O conselheiro do CNJ e ex-secretário-geral da Mesa do Senado Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho foi o responsável por reunir as sugestões dos membros da comissão e apresentar uma minuta do anteprojeto.

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  "Nós optamos por fazer uma organização diferente. A Lei atual descreve o impeachment do presidente da República e depois aplica aos demais cargos por analogia. Optamos por um projeto que traz uma norma geral aplicável a todos. A partir desse desenho, trouxemos normas pontuais que se aplicam a um caso ou a outro. O texto já trouxe toda a jurisprudência do STF tanto no episódio de 1992 quanto no de 2016 no que se refere ao direito de defesa", apontou Bandeira. 

Além do presidente da República, estão sujeitos a processos de impeachment, de acordo com a Lei 1.079, que regula os crimes de responsabilidade, o procurador-geral da República, ministros de Estado, ministros do Supremo Tribunal Federal, governadores e secretários de Estado. Presidente do colegiado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski apontou que a proposta poderá incluir também os prefeitos.

  "A minuta apresentada por Bandeira já estabelece um procedimento uniforme não apenas para o chefe do executivo federal, mas também para o chefe do executivo estadual. Se o Parlamento quiser, poderá até incorporar os prefeitos neste procedimento", disse o ministro. 

 A partir dessa minuta, os juristas seguirão apresentando sugestões para aperfeiçoar a proposta. Segundo o advogado Maurício Campos Júnior, o colegiado busca simplificar o rito do impeachment, mas assegurando a garantia à ampla defesa. 

"A discussão passa pela simplificação do procedimento sem descuidar das garantias constitucionais. Nosso ponto de partida é muito próximo da linha de chegada", afirmou. 

*Da Agência Senado

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a se manifestar sobre o processo de impeachment que a tirou do Palácio do Planalto em 2016. Para a petista, sua saída foi fundamentada em misoginia e opositores se utilizaram da sua “condição de mulher” para fundamentar a investigação. A declaração foi feita durante entrevista ao podcast Mano a Mano, conduzido pelo músico e ativista Mano Brown, nesta quinta-feira (28). 

“Acho que sofri impeachment porque representava um projeto diferente para o Brasil, de inclusão social. Tentaram criminalizar o exercício do orçamento. Havia uma certa dificuldade de me acusar de qualquer coisa. [...] Agora, eu acho que o golpe utilizou profundamente da minha condição de mulher para criar o meio ambiente para me tirar do governo”, analisou. 

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Ao falar sobre as “pedaladas fiscais”, Dilma disse que “adora” mencionar o assunto. Ela considerou que esse argumento foi usado porque não havia nada que as pessoas pudessem acusá-la de corrupção, a não ser de gastar dinheiro em um projeto de inclusão social no Brasil. 

“Eu não quero o compromisso eleitoral porque eu quero falar as coisas que eu acredito. Eu cansei de escutar ministro do Supremo, o próprio Temer dizendo que não foi bem pedalada fiscal, foi porque eu não tinha apoio político. Só que não ter apoio político no Brasil não é razão para impeachment”, continuou. 

Desigualdade social 

A ex-presidente também criticou a “insensibilidade” da classe mais alta do país com as pessoas pobres, o que analisou ser uma herança escravocrata no comportamento da sociedade brasileira. Segundo Dilma, o Brasil tem dinheiro para dar escolas de graça à população, da creche até a faculdade, mas tem uma elite que não se preocupa com o povo. 

“O que eu acho mais absurdo no Brasil é a absoluta insensibilidade da elite brasileira, das oligarquias brasileiras, sejam financeiras, industriais, agrícolas, seja quem for, pelo destino de seu próprio povo. Isso é imperdoável”, disse. 

E completou: “Nunca vamos esquecer que um dos problemas mais graves do Brasil é a escravidão. Não só porque escravizaram nosso povo, mas porque, quem escravizou, e o fez por 300 anos, é a elite desse país. É só isso que explica a insensibilidade dela perante o seu próprio povo”. 

Dilma também defendeu a revogação do chamado teto de gastos, em vigor desde o governo de Michel Temer, que impõe limite de despesas ao Estado. 

O deputado federal Paulinho da Força (SD-SP) foi vaiado em um encontro do ex- presidente Lula (PT) com representantes de centrais sindicais, em São Paulo, nesta quinta-feira (14). 

Vale lembrar que, o deputado foi um dos apoiadores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), além de ter participado de manifestações com placas escritas “Tchau Querida”.   

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O motivo da presença de Paulinho no evento, foi por ser presidente de honra da Força Sindical, uma das centrais com maior número de presentes. Em todos os momentos em que membros da Força citaram  seu nome, houve vaias por todo o público. Entre elas, uma sindicalista gritou “Traidor, votou no golpe”, fazendo referência ao voto de Paulinho no impeachment de Dilma. 

Durante sua campanha eleitoral, Lula está formando uma grande aliança. Essa atitude tem sido questionada e tem causado uma significativa repercussão.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entrou nesta quarta-feira, 23, com uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por suposto crime de responsabilidade.

O pedido é para que o ministro seja afastado do cargo até a conclusão das investigações sobre o loteamento do orçamento do Ministério da Educação (MEC) a líderes evangélicos.

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"Os fatos evidenciam uma verdadeira negociata espúria em troca da destinação de verbas públicas", diz um trecho da representação.

Como mostrou o Estadão, pastores formam um gabinete paralelo no MEC, com controle da agenda e das verbas da pasta, e chegaram a pedir pagamentos em dinheiro e até em ouro em troca de conseguir a liberação de recursos para construção de escolas e creches.

O senador defende que é o caso de impeachment. Randolfe alega que a conduta do ministro viola os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência.

"As verbas destinadas à educação não podem ficar na mão de agentes estranhos ao Estado, servindo de moeda de troca para angariar apoio político e ganhos indevidos", escreve o senador.

A distribuição de recursos a partir de demandas pessoais, sem observar critérios técnicos, também é contestada na representação por suposta violação das diretrizes básicas das leis orçamentárias.

Além de atribuir crime de responsabilidade ao ministro da Educação, Randolfe também afirma que os detalhes noticiados até o momento indicam crimes de peculato, emprego irregular de verbas públicas, corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, que tem a atribuição de investigar o ministro em razão do foro por prerrogativa de função, acionou o STF mais cedo pedindo um inquérito não só contra Milton Ribeiro, mas também contra pastores, servidores e prefeitos envolvidos no esquema do gabinete paralelo do MEC.

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