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Uma parte das tropas alemães presentes no Iraque para tarefas de formação será retirada do país, devido à tensão na região, e transferida para Jordânia e Kuwait - informou um porta-voz do Ministério alemão da Defesa à AFP.

O contingente alemão formado por cerca de 30 militares baseados em Bagdá e Taji, ao norte da capital iraquiana, vai ser "reduzido provisoriamente", anunciou a mesma fonte.

Além dos militares instalados perto de Bagdá, a Alemanha estacionou tropas no Curdistão iraquiano para treinar as forças de segurança locais.

No total, a Alemanha conta com 120 militares no Iraque, integrados à coalizão internacional contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI) dirigida pelos Estados Unidos.

O anúncio de retirada parcial do Iraque foi informado pelo Ministério da Defesa à Câmara dos Deputados, que enquadra estritamente as missões militares alemães.

Os Estados Unidos podem encarar um longo conflito no Oriente Médio. Há cerca de 80 mil militares americanos na região, espalhados por 27 bases e instalações distribuídas em 12 países - bem equipados e com apoio pesado, representado pela presença de um, e as vezes dois porta-aviões nucleares, acompanhados de destróieres, cruzadores e quase sempre por um submarino de ataque.

Nessa conta, feita em setembro pelo Centro de Estudos Estratégicos, de Washington, não entram os complexos relativamente próximos mantidos no Afeganistão e no Paquistão. O mapa do sistema abrange o Bahrein (3 unidades), Djibuti (1), Egito (1), Iraque (1), Israel (2), Jordânia (1), Kuwait (4), Omã (6), Catar (2), Arábia Saudita (1), Turquia (2) e Emirados Árabes (3).

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O Pentágono faz um rodízio constante no efetivo para combater o estresse. O número nunca é inferior a 65 mil. No território iraquiano o contingente permanente tem sido mantido na faixa de 5,1 mil soldados. Donald Trump ordenou o envio de outros 3,5 mil.

As armas atômicas, 50 delas, ficam estocadas na Turquia, em uma célula de alta segurança da base de Incirlik. São do tipo B61-12, pequenas e com a tecnologia atualizada pela última vez há mais de 20 anos - mas são 10 vezes mais potentes que a lançada sobre Hiroshima, em 1945.

No gigantesco conjunto dos Emirados Árabes, a base aérea de Al-Dhafra hospeda a 380.ª Ala Expedicionária da Força Aérea americana. A frota transferida de Plattsburgh, Nova York, abrange grandes jatos KC-10 com capacidade de realizar reabastecimento em voo, drones do tipo RQ-4 Global Hawk, aviões de alerta avançado e controle E-3 Sentry, aeronaves de espionagem U-2 Dragon Lady e um esquadrão dos caças F-22 Raptor, tão avançados que não podem ser exportados.

Uma lei federal protege suas características de baixa visibilidade aos radares e sensores de rastreamento. É uma máquina cara: o programa de desenvolvimento custou US$ 68 bilhões. Os exemplares dos lotes finais dos 187 jatos operacionais produzidos saíram por US$ 167 milhões - preço estimado. Desde os anos 80, diversos presidentes americanos teriam investido entre US$ 7 bilhões e US$ 11 bilhões em obras na rede de instalações. Em certos casos, o dinheiro produziu efeitos no setor civil. O aeroporto de Muscat, em Omã, serve às linhas comerciais e também à aviação militar.

As bases americanas seriam os alvos prioritários de uma eventual represália do Irã ao bombardeio que matou o general Qassim Suleimani, na sexta-feira. Segundo o general Hussein Dehgahn, assessor de segurança do aiatolá Ali Khamenei, "a América agiu diretamente contra nós, e nós reagiremos diretamente contra a América." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta segunda-feira (6), que o Brasil vai "entregar" terroristas que estiverem no País. Segundo ele, essa é a forma de colaborar com o combate ao terrorismo.

Em nota após o ataque dos EUA que matou um general iraniano, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) disse que o Brasil está "pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento".

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Questionado se o Brasil também poderia enviar tropas para eventual combate, o presidente respondeu: "Não, que tropas? Não vou discutir esse assunto contigo. Se tiver terrorista no Brasil, vai ser entregue. Não interessa a nacionalidade".

O presidente também afirmou que houve uma reunião em São Paulo, no domingo, de apoiadores do Irã no conflito contra os EUA. Bolsonaro não deu detalhes da suposta reunião. "Não vou falar nada. Tenho informações mas não vou falar. Está em análise. As informações têm de ser processadas, ou melhor, os informes", disse.

Bolsonaro disse que o Brasil já tem colaborado com a extradição de terroristas. Ele citou o caso de Cesare Battisti. Também disse deixaram o Brasil antes de sua posse supostos terroristas que estavam infiltrados entre médicos cubanos, do programa Mais Médicos.

"Assim como os cubanos, médicos, entre aspas, saíram antes de eu assumir. Sabiam que eu ia entregar os caras. Um montão de terrorista no meio deles. Fazendo aparelhos aqui no lugares mais pobres do Brasil. Essa 'esquerdalha' começa nos lugares mais pobres. São pessoas desinformadas. Usam da boa fé deles para vender a sua política", disse o presidente.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (6) que os preços do combustíveis devem se estabilizar após alta causada por tensões sobre ataque dos Estados Unidos no Iraque que matou o general iraniano Qassem Suleimani.

"Reconheço que o preço está alto na bomba. Graças a Deus, pelo que parece, a questão lá dos EUA e Iraque, (...) o impacto não foi grande. Foi 5%, passou para 3,5%; não sei quanto está hoje a diferença em relação ao dia do ataque. Mas a tendência é estabilizar", disse o presidente em frente ao Palácio da Alvorada.

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Bolsonaro afirmou que avalia participar de reunião na tarde desta segunda sobre a alta do combustível. "Está previsto hoje, por volta de 16h (a reunião). Se eu tiver oportunidade, vou ver com Bento (ministro de Minas e Energia), se é o caso de eu comparecer, dada a gravidade do assunto", afirmou.

Bolsonaro afirmou que tem orientado a sua equipe de governo a mostrar as razões do alto preço de combustível. Ele citou que há impacto por impostos federais, ICMS, monopólio da distribuição, além de margem de lucro. "Porque cai tudo no meu colo. Parece que sou responsável por tudo", disse.

O presidente voltou a afirmar que não tabelará preços de combustível. "Políticas semelhantes no passado não deram certo", repetiu.

O general iraniano que passou a liderar a Guarda Revolucionária Islâmica após o assassinato, em Bagdá, do líder Qassim Suleimani, prometeu se vingar do ataque promovido pelos Estados Unidos.

"Deus Todo Poderoso prometeu obter sua vingança, e Deus é o maior vingador. Certamente ações serão realizadas", disse Esami Ghaani, em entrevista à TV estatal iraniana nesta segunda-feira (6) Fonte: Associated Press.

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O Parlamento do Iraque aprovou neste domingo (5) uma resolução que exige a retirada de tropas dos EUA do país. A decisão foi um resposta ao ataque que matou o general iraniano Qassim Suleimani, em Bagdá, na sexta-feira (3). Outra consequência direta da operação americana foi a iniciativa do governo do Irã de suspender o acordo nuclear de 2015.

Em comunicado, o governo iraniano declarou que seu "trabalho de enriquecimento de urânio não respeitará mais o acordo" e não terá mais restrições. O pacto - firmado com Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China - limitava o nível de enriquecimento a 3,6%.

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O urânio de baixo enriquecimento é usado para gerar energia. Para ser usado em uma bomba atômica, o material precisa ser enriquecido até 90%. No entanto, uma vez que um país tenha capacidade de enriquecê-lo a aproximadamente 20%, o tempo necessário para chegar a 90% é reduzido pela metade, segundo os cientistas.

O acordo nuclear vem sofrendo golpes desde maio de 2018, quando Donald Trump retirou os EUA do pacto. Em julho, o Irã afirmou que estava pronto para enriquecer urânio a qualquer nível e em qualquer quantidade. Na época, o processo de enriquecimento alcançou os 5%. Em setembro, Teerã descumpriu mais uma etapa do acordo ao começar a produzir urânio em centrífugas avançadas.

Por um fio

O que segurava o pacto era a diplomacia europeia, que vinha acenando com a possibilidade de driblar as sanções americanas e incrementar o comércio com o Irã. A União Europeia, porém, nunca conseguiu de fato encontrar uma maneira de escapar das restrições impostas pelos sistema financeiro americano.

Outro problema para os EUA foi a decisão do Parlamento iraquiano de expulsar os 5,2 mil militares americanos do país, que depende agora da assinatura do primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi. Como foi o premiê que recomendou a resolução aos deputados, ele não deve impor objeções. Apesar de ter sido governado durante décadas por um ditador sunita - Saddam Hussein -, a maioria da população iraquiana é xiita, como a do vizinho Irã.

Por isso, a nova democracia iraquiana é refém de deputados xiitas e da pressão externa de Teerã. O placar da votação deste domingo foi 170 a 0. No entanto, muitos dos 328 deputados - principalmente sunitas e curdos - não votaram. A eventual retirada das tropas dos EUA do Iraque teria graves consequências para a influência americana na região.

O primeiro efeito catastrófico seria o aumento da influência regional iraniana. O segundo resultado da retirada americana seria a perda de capacidade dos EUA de combater o terrorismo - o que já aconteceu. No domingo, a coalizão internacional que luta contra o Estado Islâmico suspendeu suas operações contra o grupo terrorista para se concentrar na proteção dos soldados americanos.

Diante do cenário sombrio, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, tentou minimizar a decisão do Parlamento iraquiano. Ao fazer uma blitz nos principais programas dominicais da TV americana, ele garantiu que o povo iraquiano quer que os EUA permaneçam no país e continuem a luta contra o terrorismo. "Ele (Mahdi) está sendo pressionado pelo Irã", disse Pompeo ao programa Fox News Sunday.

Pompeo teve também de defender uma nova ameaça de Trump ao Irã. Pelo Twitter, o presidente americano disse que atacaria 52 alvos "importantes para a cultura iraniana", caso Teerã mantivesse sua promessa de vingar o assassinato de Suleimani. Vários analistas, além do chanceler do Irã, Mohamed Zarif, alertaram que atacar sítios culturais é "crime de guerra". No domingo, Pompeo se limitou a dizer que os EUA "agirão dentro da lei".

O corpo de Suleimani foi levado neste domingo de Bagdá para Ahvaz, no sudoeste do Irã, e depois para a cidade de Mashhad, um importante centro religioso xiita no nordeste do país. Em todo o trajeto, o corpo do general foi acompanhado por uma multidão. Ele será enterrado na terça-feira (7) em Kerman, sua cidade natal. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Parlamento do Iraque votou neste domingo (5) pela expulsão das tropas dos Estados Unidos no país, depois de um ataque aéreo que matou o principal líder militar iraniano na última quinta-feira.

Milícias apoiadas pelo Irã no Iraque exigiram que os parlamentares participassem de uma sessão do parlamento para votar a possível expulsão de tropas dos EUA do país, depois que a morte de um general iraniano colocou o país no centro de um conflito crescente entre seus dois aliados mais importantes .

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Dentro da sala do parlamento no domingo, os parlamentares gritaram: "América fora! Bagdá permanece livre!"

A votação representa um teste crucial para a presença de tropas americanas que tem sido fundamental na derrota do Estado Islâmico, mesmo quando poderosas facções apoiadas pelo Irã passaram a dominar o governo iraquiano.

Uma dessas milícias, o Kataib Hezbollah, ameaçou os legisladores que não compareceram à sessão ou votaram a favor de uma lei para despejar as forças americanas, chamando-os de "traidores".

Uma importante autoridade do Departamento de Estado americano disse recentemente que os EUA estavam trabalhando com seus aliados iraquianos para impedir a votação, caracterizando o assassinato do general Suleimani como apoio à soberania do Iraque contra o Irã. O Irã é também aliado do Iraque.

O ataque dos EUA em Bagdá que matou o major-general Qassim Suleimani, e um dos principais líderes paramilitares do Iraque, levantou a possibilidade de confronto direto entre os EUA e o Irã. Com seus dois principais aliados cada vez mais em desacordo, o governo iraquiano enfrenta a perspectiva de decidir se continua sendo parceiro do Ocidente ou acaba firmemente no campo iraniano.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) suspendeu hoje as operações de treinamento das forças de segurança no Iraque após a morte do general iraniano Qassim Suleimani em ação dos EUA no país. A informação foi confirmada para a emissora catariana Al Jazeera.

"A missão da Otan no país continua, mas as atividades de treino estão suspensas", disse o porta-voz Dylan White em comunicado obtido pela emissora. Ele informou que o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenber, conversou por telefone com o secretário de Defesa norte-americano, Mark Esper, após a morte de Suleimani.

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General Sérgio Etchegoyen, que foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Michel Temer e ex-chefe do Estado Maior do Exército, disse que o bombardeio provocado pelos EUA no aeroporto de Bagdá é “um caso extremamente grave” e que coloca os americanos como "xerifes do mundo".

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"A versão americana é de que se estaria preparando um ataque contra alvos americanos. Se os EUA apresentarem provas disso, reduz-se a repercussão. Mas apenas reduz, pois escancara a atitude norte-americana de xerifes do mundo e a visão extraterritorialista de sua legislação", afirmou o general da reserva. 

Em entrevista ao UOL, Etchegoyen explica que a maior preocupação é com relação aos precedentes que o atentado pode refletir no mundo, inclusive no Brasil.

"Na minha opinião, a gravidade resulta dos precedentes que isso pode gerar. Imagina se ele [Donald Trump] decide atacar uma instalação do PCC que refina drogas para os EUA por aqui?", indagou. 

O general ainda classificou o bombardeio dos EUA como "um quadro multifacetado e particularmente complexo" e que o Brasil deve ficar de fora do conflito. 

O atentado, ordenado pelo presidente Donald Trump, resultou na morte do general Qasem Soleimani, chefe da Força Revolucionária da Guarda Quds do Irã. Líderes iranianos prometeram vingança.

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--> Drone que disparou mísseis no Iraque custa US$ 11 milhões

O ataque veio do ar, veio em silêncio - e foi brutal: os dois mísseis do tipo Hellfire disparados por um drone americano MQ-9 Reaper, atingiram os dois carros blindados que rodavam no centro de um comboio maior. As ogivas de 10 quilos explodiram com intervalo de 1,2 segundo, segundo relatório do Comando Conjunto de Operações Especiais, do Departamento de Defesa, matando nove pessoas.

O general iraniano Qassim Suleimani era o alvo central. A ação foi o resultado de um longo e complexo processo de apuração de dados de inteligência coletados por agentes de campo, informantes secretos, interceptação eletrônica de mensagens, rastreamento por meio de aeronaves de reconhecimento e "outros meios de caráter reservado", de acordo com o Pentágono. O procedimento utilizou recursos de tecnologia comprovada. O Reaper é o maior modelo da sua classe, podendo permanecer em voo durante 14 horas com carga externa máxima de 1,4 tonelada - uma combinação de sensores digitais e até quatro Hellfire, com alcance de 500 metros a 11 km, guiados por um feixe de luz laser.

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O drone foi pilotado, talvez a partir de uma das duas bases especializadas instaladas no estado de Nevada, no centro-oeste dos EUA, próximo das Montanhas Rochosas. A localização exata não foi revelada. Dois oficiais comandam o avião de 4.700 kg, usando uma constelação de satélites para receber e enviar informações. Um engenheiro da General Atomics, a empresa de San Diego, California, construtora do drone, disse ontem ao jornal O Estado de S. Paulo que o MQ-9 usa um recurso que elimina o breve intervalo registrado na circulação de sinais da geração anterior das aeronaves, o que faz com que os comandos sejam "efetuados virtualmente em tempo real".

O comboio de Suleimani estava nas proximidades do terminal de carga do Aeroporto Internacional de Bagdá quando o carro que o transportava foi atingido. Em terra, do outro lado do mundo, o chefe do voo pode escolher o melhor momento e para liberar os mísseis. Também poderia ter interrompido a missão se houvesse risco de "danos colaterais incontroláveis" - uma forma de definir as baixas e os feridos civis. Um Hellfire custa cerca de US$ 120 mil. O Reaper não sai por menos de US$ 11 milhões. O treinamento do piloto, desde a entrada no centro de treinamento, bate na casa do US$ 1,2 milhão - não considerada a formação básica.

Força secreta

 

A Força Quds, ou Força Jerusalém, criada em 1980 por um grupo de integrantes da Guarda Revolucionária entre os quais estava Qassim Suleimani, é cheia de mistérios. No organograma da poderosa Guarda, a Quds é um grupo de operações especiais estimado em 15 mil combatentes, voluntários, homens quase todos, embora haja um pequeno time de mulheres até agora nunca formalmente reconhecido.

A Quds mantém cooperação próxima e direta grupos radicais como o Hezbollah, o Hamas, a Jihad Islâmica, as milícias xiitas do Iraque, da Síria e do Afeganistão e com a etnia extremista Houthis, no Iêmen. Na América do Sul estabeleceu relações com o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, e coopera na Ásia com a Coreia do Norte, de Kim Jong-un. Em um raro pronunciamento de Suleiman a respeito da força, ele a definiu como "uma unidade destinada a levar adiante missões não convencionais onde isso seja necessário". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Milhares de iraquianos entoaram, neste sábado (4), em Bagdá, palavras de ordem contra os Estados Unidos no funeral do general iraniano Qasem Soleimani e de um líder miliciano, mortos no Iraque por um drone americano.

Pouco antes, um novo ataque aconteceu no norte de Bagdá contra um comboio da Hashd Al Shaabi, uma coalizão paramilitar pró-iraniana que faz parte das forças de segurança do Iraque, segundo uma fonte policial.

"Há mortos e feridos", disse Hashd, acusando os Estados Unidos, que ainda não reagiu.

O assassinato, na sexta-feira (3), de Soleimani - o arquiteto da política do Irã no Oriente Médio - e do líder miliciano Abu Mehdi Al Muhandis - número dois da Hashd Al Shaabi e considerado o homem do Irã em Bagdá - faz temer um novo conflito na região.

O Irã prometeu "uma dura vingança no momento e no lugar apropriados".

O ataque perto do aeroporto de Bagdá destruiu completamente dois veículos e deixou um total de dez mortos, cinco iraquianos e cinco iranianos.

Neste sábado, milhares de pessoas gritavam "Morte aos Estados Unidos!" no bairro xiita de Kazimiya, em Bagdá, durante o cortejo fúnebre do general e do líder miliciano.

Os corpos das dez vítimas serão levados de Kazimiya para a chamada Zona Verde, um bairro sob rigorosas medidas de segurança e sede de instituições governamentais e de várias embaixadas, incluindo a dos Estados Unidos, que na terça-feira sofreu um ataque de apoiadores da Hashd.

O primeiro-ministro iraquiano Adel Abdel Mahdi também participou do funeral, assim como Hadi Al Ameri, chefe das forças pró-iranianas no parlamento iraquiano, o ex-primeiro-ministro Nuri Al Maliki e vários chefes de facções xiitas pró-iranianas.

- "Grave erro" -

Após o funeral, os corpos serão transferidos para Kerbala e Najaf, duas cidades sagradas xiitas ao sul da capital.

Al Mouhandis será enterrado no Iraque e o corpo de Soleimani será transferido para o Irã, onde será sepultado na terça-feira em sua cidade natal, Kerman (centro).

Na terça-feira passada, durante o funeral de 25 combatentes de uma milícia Hashd, a multidão atacou o primeiro perímetro da embaixada dos Estados Unidos com barras de ferro.

Os analistas agora temem um conflito entre o Irã e os Estados Unidos em solo iraquiano.

O presidente americano, Donald Trump, disse, no entanto, que eliminou Soleimani para parar uma guerra e não começar outra, e garantiu que o general planejava um ataque "iminente" contra os interesses dos Estados Unidos.

No Irã, as autoridades decretaram três dias de luto oficial em memória de Soleimani, de 62 anos.

Na sexta-feira, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de Teerã aos gritos de "Morte aos Estados Unidos!".

O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã disse que os Estados Unidos cometeram "seu erro mais grave" com a morte de Soleimani.

"Esses criminosos sofrerão uma dura vingança no momento e local apropriados", alertou.

O guia supremo iraniano, Ali Khamenei, e o presidente Hassan Rohani, que já nomearam Esmail Qaani para substituir Soleimani, também pediram represálias.

Após o ataque, as forças pró-iranianas parecem mais fortes do que nunca no Iraque, país mergulhado há três meses em uma revolta popular contra o poder e a influência do Irã.

O ataque americano "viola a soberania do Iraque", disseram os líderes iraquianos.

O líder xiita iraquiano Moqtada Sadr reativou sua milícia, chamada Exército Mehdi, que havia sido dissolvida após a luta contra a ocupação americana no Iraque (2003-2011).

Por sua parte, Hadi Al Ameri, líder dos parlamentares pró-iranianos no Iraque, pediu união para "expulsar as tropas estrangeiras", referindo-se aos americanos.

Os deputados se reunirão no domingo (5) e poderão revogar o tratado entre o Iraque e os Estados Unidos, que permite a presença de 5.200 soldados americanos no país petrolífero.

O presidente Jair Bolsonaro minimizou ontem o aumento das tensões entre Irã e EUA e seus efeitos de longo prazo sobre o preço do petróleo. Em entrevista à TV Bandeirantes, o presidente afirmou acreditar que os iranianos "dificilmente" vão retaliar os americanos após a morte do general Qassim Suleimani. Bolsonaro disse ainda que Irã e Brasil mantêm conversas sobre exportação de alimentos, mas destacou que "países que dão cobertura a terroristas ficam cada vez mais para trás".

O presidente afirmou desconhecer o poder bélico do Irã, mas acredita que o país não responderá: "É suicida da parte deles", disse. Bolsonaro também avaliou que, em um conflito militar, "perde o mundo todo" e defendeu que o posicionamento do Brasil seja "pacífico". "Afinal de contas, nós não temos forças armadas nucleares, como alguns países têm." Bolsonaro defendeu o presidente americano, Donald Trump: "Acho que o Trump não está fazendo campanha política em cima disso, não. Quando o Bin Laden deixou de existir se aventou essa possibilidade, mas o americano tem uma linha muito séria no tocante ao combate ao terrorismo".

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Em nota, o Itamaraty apoiou ontem a noite a "luta contra o flagelo do terrorismo". O comunicado não menciona o nome do comandante militar morto na ação e diz que o Brasil está "pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada".

A Embaixada do Brasil em Bagdá recomendou ontem que não sejam feitas viagens ao país em razão do "quadro de incertezas e especulações" após o ataque. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A promessa do Irã de vingar a morte do general Qasem Soleimani em um ataque realizado pelos Estados Unidos pode levar o país a mobilizar seus aliados no Iraque, a realizar ações no Golfo de Ormuz ou fazer um ataque cibernético, entre outras possíveis represálias, segundo analistas.

Após vários incidentes entre os Estados Unidos e o Irã e a aceleração da crise, os especialistas não imaginam que a morte do poderoso general, um homem-chave do regime de Teerã, fique sem resposta.

"Há um amplo espectro de respostas possíveis, e nem todas envolvem ação militar ou violenta", diz Heiko Wimmen, chefe da organização do Grupo de Crise para Síria, Líbano e Irã.

"Nenhum dos dois lados quer a guerra, nenhum dos dois tem nada a ganhar. O perigo é que estejam numa colisão frontal, esperando que o outro recue. Se nenhum dos dois fizer isso, pode terminar em desastre", afirmou à AFP.

- A eclosão do teatro iraquiano -

O Iraque, onde a República Islâmica conta com um grande apoio, deve estar no centro das primeiras respostas de Teerã, mesmo que seja através de suas milícias, aliados e outros apoiadores.

"O Iraque agora se tornará o primeiro campo de batalha", disse Alex Vatanka, especialista iraniano no Instituto do Oriente Médio em Washington.

"Haverá muita pressão sobre a presença militar no Iraque", afirma Vatanka, lembrando que os americanos perderiam muito estrategicamente se abandonarem o país.

Em Bagdá, os comandantes das facções pró-Irã já chamaram seus combatentes "para estarem preparados". O líder xiita Moqtada Sadr reativou o Exército Mehdi, sua milícia dissolvida há uma década.

Ações contra os americanos também são possíveis no Líbano, possivelmente no Iêmen ou na Síria, onde o Irã é ativo com seus aliados, como os huthis iemenitas ou o Hezbollah libanês.

- O petróleo do estreito de Ormuz

O Irã foi acusado muitas vezes em 2019 de atacar navios petroleiros na costa da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos e de confiscar embarcações marítimas perto do Estreito de Ormuz. Também se suspeita que esteja por trás de um ataque espetacular contra duas instalações de petróleo sauditas, que tiveram um enorme impacto.

"O Irã mostrou que pode atacar instalações, bloquear navios. É possível um bloqueio?", pergunta Jean-Charles Brisard, presidente do Centro de Análise de Terrorismo (CAT) em Paris.

Os países ocidentais anunciaram várias operações para garantir o transporte nesta região ultramilitarizada.

- A opção pelo ciberataque -

"O Irã tenta buscar uma capacidade cibernética ofensiva que permita ataques contra infraestrutura crítica dos Estados Unidos e de seus aliados", declarou perante o Senado americano em 2019 Dan Coats, diretor da National Intelligence, responsável pelos serviços de inteligência americanos.

Especialistas consideram o Irã como um dos principais atores no cenário cibernético global.

"Os iranianos formaram um 'exército cibernético', um grupo que jurou lealdade ao guia supremo sem ser uma estrutura social", disse à AFP Loic Guézo, secretário-geral da Clusif, um grupo de profissionais franceses especializados em segurança e informação.

"Seus meios de ação são mais sobre infraestrutura do tipo industrial; é aí que eles são bastante assustadores: uma intrusão nos sistemas de produção de energia americanos", destacou.

- O assunto nuclear -

Desde maio passado, o Irã violou vários compromissos do acordo de 2015 que garantiam a natureza pacífica de seu programa nuclear, em resposta à decisão de abandonar o acordo dos EUA em 2018 e ao restabelecimento das sanções dos americanos que sufocam a economia iraniana.

Espera-se para a próxima segunda-feira um anúncio do Irã de novas decisões sobre o acordo que está morrendo, como a reativação de instalações proibidas ou a superação de novos limites de enriquecimento de urânio.

A França pediu nesta sexta-feira a Teerã que evite o risco de uma "grave crise de proliferação nuclear".

- Ninguém quer uma guerra -

Segundo Vatanka, Soleimani era uma figura importante e será necessário "um discurso de vingança em" do regime iraniano. Mas nem Washington nem Teerã querem ir para um confronto maior, convencional e brutal.

Outras figuras da revolução foram abatidas e "nunca foram verdadeiramente vingadas", disse o pesquisador.

O regime iraniano, já em grande dificuldade no nível interno, não tem chance de vencer uma guerra dessa magnitude. "Não é um regime suicida", insiste Vatanka.

O ano mal começou e as epeculações de uma 'Terceira Guerra Mundial' estão dominando as redes sociais, após o ataque provocado pelos EUA no aeroporto de Bagdá, no Iraque, que matou o general iraniano Qasem Soleimani.

O assunto está entre os mais comentados no Twitter e mais buscados no Google. E é claro que, junto com a tensão, os brasileiros não estão economizando nos memes. 

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Dezenas de americanos, funcionários de petrolíferas estrangeiras em Basra, no Iraque, devem abandonar o país imediatamente. Este foi um pedido emergencial da Embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, horas após o bombardeio ao aeroporto internacional da capital iraquiana que vitimou o comandante iraniano Qasem Soleimani, na manhã desta sexta-feira (3).

Segundo informações do Reuters, representantes da petrolífera iraquiana calculam que a evacuação da mão-de-obra não influenciará na produção e na exportação do produto. O Pentágono confirmou a autoria da execução de Soleimani sob a alegação de impedir futuros planos de ataque iranianos.

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Os democratas Joe Biden, Bernie Sanders e Elizabeth Warren, que estão entre os principais pré-candidatos do partido às eleições presidenciais deste ano, criticaram a decisão do presidente americano, Donald Trump, de ordenar um ataque aéreo no Iraque, com objetivo de matar o general Qassem Soleimani, comandante das Forças Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã.

No Twitter, Biden, senador e ex-vice-presidente dos Estados Unidos, afirmou que Trump acaba de jogar "um dinamite em uma caixa de areia" com o ataque e, assim, poderia deixar seu país "à beira de um grande conflito no Oriente Médio". Ele cobrou ainda uma explicação da estratégia do republicano para manter as tropas e a embaixada em Bagdá seguros. "O Irã certamente responderá", disse. Teerã prometeu "retaliação severa".

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Também na rede social, o senador Sanders afirmou que "a perigosa escalada de Trump no conflito com o Irã nos aproxima de outra guerra desastrosa no Oriente Médio que pode custar inúmeras vidas e trilhões de dólares a mais". Já a senadora Warren chamou a ação de "imprudente", pois "aumenta a probabilidade de mais mortes e novos conflitos no Oriente Médio. Nossa prioridade deve ser evitar outra guerra cara".

Republicanos

Membros do Partido Republicano de Trump, por sua vez, defenderam a decisão. O senador Lindsey Graham, apoiador próximo do presidente, afirmou que o ataque foi uma "resposta direta à agressão iraniana orquestrada pelo general Soleimani e seus procuradores".

Também senador, o republicano Jim Inhofe afirmou que os EUA "não buscam nem devem procurar guerra, mas responderão em espécie àqueles que ameaçam nossos cidadãos, soldados e amigos".

O general iraniano Qasem Soleimani e o líder paramilitar iraquiano Abu Mehdi al-Muhandis morreram na noite desta quinta-feira em um ataque dos Estados Unidos com mísseis contra o Aeroporto de Bagdá, três dias após manifestantes pró-Irã tentarem invadir a embaixada americana na capital do Iraque, confirmou o Pentágono.

Segundo o departamento americano de Defesa, a ordem para liquidar Soleimani partiu diretamente de Donald Trump.

"Sob as ordens do presidente, o Exército americano adotou medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal americano e estrangeiro e matou Qasem Soleimani", informou o Pentágono.

O general Soleimani liderava a força Al-Qods dos Guardiões da Revolução encarregada das operações no exterior. Al-Muhandis era o número dois da Hashd al Shaabi e seu chefe operacional.

Na terça-feira, milhares de apoiadores, combatentes e altos comandantes do Hashd al Shaabi protestaram na Zona Verde de Bagdá contra os ataques dos Estados Unidos a grupos paramilitares pró-Irã.

Os manifestantes quebraram as janelas e invadiram as instalações de segurança da embaixada americana, sem que as forças iraquianas que protegiam o local reagissem.

Os Guardiões da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica, confirmaram que "o glorioso comandante do Islã Haj Qasem Soleimani ao final de uma vida de servidão morreu como mártir em um ataque dos Estados Unidos contra o aeroporto de Bagdá", em nota divulgada na TV estatal em Teerã.

As vítimas estavam em um comboio das Forças de Mobilização Popular (Hashd al Shaabi), uma coalizão de paramilitares majoritariamente pró-Irã e atualmente integrada ao Estado iraquiano, revelou o porta-voz do grupo Ahmed al-Assadi.

"Três mísseis atingiram o Aeroporto Internacional de Bagdá próximo ao terminal de carga, e dois explodiram", matando ao menos oito pessoas, confirmaram funcionários iraquianos, que pediram para não ser identificados.

O Iraque tem sido palco, nas últimas semanas, de uma espiral de tensão que ameaça transformar o país em um campo de batalha entre forças apoiadas por Estados Unidos e Irã.

Desde o final de outubro, militares, funcionários terceirizados e diplomatas americanos são alvo de ataques no país.

Washington, que acusa as Forças de Mobilização Popular de estar por trás do ataque à sua embaixada em Bagdá, havia bombardeado no domingo posições do grupo na zona de fronteira com a Síria, matando 25 combatentes.

O ataque americano foi lançado em resposta ao disparo de um foguete que matou um empreiteiro americano na sexta-feira em uma base militar no norte do Iraque, que Washington atribuiu às brigadas do Hezbollah no país.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo adiou nesta quarta-feira (1°) uma viagem à Ucrânia depois de um ataque contra a embaixada dos Estados Unidos ao Iraque, anunciou o Departamento de Estado.

A viagem foi adiada "devido à necessidade de que o secretário esteja em Washington DC para continuar monitorando a situação atual no Iraque e garantiu a segurança dos americanos no Oriente Médio", anunciou o porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus.

Pompeo tinha previsto viajar no fim de semana à Ucrânia, Bielorrússia, Cazaquistão, Uzbequistão e Chipre, mas na terça manifestantes pró-Irã atacaram a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá em protesto contra ataques aéreos americanos que mataram 25 paramilitares iraquianos.

Os manifestantes iraquianos pró-iranianos deixaram nesta quarta-feira a área em torno da embaixada dos Estados Unidos em Bagdá sob as ordens dos poderosos paramilitares do Hashd al-Shaabi, pondo fim a um episódio de violência que culminou em um ataque sem precedentes à sede diplomática americana.

A escalada verbal entre o Irã e os Estados Unidos, países inimigos, mas com poderes de atuação no Iraque, no entanto, prosseguiu: o presidente Donald Trump ameaçou fazer o Irã pagar um "alto preço" por ter "orquestrado" o ataque à embaixada na terça-feira, e os líderes iranianos alertaram que responderão a qualquer ameaça feita a seu país.

Afirmando que "a mensagem" dos manifestantes foi ouvida", a Hachd al-Chaabi, uma coalizão de facções armadas, determinou que seus combatentes e apoiadores levassem sua manifestação para fora da ultrassegura Zona Verde de Bagdá, onde está sediada embaixada Americana.

Imediatamente, observou um fotógrafo da AFP, os manifestantes desmontaram todas as tendas armadas no dia anterior para uma manifestação que prometiam ser por tempo indeterminado, após a invasão da chancelaria para denunciar os ataques americanos contra as bases da Hashd, que deixou 25 mortos no domingo.

Centenas de manifestantes deixaram suas posições aos gritos "Nós queimamos".

"Tivemos um grande sucesso: chegamos à embaixada americana quando ninguém havia feito isso antes e agora a bola está no campo do Parlamento", disse à AFP Ahmed Mohieddine, porta-voz das brigadas do Hezbollah, alvo dos ataques americanos.

Após a violência que evocou o fantasma de dois traumas envolvendo embaixadas nos Estados Unidos - em Teerã em 1979, e em Benghazi na Líbia, em 2012, oficiais pró-iranianos iraquianos estão trabalhando para coletar assinaturas no Parlamento para denunciar o Acordo iraquiano-americano que autoriza a presença de 5.200 soldados americanos em solo iraquiano.

- Influência do Al-Shaabi -

Integrado às forças regulares após sua luta ao lado do poder contra os jihadistas, Hashd al-Shaabi ganhou influência, pressionado por seu padrinho iraniano, que se aproveitou do Iraque contra o rival americano.

Milhares de seus apoiadores, combatentes e altos comandantes marcharam pela Zona Verde na terça-feira para protestar contra os ataques dos Estados Unidos.

Os manifestantes quebraram as janelas e invadiram as instalações de segurança da embaixada. Em nenhum momento as forças iraquianas que guardavam as entradas da Zona Verde intervieram.

Às portas da embaixada, tentaram parar a violência, mas sem sucesso.

"Perdemos toda a autoridade diante do Hashd", lamentou um membro das forças especiais iraquianas responsáveis pela proteção da Zona Verde.

As forças de segurança da embaixada americana dispararam gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes que conseguiram içar na entrada principal do complexo um enorme cartaz "Direção da Hashd al-Shaabi".

- Não pode fazer nada -

Os ataques americanos foram lançados em resposta ao disparo de um foguete que matou um empreiteiro americano na sexta-feira em uma base militar no norte do Iraque. Washington acusou as brigadas do Hezbollah pelo ataque.

O ataque à embaixada, os ataques americanos e os ataques com foguetes que os precederam contra instalações que abrigavam americanos fazem temer que hostilidade iraniana-americana se transforme em conflito aberto no Iraque.

Teerã convocou o encarregado para Assuntos Estrangeiros suíço para protestar contra o "agressor" americano, e o guia supremo Ali Khamenei afirmou dirigindo-se ao presidente Donald Trump: "Você não pode fazer nada. Isso tudo não tem nada a ver com o Irã".

Washington enviou 750 tropas adicionais para o Oriente Médio, para provavelmente depois serem enviadas ao Iraque, segundo uma autoridade americana.

Desde sua saída do Iraque em 2011, após oito anos de ocupação, os Estados Unidos perderam sua influência no país.

As pichações deixadas nas paredes da embaixada americana testemunham: "Não à América" e "Soleimani é meu líder", em referência ao poderoso general iraniano Qassem Soleimani, que já preside as negociações para formar o futuro governo no Iraque.

Este país é abalado desde 1º de outubro por uma revolta popular que conspira contra o poder, acusado de corrupção, mas também com a influência do vizinho iraniano.

As tensões iraniano-americanas parecem ofuscar esse protesto, mas os manifestantes antipoder disseram que estavam determinados a continuar sua mobilização.

Os Estados Unidos bombardearam cinco bases da milícia islamita Hezbollah no Iraque e na Síria, anunciou o Pentágono neste domingo (29), dois dias depois da morte de um civil americano em um ataque com mísseis contra uma base militar do norte do Iraque.

Quinze combatentes, sendo alguns comandantes, morreram no ataque, informou à AFP um encarregado do Hashd al Shaabi, coalizão paramilitar formada para combater jihadistas.

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Além dos mortos, há outros combatentes feridos, destacou o dirigente desta coalizão de paramilitares que agora integra as forças de segurança iraquianas, das quais fazem parte as brigadas do Hezbollah, visadas pela aviação americana.

Estes bombardeios, lançados "em resposta aos repetidos ataques do Kataeb Hezbollah (KH) contra bases iraquianas que acolhem as forças da operação Resolução Inerente (contra o grupo jihadista Estado Islâmico) (...) fragilizarão a capacidade do KH de realizar ataques contra as forças da coalizão", declarou o porta-voz do Pentágono, Jonathan Hoffman, em um comunicado.

Três das instalações bombardeadas ficam no Iraque e as outras duas na Síria, explicou Hoffman. São locais de armazenamento de armas e bases do KB, uma das facções pró-iranianas do Hashd al Shaabi.

O porta-voz do Pentágono acusou o movimento pró-iraniano que lançar na sexta-feira mais de 30 foguetes contra a base militar iraquiana de Kirkuk (norte), matando um americano que trabalhava como funcionário terceirizado e ferindo quatro militares do país e dois soldados iraquianos.

Os Estados Unidos prometeram dar "uma resposta firme" diante da multiplicação de ataques contra seus interesses no Iraque.

Hoffman lembrou que o Hezbollah iraquiano "tem vínculos estreitos" com a força de elite Quds iraniana e exortou Teerã e seus aliados a "cessar seus ataques contra as forças dos Estados Unidos e da coalizão internacional (antijihadista) e a respeitar a soberania do Iraque para evitar qualquer ação defensiva adicional das forças americanas".

"A coalizão está no Iraque a convite do governo iraquiano para garantir a derrota duradoura do grupo Estado Islâmico e proporcionar conselhos e assistência ao exército iraquiano", acrescentou o porta-voz.

"Os Estados Unidos e seus parceiros da coalizão respeitam plenamente a soberania do Iraque e apoiam um Iraque forte e independente. Mas os Estados Unidos não vai abrir mão de exercer seu direito à autodefesa", concluiu.

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