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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 pode ser suspenso por falta de recursos financeiros para sua realização. É o que atesta uma reportagem publicada pelo jornal O Estado de São Paulo nesta sexta-feira (5). O veículo teve acesso a um ofício enviado pelo Ministério da Educação (MEC) ao Ministério da Economia, declarando que um corte orçamentário na ordem de R$ 4,2 bilhões inviabiliza a organização da prova.

Inicialmente, a previsão é que o MEC tenha um orçamento de 18,78 bilhões para despesas discricionárias (não obrigatórias), o que inclui políticas públicas. Esse valor representa uma redução de R$ 22,97 bilhões em relação ao orçamento da pasta em 2020. 

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Buscando evitar o problema, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, solicitou um complemento de R$ 6,9 bilhões ao orçamento do MEC para o ano de 2021. O pedido ainda será avaliado pela equipe econômica do governo, que está trabalhando na previsão orçamentária do próximo ano para enviar o projeto ao Congresso Nacional no prazo limite, que se encerra em 31 de agosto. 

“Ressalta-se que, dentre os programas que correm risco de não serem continuados, encontra-se o consagrado Exame Nacional do Ensino Médio – Enem, e soma-se a esse prejuízo o fechamento de cursos, campi e possivelmente instituições inteiras, comprometendo a educação superior e a educação profissional e tecnológica”, diz o ofício assinado eletronicamente pelo ministro Abraham Weintraub na última quinta-feira (5). O LeiaJá procurou o MEC e o Ministério da Economia em busca de mais esclarecimentos sobre o tema, mas até o momento não obtivemos resposta.

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A forte desaceleração da inflação na esteira dos efeitos negativos da pandemia do novo coronavírus vai impor um desafio adicional ao governo em 2021: o teto de gastos vai crescer menos que o previsto inicialmente. O espaço para despesas públicas ficará R$ 16,7 bilhões menor, segundo estimativa do próprio Ministério da Economia.

O teto é a regra que limita o avanço das despesas do governo federal, considerando a inflação em 12 meses até junho do exercício anterior - no caso de 2021, o índice de correção será a variação do IPCA entre julho de 2019 e junho de 2020.

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No envio da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, há um mês, a equipe econômica estimava que a correção do teto seria de 3,23%, equivalente a um espaço adicional de R$ 47 bilhões. Agora, a pasta prevê que a variação será de 2,08%, o que resultaria numa ampliação do teto em R$ 30,3 bilhões para o ano que vem. O IPCA acumulado em 12 meses até abril está em 2,4%, segundo dados do IBGE.

No mercado, a avaliação é que o encolhimento do espaço adicional do teto pode ser até maior que o previsto pela Economia. O BTG Pactual calcula que a inflação que vai corrigir o limite de despesas pode ficar ao redor de 1,5%, resultando num teto R$ 20 bilhões menor que o estimado inicialmente.

Cortes

Nos últimos anos, o governo tem recorrido ao corte de despesas não obrigatórias, como custeio e investimentos públicos, para conseguir acomodar o avanço de gastos com benefícios previdenciários e salários de servidores dentro do teto. Na previsão original, antes da desaceleração da inflação, as despesas discricionárias (como concessões de bolsas de pesquisa, patrulhamento de rodovias e confecção de passaporte, por exemplo) já estavam em R$ 103,1 bilhões, patamar considerado relativamente baixo.

Agora, a desaceleração da inflação também deve dar algum alívio na correção de despesas como benefícios previdenciários, mas há pressão do Congresso e de outras alas dentro do próprio governo por aumento nos investimentos da União como medida de impulso à economia após a atual crise. Os parlamentares também querem tornar permanente o auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores informais, benefício que hoje custa mais de R$ 40 bilhões por mês.

O teto menor pode se tornar um obstáculo a esse debate e até colocar a chamada "âncora fiscal" na mira dos parlamentares e da ala política do governo, que em outras ocasiões já defenderam flexibilizações na regra. A equipe econômica, no entanto, tem reforçado o discurso de que qualquer alteração no teto poderia arranhar a credibilidade da política fiscal do País num momento em que o Brasil precisou elevar de forma brutal sua dívida para fazer frente às despesas de combate à pandemia.

Sem essa credibilidade, o alerta dos técnicos é que os juros da dívida podem subir, uma vez que o mercado perderá a referência de risco de continuar financiando o Brasil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao lotear cargos do governo com nomes indicados pelo Centrão, o presidente Jair Bolsonaro poderá deixar sob controle de políticos desse bloco um orçamento de até R$ 78,1 bilhões.

Nesta semana, afilhados políticos de deputados do Progressistas e do Republicanos já assumiram o comando do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e da Secretaria de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional. Antes demonizado pelo próprio Bolsonaro e seus apoiadores, o Centrão sempre foi classificado como fisiológico e inclui siglas como o antigo PP, que teve o maior número de investigados na Operação Lava Jato.

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Ainda são esperadas nomeações em postos estratégicos, como no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O Dnocs sempre foi muito cobiçado por ser responsável por obras de combate à seca em regiões carentes do Nordeste. O poder de decidir onde e quando o dinheiro será investido vira ativo eleitoral para políticos da região, principalmente em um ano de disputas municipais como este.

Desde quarta-feira o Dnocs é comandado por Fernando Leão, um afilhado do deputado Sebastião Oliveira (PL-PE). O cargo foi entregue ao Progressistas (antigo PP) do deputado Arthur Lira (AL). Mas, em busca de apoios para sua candidatura à presidência da Câmara, em 2021, Lira repassou a escolha a Oliveira, que, por sua vez, está de malas prontas para o Avante.

Leão foi alçado de gerente do Procon de Pernambuco a chefe de um departamento com orçamento de R$ 1,09 bilhão, dos quais R$ 265 milhões são livres para obras. Procurado, ele não quis se manifestar.

A título de comparação, o total de R$ 78,1 bilhões que poderá ficar nas mãos do Centrão será maior do que tem disponível a maioria dos governadores - só perde para os orçamentos de São Paulo, Rio e Minas Gerais. A quantia leva em conta o que está reservado tanto para pagamento de funcionários quanto para custeio dos órgãos, assinatura de contratos, realização de obras e demais investimentos.

A conta, porém, não considera cargos na estrutura de ministérios, como a Secretaria de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional, entregue ontem a Tiago Pontes de Queiroz, indicado pelo Republicanos, que é presidido pelo deputado Marcos Pereira (SP). Neste caso, o secretário é responsável por definir políticas públicas da área, mas o recurso fica vinculado à pasta, comandada por Rogério Marinho.

O governo aceitou negociar com o Centrão em troca de apoio em meio à crise acentuada pela demissão do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. As acusações de interferência feitas pelo ex-juiz da Lava Jato levaram a oposição a falar em CPIs e processo de impeachment contra Bolsonaro. Até então desinteressado em formar uma base sólida no Congresso, o presidente passou a recorrer ao Centrão em busca de "blindagem".

Na avaliação de líderes do bloco, o apoio ao Planalto vai depender das concessões feitas por Bolsonaro. Pelo menos nove departamentos, repartições e empresas públicas surgem nas conversas. Integrantes do Centrão, no entanto, afirmam não haver nada de errado nas indicações, que, segundo eles, são técnicas.

Vinculado ao Ministério da Educação (MEC), o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com orçamento de R$ 29,4 bilhões, é um dos objetos de desejo do bloco. Foi por meio dele que o MEC contratou uma empresa para fornecer kits escolares que, segundo o Ministério Público, está envolvida em esquema de desvio de R$ 134,2 milhões na Paraíba.

Banco

Bolsonaro já disse a aliados que não pretende entregar bancos públicos a políticos para conter as críticas ao "toma lá, dá cá". Mas há pressão para que o Banco do Nordeste seja levado à mesa de negociações e entregue ao PL. O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, administrado pela instituição, tem R$ 29,3 bilhões para aplicações nos nove Estados da região e no norte do Espírito Santo e de Minas.

Outro lote que atrai o Centrão - grupo que também abriga o DEM, Solidariedade, PSD e PTB - está no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Com orçamento de R$ 8,4 bilhões, cabe ao órgão realizar obras em rodovias federais. No radar do bloco estão, ainda, estruturas menos conhecidas, mas igualmente bilionárias. É o caso de diretorias da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). A empresa é responsável por obras de irrigação e tem orçamento de R$ 1,5 bilhão.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (6), em segundo turno, o texto base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/2020, a chamada PEC do Orçamento de Guerra. O texto, que retornou do Senado com alterações, foi aprovado em primeiro turno pelos deputados na segunda-feira (4). A proposta obteve 477 votos favoráveis e um contrário. Era necessário o mínimo de 308 votos para que o texto fosse aprovado. Os deputados agora votam os destaques do texto.

A PEC dá ao governo mais flexibilidade para gastar recursos no combate à pandemia do novo coronavírus ao permitir a separação destes gastos do Orçamento Geral da União (OGU).

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O texto autoriza a União a descumprir a chamada “regra de ouro”, mecanismo constitucional que impede o governo de se endividar para pagar despesas correntes, como salários e custeio. A medida vale enquanto durar o estado de calamidade pública nacional reconhecido pelo Congresso Nacional, previsto para terminar no dia 31 de dezembro de 2020.

Durante este período, o governo federal poderá adotar processos simplificados de contratação de pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, serviços e compras, limitando a dispensa de licitação aos gastos envolvendo o combate ao novo coronavírus, desde que não impliquem despesa permanente.

Com isso, os atos do governo e as proposições legislativas "ficam dispensados da observância das limitações legais quanto à criação, à expansão ou ao aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento de despesa e à concessão ou à ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita", diz o texto.

Para efeitos de acompanhamento dos gastos, o Ministério da Economia publicará, a cada 30 dias um relatório com os valores e o custo das operações de crédito realizadas no período de vigência do estado de calamidade pública.

Alterações

Entre as mudanças aprovadas no Senado, está a exclusão da criação de um Comitê de Gestão de Crise, encabeçado pelo presidente da República e composto por ministros de Estado e secretários estaduais e municipais.

Os senadores também alteraram o trecho da PEC que autoriza o Banco Central (BC) a comprar e vender direitos creditórios e títulos privados de crédito (promessas de pagamento de dívidas, que viram papéis negociados no mercado) em mercados secundários.

A alteração determina que o Congresso Nacional seja obrigatoriamente informado sobre os títulos que o BC comprou, juntamente com um detalhamentos que permitam uma análise dos riscos envolvidos. Além disso, BC também só poderá atuar nos mercados secundários, adquirindo esses títulos privados apenas de quem já detenha os papéis (como bancos e fundos de investimentos).

Imóveis da União

Após o término da votação da PEC, também está prevista a votação de destaques ao texto da Medida Provisória (MP) 915/20, que facilita a venda de imóveis da União ao mudar vários procedimentos sobre avaliação do preço mínimo e permitir desconto maior no caso de leilão fracassado.

Entre outros pontos, a proposta permite ao governo conceder desconto de 25% sobre o valor inicial de imóvel à venda já na segunda tentativa de leilão. Atualmente, o desconto, de 10%, somente pode ser ofertado na terceira tentativa de leilão e apenas para imóveis de até R$ 5 milhões.

 

O Brasil completará ao menos uma década de rombos sucessivos nas contas públicas, segundo o diagnóstico mais recente do Ministério da Economia. As finanças estão no vermelho desde 2014 e seguirão nesse terreno até pelo menos 2023. No ano que vem, as despesas vão superar as receitas em R$ 149,6 bilhões, mas esse resultado ainda pode piorar nas próximas projeções porque, neste momento, o governo não consegue medir com precisão o impacto da pandemia do novo coronavírus na arrecadação em 2021.

Esses números constam do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, apresentado na quarta-feira (15) pelo governo ao Congresso. "Estamos estimando o oitavo ano de déficit primário em 2021. É algo inédito. Não tem similar na série histórica do Brasil e nem mesmo comparativamente no mundo. Pelo menos naqueles países em que há possibilidade de comparação direta", disse o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.

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Para 2022, o governo espera déficit de R$ 127,5 bilhões. No ano seguinte, rombo de R$ 83,3 bilhões. O governo diz que fará todo o possível para mudar esse cenário, passada a crise da covid-19. "Mas há, sim, uma probabilidade de termos uma sequência de dez anos de déficit primário", reconheceu Waldery.

O déficit primário indica quanto o governo deve gastar acima da arrecadação do ano, sem contar os gastos com a dívida pública. Para pagar essas despesas acima da renda, a União precisa emitir mais títulos da dívida pública.

O endividamento brasileiro deve dar "um salto" nos próximos anos, segundo o próprio secretário, podendo fechar este ano entre 85,4% e 90,8% do PIB, patamares considerados elevados para países emergentes como o Brasil. Nos anos seguintes, essa proporção continuaria aumentando, mas em ritmo não tão veloz.

Reformas

Segundo Waldery, o governo herdou posições fiscais muito frágeis, fez o dever de casa em 2019, mas ainda está muito longe de todo o esforço fiscal necessário para a economia. É por isso que tanto ele quanto o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, chamam a atenção para a importância de acelerar a agenda de reformas e de concessões e privatizações para mudar o quadro em 2021. As receitas dessas operações são fundamentais para reforçar o caixa no pós-crise e reduzir o rombo nas contas.

"A gente não pode mais ter atraso nessa agenda", disse Mansueto. "O ministro Paulo Guedes (Economia) vai tentar correr com todo o processo de privatização. Com o ritmo de economia muito incerto, teremos de fazer um esforço muito grande por receita extraordinária, e a melhor fonte é privatização."

Diante das incertezas, o governo previu um mecanismo mais flexível para a meta fiscal do ano que vem e deixou a porta aberta para que o rombo possa ser alterado na própria formulação do Orçamento ou até mesmo durante a execução das despesas. A principal âncora da política fiscal será o teto de gastos, mecanismo que limita o avanço das despesas à inflação. Não será possível conceder novos benefícios tributários.

Em compensação, os ministérios ficarão livres de bloqueios em despesas decorrente de frustração de receita, sem risco de apagão na máquina pública. "Não haverá contingenciamento no próximo ano, independentemente de haver frustração de receitas", disse Mansueto. A única hipótese, segundo ele, é se houver aumento ou criação de despesa obrigatória, limitada ao teto, o que exigirá redução em outro gasto do governo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O valor do salário mínimo vai subir para R$ 1.079,00, segundo projeções oficiais do Ministério da Economia divulgadas nesta quarta-feira, 15. O valor foi incluído como parâmetro da elaboração do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano.

O valor deste ano é de R$ 1045,00. O governo prevê o salário mínimo em R$ 1120,00 em 2022 e 2023.

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INSS

O governo prevê déficit de R$ 252 bilhões nas contas do INSS em 2021. O rombo deve crescer a R$ 269,7 bilhões em 2022, chegando a R$ 277,5 bilhões no ano seguinte.

Apesar do aumento em valores nominais, a proporção em relação ao PIB fica estável e até cai: 3,09% do PIB em 2021, 3,10% do PIB em 2022 e R$ 2,99% do PIB em 2023.

O Poder Executivo enviou mensagem em que pede ao Congresso Nacional a retirada de proposta (PLN 3/20) que modifica o identificador de resultado primário (RP) de R$ 9,599 bilhões em emendas apresentadas pelo relator-geral do Orçamento de 2020, deputado Domingos Neto (PSD-CE). Aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), o texto aguarda análise dos deputados e senadores em sessão conjunta do Congresso.

O PLN 3/20 foi proposto pelo governo em meio a acordo para regulamentação das emendas parlamentares impositivas (de execução obrigatória).

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Ainda não foi divulgada a motivação do governo para retirada do PLN 3/20. Não é usual esse procedimento. De 2000 até hoje, o Executivo retirou alterações em leis orçamentárias apenas nove vezes. Em casos de crédito suplementar, para reforço de dotações existentes, o assunto voltou ao Congresso por meio de medidas provisórias.

Calamidade

O Congresso Nacional reconheceu o estado de calamidade pública em decorrência da covid-19. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê essa situação, durante a qual fica dispensado o cumprimento da meta fiscal e o contingenciamento (bloqueio) de despesas caso não existam receitas suficientes. Algumas sanções também são afastadas.

No domingo (29), o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes concedeu liminar para flexibilizar regras orçamentárias que, na visão do governo, poderiam colocar em risco a saúde da população. Com a decisão, enquanto durar o combate à covid-19, não é preciso apontar a origem do recursos para custear gastos emergenciais e urgentes.

Na segunda-feira (30), Executivo publicou o Decreto 10.295/20, que atualiza a programação orçamentária e financeira deste ano e libera o uso das dotações aprovadas para 2020. Conforme o texto, não haverá um cronograma específico para os empenhos.

*Da Agência Câmara

O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que o governo não atenderá o pedido dos Estados de destinar cerca de R$ 15 bilhões por mês para ajudar os entes a fazer frente ao coronavírus. "Alguns pleitos são devidos e outros não há espaço para atendimento. Quinze bilhões de reais por mês é um número que não fecha nas contas" afirmou.

Segundo o secretário, estão sendo estudadas outras formas para ajudar as unidades da federação, como transferências "fundo a fundo".

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Em outra ocasião, Rodrigues já havia afirmado que uma das ideias é destinar recursos do Fundo Nacional da Saúde (FNS) para os Estados.

Nesta sexta-feira,20, Rodrigues disse que as medidas ainda serão divulgadas e que está sendo avaliado o pedido de suspensão do pagamento das dívidas estaduais com a União.

Ele disse que é necessário ter "isonomia" no atendimento de Estados e municípios - a suspensão do pagamento beneficiaria entes com valores maiores.

Revisão de meta

O governo ainda pode fazer uma revisão da meta de resultado primário de 2020, hoje em déficit de R$ 124,1 bilhão, disse o secretário especial de Fazenda. Segundo ele, essa medida seria adotada assim que o governo tiver em mãos um cenário mais claro de como ficará a situação fiscal do País diante da perda de receitas com a crise do novo coronavírus e da necessidade de ampliar gastos.

Por enquanto, o governo está dispensado de cumprir a meta e de fazer bloqueios no Orçamento, uma vez que o Congresso Nacional reconheceu estado de calamidade pública. "O Congresso entendeu e aprovou rapidamente (a calamidade)", disse.

Por enquanto, o rombo inicial é estimado em R$ 161,623 bilhões em 2020. "Esse número já estamos recalculando", disse. "Tão logo tenhamos mais certeza em relação à situação sobre essa calamidade pública, teremos eventualmente movimento na direção de uma solicitação de mudança na meta de primário", afirmou Waldery.

Segundo ele, a equipe econômica segue analisando e observando os efeitos da pandemia sobre a economia do País. "Temos elevada incerteza em relação ao novo coronavírus e outros efeitos exógenos", disse.

Regra de ouro

A equipe econômica acredita que o projeto de lei que abre crédito extraordinário para garantir o cumprimento da regra de ouro, que está no Congresso Nacional, será suficiente mesmo com os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus. De acordo com o secretário do Orçamento Federal, George Soares, o texto abre crédito de

R$ 345 bilhões e a insuficiência para o cumprimento da norma está hoje em R$ 92 bilhões.

Ele disse que a margem para o cumprimento da regra, que prevê que os investimentos do governo devem superar o endividamento, pode piorar com as medidas para o enfrentamento da crise e que, em tese, o governo poderia até enviar um novo pedido de crédito. "A possibilidade de isso acontecer é praticamente nula", completou.

Informais

Waldery Rodrigues disse que a medida que prevê o pagamento de R$ 200 para compensar perdas de trabalhadores informais com a crise econômica desencadeada pelo coronavírus foi "bem focada". Ele, no entanto, não descartou aumento no valor.

Questionado se há possibilidade de o governo rever o valor do programa Bolsa Família, o secretário disse que o programa está em reformulação. "Seguiremos com o que já foi anunciado", completou.

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um "elemento importante" para contribuir no enfrentamento das mazelas trazidas pela covid-19, disse nesta sexta-feira, 20, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues. O governo tem sinalizado com a possibilidade de novos saques do fundo de garantia dos trabalhadores para injetar dinheiro na economia num momento de desaceleração.

Segundo ele, o repasse de R$ 21,5 bilhões que hoje estão parados no Fundo PIS/Pasep para o FGTS contribuirá para garantir essa liberação.

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O secretário lembrou que R$ 14,8 bilhões do saque imediato lançado no ano passado ainda não foram resgatados pelos beneficiários. "Podemos pensar em como isso pode ser reinserido na economia", disse Waldery.

Em outra ocasião, integrantes da equipe econômica já indicaram para a possibilidade de, ao permanecer esse saldo no FGTS, promover uma nova liberação sem comprometer a sustentabilidade do fundo.

O secretário ressaltou ainda que o governo já anunciou a possibilidade de as empresas adiarem por três meses o recolhimento ao FGTS.

Ele destacou ainda que as companhias terão um tempo maior para ressarcir o fundo por esses valores, em prestações que poderão passar inclusive para 2021. "Esse 'X' meses não foi divulgado exatamente porque levará em consideração sustentabilidade financeira", disse.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, esclareceu nesta quarta-feira, 18, que não haverá necessidade de o governo contingenciar recursos na ordem de R$ 37 bilhões. Ele voltou a explicar que, em função do reconhecimento do estado de calamidade pública, a meta do resultado primário fica suspensa, dispensando o contingenciamento. "Calamidade pública foi melhor resposta técnica para evitar contingenciar, que seria dramático", disse Guedes.

O ministro da Economia voltou a falar que a crise gerada pelo novo coronavírus gera um problema para pessoas mais vulneráveis economicamente. "Estamos precisando dar recursos para a sobrevivência de pessoas autônomas, que também são atingidas com isolamento social. Como disse Mandetta, se diminuir o ritmo de contágio, mas vai ter gente que vai ter problema de conseguir comida do outro lado, se fica todo mundo na rua aumenta o ritmo de contágio. É um equilíbrio difícil", disse Guedes.

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Depois da eliminação na Copa do Brasil nesta quarta-feira (4) o presidente do Santa Cruz Constantino Júnior falou do sentimento após a eliminação para o Atlético-GO e elogiou a entrega dos atletas.

“Misto de sentimentos né. A gente viu a equipe lutando, com raça, disposição com vontade e ao mesmo tempo fica chateado”, afirmou Tininho, em entrevista à Rádio Jornal.

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O dirigente ainda falou sobre a questão financeira em relação às cotas da Copa do Brasil. "A gente não baseou orçamento em cima disso, não estamos estourando orçamento”, garantiu.

Já olhando para as competições que faltam o dirigente falou sobre a expectativa de brigar na Copa do Nordeste e desconversou sobre a chegada de reforços. “Estamos aproveitando vários jogadores da base que vão se consolidando. Time está bem, pagando, tudo dando certo. A gente não pode errar. É importante ter um ambiente vencedor”, afirmou.

Tininho ainda citou que deve sim reforçar a equipe para a série C. “Vamos com muita seriedade e muito trabalho, sem estourar orçamento e jogar com a sorte para a competição mais importante da temporada”, disse o presidente.

O Congresso Nacional promove sessão conjunta nesta terça-feira (3), às 14h, para analisar vetos presidenciais. Entre eles, está o veto à proposta que torna obrigatória a execução das emendas orçamentárias do relator-geral do Orçamento.

A matéria chegou a ser pautada na última sessão do Congresso, no dia 12, mas teve a votação adiada para construção de um acordo. Na ocasião, as bancadas do Podemos, do PSL e da Rede entraram em obstrução, por não concordarem com a derrubada do veto.

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O relator do Orçamento para 2020, deputado Domingos Neto (PSD-CE), disse entender que o orçamento impositivo é uma vitória do Congresso, mas considerou o adiamento como salutar, para que seja possível construir um consenso. 

Simples Nacional

Outros sete vetos também estão na pauta, como o veto 47/19 ao projeto que alterou a Lei do Simples Nacional para autorizar a criação de Sociedade de Garantia Solidária (SGS). Por acordo de líderes, dois itens vetados chegaram a ser derrubados pelos deputados, por 335 votos a 29. O resultado da Câmara será mantido, mas falta o voto dos senadores.

Confira a pauta completa

Em uma reunião de mais de uma hora com o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, 2, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), colocou na mesa a insatisfação do Legislativo com as falas e atitudes de integrantes do governo em apoio a manifestações contra a Câmara e o Senado. Segundo interlocutores, o senador avisou ao presidente que não vai mais tolerar ataques ao Congresso.

Até agora, Alcolumbre havia sido um dos poucos políticos que não tinha feito comentários públicos sobre a crise que teve seu ápice com a declaração do ministro da Segurança Institucional, general Augusto Heleno, de que o Congresso chantageia o Executivo ao votar matérias apenas em troca de recursos.

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Essa foi a primeira vez que Alcolumbre e Bolsonaro sentaram para conversar depois que a crise entre os poderes se agravou. O mais recente imbróglio entre o Palácio do Planalto e o Legislativo ganhou força após revelação do BR Político de que Bolsonaro usou seu WhatsApp pessoal para enviar mensagens que conclamam pessoas a saírem às ruas em defesa de seu governo. Marcada para o dia 15 de março, o protesto possui teor anti-Congresso e STF. O endosso presidencial às manifestações gerou uma onda de reações negativas vindas de congressistas, partidos políticos e chefes dos outros Poderes.

Na conversa com Bolsonaro nesta segunda-feira, 2, no Palácio do Planalto, Alcolumbre disse que não seria tolerado mais ataque ao Congresso e que para ele o assunto está superado. Segundo interlocutores, o senador pediu andamento às pautas econômicas e afirmou que o Congresso sempre esteve de portas abertas para um bom convívio com o Executivo.

A questão dos vetos ao orçamento impositivo não foi tratada com detalhes no encontro. Esse tema será costurado com os ministros do governo Bolsonaro. Alcolumbre se reúne nesta noite com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), e o relator do orçamento, deputado Domingos Neto (PSD-CE) para discutir o tema. O Congresso tem sessão agendada para esta terça-feira, 3, às 14h, para votar esses e outros vetos presidenciais a propostas aprovadas pela Casa.

Se o veto ao projeto do Orçamento for derrubado, o Congresso passa a ter maior controle sobre o destino dos recursos das emendas parlamentares. As emendas são usadas para destinar verbas públicas aos Estados e municípios.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), convocou sessão do conjunta do Congresso para a próxima terça-feira, 3, às 14 horas, para votação de vetos presidenciais. Entre eles, o de número 52, que é o veto parcial do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de lei que inclui o chamado Orçamento Impositivo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo no início do mês, líderes de partidos estavam dispostos a derrubar os vetos de Bolsonaro no projeto que obriga o governo a pagar todas as emendas parlamentares neste ano.

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Pelo texto aprovado no fim do ano passado, o Congresso teria o controle de R$ 46 bilhões do Orçamento. A proposta também previa regras mais rígidas para os pagamentos, como um prazo de 90 dias nos casos de emendas de relator e punições ao governo no caso de descumprimento.

Após um acordo costurado pelo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, parlamentares cederam e aceitaram devolver R$ 11 bilhões para o controle do Executivo.

Líderes do Congresso também aceitaram em deixar de fora da lei o prazo de 90 dias e a previsão de punição.

Mesmo assim, o acordo foi criticado internamente por integrantes do governo. A crise eclodiu quando o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, acusou o Legislativo de "chantagear" o governo por recursos.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que numa reunião com Bolsonaro ele chegou a falar em "golpe branco".

Em reuniões fechadas, Bolsonaro disse que não seria "refém do Congresso", nem uma "rainha da Inglaterra", sem poder de execução do Orçamento.

Insatisfeito com os termos do acordo, o presidente determinou uma nova rodada de negociações e ameaçou judicializar a questão, caso seus vetos sejam derrubados.

Vem pra Rua

Embora não tenha aderido às manifestações em defesa do governo e contra o Congresso Nacional e Judiciário marcadas para o dia 15, o Vem Pra Rua tem trabalhado pela manutenção do veto presidencial ao Orçamento Impositivo. O grupo, que ganhou projeção com o impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff, criou o site veto52.com.br para pressionar congressistas a defender o veto de Jair Bolsonaro.

"O Congresso não pode tomar o controle sobre R$ 30 bilhões do orçamento. Não seja otário. Acesse", diz o grupo em publicações nas redes sociais.

No site, o movimento declara a intenção de "cobrar todos os parlamentares pela manutenção do veto 52" e apresenta listas dos deputados e senadores favoráveis, contrários e indecisos quanto ao veto.

A plataforma indica a quem acessá-la os dados de contato dos parlamentares, além dos inquéritos e processos que envolvem os políticos e que correm no Supremo Tribunal Federal (STF).

Também expõe em gráfico a evolução patrimonial de cada parlamentar e lista, mês a mês o valor usado pelo congressista da cota parlamentar.

Uma semana após o governo anunciar um acordo com o Congresso sobre os vetos no Orçamento impositivo, o presidente Jair Bolsonaro determinou que seus auxiliares voltassem à mesa de negociação. Irritado, Bolsonaro disse a ministros que não quer ficar "refém" do Legislativo, pedindo dinheiro aos parlamentares e ameaçou até judicializar a questão caso seus vetos sejam derrubados no Congresso.

O acerto fechado com o Congresso na semana passada foi comemorado no Planalto como uma vitória do ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, após o Parlamento ameaçar impor uma derrota histórica ao governo para controlar R$ 46 bilhões do Orçamento da União. O acordo devolveria ao Executivo o controle sobre R$ 11 bilhões das chamadas despesas discricionárias, que incluem investimentos e custeio da máquina, antes "carimbadas" pelos parlamentares para emendas. Também ficariam de fora do projeto, por exemplo, o prazo de 90 dias que havia sido estabelecido pelo Congresso para o governo garantir o pagamento das emendas e também a punição, caso o Executivo não efetuasse as transferências. Na reavaliação dos termos do acordo, Bolsonaro avaliou que não era vantajoso.

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Nesta terça-feira, 18, à noite, uma reunião convocada às pressas na casa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), reuniu os ministros Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e Paulo Guedes, da Economia.

A conversa também teve a participação do líder do governo no Congresso, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), o relator do Orçamento, deputado Domingo Neto (PSD-CE), e Cacá Leão (PP-BA), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e do projeto que teve vetos de Bolsonaro. Juntos, eles tentavam desenhar um novo termo que satisfizesse o presidente. A pessoas próximas, Bolsonaro chegou a dizer que não seria transformado em uma "rainha da Inglaterra", uma alusão à ideia de que não seria o mandatário do País, mas sem poder de decisão.

Projeto.

À tarde, o presidente teve uma conversa com Davi Alcolumbre em seu gabinete, no Palácio do Planalto. Preocupado com o controle do Congresso sobre as emendas parlamentares, o governo avalia alterar a extensão do projeto. "Nada que não possa ser superado com diálogo e debate entre lideranças e as áreas econômica e política do governo", disse o senador Eduardo Gomes.

O parlamentar confirmou que o governo vai encaminhar o projeto acordado com o Congresso alterando a extensão do orçamento impositivo só depois do Carnaval.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), conversaram nesta terça-feira, 11, com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, sobre os vetos presidenciais ao projeto que obriga o Executivo a pagar todas as emendas parlamentares.

Após o encontro, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou que um acordo "está avançando", sem dar detalhes. A sessão do Congresso Nacional para analisar os vetos está agendada para esta quarta-feira, 12.

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A reunião ocorreu na residência de Davi Alcolumbre. Conforme o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, publicou na semana passada, parlamentares se articulam para derrubar os vetos e garantir o controle sobre uma fatia de R$ 46 bilhões no Orçamento deste ano.

O governo pode sofrer uma importante derrota na próxima semana e perder o direito de controlar R$ 42,6 bilhões do Orçamento da União para este ano. O presidente Jair Bolsonaro já barrou uma primeira tentativa do Congresso neste sentido, mas a última palavra é do Legislativo, que vai tentar derrubar os vetos impostos por ele no projeto que definiu como os recursos públicos serão gastos em 2020.

Uma sessão deverá ser convocada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na próxima semana, para discutir o assunto. Se os vetos forem derrubados, o governo pode ser obrigado a liberar neste ano todas as emendas parlamentares definidas por deputados e senadores.

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Sem base de apoio no Congresso e enfrentando problemas na articulação política, Bolsonaro pode ter dificuldades nesta votação, que abre brecha para nova temporada de aperto financeiro. Preocupados com o impacto do revés, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e integrantes da equipe econômica têm procurado líderes de partidos e pedido mais tempo para negociar.

Manter os vetos de Bolsonaro a pontos do projeto é uma medida considerada essencial para não amarrar ainda mais a execução do Orçamento. Embora o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenha defendido o controle do Congresso, o governo terá de fazer em março mais um bloqueio de verbas para cumprir a meta fiscal.

Até agora, a intenção dos parlamentares é marcar a sessão do Congresso para a próxima terça-feira. A derrubada de vetos é apoiada por ao menos sete partidos na Câmara e um no Senado, que, juntos, têm 241 parlamentares. Para que o governo seja derrotado são necessários votos de 257 deputados e de 41 senadores.

O movimento para assegurar mais poder ao Legislativo na distribuição dos recursos do Orçamento foi encabeçado pelo bloco conhecido como Centrão e conta com aval da maioria das bancadas. Usadas tradicionalmente como moeda de troca em votações de interesse do Planalto, as emendas são consideradas prioritárias pelos parlamentares para destinar recursos a seus redutos. Em ano de eleições, elas ganham ainda mais relevância. Na prática, incluem desde obras de infraestrutura, como a construção de uma ponte, até valores destinados a saúde e educação.

Apesar do discurso de repúdio ao "toma lá, dá cá", o governo Bolsonaro sempre acelerou a liberação de dinheiro quando precisou de apoio no Congresso. Foi recorrendo a esse expediente, por exemplo, que o presidente conseguiu aprovar a reforma da Previdência em 2019.

Como mostrou O Estado de S. Paulo, no primeiro ano de mandato Bolsonaro desembolsou um valor recorde de emendas: R$ 5,7 bilhões. Até então, a quantia mais alta, de R$ 5,29 bilhões, havia sido paga na gestão de Michel Temer. Uma proposta aprovada em 2019, e vetada por Bolsonaro em dezembro, prevê que o relator do Orçamento, deputado Domingos Neto (PSD-CE), passe a ter a prerrogativa de definir quais projetos receberão a maior parte dos R$ 26 bilhões em emendas indicadas por ele na peça orçamentária de 2020. O valor sobe para R$ 42,6 bilhões quando são somadas as emendas individuais, de bancada e de comissões.

Prazo

Domingos Neto é próximo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Se os vetos de Bolsonaro caírem, não apenas a execução da maior fatia desses recursos passará para as mãos de Neto, como também a escolha de quem receberá antes o dinheiro. O projeto de lei estabelece até 90 dias para que o Executivo reserve a verba das emendas feitas pelo relator. Caso o prazo não seja cumprido, o governo está sujeito a "penalidades previstas na legislação". Para a equipe econômica, esse modelo torna inviável a execução do Orçamento durante o ano.

Questionado se os vetos serão derrubados, Rodrigo Maia foi sucinto. "Aquilo que estava no acordo com os líderes do governo será cumprido", afirmou ele. O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), disse, por sua vez, que ainda vai conversar com os partidos. "Esperamos uma votação tranquila. Tem de prevalecer a autonomia e o bom senso."

Com a articulação, o Congresso tenta impedir que as emendas sejam liberadas só no fim do ano, como é de praxe. O orçamento impositivo impede a suspensão total do pagamento de quatro tipos de emendas: individuais, de bancadas estaduais, do relator e das comissões. Não define, porém, o prazo para o desbloqueio dos recursos. Em ano de eleições municipais, parlamentares querem garantir que as ações em seus redutos ocorram a tempo da disputa de outubro.

O relator do projeto, deputado Cacá Leão (PP-BA), disse acreditar que todos os vetos de Bolsonaro à proposta serão derrubados. A opinião é compartilhada por vários de seus colegas, tanto na Câmara como no Senado. "A nossa linha será manter o inteiro teor da lei como saiu do Congresso", admitiu o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB). "Só assim será possível garantir, de fato, o orçamento impositivo", argumentou o líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA).

No comando da bancada do Podemos, o deputado José Nelto (GO) admitiu que a orientação do partido será pela derrubada dos vetos. "Isso vai permitir que o governo não faça manobras nem privilegie um deputado em detrimento dos outros", resumiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo vai começar a discutir com o Tribunal de Contas da União (TCU) e consultorias da Câmara e do Senado uma forma de sair do impasse jurídico que a aprovação do chamado Orçamento impositivo deixou para a área econômica. Com as mudanças das regras, os servidores que tocam o dia a dia do Orçamento estão com medo de dar autorizações que depois possam ser interpretadas como ilegais.

No ano passado, a aprovação da PEC 34/2019 tornou o Orçamento da União, Estados e municípios totalmente impositivo pelo Poder Legislativo. Ou seja, deputados e senadores decidem o que e quanto será gasto nas despesas do governo. Ao Executivo caberá escolher como fará essas discriminações.

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A avaliação preliminar é de que ficará muito mais difícil para a equipe econômica fazer o tradicional contingenciamento de recursos do início do ano. Esse bloqueio é feito para garantir o cumprimento da meta fiscal e é uma exigência da legislação brasileira. Um dos maiores problemas é determinar o que de fato pode ou não ser contingenciado já que o novo desenho orçamentário das despesas obrigatórias em 2020 é completamente diferente do que vinha sendo feito nas últimas décadas.

O consultor-geral de Orçamento da Consultoria da Câmara, Ricardo Volpe, calcula que R$ 47 bilhões das despesas do Orçamento estão nas mãos dos parlamentares. Desse total, o relator do Orçamento, Domingos Neto (PSD-CE), poderia indicar as áreas beneficiárias dos recursos. Veto do presidente barrou a medida incluída no Orçamento, mas no Congresso há uma articulação para derrubar o veto e ampliar os poderes dos parlamentares. "O que estamos vivendo hoje é um novo momento com o Congresso mais forte da decisão de alocação", afirma Volpe.

Sem as regras claras, há risco para a gestão orçamentária, já que técnicos e autoridades não querem colocar seu "CPF" e depois serem responsabilizados. Na gestão pública, o servidor ou autoridade podem ser punidos por crime de responsabilidade como pessoa física. O primeiro contingenciamento do ano ocorre sempre em março com o primeiro relatório de avaliação de receitas e despesas.

Interpretação.

Segundo técnicos do TCU que participam da discussão, será necessário um mínimo de "pactuação" de como será interpretada a legislação. Além da perda de instrumentos para o cumprimento da meta fiscal, o governo terá de lidar com a perspectiva de aumento dos chamados "restos a pagar" (despesas transferidas de um ano para o outro). É que ficará mais difícil fazer o cancelamento das despesas, na avaliação dos técnicos.

Para um integrante da equipe econômica, há muitas minúcias que foram incluídas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na lei orçamentária com aumento de gastos que terão execução obrigatória. Ou seja, não poderão ser cortados. A pergunta que os técnicos fazem agora é, se não tiver recursos para cumprir a meta, essas despesas poderão ser contingenciadas? Qual é a regra para o corte?

O diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe Salto, avalia que o grau de engessamento do Orçamento vai aumentar. A IFI estima hoje que 94% das despesas do Orçamento não podem ser contingenciadas, valor que será elevado. Para ele, as mudanças no Orçamento para 2020 trazem dúvidas, principalmente, em relação à proporcionalidade do corte nos órgãos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Diário Oficial da União (DOU), desta segunda-feira (20), publica a Lei 13.978/2020, a Lei Orçamentária de 2020. O texto estima a receita da União para este ano em R$ 3,686 trilhões e fixa a despesa em igual valor. A lei foi sancionada sem vetos pelo presidente Jair Bolsonaro na sexta-feira.

Com isso, o Orçamento de 2020 prevê R$ 2 bilhões para o Fundo Eleitoral, para custear as campanhas dos candidatos nas eleições municipais de outubro.

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Veja aqui a íntegra da lei.

Sem folga no orçamento e com uma conta que não para de crescer, governadores de vários Estados prometem fazer de 2020 um ano de grandes privatizações, concessões e Parcerias Público-Privadas (PPP). Eles pretendem transferir para a iniciativa privada pelo menos 100 ativos, segundo levantamento feito pelo Estado.

O cardápio de ativos é diversificado. Inclui desde setores tradicionais, como energia elétrica, rodovias, aeroportos e empresas de telecomunicações, até a concessão de mirantes, marinas, hotéis e casa de repouso. Há também estádios de futebol, cozinha-escola em presídios, zoológicos e centros de eventos, entre outros.

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Pelo levantamento do Estado, o segmento com maior número de ativos - 22 no total - é o de transportes, que envolve linhas de metrô e ônibus, terminais rodoviários, trens intercidades, rodovias e portos. Normalmente, esses projetos exigem investimentos pesados, como a concessão de 1.200 km do lote rodoviário Piracicaba-Panorama, que o governo de São Paulo pretende leiloar nesta terça-feira (7), na Bolsa. Quem ganhar a disputa terá de investir R$ 14 bilhões durante os 30 anos de concessão.

Outro projeto vultoso do governo paulista é o Trem Intercidades, de R$ 5,6 bilhões, entre a capital, Campinas e Americana. No total, são 21 projetos aprovados pelo Conselho Gestor de PPPs e Concessões do Estado, que podem ser licitados até o fim de 2020 e vão gerar investimentos da ordem de R$ 40 bilhões, segundo a gestão de João Dória (PSDB).

"Vamos ver muita privatização relevante, seja do governo federal ou dos Estados, mas também haverá muitos ativos sem interesse por parte dos investidores", diz o advogado Fernando Vernalha, especialista em infraestrutura e sócio do escritório VG&P Advogados. Na opinião dele, as operações relacionadas aos setores de gás e saneamento, cujos marcos regulatórios estão sendo refeitos, devem ter maior apetite por parte da iniciativa privada.

Das 27 unidades procuradas, 16 responderam aos questionamentos da reportagem. Dessas, 13 pretendem fazer alguma privatização de empresas ou concessão de serviços públicos nos próximos anos, só duas não têm ativos para vender e uma ainda avalia a possibilidade de criar um programa de desestatização.

O governo do Maranhão teve autorização para vender 25,5% das ações da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar); o Rio Grande do Sul conseguiu retirar a exigência de um plebiscito para vender a Sulgás; e Goiás ainda espera aprovação da Assembleia Legislativa.

No Rio, a venda da Cedae foi uma das exigências do governo federal para que o Estado pudesse aderir ao Regime de Recuperação Fiscal. Um dos modelos que vêm sendo estudado pelo governador Wilson Witzel é a venda de ações da empresa no mercado. Mesma saída é vista pelo Distrito Federal e pela Bahia.

Minas Gerais, que a exemplo de Rio e do Rio Grande do Sul, vive grave crise fiscal, tem planos para vender tanto a estatal de gás (Gasmig) como a de saneamento (Copasa). Em novembro, o governador Romeu Zema (Novo) publicou no Diário Oficial o Decreto 47.766 que trata da Política Estadual de Desestatização e cria o Conselho Mineiro de Desestatização (CMD).

"Tenho dito que o Estado já tem muito o que fazer na parte de saúde, educação, segurança e infraestrutura. As empresas do Estado, notoriamente no último governo, serviram para interesses políticos e cabides de emprego", diz o governador.

Minas também quer privatizar a Cemig e vender participações que a empresa tem na Taesa (transmissão), Renova (eólica) e nas hidrelétricas Santo Antônio e Belo Monte. De acordo com o levantamento do Estado, a área de energia tem 9 empresas para serem privatizadas ou concedidas. Além dos investimentos de Minas, a lista inclui a CEEE, do Rio Grande do Sul - a venda também é um apelo para a adesão ao programa Regime Fiscal do governo federal.

"Como o segmento de gás, a área de energia demanda muito investimento. Mas o governo hoje não consegue fazer os aportes necessários para fornecer um serviço de excelência", diz o secretário de Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, Artur Lemos Júnior.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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