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A operação deflagrada pela Polícia Federal na quarta-feira, 22, para desmantelar um plano criminoso do PCC que mirava o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) provocou uma discussão nas redes sociais que envolveu, além do ex-juiz, os também senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS).

Líder do governo no Congresso, Randolfe disse que Moro buscava politizar o plano do PCC e classificou a ação como "mau-caratismo" do ex-juiz. Para Randolfe, o fato de Moro ter sido informado com antecedência sobre a investigação e a Polícia Federal (PF), sob comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ter agido de forma "republicana" ao proteger o ex-juiz são justificativas para uma não politização do episódio.

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Moro reagiu nas redes sociais e criticou a postura de Randolfe. "No dia em que foi descoberto um plano do PCC para me matar e a minha família, o Senador vem me chamar de mau caráter!?", escreveu.

Antes, o ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão já havia saído em defesa de Moro ao relembrar nas redes sociais declaração de Lula no dia anterior. O petista afirmou ao site Brasil 247 que, quando era perguntado se estava bem durante o período em que esteve preso em Curitiba, respondia: "Só vai ficar bem quando eu f... com o Moro".

Mourão, então, publicou em suas redes sociais. "Quando o Presidente da República tem por objetivo f… um magistrado que cumpriu sua função, ele mostra todo o seu desprezo pelo Estado Democrático de Direito. Na realidade, ele está f... o seu País", disse.

Operação

Na quarta-feira, 22, a Polícia Federal (PF) tornou pública a Operação Sequaz contra uma quadrilha ligada ao PCC que pretendia atacar servidores públicos e autoridades, planejando assassinatos e extorsão mediante sequestro em quatro Estados e no Distrito Federal. Ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Moro era um dos alvos da facção. Investigadores do caso desconfiam que toda a vigilância sobre a família do ex-juiz tinha como mais provável objetivo o sequestro do senador; sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP); e dos filhos, que seriam mantidos reféns em uma das chácaras, para obrigar o Estado a negociar a libertação de Marcola ou sua retirada do sistema penal federal.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, nesta quinta-feira (23), sobre o plano orquestrado por criminosos para matar o senador Sergio Moro (União Brasil) e outras autoridades. Ao ser indagado, após cumprir agenda no Rio de Janeiro, sobre como acompanhava o plano revelado pela Polícia Federal, Lula disse que acreditava ser uma armação do próprio ex-juiz.

“Eu acho que é mais uma armação do Moro. Mas vou ser cauteloso, quero ver o que aconteceu”, declarou o presidente.

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“É visível que é uma armação do Moro. Mas não vou atacar ninguém sem ter provas. E se for mais uma armação ele vai ficar mais desmascarado ainda. Não sei o que ele vai fazer da vida se continuar mentindo como está mentindo”, emendou Lula.

Nessa quarta-feira (22), a PF deflagrou uma operação para desarmar um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para matar o ex-juiz e atual senador. Moro é desafeto político de Lula por ter sido responsável pela condenação que o levou à prisão na Lava Jato.

Um ex-2º tenente da Polícia Militar de Alagoas foi preso pela Polícia Federal por envolvimento com um esquema de lavagem de dinheiro do PCC. Atualmente, o suspeito cursa o 6º período de Medicina em Pernambuco e foi preso em uma casa que dividia com outros estudantes no Bairro Novo, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). 

Segundo a Polícia Federal (PF), ele foi expulso da corporação em janeiro deste ano e havia conseguido uma liminar que obrigava o Estado a lhe reintegrar ao quadro de oficiais. Contudo, a decisão não chegou a ser cumprida.  

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As investigações apontaram que ele é ex-cunhado do líder do PCC que foi morto em uma troca de tiros com agentes federais. O confronto ocorreu em 2017, dentro de um condomínio de luxo em Maceió. Mesmo após a morta, a esposa do criminoso continuou recebendo dinheiro através de um esquema de lavagem, que envolvia escolta militar. 

Um veículo, um aparelho celular e um tablet do ex-tenente foram apreendidos no cumprimento das ordens judiciais. Após audiência de custódia, a Justiça de Alagoas relaxou a prisão de outros quatro envolvidos, porém, manteve com a prisão do ex-policial militar.

O ousado plano de atentados contra autoridades, organizado por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e tornado público nesta quarta-feira, 22, na Operação Sequaz, foi descoberto pelo Ministério Público de São Paulo em janeiro.

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que há quase vinte anos investiga o PCC, tomou conhecimento do plano ao interrogar uma testemunha. O depoimento foi tomado em uma investigação sobre ações planejadas pela organização como retaliação a autoridades.

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O próprio Gakiya seria um dos alvos da facção. Outro nome na mira dos criminosos era o do ex-juiz e hoje senador Sérgio Moro (União-PR), tratado pelo codinome 'Tóquio'.

A escalada de violências do PCC estaria na iminência de ser desencadeada. Soldados da facção monitoravam os passos dos alvos e já haviam alugado imóveis que, provavelmente, seriam usados durante a execução do plano.

Uma casa em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, foi vasculhada nesta quarta pela Polícia Federal. Os agentes encontraram um 'fundo falso' em uma parede.

A suspeita foi levada por Gakyia ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, que acionou a cúpula da Polícia Federal e comunicou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O ex-juiz da Operação Lava Jato e sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União-PR), também foram avisados e colocados sob proteção de forte escolta policial.

O plano da facção teria sido motivado por mudanças nas regras para visitas a detentos - Moro proibiu as visitas íntimas em presídios federais quando era ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. Como ministro ele também coordenou a transferência e o isolamento dos 'cabeças' da organização criminosa nos presídios de segurança máxima. Agentes penitenciários também seriam alvo da facção.

Os ataques envolveriam sequestros e até assassinatos. O PCC pretendia colocar em prática uma ação coordenada e simultânea em diferentes Estados, segundo a investigação.

O plano teria sido arquitetado pela célula autodenominada 'sintonia restrita', que funciona como um centro de inteligência da organização.

A operação deflagrada nesta quarta pela PF prendeu nove pessoas. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram autorizados pela juíza Gabriela Hardt, que foi substituta de Moro na 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba na Operação Lava Jato.

Em uma publicação nas redes sociais nesta quarta-feira (22), o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil -PR) afirmou ser um dos agentes públicos ameaçados de morte por uma organização criminosa que é alvo de operação da Polícia Federal. A ação nomeada “Sequaz” já realizou apreensões e busca cumprir quatro mandados de prisão durante a primeira fase da investigação.

De acordo com Flávio Dino (PSB), ministro da Justiça e Segurança Pública, o objetivo da facção criminosa era realizar execuções, sequestros e praticar o crime de extorsão contra os alvos e suas famílias. Outra possível vítima do plano era o promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya. Nas redes, Sérgio Moro agradeceu o empenho das forças policiais envolvidas e se referiu à facção como sendo o Primeiro Comando da Capital (PCC).

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“Sobre os planos de retaliação do PCC contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do Senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado”, publicou Moro.

Os planos da organização criminosa consistiam na retaliação de integrantes de uma facção por causa de uma portaria do governo que proibia visitas íntimas em presídios federais. Atentados eram planejados desde o ano passado, segundo a polícia. Moro deverá se pronunciar, na tarde desta quarta-feira (22), na Tribuna do Senado.

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Com o número crescente de cidades com ataques criminosos ordenados por líderes de uma facção criminosa, o Rio Grande do Norte viveu a terceira madrugada de terror. Serviços públicos básicos pararam. Incêndios em depósitos de pneus para reciclagem, automóveis e ônibus privados, máquinas agrícolas e transportes escolares não foram evitados, mesmo com a chegada de parte da tropa estimada em 220 homens da Força Nacional. Investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Norte ligou ontem o assassinato do dono de um mercado na zona oeste de Natal, José Francisco da Silva, à onda de ataques no Estado.

O comerciante, de 68 anos, foi morto na noite da quarta-feira (15) em seu próprio estabelecimento. Conforme a polícia, o grupo tinha a intenção de incendiar o local, portando explosivos. Um dos suspeitos foi preso. O mercado de Zezinho, como era conhecido, foi invadido por quatro homens. Ao tentar fugir, a vítima se envolveu em uma luta corporal com um dos assaltantes, quando foi baleado. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas morreu.

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Um suspeito foi detido, após ser atingido por um dos tiros e buscar auxílio em um hospital. Segundo a Polícia Civil, há vídeos de câmeras de segurança que mostram a ação da quadrilha. No total, 69 suspeitos foram presos até agora.

Os ataques no Rio Grande do Norte começaram na segunda-feira, 13, com tiros disparados contra bases da polícia e veículos queimados, e já atingiram mais de 30 cidades. Segundo o governo potiguar, a onda de violência se deve ao endurecimento das medidas de controle no sistema carcerário. Agora, diz a Secretaria da Segurança, os detentos reivindicam TVs e visitas íntimas, entre outras medidas. Por outro lado, prisões potiguares já foram alvo de denúncias de maus-tratos contra os internos.

'Salve'

O Sindicato do Crime (SDC), grupo que estaria por trás dos ataques nos últimos dias, ofereceu R$ 5 mil por pessoa para incentivar as ocorrências. O grupo, criado há dez anos para fazer frente ao Primeiro Comando da Capital (PCC), pregou ainda a união de facções para reivindicar melhorias nas condições carcerárias. Isso é o que diz um "salve", nome dado a mensagens disparadas pelas organizações, obtido pelo Estadão.

"Tem 'salves' que estão circulando e que dizem claramente que é o Sindicato do Crime convocando esse movimento, para que se tenha esse ataque, orientando determinadas condutas", diz a antropóloga da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Juliana Melo, que estuda sistemas carcerários no Estado há mais de dez anos.

"Nos 'salves' de agora, o que é surpreendente é que eles falam: 'Vamos deixar as rivalidades de lado'. A relação que se tem com o PCC no RN é muito tensa, sobretudo depois do massacre que aconteceu na prisão de Alcaçuz, em 2017", continua. Na ocasião, 26 detentos, associados ao Sindicato do Crime, foram assassinados por membros do PCC enquanto estavam dentro de um pavilhão. O episódio elevou as tensões entre as facções ao longo não só daquele ano, como nos períodos seguintes.

Cadeias

A pesquisadora afirma que, como resposta ao avanço da violência, nos presídios e nas ruas, o governo estadual adotou um regime disciplinar mais "duro" dentro dos presídios, limitando a entrada de alimentos e as visitas íntimas. A busca pela melhoria nas condições nos presídios, em meio a isso, tornou-se uma demanda mais urgente do Sindicato. "A principal pauta que estão colocando são as reivindicações de melhores condições carcerárias", disse a pesquisadora.

A organização criminosa pede que as discordâncias sejam superadas "principalmente entre as siglas", como o PCC. "E que todo o confronto e o (crime) seja contra o (Estado)", afirma a mensagem. "A família SDC-RN está determinando a todos irmãos e companheiros que para atacar todos tipos de órgão público o que for para tocar o caos geral no Estado."

A mensagem, segundo Juliana, pode simbolizar um novo momento. "O que é inédito - e isso ainda vai ser melhor analisado, só o tempo vai dizer - é que nesse salve atual estão dizendo que é para esquecer as rivalidades, inclusive com o PCC", diz a pesquisadora. "Se isso vai se sustentar, se vai ser duradouro, se é efetivo, se foi um convite, se foi uma aposta, ainda é muito cedo para afirmar."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Militar de São Paulo prendeu na última sexta-feira (3) Suliane Abitabile Arantes, 34, a Elektra, responsável pelo cadastro dos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no centro oeste do Brasil e em outros países. O pedido de prisão foi expedido pela Vara Criminal do Distrito Federal no último dia 27. Ela era investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal, e foi presa na capital paulista acusada de porte ilegal de armas e associação à organização criminosa.

Sob forte escolta policial, Elektra foi levada para o Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, para uma audiência de custódia, e depois foi encaminhada para uma unidade prisional. Segundo as autoridades, Suliane é considerada uma das criminosas mais perigosas do país, devido ao seu envolvimento com a organização criminosa, e também é conhecida pela alcunha “Marcola de saia”, em referência a Marcos Willians Herbas Camacho, considerado o maior líder da facção.

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Durante o interrogatório, ela confessou envolvimento com o PCC e também citou nomes de outros integrantes cadastrados no Brasil e na Espanha. 

Elektra já havia sido detida em setembro de 2018, durante a Operação Prólogo, com um notebook e três celulares, que foram levados para perícia. Ela estava sendo procurada desde 2017, e cumpriu pena até março de 2020, após ter declarado à Polícia Federal que já havia feito o pedido para ser desligada da facção. Pouco tempo depois, ela voltou a ser alvo da polícia, na Operação Hydra, após encontrarem registros de novos membros da organização na Espanha, Itália e Estados Unidos.

As torcidas organizadas Mancha Verde (Palmeiras), São Paulo (Independente) e Torcida Jovem (Santos) anunciaram, em seus perfis nas redes sociais, que os membros envolvidos em brigas com grupos rivais receberão punições.

“Não vamos tolerar a participação de qualquer um de nossos associados em brigas ou atos de violência, sob pena de punição. As lideranças de bairros e de subsedes já receberam a orientação de repassar essa determinação para todos os seus integrantes. O recado está dado!”, publicou a Mancha Verde.

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A torcida Independente afirmou que "não serão tolerados atos de violência ou covardia entre os integrantes das torcidas, ACABARAM AS BRIGAS, sendo passível de punição e exclusão do quadro de associado".

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A Torcida Jovem escreveu que "o associado que não cumprir com a determinação será responsabilizado dentro e fora do estatuto".

Áudios nas redes sociais afirmam que a ordem para cessar as brigas entre torcidas organizadas teria vindo do Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Foram reunidos todos os presidentes e líderes de quebrada, e o salve foi o seguinte: ‘fulano, você é da zona leste? Se acontecer qualquer briga na zona leste nós vamos pegar os líderes da zona leste das duas torcidas e subir eles e acabou. Se não acharmos vocês, vamos achar a família de vocês’. É esse o papo, não tem mais briga”, diz um trecho dos áudios.

Líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido de presídio pela primeira vez durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Preso no sistema federal, ele saiu de Porto Velho (RO) e voltou ao complexo da Papuda, em Brasília (DF). O motivo foi um suposto plano de fuga, informou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

"A transferência foi feita de um presídio federal para outro, exatamente visando prevenir um suposto plano de fuga ou resgate desse preso. Portanto, essa operação se fez necessária para garantir a segurança da sociedade", disse o ministro, em entrevista a veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), controlada pelo governo federal.

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A Secretaria de Políticas Penais do ministério coordenou a transferência na tarde desta quarta-feira, dia 26, com esquema de segurança reforçado.

Esta é a segunda vez que o chefe do PCC é transferido da região Norte para o Centro-Oeste. Marcola já havia ficado na Papuda antes e também em Porto Velho.

A primeira transferência dele ocorreu em 2019. Em fevereiro daquele ano, ele saiu da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, administrada pelo governo de São Paulo, e foi levado à Penitenciária Federal em Porto Velho. Um mês depois, o Ministério da Justiça o transferiu para o Complexo Penitenciário da Papuda, onde o criminoso passou cerca de três anos, à revelia do governo distrital.

O governador Ibaneis Rocha (MDB), atualmente afastamento temporariamente do cargo. Ibaneis recorreu ao Judiciário contra a detenção de Macola na Papuda, sob o argumento de que poderia prejudicar a segurança local. Em março do ano passado, o chefe do PCC foi removido novamente para Porto Velho (RO), em operação celebrada pelo governo Jair Bolsonaro.

"Após minucioso planejamento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), efetuamos a transferência do prisioneiro conhecido como Marcola, da Penitenciária Federal de Brasília. Ação de sucesso total, com apoio da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e SENASP . Parabéns aos envolvidos!", celebrou, na ocasião, o ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, também ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, preso por suposta omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro.

A transferência de Marcola dos presídios paulistas para o sistema federal virou alvo de debate durante a campanha de 2022, entre o presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em livro, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, senador eleito pelo Paraná, contou detalhes da operação e disse que Bolsonaro chegou a hesitar em autorizar a transferência, mas depois cedeu.

A Polícia Militar (PM) de São Paulo prendeu um dos traficantes mais procurados do Estado de São Paulo na quarta-feira passada. Valter Lima Nascimento, o Guinho, de 42 anos, é considerado pela polícia o braço direito de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, principal fornecedor de drogas para o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das principais organizações criminosas do mundo. Conforme a polícia, o suspeito era responsável pela principal conexão entre traficantes da América Latina e a facção.

O mandado de prisão de Valter Nascimento foi expedido em setembro de 2020, com sentença de 20 anos e 5 meses de pena em regime fechado pela prática de tráfico de entorpecentes e associação para o tráfico.

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Segundo a Secretaria de Segurança Pública, policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) receberam uma denúncia anônima de que dois veículos estariam envolvidos no tráfico de drogas. Um dos automóveis foi localizado pelo sistema Detecta de radares na Marginal do Tietê, no sentido da Rodovia Castelo Branco.

A partir daí, agentes da Rota começaram as buscas pelo automóvel, que foi flagrado estacionado em frente a uma residência na zona oeste. A prisão foi realizada na Praça Vicente Rodrigues, no Butantã, zona oeste de São Paulo.

O suspeito apresentou um documento de identificação falso. Quando os policiais verificaram seu verdadeiro nome, o suspeito confessou que era procurado pela Justiça. Ele já havia sido preso em 2002, 2004, 2006, 2017 e 2019. "A Rota prendeu um dos criminosos mais procurados do país, que atuava no tráfico internacional de drogas e utilizava documentos falsos", informou a corporação nas redes sociais.

Um celular e documentos foram apreendidos. O caso foi registrado como uso de documento falso e captura de procurado pelo 14º Distrito Policial (Pinheiros).

Os advogados da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acionaram o Tribunal Superior Eleitoral pela quarta vez para derrubar publicações que ligam o petista ao PCC. O primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto pede que o presidente Jair Bolsonaro seja condenado ao pagamento de multa de R$ 60 mil em razão da publicação que sustenta que 'Marcola', apontado como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), declarou voto em Lula.

A campanha também pede que os posts do chefe do Executivo com tal conteúdo sejam excluídos e que seja reiterada ordem de abstenção de novas publicações com o tema, sob pena de multa de R$ 30 mil por descumprimento. A nova investida dos petistas se deu neste sábado, 8, horas após o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do TSE, ordenar à Coligação Brasil de Esperança, que apoia a candidatura de Lula ao Planalto, a remoção de propaganda que associa Bolsonaro ao canibalismo.

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A petição remetida ao TSE alega descumprimento da decisão dada pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, no primeiro turno das eleições. Na ocasião, o magistrado determinou a remoção de publicações sobre o suposto voto de Marcola em Lula destacando que a informação é 'inverídica e descontextualizada'.

"Na verdade, os diálogos transcritos, além de se relacionarem a condições carcerárias, apresentam apenas conotação política, pois retratam suposta discussão de Marcola e outros interlocutores a respeito de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro. Embora o teor dos diálogos revele uma discussão comparativa entre os candidatos, não existe declaração de voto", afirmou Alexandre è época.

Os advogados do PT dizem que, mesmo após 'ordem expressa de abstenção', Bolsonaro foi ao Twitter e realizou quatro publicações que 'atropelam os termos' das decisões do TSE. Os representantes de Lula diz que é 'imperioso' que Bolsonaro cumpra dos despachos da corte eleitoral.

"É inconcebível um candidato ao mais alto cargo do Poder Executivo desdenhar deste c. Tribunal Superior Eleitoral. Por estas razões, nessa oportunidade, impende que a multa por descumprimento da medida liminar seja exemplar e, de forma efetiva, iniba a repetição do ilícito", diz trecho da representação levada à corte eleitoral.

A cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) divulgou uma "salve", um documento para todos os integrantes da facção no sistema prisional e nas ruas, negando a existência de qualquer plano para atacar autoridades e policiais durante as eleições de 2022. "Está circulando uma notícia fake, referente a um suposto salve geral que saiu do sistema prisional, ou seja da federal diretamente", diz o documento apreendido por autoridades que combatem o crime organizado em São Paulo. O Estadão teve acesso à íntegra.

O documento, cuja autenticidade foi confirmada pelas autoridades, teria origem na chamada sintonia final e nos chamados resumos - as chefias da facção que hoje estão nas ruas em função do isolamento da cúpula tradicional em penitenciárias federais. Diz o texto (sic): "Deixamos bem claro sem nenhuma sombra de dúvida que esse salvo não procede, nenhum intuito que ele está sendo dito, nem a forma que está sendo escrita, e nem a direção que está vindo, isso é só mais uma forma de tentar nos prejudicar, pedimos que todos fiquem tranquilo, Que não temos nada haver com eleição nem com política, que cada um faça o seu papel que tenha de ser feito".

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Os integrantes da facção condenam o que consideram o uso político do grupo. "Porém época de eleição e eles se encontra desesperado e que é um subterfúgio, uma saída para tentar algo, estão começando a usar a golpe baixo para tentar se eleger em cima de notícia Fake." A notícia de que o PCC prepararia ataques nas ruas contra autoridades e policiais durante as eleições foi divulgada pelo apresentador José Luiz Datena, em seu jornal na Band TV. O jornalista apresentou uma carta de um suposto presidiário da Penitenciária de Avaré (SP) afirmando que o documento estava circulando por outros presídios. A carta, segundo disse Datena, teria sido apreendida na cela do detento.

A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) divulgou nota sobre o caso: "A Secretaria da Administração Penitenciária informa que não comenta casos sigilosos e em andamento. A SAP encaminhou a documentação apreendida para a Polícia Civil, que investiga o caso". A carta da cúpula do PCC cita expressamente o apresentador Datena ao afirmar: "vamos deixa bem claro aqui para todos que não procede esse salve, é deixando bem legível, diretamente para o (Datena) que o que temos para resolver com o governo atual não será resolvido em cima de sangue, nem violência, nem de forma irracional, e sim em cima de papel de forma cabível dentro das leis". O Estadão procurou a Band, mas, até a publicação da reportagem, não obteve resposta.

Por fim, a cúpula da facção usou o documento para "tranquilizar a população". "Mas ficamos tranquilos e queremos deixar toda a população tranquila, para que tenha em mente a decisões (sic) que vocês brasileiros estão vendo com seus olhos e que façam valer, sem nenhum vínculo com nenhum tipo de candidato ou partido que a voz do povo seja a voz de Deus."

A ÍNTREGRA DO SALVE:

Um firme forte sincero leal abraço a todos irmãos e companheiros, Espero que todos estejam bem quando esse chegar em suas mãos.

Meus amigos,como todos sabem vamos direto ao assunto, para não esticar e não prolongar escrita, está circulando uma notícia Fake, referente a um suposto salve geral que saiu do sistema prisional, ou seja da federal diretamente, Como todos sabem, inclusive o estado e as autoridades maior, que não tem possibilidade de estar saindo esse tipo de situação lá de dentro, e nem mesmo da forma que chegou,Porém época de eleição e eles se encontra desesperado e que é um subterfúgio, uma saída para tentar algo, estão começando a usar a golpe baixo para tentar se eleger em cima de notícia Fake, e conversas, mais que isso será impossível,Deixamos bem claro sem nenhuma sombra de dúvida que esse salvo não procede, nenhum intuito que ele está sendo dito, nem a forma que está sendo escrita,e nem a direção que está vindo, isso é só mais uma forma de tentar nos prejudicar, pedimos que todos fiquem tranquilo , Que não temos nada haver com eleição nem com política,que cada um faça o seu papel que tenha de ser feito, que não temos nada haver com isso e não temos isso em mente em momento algum, que até tentaram cria algo , tentando fazer alguma coisa Parecida com nós, mais somo originais ate em nossos desafetos, não tem como copiar está nos copiando , fizeram uma situação péssima , mal escrita ,deixando notável, totalmente sem nexo

vamos deixa bem claro aqui para todos que não procede esse salve, é deixando bem legível, diretamente Para o (Datena) que O que temos para resolver com o governo atual não será resolvido em cima de sangue, nem violência, nem de forma irracional, e sim em cima de papel de forma cabível dentro das leis, Em cima dos direitos e deveres, forma inteligente, ou seja oque está passando na televisão é só mais uma das mentiras que ele fala, mais uma criação dele com suas reportagens, para tentar ganhar ibope pois ele mesmo não tem mais o que fazer, não tem mais o que mostrar, o próprio país não ajuda a ter boas notícias para população, ele não tem entretenimento e um bom programa, mais tem que ocupa um horário e se manter ao vivo em rede nacional, sendo assim ele por sua vez inventa notícias fake para poder ganhar ibope.

Mas ficamos tranquilos e queremos deixar toda a população tranquila, para que tenha em mente a decisões que vocês brasileiros estão vendo com seus olhos e que façam valer, sem nenhum vínculo com nenhum tipo de candidato ou partido que a voz do povo seja a voz de Deus.

Desde já deixamos sincero forte leal abraço a todos que Deus nos abençoe nos proteja

ASSINADO::PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou nesta quinta-feira (1°), por 6 votos a 1, a remoção de postagens do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, que associam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As publicações foram feitas no perfil verificado de Bolsonaro no Twitter.  
Com a ordem de remoção, a maioria dos ministros atendeu a pedido do PT. O partido apresentou uma representação contra Bolsonaro por propaganda eleitoral antecipada negativa e disseminação de desinformação. Os ministros decidiram também multar o presidente em R$ 5 mil.
Ficou vencida no caso somente a relatora, ministra Maria Claudia Bucchianeri. Em agosto, ela havia negado liminar (decisão provisória) ao PT no processo, por não ter visto urgência ou uso de material manifestamente inverídico nas publicações. As postagens questionadas pelo PT trazem o vídeo de uma reportagem com interceptações telefônicas em que um líder do PCC diz: "Com o PT nois (sic) tinha diálogo. O PT tinha com nois (sic) diálogo cabuloso".
Prevaleceu ao final a divergência do ministro Ricardo Lewandowski, que afirmou não ter dúvida sobre a violação à legislação eleitoral, por ver ofensa à honra de um candidato por outro, sem lastro em indícios suficientes. "A intenção de atacar a honra alheia é manifesta e a gravidade da conduta deve ser avaliada em razão do cargo de presidente”, afirmou o ministro.
Acompanharam a divergência os ministros Cármen Lúcia, Mauro Campbell, Benedito Gonçalves, Sergio Banhos e Alexandre de Moraes, presidente do TSE, para quem a Justiça Eleitoral estabelece um precedente importante no caso.
No voto, Moraes disse que o TSE precisa mostrar que irá remover não só informações claramente falsas, como também publicações que se valem de informações verdadeiras mas distorcidas. "Notícias que desvirtuam fora das redes devem ser combatidas", afirmou o ministro.
Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro disse que "prefere acreditar que a guinada jurisprudencial levada a efeito pelo TSE na manhã de hoje tenha sido concebida com o propósito específico de estimular o fair play eleitoral por parte de todos os candidatos. A partir de agora, por força do princípio da colegialidade e em nome da coerência jurídica, expressões até mais graves, a exemplo da imputação de crime, não merecem ser toleradas”.

 

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Um pedido do ex-presidente Lula para obrigar o presidente Jair Bolsonaro a deletar do Twitter postagens em que o petista e seu partido são associados a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foi negado, neste sábado (20).

A decisão é da ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Maria Claudia Bucchianeri. A medida segue o mesmo entendimento do Ministério Público Eleitoral.

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O pedido tinha como base uma postagem em que Bolsonaro usa um vídeo de uma reportagem de TV que traz o áudio de uma interceptação telefônica da Polícia Federal na Operação Cravada. Nela, um líder da facção diz que o PT tinha com eles um “diálogo cabuloso”.

Ao justificar a decisão, Bucchianeri ressalta que o conteúdo do áudio apresentado na reportagem não foi analisado: “Sem exercer qualquer juízo de valor sobre o conteúdo da conversa interceptada, se verdadeira ou não, o fato é o de que a interceptação telefônica trazida na matéria jornalística compartilhada e comentada pelo representado é real, ocorreu no contexto de determinada operação coordenada pela Polícia Federal, de sorte que a gravação respectiva é autêntica, o que não implica, volto a dizer, qualquer análise de mérito sobre a procedência, ou não, daquilo o quanto dito pelas pessoas cujas conversas estavam sendo monitoradas”.

A ministra avalia que a interceptação traz fatos que não foram “gravemente descontextualizados, manipulados ou editados” portanto, não configuram propaganda antecipada negativa e desinformativa.

Maria Claudia Bucchianeri também negou o pedido do Partido dos Trabalhadores para que Bolsonaro fosse multado e proibido de fazer postagens com teor semelhante. A campanha do ex-presidente da República deve recorrer da decisão ao plenário da Corte Eleitoral.

Alvo da deferência de assaltantes que devolveram seu telefone celular e o dinheiro desviado de sua conta via Pix após ser roubada, Cynthia Giglioli Herbas Camacho se casou com o chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, em 2007, após sete anos de namoro. A cerimônia foi realizada dentro da Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo.

À época, de acordo com funcionários do presídio, onde funciona o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que não permite regalias nem visita íntima, Marcola e Cynthia não se tocaram. Apenas trocaram olhares pelo vidro à prova de bala instalado no parlatório, local onde os presos recebem as visitas e se comunicam por interfone, aparelho pelo qual os noivos disseram o sim.

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Antes de se casar com Cynthia, Marcola havia ficado viúvo em 2003, quando Ana Maria Olivatto Camacho foi executada na disputa pelo comando da facção.

De acordo com o que Cynthia relatou ao marido, em conversa de novembro do ano passado, revelada neste domingo, 14, pelo programa Fantástico, da TV Globo, ela foi assaltada dentro de seu carro. "O trânsito parou, tomei um susto tão grande. Demorei uns segundos para voltar ao normal", afirmou Cynthia no Parlatório da cadeia. "Aí devolveram porque viram meu nome. Mandaram entregar lá no salão." Marcola, então, riu da situação. Ela ainda afirmou que o caso aconteceu "na Marginal, via expressa", sem especificar se estava se referindo à do Tietê ou Pinheiros.

Em março deste ano, Marcola, que tem mais de 300 anos de pena para cumprir, foi transferido de Brasília para o presídio de Porto Velho, em Rondônia. Na semana passada, a mulher de Marcola foi alvo da Justiça. Batizada de operação Anjos da Guarda, a Polícia Federal frustrou um plano de resgate de Marcola e de outros lideres da facção criminosa. A operação mirou não só líderes do grupo, mas uma série de advogados que representam os criminosos.

Entre as 13 ordens de busca e apreensão cumpridas pela PF no Distrito Federal (Brasília), em Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Três Lagoas) e em São Paulo (São Paulo, Santos e Presidente Prudente), o juiz da 15ª Vara Federal de Brasília listou a mulher de Marcola. Ela é apontada pelos investigadores como a pessoa que repassa informações de forma codificada a respeito da situação das pessoas que estão envolvidas no plano de resgate.

Este não é o primeiro problema de Cynthia com a Justiça. Ela esteve detida em 2005, acusada de colaborar com o PCC, do qual recebia mesada de R$ 15 mil. Os problemas com a Justiça não pararam por aí. Um ano após se casar, Cynthia foi condenada a oito anos de prisão por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha pelo 6º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Em 2020, uma nova operação, feita por policiais da 6ª Delegacia de Investigações sobre Facções Criminosas e Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), teve Cynthia como um dos alvos; além dela também foram alvos seus pais, Marivaldo da Silva Sobrinho e Maria do Carmo Giglioli da Silva, e Camila Giglioli da Silva, Christiano Giglioli da Silva e Francisca Alves da Silva, cunhados do traficante.

A apuração que levou às buscas mirou a evolução patrimonial do grupo que, segundo as autoridades, era incompatível com a renda. O ponto de partida foi a compra de um imóvel de luxo em um condomínio em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Depois disso, os investigadores rastrearam transações imobiliárias milionárias entre os investigados e conseguiram a quebra dos sigilos fiscal e bancário. A suspeita é que as movimentações sejam simuladas e tenham sido subfaturadas como estratégia para ocultar pelo menos R$ 1,9 milhão.

"É certo que a facção criminosa PCC tem proporcionado às lideranças e familiares uma vida de luxo", disse o Grupo de Atuação Especial de Combate do Crime Organização (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo. "De modo geral, verificou-se um grande descompasso entre o acervo patrimonial (imóveis, veículos, etc.) e a movimentação financeira que justificasse as aquisições", completou o Ministério Público.

Até aquele ano, Cynthia, por exemplo, vivia em um condomínio em Alphaville, na Grande São Paulo. Entre 2017 e 2019, ela teria feito viagens para a Europa, Colômbia, Peru, Paraguai e Panamá. Como fonte de renda, tem um salão de beleza no bairro de Casa Verde, na zona norte da capital paulista, onde seu celular teria sido devolvido.

Ao menos 35 presos ligados à facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) renderam os guardas e fugiram da Penitenciária Regional de Misiones, no Paraguai, no fim da tarde deste domingo (7). O centro prisional fica a 330 quilômetros de Foz do Iguaçu, no Paraná, e a 480 de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, cidades da fronteira com o Brasil. A Polícia Nacional do Paraguai comunicou a fuga às secretarias de Segurança Pública dos dois Estados brasileiros.

Um grande efetivo foi mobilizado para um cerco aos fugitivos, mas até a manhã desta segunda-feira, 8, apenas 15 tinham sido recapturados, segundo o Ministério da Justiça. Um deles foi baleado, mas sobreviveu. O comandante das forças de busca, comissário Baldomero Benitez, pediu apoio aéreo após informar que uma parte dos fugitivos havia deixado a região de Misiones. Segundo ele, os foragidos já podem ter chegado às fronteiras do Brasil e da Argentina.

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Na manhã desta segunda-feira, o ministro da Justiça paraguaio, Édgar Olmedo, anunciou uma intervenção na penitenciária e o afastamento definitivo do diretor do centro de reclusão. Segundo ele, os presos foram recrutados como "soldados" pelo PCC. "Em sua maioria, são cidadãos paraguaios vinculados ao grupo criminoso brasileiro PCC, havendo entre eles alguns com função de hierarquia no braço paraguaio da facção", afirmou.

Conforme relatório divulgado pela administração prisional, no fim da tarde de domingo, os presos que estavam no pavilhão reservado a integrantes do PCC renderam os carcereiros, tomaram suas armas e os usaram como reféns para sair do pavilhão. Em seguida, eles pularam a muralha, usando cordas feitas com lençóis.

De acordo com o ministro, não está descartada a possível cumplicidade dos guardas com os fugitivos. O diretor do presídio estava suspenso do cargo depois que uma operação do ministério encontrou grande quantidade de armas e drogas em poder dos presos. Ainda segundo Olmedo, a fuga expõe toda a sociedade pois entre os fugitivos estão detentos de alta periculosidade, acusados de homicídios, assaltos e tráfico internacional de drogas.

Para Olmedo, o episódio reforça a influência que o PCC está conseguindo no sistema carcerário paraguaio. Segundo ele, a facção brasileira está ganhando "corpo e espaço" na sociedade paraguaia. Desde que a facção brasileira passou a agir no Paraguai, há cerca de dez anos, disputando as rotas de tráfico de drogas e armas com a facção carioca Comando Vermelho (CV) e grupos locais, o PCC passou a recrutar "soldados", sobretudo nos presídios.

Conforme dados oficiais, 1.060 integrantes do PCC estão espalhados por seis das dez penitenciárias paraguaias que, juntas, abrigam 16.200 presos. A penitenciária de Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu, tem o maior número de presos ligados à facção: 480. Já na penitenciária regional de Pedro Juan Caballero, vizinha à brasileira Ponta Porã, são 96 presos vinculados ao PCC.

Outra fuga

Em janeiro de 2020, ao menos 76 presos fugiram da penitenciária regional de Pedro Juan Caballero, por meio de um túnel cavado desde o interior das celas, até o lado externo, passando sob a muralha do presídio. A maioria dos fugitivos era ligada ao PCC, o que pôs em alerta as forças de segurança pública brasileiras. A investigação apontou que a fuga foi facilitada por carcereiros e funcionários do presídio.

Vitor Furtado, o Bala 40, foi surpreendido pela polícia do Rio vendendo armas para bandidos. Tinha um arsenal com 26 fuzis e outras armas avaliado em R$ 1,8 milhão. Em São Paulo, no Lageado, zona leste, os policiais do Departamento de Narcóticos (Denarc) encontraram fuzil, carabina, duas pistolas e dois revólveres com Diego Izidoro, de 35 anos, acusado de participar de um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Em Uberlândia (MG), a Polícia Federal apreendeu na casa de um outro integrante do PCC duas carabinas, um fuzil T4, duas pistolas, uma espingarda e um revólver. Ocorridos em três Estados diferentes, eles não são casos isolados e indicam uma nova forma de agir do crime organizado.

Todas essas armas foram compradas legalmente por laranjas ou por criminosos com ficha criminal que se registraram como colecionadores, atiradores ou caçadores, os chamados CACs. Policiais e especialistas no combate ao crime organizado afirmam que isso é consequência do decretos e portarias sobre armas que o governo de Jair Bolsonaro editou em 2019 e em 2020, ampliando o acesso a armas de fogo potentes, a munições e ao porte.

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O Estadão procurou o Palácio do Planalto, o Comando do Exército e Ministério da Justiça para questionar as supostas falhas de fiscalização dos CACs e sobre o controle das armas adquiridas, mas não obteve resposta. "Infelizmente, tudo isso facilitou o acesso dos bandidos às armas e munições. O crime organizado lava o dinheiro em atividades lícitas e usa esse dinheiro para comprar legalmente armas que serão usadas nas atividades ilícitas", afirmou o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima.

Nesse processo, o Exército revogou em abril de 2020 três portarias do Comando Logístico (Colog) que tratavam do transporte, do rastreamento, da identificação e da marcação de armas, munições e produtos bélicos.

Sem isso, não seria mais possível saber onde um lote de balas usadas em um crime foi comprado e por quem. Também não seria mais possível saber se o CAC está levando a arma ao clube de tiro ou se está circulando armado, o que é proibido. Ao todo, Bolsonaro alterou, incluiu ou revogou mais de 300 dispositivos relacionados ao tema.

VALORES

A nova situação permitiu aos bandidos a opção de comprar armas a um preço até 65% menor do que eram obrigados a pagar quando tudo vinha pelo contrabando da Bolívia ou do Paraguai. É o que diz o promotor Lincoln Gakiya, um dos maiores especialistas do País no combate ao crime organizado. "É muito fácil pegar um laranja e tirar o certificado de CAC." O documento é concedido pelo Exército. Se for para ser atirador, o criminosos poderá comprar 30 armas com esse registro, sendo 15 fuzis de uso restrito e 6 mil munições por ano. Já se o bandido obtiver o registro de colecionador, ele não terá limite de compra de armas, desde que adquira apenas cinco de cada modelo, como os fuzis AR-15 e Rugger (R$ 8 mil).

"Eles (integrantes do PCC) pagavam de R$ 35 mil até R$ 59 mil num fuzil no mercado paralelo e agora pagam de R$ 12 mil a R$ 15 mil um (fuzil calibre) 556 com nota fiscal", disse o promotor. Segundo ele, foram detectadas em várias investigações do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) ordens da facção para que membros do grupo obtivessem o registro de CAC. Gakiya não é contrário aos CACs - ele mesmo é CAC há 30 anos, desde que entrou no Ministério Público.

O esquema do crime organizado se vale de falhas na averiguação de antecedentes criminais e na ausência de investigação social sobre os pretendentes a manter um arsenal em casa. O Exército não verificaria se o endereço do futuro CAC é frio, se o documento é quente ou se ele têm ligação com criminosos.

Esse tipo de ação foi detectada pela primeira vez pela polícia paulista em 2021, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Um atirador esportivo falsificou documentos e comprou 40 fuzis para revender a traficantes - dez das armas foram apreendidas.

Na semana passada, o homem preso pela PF em Minas com fuzis já tinha sido processado 16 vezes por tráfico de drogas e homicídio. Já o acusado detido em São Paulo tinha arsenal avaliado em R$ 50 mil, mas renda de R$ 2 mil. Ele era ligado a Anísio Amaral da Silva, o Biu, suspeito de participar do grupo do traficante de drogas Anselmo Santa Fausta. Fausta comprou uma empresa de ônibus em São Paulo, a UPBus, que mantinha contrato de R$ 600 milhões com a Prefeitura, para lavar dinheiro do tráfico. Acabou assassinado em 2021, na zona leste.

ECONOMIA

"Em termos de negócio, comprar dez fuzis no CAC gera uma economia significativa para eles (os bandidos)", disse Gakya. Ele contou outra vantagem obtida pela facção com as regras atuais. "Imagine o custo, o peso e o trabalho para trazer de helicóptero do Paraguai ou da Bolívia 6 mil munições de calibre 556 (usadas em fuzis), se com apenas um CAC você pode fazer isso no Brasil. Compensa e bastante."

Para se ter uma ideia do tamanho problema, basta ver os números. Segundo o Instituto Sou da Paz, o total de pessoas com licença de CAC aumentou 262% entre julho de 2019 e março de 2022. Eles passaram de 167.390 para 605.313 pessoas. Ao todo, foram 437.923 registros a mais, uma média de 449 novos CACs por dia. "Isso vai se voltar contra a sociedade, e as primeiras vítimas serão os policiais", afirmou o coronel José Vicente da Silva Filho, da PM de São Paulo.

Um membro da cúpula da Polícia Civil paulista lembrou que fuzis sempre entraram ilegalmente no País, mas os bandidos tinham dificuldade em comprar grandes quantidades de munição. Com as normas atuais, isso acabou.

O coronel José Vicente lembra que as armas longas, como os fuzis, têm uma função de defesa territorial e não pessoal. É o que ocorre nos morros e comunidades do Rio. "Com a liberação dessas armas, corre-se o risco de o modelo do crime do Rio se espalhar pelo Brasil." É com armas desse tipo que o PCC invade cidades, espalha o terror no interior do País e impõe o monopólio do tráfico.

DINHEIRO

"As pessoas esqueceram que o crime organizado tem dinheiro para comprar armas e munições", afirmou o delegado Lima. Só o PCC movimenta quase R$ 2 bilhões por ano só com o tráfico de drogas para a Europa. Para ele, faltou criar uma fiscalização rigorosa e controles rígidos das armas.

Desde setembro de 2021, o ministro Nunes Marques, do STF, mantém paralisado o julgamento sobre a legalidade dos decretos das armas de Bolsonaro, por meio de um pedido de vistas. "Estamos criando uma tragédia, uma situação dramática para o policiamento no futuro", disse o coronel José Vicente.

O Exército cancelou o certificado que deu a um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e que o liberou para comprar armas de uso restrito, incluindo um fuzil. O membro do grupo criminoso foi investigado pela Polícia Federal por conseguir o registro de Caçador, Atirador Esportivo e Colecionador (CAC) por meio da apresentação de documentos falsos à força militar.

Além de cancelar o registro, o Exército informou que abriu um inquérito militar para investigar as circunstâncias da autorização. De acordo com a instituição, o investigado não tem mais o registro de atirador nem o direito de comprar novo armamento. A PF deflagrou uma operação de busca e apreensão contra o suspeito em Uberaba (MG), no último dia 14.

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De acordo com a polícia, o alvo da operação obteve o Certificado de Registro (CR) no Exército, o que o autorizou a comprar sete armas de fogo destinadas a caçadores, atiradores e colecionadores, incluindo um fuzil, com documentos falsos. A legislação no Brasil impede que pessoas com antecedentes criminais consigam o certificado de CAC.

De acordo com o registro da ocorrência divulgado pela PF, o investigado responde a 16 processos criminais. A ficha criminal inclui cinco indiciamentos pela Polícia Civil, um por fraude processual, um por homicídio qualificado, um por roubo, um por tráfico ilegal de drogas e um por porte ilegal de arma de fogo. Ele é investigado pelo crime de falsidade ideológica e uso de documento falso.

De acordo com os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados em junho, o número de Caçadores, Atiradores Esportivos e Colecionadores de armas de fogo no Brasil, registrados no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), é dez vezes maior em 2022 do que a cinco anos atrás. Mais de 670 mil pessoas possuem CR ativo atualmente no Sigma, o que representa um aumento de 967% em comparação com os 63.137 registros contabilizados em 2017.

Em nota, o Exército afirmou que o atirador suspeito apresentou uma certidão criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais e uma declaração de idoneidade para obter o registro, "não havendo informações impeditivas para o prosseguimento do trâmite processual naquela oportunidade". Ainda de acordo com a força militar, as informações são de responsabilidade do interessado.

"Em consonância ao normativo legal que regula o assunto, o CR (Certificado de Registro) foi imediatamente suspenso após o recebimento das informações sobre o caso e, posteriormente, definitivamente cancelado", diz a nota. " Finalmente, cabe destacar que o Exército Brasileiro já instaurou os procedimentos previstos em legislação para a apuração de responsabilidades, sem prejuízo das demais medidas a serem adotadas pelos órgãos de segurança pública, com os quais o Exército mantém permanente contato e estreita cooperação."

Após o ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinar a remoção de uma série de postagens que relacionavam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC), o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma publicação no Twitter ocultando o nome do petista, em tom irônico, e o acusando de envolvimento com o crime organizado.

"Lider da facção criminosa [irraaa] reclama de Jair Bolsonaro e revela que com o Partido dos [irruuu] o diálogo com o crime organizado era cabuloso", publicou o presidente nesta terça-feira (19).

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A ironia de Bolsonaro é uma reação à determinação, por Moraes, que fossem excluídos conteúdos compartilhados pelos deputados Otoni de Paula e Hélio Lopes, pela deputada Carla Zambelli e pelo senador Flávio Bolsonaro. A decisão de Moraes determinou que os parlamentares e outros perfis que divulgaram o conteúdo "sabidamente inverídico" excluíssem as postagens, sob pena de multa de R$ 15 mil, e ainda deveriam se abster de fazer novas publicações sobre o mesmo assunto, sob pena de sanção de mesmo valor.

Alexandre fundamentou sua decisão alegando que "o sensacionalismo e a insensata disseminação de conteúdo inverídico com tamanha magnitude" podem comprometer a lisura do processo eleitoral, "ferindo valores, princípios e garantias constitucionalmente asseguradas, notadamente a liberdade do voto e o exercício da cidadania".

Ironizando o fato de não poder mencionar diretamente o PT e o PCC, Bolsonaro completou: "É o grupo praticante de atividades ilícitas coordenadas denominado pela décima sexta e terceira letra do alfabeto com saudades do grupo do animal invertebrado cefalópode pertencente ao filo dos moluscos", fazendo referência ao número 13 e ao animal lula.

A decisão de Moraes foi criticada por aliados do presidente, que repetiram argumentos de que o ministro estaria agindo contra a liberdade de expressão. "É nessas horas que tenho só um desejo: vir candidata ao Senado para colocar esses ministros no lugar onde eles merecem estar", afirmou Zambelli, sem dar mais detalhes.

A Comissão de Segurança Pública da Câmara aprovou, na terça-feira (5), um convite para que Marcos Valério, personagem central do caso do mensalão, seja ouvido a respeito de acusações feitas ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em delação à Polícia Federal. A iniciativa de chamar Valério partiu do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro.

Condenado a 37 anos de prisão, sob a acusação de ter operado o esquema do mensalão no primeiro mandato de Lula, Valério afirmou, em depoimento à PF, que administrou um caixa secreto de R$ 100 milhões para o PT. Ele repetiu, ainda, que a legenda tinha vínculos com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As informações foram divulgadas pela revista Veja.

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A intenção da Comissão de Segurança é ouvir Valério na semana que vem, em audiência pública. A data ainda não foi agendada, mas aliados de Bolsonaro querem que Valério compareça à Câmara no próximo dia 14.

Parlamentares do Centrão usaram a tribuna, nesta quarta, 6, para cobrar explicações sobre as denúncias feitas por Valério e aumentar o desgaste do PT. O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) pediu proteção da Polícia Federal a Valério, até que seja ouvido na Câmara. "Eu fico aqui pensando se ele estará vivo para ouvir os nossos questionamentos", afirmou Tadeu.

Outros insistiram na denúncia feita por Valério em depoimento à Operação Lava Jato, em 2016. À época, ele disse ter feito pagamentos clandestinos para que Lula não fosse implicado no sequestro e assassinato do então prefeito de Santo André, Celso Daniel. O crime ocorreu há 20 anos.

O advogado Marcelo Leonardo, que representa Valério, disse que o seu cliente cumpre pena em liberdade e está impedido de falar sobre a delação por causa do acordo com a Justiça. Ele não confirmou se o pivô do mensalão irá comparecer à convocação feita pela comissão da Câmara.

'Calúnias'

Em nota divulgada ontem à noite, a cúpula do PT disse que "o bolsonarismo mobilizou seus agentes" com o objetivo de aprovar um convite para que Marcos Valério deponha na Comissão de Segurança da Câmara. "Querem armar o cenário para que lá sejam repetidas as mentiras, armações e calúnias já derrubadas nas mais diversas instâncias judiciais e investigativas", destaca um trecho da nota.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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