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A pressão do cenário externo e as incertezas com a eleição levaram os analistas a rever suas expectativas em relação à Selic, a taxa básica de juros da economia. Uma pesquisa do Projeções Broadcast com profissionais do mercado financeiro mostra que cinco deles, de um total de 49, preveem que a taxa vai chegar ao fim do ano acima dos atuais 6,50%. No levantamento anterior, feito em maio, após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nenhuma instituição previa alta dos juros neste ano.

Mesmo entre os economistas que acreditam em manutenção da Selic em 2018, alguns admitem que o cenário ficou mais arriscado com o novo nível do câmbio - que na quinta-feira, 14, fechou em R$ 3,80, apesar das intervenções do Banco Central - e a forte volatilidade dos mercados, que passa também pelo aumento dos riscos fiscal e eleitoral no Brasil.

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Nos contratos de juros futuros, desde a semana passada, a aposta é de que o ciclo de aperto monetário começa já na próxima reunião do Copom, nos dias 19 e 20 deste mês. Na quinta à tarde, 60% dos contratos embutiam a possibilidade de o BC elevar a Selic para 7% ao ano na semana que vem e outros 40% apostavam em 6,75% ao ano.

Entre os analistas, no entanto, embora haja divergências sobre como estará a taxa de juros em dezembro, existe um consenso de que ela será mantida na próxima reunião. "Esperamos que o Copom mantenha a Selic em 6,50% na reunião da próxima semana e indique que, talvez, enxergue algum risco de convergência da inflação para a meta em 2019", diz o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, que ainda espera que o juro termine o ano no mesmo patamar.

Sobre a diferença de cenários do mercado futuro de juros e dos analistas, o economista Luiz Castelli, da GO Associados diz que a falha da comunicação do BC pode ter contribuído com esse comportamento do mercado. Segundo ele, na reunião do Copom do mês passado, a taxa ficou inalterada, quando, para a maioria do mercado, a instituição havia sinalizado queda para 6,25%. "Isso gera mais ruído e amplia o leque de opções."

Para a economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara, nem mesmo a indicação de quarta-feira, 13, de que o banco central americano (Fed) vai elevar os juros quatro vezes este ano muda a percepção de que a Selic será mantida - apesar de a sinalização aumentar a pressão sobre o câmbio. Segundo ela, a sinalização do Fed não foi "nenhuma surpresa" dado o desempenho da economia norte-americana.

"Mas é inegável que aumentaram os riscos de aperto do juros este ano por causa do novo nível do dólar e da incerteza sobre as perspectivas fiscais. Tudo isso tem impacto direto da inflação", admite o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Alguns analistas enfatizam que a comunicação dada até o momento pelo Banco Central é de que a política monetária não será atrelada ao câmbio.

Levantamento

Na pesquisa do Projeções Broadcast, entre as cinco instituições que preveem antecipação do processo de aperto monetário para este ano, apenas uma acredita que isso ocorrerá antes das eleições. As previsões vão de 6,50% a 8,50%. No levantamento anterior, feito após o Copom de maio, 33 previam elevação em algum momento de 2019 e duas instituições acreditavam que o juro permaneceria no nível atual de 6,50% até o fim do ano que vem.

Ao jornal O Estado de S. Paulo e ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), no último dia 11, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que a decisão será tomada "no dia da reunião, olhando todas as condições". Ele disse que vai seguir monitorando a inflação, as expectativas para os índices de preços e o balanço de riscos para decidir sobre a Selic. O último comunicado da decisão diz que "para as próximas reuniões, o Comitê vê como adequada a manutenção da taxa de juros no patamar corrente". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após especulações de que a disputa presidencial de outubro será definida entre os pré-candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT), de acordo com analistas, a informação provocou a queda de mais de 6% da Bolsa e alta de mais de 2% do dólar nesta quinta-feira (7), já que nenhum dos dois agradaria o mercado. O dólar teria chegado perto de R$ 3,95. A previsão do mercado financeiro é que basta um tempo para que o dólar passar dos R$ 4.

Não apenas a incerteza sobre o cenário eleitoral no Brasil, bem como a expectativa de alta de juros nos Estados Unidos pode estimular a saída de grandes investidores estrangeiros do mercado brasileiro. Outro fator teria deixado investidores mais inseguros: os impactos da greve dos caminhoneiros, nas últimas semanas. 

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Toda essa insatisfação pode forçar o Banco Central a dar elevar a taxa Selic, o que deve ser definido nos próximos dia 19 e 20 de junho, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).  

A previsão, segundo os analistas, não é nada otimista. Com a economia mais fraca e a possibilidade de alta dos juros para conter o avanço do dólar, a Bolsa deverá continuar sofrendo nas próximas semanas. 

Uma nova pesquisa presidencial divulgada nessa terça-feira (5), pelo DataPoder360, aponta que Bolsonaro lidera a disputa com percentuais de votos que variam entre 21% e 25%, em três cenários testados. Nenhum deles tem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E, em todos, o cearense Ciro Gomes (PDT) é o concorrente mais direto, em segundo lugar, com 11% e 12%.    

 

 

Analistas financeiros do setor de telecomunicações voltaram a fazer contas sobre os prós e contras de uma potencial fusão entre a Oi e a TIM, ou até mesmo a compra de uma empresa pela outra.

O assunto entrou no radar com a aprovação do plano de recuperação judicial da Oi e a sinalização do governo federal de que promoverá mudanças no marco regulatório do setor, flexibilizando as obrigações das prestadores de telefonia fixa.

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"As chances de fusão ou aquisição envolvendo TIM e Oi nos próximos 12 meses aumentaram para 50%", afirmaram os analistas do Bradesco BBI Fred Mendes e Tales Freire, em um extenso relatório destinado a investidores.

O negócio anima investidores, que enxergam chances de criar uma corporação maior, com menor competição no mercado e ganho de sinergias por meio da redução de custos e maior eficiência nos investimentos.

A Oi tem a maior cobertura de telefonia fixa do País, o que serve de catalisador para ofertar aos clientes outros serviços fixos, como banda larga e TV paga. Já a TIM tem foco na telefonia móvel e busca aumentar seu portfólio.

As negociações entre as duas operadoras ganharam corpo anos atrás, mas acabaram interrompidas. Os analistas do Bradesco BBI relembraram que as negociações não foram adiante devido a uma série de obstáculos, como o endividamento alto da Oi, o desconhecimento sobre o total de dívidas da empresa, bem como a falta de clareza sobre a quantidade de investimentos necessários para a companhia ampliar sua rede e alcançar as concorrentes.

Agora, entretanto, o plano de recuperação judicial da Oi homologado na Justiça em janeiro removeu parte desses obstáculos, aumentando as chances de que uma fusão volte a ser discutida, avaliaram Mendes e Freire.

Quem ganha

O time do Bradesco BBI calcula que a união de Oi e TIM seria positiva para as empresas, podendo gerar sinergias de aproximadamente R$ 25 bilhões. Desse montante, aproximadamente R$ 20 bilhões seriam economizados pelas teles com corte de custos operacionais, enquanto cerca de R$ 5 bilhões viriam de menos impostos e despesas financeiras.

Eles estimaram ainda que numa conversão de ações, a TIM acabaria com uma fatia de 76% da nova empresa. Dessa forma, a Telecom Italia, controladora da TIM, ficaria com uma participação de 51% na nova corporação.

Em um outro relatório, publicado nesta semana, os analistas Andre Baggio e Marcelo Santos, do banco JPMorgan, indicam que a junção das empresas faz sentido.

Eles observaram que a Oi perdeu participação no mercado ao ficar de fora do leilão da faixa de 700 mhz, em 2014, que permitiu às concorrentes Vivo, TIM e Claro - que arremataram lotes na ocasião - melhorar a qualidade dos sinais de telefonia e internet móvel e racionalizar os investimentos em antenas.

Os analistas do JPMorgan avaliaram ainda que a Oi não tem chance significativa de reestruturar seu negócio de celulares, a menos que faça um investimento muito grande.

"Isso nos parece improvável, dadas as restrições de capital e as necessidades de aportes também em outras áreas, como a banda larga", ponderaram. "A fusão de TIM e Oi em algum momento seria o cenário mais lógico em nossa opinião, tendo em vista as potenciais sinergias", estimam.

Competição

A fusão das teles também implicaria em uma concentração do mercado e diminuição da competitividade que não seria boa para os consumidores, mas favorável ao aumento da rentabilidade das empresas.

Os analistas do JPMorgan avaliam que isso não seria um problema, pois o Brasil já tem o mercado mais pulverizado da América Latina, com o faturamento de telefonia móvel espalhado por cinco operadoras: Vivo (41%), TIM (24%), Claro (18%), Oi (12,9%) e Nextel (4,1%). Quase todos os demais países da região têm apenas três grandes operadoras disputando o mercado.

Na visão dos analistas, a união da Oi com a Claro (dona da Embratel) ou a Vivo (do grupo Telefônica) tenderia a ser recusada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), já que essas operadoras já têm uma atuação grande no segmento de telefonia fixa. Já a possível fusão com TIM poderia demandar apenas a venda de operações móveis em algumas regiões para evitar um excesso de concentração.

"A consolidação seria negativa para a Vivo e a Claro. Ambas as empresas estão aproveitando o enfraquecimento da Oi no segmento fixo e móvel, e uma nova empresa forte os impedirá de continuar a ganhar participação no mercado", apontaram Mendes e Freire, do Bradesco BBI.

O que dizem as empresas

Procuradas, Oi e TIM não comentaram o assunto. Já em uma entrevista coletiva à imprensa em dezembro, o diretor presidente da TIM, Stefano de Angelis, mencionou que não iria considerar potenciais investimentos na compra ou na fusão com a Oi antes de 2019, dado o cenário de incerteza sobre os rumos da concorrente. Naquela ocasião, entretanto, a Oi ainda não havia aprovado seu plano de recuperação junto a credores, o que ocorreu no fim do mês.

Já o diretor presidente da Oi, Eurico Teles, afirmou, após a assembleia que aprovou o plano de recuperação, que "a companhia está pronta para qualquer um que queira comprá-la".

O crescimento do varejo em 2017 confirma que o processo de recuperação da atividade está em curso, mas a retomada ainda precisa ganhar mais ritmo para recuperar a perda acumulada de 10,2% entre 2015 e 2016, avaliam os economistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Em dezembro ante novembro, alguns analistas se decepcionaram com a queda da atividade, embora tenham pontuado o efeito negativo da antecipação das vendas na Black Friday e reforçado que o dado na comparação com dezembro de 2016 mostre clara melhora.

A avaliação é de que o consumo deve mostrar menor ímpeto no Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre, mas seguir em trajetória de crescimento em 2018, impulsionado, principalmente, pelo efeito da queda do juro e do desemprego. Em relação ao PIB, o desempenho do varejo no quarto trimestre manteve as projeções inalteradas em alta de até 0,5%. Neste ano, o varejo deve contribuir para alta maior do PIB, entre 2% a 3,9%, depois da expansão de cerca de 1% estimada para 2017.

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O varejo restrito caiu 1,5% em dezembro ante novembro e subiu 3,3% na comparação com o mesmo período de 2016. No acumulado do ano, a expansão foi de 2%. Os resultados ficaram abaixo das medianas da pesquisa do Projeções Broadcast, de -0,50%, 4,50% e 2,20%, respectivamente, mas dentro do intervalo. O varejo ampliado, na contramão, veio melhor que a mediana, mas também dentro do intervalo na margem, na comparação interanual e no ano. Em dezembro ante novembro, houve queda de 0,80% ante consenso de recuo de 1,05%, frente a dezembro de 2016 a alta foi de 6,4% enquanto a mediana era de 5,70%. No ano, a diferença foi menor. O resultado foi de elevação de 4% e a mediana era de 3,90%.

Apesar do comércio ter contado com fatores pontuais ao longo do ano passado, como a liberação das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), os analistas entendem que o ambiente econômico mais favorável contribuiu para reação da atividade ao longo do ano.

Em relação ao dado de dezembro na margem e do quarto trimestre, contudo, alguns analistas avaliam que a redução dos estímulos podem ter diminuído o ímpeto do consumo, embora os dados estejam contaminados pelas vendas na Black Friday que têm mudado a sazonalidade da série da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de outubro a dezembro, explicam os economistas.

"O montante do FGTS foi maior que o PIS/Pasep. Nesse sentido, houve menos estímulo ao consumo no quarto trimestre e a massa salarial parou de crescer tanto como o efeito da desaceleração da inflação. Mas a sensação ainda é de um número bom no período", avalia o economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Melo. A antecipação dos saques do PIS/Pasep começaram em outubro e foram pagos R$ 2,2 bilhões em 2017. Já os recursos do FGTS foram liberados entre março e julho e injetaram R$ 44 bilhões na economia.

Segundo o economista Luiz Castelli, da GO Associados, como as vendas do varejo e o consumo perderam um pouco de ímpeto no último trimestre e dado que os gastos das famílias têm peso importante na composição do Produto Interno Bruto (PIB), não houve mudança nas projeções para o PIB, mas a indústria e os investimentos ganharam força no período. A GO Associados mantém as expectativas de crescimento de 1,1% para o PIB de 2017 e aguarda alta de 3,2% para o PIB de 2018.

O varejo ampliado, que tem maior ligação com o PIB, cresceu 0,5% no quarto trimestre ante o terceiro trimestre. No primeiro trimestre de 2017, as vendas cresceram 3,5%; no segundo trimestre, 1,9%; no terceiro trimestre, 2,3%.

O economista Yan Cattani, da Pezco, analisa que o dado desfavorável de dezembro pode ser pontual, porque foi muito influenciado pelo setor de supermercados (-3%). "É importante analisar a mudança de tendência. Quase todos os setores subiram um ponto porcentual em média e continuam mostrando aumento gradual do consumo das famílias, com as condições de crédito mais estáveis", diz.

Para os meses à frente, o efeito da queda do juro e do desemprego, principalmente, devem continuar a estimular o consumo em 2018. "O resultado de dezembro foi um pouco mais fraco do que esperávamos. No entanto, entendemos que a recuperação em curso dos mercados de trabalho e de crédito deve favorecer uma retomada das vendas neste ano", afirma o Banco Safra em relatório. O banco estima crescimento do PIB de 0,1% no quarto trimestre, 1% em 2017 e 3% em 2018.

Por enquanto, a GO Associados estima crescimento de 4,0% para as vendas do varejo restrito e alta de 6,0% para o ampliado em 2018.

O contrato futuro de ouro fechou em queda nesta segunda-feira, 14, pressionado por alívio de tensões geopolíticas e por um dólar mais forte. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para dezembro fechou em baixa de 0,28%, a US$ 1.290,40 por onça-troy.

No domingo, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, afirmou que o foco do país permanece em encontrar uma solução diplomática para resolver a crise geopolítica com a Coreia do Norte. Além disso, funcionários da Casa Branca comentaram que uma guerra entre Washington e Pyongyang não é iminente.

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Os comentários pesaram sobre o ouro, que avançou mais de 6% na semana passada devido à retórica cada vez mais beligerante entre os dois países. Alguns investidores optam por comprar o metal precioso em tempos de tensões geopolíticas, já que esperam que o metal mantenha seu valor em comparação com outros ativos em períodos considerados mais "difíceis".

Segundo alguns analistas, o ouro poderia facilmente voltar a subir, caso as tensões geopolíticas voltem a ganhar força. "Esse assunto continuará a estar perto dos mercados pelo menos no curto prazo", disse Jim Wycjoff, da Kitco Metals. Fonte: Dow Jones Newswires

A falta de representatividade é a chave para entender o descontentamento com a política e a democracia brasileira apontada na pesquisa do instituto Ipsos. Essa é a visão de cientistas políticos que tiveram acesso ao levantamento em que 94% dos entrevistados dizem não acreditar que os políticos que estão no poder representam a sociedade brasileira. Em consequência disso, 86% também afirmam que a democracia no País não é respeitada.

Para o cientista político José Álvaro Moisés, da Universidade de São Paulo (USP), a pesquisa mostra uma crítica radical ao modo como a política está funcionando no Brasil. "A população não se sente representada por quem elegeu e por quem está no poder. Os números sugerem o aparecimento de uma consciência crítica, uma característica sofisticada, na qual temos a democracia como ideal, mas nos sentimos livres para criticá-la de forma madura", disse Moisés.

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O cientista político afirma que "as pessoas querem restaurar o princípio da representação política e querem eleger representantes que de fato estejam conectados às causas comuns". Ele diz também que o desejo da população é por mecanismos de aproximação com os representantes. "Os políticos estão legislando distantes da população. A impressão que eles acabam passando é de que defendem apenas os próprios interesses. Esse comportamento é entendido como um problema da nossa democracia."

Já para o também cientista político Humberto Dantas, professor da USP e da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), a sensação de que no Brasil a democracia não é respeitada passa pela questão da falta de representatividade e aos desvios éticos. "Quando a população detecta uma falta de zelo com a coisa pública, ela, automaticamente, observa esses desvios como um desrespeito aos princípios democráticos", diz.

Dantas afirma que "a sociedade está conseguindo identificar as estruturas, dentro do Legislativo e do próprio Judiciário, que visam apenas a beneficiar seus próprios membros, e que estariam agindo apenas para manter privilégios e um certo espírito corporativo". Ou seja, a população acredita que a classe política representa apenas ela própria, e não a sociedade como um todo.

O cientista político destaca que o próprio conceito de democracia ainda não é algo claro para parcela dos brasileiros. "Acho muito relevante a gente tentar entender o que as pessoas acham que é democracia. Pela minha experiência, elas têm uma dificuldade para traduzir uma definição básica de democracia", diz.

Segundo Dantas, parte dos eleitores associa democracia à "liberdade absoluta". "Esse entendimento também é um problema. Quando falamos em aperfeiçoar nossa democracia, estamos querendo criar mecanismos de controle e fiscalização do poder público, um modelo em que todos são responsáveis. O que é diferente de liberdade absoluta."

Caminho errado

Para Dantas, aparentemente, propostas como distritão e fundo eleitoral, aprovado na semana passada pela comissão especial da reforma política ao custo de R$ 3,6 bilhões, estão na contramão do desejo popular captado pela pesquisa Ipsos.

Dantas diz que as mudanças representam uma preocupação maior "em garantir recursos para a eleição de 2018" do que com alterações mais substanciais na representatividade. "A primeira preocupação dos legisladores foi com a sobrevivência do próprio sistema e beneficiar os partidos grandes já estabilizados." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O mercado financeiro adotou um discurso de otimismo para a economia, mas com cautela por causa das incertezas políticas. Mesmo com as dificuldades em aprovar as reformas no Congresso depois da delação dos irmãos Batista, da JBS, os dirigentes dos maiores bancos de investimento dizem que os negócios devem avançar no Brasil.

"No ano passado, os investidores institucionais (bancos, fundos de pensão e gestoras de investimento) diminuíram o apetite por negócios. O cenário era de maior incerteza e a taxa de juros mais alta", diz Marcelo Noronha, vice-presidente do Bradesco. Entre as opções de aplicação de recursos, estão aportes em crédito corporativo (empréstimo a empresas), que têm maior risco, mas uma taxa de retorno mais atrativa.

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O mercado de ações também se tornou alvo de investidores internacionais e locais. "Vimos o investidor de volta ao mercado de capitais. As transações de abertura de capital (IPO) e emissões de ações (follow on) retomaram com força nos últimos meses, após três anos seguidos de movimento fraco. Essas transações se mantiveram firmes mesmo após a crise de maio (com as delações dos irmãos Batista)", diz Fábio Mourão, responsável pela área de banco de investimento do Credit Suisse. O exemplo bem-sucedido desse tipo de operação foi a abertura de capital do Carrefour, que movimentou quase R$ 5 bilhões.

Em média, as emissões de debêntures (títulos de dívida) movimentam cerca de R$ 100 bilhões por ano no Brasil. No ano passado, recuou a R$ 70 bilhões. Até julho deste ano, atingiu R$ 55 bilhões. O mercado de renda variável, que encerrou 2016 em R$ 11 bilhões, mais que dobrou este ano até julho, totalizando R$ 23 bilhões.

Essa reação positiva demonstra um voto de confiança do mercado na continuidade da agenda de reformas colocada em curso pelo governo. Para Eduardo Vassimon, presidente do Itaú BBA e também responsável pelas operações de atacado do Itaú Unibanco, o mercado financeiro, de maneira geral, acredita que não haverá uma mudança radical das diretrizes econômicas em 2018, com a troca de governo. "Ainda temos incertezas sobre ambiente fiscal, que é a principal questão hoje. Fatos recentes mostram que não há clima (político) para se elevar impostos, por exemplo."

Para Ricardo Lacerda, sócio do banco de investimento BR Partners, apesar da retomada dos investimentos no Brasil, em um cenário estável, de inflação controlada e juros baixos, ainda há uma deterioração do cenário político.

"Não está claro se o governo Temer terá condições para conseguir dar prosseguimento às reformas, que são consideradas extremamente impopulares, a um ano das novas eleições." As reformas, sobretudo a da Previdência, são prioritárias para os executivos de bancos, independentemente de quem assumir a presidência em 2018.

"Embora não haja ainda clareza sobre os futuros candidatos, não vejo os investidores assustados em relação às eleições", diz Bruno Amaral, executivo responsável por fusões e aquisições do BTG Pactual. Para Hans Lin, gestor de investimento do Bank of America, o investidor aguarda uma recuperação econômica mais robusta para voltar de vez a colocar dinheiro no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A redução da meta de inflação do Brasil, hoje em 4,5%, gerou divergências entre economistas no Terceiro Seminário Anual de Política Monetária do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O economista-chefe e sócio do BTG Pactual Eduardo Loyo defendeu taxativamente a redução da meta. Ele destacou que a pesquisa Focus do Banco Central revela que as médias das distribuições das projeções dos analistas já estão abaixo dos 4,5% e em queda para anos mais distantes - embora as medianas ainda estejam alinhadas ao 4,5%. "Sou muito favorável à redução da meta", afirmou.

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Para o economista do BTG, isso não quer dizer "dar um salto para qualquer patamar", confiando na "credibilidade infinita do Banco Central". Isso porque não se pode desprezar a influência da inflação passada sobre a Curva de Phillips (que relaciona inflação com desemprego). "De qualquer forma, também nesse aspecto temos condições altamente propícias à redução da meta. Estamos dando a sorte de ter sofrido um choque favorável, que vai fazer inclusive com que a inflação caia abaixo da meta. Isso vai facilitar que a gente vá para um nível mais baixo", disse.

A discussão sobre a revisão da meta de inflação causou divergência entre os economistas presentes ao seminário. O ex-diretor do Banco Central e assessor da presidência da FGV, Sérgio Werlang, foi criticado por defender a manutenção do centro da meta em 4,5%, acima da média dos países emergentes que adotam o sistema de metas inflacionárias.

"Concordo que uma inflação de 4% seria melhor que uma de 4,5%, se o nosso País tivesse uma institucionalidade diferente da que tem. Infelizmente aqui não é possível fazer cortes de salários no setor público ou no setor privado. A única maneira de fazer isso ainda é com inflação mais alta", disse Werlang.

Ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Werlang disse que esse quadro de assimetrias que trazem problemas fiscais dificilmente deve mudar até 2019, ano para o qual se discute uma possível revisão da meta de inflação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

O também ex-diretor do BC Afonso Bevilaqua rebateu o argumento de Werlang, dizendo que ele vale para qualquer meta. "Você está implicitamente alegando que reajustes de salários correm na frente da inflação, mas se houver uma métrica que faça com que salários se acomodem ao longo do tempo na meta, eles vão ser menores", disse.

Para Bevilaqua, o fato de existir um desequilíbrio não impede a inflação de ser mais baixa. "Os problemas do Brasil são semelhantes a problemas que você vê em outros países que convivem com inflação de 3%. Não entendo por que no caso do Brasil sejam tão diferentes a ponto de justificar uma inflação mais alta", afirmou.

Grandes produtores de petróleo não deverão conseguir chegar a um acordo para congelar a produção durante conversas informais que terão no fim do mês, às margens de uma conferência sobre energia na Argélia, prevê Abhishek Deshpande, analista do setor no banco francês Natixis.

Segundo Deshpande, um acordo é improvável, uma vez que os sauditas insistem que o Irã participe de um eventual pacto. Caso não haja acordo, Deshpande calcula que os preços do petróleo vão continuar abaixo de US$ 50 por barril no restante do ano e passarão a subir no fim de 2017.

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Já na avaliação do Morgan Stanley, um acerto para limitar a produção geral seria impossível, uma vez que vários países planejam ampliar sua produção individual. Além disso, um acordo elevaria os preços do petróleo apenas temporariamente, antes de as cotações voltarem a cair no médio prazo, acrescentou o banco. Com informações da Dow Jones Newswires.

A elevação de 1,2% para 1,6% na previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 será insuficiente para garantir a arrecadação que o governo precisa para o cumprimento da meta fiscal sem a necessidade de alta de tributos, como quer o presidente em exercício, Michel Temer.

Economistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apontam que, na estimativa mais otimista, o governo poderá conseguir um aumento de receita de R$ 8,4 bilhões por conta da influência do PIB maior na arrecadação de tributos.

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"Dificilmente o governo vai cumprir a meta fiscal sem algum aumento de carga tributária, mesmo com a economia crescendo 1,6% no ano que vem", avaliou Fábio Klein, especialista em contas públicas da Tendências Consultoria. De acordo com suas simulações, a arrecadação pode subir R$ 6,1 bilhões com a melhora de 0,4 ponto porcentual na projeção de crescimento da economia.

A nova estimativa de alta do PIB será incluída pela equipe econômica no projeto de lei orçamentária para 2017, que o governo tem de enviar até o fim do mês ao Congresso Nacional. O projeto está sendo elaborado para garantir o cumprimento da meta de déficit de R$ 139 bilhões nas contas do ano que vem. Mas o governo ainda precisa arrumar mais receitas para fechar a conta. Quando enviou a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), faltavam R$ 55 bilhões. Esse valor deve diminuir com aumento de cortes nas despesas.

O cenário básico da consultoria Tendências assume redução de R$ 12 bilhões nas despesas discricionárias. Já em relação à receita líquida, o cenário da consultoria pressupõe R$ 20 bilhões em receitas extraordinárias resultantes de concessões, privatizações e outras operações com ativos, além de R$ 18 bilhões de receitas tributárias, sendo R$ 13 bilhões oriundas de aumentos da Cide sobre gasolina e diesel e R$ 5 bilhões de reversão de desonerações tributárias.

Segundo o economista Bruno Lavieri, da 4E Consultoria, as receitas primárias do governo costumam reagir de forma mais acelerada quando há retomada do crescimento. Mesmo assim, não em medida suficiente para suprir os R$ 55,4 bilhões de que o governo precisa. Nos cálculos de Lavieri, a revisão da estimativa de crescimento do PIB de 1,2% para 1,6% deve adicionar R$ 8,4 bilhões aos cofres da União em 2017.

A conta considera que as receitas crescem 1,5 vez mais rápido que a atividade econômica. Mesmo numa projeção ainda mais otimista, em que o ritmo da arrecadação avançaria no dobro do ritmo do PIB, o incremento seria de R$ 11,2 bilhões.

"A projeção da Fazenda não é maluca. A perspectiva é de que o crescimento pode ser um pouco maior no ano que vem. Mas, em termos de impacto (na arrecadação), isso é muito pequeno. Não vai ser só crescimento da atividade que vai recuperar a situação fiscal", disse Lavieri. Para o economista, o governo está tentando fugir do debate sobre impostos, pelo menos até o fim das eleições municipais. "Sem aumento de impostos e corte de despesas a conta não fecha para o ano que vem." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O acordo sobre a renegociação da dívida dos Estados aprovado pelo Congresso, sem a proibição de aumentos para os servidores estaduais, sinaliza que a proposta de emenda constitucional (PEC) que zera o crescimento real dos gastos federais e uma eventual reforma da Previdência também serão suavizadas pelo Congresso, na avaliação da consultoria de risco político Eurasia.

Seus analistas afirmam, no entanto, que, mesmo que a proibição de reajustes tenha sido retirada, o projeto ainda impõe um teto para os gastos estaduais por dois anos. "Não esperávamos esse revés. Não obstante, é importante notar que o impacto fiscal (da retirada da proibição de reajustes) será limitado. No fim das contas, com a condição de manter o teto de gasto ainda válida, os governadores vão precisar compensar aumentos de salários com cortes em outros lugares", diz o texto.

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Os analistas lembram que os governos Estaduais vão sofrer bastante pressão dos servidores, o que tornará ainda mais difícil obedecer ao teto.

Para o sócio e diretor da MacroSector, Fabio Silveira, o resultado final dessa negociação dá um sinal de que o ajuste nas contas públicas está ficando mais distante. "O pior é a leitura que isso transmite ao mercado financeiro", diz.

Na opinião do analista, é preciso que seja apresentada uma proposta factível de reequilíbrio da economia no médio prazo. "Se isso não ficar claro para investidores internacionais e nacionais, corremos um sério risco de ter as notas de crédito rebaixadas e uma rejeição aos títulos públicos e privados brasileiros."

O analista econômico da RC Consultores, Everton Carneiro, também considera o projeto de renegociação da dívida com os Estados insuficiente para controlar o gasto público do governo. A situação, segundo ele, pode ameaçar a confiança dada pelo mercado ao governo Michel Temer.

"Se o mercado perceber que o reajuste fiscal vai ser insuficiente, a confiança tende a se esvaziar e ameaçar a única arma que o governo tem agora", afirma Carneiro.

Como o ministro da Fazenda havia dito que esse ponto era "inegociável", o gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi considerou essa uma derrota da equipe econômica. "Mais uma vez o governo Temer teve de ceder. Isso mostra que a equipe econômica ainda não tem poder suficiente para influenciar o PMDB."

Já o professor da UFRJ José Luis Oreiro considerou positiva a votação do projeto de renegociação da dívida dos Estados pela Câmara. "Eu não acho que isso tenha enfraquecido o governo. A votação refletiu os interesses das bancadas dos Estados. Não é uma derrota que vai desestabilizar o governo Temer, mas sinaliza que mais para frente será preciso equacionar a Lei de Responsabilidade Fiscal para os Estados, com algum tipo de controle sobre o ritmo de crescimento das despesas", comentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A recuperação da produção industrial, que ainda tentava se firmar, ganhou fôlego em junho, com alta de 1,1%, na margem. Com as revisões promovidas pelo IBGE, agora trata-se do quarto ganho mensal consecutivo. Na comparação anual ainda houve queda, de 6,0%, mas o ritmo foi o menor em 13 meses. Mesmo assim, analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, apontam que a retomada da indústria para os patamares anteriores à crise vai levar tempo e lembram que o setor perdeu muito espaço na economia brasileira nos últimos anos.

"O quadro vem melhorando aos poucos, mas ainda estamos muito longe de recuperar as perdas do passado recente", afirma o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa. Para ele, a produção industrial deve fechar com queda de 6,0% em 2016, após o tombo de 8,2% no ano passado. O sócio e diretor da MacroSector, Fabio Silveira, vê um ajuste ainda mais forte este ano, com retração de 7,5%. "Continuamos com o ajuste fortíssimo na indústria e não há perspectiva de melhora acentuada, mas de melhora suave e discreta nos próximos meses, porque as condições do mercado de trabalho, do consumo e do crédito estão fragilizadas. As exportações, que poderiam ajudar, também não vão crescer nos próximos meses", aponta.

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O Banco Fator afirma que o movimento da indústria nos últimos meses mostra que o fundo do poço já ficou para trás, o que é corroborado pela melhora nos indicadores de confiança das empresas. Mesmo assim, ainda vê queda de 6,2% este ano. "Apesar dos estoques elevados ainda inibirem a produção, a melhor gestão macroeconômica e o avanço de reformas devem continuar impulsionando a retomada da confiança e ajudar a indústria a se recuperar no segundo semestre", diz o Banco Votorantim em relatório enviado a clientes.

O economista da Tendências Consultoria Rafael Bacciotti também tem uma visão mais otimista. Ele aponta que a alta em junho ante maio foi bastante disseminada, com avanço em 18 dos 24 setores. O analista explica que, em bens de capital, o crescimento foi de 2,1% em junho, marcando o sexto ganho consecutivo. "A produção de bens de capital está sendo direcionada para o mercado externo", indica. Mesmo assim, segundo o IBGE, a produção de bens de capital ainda opera 41,3% abaixo do pico histórico alcançado em setembro de 2013. Na indústria em geral, a produção está 18,4% menor do que o pico.

A consultoria britânica Capital Economics lembra que, com alta nos três meses do segundo trimestre, a indústria deve ter contribuído positivamente para o PIB do período, o que não acontecia desde o primeiro trimestre de 2014. Essa contribuição é estimada em 0,2 ponto porcentual. "Tudo somado, nós permanecemos confortáveis com nossa visão de que as condições econômicas no Brasil vão continuar a melhorar gradualmente nos próximos trimestres", afirma o relatório assinado pelo economista para mercados emergentes Edward Glossop.

O Bradesco também aponta para a contribuição positiva da indústria no PIB e diz ainda que a melhora em bens de capital e em insumos típicos da construção civil sugerem variação positiva da formação bruta de capital fixo (FBCF) no segundo trimestre. Mesmo assim, o banco estima contração de 0,3% na economia brasileira no período, na margem.

Entre os representantes do setor, o otimismo é cauteloso. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, estima que a produção física deve cair 10% este ano, enquanto o faturamento da indústria deve recuar 8% em termos reais. "Nossa sondagem mostra que o nível de confiança deverá melhorar no segundo semestre, mas há ainda algumas surpresas", afirma, apontando que as demissões em junho no seu segmento foram maiores do que o esperado. Além disso, os industriais têm reclamado que a queda do dólar nos últimos meses pode afetar as exportações, que vinham sendo um destaque positivo.

A Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Judiciário (Funpresp-Jud) informa a abertura de novo concurso público. O objetivo é contratar profissionais de nível superior para os cargos de Analista e Assistente, com salários de R$ 4.303,00 a R$ 5.818,00, correspondente a 40 horas semanais, além de formar cadastro de reserva.  As inscrições devem ser realizadas até o dia 31 de dezembro às 23h59 no site do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos. Os candidatos devem efetuar o pagamento do boleto emitido referente a taxa de inscrição.

Para quem deseja atuar na área de analista há oportunidades nas áreas administrativas, de investimentos, e previdencial, especificamente nas especialidades de comunicação e marketing (1), contabilidade (1), controle interno/ auditoria (1), direito, tecnologia da informação, investimentos (2), atuária. Para o cargo de assistente as vagas estão distribuídas nas especialidades de contabilidade, secretariado executivo (1), e nas áreas administrativas (2), e previdencial (3).

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A seleção será realizada através de Provas Objetivas, de caráter eliminatório e classificatório; e Prova de Títulos, de caráter classificatório. A previsão é que as provas aconteçam no dia 11 de setembro de 2016. O concurso tem validade de dois anos contados a partir da data de publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período.

Para encontrar mais oportunidades, confira nossa página especial de certames.

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Os analistas passaram o dia de ontem digerindo a projeção de déficit primário, da ordem de R$ 139 bilhões para o governo central, anunciada quinta-feira. As primeiras impressões são ponderadas, com a maioria descrente em relação à capacidade da equipe em reequilibrar as contas públicas no curto prazo.

"Zerar o déficit em 2019 é otimista demais. Se o crescimento (do PIB) for de 2% ao ano, o déficit zera entre 2022 e 2023. Se for de 2,5%, zera em 2021, e se for de 3%, em 2020. Então, é preciso um baita crescimento ou um aumento da receita", afirmou o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos e Internacionais do Banco Central (BC) e atual diretor da Schwartsman & Associados.

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Para Schwartsman, não dá ainda para cravar que o governo central irá cumprir a meta de chegar a um déficit de R$ 139 bilhões em 2017. Ele lembra que Meirelles admitiu um rombo de R$ 194 bilhões no próximo ano e que iria buscar principalmente em concessões e outorgas os R$ 55 bilhões para trazer a meta ao valor anunciado.

"Eles vão ter de tirar R$ 55 bilhões Deus sabe de onde. Minha impressão é que fizeram as contas, chegaram a R$ 194 bilhões e, como esse valor não poderia ser apresentado, divulgaram R$ 139 milhões para dar prestígio à equipe econômica", diz.

O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa, acredita que a meta fiscal para 2017 representa um "esforço possível" dentro das limitações que existem. Embora considere que um déficit de R$ 143 bilhões do setor público consolidado ainda seja um rombo fiscal muito grande, ele pondera que exigirá um controle maior dos gastos, se comparado a este ano.

Ele ressaltou que o fato de a equipe econômica ter conseguido emplacar uma meta de déficit de R$ 139 bilhões para o Governo Central em 2017 - mais dura do que a pretendida pelo núcleo político - é um bom sinal. Camargo Rosa, no entanto, diz que falta ao governo detalhar melhor como fará para conseguir atingir esta meta.

O ex-ministro da Fazenda e professor da FGV Luiz Carlos Bresser-Pereira acredita que a meta de déficit do governo central de R$ 139 bilhões para 2017 é factível e defende o gradualismo fiscal adotado pela equipe econômica de Michel Temer. Entretanto, o economista diz que não é favorável à proposta de emenda constitucional (PEC) que zera o crescimento real dos gastos públicos. Contrariando a maioria dos analistas, Bresser-Pereira diz que o principal problema da economia não é a situação fiscal, mas sim o elevado nível de juros.

Sinalização

O olhar dos analistas internacionais vê cenário similar. A agência de risco Moody’s considerou que a meta representa um melhora, mas reforçou que ficou abaixo do esperado pela equipe deles e sinaliza um ajuste mais lento que esperado. "Um déficit desse tamanho apoia nossa visão de que o ajuste fiscal no Brasil vai avançar em ritmo muito lento durante o atual governo", diz o analista sênior de risco soberano da Moody's para o Brasil, Samar Maziad. Os indicadores fiscais estão entre os mais avaliados pelas agências para determinar o risco de crédito de um país.

Mais preocupante, ressalta Samar, é que os números apresentados pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ainda estão longe do que é necessário para barrar trajetória de deterioração de indicadores fiscais brasileiros, como a relação entre a dívida bruta e o PIB.

A Moody's estima que o Brasil precisaria ter um superávit primário ao redor de 2% do PIB para o governo estabilizar a dívida. Em fevereiro, a agência rebaixou a nota de risco soberano do País em dois níveis, retirando o grau de investimento. Além disso, deixou a perspectiva da nota como "negativa", ou seja, nova piora pode ocorrer.

Os economistas do banco espanhol BBVA avaliam que a divulgação da nova meta fiscal brasileira reforça a previsão da casa de que as contas públicas continuarão em processo de deterioração pelo menos até o fim da década: o déficit primário deve continuar até 2019 ou 2020 e a dívida bruta atingirá, na melhor das hipóteses, o patamar de 88% do PIB em 2020.

Os economistas do Bank of America Merrill Lynch avaliam que "não há mágica" no curto prazo para melhorar as contas e o governo pode precisar subir impostos, além de outras medidas. Esta semana, os executivos do banco norte-americano estiveram reunidos com integrantes do governo em Brasília e a mensagem passada foi de "foco total" em resolver as questões fiscais no médio prazo.

Apesar da intenção de reduzir o déficit em 2017, a avaliação do BofA é que o governo brasileiro ainda precisará fazer mais para melhorar a trajetória de deterioração de indicadores fiscais no médio prazo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira, 6, sustentados pelo grande incêndio que atinge o norte do Canadá nos últimos dias e por um ataque a uma instalação da Chevron na Nigéria. Os dois fatores, positivos para os preços, contrabalançaram a decepção dos investidores com o relatório de emprego dos EUA de abril.

Tanto o contrato negociado na Nymex quanto o negociado na ICE registraram a primeira semana de queda depois de quatro semanas seguidas de alta. Os investidores deram uma pausa no rali iniciado em março, que gerou até hoje um aumento de mais de 70% nos preços em comparação com o piso atingido em fevereiro.

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Na Nymex, o WTI para junho subiu US$ 0,34 (0,77%), para US$ 44,66 por barril, e terminou a semana com queda de 2,74%. Na ICE, o Brent para julho avançou US$ 0,36 (0,80%), para US$ 45,37 por barril, e acumulou recuo semanal de 5,73%. Com isso, o Brent acumula queda de 5,8% em relação ao pico deste ano, enquanto o WTI acumula recuo de 3,0%.

Analistas dizem que o rali dos últimos meses está excedendo as reais melhoras nas condições de oferta e demanda. Em nota a clientes, analistas do Commerzbank comentaram que a suspensão dos ganhos "pode ser interpretada como sinal de bom senso". "Isso marca uma mudança no sentimento sobre o mercado de petróleo, que pode pesar nos preços no futuro próximo."

De todo modo, o incêndio florestal em uma região produtora de petróleo do Canadá se espalhou e alguns analistas elevaram as estimativas de perda de produção para até 1 milhão de barris por dia, o que sustentou os preços. Grande parte desse volume é destinado a refinarias dos EUA. O Canadá é o maior exportador de petróleo para os EUA e enviou 3,6 milhões de barris por dia em fevereiro.

Embora ainda não haja notícia de que o fogo atingiu instalações produtoras, "a retirada de pessoas, combinada com fechamentos preventivos de oleodutos, está provocando a queda na produção", afirmou a provedora de dados ClipperData.

Enquanto isso, um ataque a uma plataforma da Chevron na costa da Nigéria prejudicou a produção local. Além disso, a Baker Hughes informou que o número de poços e plataformas em atividade nos EUA diminuiu quatro na última semana, para 328, 80% abaixo do pico alcançado em 2014.

Por outro lado, a economia norte-americana criou 160 mil empregos em abril, menos do que os 205 mil previstos por analistas consultados pela Dow Jones Newswires. Um mercado de trabalho fraco nos EUA sugere que a demanda futura por petróleo no país pode ser baixa. Fonte: Dow Jones Newswires

As recentes medidas anunciadas pelo governo de estímulo ao crédito, tanto pelo BNDES como pela Caixa, deverão ter efeito limitado na economia brasileira, segundo analistas. Para os economistas, o governo busca estimular a oferta em um momento no qual existe problema na demanda. Ou seja, deve haver pouca disposição das empresas e consumidores para a tomada de novos empréstimos, diante das incertezas com o futuro da economia brasileira e do quadro político.

"As medidas anunciadas estão longe de resolverem o problema. São paliativas. Há uma redução de demanda de crédito por parte das famílias e das empresas", afirma Juan Jensen, sócio da 4E Consultoria.

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Entre as famílias, o desinteresse em tomar crédito pode ser explicado pela piora do mercado de trabalho e da renda. No caso das empresas, tem pesado o aumento de custos, a queda no lucro e a própria situação das famílias brasileiras.

"O ministro (Nelson Barbosa) está levando água para o cavalo e é contestável se o cavalo está com sede ou não", diz Livio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Embora o mercado sempre tenha criticado as medidas de estímulo propostas pelo governo, o ministro da Fazenda já disse que é preciso "levar o cavalo à água para ver se ele quer bebê-la", em referência a uma possível fraca demanda por crédito.

Na avaliação dos economistas, as medidas recentes também prejudicam o ajuste fiscal em andamento. "Atalhos via estímulo à demanda tendem a não funcionar, principalmente se podem implicar passivo fiscal futuro", afirma Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos.

No caso da infraestrutura, especialistas dizem que a redução no custo dos empréstimos do BNDES, inclusive para a segunda fase do Programa de Investimentos em Logística (PIL), pode ter efeito no curto prazo, tornando mais atrativo um ou outro projeto ou atraindo empresas que estão apertadas financeiramente. Nada, porém, que destrave os investimentos em estradas, portos e aeroportos.

"Os juros serão importantes para melhorar a rentabilidade de projetos que estavam quase inviáveis, mas não vai ser o bastante para destravar os investimentos", analisa o advogado Pablo Sorj, especialista em infraestrutura e financiamento a projetos e sócio do escritório Mattos Filho.

Para o advogado, os investimentos em infraestrutura vivem um cenário de "tempestade perfeita": em meio à recessão, o setor convive com bancos travando o crédito, juros em alta, demanda em queda, insegurança jurídica e a operação Lava Jato, que atinge as principais empresas do ramo.

Regressão

Apesar do efeito de curto prazo, para Cláudio Frischtak, da consultoria Inter.B, o aumento da participação do BNDES como fonte de financiamento à infraestrutura pode sinalizar ao setor privado uma "regressão" à política da primeira fase do PIL, marcada por subsídios. "De um lado, reduz-se o custo de capital e, de outro, reduz-se a confiança. De 2012 a 2014, a confiança (em baixa) foi mais importante. Não foi por falta de subsídios e incentivos que a economia não cresceu", afirmou Frischtak. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A economia brasileira deverá ter em 2016, segundo analistas, uma recessão até mais forte do que a registrada no ano passado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,8%. Nas projeções de bancos e consultorias, a queda da atividade pode até passar de 4% neste ano. Além disso, sem uma mudança de cenário, a avaliação é que pode haver mais um recuo também em 2017.

A safra de números negativos da economia no início deste ano provocou as revisões, para baixo, nas projeções para o PIB. Entre as razões apontadas para a mudança está a piora da indústria, do varejo e do crédito.

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Na sexta-feira, o Credit Suisse reduziu a projeção para o PIB de 2016, de uma contração de 3,5% para 4,2%. Em 2017, a economia brasileira deve sofrer uma queda de 1%. "Os principais indicadores de atividade continuam a sugerir deterioração adicional da economia no primeiro trimestre", informou o banco em relatório.

A Rosenberg Associados também piorou a perspectiva para 2016. Nos últimos dias, a consultoria revisou a projeção para o PIB de 2016 de -3,5% para -4%.

"Em janeiro e fevereiro, a produção industrial foi muito ruim", diz Thaís Zara, economista-chefe da Rosenberg. Só a produção de veículos no primeiro bimestre recuou 31,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. "O comércio varejista também começou o ano mal", afirma.

Em janeiro, ela projeta uma redução de 7,9% no volume do varejo restrito (não inclui automóveis nem material de construção) em relação ao mesmo período de 2015.

A indústria e o varejo vão continuar emagrecendo neste ano por causa do tombo que houve no crédito, um dos motores do crescimento da economia nos últimos anos. Nas contas do diretor de pesquisa da GO Associados, Fabio Silveira, houve uma retração de 7,7% no crédito ao consumidor em janeiro deste ano comparado ao mesmo mês de 2015. "O crédito irriga 60% do PIB. Com essa retração, tiraram a escada", diz Silveira. Ele revisou a projeção do PIB deste ano de -3,5% para -4,2%.

Política

A projeção para o desempenho da economia pode piorar ainda mais, dependendo do desenrolar da política. Para os analistas, se houver uma atenuação da crise política, reformas importantes podem começar a sair do papel e, consequentemente, causar uma melhora das expectativas para a atividade.

"Só um ambiente político mais harmonioso, que permita o avanço de algumas relevantes reformas, poderia encurtar esse longo ciclo de crescimento baixo", diz Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco. O banco estima uma retração de 3,5% neste ano, mas projeta um crescimento de 1,5% no ano que vem, em um cenário com uma atenuação da crise política.

Sustentabilidade

A MB Associados projeta queda de 3,8% no PIB deste ano e um crescimento de 0,6% em 2017, se a presidente Dilma Rousseff deixar o cargo. No caso dela continuar, a retração pode chegar a 4,9% este ano e a 1% em 2017. "A presidente não consegue mais liderar qualquer tipo de mudança na economia, muito menos reformas", diz Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Mesmo os economistas que estimam um desempenho da economia um pouco melhor em 2017, avaliam que não se trata de algo sustentável. "É preciso uma retomada da confiança que traga os investimento de volta", diz Maurício Molan, economista-chefe do Santander. O banco espera avanço de 1,2% em 2017. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após um ano de retração no mercado de trabalho, com o corte de 1,5 milhão de empregos formais em 2015, a perspectiva para 2016 não é de recuperação. Entre os representantes dos principais setores da economia ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, é consenso que - apesar do discurso entoado pelo governo - 2016 não deve trazer dados melhores que os do ano passado. As expectativas são tão negativas que, para alguns, uma repetição do resultado de 2015 já seria motivo para comemoração.

Caso o País apresente números semelhantes aos do ano passado, serão perdidos 3 milhões de empregos em dois anos, de um total de 5 milhões gerados desde que a presidente Dilma Rousseff assumiu o cargo. Há duas semanas, a petista afirmou que o País vai retomar a geração de emprego e renda. "Vamos voltar a desenvolver esse País."

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O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, complementou: "Vamos sair dessa situação, temos de iniciar um movimento de retomada da geração de emprego, esse é o nosso cenário".

Apesar do tom de confiança, a preocupação tomou conta do Palácio do Planalto. A avaliação é que a popularidade da presidente pode piorar caso o desemprego vire um problema maior.

Indústria e comércio

Na indústria, setor que mais fechou vagas em 2015 - 608 mil, pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados -, as demissões de trabalhadores vão continuar, avalia o gerente executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. "As perspectivas para 2016 não são animadoras, ao contrário. O ambiente geral não mudou, temos um problema fiscal muito sério que tem gerado baixa confiança. Isso reflete no mercado de trabalho."

O técnico da CNI acredita que a retomada da confiança passa por mudanças estruturais, como a reforma da Previdência e o ajuste fiscal. Para ele, a ampliação do crédito proposta pelo governo não deve trazer grandes resultados. "Irrigar com mais crédito a economia sem mudar as condições fiscais que afetam a confiança vai ser pouco efetivo", afirmou.

Depois de gerar vagas ano a ano desde o início da gestão petista, o comércio fechou 218 mil postos em 2015. "O setor embarcou nesse trem fantasma da crise", disse o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes.

Ele estima que neste ano o setor vai demitir pelo menos 200 mil pessoas mais do que contratar. "Qualquer recuperação do comércio passa necessariamente por uma recuperação do mercado de trabalho geral, o que está longe de acontecer. A perspectiva é que o consumo continue se deteriorando."

Num dos cenários mais pessimistas, o presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força (SD-SP), acredita que, em 2016, cerca de 15% da população economicamente ativa vai perder o emprego, ou seja, entre 3 e 4 milhões de pessoas. O número é muito pior do que o resultado final de 2015. Na avaliação do deputado, as centrais sindicais perderam força durante os governos Dilma e desampararam o trabalhador. "Os movimentos sindicais têm sido moles e uma alternativa é realizar uma paralisação."

Após o carnaval, a central vai discutir com a CUT um calendário de manifestações contra o cenário político e econômico e a reforma da Previdência.

Com uma visão um pouco mais otimista, mas ressaltando as dificuldades previstas para o ano e o enfraquecimento de Dilma, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que a federação acredita que este ano serão fechadas mais um milhão de vagas. "Mas a situação é grave, já que tivemos 1,5 milhão de desempregados a mais em 2015, lembrando que quanto mais trabalhadores desempregados, mais difícil é a retomada do crescimento."

Outro setor que embarcou nos dados negativos foi o de serviços, com menos 276 mil vagas no ano passado. De acordo com o presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nese, o atendimento essencialmente voltado ao mercado interno faz com que o setor seja muito sensível à crise atual. "O ano começou ruim e vai se manter. O máximo que pode acontecer é a mesma situação de 2015. Se for igual ao ano passado, já está bom", previu.

Na construção, importante termômetro da economia, o cenário não é diferente. Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, contratos de obras estimuladas pelo governo, como as do Minha Casa Minha Vida, estão acabando, sem perspectiva de novos projetos. Em outro exemplo, somente no Rio de Janeiro, 35 mil operários ligados às obras da Olimpíada devem ser desligados nos próximos meses. "Esse pessoal vai ser dispensado e não tem onde se recolocar", disse.

A baixa disposição de investimento dos brasileiros também preocupa. "Uma família não vai deixar de colocar alimento na mesa ou pagar a escola do filho, mas certamente vai adiar a compra de um apartamento."

A agricultura foi o único setor que gerou empregos formais no ano passado, com saldo de 9,8 mil novas vagas. Para 2016, o superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Bruno Lucchi, acredita que o patamar do emprego no setor será mantido, com a possibilidade de uma elevação moderada.

Segundo Lucchi, o dólar em patamar mais alto não será suficiente para permitir expansões de emprego que foram observados até 2014. Ele explica que neste ano os custos de produção, com insumos importados, já foram com dólar mais elevado. O crédito também ficou mais caro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A possibilidade de a recessão econômica registrada em 2015 continuar neste ano e o ambiente de depreciação do câmbio serão determinantes para o superávit comercial saltar de US$ 19,681 bilhões, no ano passado, para US$ 33 bilhões, em 2016, comentou a economista da consultoria Tendências Gabriela Zini. "Esses mesmos fatores serão importantes para uma redução do déficit de transações correntes de uma marca próxima a US$ 59 bilhões em 2015 para US$ 44,1 bilhões neste ano", comentou.

Na avaliação de Gabriela, existe a possibilidade de o saldo comercial em 2016 ser ainda maior do que a estimativa de US$ 33 bilhões, estimulado pela intensa retração da atividade que levará a economia a uma queda de 3% neste ano, depois de já ter caído 3,8% em 2015, de acordo com projeção da Tendências.

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Além disso, deve haver neste ano um aumento do volume de exportações, especialmente na área agrícola, o que será motivado em boa medida pelo câmbio mais competitivo. Como ela estima que a cotação do dólar ante o real variará de R$ 3,95 no fim de dezembro passado para R$ 4,20 doze meses depois, a economista prevê que neste ano as importações deverão recuar perto de 12%, enquanto as exportações baixarão ao redor de 3%.

Expectativas

Os dados da balança comercial brasileira de dezembro vieram acima da expectativa da maioria dos analistas e é reflexo de um aumento atípico das exportações de manufaturados, apontou a economista da GO Associados Mariana Orsini.

A economista previa superávit comercial de US$ 5,900 bilhões em dezembro e de US$ 19,300 bilhões para o dado fechado de 2015. Mas, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o saldo positivo mensal da balança foi de US$ 6,240 bilhões e o anual foi de US$ 19,681 bilhões. "Houve aumento das exportações de plataformas da Petrobras, tubos flexíveis de ferro e aço, aviões e automóveis", afirmou.

De acordo com a economista, os impactos da paralisação das atividades da mineradora Samarco, por causa do rompimento de uma barragem de rejeitos em Mariana (MG), começam a aparecer nos dados da balança comercial.

"Estimamos uma redução de até 13% nas exportações de minério de ferro este ano por causa do acidente, o que pode ter impacto de US$ 1,7 bilhão na balança", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma vez que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) já anunciou seu primeiro aumento de juros em quase uma década, há cerca de duas semanas, os investidores dos mercados de metais básicos voltaram a prestar atenção na China, cujos planos de reduzir o excesso na oferta doméstica geraram esperanças de que os preços dessas commodities se recuperem em 2016.

As cotações do cobre e do alumínio, os dois metais mais negociados do mundo, estão 5% e 6%, respectivamente, acima das mínimas em vários anos atingidas recentemente. Incertezas sobre a ação do Fed e seu impacto no dólar ajudaram a limitar os ganhos dos metais antes do anúncio do BC norte-americano. A maioria das commodities, caso dos metais, é atrelada ao dólar.

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Analistas, no entanto, dizem que é muito cedo para declarar uma recuperação plena dos metais e os preços continuam baixos pelos padrões históricos. O contrato de alumínio para entrega em três meses é negociado atualmente a US$ 1.515,00 por tonelada na London Metal Exchange (LME), e o cobre, a US$ 4.660,00 por tonelada.

"Só esperamos ver alguma recuperação dos fundamentos no segundo trimestre do próximo ano", comentou Helen Lau, analista da Argonaut Securities.

Parte do avanço recente dos metais é atribuída a medidas anunciadas pela China com o objetivo de diminuir o excesso de capacidade em alguns setores, como o siderúrgico. A consolidação chinesa deverá envolver a fusão de estatais e cortes na produção ou encerramento de operações.

"Prevemos que a China implementará reformas no lado da oferta ao longo de 2016 e acelerar a consolidação na indústria do aço e de outros setores que fazem uso intensivo de energia", disse Lau. Neste mês, o regulador chinês de ativos estatais anunciou que a mineradora e negociadora de metais China Minmetals Corp. irá assumir o controle da Metallurgical Corp. of China.

Além disso, produtores chineses de alumínio, cobre e níquel revelaram planos de reduzir produção nos próximos meses. Mais especificamente, produtores de cobre e níquel disseram no mês passado que irão cortar a produção em 5% e 15%, respectivamente. Já os 14 principais produtores de alumínio da China declararam que não vão retomar produção que tenha sido suspensa ou iniciar novas operações no ano que vem.

Em relatório recente, o Citi previu que mais siderúrgicas chinesas deverão encerrar atividades após o feriado lunar de Ano-Novo da China e que o mercado de alumínio poderá precisar de mais tempo para se equilibrar.

"No lado da consolidação, não esperamos o fechamento imediato (de unidades produtoras de metais). Isso deve acontecer ao longo de meses, mas o progresso será mais rápido do que em anos anteriores", disse Lau. "Acreditamos que a recuperação da demanda será gradual."

O vice-presidente da Moody's baseado em Xangai, Jiming Zou, por sua vez, estima que cerca de 50% a 60% das siderúrgicas chinesas estão operando no vermelho.

"Até agora este ano, o fluxo de caixa operacional (das siderúrgicas) tem sido suficiente apenas para pagar juros sobre empréstimos", diz Zou, ressaltando que, em 2016, o fluxo de caixa de muitas empresas não bastará para isso.

A produção total de aço da China este ano deverá ser de cerca de 800 milhões de toneladas e a demanda, em torno de 710 milhões de toneladas, segundo estimativa de Zou.

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