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O Brasil figurou entre os três países com maior número de mortes de ativistas ambientais em 2019. O dado faz parte de um relatório anual da organização Global Witness, que faz o levantamento sobre ataques contra defensores da terra e do meio ambiente. Em 2019, 24 ativistas foram assassinados no Brasil. Em 2018, esse registro havia chegado a 20 vítimas, conforme os dados da organização internacional.

No ranking da violência no campo, a Colômbia surge como o país com mais casos. Foram 64 mortes em 2019, seguida por Filipinas (43), Brasil (24), México (18), Honduras (14) e Guatemala (12). Em todo o mundo, a organização registrou 212 pessoas mortas no ano passado, por defenderem pacificamente suas casas e resistirem à destruição da natureza. Em 2018, o número total chegou a 164 mortos.

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Trata-se de número de referência. Globalmente, como reconhece a instituição, o verdadeiro número de assassinatos é maior, pois os casos não chegam a ser documentados. A violência ligada a projetos de mineração foi a mais letal do mundo, com 50 defensores mortos em 2019. Mais da metade dos assassinatos ocorreu em comunidades na América Latina afetadas pela mineração.

A exploração madeireira foi o setor com o maior aumento de mortes no mundo desde 2018, com 85% a mais de ataques registrados contra defensores que se opõem à indústria. Mais de dois terços dos assassinatos ocorreram na América Latina, que tem sido consistentemente classificada como o continente mais afetado desde que a Global Witness começou a publicar dados, em 2012.

A Global Witness é uma organização internacional fundada em 1993, no Reino Unido, que atua analisando os elos entre exploração de recursos naturais, conflitos, corrupção e abusos de direitos humanos a nível mundial. Tem escritórios em Londres, Washington e Bruxelas.

Greve na Alemanha, corrente humana na Holanda, bloqueio dos armazéns da Amazon na França: as iniciativas anti-Black Friday se multiplicaram nesta sexta-feira para denunciar o excesso do consumo e suas consequências climáticas, no início de uma nova série de manifestações globais contra o aquecimento.

"Hoje, a Amazon emite gases de efeito estufa como um Estado", denunciou Jean-François Julliard, diretor do Greenpeace França, participando de uma manifestação com várias dezenas de outros ativistas em frente à sede da companhia em Clichy, perto de Paris.

Convocados pela Attac e Greenpeace para esta ação apresentada como "não violenta e alegre", os manifestantes exibiram faixas hostis ao gigante do comércio on-line antes de se sentarem em frente à sede da empresa, gritando: "Dizemos stop à Black Friday e sua impunidade!"

"Precisamos mais do que nunca de ações de desobediência civil, porque a Amazon é um símbolo da impunidade", incluindo fiscal, estimou a eurodeputada Manon Aubry (LFI, esquerda radical), presente no evento.

Na Alemanha, centenas de funcionários da Amazon, segundo o sindicato, aproveitaram esta Black Friday para chamar a atenção para as condições de trabalho.

"O trabalho deles não pode ser remunerado por quantias ridículas", denunciou em comunicado o sindicato Verdi, que convocou uma greve até terça-feira.

O sindicato, que pede um acordo coletivo para garantir "salários decentes, qualidade e empregos saudáveis", acusa a Amazon de "privar seus funcionários de direitos fundamentais" e de fazê-los trabalhar "sob extrema pressão". "Como resultado, muitos adoecem", alertou o sindicato.

A Amazon minimizou o impacto da greve, garantindo que os pedidos serão entregues "no prazo".

- "Block Friday" -

"A Amazon destrói empregos e o clima", "Block Friday", podia ser lido nos cartazes dos cerca de quarenta ativistas em frente à empresa em Flers-en-Escrebieux, no norte da França, cuja a entrada era protegida por cerca de 20 policiais.

Várias outras ações desse tipo ocorriam na França: perto de Lyon (centro-leste), cem ativistas bloquearam brevemente dois acessos de um armazém da Amazon.

Já na quinta-feira, várias dezenas de ativistas de movimentos ambientais bloquearam brevemente o centro de distribuição da Amazon Brétigny-sur-Orge, não muito longe de Paris.

No Reino Unido, onde os distribuidores apostam na Black Friday para tentar aplacar os temores dos consumidores sobre as incertezas do Brexit, um grupo de artistas de Bradford, na região de North Yorkshire, convocou as pessoas para um "Buy Nowt Friday", em um jogo de palavras entre "Now" (agora) e "not" (não), sequestrando o slogan publicitário "Buy Now" (compre agora) da Black Friday.

Os estudantes da associação "Students for Climate" planejavam formar uma cadeia humana em Maastricht para protestar contra o consumo excessivo.

Essas ações coincidem com o lançamento nesta sexta-feira na Ásia-Pacífico de uma nova série de eventos globais contra o aquecimento global.

Em Tóquio, centenas de pessoas marcharam no distrito comercial de Shinjuku.

"Sinto-me em crise porque quase ninguém no Japão está interessado nas mudanças climáticas", lamentou Mio Ishida, estudante de 19 anos.

burx-lv/cf/glr/mr

A polícia de Uganda prendeu nessa quinta-feira (24) 16 ativistas LGBT suspeitos de praticarem sexo gay, que é passível de prisão perpétua no país.

Os 16 homens têm entre 22 e 35 anos. "Com base em relatórios médicos, é possível dizer que eles se envolveram em atos sexuais puníveis sob o Código Penal", Patrick Onyango, porta-voz da polícia.

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Recentemente, um ministro propôs a pena de morte para sexo gay, mas o governo foi obrigado a rejeitar em razão dos protestos da comunidade internacional. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A sueca Greta Thunberg carrega a paixão de uma geração que decidiu enfrentar o monstro das mudanças climáticas, mas também sofre com o desprezo daqueles que a veem como uma marionete messiânica da consciência ecológica.

Aos 16 anos, a adolescente é o rosto e a voz de uma juventude preocupada, que recicla lixo, limpa as praias, evita carne e aviões e vota em partidos ambientais nas eleições.

Há pouco mais de um ano, no início do ano letivo de 2018, Greta deixou sua mochila em casa e passou a se manifestar toda sexta-feira em frente ao Parlamento sueco em Estocolmo com uma placa feita a mão para tentar sensibilizar os deputados sobre a emergência climática.

Sua "greve escolar", transmitida pelas redes sociais, atravessou fronteiras e promoveu o movimento global "Sexta-feiras para o futuro".

O fenômeno "Greta" se tornou planetário.

Suas contas no Twitter e no Instagram têm mais de seis milhões de assinantes.

Os jovens a escolheram como porta-voz das preocupações com as mudanças climáticas.

E o tom é claramente acusatório.

"Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias", disse ela, com lágrimas nos olhos, aos líderes mundiais reunidos para a cúpula climática em Nova York, na segunda-feira, evento do qual participou após atravessar o Atlântico em um veleiro "zero carbono".

A adolescente e sua causa mobilizam milhões de jovens nas ruas, fascinados por sua determinação.

Para seus críticos, Greta é um oráculo vergonhoso, cujas "utopias mortíferas" expõem as neuroses de uma adolescente autista (ela foi diagnosticada com Síndrome de Asperger), manipulada pelos agentes do "capitalismo verde" e por seus pais.

Essas reações são porque ela "é poderosa", diz Severn Cullis-Suzuki, uma bióloga canadense que tinha 12 anos quando desempenhou um papel semelhante durante a Cúpula da Terra, organizada no Rio de Janeiro em 1992.

"Ela pede uma revolução. É por isso que eles tentam silenciá-la", afirma Cullis-Suzuki à AFP.

- Milagre, ou ciborgue -

Quando se trata de Greta, nascida em 3 de janeiro de 2003 no país menos "religioso ou espiritual" do planeta, referências místicas, mágicas ou clínicas são recorrentes.

O fotógrafo Yann Arthus-Bertrand a vê como "um milagre", e o ex-presidente americano Barack Obama, como a personificação de uma juventude que "muda o mundo".

Outros a veem como "um ciborgue", nas palavras do filósofo francês Michel Onfray, ou "uma doente mental" que cedeu à "histeria climática", segundo o comentarista conservador Michael Knowles, da Fox News.

Em abril, o papa Francisco recebeu a jovem em Roma por ocasião do segundo aniversário da "Laudato si" (Louvado seja), a segunda encíclica do pontífice. A legenda "Aos cuidados da casa de todos" ecoa as palavras de Greta: "a casa está pegando fogo".

Segundo alguns críticos, ela utiliza uma semântica mágica que desfoca a mensagem científica, prejudica a inovação tecnológica e oculta alguns desafios ecológicos.

"A questão climática ofuscou todos os outros problemas ambientais, como abuso de animais, indústria de carne, ou pesticidas", diz a cientista política Katarina Barrling, da Universidade de Uppsala.

Nesse contexto, as vozes que questionam as posições de Greta são imediatamente suspeitas de "ceticismo climático", acrescenta a especialista.

Ela também é acusada de gerar ansiedade em vez de produzir um discurso racional.

No Fórum Econômico de Davos, ela disse: "Quero que entrem em pânico, que sintam o medo que sinto todos os dias". Na semana passada, falando ao Congresso dos EUA, a adolescente moderou o discurso: "Quero que vocês ouçam os cientistas".

- Pensamento crítico -

O dedo que acusa os adultos incomoda no exterior, mas não tanto na Suécia.

Tudo nela - a irreverência, o espírito de desobediência e as tranças - lembra o personagem de Pippi Meialonga, criado pela autora sueca Astrid Lindgren, um paradigma da criança liberta da tutela dos adultos e que aprende por si mesma como é o mundo.

"Não é por acaso que Greta é sueca. Acho que ela não existiria sem Pippi, ou Lisbeth Salander", diz a ensaísta sueca Elisabeth Asbrink, referindo-se à especialista em computadores com um dragão tatuado nas costas, personagem dos romances da saga Millennium.

"Durante décadas, o currículo escolar sueco priorizou a formação do pensamento crítico dos alunos, e não o acúmulo de conhecimento", destaca Barrling.

Mas a pergunta que muitos se fazem é: para que serve Greta?

Para defender os direitos humanos, disse a ONG Anistia Internacional, que concedeu a ela o prêmio de "embaixadora da consciência".

Seu nome também é mencionado como um possível candidato ao Prêmio Nobel da Paz de 2019.

O Comitê Nobel da Paz já concedeu prêmios com cores ambientais no passado - como Al Gore, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), ou o ativista queniano Wangari Maathai -, vinculando-os a questões democráticas.

A contribuição de Greta ainda deve ser demonstrada, afirma o diretor do Oslo Peace Research Institute (Prio), Henrik Urdal.

"O vínculo entre paz e aquecimento global é baseado em alegações que a pesquisa não apoia. Ela deu um impulso impressionante às questões da mudança climática, mas a pergunta permanece: é relevante para o Prêmio? O Prêmio Nobel da Paz?", questiona.

Várias figuras importantes do movimento pró-democracia de Hong Kong foram detidas nesta sexta-feira, incluindo Joshua Wong e um deputado, uma operação denunciada por associações como uma tentativa da China de amordaçar a oposição após a proibição de uma nova grande manifestação programada para sábado.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticado no momento por uma aparente indulgência em relação às autoridades comunistas, pediu à China nesta sexta-feira que administre os protestos pró-democracia em Hong Kong com "humanidade".

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"Eles têm uma posição muito forte. Não acredito que ninguém já tenha visto passeatas com dois milhões de pessoas", disse Trump sobre as manifestações em Hong Kong.

A região semiautônoma enfrenta há quase três meses a crise mais grave desde sua devolução, por parte do Reino Unido, à China em 1997, com manifestações quase diárias, incluindo algumas que terminaram em confrontos.

Um novo protesto estava previsto para sábado para marcar o quinto aniversário da rejeição por parte de Pequim de eleições com sufrágio universal na cidade, decisão que provocou o "Movimento dos Guarda-Chuvas" em 2014, marcado por 79 dias de ocupação do centro financeiro e político de Hong Kong.

Mas após a confirmação de que o protesto foi proibido, os organizadores retiraram nesta sexta-feira a convocação para não agravar a situação. Outras iniciativas, no entanto, estariam sendo planejadas.

Dois líderes do "Movimento dos Guarda-Chuvas", Joshua Wong e Anges Chow, ambos de 22 anos e muito populares nos protestos das últimas semanas, foram detidos nesta sexta-feira, acusados de "incitar a participação em uma concentração proibida".

- "Terror branco" -

Os dois foram indiciados em uma audiência durante a tarde e colocados em liberdade após o pagamento de fiança.

"Continuaremos o combate, não vamos nos render", prometeu Wong fora do tribunal. Ele criticou o "efeito de congelamento" das detenções de opositores em Pequim.

"Estas detenções mostram a propagação do 'terror branco' em relação aos manifestantes de Hong Kong", declarou Issac Cheng do partido Demosisto, cofundado por Joshua Wong.

Algumas horas antes, outro ativista, Andy Chan, foi detido no aeroporto.

Chan é o fundador do Partido Nacional (HKNP), minúscula formação que defende a independência do território e que foi proibido pelas autoridades em 2018.

Um quarto manifestante pró-democracia, Rick Hui, membro do conselho do bairro popular de Sha Tin, também foi detido nesta sexta-feira, assim como o ex-líder estudantil, Atlhea Suen.

E pela primeira vez desde o início da mobilização em junho, três deputados - Cheng Chung-tai, Au Nok-hin e Jeremy Tam - também foram detidos, de acordo com seu partido, 'Civic Passion'.

A polícia confirmou a detenção de um homem de 35 anos, que identificou pelo sobrenome "Cheng", por "complô para provocar danos criminais" em relação ao ataque do Parlamento em julho.

Pouco depois, a Paixão Cívica informou a prisão de outros dois deputados por "obstrução da polícia".

Mais de 900 pessoas foram detidas desde o início dos protestos, que começaram com o repúdio a um projeto de lei que pretendia autorizar extradições para a China continental.

O movimento ampliou suas reivindicações e passou a denunciar o retrocesso das liberdades, assim como a interferência crescente da China na região semiautônoma, o que viola o princípio "um país, dois sistemas" que determinou a devolução de 1997.

- "Ridícula" -

A organização Anistia Internacional criticou "a operação ridícula durante o amanhecer" e condenou as detenções de Wong e Chow, que são "ataques escandalosos contra a liberdade de expressão e de reunião" e "táticas com o objetivo de espalhar o medo, retiradas dos manuais chineses".

A polícia negou, no entanto, uma tentativa de sufocar as manifestações do fim de semana. "É totalmente falso", declarou John Tse, porta-voz da força de segurança.

O Executivo de Hong Kong não consegue apresentar respostas a um movimento de protesto inédito.

A polícia decidiu proibir a manifestação de sábado alegando razões de segurança, uma medida drástica que pode ter o efeito contrário e provocar novos confrontos com ativistas radicais.

O paradoxo é que a manifestação de sábado foi convocada pela Frente Civil de Direitos Humanos (FCDH), um movimento pacífico pacífica que liderou as maiores passeatas dos últimos meses, em particular a de 18 de agosto, que reuniu 1,7 milhão de pessoas, segundo os organizadores, e terminou sem incidentes.

- Partida de futebol -

Uma das líderes da Frente, Bonnie Lang, afirmou que a FCDH "não tem outra opção a não ser cancelar a manifestação de sábado", depois que o recurso apresentado contra a proibição foi rejeitado.

Mas outras iniciativas estão sendo planejadas. Alguns ativistas pró-democracia propõe uma partida de futebol, uma saída em massa para compras ou uma concentração religiosa improvisada.

É provável que a ala radical, integrada em sua maioria por estudantes muito jovens, ignore o pedido de calma, o que poderia provocar novos distúrbios.

"A polícia acredita que existem líderes no movimento e que sua decisão de proibir a manifestação vai nos deter", afirmou à AFP uma manifestante que se identificou como Kelly.

"Somos nossos próprios líderes e vamos continuar nas ruas. O governo não consegue entender", completou.

Várias figuras importantes do movimento pró-democracia de Hong Kong foram detidas nesta sexta-feira (30), incluindo Joshua Wong, depois que a polícia proibiu uma nova grande manifestação programada para sábado.

A região semiautônoma enfrenta há quase três meses a crise mais grave desde sua devolução, por parte do Reino Unido, à China em 1997, com manifestações quase diárias, incluindo algumas que terminaram em confrontos violentos com as forças de segurança.

Um novo protesto está previsto para sábado para marcar o quinto aniversário da rejeição por parte de Pequim de eleições com sufrágio universal na cidade, decisão que provocou o "Movimento dos Guarda-Chuvas", marcado por 79 dias de ocupação do centro financeiro e político de Hong Kong.

Dois líderes deste movimento, Joshua Wong e Anges Chow, ambos de 22 anos e muito populares nos protestos das últimas semanas, foram detidos nesta sexta-feira.

"Nosso secretário-geral @joshuawongcf foi detido esta manhã por volta de 7h30", informou no Twitter o partido Demosisto.

"Ele foi empurrado à força para dentro de uma caminhonete particular, na rua, em plena luz do dia. Nossos advogados trabalham no caso", completou a formação.

Chow foi detida em sua residência, de acordo com o partido.

- Andy Chan detido -

A polícia se limitou a anunciar a detenção de duas pessoas de 22 anos, que foram identificadas apenas pelos sobrenomes, Wong e Chow. Eles foram acusados de "incitar outros a participar em uma concentração não autorizada".

Mais de 850 pessoas foram detidas desde o início do movimento, que começou com o repúdio a um projeto de lei que pretendia autorizar extradições para a China continental.

O movimento ampliou suas reivindicações e passou a denunciar o retrocesso das liberdades, assim como a interferência crescente da China na região semiautônoma, o que viola o princípio "um país, dois sistemas" que determinou a devolução de 1997.

O site Hong Kong Free Press informou na quinta-feira à noite a detenção do ativista independentista Andy Chan.

O fundador do Partido Nacional (HKNP), minúscula formação que defende a independência do território e que foi proibida pelas autoridades em 2018, foi detido quando pretendia embarcar em um voo para o Japão.

Um porta-voz da polícia afirmou que Chan era suspeito de participação em um distúrbio e de agredir um agente.

Esta não é a primeira vez que Chan e Wong são presos.

- Paradoxo -

A operação acontece no momento em que o Executivo de Hong Kong não consegue apresentar respostas à crise política e a um movimento de protesto inédito, caracterizado também por uma criatividade sem precedentes em suas ações.

A polícia decidiu proibir a manifestação de sábado alegando razões de segurança, uma medida radical que pode ter o efeito contrário e provocar novos confrontos com ativistas radicais.

O paradoxo é que a manifestação de sábado foi convocada pela Frente Civil de Direitos Humanos (FCDH), um movimento pacífico pacífica que liderou as maiores passeatas dos últimos meses, em particular a de 18 de agosto, que reuniu 1,7 milhão de pessoas, segundo os organizadores, e terminou sem incidentes.

Em uma carta enviada ao FCDH, a polícia mencionou o temor de "atos violentos" e "atos de destruição" por alguns participantes.

A polícia afirmou que em manifestações anteriores alguns participantes "provocaram incêndios e bloquearam avenidas, utilizaram bombas incendiárias, pedaços de metal, tijolos, diversas armas artesanais para destruir bens públicos em grande escala, perturbar a ordem social e provocar ferimentos em outros".

- "Somos nossos líderes" -

A Frente apresentou um recurso contra a proibição. Um de seus líderes, Jimmy Chan, anunciou que a convocação seria retirada em caso de confirmação da proibição, para não agravar a situação.

Mas é provável que a ala radical, integrada em sua maioria por estudantes muito jovens, ignore o pedido de calma, o que poderia provocar novos distúrbios.

"A polícia acredita que existem líderes no movimento e que sua decisão de proibir a manifestação vai nos deter", afirmou à AFP uma manifestante que se identificou como Kelly.

"Somos nossos próprios líderes e vamos continuar nas ruas. O governo não consegue entender", completou.

No domingo, a polícia usou jatos de água e, pela primeira vez, recorreu a um tiro de advertência com arma de fogo durante uma manifestação autorizada.

O exército chinês, que a princípio não deve atuar em Hong Kong, mas que tem uma guarnição na cidade, fez na quinta-feira uma nova advertência com a substituição de suas tropas no território.

O célebre ativista Joshua Wong foi libertado da prisão nesta segunda-feira (17) em Hong Kong e se uniu aos protestos com um pedido pela continuidade da mobilização, além de defender a renúncia imediata da chefe de Governo local.

Quase dois milhões de pessoas saíram às ruas no domingo (16) em Hong Kong, uma participação recorde, segundo os organizadores, para exigir a retirada de um polêmico projeto de extradição para a China, iniciativa que foi suspensa pelas autoridades locais pró-Pequim.

Ao sair do Instituto Correcional Lai Chi Kok, Wong afirmou à imprensa que a chefe de Governo de Hong Kong, Carrie Lam, deveria renunciar de modo imediato.

"Ela não está mais qualificada para ser a líder de Hong Kong e por isto deve assumir a responsabilidade e renunciar", disse Wong.

"Agora que saída da prisão, vou unir-me aos habitantes de de Hong Kong para fazer oposição a esta diabólica lei de extradição para a China", disse.

- Enorme protesto -

"Na manifestação de hoje, contabilizamos quase dois milhões de pessoas", afirmou a jornalistas Jimmy Sham, um representante da Frente Cívica de Direitos Humanos (CHRF).

O número não foi confirmado por fontes independentes. A polícia divulgou uma estimativa de 338.000 pessoas no momento de maior fluxo.

Os organizadores pretendem manter a pressão sobre Carrie Lam, chefe do Executivo pró-Pequim de Hong Kong, que no sábado suspendeu o projeto de lei autorizando as extradições para a China.

"Retire a lei do mal!", gritavam os manifestantes vestidos de preto. A marcha de protesto partiu de um parque na ilha de Hong Kong e seguia para o Conselho Legislativo (LegCo, Parlamento), no coração da cidade. Trata-se do mesmo percurso realizado há uma semana e que reuniu um milhão de pessoas, de acordo com os organizadores.

Segundo seus críticos, o projeto colocaria a população da ex-colônia britânica à mercê do sistema judiciário da China continental, opaco e controlado pelo Partido Comunista. A comunidade empresarial teme ainda a possibilidade de a reforma prejudicar a imagem internacional e a atratividade do centro financeiro.

Acusada de autoritarismo, Lam apresentou neste domingo suas "desculpas" e reconheceu que as "lacunas no trabalho do governo provocaram muitos conflitos e rixas na sociedade de Hong Kong e decepcionaram e provocaram angústia em muitos cidadãos".

Na quarta-feira, Hong Kong registrou os piores episódios de violência desde a devolução do território à China em 1997, quando milhares de pessoas foram dispersadas pela polícia de choque com gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Lam justificou a repressão pelos atos de violência da parte de alguns manifestantes, mas a oposição afirma que esta foi uma parcela ínfima no conjunto de protestos, em sua maioria pacíficos.

"Polícia de Hong Kong, o seu dever é nos proteger, não atirar contra nós", dizia o cartaz de um manifestante.

O movimento vai além da questão das extradições e expressa um ressentimento muito maior contra o governo e contra Pequim, acusados de tolher as liberdades do território semi-autônomo.

Nos últimos dias, a chefe de Governo se mostrou cada vez mais isolada, com deputados de seu próprio campo distanciando-se do texto.

Os críticos de Lam culpam-na por perder várias oportunidades de se desculpar pelo comportamento da polícia.

Apesar da crise, a China reiterou nesta segunda-feira o apoio a Carrie Lam.

"O governo central seguirá apoiando firmemente a chefa do Executivo da Região Administrativa Especial" (Hong Kong), declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Lu Kang.

Lam é considerada pelos críticos muito subordinada a Pequim.

Diante da pressão, ela anunciou no sábado a retirada por tempo indeterminado do projeto de lei sobre extradição. Após as manifestações de domingo, Lam pediu desculpas.

Os manifestantes, no entanto, repetem que exigem a retirada total do projeto de lei e a renúncia de Lam.

O governo chinês expressou apoio à suspensão do projeto de lei, mas o porta-voz da diplomacia de Pequim afirmou que os manifestantes "não representam a opinião pública geral" de Hong Kong.

O Facebook anunciou nesta quinta-feira, 2, que baniu ativistas americanos de extrema direita de suas plataformas. Entre os usuários banidos, estão nomes como Alex Jones e Milo Yiannopoulos, fundadores dos canais Infowars e Breibart, respectivamente. Segundo a rede social, eles não poderão criar novas contas no Facebook e no Instagram, por terem violado políticas contra 'usuários e organizações perigosos'. A empresa disse ainda, porém, que usuários poderão criar publicações falando sobre os pontos de vistas desses usuários.

"Sempre banimos usuários e organizações que promovem ou se engajam em violência e ódio, independentemente de ideologia", disse a empresa em nota. "O processo de avaliar violações é extenso e fizemos o possível para chegar à decisão de remover essas contas hoje." Outros nomes banidos foram os de Louis Farrakhan, notório antissemita, bem como Paul Nehlen, Paul Joseph Watson e Laura Loomer.

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Alguns deles já tinham sido suspensos da rede social anteriormente. É o caso de Jones, que foi suspenso no ano passado por regras contra bullying e discurso de ódio. Em fevereiro, a empresa removeu outras 22 páginas associadas a Jones, que, entre outros casos, nega que o massacre de Sandy Hook, na escola da Flórida, nunca tenha acontecido. Seus apoiadores, por sua vez, têm perseguido as famílias das vítimas. Outros já tinham sido banidos de outras redes como Yiannopoulos, que foi removido do Twitter após inspirar uma onda de discurso racista.

O Facebook não divulgou quais incidentes levaram à remoção das contas, mas tomou em consideração o comportamento dos usuários tanto online como fora da internet. Fatores envolvidos incluíram atos de violência, incitação a esses atos com base em preconceito racial, descrever a si mesmos como seguidor de um discurso de ódio ou praticar esse discurso em seus perfis.

Na tarde deste sábado (27), ativistas da causa animal se mobilizaram na praça da Beira Rio, localizada no bairro da Torre, Zona Norte do Recife. Dezenas de pessoas reunidas pediram pelo fim do abandono de gatos no local, que também está servindo como uma espécie de desova dos animais. De acordo com os ativistas, em 10 dias, cerca de 30 gatos foram mortos no local.

A praça da Beira Rio está servindo como um local de abandono de gatos há mais de 11 anos, de acordo com Maria Eunice Pereira, 62 anos, que é reconhecida como a primeira pessoa a se mobilizar em favor dos bichos abandonados no local. Ela foi quem iniciou os cuidados para com os gatos abandonados na Beira Rio, conseguindo levar ração para os pets.

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"O número de gatos abandonados aqui só vem aumentando. A gente consegue fazer (eventos de) adoção, mas para cada 4 adoções, mais 10 gatos são abandonados", ressaltou Maria Eunice.

Mas as dificuldades não deixam esmorecer a vontade da senhora de 62 anos ajudar os bichanos. “Eu venho por piedade a esses animais que não tem nada a ver. Eles já são abandonados e isso já é uma coisa terrível, por isso eu pretendo continuar ajudando”, revelou.

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Apenas uma coisa está deixando os defensores da causa animal com medo: a falta de policiamento, que acaba favorecendo aos que matam os gatos no local. Eunice garante que já entrou em contato com o poder público, mas nada mudou. Ela conseguiu reunir pessoas dispostas a somar com a causa.

Rebbeka Cynthia Oliveira, 37 anos, é uma das engajadas na proteção dos gatinhos abandonados. Se envolveu tanto que já adotou dois bichanos. “O primeiro que adotei era bem magrinho, com a barriga grande, cheio de verme, e hoje ele está um gato bem grande e gordo, nem parece que era um gato de rua. A segunda (adoção) faz menos de um mês”, relatou.

Durante a atividade, uma encenação do grupo "Vozes em Luto Nordeste" levou os manifestantes às lágrimas. Um áudio de gatos sendo torturados foi colocado em um megafone, flores com “sangue” foram dispostas no chão e cartazes mostrando as atrocidades vividas pelos gatos e cachorros foram o pano de fundo.

A ativistas e vereadora do Recife, Goretti Queiroz, integrou o movimento e se comprometeu em auxiliar na causa. “Nós solicitamos e já alguns aspectos já foram resolvidos pela prefeitura, como a melhora da iluminação, podação de árvores. Estamos com um impasse na relação das câmeras de segurança, mas já solicitamos a Secretaria de Segurança um apoio para colocarmos, com meus próprios recursos, as câmeras”, prometeu a vereadora.

Goretti afirma que até a próxima segunda-feira (29), estará colocando um sistema de segurança na praça Beira Rio, já que a Prefeitura do Recife, segundo ela, disse que não tinha como colocar os equipamentos agora. “Estou fazendo um contrato enquanto pessoa física com uma empresa de sistema de segurança. Na segunda (29), às 10 horas da manhã, estamos vindo com o coronel da Secretaria de Segurança para definirmos os locais da instalação (das câmeras)”, finalizou a vereadora.

O Comitê Estadual Lula Livre realizou uma reunião de rearticulação, na sede da Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco (CUT-PE), nessa quarta-feira (20). O encontro foi convocado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Entre os participantes, estavam integrantes de comitês de base do Recife e Olinda, das universidades Federal e Rural, Fé e Política, CUT, CTB, MST, representantes de movimentos de cultura da juventude, mulheres, LGBTs, combate ao racismo, sindicatos, mandatos parlamentares e partidos políticos.  

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Na ocasião, estiveram presentes, ainda, dirigentes do PT, do PCdoB e do PCO. Além de destacar a reativação dos comitês municipais Lula Livre, no interior do Estado e na Região Metropolitana do Recife, o encontro funcionou também para compor uma comissão organizadora para a jornada mundial Lula Livre que ocorre de 7 a 10 de abril.

No próximo dia 7 de abril completa um ano da prisão do ex-presidente Lula. Na avaliação dos integrantes do movimento, é necessária uma ampla articulação com todos que defendem a democracia para garantir um forte movimento de rua em defesa da liberdade de Lula, combinado com o combate às reformas propostas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

No Recife, no dia 7 de abril haverá um ato político cultural e também serão organizadas atividades nas praias, em praças e nas ruas. Haverá panfletagem, venda de bottons, adesivos e camisetas. A ideia é que esses atos também se realizem nos municípios do interior.

Ativistas e pesquisadores da área de direitos humanos dedicados à segurança pública foram alvos prioritários de pesquisas online feitas pelo PM reformado Ronnie Lessa ao longo do ano que antecedeu os assassinatos a tiros de Marielle Franco (PSOL) e Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Acusado de ter feito os disparos, Lessa foi preso na semana passada e a Justiça já acolheu denúncia do Ministério Público.

Policiais responsáveis pela investigação do crime analisaram as buscas feitas por Lessa a partir de 1º de janeiro de 2017. "A análise incidente sobre o perfil das pesquisas indica singular obsessão pelo parlamentar Marcelo Freixo", aponta o relatório, lembrando que foram mais de 30 pesquisas sobre o deputado do PSOL. Em abril de 2017, no entanto, Lessa pesquisou também informações sobre o deputado estadual Flávio Serafini. Em julho de 2017, o PM reformado ampliou suas pesquisas e buscou dados sobre pesquisadoras da ONG Redes da Maré e da Anistia Internacional.

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"A gente acabou sabendo dessa questão em função da prisão dele na semana passada e por intermédio da imprensa", afirmou a ativista Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré. "A minha questão é: desde quando a polícia e o MP sabem disso?"

No mesmo mês, Lessa realizou pesquisas sobre Pedro Mara, diretor do Ciep 210, de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O professor se envolveu em uma polêmica com o então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), que pediu seu afastamento da escola por ter uma folha de maconha tatuada no antebraço. Ao saber que seu nome aparecia nas buscas de Lessa, Mara anunciou que pretender deixar o País.

No início de março de 2018, o PM reformado também fez pesquisas sobre a socióloga Julita Lemgruber e a antropóloga Alba Zaluar. "A revelação de que se estava investigando nomes de pessoas que se dedicam à questão da garantia de direitos é muito grave e torna ainda mais urgente que a polícia chegue aos mandantes dessas mortes", afirmou Julita. Alba também considerou o fato grave. "Isso é muito ruim, uma interferência no processo democrático", disse ela. Procurada ao longo do dia, a defesa de Ronnie Lessa não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ativistas ligados à organização Memory Gaps lideram um movimento para demolição de uma sacada, construída em 1938, para Adolf Hitler discursar. A sacada faz parte de um edifício histórico que atualmente pertence à prefeitura de Viena, na Áustria.

A varanda, construída às pressas para Hitler discursar, foi remodelada para ficar de acordo com a fachada neogótica do edifício. Para os ativistas, além do peso da origem de sua construção, a obra não combina com a linha arquitetônica da torre principal.

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De acordo com a imprensa austríaca, as autoridades do país foram surpreendidas com o pedido dos ativistas. Não há consenso sobre a proposta; muitos defendem a manutenção da varanda por motivações históricas.

A diretora da comissão responsável por pesquisar e devolver bens roubados pelos nazistas, Eva Blimlinger, disse que, como tudo o que resultou do nacional-socialismo, a varanda também faz parte da história.

A relação da Áustria com seu passado nazista continua sendo uma questão difícil, ainda mais com a legenda de extrema direita Partido da Liberdade (FPÖ) que assumiu o governo no ano passado.

*Com informações da Deutsche Welle, agência pública de notícias da Alemanha.

O congolês Denis Mukwege e a iraquiana Nadia Murad foram laureados nesta sexta-feira (5) com o Nobel da Paz de 2018 "por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como uma arma de guerra e conflito armado".

O ginecologista Mukwege, conhecido como "doutor milagre", passou grande parte da sua carreira tratando as vítimas de violência sexual na República Democrática do Congo. Além disso, foi um crítico do governo congolês e de outros países por não fazerem o suficiente para acabar com os abusos contra mulheres, principalmente em locais que estão enfrentando conflitos armados.

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Segundo a Academia do Nobel, o médico de 63 anos e sua equipe trataram cerca de 30 mil vítimas. Murad, por sua vez, é uma mulher da minoria religiosa yazidi. Ela se tornou uma ativista dos direitos humanos após ter sido escrava sexual do Estado Islâmico (EI) no Iraque por três meses.

Descrita como uma pessoa que mostra uma "coragem incomum", ela fugiu dos terroristas em 2014 e liderou uma campanha para impedir o tráfico de seres humanos e libertar os yazidis da perseguição.

Segundo a Academia, Murad é mais uma das milhares de mulheres que sofreram abusos sexuais no Iraque. A violência sexual é utilizada pelo grupo terrorista como uma arma de guerra.

Da Ansa

A Polícia russa liberou, nesta quarta-feira (1°), quatro membros do grupo de ativistas Pussy Riot, dois dias depois de tê-los detido quando saíam da prisão.

Os quatro acabavam de cumprir uma pena de 15 dias de detenção por invadirem o estádio do final da Copa do Mundo de futebol.

Veronika Nikulshina, Olga Kuracheva, Olga Pakhtusova e Piotr Verzilov foram soltos pela manhã, indicou Verzilov no Twitter.

"Em liberdade após passar 16 dias detidos!", escreveu ele junto com uma foto na qual os quatro aparecem sorridentes, dançando na frente da delegacia, logo após sua soltura.

Os quatro ativistas ficaram presos por 15 dias por invadirem o gramado do estádio durante a final do Mundial de futebol, disputada entre França e Croácia, em 15 de julho, em Moscou.

Eles foram declarados culpados de "violar gravemente as regras de comportamento dos espectadores". Além da pena de detenção, também foram proibidos de assistir a eventos esportivos por três anos.

Nesta segunda, logo após serem soltos, foram novamente detidos pela Polícia, acusados de terem participado de um protesto não autorizado e de terem desobedecido as forças de segurança.

Isso poderia ter-lhes custado até 25 dias na prisão, mas um tribunal de Moscou rejeitou na terça à noite seu comparecimento e devolveu o caso dos quatro ativistas à Polícia, disse um porta-voz dessa corte à agência oficial de notícias TASS.

O grupo terá de se apresentar na sexta-feira à delegacia de Polícia.

A Justiça do Rio condenou 23 manifestantes que participaram dos protestos de 2013 e 2014 no Rio de Janeiro, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. O juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, considerou que o grupo promoveu ações violentas no período e os condenou em até 7 anos de prisão em regime fechado. A decisão foi publicada na noite desta terça-feira, 17.

Os manifestantes foram condenados pelos crimes de associação criminosa e corrupção de menores. O juiz, porém, não decretou a prisão preventiva do grupo. Eles poderão recorrer da decisão em liberdade.

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Uma das condenadas foi a manifestante Elisa Pinto Sanzi, conhecida como Sininho. O juiz considerou que Elisa era "a líder", juntamente com Luiz Carlos Rendeiro Júnior, vulgo "Game Over", do grupo de manifestantes.

Segundo o juiz, "a ela cabia, com sua ascendência sobre os demais, arrecadar as doações e organizar as manifestações, deliberando sobre a participação de membros e as ações diretas (atos de violência e vandalismo) contra policiais militares e símbolos do poder e do capitalismo".

"Cumpre destacar que a apreensão de duas folhas de caderno na residência de Elisa, vulgo 'Sininho', deixaram ainda mais inequívoca a finalidade de praticar delitos da associação criminosa majorada, haja vista que nestas duas folhas há menção expressa a ações diretas, e a atacar prédios públicos", apontou o juiz.

Também foram condenados, na sentença, Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, que respondem em liberdade pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, atingido por um rojão na cabeça. "Note-se que Caio Silva de Souza, em suas declarações de fls. 505/507, afirmou que conhecia Fábio Raposo das manifestações, 'onde cooperaram juntos', tendo ainda contado com detalhes como Fábio Raposo lhe deu o sinalizador que vitimou, de forma fatal, o cinegrafista Santiago Andrade", disse o juiz.

Em 2015, o Ministério Público havia pedido a prisão de 18 réus e a absolvição de cinco ativistas. Os manifestantes chegaram a pedir a suspeição do juiz no caso, alegando "parcialidade", mas a 7.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro julgou improcedente o pedido.

As defesas do grupo não foram localizadas pelo reportagem até a conclusão desta edição matéria.

Imagens antigas, filmes de ficção e até mesmo vídeo games - todos os meios são usados para produzir "fake news" em uma Síria destroçada pela guerra, o que representa um trabalho gigantesco para um coletivo de mídia dedicado a desmascarar essas histórias.

Os protestos contra o regime sírio, iniciados em 2011, levaram a um conflito violento. Durante todo o processo, surgiu uma torrente interminável de "notícias" fabricadas, auxiliadas pelo alcance rápido das mídias sociais.

Para trazer clareza e verdade a uma guerra cada vez mais complexa, o ativista e jornalista Ahmad Primo, de 32 anos, fundou o Verify-sy, uma plataforma eletrônica que monitora e checa histórias sobre o conflito.

"Como repórteres, jornalistas e ativistas, nós temos uma responsabilidade", explica Primo à AFP.

"O que está acontecendo hoje será escrito como história, e não queremos que seja uma história falsa", continua.

Anos atrás, Primo participou de protestos na cidade de Aleppo (norte) e trabalhou em um website que publicou notícias sobre o movimento popular.

Depois de ser detido três vezes por forças de governo, mudou-se para o território do norte da Síria antes de partir para a Turquia.

"Fui detido por publicar a verdade sobre o que está acontecendo (no território do regime), e quando me mudei para regiões controladas pela oposição, notei que eles também manipulavam a verdade", afirma.

"Minha reação era de que não podia ficar calado até que acabássemos com esses opressores - e há muitos opressores agora na Síria", continua.

Na Síria, as "fake news" não são novidade, diz Primo.

Antes do presidente Bashar al-Assad, "nós crescemos com a ideia de que (seu pai, o presidente) Hafez al-Assad duraria para sempre. Mas, então, ele morreu. Então, o que significa 'para sempre'?"

- 'Vídeo game' -

O Verify-sy, cujos voluntários recebem algum financiamento de países europeus, trabalha com uma série de plataformas para aniquilar as "fake news".

No Twitter, publica capturas de tela de novas histórias enganosas, marcadas com um "X" em vermelho e põe ao lado versões corretas, marcadas com um sinal de visto em verde.

"Nós consideramos que qualquer foto ou texto jornalístico que seja amplamente publicado como algo que devemos monitorar e verificar", diz Primo.

Para seu colega 'fact-checker', Dirar Khattab, as notícias falsas viajam mais rápido do que a verdade.

"Qualquer um que tenha uma conta em redes sociais com muitos seguidores vira um novo canal de notícias", diz ele, também de 32 anos.

Entre as histórias que o Verify-sy desmascarou está uma foto que viralizou em maio, supostamente mostrando ataques aéreos israelenses em Damasco.

A foto, na verdade, era de um bombardeio de Israel à Faixa de Gaza em 2014.

A cada novo ataque militar na Síria, a equipe viu seu volume de trabalho disparar - eles analisam de quatro a cinco histórias por dia, pelo menos, diz Primo.

Em junho, enquanto as tropas do governo preparavam um ataque à província de Daraa, no sul da Síria, páginas da oposição publicaram a gravação de uma voz supostamente do minarete de uma mesquita, conclamando os rebeldes a pegar em armas.

O Verify-sy descobriu que que se tratava de uma gravação feita em 2015 no Iêmen.

A plataforma funcionou em inglês e árabe por anos, e recentemente abriu um serviço em turco quando rebeldes baseados em Ancara atacaram uma região curda no noroeste da Síria.

"Uma vez, saiu um vídeo clipe circulando nas páginas de notícias turcas mostrando combatentes sendo monitorados com óculos de visão noturna", lembra Primo.

"Quando checamos, descobrimos que se tratava de imagens extraídas de um video game", completa.

- Filmagem -

Os Capacetes Brancos, socorristas que ajudam vítimas de bombardeios do regime em áreas rebeldes, têm estado no centro de notícias falsas.

Em outro vídeo clipe que viralizou, homens que se apresentavam como membros dos Capacetes Brancos eram vistos representando em um set de filmagens, gerando acusações de que o grupo encenaria imagens de seus resgates.

Mas depois descobriu-se que a cena era, na verdade, de um filme produzido por um cineasta pró-regime para causar danos à imagem dos Capacetes Brancos.

A equipe de Primo conta com várias ferramentas para verificar as notícias. Eles usam métodos tradicionais, como checar com seus jornalistas e fontes no terreno.

Mas também usam a busca de imagem reversa do Google para determinar se uma foto apresentada como o flagrante de um evento na verdade é mais antiga e se refere a um acontecimento totalmente diferente.

Às vezes, os membros da equipe são capazes de identificar fotos e vídeos antigos imediatamente.

Khattab lembra, em dezembro de 2016, de ter visto o enviado das Nações Unidas para a Síria, Bashar Jaafari, exibir no Conselho de Segurança da ONU uma imagem supostamente capturada momentos antes de Aleppo recuperada pelo regime das mãos dos rebeldes.

"Eu o vi segurando uma foto de um soldado de quatro, com uma mulher pisando em suas costas para descer de um caminhão", afirmou. "Mas soube que a foto era do Iraque".

Para ajudar em seu trabalho, o grupo criou uma página no Facebook, que permite aos usuários postar supostas fraudes para que eles possam checar.

Mas com apenas seis voluntários trabalhando no projeto em seu tempo livre, a tarefa é gigantesca.

"Todo dia há 'fake news'", diz Khattab.

"Se quiséssemos monitorar as notícias da Síria minuto a minuto, não pararíamos nunca", completa.

Uma coalizão de grupos ativistas anunciou nesta segunda-feira (21) uma campanha para desmembrar o Facebook, argumentando que a enorme rede social "tem muito poder sobre nossas vidas e sobre a democracia".

Os grupos criaram um site e um perfil no próprio Facebook para angariar apoio para uma petição à Comissão Federal de Comércio dos EUA para exigir que a empresa de mídia social desmembre Instagram, WhatsApp e Messenger em redes concorrentes e "imponha regras fortes de privacidade".

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O esforço foi lançado por grupos focados em direitos digitais, privacidade e outras causas sociais.

"O Facebook e Mark Zuckerberg acumularam poder em quantidade assustadora", disseram os grupos em seu site.

"O Facebook decide unilateralmente sobre as notícias que bilhões de pessoas em todo o mundo veem todos os dias. Ele compra ou leva à falência potenciais concorrentes para proteger seu monopólio, matando a inovação e a escolha. Ele rastreia quase todos os lugares que acessamos na internet e, através de nossos smartphones, até aonde vamos no mundo real", acrescentaram.

O esforço acontece em um momento no qual o Facebook é criticado nos Estados Unidos e em outros países pelo compartilhamento de dados de aproximadamente 87 milhões de usuários.

Em resposta à campanha, um porta-voz da empresa disse que o Facebook "está em um ambiente competitivo onde as pessoas usam nossos aplicativos ao mesmo tempo em que usam serviços gratuitos oferecidos por muitos outros".

O porta-voz declarou por e-mail que "a pessoa comum usa oito aplicativos diferentes para se comunicar e permanecer conectado".

O presidente-executivo e fundador da empresa, Mark Zuckerberg, disse no Congresso norte-americano no mês passado que acha que o Facebook é um monopólio.

Segundo estimativas, o Facebook tem cerca de dois bilhões de usuários em todo o mundo e seus serviços de mensagens instantâneas, Messenger e WhatsApp, somam mais de um bilhão de pessoas.

Um desmembramento da rede social e seus aplicativos exigiria uma longa investigação pelas autoridades dos EUA, além de uma batalha judicial potencialmente longa.

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Pelo segundo dia seguido, manifestantes tomaram as ruas do Centro do Rio nesta sexta-feira (16), para denunciar o extermínio da população negra e pobre nas favelas cariocas.

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O ato convocado para cobrar do poder público uma investigação minuciosa do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e de seu motorista Anderson Gomes, também lembrou as mortes do pedreiro Amarildo, na Rocinha, e de Claudia Ferreira, que foi arrastada por uma viatura da PM. Ambos os crimes aconteceram em 2014 e tiveram policiais militares envolvidos.

A informação de que o lote de munições usado na execução da parlamentar foi adquirido pela Polícia Federal e que grupos da milícia da Zona Oeste do Rio são suspeitos de serem os mandantes motivou a militância a seguir pedindo o fim da intervenção militar no Rio e a desmilitarização da polícia.

Com velas acesas em punho, o grupo marchou da Assembleia Legislativa (Alerj) em direção à Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia, onde Marielle cumpria o mandato conquistado na última eleição.

Nem a chuva forte que começou a cair foi capaz desmobilizar o grupo, que continuou gritando palavras de ordem sem represália das forças policiais. “É fácil saber que quando eles [a PM] são os culpados eles não querem dar a cara, são uns cocardes. E como eles são os culpados pela morte dessa mulher negra, favelada e sapatão, então eles não querem estar presentes”, ratificou Indianare Siqueira, do PSOL, e amiga de Marielle.

Um novo ato será convocado para a próxima segunda-feira (19).

O combate ao conservadorismo político que se instala no país e a ampliação da democracia foram os motes de debates durante a Virada Política que acontece na Faculdade de Direito do Recife, na área central da capital pernambucana, neste sábado (11). Criada desde 2014, “para combater a polarização política do país”, é a primeira vez que a iniciativa é realizada no Recife. O encontro reúne movimentos e ativistas de diversos setores.

“Vivemos um processo de elitização da política e não temos o debaixo para cima acontecendo, ou seja, um político que se sinta povo ou o povo que se veja representado por um político. Aqui queremos debater isso, uma transformação que quebre paradigmas e a onda conservadora que se instala no país”, salientou Rodrigo Assis, um dos organizadores do evento e membro do Movimento Acredito e da Escola de Inovações Políticas e Públicas. 

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Citando como exemplo de conservadorismo a ascensão de nomes como o do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), que aparece nas pesquisas de intenções de votos para 2018 como o segundo mais citado, Rodrigo Assis disse que a sociedade não pode ser vencida pelo medo e a falta de diálogo na política. “O medo não pode vencer de maneira nenhuma o debate e o diálogo. Defendemos não um progressismo pelo progressismo, mas um olhar à frente mesmo baseado no diálogo da população com a política”, ponderou. 

Além do painel abordando a conjuntura política atual, outros debates foram norteados por temas como a construção de pensamento crítico e atuação política para juventude, além de corrupção e ações políticas nos bairros.

Trazendo à tona a construção de políticas nos bairros do Recife, a líder do Centro de Comunicação da Juventude (CCJ), Jéssica Vanessa, apresentou a iniciativa “Role nas quebradas” que visa ampliar a discussão do empoderamento da mulher negra e a expectativa desta população diante da conjuntura municipal em bairros como Peixinhos, Jardim São Paulo e Chão de Estrelas. 

“Nosso intuito é quebrar o silêncio que existe nessas comunidades através da comunicação e do debate político. Falta diálogo da gestão que administra a cidade com a população periférica, pois o Recife é pensado para as elites. Por exemplo, a LOA e o PPA não tem verba para a juventude, enquanto R$ 10 milhões é destinado para o gabinete do prefeito [Geraldo Julio -PSB]. Então em momentos como essa Virada Política e no dia a dia das comunidades nós queremos formar as pessoas e incentivar que elas tenham voz e possam ir à luta por mais democracia”, destacou. 

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Legisladores, ativistas, filantropos e ambientalistas exigiram nesta quinta-feira, em frente ao Congresso dos Estados Unidos, uma reforma migratória para regularizar milhares de "dreamers", jovens sem documentos que estão apreensivos após a derrogação de um programa que evita temporariamente sua deportação.

"Eles acreditam nesse país, em seus ideais, em sua Constituição. Sonham em ser parte do futuro deste país", disse a senadora democrata Kamala Harris, diante de dezenas de manifestantes reunidos nos jardins do Capitólio.

O pedido não é novo, mas se tornou urgente há um mês, quando o presidente Donald Trump derrogou o decreto de Ação Diferida para os Chegados na Infância (Daca, em inglês), que desde 2012 outorga estatuto legal temporário a 700.000 imigrantes sem documentos chegados ao país ainda crianças, a maioria da América Latina.

A resolução, que abriu uma janela de seis meses para o cancelamento definitivo do programa, marcou esta quinta-feira, 5 de outubro, como data limite para renovar as permissões que vencem entre 5 de setembro e 5 de março de 2018.

Harris urgiu a todos os envolvidos a ter suas solicitações entregues até meia-noite e pediu que não cruzem os braços diante de uma luta maior: conseguir finalmente que aprovem o "DREAM Act", acrônimo de "Lei de Fomento para o Progresso, Alívio e Educação para Menores Estrangeiros", um polêmico projeto que não obteve os votos em 2010 em um Congresso dominado pelos republicanos, o qual deu lugar à criação do Daca pelo então presidente Barack Obama.

A veterana senadora Elizabeth Warren e o representante Luis Gutiérrez, ambos do Partido Democrata, também advogaram por uma solução definitiva para os jovens sem documentos.

Gutiérrez anunciou que não votará a lei de orçamento que o governo necessita para 9 de dezembro se não resolver a situação migratória dos "dreamers".

"Os republicanos não têm os votos para o orçamento. A questão é se (os democratas) vamos permitir sermos usados novamente para aprová-lo ou se vamos parar e dizer 'não'", explicou depois o legislador à AFP.

Segundo fontes da organização United We Dream, que patrocina a causa dos "dreamers", cerca de dois milhões de pessoas poderiam ser beneficiadas pelo "DREAM Act" de um total estimado de 11 milhões de imigrantes em situação ilegal.

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