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A distribuidora de filmes Orient Cinemas, situada no River Shopping Petrolina, Sertão de Pernambuco, foi condenada a arcar com R$ 30 mil por dano moral coletivo, após ação civil pública pedida a Justiça do Trabalho pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). De acordo com o MPT-PE, a punição se deu por causa de várias irregularidades trabalhistas ocorridas no cinema situado no centro de compras, tais como assédio moral exercido pela gerência do cinema, anotação incorreta da jornada de trabalho e falta de pagamento de horas extras.

Para respeitar a legislação trabalhista, a distribuidora deverá fazer corretamente a anotação do horário de trabalho, conceder os intervalos intrajornada e interjornadas previstos por lei, bem como propiciar o descanso semanal de 24 horas consecutivas, além de pagar o salário mensal, horas extras e adicionais até o quinto dia útil do mês seguinte ao trabalhado. A ação é de autoria da procuradora do Trabalho Vanessa Patriota Fonseca e foi movida após a Orient negar-se a assinar de Termo de Ajuste de Conduta (TAC) junto ao MPT.

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De acordo com a procuradora, manter a saúde dos trabalhadores é o objetivo principal da ação. "Os dispositivos relacionados à jornada de trabalho e à concessão de repouso possuem por fundamento a preservação da saúde do trabalhador e a garantia do direito constitucional ao lazer e à convivência familiar e comunitária”, comenta, conforme informações da assessoria de imprensa.

A distribuidora de filmes também deverá acompanhar de perto os empregados que sofreram assédio moral, para impedir que novos casos aconteçam. A empresa também está obrigada a realizar campanhas periódicas sobre o assunto, tendo como público alvo funcionários com, no mínimo, dois anos de firma. Segundo o MPT, havendo descumprimento das normas, será aplicada uma multa no valor de R$ 10 mil para cada item não cumprido, bem como R$ 1 mil por trabalhador prejudicado.

O River Shopping Petrolina reitera que sua ligação com a Orient se resume ao aluguel de um espaço para a empresa, como ocorre com outros lojistas. Dessa forma, o centro de compras esclarece que não tem qualquer vínculo com os atos descritos pelo MPT como fraudes trabalhistas. Já o setor de marketing da distribuidora de filmes ainda não possui um posicionamento formalizado para divulgação. 

O Ministério abre as possibilidades de novas denúncias, caso o trabalhador entenda que está sendo prejudicado. O procedimento pode ser feito pelo site do órgão ou em uma unidade do MPT.

A popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu uma queda no Recife, após a série de denúncias envolvendo seu nome em irregularidades que estão sendo investigadas pela Justiça Federal. Na capital pernambucana, a conjuntura negativa teria reflexo nos votos destinados ao ex-presidente, caso ele estivesse concorrendo a um cargo eletivo hoje, ao menos é o que indica um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), divulgado nesta segunda-feira (22). De acordo com a amostra, 76,2% dos recifenses já votaram em Lula, no entanto, se ele fosse candidato atualmente 62,9% não o elegeriam. 

Ao responder a pesquisa, encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, 23,8% dos entrevistados observaram nunca ter votado no líder petista. Já quando o questionamento foi sobre uma possível candidatura hoje, apenas 35,6% pontuou que votaria em Lula e 1,4% não soube responder. 

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Na primeira vez que foi eleito, em 2002, o ex-presidente recebeu 389,8 mil votos na capital pernambucana no primeiro turno e 502,2 mil no segundo. Já em 2006, quando disputou a reeleição, Lula foi o preferido por 518,6 mil recifenses no primeiro turno e por 588 mil no segundo. Por ser o primeiro pernambucano a ocupar a Presidência da República, o apelo regional se enraizou entre os eleitores e criou-se o que hoje é conhecido no meio político como “Lulismo”. 

A influência do petista, entretanto, tem sido colocada de lado entre seus defensores ferrenhos. “Há uma queda visível do ‘Lulismo’ no Recife. As denúncias de corrupção ajudam o nível de descrença. Podemos dizer que houve uma decepção eleitoral dos recifenses”, analisou cientista político e coordenador do IPMN, Adriano Oliveira. 

Maioria do recifenses não admira Lula

Assim como o percentual de recifenses que votariam no ex-presidente teve uma redução considerável, o nível de admiração do líder petista também caiu. Dos entrevistados pelo IPMN, 62,8% afirmou não admirar Lula enquanto 37,2% disse que admira. Destes a maioria são das classes D e E (51%), já daqueles a maior parcela está nas classes B e C (70%). 

Indagados se um dia chegaram a admirar Lula, 61,9% dos entrevistados respondeu que sim e 38,1% afirmou que não.

O LeiaJá foi às ruas do Recife para ouvir a opinião das pessoas sobre o governo Lula. Confira no vídeo abaixo:

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O possível envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em irregularidades investigadas pelas operações Lava Jato e Zelotes, da Polícia Federal, tem ampliado a descrença da população quanto à honestidade do petista. No Recife, um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) constatou que 65,5% da população não acredita que o líder do PT é honesto, enquanto 26,8% dizem que sim. 

A amostra, divulgada nesta segunda-feira (22), foi encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio. De acordo com os dados da pesquisa, 77,5% dos entrevistados têm conhecimento das denúncias contra o ex-presidente e 17,8% não ouviram falar sobre o assunto. 

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Uma série de acusações pesa sobre o petista, entre elas, a provável participação dele na venda de Medidas Provisórias (MP), editadas durante o seu governo, para conceder benefícios fiscais a montadoras de veículos por R$ 2,5 milhões; além da compra de um tríplex no Guarujá, reformado pela empresa OAS – uma das empreiteiras envolvidas nas fraudes em contratos da Petrobras; e da reforma do Sítio Atibaia, feita pela Odebrecht, também investigada na Lava Jato.  

Indagados se acreditavam ou não nessas denúncias 68% dos entrevistados pelo IPMN disseram que sim, enquanto 24,7% apontaram que não e 7,3% não souberam responder. Aos que disseram ter ouvido falar, o Instituto questionou sobre qual denúncia mais teria chamado a atenção deles. Questões ligadas às fraudes na Petrobras e outros meios de lavagem de dinheiro foram as mais citadas espontaneamente pelos entrevistados, 9,8% cada; desvio de verbas (9,3%), o caso do triplex no Guarujá (8,1%), a reforma do sítio Atibaia (6,4%) e o tráfico de influência com a empresa Odebrecht (5,8%) também foram citados. 

Apesar da descrença da população, a gama de acusações envolvendo o ex-presidente tem dividido os setores políticos. Para os aliados, a divulgação de casos que possam ter a participação de Lula é uma investida da oposição para enfraquecer o retorno do petista na corrida eleitoral em 2018. Já os oposicionistas acreditam ser este o momento oportuno para mostrar ao país o que eles chamam de “a verdadeira face de Lula”. 

Sob a ótica do cientista político e coordenador do IPMN, Adriano Oliveira, as acusações podem pesar contra o ex-presidente eleitoralmente. “Lula precisa torcer para que as denúncias cessem e no momento oportuno, que eu acredito já ser agora, explicar que todas elas, se são verdadeiras ou inverídicas. Ele precisa quebrar o silêncio e se explicar para a população”, recomendou o estudioso.

Dados da pesquisa

A pesquisa do IPMN ouviu 624 pessoas no Recife, nos dias 15 e 16 de fevereiro. O nível de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos.

Horas depois de Neymar publicar em seu site um texto intitulado "Quatro perguntas ao procurador Thiago Lacerda", o Ministério Público Federal em Santos (MPF-SP) decidiu detalhar a denúncia protocolada no último dia 27 na Justiça Federal e que já havia sido revelada no fim de semana pela revista Veja. O craque e seu pai, também chamado Neymar, são acusados de sonegação tributária e falsidade ideológica.

O longo texto publicado no site do MPF não cita o procurador Thiago Lacerda e também não entra no mérito, explorado pelo comunicado emitido mais cedo pelo jogador, de que o Santos foi quem solicitou a abertura da empresa NR Sports para poder fazer pagamentos ao atleta. O MPF, entretanto, procura detalhar como o jogador e seu pai aproveitaram-se da criação de empresas do que o MPF chama de "Grupo Neymar" para receber pagamentos relativos a direitos de imagem, salário e outros rendimentos. Ao receber por meio de empresas, Neymar pagou impostos menores do que os que deveria à Receita Federal como pessoa física.

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A denúncia do MPF, entretanto, vai muito além dos pontos levantados mais cedo por Neymar, alegando que o jogador, seu pai, e dois presidentes do Barcelona (Sandro Rosell e Josep Bartomeu) "forjaram uma série de documentos entre 2006 e 2013 com o intuito de suprimir impostos devidos à Receita Federal do Brasil". De acordo com o MPF, "os esquemas arquitetados envolveram três empresas ligadas à família do atacante", que "não possuíam capital social nem capacidade operacional condizentes com a movimentação financeira realizada".

Ainda de acordo com a denúncia, "as fraudes foram praticadas em contratos relacionados ao uso do direito de imagem de Neymar enquanto atuava pelo Santos, a partir de 2006, e durante o processo de transferência do jogador ao Barcelona, cujas negociações tiveram início em 2011". "A conduta de Neymar, com a participação dos demais denunciados, gerou prejuízos milionários aos cofres públicos", destaca o site do MPF, que lembra que, em setembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região bloqueou R$ 188,8 milhões do jogador, do pai e das empresas da família.

Rebatendo a nota publicada mais cedo por Neymar, o MPF diz que ele e seu pai "puderam, por meio de advogados, ter acesso a documentos e se manifestar". "Atendendo a pedido da defesa, o MPF chegou a ouvir o pai do jogador no curso do inquérito", lembra o MPF.

CONFIRA O TEXTO PUBLICADO PELO MPF DETALHANDO A DENÚNCIA CONTRA NEYMAR:

"Entre 2006 e 2013, o pai do atleta foi o principal mentor e articulador de uma série de fraudes contratuais para o uso do direito de imagem de Neymar, sobretudo por meio da Neymar Sport e Marketing. Diversos contratos foram firmados no período com empresas, o Santos Futebol Clube e o Barcelona para a realização de trabalhos publicitários e a exploração da imagem do atacante em atividades de promoção das agremiações esportivas. Os serviços eram prestados unicamente por Neymar, mas os recursos eram pagos à firma controlada por seu pai como forma de diminuir a base de cálculo de tributos e, assim, reduzir a parcela devida à Receita Federal.

A sonegação envolvia mais de 55% dos valores a serem pagos em tributos. A diferença se deve à forma de cálculo das alíquotas que incidem sobre contribuintes físicos e jurídicos. Consideradas as altas quantias das transações, Neymar seria obrigado ao pagamento de 27,5% dos valores desses contratos a título de Imposto de Renda sobre Pessoa Física (IRPF). No entanto, o uso de uma pessoa jurídica para o recebimento das cifras referentes a serviços prestados no Brasil reduziu a fatia para 12,53%. Em acordos com empresas no exterior, o desfalque passou de 67%, uma vez que a parcela de impostos sobre os rendimentos de empresas auferidos fora do país chega a apenas 8,88%.

As investigações apontaram irregularidades na própria constituição da Neymar Sport e Marketing. A empresa foi fundada em abril de 2006, com capital social de somente R$ 5 mil e um único ativo: o uso da imagem de um jogador profissional de futebol. Ainda que sem estrutura suficiente para isso, a firma dedicava-se exclusivamente ao gerenciamento de contratos publicitários e de marketing, trabalhos realizados individualmente por Neymar.

"A prestação de serviços está vinculada ao desempenho personalíssimo do atleta, e a abertura da sociedade teve como único objetivo a redução da carga tributária incidente sobre os rendimentos auferidos pelo atleta, já que a empresa não possui atividade econômica", escreveu o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, autor da denúncia. "Todas as 'suas receitas' são provenientes dos serviços prestados pelo atleta, e a pequena estrutura operacional da empresa não foi utilizada na prestação de serviços."

Publicidade - Para viabilizar a assinatura de parte dos acordos, o pai de Neymar foi responsável também pela simulação de um contrato de cessão de imagem do atacante à Neymar Sport e Marketing em 2009. O documento nunca foi registrado em cartório e traz apenas uma cláusula, segundo a qual o jogador transferia à empresa todo e qualquer "direito de sua imagem" até o fim de 2020. Além de esse direito ser inalienável (somente o uso do direito pode ser concedido), chamou a atenção dos investigadores o fato de não haver no pacto nenhuma menção a valores, como se a cessão tivesse ocorrido de graça.

Coincidentemente, o contrato de cessão foi assinado no mesmo dia em que o atleta firmou acordo com a Nike European Operations Netherlands, o primeiro grande contrato de publicidade de sua carreira. "É claro que Neymar Júnior não cederia esses direitos a terceiras pessoas com quem não tivesse qualquer vínculo. Só agiu dessa forma por se tratar a concessionária de uma pessoa jurídica familiar e, com isso, reduziu a tributação incidente sobre os rendimentos auferidos", destacou Nobre.

A partir de então, o atleta prestou serviços de publicidade a diversas companhias com a participação da Neymar Sport e Marketing. Em alguns deles, os pactos foram assinados diretamente pelo atacante, com pagamentos realizados à empresa. Em outros, a signatária era a própria firma, juntamente com o jogador. Pelo menos 15 contratos publicitários foram fechados entre 2009 e 2013 segundo esses procedimentos, todos com o intuito de se sonegar imposto.

Santos - O contrato de cessão de imagem foi utilizado também para justificar a participação da Neymar Sport e Marketing na assinatura dos contratos de uso de imagem do atacante com o Santos entre 2006 e 2013. No entanto, dos oito acordos cumpridos ao longo do período, dois foram firmados antes de pai e filho simularem a cessão do direito de imagem de Neymar à empresa, um dos quais é anterior ainda à emissão do registro da companhia familiar.

"Como poderia constar o CNPJ da Neymar Sport num contrato celebrado com o Santos Futebol Clube no dia 10 de maio de 2006 se o CNPJ da referida empresa somente foi expedido no dia 22 de maio de 2006?", questiona o procurador. "A resposta só pode ser uma: o contrato foi antedatado, ou seja, a data colocada no contrato é anterior à sua confecção. Trata-se, pois, de documento ideologicamente falso", conclui.

As quantias por direito de imagem, na verdade, consistiam em verbas salariais, já que eram pagas parceladamente e sem correspondência com contratos publicitários eventualmente prospectados pelo Santos. Nos oito anos de permanência de Neymar na Vila Belmiro, o jogador recebeu, a título de salário, valor quase cinco vezes inferior ao montante referente ao uso de sua imagem. O retorno em verbas publicitárias ao clube, por sua vez, foi de apenas um décimo daquilo que declaradamente pagou ao atleta como compensação à exploração comercial.

Transferência - Fraudes semelhantes foram adotadas no processo de transferência de Neymar para o Barcelona. De acordo com as investigações, o jogador e o pai, além do presidente do clube à época, Alexandre Rosell Feliu, e seu vice, Josep Maria Bartomeu Floresta, forjaram, a partir de novembro de 2011, uma série de documentos para simular a regularidade de um acordo secreto que a família do atacante e os dirigentes já haviam fechado meses antes. Novamente, as manobras permitiram a sonegação de parcela expressiva dos impostos devidos ao Fisco.

Os denunciados utilizaram outra empresa sob controle do pai de Neymar, a N&N Consultoria Esportiva e Empresarial, para concretizar a transação. Segundo o acordo que garantia a futura cessão dos direitos federativos e econômicos do atleta ao Barcelona, datado de 15 de novembro de 2011, o clube concederia imediatamente à firma um empréstimo de € 10 milhões. Outros € 30 milhões seriam pagos em setembro de 2014, quando Neymar assinasse contrato com a agremiação.

No entanto, as investigações demonstraram que o alegado empréstimo dissimulava o pagamento adiantado de uma parcela para assegurar a preferência na futura contratação do jogador. A N&N Consultoria foi constituída oficialmente em 18 de outubro de 2011 com capital social zero e sem estrutura de funcionamento. Apesar disso, o Barcelona não exigiu garantias para emprestar o dinheiro nem estabeleceu a cobrança de juros sobre o montante, solicitando apenas a devolução dos € 10 milhões no dia em que o contrato de trabalho do atleta fosse assinado.

A identificação da cifra como empréstimo permitiu que Neymar e seu pai deixassem de pagar na época os impostos sobre o valor transferido. Outros contratos igualmente simulados certificavam que a quantia remanescente a ser creditada também teria tributação reduzida. Ao delegarem à N&N Consultoria o direito de conduzir as negociações sobre a transferência do atacante a clubes europeus, esses pactos forjados atribuíam à empresa todos os encargos fiscais que caberiam a ele, pessoa física, saldar, tal como já acontecia em contratos com a Neymar Sport e Marketing.

Em 2014, ao longo do procedimento investigativo do Fisco, a N&N Consultoria impetrou um mandado de segurança contra a Receita Federal para não ter de apresentar o original do contrato firmado com Neymar em 27 de outubro de 2011, conforme exigido pelo órgão. Porém, a Justiça Federal indeferiu o pedido, pois o acordo já estava encerrado na época da requisição da Receita e, assim, a entrega do documento não representava riscos à atividade da empresa.

"De todo modo, chamou atenção que o distrato tenha sido posterior em poucos dias ao início da ação fiscal [da Receita, em março de 2014], o que reforça a necessidade de que se apure existência de qualquer elemento de ludíbrio fiscal na transferência do atleta Neymar da Silva Santos Junior para o futebol espanhol", já alertava a Justiça Federal em decisão proferida em novembro de 2014.

Barcelona - A antecipação da transferência de Neymar para 2013 possibilitou que a transação fraudulenta fosse concluída, pois o contrato simulado entre as partes previa o pagamento de "indenização" de € 40 milhões caso o prazo inicial fosse desrespeitado. Assim, alegando o cumprimento da sanção, o Barcelona amortizou o empréstimo de € 10 milhões e depositou, em duas parcelas, os € 30 milhões restantes na conta da N&N Consultoria.

A sonegação de impostos teve continuidade com outros pactos firmados entre Neymar, seu pai e o clube catalão. No mesmo dia em que o jogador assinou o termo de trabalho com o Barcelona (3 de junho de 2013), as partes celebraram mais dois contratos: o de gestão e representação e o de imagem. No mês seguinte, o contrato de arrendamento de serviços profissionais (scouting) completou a estrutura burocrática arquitetada pelos denunciados para a consecução dos crimes.

O contrato de gestão e representação reserva à N&N Consultoria 5% dos rendimentos pagos pelo Barcelona ao atacante. O porcentual corresponderia a serviços prestados por seu agente (pai de Neymar) não só nos trâmites contratuais da transferência, mas também no acompanhamento da carreira do jogador na agremiação. Porém, a Receita Federal não identificou pagamentos referentes a "gestão e representação" nos balanços da empresa, o que comprova a falsidade do acordo.

Já o contrato de imagem foi assinado com a participação de outra empresa familiar, a N&N Administração de Bens. A firma foi constituída às vésperas da contratação do jogador para garantir que sobre as futuras cifras milionárias advindas da exploração publicitária pudessem incidir alíquotas igualmente reduzidas de tributos, como nos acordos anteriores.

Caberia à Neymar Sport e Marketing, enquanto gerenciadora dos "direitos de imagem" do atleta, a participação nesse acerto. De fato, a empresa e o clube já haviam fechado um outro acordo (também simulado) relativo a publicidade, denominado "contrato de agência", pelo qual o valor fixo de € 800 mil seria pago como contrapartida a atividades comerciais que incluíssem a imagem de Neymar.

Porém, o previsível crescimento do volume de trabalhos publicitários do jogador como integrante do time espanhol passou a representar um obstáculo à sonegação. A Neymar Sport e Marketing sempre optou pelo lucro presumido como base de tributação, o que possibilitava o pagamento de impostos mais baixos devido a sua pequena estrutura e às poucas despesas. Os futuros valores de contratos publicitários de Neymar obrigariam a empresa a alterar essa forma de taxação, pois estimava-se que as quantias fariam o total de ganhos superarem o limite para o lucro presumido. A opção por lucro real, por outro lado, aumentaria a fatia de obrigações a serem pagas.

Assim, com a criação da N&N Administração de Bens, os denunciados puderam transferir à nova sociedade parte dos valores recebidos a título de uso do direito de imagem e garantir que a contabilidade das duas empresas permanecesse dentro do limite do lucro presumido. Para viabilizar a fraude, os signatários simularam a divisão entre "imagem individual" e "imagem coletiva" de Neymar, cabendo a primeira à Sport e Marketing e a segunda à companhia recém-fundada.

Além disso, a própria razão do contrato constitui uma flagrante irregularidade e evidencia a tentativa de ocultar o verdadeiro motivo da transferência de valores entre as partes. As cláusulas vinculam a cessão dos direitos de uso de imagem ao contrato de trabalho de Neymar, estabelecendo pagamentos proporcionais a salários e prêmios em vez de condicioná-los à exploração efetiva da imagem do atleta. Desta forma, 17,65% das verbas salariais eram pagas como "direito de imagem", o que permitiu a sonegação de tributos incidentes sobre essa parcela, de maneira semelhante ao que já ocorria quando o atacante jogava no Santos.

Por fim, o contrato de arrendamento de serviços profissionais foi pactuado em 30 de julho de 2013 para que a N&N Consultoria assessorasse o Barcelona na observação técnico-esportiva de três jogadores das categorias de base do Santos. O clube europeu havia adquirido o direito de preferência na futura contratação do trio, ainda como parte das negociações para a transferência de Neymar. O acordo de scouting fixou em € 400 mil a quantia anual a ser destinada à N&N pelo trabalho, o que deve totalizar € 2 milhões ao final dos cinco anos de contrato do atacante com o clube.

Entretanto, os documentos apresentados pela empresa à Receita Federal para justificar os valores recebidos são meras compilações de notícias da internet a respeito dos atletas, sem o nível de elaboração compatível com o preço cobrado. E assim como no contrato de imagem, os valores são proporcionais às verbas previstas no contrato de trabalho. As fraudes seguiram os mesmos procedimentos adotados ao longo das tratativas para a contratação do jogador, com a criação de identificações falsas que mascaravam a real natureza das quantias destinadas às empresas da família de Neymar.

"A negociação da transferência do atleta ao Barcelona foi feita num único contexto. Ou seja, toda a transação foi feita de forma globalizada, numa única negociação. Todavia, os valores a receber foram 'fatiados' em diversas rubricas: 'empréstimo', 'indenização', salários e prêmios, direitos de imagem, scouting e agência comercial, sendo certo que a maior parte dessas rubricas foram pagas a diferentes pessoas jurídicas integrantes do Grupo Neymar", escreveu Thiago Lacerda Nobre. "Os casos tiveram o mesmo objetivo: redução da carga tributária".

O MPF pede que a Justiça Federal, após a tramitação do processo penal, condene Neymar da Silva Santos Junior, Neymar da Silva Santos, Alexandre Rosell Feliu e Josep Maria Bartomeu Floresta pelos crimes previstos no artigo 1º da Lei 8.137/90 (sonegação tributária) e no artigo 299 do Código Penal (falsidade ideológica).

Os dirigentes do Santos à época da assinatura dos contratos constam da denúncia como testemunhas. As investigações sobre sua conduta e outros fatos relacionados aos contratos continuam em curso, e novas denúncias poderão ser oferecidas à Justiça Federal".

A presidente Dilma Rousseff voltou a dizer nesta sexta-feira (15) que não teme denúncias, criticou vazamentos e se mostrou disposta a apresentar qualquer documentação sobre qualquer tema. "Nos últimos dias tem havido denúncias, essas denúncias são de vazamentos. Eu não sei se as delações estão feitas ou não. Delação de quem, vazamento de quem. Mas me permita dizer, nós responderemos, eu especialmente, responderei qualquer coisa, em quaisquer circunstâncias", disse a presidente durante café da manhã com jornalistas de sites, revistas e agências internacionais.

Dilma disse ainda que as últimas denúncias que saíram "são repetições". "Para cada um dos jornais que pediram nós enviamos toda uma resposta a respeito de quem quer que seja. Se tornarem a pedir, nós tornaremos a enviar. Não tem nenhuma novidade nesta questão", afirmou.

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Essa semana foi revelado que, em delação, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró declarou à Procuradoria-Geral da República ter ouvido do senador Fernando Collor (PTB-AL) menção à presidente. Segundo Cerveró, em setembro de 2013, Collor afirmou que Dilma permitiu que ele tivesse liberdade para indicar os cargos de comando na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.

Segundo Dilma, as informações veiculadas não são claras. "A gente não sabe quem disse, quem falou e se é garantido. Não tem clareza. Para nós as perguntas nunca vêm claras", reclamou. "Quem disse? Quem me garante? Disse aquilo mesmo? E em que contexto?", questionou a presidente.

Cerveró mudou em sua delação premiada a versão sobre um suposto pagamento de US$ 4 milhões à campanha de reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. O montante, segundo publicou nesta semana o jornal Valor Econômico, teria vindo de obras da refinaria de Pasadena.

Segundo a reportagem, menções à presidente Dilma também sumiram na delação. No documento prévio, Cerveró a citava três vezes; no depoimento posterior, nenhuma. Uma das menções originais era que "Dilma incentivou Nestor Cerveró para acelerar as tratativas sobre Pasadena. Sempre esteve a par de tudo que ocorreu na compra daquela refinaria, e realizou diversas reuniões com Nestor durante todo o trâmite".

Sem citar Cerveró, a presidente afirmou que as não há nenhuma novidade sendo veiculada e que as notícias já são publicas há dois anos. "Já teve até em CPI", lembrou a presidente. "Querem a informação? Dou calhamaço feito com todas as atas do Conselho da Petrobras", disse. "Se alguém quiser poderia me pedir hoje, estou fornecendo hoje. Como eu sempre fiz", afirmou.

Várias mulheres denunciaram terem sido roubadas e agredidas sexualmente em Zurique, na noite de Ano Novo, em ataques coordenados parecidos com os registrados em algumas cidades alemãs, em especial Colônia - informou a Polícia local nesta quinta-feira.

Após as festas de Ano Novo, a Polícia de Zurique relatou ter recebido "várias denúncias por ataques sexuais e roubos". "A Polícia de Zurique procura mais vítimas e testemunhas", de acordo com a nota divulgada pela Corporação, fazendo um paralelo com a onda de agressões sexuais que teriam sido cometidas por imigrantes em várias cidades alemãs, também na virada do ano.

Quase 30 denúncias de roubos foram feitas após as festas, durante as quais cerca de 120.000 pessoas se concentraram às margens do lago de Zurique, informou uma fonte policial. Depois de investigar as denúncias, a Polícia constatou que, na maioria dos casos, as vítimas foram mulheres. Várias delas disseram ter sido atacadas sexualmente.

Seis mulheres denunciaram que foram cercadas por "vários homens de pele escura", roubadas e assediadas, completou a Polícia. Grande parte das denúncias foi apresentada nas últimas 24 horas, e a Polícia e a Procuradoria locais abriram uma investigação, acrescenta o comunicado.

A afirmação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que não renunciaria ao cargo foi encarada pelo deputado federal e correligionário, Jarbas Vasconcelos, como "um deboche" e um ato típico de uma pessoa "cínica". "Ele, com o cinismo que lhe é peculiar, debocha das instituições do país quando adota essa postura de se reafirmar no cargo o tempo todo", avaliou o pernambucano.

Em entrevista à imprensa nessa segunda-feira (19), Eduardo Cunha disse não se sentir isolado politicamente e afirmou que não precisa que seu partido ajude em sua defesa. "Vai continuar exatamente do jeito que está. Eu continuarei, não renunciarei e aqueles que desejam porventura minha saída, vão ter de esperar o fim do mandato para escolher outro", declarou na ocasião.

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Para Jarbas Vasconcelos, o posicionamento do presidente está equivocado e é questão de tempo para que o peemedebista seja destituído. "As investigações continuam e a cada passo uma nova denúncia pesa contra ele, com documentos sendo divulgados e delatores detalhando o esquema do qual ele fazia parte. A situação dele é insustentável e envergonha todo o país", disparou. "Já vi de tudo nessa vida e não me surpreendo mais com nada. Se ele pensa que irá continuar no cargo, ele está errado", acrescentou.

 

A presidente Dilma Rousseff afirmou três vezes neste domingo, 18, em Estocolmo, na Suécia, que "lamenta" que as denúncias envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, envolvam um brasileiro. Segundo ela, não houve acordo entre os chefes dos dois poderes, Executivo e Legislativo, por mais estabilidade política, mas acusou "a oposição" de ter firmado um entendimento com Cunha.

Dilma está na Suécia na primeira etapa de uma turnê pelo norte da Europa que envolve ainda a Finlândia. Na tarde de hoje, 18, após se encontrar com os monarcas da Suécia, o rei Carlos XVI e a rainha Silvia, a presidente concedeu sua primeira entrevista. Questionada pelo Estado sobre se considera pertinente firmar um acordo com Eduardo Cunha que garanta a trégua na tramitação do impeachment na Câmara, Dilma descartou a hipótese.

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"Eu acho fantástico essa conversa de que o governo está fazendo acordo com quem quer que seja", disse ela, atacando seus opositores. "O acordo de Eduardo Cunha não é com o governo, era com a oposição. Era público e notório. Até na nota aparece", disse ela. A presidente se referia a um comunicado emitido em 8 de outubro pelas direções do PSDB, DEM, PPS e PSB, no qual a oposição pediu o "afastamento do cargo" do presidente da Câmara para que ele pudesse "exercer seu direito constitucional à ampla defesa". A nota foi interpretada como fraca, uma prova de que a oposição não deseja de fato sua renúncia.

Dilma disse que não comentaria as denúncias de que Cunha tem contas não declaradas na Suíça, nas quais teria recebido propinas. Mas, indagada sobre a repercussão internacional do escândalo de corrupção envolvendo o presidente da Câmara, a presidente afirmou três vezes: "Eu lamento que seja um brasileiro".

Sobre se a crise política estaria menos intensa após as denúncias contra Cunha, a presidente afirmou não ver "grandes alterações ao longo desse semestre", mesmo depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou a interpretação do presidente da Câmara sobre o rito processual de um eventual processo de impeachment. "Nós ainda temos de alcançar uma estabilidade política baseada em um acordo no sentido de que os interesses partidários, pessoais, de cada corrente, têm de ser colocados abaixo dos interesses do País", argumentou.

Indagada sobre a qual "acordo" se referia, a presidente respondeu: "Com toda a sociedade".

Líderes do PSDB, do DEM, do PPS, do Solidariedade e da Minoria na Câmara pediram na tarde deste sábado (10) o afastamento do presidente da Casa, Eduardo Cunha (RJ), do cargo. A decisão decorre, segundo a nota, das denúncias que pesam contra o peemedebista noticiadas na imprensa.

Mais cedo, os deputados da oposição deram um ultimato para Cunha deixasse por conta própria o cargo. Mas ele avisou a oposicionistas e também a aliados que não faria isso.

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A situação contra ele se agravou nos últimos dias. Hoje, o Estado apontou que documentos enviados pelo Ministério Público Suíço comprovam que um negócio fechado pela Petrobras serviu para irrigar quatro contas no país europeu que têm como beneficiários o presidente da Câmara e a mulher dele, Cláudia Cordeiro Cruz.

"Os líderes Carlos Sampaio, Arthur Maia, Fernando Bezerra Filho (PSB-PE), Mendonça Filho (DEM-PE), Rubens Bueno e Bruno Araújo, respectivamente do PSDB, Solidariedade, PSB, DEM, PPS e Minoria, entendem que ele deve afastar-se do cargo, até mesmo para que possa exercer, de forma adequada, o seu direito constitucional à ampla defesa", disse a manifestação.

A arquitetura suntuosa da sede do Ministério da Pesca e da Aquicultura, em Brasília, esconde a trajetória de um órgão marcado, em seus 12 anos de existência, por antigas práticas de uso eleitoral da máquina pública e denúncias. A presidente Dilma Rousseff, contudo, não anunciou ainda se manterá ou extinguirá a pasta na mudança que fará na estrutura do governo.

Nascida em 2003 na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca teve uma vida de gestão pública efêmera no jogo de poder. Com um peso orçamentário de R$ 11 milhões no primeiro ano de funcionamento, atingiu R$ 72 milhões em custeio e investimentos no fim do segundo mandato do petista, quando foi rebatizada de Ministério da Pesca e Aquicultura. Hoje, sob o comando de Hélder Barbalho, herdeiro do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), tem gastos de cerca de R$ 150 milhões por ano. Atualmente, a pasta consome cerca de R$ 1 milhão por mês em aluguel, energia, água e telefone.

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A força do ministério está no cadastro do seguro-defeso, um programa de concessão de um salário mensal para pescadores em tempo de pesca proibida. O benefício é pago pelo Ministério do Trabalho, mas as carteirinhas do programa que consumiu R$ 2,3 bilhões neste ano são controladas pela Pesca. "A importância política da pasta está em cima do cadastro de pescador", afirma Gil Castello Branco, da organização Contas Abertas. "A ideia de remunerar o pescador em período de proibição da pesca é perfeita, mas onde tem benefício pode existir fraude e dificuldade de gestão." A entidade acompanha a curva dos números do seguro-defeso desde 2003, quando se gastou um total de R$ 81 milhões no repasse do benefício para 113 mil pescadores.

Origem

Ao criar a secretaria com status de ministério em 2003, Lula escolheu como titular do órgão José Fritsch, candidato do PT que ficou em terceiro lugar na disputa pelo governo de Santa Catarina no ano anterior. Com experiência em movimentos de terra e agricultura familiar, Fritsch iniciou uma parceria com governos estaduais e empresários para reduzir um gargalo de mais de duas décadas, desde a extinção da antiga Superintendência da Pesca, do tempo da ditadura militar.

Após a saída de Fritsh, em 2006, o Ministério da Pesca e Aquicultura passou por momentos de suspeição. Em 2010, o então ministro Altemir Gregolin foi acusado de desviar R$ 36 milhões de emendas do Congresso voltadas a atividades pesqueiras no Pará e no Maranhão para a compra de 28 lanchas-patrulha - ele nega irregularidades.

Entre 2012 e 2014, a pasta viveu um período "evangélico". O bispo e senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) e o também representante da Igreja Universal Eduardo Lopes comandaram a Pesca. No ano passado, o PRB loteou sua estrutura. De suas 27 superintendências estaduais, 17 eram ocupadas por filiados do partido sem relação com o setor, incluindo um piloto de avião, um diretor de TV, advogados e políticos.

Esse período foi marcado ainda pela crônica policial. Agentes da Polícia Federal e procuradores do Ministério Público abriram investigação para apurar denúncias de uso de distribuição de carteiras de pescador, que dão direito ao seguro-defeso, para fins eleitorais - Crivella nega.

Neste ano, a Pesca já gastou R$ 71 milhões em custeio e investimentos em programas. O gasto anual pode ultrapassar os R$ 110 milhões do ano passado. Enquanto a presidente não define se manterá ou extinguirá a pasta, o ministro Hélder Barbalho mantém agenda intensa em seu reduto, o Pará. No dia 18, esteve em Vitória do Xingu para inaugurar a sede da colônia de pescadores.

Depois, em Altamira, vistoriou obras de um centro de pesca, abriu uma outra colônia, deu entrevistas e instalou um escritório da pesca num prédio público da cidade. A maior parte dos 300 funcionários em Brasília, no entanto, não corre o risco de perder o trabalho por ser concursada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Primeiro ministro da Pesca, o catarinense José Fritsch defende o ajuste da estrutura do governo, mas considera a extinção da pasta uma medida "pífia" na redução de despesas. Ele faz um diagnóstico em tom de desabafo da trajetória do órgão que ajudou a implantar. "O ministério serviu para tudo nestes últimos anos, até para a religião. Houve uma total deterioração da secretaria do meu tempo. É lamentável. É a política."

Fritsch faz, porém, previsões otimistas. "Neste ano, com ou sem ministério, com ou sem crise, a aquicultura brasileira terá um aumento de até 12%", diz. A perda do status do ministério é criticada por empresários do setor. Flávio Lene, presidente da Comissão Nacional da Pesca, afirma que a pasta contribui na difícil reorganização da atividade pesqueira industrial e artesanal, massacrada pela ausência de uma política de fomento nos anos 1990. "É importante a continuação do ministério para que não haja um retrocesso", defende.

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O setor teme que uma vez transferida para a estrutura do Ministério da Agricultura, o órgão da Pesca fique espremido pelo agronegócio. Lene vê com preocupação o andamento de programas que estão em fase de implantação. A transição é considerada difícil. Ele ressalta que, atualmente, o ministério adquiriu uma feição mais técnica, com secretários capacitados.

Pulverização

No passado, a política da pesca era uma atribuição do Ministério da Agricultura. Quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou a Secretaria Especial, por uma medida provisória, em 2003, o setor fazia parte da estrutura do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Até hoje, muitas atribuições da Pesca são divididas com o órgão ambiental.

O setor reclama que o governo busca na derrubada do ministério um símbolo de economia. Atualmente, a produção brasileira de pesca é de 1,2 milhão de toneladas por ano. Desse total, 400 mil é de cultivo. A pesca artesanal e a industrial dividem em números praticamente idênticos a pesca de extração. O Brasil responde por cerca de 1% da produção mundial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Conselho Regional de Medicina (Cremepe) decidiu em plenária pelo indicativo de interdição do Hospital Ulysses Pernambucano (HUP). A unidade de saúde pública estadual passou por fiscalização, após o registro de diversas denúncias do corpo clínico. 

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Dentre os relatos estavam problemas estruturais [como mofo, infiltrações e animais nas imediações da unidade]. Representantes do Conselho também identificaram que a escala profissional estava incompleta, ausência de segurança, além de casos de agressões.

No dia 24 de agosto, uma assistente social do HUP chegou a denunciar ter sido agredida por um dos pacientes que aguardava atendimento médico. Ela teve uma fratura no nariz e foi assistida pela equipe médica da própria instituição de saúde.

>> Fim de hospitais psiquiátricos dificulta vida de pacientes

A gestão da unidade terá 30 dias para regularizar os pontos identificados no relatório de fiscalização. “O hospital está em péssimas condições, tanto para médicos, quanto para os pacientes. Caso a gestão não cumpra o prazo, a instituição pode ser interditada parcial ou totalmente”, adiantou o presidente do Cremepe, Sílvio Rodrigues.

Ainda conforme o presidente, a Secretaria Estadual de Saúde já demonstrou que deve atender a demanda; num prazo de 15 dias, o Conselho vai avaliar se os pontos foram regularizados. “No momento estamos apostando que os problemas serão resolvidos”, concluiu.

Atualmente, conforme relatório do Cremepe, a instituição possui 120 leitos para internamento, além de cerca de 25 leitos para internação de observação na área da urgência. 

Um grupo de 35 deputados federais divulgou no início da tarde desta quinta-feira, 27, uma nota "em defesa da representação popular" que pede o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por causa de denúncias de envolvimento do parlamentar em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro. O documento, que foi formulado no gabinete da liderança do PSOL BA, com a presença de pelo menos dez deputados, diz que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Cunha "é gravíssima" e "torna insustentável sua permanência na Presidência da Casa".

"A diferença de condição de investigado em um inquérito para a de um denunciado é notória. Neste caso, Cunha é formalmente acusado de ter praticado crimes. Com a denúncia do MP, a situação torna-se insustentável para o deputado, que já demonstrou utilizar o poder derivado do cargo em sua própria defesa", diz o documento, assinado por membros do PT, PPS, PR, PSB, Pros, PSC, PTB, além do PSOL. O peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE) é o único correligionário de Cunha que pede seu afastamento.

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Cunha foi acusado pelo lobista Julio Camargo de pedir propina de US$ 5 milhões no esquema de corrupção da Petrobras. Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou acusação formal contra Cunha ao Supremo Tribunal Federal, que ainda precisa decidir se aceita a denúncia.

Os parlamentares que pedem o afastamento de Cunha dizem ainda que, para exercer a presidência da Casa, é preciso "equilíbrio, postura ética e credibilidade". "A responsabilidade de dirigente maior de uma das Casas do Poder Legislativo é incompatível com a condição de denunciado. Em defesa do Parlamento, clamamos pelo afastamento imediato de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados", diz.

No dia da denúncia, parlamentares já haviam divulgado um manifesto anônimo contra o peemedebista por considerar "insustentável" a permanência dele na Presidência da Casa. Segundo o regimento da Câmara, não há previsão de que uma ação de parlamentares possa culminar com o afastamento do comandante da Casa - a decisão seria de Cunha, que já disse que não renunciará.

Em evento na Força Sindical em São Paulo, no dia 21, um dia após ser denunciado, Cunha afirmou que renúncia não faz parte de seu vocabulário nem fará. "Não há a menor possibilidade de eu não terminar meu mandato à frente da Câmara. Renúncia é um ato unilateral", afirmou na ocasião.

Assinaram o texto hoje contra Cunha os seguintes deputados: Adelmo Carneiro Leão (PT/MG); Alessandro Molon (PT/RJ); Arnaldo Jordy (PPS/PA); Chico Alencar (PSOL/RJ); Chico D'Angelo (PT/RJ); Clarissa Garotinho (PR/RJ); Edmilson Rodrigues (PSOL/PA); Eliziane Gama (PPS/MA); Erika Kokay (PT/DF); Givaldo Vieira (PT/ES); Glauber Braga (PSB/RJ); Heitor Schuch (PSB/RS); Helder Salomão (PT/ES); Henrique Fontana (PT/RS); Ivan Valente (PSOL/SP); Jarbas Vasconcellos (PMDB/PE); Jean Wyllys (PSOL/RJ); João Daniel (PT/SE); Jorge Solla (PT/BA); José Stedile (PSB/RS); Julio Delgado (PSB/MG); Leonardo Monteiro (PT/MG); Leônidas Cristino (PROS/CE); Leopoldo Meyer (PSB/PR); Luiz Couto (PT/PB); Luiza Erundina (PSB/SP); Marcon (PT/RS); Margarida Salomão (PT/MG); Moema Gramacho (PT/BA); Padre João (PT/MG); Pedro Uczai (PT/SC); Sergio Moraes (PTB/RS); Silvio Costa (PSC/PE); Valmir Assunção (PT/BA); Waldenor Pereira (PT/BA). (

Pressionada por integrantes do governo, do PT e até pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a bancada petista na Câmara se reúne nesta segunda-feira, 24, com o presidente do partido, Rui Falcão, para discutir se decide apoiar um pedido de afastamento do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após ele ter sido denunciado, na semana passada, por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo ontem, Lula defende "cautela" por parte dos petistas para evitar que partido tenha papel de protagonista em ações contra Eduardo Cunha.

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A posição dos deputados petistas, a segunda maior bancada da Casa, é considerada decisiva para fortalecer o incipiente movimento que deseja a saída de Cunha do cargo. No dia da denúncia, parlamentares do PSOL, PSB, PT, PPS, PDT, PMDB, PR, PSC, PROS e PTB divulgaram manifesto anônimo contra o peemedebista por considerar "insustentável" a permanência dele no cargo.

Antes do encontro, Falcão já deu o tom, em entrevista, da posição que deve defender. Segundo ele, embora considere o fato "gravíssimo", pretende esperar uma decisão do Supremo Tribunal Federal - se aceita a denúncia transformando Cunha em réu - para exigir o afastamento do presidente da Câmara. "Não vou prejulgar", afirmou.

Reclamação

A simples discussão dentro do PT tem irritado Cunha. O presidente da Câmara ligou para o vice-presidente e presidente do PMDB, Michel Temer, para reclamar da postura do PT, que chamou de inaceitável e cobrou dele providências. "Se o PT quer partidarizar, vamos partidarizar também", disse um aliado de Cunha, a quem foi relatada a conversa entre ele e Temer.

Petistas consultados pela reportagem temem que, em retaliação a uma decisão mais agressiva da bancada, Cunha aumente a pressão sobre o governo, com quem rompeu em julho. A posição majoritária dos deputados petistas é esperar uma posição do STF ao mesmo tempo que aproveitam para expor o que chamam de seletividade da oposição: não pedem o afastamento de Cunha, denunciado, mas querem o impeachment de Dilma, contra quem não há nenhum processo.

Um dos vice-líderes do PT, Afonso Florence (BA), considera que não há uma maioria na bancada favorável ao afastamento de Cunha. Mas reconhece que a situação dele está se degradando "muito rapidamente". "Se não quero golpe contra a presidente, não vamos fazer o mesmo com ele", disse ele.

Para outro vice-líder, o deputado Henrique Fontana (PT-RS), a consistência da denúncia contra Cunha mostra que ele não tem condições de continuar na presidência da Câmara. "Vou atuar com o objetivo que ele se afaste", adiantou.

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) disse que, embora considere Cunha oposição declarado que ataca permanentemente o PT, vai defender a posição de se aguardar a manifestação do Supremo. "Ele (Cunha) foi legitimamente eleito pelo povo (para a Câmara) e pelos deputados (para a presidência da Casa). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tanto o PT quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão convencidos que, caso o Supremo Tribunal Federal aceite a denúncia por crime de corrupção contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o peemedebista não terá mais condições de permanecer no cargo. Até lá, porém, a ordem é manter a cautela, esperar o desenrolar da crise e evitar movimentos bruscos. Lula não quer que o PT repita agora os erros cometidos no processo da eleição de Cunha, no início do ano.

A prioridade é aproveitar a chance para recompor a base da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Segundo uma pessoa próxima a Lula, o ex-presidente não quer derrubar Cunha, "ele quer é que as coisas melhorem".

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A estratégia do PT é deixar o protagonismo das ações contra o peemedebista para outras legendas como o PSOL. O partido não fará acordos para salvar Cunha mas também rejeita o papel de algoz do adversário e só vai entrar em campo quando a situação estiver em vias de definição. Mesmo porque uma série de parlamentares petistas está na mira da Procuradoria-Geral da República por causa da Lava Jato.

A um interlocutor, Lula comparou a situação com uma roda de discussão. "O PT não pode querer ganhar na base do grito. Não podemos errar outra vez", disse o ex-presidente, em referência à fracassada candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara.

Lula quer que o PT defenda uma "solução institucional" para Cunha, uma solução que seja "boa para a Câmara". O alvo é a enorme base de apoio do peemedebista. O PT aposta que caso o STF aceite a denúncia, os aliados vão se afastar naturalmente de Cunha e o governo deve estar pronto para recebê-los.

O presidente do PT, Rui Falcão, disse que a bancada petista vai se reunir amanhã para discutir o assunto, mas a tendência é aguardar a análise do Supremo. "Não queremos prejulgar ninguém", disse.

Um dos motivos do discurso é manter a coerência. O PT tem acusado a oposição de fazer uso político da Lava Jato contra o partido e não acha que pode repetir a prática contra Cunha. Outro é ganhar tempo para construir uma candidatura do campo governista capaz de bater a oposição e reunir a base de Dilma, de preferência em torno de um peemedebista próximo ao vice-presidente, Michel Temer.

O PT está dividido quanto aos efeitos práticos da denúncia contra Cunha. Um grupo argumenta que é melhor manter o peemedebista fragilizado, dependente do governo e mais disposto a colaborar, do que correr o risco de enfrentar nova eleição para a presidência da Câmara e perder para um nome da oposição.

Outro grupo avalia que, mesmo fragilizado, Cunha não é confiável, já prometeu outras vezes não retaliar o governo (uma delas quando anunciou que iria para a oposição) e deve ser afastado. Todos, no entanto, concordam que a denúncia contra o presidente da Câmara deixou em segundo plano as CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão, instaladas por Cunha para fustigar o governo e o PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Romário negou em nota publicada nas redes sociais, neste sábado (25), que o PSB tenha pago pela refiliação dele a legenda. De acordo com o possível candidato a prefeito do Rio de Janeiro, uma matéria publicada pela Revista Veja nesta semana aponta que ele teria negociado o aluguel da casa onde mora na capital carioca em troca do seu retorno ao partido. 

Além disso, o ex-jogador também rebate a afirmativa de que ele mantém uma conta na Suíça com R$ 2,1 milhões de francos e ironiza o periódico. “Obviamente, fiquei muito feliz com a notícia, assim que possível, irei ao banco para confirmar a posse desta conta, resgatar o dinheiro e notificar à Receita Federal”, diz no texto.

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“Espero que seja verdade, como trabalhei em muitos clubes fora do Brasil, é possível que tenha sobrado algum rendimento que chegou a essa quantia. Estou me sentindo um ganhador da Mega Sena, só que do meu próprio honesto e suado dinheiro”, acrescenta. 

Romário ainda indaga a veracidade da publicação, já que, segundo ele, a matéria não apresenta fontes e garante que nada vai tirar o foco sobre o futuro político dele, ou seja a concorrência pela prefeitura do Rio.

Veja o texto na íntegra:

Na quinta-feira, fui informado por um repórter da Veja que eu tinha uma conta na Suíça com o saldo de alguns milhões. A matéria saiu na edição impressa da revista. Obviamente, fiquei muito feliz com a notícia, assim que possível, irei ao banco para confirmar a posse desta conta, resgatar o dinheiro e notificar à Receita Federal.

Espero que seja verdade, como trabalhei em muitos clubes fora do Brasil, é possível que tenha sobrado algum rendimento que chegou a essa quantia. Estou me sentindo um ganhador da Mega Sena, só que do meu próprio honesto e suado dinheiro.

O que há de estranho nisso é a informação da revista de que a aplicação seria de 2013. Certeza que eu não fiz nenhuma aplicação no período recente. Também não recebi nenhuma notificação do Ministério Público a respeito. Mas como se trata da revista Veja, se a informação estiver errada, não será uma surpresa. Essa mesma matéria diz, por exemplo, que eu desfilo de Ferrari pelas ruas do Rio, algo impossível já que o carro já não se encontra na cidade há alguns anos. A saber, o veículo foi comprado em 2004. O repórter diz ainda que eu teria negociado com meu partido, o PSB, o pagamento do aluguel da casa onde moro no Lago Sul, como uma forma de compensar minha refiliação a legenda. Essas e outras mentiras costuram o enredo de uma farsa. Coisa que a revista tem expertise em fazer.

Se vocês lerem a matéria, perceberão que não há uma fonte sequer identificada de acusações contra mim. Vale informar que durante as eleições do ano passado, essa mesma cretina revista tentou publicar essa matéria contra mim, com claras motivações políticas. A matéria não saiu, na época, por falta de consistência. Não é de suspeitar que uma semana depois de eu despontar com alto índice de intenções de votos para a prefeitura do Rio, a publicação tenha sido resgatada com este fato novo da conta na Suíça. Difícil é esperar credibilidade de uma revista como essa, que vende capa.

Espero que, pelo menos, a conta seja verdade. Porque dinheiro honesto, ganho com muito suor, não faz mal a ninguém. Bom lembrar que problemas financeiros todo mundo tem e os meus sempre foram com recursos privados, nunca nada com R$ 1 de dinheiro público.

Ademais, podem atacar, mas eu continuarei presidente da CPI do Futebol e imbuído de vontade de moralizar o futebol brasileiro.

Sobre o meu futuro político, nada vai tirar meu foco!

Aos meus concorrentes, minhas pretenções se fortalecem com matérias como essas.

Aos repórteres que assinam mentiras, nos vemos na justiça.

O procurador do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, detalhou, ontem, em Brasília, durante coletiva à mídia nacional, 22 novas denúncias referentes à 14ª fase da investigação. Em sua explicação, ele mirou principalmente a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, cujos presidentes, Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, estão presos desde junho. 

Os dois foram denunciados, ontem, por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Deltan afirmou que os esquemas de corrupção envolvendo contratos da Odebrecht ultrapassam R$ 389 milhões. Até o momento, disse ele, foram recuperados US$ 870 milhões do dinheiro desviado em todo o caso, ou seja, praticamente US$ 1 bilhão, cifra fantástica. 

O procurador voltou a mencionar, como em outras ocasiões, que tratam-se de cifras históricas e um caso chocante de corrupção. Deltan alfinetou a Odebrecht ao dizer que as notas divulgadas pela empresa à imprensa, negando envolvimento nas acusações, não condizem com os fatos. 

"Nós nos aproximamos da verdade por meio de provas e documentos, e não por meio de notas à Imprensa", disse ele, lembrando que as informações concedidas pela empreiteira não condizem com documentos enviados da Suíça. "Não existe espaço na investigação para teorias da conspiração", acrescentou.

Ele concluiu seu discurso dizendo que o Ministério Público Federal tem um sonho, que é compartilhado com a sociedade brasileira. "O sonho de que todos sejam tratados de forma igual perante à lei. A Lava Jato é o suspiro de esperança", afirmou. "Ninguém está acima da lei", ressaltou.

RISCO DE DERROTA – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi avisado que o Congresso vai aprovar a redução da meta de superávit primário, mas corre o risco de ser derrotado na proposta de corte adicional no Orçamento de R$ 8,6 bilhões. “Não tem mais de onde tirar. O primeiro corte no Orçamento já foi de R$ 70 bilhões. Se o governo não explica como será esse novo corte, não será aprovado”, revelou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que tem conversado com o ministro Levy. O ministro da Fazenda tem sido questionado sobre a eficácia do ajuste fiscal. 

Sem tête-à-tête – O vazamento da informação de que o ex-presidente Lula (PT) gostaria de se encontrar com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tende a inviabilizar uma conversa reservada entre os dois. Aliados de Lula atribuem a divulgação da informação ao grupo do tucano. “Fica parecendo que FHC vazou para evitar esse encontro. Uma conversa entre os dois só teria sentido se fosse reservada, para discutir o cenário político atual. De outro jeito, não tem sentido”, disse interlocutor de Lula.

Olho no Nordeste – A queda nos índices de popularidade deverão fazer com que a presidente Dilma priorize o Nordeste, região onde tradicionalmente o PT possui seu melhor desempenho eleitoral, na sua agenda de viagens. O roteiro prévio aponta que a presidente deverá visitar os estados de Pernambuco, Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí até o final de agosto. O ex-presidente Lula também deverá percorrer o Nordeste, mas sem acompanhar a agenda da presidente. 

Saia justa – O secretário de Planejamento, Danilo Cabral, passou por uma saia justa no palanque em Amaraji ao lado do governador Paulo Câmara. O responsável foi o colega de equipe Sebastião Oliveira, de Transportes. Ao observar o virulento discurso de Danilo em cima do PT, Sebastião o aplaudiu com uma fina ironia. “Que pena que você não tenha feito discurso igual em Serra Talhada”, afirmou. Em tempo: o prefeito de Serra é do PT e na visita que fez ao município Danilo se derreteu em elogios à sua gestão durante inauguração de uma obra do FEM. 

Arrebatando apoios – Depois de relatar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, alargando o seu universo político no plano nacional, o deputado pernambucano Ricardo Teobaldo (PTB) passa o recesso do Congresso rastreando apoios para ampliar a sua base já com vistas à sua reeleição. Ontem, por exemplo, o prefeito de Vertente do Lério, Daniel Almeida (PT), bateu o martelo em apoio a Teobaldo e dele recebeu a confirmação de uma emenda, já aprovada no Congresso, no valor de R$ 300 mil, para investimentos na área de saúde do município. 

CURTAS  

FESTA DA UVA – Realizada a cada dois anos, a Vinhuva Fest, a tradicional Feira da Uva e do Vinho de Lagoa Grande, está confirmada para os dias 9, 10 e 11 de outubro, apesar da crise. Tanto que já estão abertas as inscrições para o concurso que elegerá a Imperatriz e as Damas do evento, que se transformou numa grande fonte de divulgação, valorização e incentivo ao fortalecimento do agronegócio. 

POSSE – O ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), assume a superintendência da Sudene na próxima terça-feira, às 10h30m, em ato presidido pelo ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi. Todos os governadores do Nordeste foram convidados, mas até ontem apenas o pernambucano Paulo Câmara havia confirmado. 

Perguntar não ofende: Quem primeiro será cassado: Dilma ou Eduardo Cunha?

A Operação Zelotes, que apura suspeitas de corrupção em julgamentos realizados pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), deve ter os primeiros denunciados em agosto. A reportagem apurou que serão denunciadas 30 pessoas em cinco pedidos.

Antes do pedido de oferta de denúncia, investigadores esperam as respostas de bancos sobre os pedidos de quebra de sigilo bancário, que já foram autorizados pela Justiça. A reportagem apurou ainda que devem ser denunciados fatos ligados aos casos Mitsubishi e Santander.

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A suspeita é de que a Mitsubishi tenha usado de meios ilícitos para conseguir reduzir o débito com a Receita Federal de R$ 266 milhões para menos de R$ 1 milhão. Investigadores apuram ainda irregularidades envolvendo débitos do Santander na ordem de R$ 3,3 bilhões.

O antigo juiz que cuidava da Zelotes, Ricardo Augusto Soares Leite, foi afastado e uma nova magistrada assumiu o caso, a juíza Marianne Borré, também da 10ª Vara Federal Criminal no Distrito Federal. Leite enfrentou reclamações de integrantes do Ministério Público Federal e da Polícia Federal por ter rejeitado pedidos de prisões e de buscas e apreensões.

Diante da negativa, o caso foi levado à Corregedoria do Tribunal Regional Federal e ao Conselho Nacional de Justiça. O afastamento do juiz e o pedido de investigação incomodou a associação de juízes federais. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também saiu em defesa do juiz.

Processos

Como publicou o jornal O Estado de S. Paulo, a Operação Zelotes se concentrou mais recentemente em 20 processos de empresas que recorreram a esquema de corrupção no Carf para tentar reduzir ou anular multas aplicadas pelo Fisco. Foram nesses casos que os investigadores que participam da operação encontraram indícios mais contundentes de que houve pagamento para que conselheiros interferissem nos processos.

Inicialmente, os investigadores tinham como alvo 74 processos no valor de R$ 19 bilhões. A reportagem apurou, contudo, que até o momento o valor levantado nas investigações não chega a R$ 6 bilhões.

O esquema no Carf é investigado por uma força-tarefa da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita. O caso foi iniciado após uma denúncia anônima do conselheiro Paulo Roberto Cortez à Receita e depois à PF. Segundo ele, conselheiros recebiam propina para atrasar processos de grandes empresas que discutiam dívidas do "tribunal administrativo da Receita", reduzir ou até mesmo anular multas. É a primeira vez que o órgão é investigado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) lançou nesta terça-feira, 21, um novo formulário para encaminhamento de denúncias, ferramenta integrada ao Sistema Eletrônico de Informações (SEI). O mecanismo admite que qualquer cidadão encaminhe acusações tanto em relação a atos de concentração quanto a condutas anticompetitivas, como cartel.

O Cade explica que as denúncias se tornarão automaticamente um processo no SEI. Para iniciar o procedimento, é preciso clicar, no site do Cade, em "clique denúncia". Deverá ser indicado no formulário o tipo de acusação: condutas anticoncorrenciais ou atos de concentração.

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No caso de condutas anticoncorrenciais, o cidadão pode delatar prática de cartel, venda casada de produtos e serviços, criação de dificuldades para funcionamento de empresas concorrentes, entre outras.

Já em relação a atos de concentração, podem ser informadas operações não notificadas à autarquia e possíveis descumprimentos de Acordos em Controle de Concentrações firmados em atos já autorizados pelo Cade. Há também um campo para outros tipos de reclamação relativa a operações aprovadas pelo conselho.

A integração do "Clique Denúncia" ao SEI faz parte da segunda fase do projeto Cade sem Papel, por meio do qual foi implementado, em janeiro, o sistema próprio de gestão de processos e documentos eletrônicos da autarquia.

Ainda dentro desse projeto, serão lançados até o fim deste ano novos formulários para notificação de atos de concentração e para requerimento de Termos de Compromisso de Cessação, que são acordos firmados por pessoas físicas e jurídicas acusadas em processos administrativos que investigam práticas lesivas à concorrência.

O número de denúncias de violações de direitos humanos ao Disque 100 caiu 7% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a junho, foram notificados 66.518 casos no serviço organizado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Em 2014, haviam sido contabilizados 71.116 casos. A maior redução ocorreu entre as denúncias relacionadas à violação de direitos de crianças e adolescentes. Em 2015, foram 42.114 denúncias ante os 49.248 registros de 2014.

A queda é atribuída, sobretudo, ao fato de no ano passado o País ter sediado a Copa do Mundo e no período ter sido feita uma grande mobilização para que a população estivesse atenta aos abusos.

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O secretário de Direitos Humanos, Pepe Vargas, avalia que os números, embora preocupantes, não registram o conjunto de violações de direitos humanos no País. "Muitos não sabem da existência desse serviço", observou.

Ao comentar os dados, o ministro defendeu a realização de um pacto político em torno da democracia e dos direitos humanos. "É inegável que nessa legislatura temos uma parcela de parlamentares que quer flexibilizar conquistas alcançadas nos últimos anos", disse. "Temos uma pauta política que pode fragilizar ainda mais a população vulnerável", completou.

Vargas citou como exemplos a tentativa da redução da maioridade penal, mudanças no Estatuto do Desarmamento e alterações nas regras que atualmente garantem direitos aos casais homoafetivos. "Deixemos nossas divergências no campo da economia. Quando se trata de fazer a defesa dos direitos humanos, o ideal é que conceitos sejam mantidos isolados de setor que procura produzir retrocesso nessa legislação".

Indagado se o rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo poderia influenciar os resultados da tramitação dessas propostas, ele afirmou: "Se ele está na base do governo ou não, isso não pode ser a questão principal. Se ele cumprir a Constituição e o regimento da Casa já é meio caminho andado".

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