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O Senado Federal vota, nesta terça-feira (19), o Projeto de Lei 1.277/2020, da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), que pede o adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nas versões impressa e digital, enquanto durar o estado de calamidade, em decorrência da pandemia da Covid-19.

A sessão teve início nesta tarde e está sendo transmitida. Assista:

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Diante de uma onda de pedidos pelo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou, na tarde desta terça-feira (19), que será realizada uma consulta com os candidatos inscritos na prova. Em pauta, segundo o ministro, serão feitas as seguintes perguntas: “Vamos manter a data?”; “Adiar por 30 dias?”; “Suspender até o fim da pandemia?”.

"O MEC fará uma consulta, na última semana de junho, a todos os inscritos, através da 'Página do Participante', do @inep_oficial. Vamos manter a data? Adiar por 30 dias? Suspender até o fim da pandemia? O Gov @jairbolsonaro quer saber a opinião dos brasileiros!", postou o ministro da Educação em sua conta no Twitter. 

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Weintraub ainda destacou que 4 milhões de estudantes já se inscreveram no Enem 2020. "As inscrições vão até sexta-feira. Há um debate sobre seu adiamento. Nosso posicionamento é saber a opinião dos principais interessados, perguntando diretamente aos estudantes inscritos", comentou Abraham.

As provas do Enem impresso estão programadas, até o momento, para os dias 1º e 8 de novembro. Já a versão digital está prevista para 22 e 29 do mesmo mês. Para dicas gratuitas sobre o Exame, siga o Instagram @vaicairnoenem.

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Nesta terça-feira (19), no Senado Federal, entrou em pauta a votação do Projeto de Lei 1.277/2020, da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), que pede o adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nas versões impressa e digital, enquanto durar o estado de calamidade, em decorrência da pandemia da Covid-19. As seleções estão previstas para 1º e 8 de novembro (modelo tradicional), e 22 e 29 do mesmo mês (avaliação digital).

De acordo com autora do projeto, em entrevista à TV Senado, a manutenção do Exame aprofunda a desigualdade no país. Daniella ressalta que 30% dos estudantes oriundos de zona rural têm mais dificuldade para acessar aulas remotas, além de argumentar que “obrigar alunos sem acesso a aulas, livros e professores a fazer uma prova importante como essa é aprofundar a injustiça social".

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"Nosso intuito não é criticar quem tem condições, mas proporcionar justiça para quem não tem”, enfatizou a senadora. Por observarem os efeitos da pandemia do novo coronavírus que impossibilitam o preparo de muitos estudantes para o Enem, senadores já vêm se manifestando pelo adiamento do Exame. Os parlamentares se mostram otimistas quanto à aprovação da PL 1.277/2020, com votação marcada para esta terça-feira, às 16h.

O relator da matéria, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), disse à Agência Senado que está finalizando o parecer do projeto e acredita que a matéria será aprovada sem dificuldades. Em função de pedido de adiamento do Enem deste ano, o Ministério da Educação (MEC), junto ao Instituto  Nacional  de Estudos  e Pesquisas  Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgou uma nota de esclarecimento, afirmando que “a fixação de uma data não a torna imutável”, mas reiterou que, as datas estão mantidas até o momento. 

Estudantes podem realizar as inscrições até 22 de maio, através da Página do Participante. No mesmo endereço eletrônico é possível obter mais detalhes a respeito das provas.

Por meio de uma nota publicada na última terça-feira (12), o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) reforçou junto ao Ministério da Educação (MEC) o pedido pelo adiamento das inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, que terminam nesta sexta-feira (22). 

Segundo o conselho, a petição é tida como crucial e legítima, “ao considerarmos o atual contexto de enfrentamento da pandemia da Covid-19, que obrigou a adoção de medidas emergenciais, como o isolamento social e a suspensão das aulas, especialmente as de caráter presencial, impactando de sobremaneira o aprendizado da população mundial em idade escolar”, consta.

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Mesmo sabendo que as medidas empreendidas nas escolas como atividades remotas, extracurriculares, apoio psicológico, entre outros, o Conselho Nacional reforça que tem ciência de que muitos desses jovens são de regiões menos favorecidas do Brasil e dependem das instituições para o acesso à inclusão digital plena e/ou parcial. “Tal realidade compromete a participação no Enem, desde a inscrição à realização da prova.”

“A opção por se manter a aplicação do Exame prejudicará milhões de candidatos, dentre os quais os que integram a Rede Federal. Nesse sentido, o Conif defende o adiamento de todas as etapas do Enem 2020, em razão do surto pandêmico hodierno, para que sejam evitados danos ainda maiores aos estudantes concluintes do Ensino Médio de todo o país”, conclui.

A Defensoria Pública da União (DPU) entrou com um recurso pedindo o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3). Em abril, a defensoria havia conseguido uma liminar favorável ao cancelamento da prova, mas a decisão foi derrubada após um pedido feito pela Advocacia Geral da União (AGU). 

O calendário do Enem permanece inalterado até o momento, com a prova tradicional prevista para os dias 1º e 8 de novembro, enquanto a versão digital deve ser realizada em 22 e 29 do mesmo mês. As inscrições seguem abertas até o dia 22 de maio. Apesar disso, uma nota de esclarecimento publicada nesta segunda-feira (18) pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) pode indicar uma mudança de postura dos órgãos responsáveis, ao afirmar que a data do Enem não é imutável

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No recurso apresentado ao TRF3, a DPU relembra o fato do fechamento das escolas diante da pandemia de Covid-19 e afirma que apesar das recomendações para que os estudantes estudem de maneira remota, há desigualdades no acesso à internet no Brasil. “30% da população não possui acesso à internet assim como 43% das escolas rurais”, diz um trecho do documento. Dificuldades no processo de inscrição, que é online, também foram apontadas. 

O documento segue citando a derrubada da decisão liminar anteriormente conseguida e citando várias manifestações de entidades e movimentos ligados à educação que vêm pedindo o adiamento da prova, alegando também prejuízos aos estudantes, além de reafirmar o direito ao tratamento igualitário na educação. “Como preceitua o art. 205 da Constituição Federal, o direito à educação é direito de todos. Assim, o direito à educação superior só pode ser concretizado, pois, se for assegurado acesso em igualdade de oportunidade a todos os segmentos étnico-raciais e sociais da população”, afirmou a DPU. Confira a íntegra do documento.

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Uma nota de esclarecimento divulgada nesta segunda-feira (18) pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), sobre pedidos de adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), afirmou que “a fixação de uma data não a torna imutável”, mas reiterou que, na visão da organização da prova, “diversos fatores que influenciarão na potencial alteração do calendário originalmente estabelecido ainda continuam incertos (...) já que, como é de conhecimento geral, ainda estamos enfrentando a situação de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da Covid-19”.

O texto diz que foi instituído o Comitê Operativo de Emergência para debater e definir medidas de combate à disseminação da Covid-19 em instituições de ensino, seguindo diretrizes do Ministério da Saúde, com participação de dirigentes e autoridades responsáveis pela área educacional de todo o país. “Foram destaques das discussões, no âmbito desse Comitê, as tratativas empreendidas a respeito do cronograma do Enem 2020, ocasião em que já se demonstrou abertura para nova alteração da data de aplicação das provas, tão logo o cenário fique mais definido, o que se reafirma na presente nota”, afirmam o MEC e o Inep.

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Ainda segundo o texto, a realização das etapas que antecedem a realização da prova, como as inscrições e pedidos de isenção de taxa, são necessários para garantir a realização do Enem e sua preparação em termos de segurança e saúde. “Frisa-se que para se chegar à execução do Enem é preciso cumprir com as diversas etapas que antecedem a data de aplicação do Exame, tornando fundamental a publicação dos editais do Enem 2020 de modo a garantir à sociedade que o seu direito ao acesso ao Exame anualmente seja preservado e para que seja dado início, pelo Inep, à preparação e viabilidade de execução desta edição do Enem, uma vez superado o atual cenário”, diz a nota. Confira a íntegra da nota de esclarecimento:

Sobre os diversos movimentos em face de um possível adiamento das datas de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, em suas versões impressa e digital, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) esclarecem: Por meio dos Editais 25 e 27, de 30 de março de 2020, foi lançado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) constando o cronograma com as datas para a solicitação de isenção e a justificativa pela ausência no Enem 2019, de 06 a 17 de abril de 2020, o período das inscrições entre 11 e 22 de maio de 2020, e a aplicação das provas impressas nos dias 1º e 8 de novembro e as provas digitais nos dias 11 e 18 de outubro de 2020.

Posteriormente, mesmo o índice de solicitação de isenção e de justificativa tendo sido altos, alcançando 3.423.835 registros, o Inep, a fim de que nenhum participante ficasse prejudicado, decidiu, administrativamente, que todos aqueles que têm direito à isenção nos termos do Edital terão seu pedido concedido, de ofício, no momento da inscrição, no período de 11 a 22 de maio de 2020. Além disso, alterou-se a data de aplicação da prova digital para os dias 22 e 29 de novembro. Tais ações ensejaram o lançamento dos Editais 33 e 34, de 22 de abril de 2020.

Por meio da Portaria 329, de 11 de março de 2020, foi instituído o Comitê Operativo de Emergência, com o objetivo de debater e definir medidas de combate à disseminação do novo coronavírus em instituições de ensino, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde, com ampla participação de diversos dirigentes e autoridades responsáveis pela área educacional de todo o país: Ministério da Educação (MEC); Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh); Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep); Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed); União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime); Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica (Conif); e Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Foram destaques das discussões, no âmbito desse Comitê, as tratativas empreendidas a respeito do cronograma do Enem 2020, ocasião em que já se demonstrou abertura para nova alteração da data de aplicação das provas, tão logo o cenário fique mais definido, o que se reafirma na presente Nota.

Assim, reitera-se, a ação de divulgação das datas atuais baseou-se na importância de a sociedade ter conhecimento e segurança sobre a realização do Enem, além de possibilitar a superação de diversas fases preparatórias à efetiva aplicação do exame. A fixação de uma data não a torna imutável, ainda mais no atual momento. Ocorre que os diversos fatores que influenciarão na potencial alteração do calendário originalmente estabelecido ainda continuam incertos, em imprevisibilidade que obsta qualquer modificação neste momento, já que, como é de conhecimento geral, ainda estamos enfrentando a situação de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da Covid-19.

Frisa-se que para se chegar à execução do Enem é preciso cumprir com as diversas etapas que antecedem a data de aplicação do Exame, tornando fundamental a publicação dos editais do Enem 2020 de modo a garantir à sociedade que o seu direito ao acesso ao Exame anualmente seja preservado e para que seja dado início, pelo Inep, à preparação e viabilidade de execução desta edição do Enem, uma vez superado o atual cenário. O MEC e o Inep entendem que o Enem é uma das políticas públicas de educação mais importantes, motivo pelo qual está buscando garantir a execução adequada, não apenas para cumprir com seu dever institucional, mas, principalmente, para não prejudicar mais ainda a sociedade brasileira”.

Assim, o MEC e o INEP reforçam possuir um diálogo sempre aberto junto às mais diversas entidades e à sociedade em geral, destacando que todas as sugestões e críticas apresentadas são importantes para o aprimoramento de suas atividades e que cada uma delas será avaliada e discutida, sempre buscando o que seja melhor para a educação brasileira.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) contabilizou, até este domingo (17), 3.548.099 inscritos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. Candidatos de todo país têm até 22 de maio para realizar as inscrições através da Página do Participante.

O Ministério da Educação (MEC) reforça, junto ao Inep, que irá conceder isenção da taxa de participação, no valor de R$ 85, para aqueles que preencherem os requisitos informados em edital. Para inscritos que não tenham direito ao benefício, o pagamento da taxa deve ser realizado até 28 de maio. 

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Ao realizar as candidaturas, todos os participantes devem anexar foto 3x4 - atual e sem acessórios que dificultem a identificação - ao sistema de inscrição, com tamanho máximo de 2 MB, nos formatos JPG, JPEG ou PNG. O sistema não recebe arquivos em formato PDF.

Para participantes que necessitam de acompanhamento especial, a solicitação para de recursos de acessibilidade deve ser realizada no ato de inscrição, reservado apenas para a versão impressa do Exame. Vale ressaltar que nesta edição, gestantes, lactantes, idosos e estudantes em classe hospitalar foram incluídos na denominação “especializado”. 

As provas do Exame estão marcadas para os dias 1º e 8 de novembro na versão impressa e 22 e 29 do mesmo mês na versão digital.

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Mais de 3 milhões de estudantes já estão inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. O número foi atualizado às 13h45 desta sexta-feira (15) e divulgado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, em sua conta no Twitter.

Ao total, o montante de candidatos já soma 3.055.430. Desse número, 2.955.820 se candidataram ao Enem impresso, enquanto se inscreveram no Enem Digital. As inscrições para o Enem foram abertas na última segunda-feira (11) e seguem até o dia 22 de maio. 

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Os interessados podem fazer as candidaturas pela Página do Participante, na internet. É preciso ter cadastro no portal único do Governo Federal, o gov.br. As provas do Enem impresso serão aplicadas no dias 1º e 8 de novembro, enquanto o  projeto piloto do Enem Digital terá aplicação em 22 e 29 de novembro.

Para ajudar os estudantes que ainda não se inscreveram, o Vai Cair no Enem, projeto  multimídia realizado em parceria com o LeiaJá, preparou um tutorial sobre como fazer as inscrições no Enem 2020. Confira abaixo:

Nesta sexta-feira (15), nas redes sociais, entidades estudantis e participantes do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) protestam contra a manutenção da data e exigem adiamento da prova, em razão da suspensão das aulas presenciais devido à pandemia do coronavírus. Os protestos iniciaram na tarde dessa quinta-feira (14) e se estendeu esta manhã.

Convocados por representações de entidades estudantis, como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), os protestos do “Dia Nacional Pelo Adiamento do Enem”, por meio da hashtag ‘Adia Enem’, contabiliza mais de 12 mil publicações no Instagram, e mais de 25 mil menções no Twitter. Nas postagens, estudantes e pessoas públicas exigem que as provas do Enem 2020 sejam adiadas, em razão da suspensão de aulas.

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Entre os comentários, na última postagem do feita no Instagram do Ministério da Educação (MEC), sobre dados da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estudantes criticam a postura da instituição. “Poxa, que bom que vocês postaram isso! Agora adiem o Enem, eu hein... vocês querem manter um prova em plena pandemia. Que falta de senso”, enfatiza um internauta.

Mesmo com o apelo que ganha força pelas redes sociais, o Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) não se pronunciaram, até o momento, sobre os protestos virtuais. Até então, as provas do Enem serão aplicadas nos dia 1º e 8 de novembro, na forma impressa, e a versão digital ocorrerá dias 22 e 29 do mesmo mês.

Os atos virtuais terão novas ações ao longo do dia em redes sociais como Twitter, Facebook e Instagram, além de transmissões e ondas de ‘tuitaços’. Confira a programação:

14h30 – Live Tsunami da Educação Virtual nas redes da entidade

16h – Live Debate

18h – Tuitaço #AdiaEnem (Com fotos, cartazes e ilustrações com a tag #AdiaEnem

É cada vez maior o número de instituições e pessoas físicas que defendem o adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Depois de entidades estudantis e universidades pernambucanas se posicionarem a favor de um novo cronograma, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou, nesta quinta-feira (14), um texto em que propõe a suspensão das atuais datas, ao mesmo tempo em que pede um novo calendário.

Os pedidos pelo adiamento têm causas semelhantes: universidades e estudantes temem que, devido à pandemia do novo coronavírus que causou a suspensão das aulas presenciais, os candidatos não tenham a preparação adequada para a prova do Enem, tendo em vista que o Exame serve como canal de acesso ao ensino superior.

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Para a Andifes, é “fundamental a realização de um Enem tecnicamente exitoso e com concorrência democrática”. A Associação propõe o seguinte: “A suspensão das datas do exame e que, com apoio da área da saúde, seja aberto um diálogo entre educadores, gestores e instituições, de modo que, em condições razoáveis de segurança sanitária e equidade, seja possível definir um novo calendário”. Veja, a seguir, a nota na íntegra:

A Andifes e o conjunto de universidades federais, em sintonia com organismos brasileiros e internacionais de saúde, acompanham com preocupação a pandemia causa pelo novo Coronavírus. Desde as primeiras informações veiculadas, tomamos as providências recomendadas pelas autoridades sanitárias, respaldadas inclusive por nossa comunidade científica. Assim, cuidamos, por um lado, de proteger a comunidade universitária, nossos estudantes e nossos trabalhadores; por outro lado, colocamos todos os recursos, equipamentos, pesquisadores e instalações a serviço do enfrentamento da COVID19 e suas graves consequências. Assim, são centenas as iniciativas em execução, de norte a sul do país, que mostram bem a importância das universidades públicas, como lugar de conhecimento e solidariedade.

Além de trabalharmos em redes científicas, buscamos ademais, de forma responsável, interlocução e coordenação com os governos federal, estadual e municipal para ações implementadas, especialmente com as secretarias de saúde e de educação. Também dialogamos com o poder legislativo e o judiciário. Importa destacar que a mídia muito nos apoiou na transparência e na circulação de informações fidedignas e pertinentes, sendo o fundamento de nossas ações salvar vidas, minimizar os inevitáveis danos na economia, sem descuidar da manutenção da democracia e dos direitos do cidadão.

Entre os direitos fundamentais, está o da educação de todos, principalmente das crianças, adolescentes e jovens. Nesse sentido, a comunidade científica e a experiência internacional já identificaram o caráter dinâmico de propagação da pandemia e a necessidade de afastamento social, bem como a maior fragilidade das parcelas populacionais mais idosas e desassistidas, diante da doença. As corretas medidas de afastamento decididas emergencialmente, naturalmente trazem transtornos e perdas para as pessoas.

Na educação não é diferente. Nossas crianças e jovens, apesar dos esforços dos gestores e famílias, estão sem atividades presenciais. Essa circunstância afeta de maneira muito desigual classes sociais e regiões, evidenciando um déficit que jamais pode ser ignorado por instituições que tanto se empenham por efetiva inclusão social. Educação também é solidariedade. Dessa forma, o ENEM, instrumento fundamental de acesso ao ensino superior para milhões de jovens, e de complexa operacionalidade, precisa ter adequada execução, situações sanitárias viáveis e também meios que garantam condições razoáveis de isonomia de concorrência aos candidatos. E, hoje, para além de dificuldades históricas, a comunidade científica afirma que essas condições mínimas não se apresentam.

Assim, a Andifes reafirmando ser fundamental a realização de um ENEM tecnicamente exitoso e com concorrência democrática, propõe a suspensão das datas do exame e que, com apoio da área da saúde, seja aberto um diálogo entre educadores, gestores e instituições, de modo que, em condições razoáveis de segurança sanitária e equidade, seja possível definir um novo calendário.

O Ministério da Educação (MEC), por sua vez, mantém o cronograma, com provas impressas nos dias 1º e 8 de novembro, e o Enem Digital em 22 e 29 do mesmo mês. No entanto, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao próprio MEC e responsável pela organização do processo seletivo, admite que o cenário está sendo avaliado dia a dia. O próprio presidente Jair Bolsonaro, em coletiva de imprensa, reconheceu que o Exame poderá atrasar, porém, afirmou que, de qualquer maneira, a avaliação precisa ocorrer ainda em 2020.

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, publicou um vídeo, na manhã desta quinta-feira (14), dando orientações aos estudantes que pretendem realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. Na postagem, Lopes indica a importância de realizar a candidatura. "É muito importante que você realize a inscrição, só poderá participar do Enem estando inscrito", disse.

"Então lembre-se, você que foi um dos 3,4 milhões de candidatos que pediram a isenção, agora é hora de confirmar e fazer a inscrição. Pedido de isenção não garante a inscrição”, completou, no vídeo.

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O presidente do órgão ainda esclarece: “aquelas pessoas que por algum motivo não conseguiram pedir a isenção no período devido, mas que tem direito de acordo com o edital, nós estamos considerando a isenção automaticamente. Se o sistema diz que você está isento, agora é só esperar as datas para realização da prova”. 

Alexandre Lopes também comenta sobre as novidades para os candidatos que precisam de atendimento especializado para realizar a prova. “Este ano temos outra novidade, você que tem deficiência visual e sempre pediu para usar software e leitor de tela, iremos oferecer essa tecnologia com atendimento especializado, assim como a videoprova em libras e todo amplo conjunto de instrumentos e apoio para garantir a acessibilidade, para que todos possam fazer o Enem. Nós queremos que todos concorram”, reforça.

 As inscrições vão até o dia 22 de maio através da Página do Participante. As provas do Enem impresso serão aplicadas nos dias 1º e 8 de novembro, enquanto o Enem Digital será realizado nos dias 22 e 29 do mesmo mês.

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Nesta quarta-feira (13), o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gurgel de Faria indeferiu um pedido da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). As entidades solicitaram o adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja avaliação impressa está programada para os dias 1º e 8 de novembro.

A UNE e a Ubes defendem que, diante da pandemia do novo coronavírus, os estudantes não possuem recursos igualitários na preparação para o Exame. Por isso, entendem que o processo seletivo deve ser adiado para não causar injustiça aos candidatos. O STJ, por sua vez, informou que Faria, relator do mandado de segurança impetrado pelas entidades, afirmou as representantes estudantis não apresentaram ato assinado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, o que, segundo o STJ, inviabiliza a análise do pedido. “Gurgel de Faria destacou que as impetrantes apenas citam editais lançados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação responsável pela realização do exame”, comunicou o STJ.

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Como argumento, a UNE e a Ubes sustentaram que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é subordinado ao Ministério da Educação (MEC). Para as entidades, esse fato justificaria o ajuizamento do mandado de segurança, bem como argumentaram que as inscrições para a prova estão abertas mesmo antes de as aulas presenciais serem normalizadas.

A UNE e a Ubes ainda expuseram publicações em redes sociais do Inep informando que o cronograma atual está mantido, além de entrevistas de Weintraub que reiteram a manutenção do calendário. “Para as demandantes, o cenário atual viola a isonomia e favorece o aumento da desigualdade social, pois os estudantes pobres das cidades ou de áreas rurais têm dificuldade para estudar pela internet e, muitas vezes, nem conseguem se alimentar adequadamente nesse período de isolamento social”, informou o STJ.

Gurgel de Faria, por sua vez, usou o artigo 105 da Constituição Federal, para enfatizar que “compete ao STJ processar e julgar mandados de segurança impetrados contra atos do próprio tribunal, de ministros de Estado e dos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica”. O ministro identificou, porém, que não foi juntado ao mandado de segurança ato praticado pelo ministro da Educação. "Assim, inexistindo ato concreto praticado pelo ministro de Estado da Educação, evidencia-se a sua ilegitimidade e, em consequência, a incompetência do STJ para processar e julgar o presente feito", argumentou Faria.

O ministro do STJ ainda reforçou que, no mandado de segurança, é indispensável que a prova do direito seja pré-constituída no momento da impetração. “Ou seja, não é possível a produção posterior de provas”, acrescentou o Superior Tribunal de Justiça.

Na manhã desta quarta-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, em entrevista coletiva na portaria do Palácio Alvorada, em Brasília, que a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser adiada caso haja necessidade. No entanto, segundo Bolsonaro, a prova deverá ser realizada ainda neste ano.

"Estou conversando com o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Se for o caso, atrasa um pouco, mas tem que ser aplicada esse ano", declarou Bolsonaro, de acordo com o site o 'Globo'.

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Apesar da pressão de estudantes e universidades pelo adiamento do Exame, devido à pandemia da Covid-19, o Ministério da Educação (MEC) mantém o cronograma atual das provas. As inscrições para o Enem impresso e digital já começaram e podem ser feitas até 22 de maio por meio da Página do Participante.

As provas impressas estão previstas para serem realizadas nos dia 1° e 8 de novembro; já o modelo digital está previsto para ser realizado nos dias 22 e 29 do mesmo mês.

Nesta terça-feira (12), candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 estão relatando problemas para gerar o boleto de inscrição na Página do Participante. A taxa de participação custa R$ 85.

Muitos vestibulandos estão com medo de não conseguir pagar a inscrição dentro do prazo e perder a prova deste ano.“Os estudantes estão tendo fortes crises de ansiedade e medo de perderem o Enem”, relata a candidata Giovana Nascimento, de 18 anos. A partir das reclamações, a aluna do terceiro ano do ensino médio criou uma uma página no Instagram (cadeobeto) e um grupo no WhatsApp para falar sobre o assunto.

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“Ao finalizar a inscrição, recebemos uma mensagem da personagem 'Nanda' dizendo que 'Beto' irá gerar o boleto, porém, nenhum Beto apareceu para mim. Depois disso, criei uma página no Instagram após ver inúmeras reclamações sobre o mesmo problema, ou seja, para uns ‘Beto’ aparece dizendo que irá gerar o boleto em até duas horas, para outros, ele nem aparece”, contou Giovana. Os personagens virtuais, teoricamente, são utilizados na plataforma de candidaturas para ajudar os participantes durante o procedimento.

A candidata ao Exame Yasmin Rosário, 18, afirma que entrou em contato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela organização do Enem, para descrever o problema. “Entrei em contato com o Inep e uma mulher me entendeu, pegou todas as minhas informações pessoais e pediu para eu dizer o que estava acontecendo; eu disse a ela que já tinha passado mais 24 horas desde a minha inscrição e ainda não havia recebido o boleto. A resposta dela foi bem simples e apática: ’Você vai ter que aguardar. Antes do dia 22 você irá receber o boleto’", relatou Yasmin . “A questão é a seguinte: se eu não receber o boleto vou ser prejudicada de novo por mais um erro do Inep?”, questionou. 

Os candidatos estão utilizando as redes sociais para "acusar", em tom irônico, o personagem 'Beto', responsável pela parte financeira na Página do Participante, de estar segurando os boletos. "Procura-se o Beto, o mesmo sumiu com meu boleto", diz uma internauta no seu Twitter. “Gente, Beto ainda não foi encontrado. Há denúncias que ele está correndo por aí com um monte de boletos não entregues, se virem ele por favor entrem em contato. Segue um retrato”, brinca a outra.

O LeiaJá procurou o Inep em busca de esclarecimentos sobre os problemas relatados envolvendo os boletos. Até o fechamento desta matéria, não tivemos retorno. Ao Portal Nacional da Educação, o Instituto informou que "o problema será resolvido em até 48h, após a inscrição".

Deputados representantes do PSB na Câmara Federal divulgaram proposta (PDL 199/2020) que visa suspender as candidaturas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As inscrições começaram nessa segunda-feira (11) e as provas presenciais serão nos dias 1º e 8 de novembro; o modelo digital está programado para 22 e 29 do mesmo mês.

Os peessedebistas avaliam que, com o isolamento social ocasionado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que afetou várias esferas, entre elas a educação, não são todos os estudantes que “têm acesso aos recursos necessários para acessar o conteúdo exigido na prova”. O co-autor do projeto e deputado Danilo Cabral ressalta que, apesar de alguns colégios disponibilizarem matérias pela internet, grande parcela dos estudantes da rede pública não tem acesso à internet para seguir com os estudos a distância.

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“A grande marca do Enem foi a criação de oportunidades para as camadas historicamente excluídas do país. O Enem, nas condições atuais, é o oposto disso”, alega Danilo Cabral. O deputado é co-autor de outras duas propostas (PDLs 169 167/2020) que têm a mesma intenção, em conjunto com com a deputada Professora Dorinha Seabra (DEM-TO) e Professor Israel Batista (PV-DF).

O Exame já recebeu 1,5 mi de inscrições, que foram cravadas 24 depois da abertura do processo, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). Ainda segundo a pasta, o número de inscrições neste primeiro dia superou o quantitativo de candidaturas do mesmo período no ano passado.

“A fotografia de um grande número de pessoas inscritas não é capaz de revelar as desigualdades das condições para a prova impostas pela pandemia”, alega Cabral. O deputado destaca que realizar a prova é um direito, um serviço público, logo, precisa obedecer todos os princípios constitucionais, inclusive o da igualdade, sem causar ônus a qualquer estudante.

O partido usa como argumento para adiar o Exame a pesquisa feita pelo Centro Regional de Estudos para Desenvolvimento da Sociedade (Cetic) referente ao ano de 2018, que revela que, no ano em questão, 67% dos domicílios tinham acesso à internet, o que, segundo o partido, gera a desigualdade de condições entre os concorrentes. A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) alerta que os locais em que estudantes poderiam acessar à internet e pedir a isenção de taxa ou fazer a inscrição no Enem 2020 estão fechados devidos às normas de isolamento social. “É, portanto, necessário e urgente a suspensão desses editais do Enem”, alegou a deputada.

Lídice apresentou na Câmara uma solicitação com pedido de urgência na tramitação do PDL. Espera-se que o projeto seja avaliado pela Câmara ainda nesta semana. Além de Danilo Cabral, assinam o projeto Lídice da Mata (PSB-BA), Denis Bezerra (PSB-CE), Vilson da Fetaemg (PSB-MG), Alessandro Molon (PSB-RJ), Bira do Pindaré (PSB-MA), Mauro Nazif (PSB-RO), Gervásio Maia (PSB-PB) e Tadeu Alencar (PSB-PE).

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgou, no fim da manhã desta terça-feira (12), que restam apenas 8 mil vagas para os participantes que desejam realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na modalidade digital. O órgão ainda informa que a prova impressa contabilizou, até 10h, 1.455.736 inscrições;

Já o Enem Digital, até o momento, conseguiu bater a marca de 92.935 inscritos. As inscrições podem ser feitas até o dia 22 deste mês, na Página do Participante

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As provas do Enem impresso serão aplicadas nos dias 1º e 8 de novembro, enquanto o Enem Digital será realizado nos dias 22 e 29 do mesmo mês. Para mais informações, siga o Instagram @vaicairnoenem.

O Brasil já ultrapassou 168 mil casos e registra mais de 11 mil mortes por Covid-19. Nesse cenário em que ainda não há vacina ou cura, medidas de contenção, como o fechamento de escolas e empresas, são necessárias para conter o vírus. O aumento de casos levou a pedidos para que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) adie o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirma categoricamente não haver possibilidade de cancelamento ou alterações no cronograma da prova.

O ministro alega que nenhum estudante será prejudicado e anunciou medidas como a reaplicação das provas para participantes que contraírem a Covid-19, mas ignora a criação de um abaixo-assinado pelo adiamento do Enem 2020, apelos constantes de alunos nas redes sociais, ações no Senado, na Câmara dos Deputados e no Supremo Tribunal Federal, todos solicitando mudanças na data do processo seletivo.

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Diante das pressões, uma decisão judicial expedida no dia 18 de abril pela juíza Marisa Claudia Gonçalves Cucio, da 12ª Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo, suspendeu o cronograma do Exame, adequando-o ao cronograma do ensino escolar. No entanto, uma corte superior, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), determinou que o cronograma não deve ser modificado para não atrapalhar a divulgação dos resultados da prova.

 Uma propaganda oficial do Ministério da Educação (MEC) sobre o Enem, que trazia frases como “estude de qualquer lugar”, “a vida não pode parar” e “se uma geração de novos profissionais fosse perdida, médicos, enfermeiros, engenheiros, professores. Seria o melhor para o nosso país?”, gerou uma onda de comentários revoltados na internet que levou o termo “Enem” aos assuntos mais comentados do Brasil no Twitter.

O que pensam os alunos e professores?

Os motivos alegados pelos defensores do adiamento da prova vão muito além da proteção à saúde dos estudantes e profissionais envolvidos no esquema logístico da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio. Também estão intimamente conectados tanto aos problemas socioeconômicos do Brasil, quanto às medidas que precisaram ser tomadas para prevenção do contágio da Covid-19.

É comum que as escolas, especialmente as da rede pública, sejam o único espaço onde os estudantes conseguem ter acesso a aulas, materiais didáticos, equipamentos eletrônicos e internet. Com o fechamento desses locais e a restrição dos estudos ao ambiente doméstico, muitos prejuízos de ensino e aprendizado começam a aparecer.

Bruna Letícia de Farias Ferreira tem 17 anos e cursa o terceiro ano do ensino médio na Escola Técnica Estadual Luiz Alves Lacerda, no município do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (RMR). Ela conta que, durante no período de isolamento, precisa se virar para estudar tendo apenas o celular e a internet de casa que, apesar de ajudar, “varia muito”. Perguntada se, na falta do computador, o telefone móvel supre suas necessidades, a jovem nega taxativamente.

Foto: Cortesia

“Definitivamente não. Ajuda bastante nesse período de isolamento, não vou negar, mas não acho que seja suficiente. No celular existem coisas que distraem e nos tiram do foco, sem falar que existem pessoas que nem isso tem”, diz Bruna.

Questionada sobre o impacto do fechamento da escola no andamento dos estudos, a aluna conta que os professores têm se empenhado em acompanhar as turmas, mas há dificuldades impostas pelo distanciamento na condução dos estudos e no acesso de alguns jovens a equipamentos digitais e internet. “Muitas vezes ficamos sem rumo ao abordar determinado assunto. Não saber como começar, ou até que ponto se aprofundar nele, esse tipo de coisa. Alguns dos meus professores têm se empenhado fazendo lives e gravando vídeos, porém não são todos que são assim, por isso ficamos em déficit em muitas matérias”, conta Bruna.

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No que diz respeito ao calendário do Enem, Bruna considera “injusto e irresponsável” que o cronograma continue inalterado. “Eles não ligam para os alunos. Vários alunos não têm acesso à tecnologia, como eles ficam? À margem? Muitos só têm esse acesso dentro da escola, pedindo a um amigo ou usando algum aparelho funcional da escola. Para eles, até o cadastro do Enem se torna difícil. Me sinto, sim, [prejudicada], já  que tenho dificuldade para estudar em casa e creio que meus colegas também estão com o mesmo problema”, afirma a jovem.

Além de enxergar uma quebra de isonomia na manutenção da data do Enem, a estudante também vê riscos à saúde coletiva e não se sente segura com a ideia de ter que fazer as provas já no mês de novembro. “Uma pandemia não some do nada. Ainda ficarão resquícios da mesma, sendo assim perigoso para os alunos”, teme.

O jovem Alisson Pereira de Souza Borges, de 16 anos, é aluno do terceiro ano na Escola Estadual Doutor Benjamin Caraciolo, que fica no município pernambucano de Sanharó, Agreste do Estado, distante 198 km da capital Recife. Ele define o período de afastamento do ambiente escolar como “muito ruim”, repleto de dúvidas sobre os temas estudados, que só podem ser esclarecidas por meios como o WhatsApp. “Mas não é a mesma coisa quando se está na sala de aulas”, diz o aluno.

Assim como no caso de Bruna, Alisson relata um esforço dos professores para passar atividades, mas explica que na turma, algo em torno de cinco estudantes não têm internet, computador e nem celular, ficando completamente impossibilitados de ter esse acompanhamento pedagógico. Para o Enem 2020, o jovem “aposta” em um grande número de notas baixas, uma vez que expressiva quantidade de alunos não conseguirá se preparar adequadamente.

O medo de contrair Covid-19 durante a aplicação do Exame, segundo Alisson, também existe. Quando questionado se a manutenção do cronograma do Enem pode criar injustiças na disputa pelas vagas nas universidades públicas, ele definiu a decisão de não mudar a data das provas como “falta de ética social”.

“Os [alunos] que têm condições a ter cursinhos, acompanhamentos e recursos não são melhores que ninguém; somos todos iguais, por isso devemos lutar por nossos direitos, não é só porque eu tenho dinheiro que eu sou mais valorizado que você! Somos todos pó dessa terra, dinheiro é só um bem material”, opina o candidato. 

Andréia Caxias de Souza tem 42 anos, trabalha como vendedora na cidade de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e é mãe de um estudante do terceiro ano do ensino médio de uma escola estadual da mesma cidade. A manutenção da data do Exame, segundo ela, afetou a toda a família, uma vez que o garoto tem sofrido um abalo emocional e psicológico muito forte devido ao medo de não conseguir se preparar bem para a prova sem as aulas na escola. “O meu filho faz acompanhamento psicológico, então isso cai nele de forma mais dolorosa. Logo foram suspensas as consultas, mas mesmo assim ia levando nas atividades em casa. Ele até tentou. É difícil nesse momento em que a cabeça está a mil por hora devido à pandemia. Ele diz: ‘tenso só em pensar que a data está chegando e eu não tenho preparação de professores’. É muito triste, porque só queremos o melhor para nossos filhos e me vejo de mãos atadas, porque o poder não se sensibiliza com a classe que tem as dificuldades”, afirma Andreia.

Os professores também sofrem com essa nova realidade para se adaptar ao ensino a distância, dar suporte com aula e atividades, tirar dúvidas do maior número de alunos possível e fazer tudo isso ao mesmo tempo em que cuidam de suas próprias casas, com os recursos que têm à mão. A professora de história e sociologia para o ensino médio Adriana Maria Maia dos Santos tem 47 anos de idade, dos quais 28 foram dedicados à educação, sendo 14 anos na rede pública.

A docente, que atualmente leciona na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Martins Júnior, localizada no bairro da Torre, no Recife, contou que por mais esforços que sejam feitos, não tem sido possível atingir a todos os alunos com os conteúdos devido às condições de acesso à informação dos estudantes em casa. “Levando em consideração também como esses jovens estão na quarentena, distante da sua rotina de estudo, suas amizades e de todo o ambiente escolar que é sua vida social, a estratégia foi usar EaD. Podemos até conseguir ir adiante no conteúdo, mas não com todos os estudantes. É possível que vários alunos não tenham meios de ficarem conectados. A tecnologia não é tão democrática ainda, ela aproxima, mas também afasta se levarmos em consideração níveis sociais. Por enquanto, estamos mantendo contato pelas redes sociais e o classroom enviando links de textos, vídeos e atividades que os estudantes enviam. Os alunos não optaram por ensino a distância, eles estão acostumadas ao presencial e para o professor também é um universo novo”, descreve a professora.

Os desafios com o uso das ferramentas tecnológicas próprias para o ensino a distância também foram uma realidade à qual os educadores precisaram se adaptar em tempo recorde, contando com apoio tanto das Secretarias de Educação quanto uns dos outros, como contou Adriana. “No primeiro momento senti a angústia dos jovens e como era salutar preenchermos esse tempo, nesse meio tempo um colega foi ensinando o outro a criar sua turma e usar programas. A Secretaria tem acompanhado através da nossa equipe gestora que está dando muito apoio e sendo um elo entre os estudantes e os professores, sobretudo na hora do estresse”, relata ela.

No que diz respeito ao calendário do Enem, Adriana é taxativa ao dizer que o cronograma precisa ser alterado, pois o momento presente é de prioridade máxima para os cuidados com a saúde, com a manutenção da vida e sustentação do sistema público de atendimento básico. “A luta para que os técnicos do Inep vejam a prerrogativa humana não vai ser fácil, por isso precisamos que o assunto não silencie, pois é a análise da conjuntura que envolve a problemática, seja analisando os dados e objetivando uma solução. É uma a luta de todos para que a injustiça não se torne maior”, diz a professora.

Silvânia Miranda Ferreira Figueirôa tem 54 anos e há 14 dá aulas de biologia para o ensino médio na rede pública. Assim como Adriana, ela é professora na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Martins Júnior e conta que, além da plataforma “Classroom”, tenta usar o WhatsApp para tirar dúvidas dos estudantes, criando grupos com as turmas para estar em contato com os alunos, mas que ainda assim há dificuldades e queixas.

Foto: Cortesia 

“É como se fosse uma turma com 90 alunos; eu estou com 70 inscritos, mas só 35 participam da aula. Os motivos são muitos. Tem alunos que mandam tarefa de 3 horas da manhã, porque dizem que é muita zoada em casa. Outros não conseguem ter acesso, porque não têm telefone e têm que esperar o pai chegar para ter acesso ao telefone e mandar a atividade. E tem aqueles que a gente sabe que não querem, são descomprometidos, mas eu acredito que a maioria tem alguma dificuldade. E eu fico muito triste, porque a gente sabe que muitos são meninos comprometidos, mas relatam que sem ter o professor para estar ali, mediando, preferiam adiar o Enem. Tem questão financeira, emocional, tem os pais que não participam no dia a dia, são várias questões”, detalha a doence a professora.

Professora da área de biologia, Silvânia explica que, além de uma injustiça social, a manutenção do calendário pode causar danos aos que forem aos locais de prova. “Até as pessoas que decifraram o vírus dizem ‘eu não sei’. Mas eu acredito que isso vai durar muito tempo. Estamos tendo uma epidemia dentro de uma pandemia, então o que acontece: acredito que se for a formatação que é de sempre, na questão de aglomeração, é lógico que tem um perigo, porque a gente não sabe quase nada sobre esse vírus. Se os epidemiologistas estão dizendo que isso vai durar muito tempo, que a gente vai ter o pico em maio, sabemos que isso vai ficar; não vai ter esse surto todo, mas acredita-se que possa vir a ter outros surtos como tem de gripe. Então, acredito que seja um perigo sim, que as autoridades deveriam ver isso, que os médicos e o Ministério da Saúde deveriam pautar isso na questão do Enem por conta das aglomerações, porque atinge todas as áreas”, opina a professora.

Para Silvânia, trabalhar a distância foi muito difícil e desafiador no começo, apesar de eça ter desenvolvido uma nova habilidade em sua práxis de trabalho, trazendo um amadurecimento. A educadora enxerga a questão de forma parecida para os estudantes, mas se preocupa com os alunos nessa nova realidade.

“Os [alunos] que não queriam mas na sala de aula, corpo a corpo, quando a gente chamava atenção, ele vinha. Mas, e agora, como a gente vai fazer? Eu primo muito pelo conteúdo, porque o Enem pede isso. Eu fico pensando, a gente está dando aula, mas não é a mesma coisa de todos os dias. Eles já têm perdas independentemente da pandemia. Tudo isso abala emocionalmente, porque eles sabem que a perda existe”, afirmou.

O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) emitiu uma nota pública manifestando “profunda preocupação quanto às datas divulgadas” devido ao fechamento das escolas pois, para a entidade, “não há dúvidas de que os estudantes do terceiro ano do ensino médio são os que sofrem o maior impacto” e “a manutenção do calendário publicado, especialmente das datas de realização das provas, deverá ampliar as desigualdades entre os estudantes em todo o país”.

Procurada pelo LeiaJá, a Secretaria Estadual de Educação e Esportes de Pernambuco seguiu um caminho semelhante, respondendo à reportagem por meio de uma nota que “entende que a suspensão das aulas por tempo indeterminado no país e a insistência do MEC na manutenção do calendário do Enem, especialmente com relação às datas das provas, prejudicam a preparação dos estudantes de escolas públicas e privadas”.

Ainda de acordo com o órgão, “no caso dos estudantes da rede pública, a situação é uma pouco mais grave, pois as diferenças quanto à estrutura para acesso a atividades não presenciais neste momento tendem a aprofundar ainda mais as desigualdades nos resultados entre os estudantes das redes pública e privada”.

Confira, a seguir, a nota na íntegra:

“A Secretaria de Educação e Esportes entende que a suspensão das aulas por tempo indeterminado no país e a insistência do MEC na manutenção do calendário do ENEM, especialmente com relação às datas das provas, prejudicam a preparação dos estudantes de escolas públicas e privadas. No caso dos estudantes da rede pública, a situação é uma pouco mais grave, pois as diferenças quanto à estrutura para acesso a atividades não presenciais neste momento tendem a aprofundar ainda mais as desigualdades nos resultados entre os estudantes das redes pública e privada. Neste contexto, a fim de diminuir os impactos causados pela pandemia e garantir aos estudantes a continuidade do processo de aprendizagem, foram lançadas estratégias para disponibilizar materiais de apoio aos estudantes e permitir o acesso dos jovens a aulas não presenciais. A Secretaria de Educação e Esportes lançou o Educa-PE e o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), plataformas para transmissão de conteúdo na internet e em canais de TV aberta e que concentram recursos educacionais digitais alinhados ao Currículo de Pernambuco além de materiais de apoio para estudo. Também foi lançado a iniciativa PE no ENEM com aulões preparatórios não presenciais todos os sábados pela manhã, em parceria com professores de escolas particulares, com transmissão ao vivo pela internet e por TV aberta. O PE no ENEM está apoiando a preparação para o ENEM de estudantes de escolas públicas e privadas.”

Presidente do Inep tenta justificar manutenção do calendário

Em live realizada pelo LeiaJá por meio do projeto Vai Cair No Enem, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, abordou os impactos da pandemia no Enem 2020. Ele tentou justificar por que o atual cronograma está mantido. Assista:

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entidade responsável pela organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Alexandre Lopes, participa de uma live, nesta segunda-feira (11), no LeiaJá, por meio do projeto Vai Cair No Enem. Lopes explica detalhes do Enem Seriado, bem como abordarda os impactos da pandemia do novo coronavírus na organização da prova deste ano.

A transmissão é realizada por meio do Instagram @vaicairnoenem, youtube.com/vaicairnoenem e no YouTube do LeiaJá. Confira:

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Em parceria com o LeiaJá, o projeto Vai Cair No Enem reúne dicas, questões, dinâmicas, aulas exclusivas e notícias sobre o Exame. Professores de várias cidades brasileiras compartilham conteúdos sobre os principais assuntos cobrados na prova.

O período de inscrições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 começou neste segunda-feira (11). No Twitter, o Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira] aparece com mais de sete mil menções, em que internautas ironizam os erros na plataforma e a manutenção do cronograma do Exame.

Com aulas suspensas desde março, estudantes de todo país têm expressado insatisfação com o não adiamento do Enem 2020, processo de avaliação que dá acesso a instituições de ensino superior. Nos comentários na rede social, alguns estudantes relatam ter tido problemas com a plataforma, dificultando a finalização da inscrição, outros falam que já conseguiram realizar as inscrições e ironizam a situação.

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Os candidatos podem participar da edição através de inscrições na Página do Participante até o dia 22 de maio. Abaixo, confira uma galeria com os memes mais engraçados sobre o tão aguardado dia de inscrições no Enem 2020.

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---> Inscrições para o Enem já podem ser realizadas

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 abriram nesta segunda-feira (11). Até então, o cronograma de provas está mantido este ano, segundo o Ministério da Educação (MEC). Um levantamento realizado pelo Instituto Unibanco concluiu que dos 19 países com provas semelhantes, apenas cinco mantiveram os cronogramas para realizar exames de acesso ao ensino superior.

A manutenção do Enem vai na direção contrária do que acontece na maioria dos países do mundo. Com a manutenção das provas, vêm a tona preocupações e agravantes significativos. No Brasil, em que aulas presenciais estão suspensas devido a pandemia, cerca de 80% dos estudantes estão concentrados em escolas da rede pública. 

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Através desse percentual, segundo o Instituto, estudantes mais pobres seriam prejudicados, pois sem a estrutura adequada para receber aulas a desigualdade educacional se mostra mais agressiva. Ou seja, estudantes em condições desfavoráveis teriam menos chance de obter boas notas para acessar o ensino superior. 

Adiamento de provas

Segundo o estudo, dez países com provas similares ao Enem adiaram a aplicação dos Exames. Foram eles: Estados Unidos, Espanha, Irlanda, China, Malásia, Singapura, Gana, Polônia, Rússia e Colômbia. Na França e no Reino Unido, a prova foi substituída por outra forma de avaliação. Na Itália e Finlândia a situação ainda está sendo avaliada.

Os Estados Unidos, por exemplo, mudaram o cronograma do SAT (teste de aptidão escolar) e algumas universidades retiraram a exigência do exame. Na China, o Gaokao – maior exame de admissão do mundo – foi adiado por um mês e será realizado em julho. Já na Rússia a decisão só será avaliada e tomada após o recesso de maio. 

Na Alemanha, Japão e Colômbia (para parte das escolas do sul do país) as provas foram mantidas. Também houve manutenção no Chile e no Egito, mas os exames nesses países serão adaptados para exigir apenas conteúdos de anos anteriores ou já abordados antes da suspensão de aulas.

Brasil

Apesar de cada país ter calendários escolares e panoramas da doenças diferentes, a perda das aulas em sua forma presencial - para evitar a propagação da Covid-19 - tem causado prejuízos objetivos [de aprendizagem] e subjetivos [emocional] aos estudantes, afirma o superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, sobre o estudo.  

Desde o início da quarentena, com a suspensão das aulas, e de forma mais incisiva nas últimas semana, pedidos para o adiamento do Enem deste ano vêm crescendo. Em reunião com o senado, na última terça-feira (5), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se mostrou irredutível - segundo senador Weverton (PDT-MA) - quanto a mudanças no cronograma da prova

O Enem é o principal canal para acessar o ensino superior no Brasil. O cronograma da prova segue mantida, com realização das provas impressas em 1º e 8 de novembro, e com aplicação na forma digital foi adiada para 22 e 28 de novembro. Os vestibulandos poderão realizar a solicitação de isenção durante o período de inscrições no Exame, que começa nesta segunda-feira (11) e vai até 22 de maio.

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