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O presidente Jair Bolsonaro confirmou neste domingo, 4, que a exoneração do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, ocorreu por uma solicitação sua.

Para o presidente, não havia mais "clima" para que ele continuasse no cargo. A demissão ocorreu após a divulgação pelo órgão de dados sobre o aumento do desmatamento da Amazônia neste ano. Bolsonaro confirmou que o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, demitiu Galvão a seu pedido.

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"Eu não peço. Certas coisas eu mando. Por isso que sou presidente. Após as declarações dele a meu respeito, pessoais, não tinha clima para continuar mais. Não tinha clima", afirmou.

Bolsonaro negou ter censurado os dados, contestados por ele, sobre o aumento do desmatamento na Amazônia em 2019. "Eu não censurei, eu não disse que não tinha que divulgar, mas a forma com que foi divulgado...com áreas sobrepostas, áreas acumuladas. É complicado. Não é a posição de um brasileiro que quer servir a sua pátria está preocupado com os negócios do Brasil. É lamentável", completou.

O presidente voltou a dizer que os dados sobre o aumento do desmatamento estariam sendo usados no exterior para "desacreditar o Brasil". "Estamos adiantados com Mercosul, com Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, isso dá um freio na gente, perde todo mundo", avaliou.

Bolsonaro repetiu que deveria ter sido avisado antes da divulgação dos dados pelo Inpe. "Eu acho até que se um funcionário como ele descobre um dado desse, ele tinha que chegar apavorado até para os ministros para falar olha o que vai estourar, o que a gente vai divulgar, o absurdo. Avisa o presidente para não ser surpreendido", afirmou. "Ele tem que manter reservados esses dados antes de sair. Ele tem a responsabilidade", completou.

A exoneração do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, rapidamente motivou críticas de especialistas na área ambiental. Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências, elogiou tecnicamente Galvão e lembrou que é obrigação dos institutos de ciência e tecnologia transmitirem à sociedade a ciência que produzem. "Informar os dados que têm de modo transparente aumenta a confiabilidade", disse.

Ao Estado, o especialista em sensoriamento remoto Matthew Hansen, da Universidade de Maryland (EUA), responsável pelo projeto Global Land Analysis and Discovery, que monitora desmatamento em todo o mundo, atestou que os dados do Inpe são precisos. "Dizer que o mapeamento é algo como opinião chega a ser um insulto a todo o trabalho duro que engenheiros e cientistas do Inpe fazem para fornecer dados precisos. O trabalho do Inpe é feito há décadas e avaliado por inúmeros outros pesquisadores independentes, tendo se provado medida altamente confiável das tendências de perda florestal na Amazônia brasileira, gostem dos resultados ou não."

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Hansen disse ainda que "lançar calúnias, como foi feito pelo presidente do Brasil, enfraquece a missão do Inpe". Segundo ele, nenhuma outra nação tem o mesmo nível de registro de monitoramento de desmate. "Atacá-lo de modo tão abertamente político e irresponsável é, na melhor das hipóteses, desrespeitoso e na pior, perigoso."

Para Carlos Rittl, do Observatório do Clima, Galvão "selou seu destino ao não se calar diante das acusações atrozes de Bolsonaro ao Inpe". "Ao reagir, Galvão também preservou a transparência dos dados de desmatamento, ao chamar a atenção da sociedade e da comunidade internacional para os ataques sórdidos, autoritários e mentirosos de Bolsonaro e Ricardo Salles (ministro do Meio Ambiente) à ciência do Inpe", disse.

'Trump tropical'

A prestigiada revista científica Nature publicou texto em que diz que o "Trump tropical" (em referência à afinidade de Bolsonaro com o presidente americano Donald Trump) "desencadeia crise sem precedentes para a ciência brasileira". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, que esteve no centro da polêmica com o presidente Jair Bolsonaro sobre os dados que mostram alta do desmatamento da Amazônia, foi exonerado do cargo nesta sexta-feira, 2. A publicação oficial deve ser feita ainda nesta tarde.

O pesquisador estava no Inpe desde 1970 e cumpria mandato à frente do órgão até 2020. Ele deixa a direção do instituto após duas semanas de intenso bombardeio por parte do governo às informações do instituto que mostram que desde maio os alertas de desmatamento da Amazônia dispararam, atingindo em julho o número mais alto desde 2015 para um único mês. O desmatamento observado pelos alertas entre agosto do ano passado até 31 de julho é 40% maior do que o período anterior.

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A decisão foi anunciada por ele mesmo após reunião que teve com o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. "Diante da maneira como eu me manifestei com relação ao presidente, criou um constrangimento, ficou insustentável e eu serei exonerado", afirmou Galvão a jornalistas que estavam em frente ao ministério após a reunião.

O Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira. 14, publica a exoneração do general Franklimberg Ribeiro de Freitas do cargo de presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai). A informação da demissão de Franklimberg foi antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo na terça-feira, 11, e confirmada no mesmo dia pelo general.

Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, Franklimberg, que estava há menos de cinco meses no cargo, passou a ser alvo de pressão de ruralistas liderado pelo secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antonio Nabhan Garcia.

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Questionado sobre o assunto, o general disse que a Funai continua a ser alvo de interesses sem nenhuma relação com a causa indígena e que estes, mais uma vez, prevalecem no caminho da autarquia, que voltará a ser ligada ao Ministério da Justiça - até a sanção da lei que reestrutura os ministérios de Jair Bolsonaro, a Fundação ainda está sob o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

"A realidade é que, infelizmente, assessores do presidente da República que pensam quem conhecem a vida e a realidade dos povos indígenas têm assessorado muito mal o presidente da República", disse Franklimberg à reportagem.

Em discurso de despedida para servidores, o general disse que Nabhan "odeia os indígenas". "Há vetores externos sobre a Funai que, em seu histórico, sempre estão prevalecendo sobre as políticas indígenas. Hoje, o futuro da Funai é incerto", afirmou.

Nabhan disse que só vai se pronunciar após a publicação da exoneração.

O decreto com a exoneração do ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Alberto dos Santos Cruz está publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (14).

No mesmo decreto, assinado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, também está a nomeação de Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira para a vaga do ex-ministro Santos Cruz.

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A saída do ministro Santos Cruz foi definida no fim da manhã dessa quinta-feira (13), em reunião dele com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, e confirmada pelo Palácio do Planalto, que anunciou também o seu substituto, o general de Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira.

Em nota, o porta-voz do governo, Otávio Rêgo Barros, agradeceu o trabalho de Santos Cruz. "O senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, informa que o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general de Divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz, será substituído pelo general de Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira. O presidente da República deixa claro que essa ação não afeta a amizade, a admiração e o respeito mútuo, e agradece o trabalho executado pelo general Santos Cruz à frente da Secretaria de Governo", afirmou.

Santos Cruz é o terceiro ministro a deixar o governo, após as demissões de Gustavo Bebianno (Secretaria Geral) e Ricardo Vélez Rodríguez (Educação). O novo ministro é o atual comandante militar do Sudeste. Ramos também atuou como comandante da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti e foi vice-chefe do Estado-Maior do Exército.

Em carta distribuída à imprensa, o ex-ministro Santos Cruz disse que deixou o cargo por decisão do presidente da República e agradeceu servidores da pasta, parlamentares, governadores, prefeitos e meios de comunicação, além do próprio Bolsonaro e familiares. Ele também mencionou autoridades do Judiciário e organizações da sociedade civil. A Secretaria de Governo na gestão Bolsonaro tem atribuição de liderar as relações institucionais e federativas do Poder Executivo federal.

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), o general Franklimberg Ribeiro de Freitas, confirmou que foi exonerado do cargo. A informação foi antecipada nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Na tarde desta terça-feira, Franklimberg disse à reportagem que recebeu uma ligação do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, informando que sua exoneração será publicada nesta quarta-feira, 12, no Diário Oficial da União.

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Conforme revelou o Estado, Franklimberg, que estava há menos de cinco meses no cargo, passou a ser alvo de pressão de ruralistas liderados pelo secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura (Mapa), Luiz Antonio Nabhan Garcia.

Questionado sobre o assunto, o general disse que a Funai continua a ser alvo de interesses sem nenhuma relação com a causa indígena e que estes, mais uma vez, prevalecem no caminho da autarquia ligada ao Ministério da Justiça (MJ).

"A realidade é que, infelizmente, assessores do presidente da República que pensam quem conhecem a vida e a realidade dos povos indígenas têm assessorado muito mal o presidente da República", disse Franklimberg à reportagem, sem citar o nome de Nabhan.

Luiz Antonio Nabhan Garcia é amigo de longa data do presidente Jair Bolsonaro. Presidente licenciado da União Democrática Ruralista (UDR), passou a ser o principal articulador das mudanças na demarcação de terras indígenas e licenciamento ambiental envolvendo essas áreas. Ocorre que o governo não conseguiu manter a Funai debaixo de seu controle no Mapa e viu a Funai voltar para o MJ, após derrota no Congresso.

"A informação que recebi é que, na quinta-feira, quando a Funai volta para o Ministério da Justiça, já não estarei aqui. Há vetores externos sobre a Funai que, em seu histórico, sempre estão prevalecendo sobre as políticas indígenas", disse o general. "Não fiz nada de errado. Procurei cumprir com todas as missões institucionais e as políticas do governo. Hoje o futuro da Funai é incerto. Não há como definir o amanhã."

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Servidor aprovado em concurso público do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Lucas Soares Fontes, que é branco, foi exonerado após ser descoberto que ele havia se pintado de cor mais escura para conseguir burlar o sistema de identificação de etnia. O agora ex-servidor tinha olhos claros, e também utilizou de lentes de outra de outra cor.

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A aprovação do concurso ocorreu 2015, no Estado de Minas Gerais. A banca avaliadora foi o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos - Cebraspe, também responsável pela análise de cotas.

A descoberta se deu por meio de denúncia anônima, na qual os setores responsáveis analisaram todos os documentos enviados por ele na época, inclusive a fotografia falsificada. Ao ser comprovada a fraude, o funcionário foi exonerado. A exclusão do servidor foi publicada no Diário Oficial da União do dia 30 de maio de 2019.

O corte no questionário do Censo Demográfico, que vai a campo no País em 2020, motivou mais uma baixa no corpo técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 7. O gerente da Coordenação de Métodos e Qualidade, na área de Metadados, José Guedes, pediu exoneração, informou o sindicato de servidores do órgão, o Assibge.

Guedes foi o quinto servidor a pedir exoneração em menos de 24 horas. Na quinta-feira, 6, quatro servidores em posições de chefia já tinham entregado seus cargos em protesto contra a forma como a atual direção vem conduzindo os preparativos para o levantamento censitário. Os técnicos que pediram exoneração foram Andréa Bastos, assessora da Diretoria de Pesquisas; Marcos Paulo Soares, coordenador de Metodologia e Qualidade; Barbara Cobo, coordenadora de População e Indicadores Sociais; e Leila Ervatti, gerente de análise demográfica.

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"O mais importante núcleo técnico ligado ao Censo Demográfico acaba de anunciar um pedido coletivo de exoneração por compreender que o processo vem sendo conduzido de forma inadequada, em desatenção às evidências técnicas sistematizadas em estudos sólidos apresentados à Direção do IBGE", justificou na quinta uma carta sobre o pedido coletivo de exonerações, distribuída pelo sindicato.

Procurado pela reportagem, o IBGE informou, em nota, que "entende e respeita a decisão, por esta ser um direito dos servidores envolvidos". Segundo o órgão, os cargos de chefia que ficaram vagos com os pedidos de exoneração serão ocupados por outros técnicos do instituto.

"O importante é unir forças para realizar um excelente Censo, preservando a missão institucional da Casa", respondeu a assessoria de comunicação do órgão, em nota.

O anúncio da demissão coletiva foi feito durante o debate de lançamento da campanha Todos Pelo Censo 2020, na noite de quinta-feira, no Rio, onde fica a sede do instituto. No evento, que reuniu cerca de 300 pessoas, três ex-presidentes do órgão fizeram a defesa pública da manutenção do Censo conforme formulado pela equipe técnica: Roberto Olinto, Wasmália Bivar e Eduardo Nunes. Todos lembraram a excelência do trabalho exercido pelo instituto e pediram aos servidores presentes, vários ainda em cargo de gerência, que não abandonem suas posições apesar das supostas pressões e ingerências sobre o trabalho técnico do órgão.

"Há uma tentativa de descrédito à equipe do IBGE sistematicamente", discursou Roberto Olinto, substituído no fim de fevereiro pela atual presidente, Susana Cordeiro Guerra.

Os técnicos presentes no debate desconstruíram argumentos da nova direção para justificar a necessidade de um censo mais enxuto. Wasmália Bivar, que antecedeu Olinto na presidência, lembrou que pesquisa amostral não alcança o nível municipal e que o órgão já utiliza registros administrativos há décadas na sua produção, apesar das dificuldades de obter informações com regularidade de órgãos oficiais. "Quem trabalha com registro administrativo sabe como é árduo manter esse acesso de forma consistente ao longo do tempo", relatou Wasmália.

A ex-presidente lembrou ainda que o instituto já integra a Comissão de Estatísticas das Nações Unidas e que firma parcerias com países que produzem estatísticas de forma bem-sucedida, em uma crítica à busca de Susana por consultorias do Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento. "Convidamos quem fez, não quem ouviu falar de quem fez", disse na quinta Wasmália.

O Censo Demográfico foi orçado pela equipe técnica em pouco mais de R$ 3 bilhões, mas Susana Cordeiro Guerra anunciou que fará o levantamento com R$ 2,3 bilhões.

"O Censo deixou de ser Censo. O Censo virou uma contagem rápida de população", criticou Eduardo Nunes, que presidia o IBGE no Censo de 2010.

Os diretores de Pesquisas, Cláudio Dutra Crespo, e de Informática do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), José Santana Beviláqua, foram exonerados pela presidente do instituto, Susana Cordeiro Guerra. No lugar de Crespo, vai assumir o cargo, o demógrafo e economista Eduardo Rios-Neto. Para substituir Beviláqua foi indicado o economista David Wu Tai.

Segundo o IBGE, o novo diretor de Pesquisas é professor titular aposentado na Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (CEDEPLAR/UFMG). 

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Rios-Neto também presidiu a Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP) entre 1998 e 2002 e é membro titular da Academia Brasileira de Ciências. O professor também foi presidente da Comissão Nacional de População e Desenvolvimento (2004-2010) e vice-presidente do comitê organizador da Comissão sobre População e Desenvolvimento do Conselho Econômico e Social
 da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2010. Rios-Neto é PhD em demografia pela Universidade da Califórnia/Berkeley e pós-doutor pela Universidade do Texas-Austin.

O novo diretor de Informática David Wu Tai é funcionário do IBGE há 40 anos e ocupou os cargos de coordenador de Contas Consolidadas do Setor Público, coordenador do Censo no Estado de São Paulo, chefe de Divisão de Coleta e delegado da Unidade Estadual de São Paulo. 

Wu Tai foi diretor-geral e coordenador Operacional dos Censos e atuava como coordenador-geral do Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI), preside o Comitê de Sigilo do IBGE e é graduado em Ciências Econômicas pela FAAP/SP e mestre em administração aplicada à economia pela FGV/SP.

A presidente do instituto também decidiu que a atual assessora no Centro de Documentação e Disseminação de Informações, Marise Maria Ferreira, vai passar a ocupar o cargo de Coordenadora Geral do CDDI.

Susana Cordeiro Guerra agradeceu o desempenho de Crespo e Beviláqua e elogiou o trabalho dos dois. “A presidente manifesta seu agradecimento e reconhecimento pelo empenho, qualidade técnica e compromisso institucional demonstrado pelos diretores Cláudio Crespo e José Santana Beviláqua no período em que trabalharam juntos”, informou em nota o IBGE.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, avisou a aliados que decidiu demitir a secretária nacional de Políticas para as Mulheres, Tia Eron (PRB-BA). Damares ligou esta semana para a subordinada para se queixar da produtividade dela. A ministra também se preocupou em avisar ao presidente do PRB, o deputado federal Marcos Pereira (SP). A exoneração deve ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.

A secretária-adjunta Roseane Cavalcante de Freitas, conhecida como Rosinha da Adefal (Avante-AL), deve assumir interinamente a cadeira deixada por Tia Eron. Rosinha é ex-deputada federal.

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Ao demitir Tia Eron, Damares justificou ter se incomodado com a "falta de produtividade" dela no ministério e também com a quantidade de pessoas "ligadas à esquerda" que ela teria nomeado para a pasta. Inconformada com as críticas, Tia Eron ligou para a prefeitura de Salvador - onde foi secretária Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza - para checar se a passagem dela por lá também tinha sido considerada negativa.

Ex-deputada federal, Tia Eron não conseguiu se reeleger no ano passado. Sem mandato, ela perdeu também a presidência do PRB na Bahia. A cúpula do partido anda insatisfeita com os posicionamentos dela.

Em 2016, Tia Eron ganhou visibilidade ao dar o voto decisivo para a aprovação, no Conselho de Ética da Câmara, do parecer que cassou o então presidente da Casa, Eduardo Cunha. Na época, ela fez suspense sobre seu qual seria seu voto, mas acabou votando contra Cunha.

A Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres é responsável pelo disque-denúncia 180, que atende mulheres vítimas de violência, e por financiar centros de acolhida, unidades de atendimento e campanhas educativas para prevenir e remediar a violência sexual e doméstica contra a mulher. Procurada pela reportagem, Tia Eron não retornou às ligações.

Três diretores do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, pediram exoneração nesta quarta-feira, 24. O comunicado foi apresentado à pasta pelo presidente substituto do órgão, Régis Pinto de Lima, e pelos outros dois diretores Luiz Felipe de Luca e Gabriel Henrique Lui. A saída da cúpula ocorre em meio a uma crise instalada na área ambiental do governo Bolsonaro.

Nesta terça-feira, 23, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o ministro Ricardo Salles mandou exonerar Fernando Weber, que chefiava o Parque Nacional Lagoa do Peixe, no Rio Grande do Sul. O dirigente também era vinculado ao ICMBio. Questionado sobre as razões que levaram à demissão de Weber, Salles disse apenas que "cargo de confiança é prerrogativa do Executivo escolher". O ministro disse ainda que já tinha um substituto, mas não anunciou o nome.

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Antes de demissão de Weber, o então presidente do órgão, Adalberto Eberhard, já havia pedido exoneração do cargo após o ministro determinar a abertura de um processo administrativo contra funcionários do ICMBio do Rio Grande do Sul. O anúncio de Salles foi feito na frente de Eberhard durante uma visita do ministro à região do Parque Nacional Lagoa do Peixe, no dia 13.

Após ouvir queixas de pescadores e produtores locais sobre o ICMBio, o ministro pediu para que os funcionários do órgão se juntassem a ele na mesa. "Não tem nenhum funcionário?", perguntou na sequência. "Vocês vejam a diferença de atitude: está aqui o presidente do ICMBio que, embora seja um ambientalista histórico, uma pessoa respeitada no setor, veio aqui ouvir a opinião de todos vocês. E na presença do ministro do Meio Ambiente e do presidente do ICMBio, não há nenhum funcionário aqui", reclamou Salles.

Em seguida, o ministro anunciou a abertura de processo administrativo disciplinar contra todos os funcionários ausentes no evento. A plateia aplaudiu com entusiasmo. Eberhard manteve-se em silêncio. No dia 15, foi até seu gabinete em Brasília, limpou as gavetas, despediu-se dos funcionários e entregou a carta de demissão ao ministro.

Os dirigentes que pediram exoneração nesta quarta citaram a saída de Eberhard. "Frente à exoneração do senhor Adalberto Eberhard do cargo de presidente do ICMBio no último dia 15 e reconhecendo a necessidade de que suas orientações para o Instituto sejam amparadas e conduzidas por uma equipe de sua mais elevada estima e confiança, vimos solicitar a exoneração dos cargos de presidente substituto e diretores dos signatários abaixo", afirmam os três no pedido entregue a Salles.

Funcionários relataram ao Estado que não foram ao evento com o ministro e o presidente do ICMBio porque não haviam sido convocados para a cerimônia, que foi acompanhada por políticos gaúchos, além de representantes do agronegócio. Alguns servidores chegaram a ir ao evento, ao saberem que o ministro havia ameaçado puni-los pela ausência. O chefe do parque, Fernando Weber, que será exonerado, juntou-se à mesa, ao lado do ministro, mas não teve a chance de responder às críticas.

Carta

Na semana passada, servidores federais da área ambiental divulgaram uma carta aberta à sociedade de repúdio às "declarações e posturas" de Ricardo Salles. "O ministro vem, reiteradamente, atacando e difamando o corpo de servidores do ICMBio através de publicações em redes sociais e de declarações na imprensa baseadas em impressões superficiais após visitas fortuitas a unidades de conservação onde não se dignou a dialogar com os servidores para se informar sobre a situação e sobre eventuais problemas e dificuldades", escrevem em carta assinada pela Associação Nacional de Servidores da Carreira de Meio Ambiente (Ascema Nacional).

Reportagem do Estado mostrou, no fim de semana, que a área ambiental do governo Bolsonaro passa por um processo de militarização. Do alto escalão do Ministério do Meio Ambiente até as diretorias do Ibama e do ICMBio, postos-chave estão agora sob a tutela de oficiais das Forças Armadas e da Polícia Militar. A orientação dada pelo próprio presidente e levada a cabo pelo ministro Ricardo Salles, é a de acabar com o "arcabouço ideológico" no setor.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mandou exonerar nesta terça-feira, 23, o chefe do Parque Nacional Lagoa do Peixe, no Rio Grande do Sul, Fernando Weber, vinculado ao Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). A reportagem apurou que a exoneração deve ser publicada na quarta ou quinta-feira.

O ministro confirmou a decisão à reportagem. Questionado sobre as razões que levaram à demissão de Fernando Weber, disse apenas que "cargo de confiança é prerrogativa do Executivo escolher". Salles disse que já escolheu um sucessor para o cargo, mas não mencionou nome.

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A demissão ocorre dez dias depois de Salles fazer uma reunião com ruralistas e produtores para discutir as limitações do parque gaúcho. Trata-se do segundo servidor que deixa o ICMBio após o encontro polêmico, ocorrido no dia 13. Dois dias depois da reunião, o presidente do órgão, Adalberto Eberhard, pediu exoneração do cargo.

Salles e Eberhard visitavam a região do Parque Nacional Lagoa do Peixe. Após ouvir queixas de pescadores e produtores locais sobre o ICMBio, o ministro pediu para que os funcionários do órgão se juntassem a ele na mesa. "Não tem nenhum funcionário?", perguntou na sequência. "Vocês vejam a diferença de atitude: está aqui o presidente do ICMBio que, embora seja um ambientalista histórico, uma pessoa respeitada no setor, veio aqui ouvir a opinião de todos vocês. E na presença do ministro do Meio Ambiente e do presidente do ICMBio, não há nenhum funcionário aqui."

Salles, então, anunciou a abertura de processo administrativo disciplinar contra todos os funcionários. A plateia aplaudiu com entusiasmo. Eberhard manteve-se em silêncio. No dia 15, foi até seu gabinete em Brasília, limpou as gavetas, despediu-se dos funcionários e entregou a carta de demissão ao ministro.

Funcionários relataram ao jornal O Estado de S. Paulo que não foram ao evento com o ministro e o presidente do ICMBio simplesmente porque não haviam sido convocados para a cerimônia, que foi acompanhada por políticos gaúchos, além de representantes do agronegócio. Alguns servidores chegaram a ir ao evento, ao saberem que o ministro havia ameaçado puni-los pela ausência. O chefe do parque, Fernando Weber, que será exonerado, juntou-se à mesa, ao lado do ministro, mas não teve a chance de responder às críticas.

Procurado pelo Estado, Weber disse apenas que estava "reunindo a equipe da unidade de conservação para dar as informações sobre a exoneração".

Críticas

Na semana passada, servidores federais da área ambiental divulgaram uma carta aberta à sociedade de repúdio às "declarações e posturas" do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. "O ministro vem, reiteradamente, atacando e difamando o corpo de servidores do ICMBio através de publicações em redes sociais e de declarações na imprensa baseadas em impressões superficiais após visitas fortuitas a unidades de conservação onde não se dignou a dialogar com os servidores para se informar sobre a situação e sobre eventuais problemas e dificuldades", escrevem os servidores em carta assinada pela Associação Nacional de Servidores da Carreira de Meio Ambiente (Ascema Nacional).

No documento, os servidores também destacam o funcionamento do ICMBio, e lembram que o órgão, que gere 334 unidades de conservação em todo o País, tem 1.593 servidores - "um para cada 100 mil hectares de área protegida", dizem. Eles comparam que o serviço de parques dos EUA tem 1 servidor para cada 2 mil hectares de área protegida - cada profissional brasileiro precisa cuidar de uma área 50 vezes maior que o seu par americano.

Reportagem do Estado mostrou, no fim de semana, que a área ambiental do governo Bolsonaro passa por um processo de militarização. Do alto escalão do Ministério do Meio Ambiente até as diretorias do Ibama e do ICMBio, postos-chave estão agora sob a tutela de oficiais das Forças Armadas e da Polícia Militar. A orientação dada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro e levada a cabo pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é a de acabar com o "arcabouço ideológico" no setor. Já são pelo menos 12 militares.

O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 18, publica a exoneração do general Marco Aurélio Costa Vieira do cargo de secretário especial do Esporte, área agora vinculada ao Ministério da Cidadania, comandado pelo ministro Osmar Terra. O nome do novo titular não foi publicado no DOU.

Nos bastidores, há especulações de que a saída do general Vieira seria necessária para dar lugar ao MDB, com a nomeação de João Manoel Santos Souza, do Maranhão, que seria ligado ao ex-presidente José Sarney. Santos Souza é filho do ex-senador João Alberto, que hoje preside o MDB maranhense. Osmar Terra também é do MDB.

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Na semana passada, o ministro Osmar Terra tentou minimizar as especulações e disse que "por enquanto" não haveria mudança. "Precisamos botar o bloco na rua. Nossa dificuldade é juntar três ministérios em um e fazer funcionar lá na ponta. Não tem de ficar mudando secretários. Tem é de fazer eles trabalharem e todos estão", afirmou, reconhecendo, no entanto, que "há um jogo de interesses, de bastidores", sem especificá-los.

O general Marco Aurélio Vieira esteve reunido com o presidente Jair Bolsonaro no último dia 8, sem a presença do ministro. Osmar Terra, por sua vez, esteve com Bolsonaro no final da tarde do mesmo dia. "Ele tinha uns assuntos dele, específicos, para tratar com o presidente", desconversou o ministro na ocasião.

As mudanças na pasta começaram a ser discutidas no contexto da ampliação da base partidária do governo no Congresso, no momento em que o Palácio do Planalto tenta conseguir os votos necessários para a aprovação da proposta de reforma da Previdência.

O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Adalberto Eberhard, pediu exoneração do cargo nesta segunda-feira, 15. Em carta enviada ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, Eberhard alegou "motivos pessoais" para o pedido. A decisão ocorre dois dias depois de uma reunião conturbada com produtores rurais no Rio Grande do Sul. Em nota, Salles agradeceu "o trabalho e a dedicação do sr. Adalberto Eberhard no período em que presidiu o ICMBio, especialmente pela maneira com que tratou os inúmeros desafios encontrados nesse necessário processo de reestruturação".

No sábado, 13, enquanto visitavam a região do Parque Nacional Lagoa do Peixe, no sul do Estado, Salles determinou a abertura de um processo administrativo contra servidores do ICMBio por eles não estarem presentes à reunião que acontecia na cidade de Tavares, em que estava presentes políticos, como o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), e representantes do agronegócio. A sede do ICMBio responsável pelo parque fica na cidade vizinha de Mostardas, a 29 km de distância. O ICMBio é o órgão responsável pela gestão de 335 unidades de conservação federais no País.

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Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em condição de anonimato, por medo de represálias, um dos funcionários disse que eles não foram convidados para a reunião e que o encontro não estava previsto na agenda do ministro na região. A ideia era que Salles, depois de visitar a sede do órgão, fizesse um passeio pelo parque para conhecer uma nova trilha para pedestres que será em breve inaugurada. Mas, segundo este funcionário, o ministro ficou alguns minutos na sede e saiu.

Salles e Eberhard foram para um encontro com representantes de produtores e do agronegócio local e também de moradores do parque que ainda vivem na região, apesar de o parque ter sido criado em 1986. Alguns nunca foram indenizados. Após ouvir queixas do pescador Jair Lucrécio, que criticou o ICMBio e disse que o parque só fez o povo "sofrer e chorar" e que são os antigos moradores que sempre cuidaram bem da região, Salles pediu para que os funcionários do órgão se juntassem a ele na mesa.

"Não tem nenhum funcionário?", perguntou na sequência. "Vocês vejam a diferença de atitude: está aqui o presidente do ICMBio, Adalberto Eberhard, que, embora seja um ambientalista histórico, uma pessoa respeitada no setor, é uma pessoa que veio aqui ouvir a opinião de todos vocês, ouvir as experiências. E na presença do ministro do Meio Ambiente e do presidente do ICMBio, não há nenhum funcionário aqui, embora eles tenham nos esperado em Mostardas", continuo o ministro, como pode ser observado em vídeo do encontro divulgado por participantes.

"Eu determino a abertura de processo administrativo disciplinar contra todos os funcionários por desrespeito à figura do ministro, do presidente do ICMBio e do povo do Rio Grande do Sul com essa atitude", afirmou, recebendo na sequência aplausos da plateia.

O ministro prosseguiu, dizendo que "o momento da perseguição às pessoas de bem nesse País acabou". "Foi com a eleição de nosso presidente, Jair Bolsonaro. Com restabelecimento da segurança jurídica, do devido processo legal, do respeito a quem produz e quem trabalha, nós vamos recolocar o Brasil no caminho certo."

Salles disse que a criação do parque foi importante para chamar a atenção para uma área que é sensível. "Mas em que termos nós vamos fazer a importante defesa do meio ambiente, da fauna, da flora, das aves migratórias, enfim, com uma espécie que vem sendo ameaçada no Brasil, que é o ser humano?"

Os funcionários chegaram ao local do evento cerca de 20 minutos depois que ele tinha começado e souberam que o ministro tinha dito que eles seriam alvo do procedimento administrativo. O chefe do parque, Fernando Weber, chegou a se juntar a mesa, mas não teve a chance de responder às críticas.

Desde a manhã desta segunda, o jornal O Estado de S. Paulo questionou o presidente do ICMBio sobre a situação a que os funcionários do ICMBio ficaram expostos no fim de semana, após as declarações do ministro. Ele também foi perguntado se concordava com a atitude de Salles, mas não respondeu ao pedido de esclarecimentos. A informação sobre o pedido de exoneração começou a aparecer por volta de 17h. O ICMBio não se pronunciou até o momento.

Após afirmar que o PSL está cada vez mais parecido com o PT e exigir a demissão do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, por ameaçar uma deputada federal, a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL) disse estar recebendo conselhos para se limitar as atividades de parlamentar em São Paulo e expôr sua opinião sobre outros assuntos da conjuntura nacional.

Em publicação no Twitter, Janaína disse que recebia “os conselhos” com humildade, mas garantiu que seguirá trabalhando. “Só gostaria de lembrar duas coisinhas: 1- Se eu tivesse ficado no meu devido lugar, quando ainda nem era ‘apenas uma deputada estadual’, o PT estaria no poder. 2- Os aplausos reiterados levaram Lula à prisão!”, argumentou.

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“Então, sob as costumeiras pedradas, seguirei trabalhando (como sempre trabalhei) pelos netos de todos! E não faço isso por ser uma deputada estadual, faço isso por ser uma cidadã brasileira! Cidadã é o maior título que uma pessoa pode ter. Pensem nisso!”, acrescentou.

A agora deputada estadual pelo PSL ficou conhecida no país por ter sido uma das autoras do pedido que resultou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ela, inclusive, foi a parlamentar mais votada do país em outubro de 2018.

Janaína disse que as mensagens “apontando que deveria limitar” ao seu “devido lugar” e destacando que ela é “apenas uma Deputada Estadual” iniciaram no último sábado (13). O dia que nas redes sociais ela expôs as contestações partidárias e ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, exonerou o publicitário Floriano Barbosa de Amorim Neto do cargo de secretário especial de Comunicação Social. A exoneração de Floriano Amorim, que acompanha Bolsonaro desde os tempos em que ele era deputado, está formalizada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 10.

Floriano trabalha com a família há pelo menos três anos, no gerenciamento das redes sociais do deputado federal Eduado Bolsonaro e do próprio presidente.

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O novo chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) será o empresário Fábio Wajngarten, mas sua nomeação ainda não foi formalizada no Diário Oficial. O nome de Wajngarten para o posto foi anunciado pelo próprio presidente semana passada durante café com jornalistas.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, com a escolha de Wajngarten, o governo pretende mudar totalmente a estratégia de comunicação.

A ideia do Planalto é investir mais recursos na campanha publicitária de televisão pela reforma da Previdência e se aproximar da mídia tradicional, que Bolsonaro critica desde a campanha.

Com informações da Agência Brasil

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) exonerou, nesta quinta-feira (28), o servidor José Olímpio Augusto Morelli - que multou o presidente Jair Bolsonaro, em 2012, no valor de R$ 10 mil por pescar em área protegida. Decisão foi publicada no Diário Oficial da União. Morelli ocupava o cargo comissionado de chefe do Centro de Operações Aéreas do Ibama, subordinado à Diretoria de Proteção Ambiental.

Coincidentemente ou não, segundo informações do jornal Folha de São Paulo, o servidor foi o único dos nove funcionários do mesmo nível hierárquico que foi exonerado pelo novo governo. Morelli estava no cargo desde 2017. Concursado, ele ainda não foi designado para uma nova função no órgão.

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José Olímpio Morelli é o fiscal que assina o auto de infração e o relatório que aponta o flagrante de Bolsonaro na Estação Ecológica de Tamoios, categoria de área protegida em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. A autuação aconteceu em 25 de janeiro de 2012 e provocou um pronunciamento de Bolsonaro na Câmara, já que na época ele era deputado federal.

"Fui abordado por um barco do Ibama. A primeira coisa que ele falou pra mim foi: 'sai!'. Como se fosse um cachorro", contou o presidente da época. "Esse cidadão aqui, repito o nome dele, José Augusto Morelli, falou: Sai! Aqui ninguém pode pescar, seja deputado ou não seja porque o decreto que vocês votam tem que ser respeitado. Fui obrigado a responder no mesmo tom", completou.

A presidência do Senado Federal, comandado por Davi Alcolumbre (DEM-AP), exonerou a jornalista Elisangela Machado dos Santos de Freitas, que disputou uma vaga na Câmara dos Deputados como Elisa Robson (PRP-DF) no ano passado, e estava lotada no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL-SP).

Elisangela é a administradora do perfil República de Curitiba, página simpática ao governo de Jair Bolsonaro, que recentemente patrocinou ataques ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em fevereiro, a Folha de S. Paulo mostrou que segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Elisangela recebeu R$ 25 mil do fundo criado para financiar campanhas políticas e sua maior despesa, R$ 14,9 mil (59% do total), foi com o próprio marido, o engenheiro Ronaldo Robson de Freitas. A candidata obteve 11.638 votos (0,81% dos votos válidos).

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Na época, o engenheiro afirmou que os gastos "estão todos discriminados e apresentados à Justiça eleitoral bem detalhadamente". Em seu perfil no Facebook, ela afirmou o marido "gerenciou todo o trabalho que foi feito de comunicação nas redes sociais", afirmou na postagem.

"Ele administrou as informações, os posts patrocinados, a produção de pequenos vídeos e os poucos recursos financeiros que precisaram ser gerenciados (com gasto total de R$ 30 mil). Inclusive, nossa família de 5 pessoas está sem carro até o hoje porque decidimos dar prioridade financeira para a minha campanha na época", publicou a candidata derrotada.

A reportagem não conseguiu contato com os citados. Procurado para saber o motivo da exoneração, o gabinete do senador Flávio Bolsonaro não se manifestou.

O diplomata Paulo Roberto de Almeida, de 68 anos, diz que o principal motivo de sua exoneração do cargo de presidente do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri) não foram os posts publicados em seu blog com críticas à atual gestão do Itamaraty, como divulgado inicialmente. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele atribui sua demissão às críticas que fez ao filósofo Olavo de Carvalho, considerado responsável pela indicação do embaixador Ernesto Araújo para o ministério das Relações Exteriores. Confira a seguir trechos da entrevista.

Como o senhor recebeu sua demissão?

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Já estava esperando por isso. É normal num processo de mudança de governo e que se aproxima também de uma mudança de regime. No meu caso, foi um pouco humilhante, na medida em que fui simplesmente comunicado de que estava sendo exonerado por "mau comportamento", por ter republicado no meu blog, a palestra do embaixador Rubens Ricupero no Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), em 25 de fevereiro, no Rio, e o artigo do ex-presidente Fernando Henrique, no Estado, no domingo, sobre a política externa do País.

Não era previsível que isso fosse acontecer, com a publicação dessas críticas à atual gestão do Itamaraty?

Isso foi levantado pelo chefe de gabinete que telefonou para me demitir. Eu disse que eram artigos publicados pela imprensa e que figuravam no próprio clipping do Itamaraty. Tudo o que publico no blog é público. Neste caso, convidei os leitores a iniciar um debate sobre a política externa com base nos três artigos. Mas esse não foi o motivo real da minha exoneração. O que foi um crime de lesa majestade foram as críticas anteriores que fiz ao Olavo de Carvalho, que é supostamente o patrono do Ernesto Araújo para o comando Itamaraty. Eu o chamei de "sofista da Virgínia" (em referência ao Estado da Virgínia nos EUA, onde ele mora). O Olavo é uma personalidade bizarra que faz um mal enorme à política externa, com esse antiglobalismo irracional e conspiratório assumido pelo Ernesto e com o antimultilaterealismo, anticlimatismo e antimarxismo cultural que fazem parte de sua pregação.

O Olavo fez um post nas redes falando que não teve influência na sua exoneração.

Isso é correto. Ele não sabia de nada. Mas teve influência indireta. Foram minhas críticas a ele que fizeram o ministro me demitir, porque o Olavo é o legitimador do Ernesto Araújo. Não descartaria também uma influência do Eduardo Bolsonaro, que contribuiu para a nomeação do Ernesto. Outro responsável foi o Filipe Martins, assessor internacional da Presidência, que é um desses olavistas fanáticos e muito próximo do Ernesto Araújo.

Como está clima no Itamaraty?

O que sinto é uma grande paralisia, uma grande expectativa, um grande temor, porque houve uma subversão da hierarquia, uma reforma imposta de cima para baixo que deixou muita gente perplexa, muitos embaixadores sem função. Pelo que posso notar, o Itamaraty está esperando instruções de cima que não vêm. As decisões são tomadas num círculo extremamente fechado vinculado ao próprio gabinete.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um diálogo entre o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e o presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) mostra que Onyx teria sido encarregado de procurar o ex-ministro Gustavo Bebianno, demitido na segunda-feira (18), para apaziguar as relações entre o governo e o ex-coordenador da campanha presidencial do PSL. A conversa teria sido ouvida através de um telefonema do chefe da Casa Civil a um repórter do jornal O Globo, segundo a publicação, de forma aparentemente acidental.

Na conversa, Bolsonaro demonstra preocupação com o pagamento por processos judiciais em que Bebianno representa o presidente como advogado. "Se ele (Bebianno) me cobrar individualmente o mínimo, eu to f... Tem que vender uma casa minha para poder pagar", diz o presidente.

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Onyx contou ao presidente que conversaria com Bebianno sobre as ações. Além disso, disse a Bolsonaro que havia ficado sabendo, através de um intermediário, que o ex-ministro havia negado a possibilidade de novos ataques ao governo. Bebianno teria prometido que não diria "mais nenhuma palavra" sobre seus desentendimentos com o Planalto e a família do presidente, segundo Onyx.

O diálogo entre Bolsonaro e Onyx ocorre um dia após a divulgação de áudios que contestam acusações do presidente e de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, de que Bebianno teria mentido. Bebianno também criticou Carlos em uma entrevista à rádio Jovem Pan nesta terça-feira (19).

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