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O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, antecipou nesta terça-feira (8), antes de participar da segunda reunião ministerial, no Palácio do Planalto, que há projeções para privatizar ou liquidar cerca de 100 estatais, incluindo subsidiárias do Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Petrobras, entre outras. A meta é reduzir gastos e levantar recursos.

Segundo o ministro, as privatizações podem ocorrer nos próximos meses. Ele não detalhou os planos de desestatização, mas afirmou que serão seguidos os critérios funcionais.

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“É possível colocar em prática se você pensar que há muitas subsidiárias. Obviamente, a gente está falando não só de privatizações, mas também de liquidação de empresas que não fazem mais sentido. As liquidações vão desonerar o orçamento e vai sobrando dinheiro para investir em outras prioridades.”

O ministro concedeu entrevista exclusiva à rádio CBN na manhã desta terça-feira, em Brasília.

Parcerias

Tarcísio Freitas disse, ainda, que reforçará as negociações com a iniciativa privada para buscar incentivos aos investimentos em infraestrutura no país e priorizar outros gastos com recursos públicos.

Ele afirmou que a equipe já “sabe o que fazer”. “Não há mais recurso fiscal. Para prover infraestrutura, vamos ter que contar muito com a iniciativa privada, por isso, nosso foco nas concessões, nas parcerias publico-privadas”, explicou.

Durante a reunião ministerial de hoje, os ministros devem apresentar planos e propostas de enxugamento da pasta e medidas de rápida implementação.

“Vamos pegar projetos que são de iniciativa de parlamentares que vão contribuir para a melhoria do ambiente de negócios e segurança jurídica”, disse.

Na mira de sua equipe, estão propostas já em tramitação que tratam de licenciamento ambiental, o papel das agências reguladores e a atualização do marco de desapropriações que atualmente segue o modelo de 1941. Para o ministro, o país precisa desenvolver bons projetos para atrair investimentos estrangeiros com estoque de capital.

“A gente tem que mostrar que nossos projetos são bons, que vão dar boa taxa de retorno e estão endereçando corretamente os riscos. Há que se afastar o risco de insolvência do país, portanto, a questão fiscal e a reforma da Previdência são muito importantes”, reiterou.

Rodovias

De acordo com o ministro da Infraestrutura, há planos definidos para ferrovias e setor portuário e metas para recuperação da malha rodoviária.

Ele lembrou que a construção e manutenção da infraestrutura viária tem um alto custo e disse que parte dessa responsabilidade pode ser passada para o setor privado se houver compatibilidade comercial.

“Tenho que pegar todos os trechos passíveis de exploração pela iniciativa privada. Isso vai fazer com que, na área da concessão, a gente disponibilize para a iniciativa privada quase 9 mil quilômetros de rodovias”, disse.

Segundo ele, desse total, 5,6 mil quilômetros seriam novas concessões.

Esposa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, a advogada Rosângela Wolff Moro pediu que a população pare de reclamar e aguarde o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) "dizer a que veio". Em publicação no Instagram, Rosângela pediu: "chega de mimimi, apenas espere e assista".

“Parem de reclamar e esperem para ver a que veio esse novo GOVERNO [sic]. #bolonaromoroguedes Redução de custos (do seu $$), corte de despesas desnecessárias, zero propina. Chega de MIMIMI [sic]. Apenas espere e assista”, cravou, acompanhando o texto das hashtags “#Bic”, “#bandejão” e “#vidareal”.

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A esposa do ministro ainda argumentou que os brasileiros verão que o país está no caminho certo. “O dia que todos os brasileiros se conscientizarem que somos UM SÓ [sic] povo com as mesmas preocupações veremos um grande avanço e estaremos no caminho certo”, salientou.

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Esta não é a primeira vez que Rosângela Moro se posiciona sobre as questões políticas do país. Na mesma rede social, ela já chegou a dizer, em uma publicação com foto Jair Bolsonaro e Sérgio Moro, que o ano será de “grandes mudanças”. Além disso, no dia da posse do marido como ministro, ela afirmou que Moro “fará muito pelo nosso país”.   

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), usou 80 notas fiscais de uma empresa de consultoria pertencente a um amigo de longa data para receber RS 317 mil em verbas de gabinete da Câmara dos Deputados entre os anos de 2009 e 2018. As informações foram reveladas pelo jornal "Zero Hora" na manhã desta terça-feira, 8. Entre as 80 notas, 29 foram emitidas em sequência, o que indica que Lorenzoni teria sido o único cliente da firma.

A empresa chamada Office RS Consultoria Sociedade Simples pertence a Cesar Augusto Ferrão Marques, técnico em contabilidade filiado ao DEM, o partido de Lorenzoni. Marques também trabalhou em campanhas políticas do parlamentar. O jornal gaúcho informa, ainda, que Marques não tem registro no Conselho Regional de Contabilidade. Ele é o responsável pela contabilidade do DEM no Rio Grande do Sul - e também trabalhou em campanhas políticas do parlamentar.

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A empresa está inapta na Receita Federal por omissão de valores ao fisco e tem R$ 117 mil em dívidas tributárias. Entre janeiro de 2013 e agosto de 2018, não recolheu impostos, apesar de ter emitido 41 notas a Onyx Lorenzoni.

Ao "Zero Hora", Marques confirmou que trabalha com Lorenzoni há quase 30 anos como consultor tributário. Segundo ele, o ministro não é o seu único cliente. Marques, que tem outra companhia, disse que emite parte das notas fiscais por uma empresa ou por outra devido a questões tributárias.

Defesa

Em nota, o ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro negou irregularidades na contratação da empresa de consultoria. "Trata-se de consultoria tributária - não apenas para projetos meus e sim aconselhamento para todos os projetos em destaque nesta questão. Além do contato telefônico sempre que necessário, são realizadas reuniões semanais em Porto Alegre", diz o texto divulgado no Twitter do ministro.

Na nota, Lorenzoni alega, ainda, que a empresa faz acompanhamento da execução do orçamento geral da União para fins de emendas parlamentares indicadas por ele para centenas de municípios e entidades assistenciais gaúchas.

"Com relação aos recursos da campanha eleitoral, cabe esclarecer que a empresa prestou serviço para o partido e todos os candidatos. Desde a pré-campanha, incluindo treinamento jurídico e contábil. Todas as contas foram aprovadas sem apontamentos. Há um rígido acompanhamento sobre todas as questões."

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse hoje (4) que o governo não vai aumentar impostos. “É um princípio deste governo não haver aumento de carga tributária”, afirmou Onyx, ao explicar a sanção do projeto de incentivos fiscais para as superintendências de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Nordeste (Sudene).

Segundo Onyx, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) era uma das possibilidades para assegurar o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em virtude da aprovação dos incentivos fiscais para a Amazônia e o Nordeste, mas essa possibilidade foi afastada.

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“O presidente [Jair Bolsonaro] ontem [3] assinou a sanção. Este poderia ter sido o caminho de hoje, assinado o decreto. A solução [de não aumentar o IOF] foi encontrada porque a equipe da Receita e da Casa Civil buscou a solução. E nós optamos, validamos com o presidente, por essa solução”, afirmou o ministro.

De acordo com Onyx, o presidente Jair Bolsonaro “se equivocou” ao dizer que havia assinado o aumento do IOF. “Ele se equivocou. Ele assinou a continuidade do projeto da Sudam e da Sudene”, disse Onyx, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

Orçamento

O ministro Onyx Lorenzoni disse que os incentivos aprovados para Sudam e Sudene não terão influência em 2019 e, por isso, não atingem a LRF. Conforme Onyx, existe um prazo de 12 a 14 meses entre a empresa apresentar proposta para se beneficiar desses incentivos fiscais e de fato começar a usufruir desses benefícios.

“Portanto, colocamos lá que, para o exercício de 2020 e 2021, como a peça orçamentária será constituída em 2019, o governo fará a devida previsão orçamentária”, disse o ministro. “Sancionou porque é meritório, as regiões Norte e Nordeste precisam. Tinha que ter sido resolvido pelos governo que estava no poder.”

A Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), no entanto, ficou de fora. Segundo Onyx, a situação desta era diferente da da Sudam e da Sudene e comprometeria a LRF e o orçamento público. “Trata de uma prorrogação de cinco anos, podendo ser prorrogado por mais cinco. No caso da Sudeco, era a criação de um novo programa, e isso não é suportado pela peça orçamentária, nem pela Lei de Responsabilidade Fiscal. E por isso foi vetado.”

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse hoje (2) que, no governo do presidente Jair Bolsonaro, os direitos conquistados pela comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) estão assegurados.

“Teremos um diálogo aberto com a comunidade LGBT. Nenhum direito conquistado pela comunidade LGBT será violado”, afirmou a ministra.

Segundo Damares, não haverá mudanças na estrutura destinada ao encaminhamento de demandas da comunidade LGBT. A ministra disse que a Secretaria de Proteção Global, cujo titular será o gestor público Sérgio Queiroz, terá uma diretoria dedicada às causas LGBT.

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 “As demandas da comunidade LGBT nunca foram cuidadas por uma secretaria, sempre foram cuidadas por uma diretoria. E o presidente [Jair] Bolsonaro respeitou essa estrutura. Portanto, a comunidade LGBT continua com a estrutura que tinha no ministério”, argumentou Damares.

A Diretoria de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, que era vinculada à Secretaria Nacional de Cidadania, será mantida, com a mesma estrutura, na Secretaria Nacional de Proteção Global. Damares disse que, no comando da nova pasta, vai lutar “pelo combate a todos os tipos de preconceitos nesta nação, inclusive LGBT”.

Na Secretaria de Proteção Global estarão também o combate à tortura, temas ligados à anistia e ao combate ao trabalho escravo.

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos terá oito secretarias temáticas. Além da Proteção Global, as secretarias cuidarão dos direitos das pessoas idosas, das pessoas com deficiência, da juventude, das crianças e dos adolescentes, da família, da igualdade racial e das mulheres.

O general de Exército Fernando Azevedo assumiu o Ministério da Defesa. Ele foi empossado ontem (1º) pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e recebeu a chefia da pasta durante cerimônia de transmissão de cargo realizada, nesta tarde (2), em Brasília. O novo ministro entra no lugar do general Joaquim Silva e Luna.

Fernando Azevedo será o 12º ministro a comandar o Ministério da Defesa desde a criação da pasta, em 1999. O ministro nasceu no Rio de Janeiro e passou para a patente de general de Exército em 2014. Dentro da corporação, Azevedo comandou as operações do Exército na missão das Nações Unidas no Haiti.

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Antes de ser convidado pelo presidente Bolsonaro para assumir o cargo, o novo ministro trabalhava como assessor especial do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

O ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS), disse nesta quarta-feira (2) que o pagamento de um 13º para os beneficiários do Bolsa Família, promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro, custará R$ 2,5 bilhões e será pago ainda este ano "com certeza". Terra não soube precisar ainda, no entanto, de onde virá a verba para garantir esse benefício.

"(O 13º do Bolsa Família) deve ser algo em torno de R$ 2,5 bilhões, que é a parcela mensal (do programa). Vou sentar com a área de planejamento para saber onde temos que atuar para garantir isso, mas vamos garantir. Já está decidido pelo presidente, está garantido por nós", disse após a cerimônia de transmissão de cargo.

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O Ministério vai reunir as pastas do Desenvolvimento Social, Esporte e Cultura, além de parte do acolhimento a dependentes da Secretaria de Drogas. Logo no primeiro dia como ministro, Terra já pediu um orçamento maior para a nova pasta, mas não soube dizer qual seria a quantidade de verba necessária para o funcionamento do ministério.

"O que nós temos que fazer é reforçar o Orçamento porque nos deram um orçamento de perna curta nessa área e, ao mesmo tempo, fazer ampliar um pente fino para realmente separar o joio do trigo, quem precisa e quem não precisa do programa (Bolsa Família). Nos últimos dois anos, saíram cinco milhões de famílias do programa, tinham 15 milhões, e entraram três milhões (de famílias) que estavam esperando há um tempão e não conseguiam. Temos que privilegiar quem realmente precisa e tenho certeza que nós vamos garantir o décimo terceiro, no final do ano", disse.

Terra foi ministro de Michel Temer no Desenvolvimento Social e deixou o cargo em abril para concorrer à reeleição na Câmara, onde cumpre mandatos consecutivos desde 1999. Ele foi reeleito com 86.305 votos. O deputado tem histórico de críticas a propostas que visam legalizar ou descriminalizar o uso de drogas no Brasil. Nas redes sociais, o futuro ministro se posiciona de forma contundente contra a legalização da maconha em uma série de publicações. No guarda-chuva da pasta a ser comandada por ele, estará parte da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), hoje no Ministério da Justiça.

Antes mesmo de assumir, Terra já anunciou os nomes dos secretários que ficarão responsáveis por áreas do ministério: o deputado federal não reeleito Lelo Coimbra (MDB-ES), líder da maioria na Câmara, foi escolhido para comandar a área de Desenvolvimento Social, o general Marco Aurélio Vieira vai comandar a área de Esportes, enquanto Henrique Medeiros Pires ficará responsável pela Cultura.

Outro já anunciado foi o deputado federal Floriano Pesaro (PSDB-SP), que ficará responsável pela Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério da Cidadania. A informação foi adiantada pela Coluna do Estadão. Pesaro não conseguiu se reeleger este ano e é visto como aliado do ex-presidenciável Geraldo Alckmin, de quem foi secretário de Desenvolvimento Social.

O futuro ministro da Educação, Vélez Rodríguez, disse hoje (1º) que será criada uma secretaria para cuidar de iniciativas das escolas cívico militares. Ele enfatizou que não se trata de “militarização” e que o custo de expansão do modelo “não sairia muito caro”.

“Por que não apoiar isso, se está dando certo? Não é coisa que saia muito cara não. Os modelos em desenvolvimento partem de colégios já estabelecidos que pedem ajuda à gestão cívico-militar. [Haverá uma] subsecretaria que cuidará disso”.

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De acordo com Rodríguez, o modelo “traz de benefício à disciplina, as crianças terem uma educação para cidadania”. A ideia de ter colégios militares em todas as capitais do Brasil até 2020 já constava no programa de governo de Jair Bolsonaro.

Vélez foi o primeiro a chegar ao Palácio do Planalto, poucas horas antes de ser empossado por Bolsonaro que receberá a faixa presidencial por volta das 16h30.

O futuro chefe da pasta da Educação também defendeu o modelo de universidade pública paga por quem tem condições financeiras para tal e citou o que acontece na Colômbia, seu país de origem.

“Cobrar uma taxa das universidades públicas não seriam uma coisa de outro planeta. Na Colômbia, universidade pública é paga por meio de declaração de renda. Se você não tem dinheiro, o governo te dá bolsa. Se você é classe média paga uma quantia simbólica e se você é rico, paga."

Ele antecipou, no entanto, que a questão deverá ser discutida pelo Poder Legislativo. “Mas tudo deve ser debatido com calma no Congresso Nacional, com a sociedade e com a comunidade acadêmica. Não é uma coisa que vai cair como num raio do céu.”

Um dia depois da cerimônia de posse de Jair Bolsonaro para a Presidência da República, os 22 nomes confirmados para o primeiro escalão do futuro governo assumirão, em diferentes horários, o comando das pastas que comporão a Esplanada dos Ministérios a partir de 2019.

Nomes que dividirão os andares do Palácio do Planalto, mantendo relações mais diretas com o futuro presidente, serão os primeiros a ocupar postos. As primeiras transmissões de cargos marcadas para as 9h serão, conjuntamente, dos novos ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, do Gabinete de Segurança Institucional, General Augusto Heleno, da Secretaria de Governo, General Santos Cruz, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno.

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Sergio Moro assumirá a Justiça e Segurança Institucional também pela manhã. A pasta comandada pelo ex-juiz federal  abarcará atribuições de áreas que, atualmente, estão distribuídas em outros Ministérios como o de Segurança Pública e Trabalho (registros sindicais).

Ainda pela manhã, Marcos Pontes recebe o bastão das áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação e do atual Ministério das Comunicações na Esplanada e o Almirante Bento Costa e Lima, o de Minas e Energia. 

A primeira mulher confirmada para o primeiro escalão de Bolsonaro, atual deputada Tereza Cristina, assume a Agricultura. Depois de um pronunciamento, a nova ministra já empossa os secretários da pasta.
No período da tarde, ocorrem as transmissões de cargo de ministro da Cidadania e Ação Social para Osmar Terra e da Saúde para Luiz Mandetta.

Três dos atuais ministros do governo Temer repassam suas atribuições a Paulo Guedes às 15h. O futuro Ministério da Economia abarcará funções que hoje são divididas entre Eduardo Guardia (Fazenda), Esteves Colnago (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão) e Marcos Jorge (Indústria, Comércio Exterior e Serviços).

A partir das 16h, assumem ainda Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), General Fernando Azevedo (Defesa), Ricardo Vélez Rodriguez (Educação), Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).

No fim do dia, o diplomata Ernesto Araújo toma posse na sede do Ministério de Relações Exteriores, em solenidade marcara para as 18h.

Com a manutenção de Wagner Rosário no comando da Controladoria-Geral da União, não haverá solenidade neste caso. Ainda há definições de horários em aberto, como é o caso das pastas do Meio Ambiente, a ser ocupada por Ricardo Salles, e do Desenvolvimento Regional, que terá o atual secretário executivo do Ministério da Integração Nacional, Gustavo Canuto, como ministro. Canuto administrará funções que hoje estão divididas entre os ministérios das Cidades e da Integração Nacional.

Com críticas à gestão atual e passada, o futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta sexta-feira, 28, que o programa Mais Médicos é caracterizado por improvisações, "desde o dia em que foi instalado até hoje", e que vai ter que ser revisto "como um todo".

"Vamos aguardar o que esse governo vai concluir, porque a gente já fez reuniões. O entendimento deles começa de um jeito, depois muda. A característica do Mais Médicos é que um programa de improvisações, uma atrás da outra. Desde o dia em que foi instalado até hoje", disse. "Isso vai ter que ser revisto, esse programa. Têm inúmeras situações de distorção", concluiu o futuro ministro na sede do governo de transição em Brasília, no CCBB.

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Mandetta cita como exemplo para as improvisações o fato de que o programa não tinha previsão de distrato. Sobre as supostas distorções, o futuro ministro diz que houve substituição completa do quadro de profissionais em cidades que têm IDH (índice de desenvolvimento humano) alto, e que, em tese, não precisariam disso, como Brasília.

Criado em 2013 na gestão da presidente Dilma Rousseff, o programa tinha como um dos alicerces a parceria com o governo cubano, que mandava profissionais para o interior do Brasil. O programa foi alvo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, crítico do regime cubano, que prometeu impor uma série de medidas à continuação dos profissionais aqui, o que fez Cuba abandonar o programa.

A saída de 8,5 mil médicos cubanos criou uma crise em municípios e fez com que prefeitos e secretários de Saúde se articulassem para a manutenção dos estrangeiros no País. Em 14 de dezembro, um terço dos brasileiros inscritos no programa ainda não haviam se apresentado para ocupar as vagas.

O economista do Ipea Adolfo Sachsida vai comandar a Secretaria de Política Econômica (SPE) do ministério da Economia do governo Jair Bolsonaro. Ligado ao movimento liberal no Brasil, ele faz parte do grupo de transição que assessora Paulo Guedes, o futuro ministro da Economia. Sachsida integrou também o núcleo principal de economistas voluntários que assessoram Guedes durante a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro.

A SPE, que ficará vinculada à Secretaria Especial de Fazenda do novo ministério, terá como objetivo central formular a política econômica do governo federal e preparar as "narrativas" técnicas que vão sustentar as medidas a serem adotadas pela equipe de Guedes.

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Doutor em Economia pela Universidade de Brasília (UNB) e com pós-doutorado pela Universidade do Alabama, Sachsida lecionou economia na Universidade do Texas e foi consultor do Banco Mundial para Angola. O economista também é autor de vários livros e artigos técnicos sobre política econômica, política monetária, política fiscal, avaliação de políticas públicas e tributação.

Emprego

Já o atual secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Igor Calvet, será o número dois da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade no futuro Ministério da Economia. Ele foi escolhido como secretário adjunto de Carlos Alexandre da Costa, já confirmado como secretário especial da área.

A informação foi divulgada ontem pela assessoria de imprensa do atual Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Até então, todos os anúncios de formação de equipe vinham sendo feitos pela assessoria de Paulo Guedes.

Calvet foi um dos formuladores da nova política de incentivos para o setor automotivo, o Rota 2030, sancionado neste mês pelo presidente Michel Temer.

De acordo com a nota, ele foi escolhido pelas "importantes entregas apresentadas como o programa Brasil Mais Produtivo, cujas eficiência e eficácia foram atestadas pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas (Cepal) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)".

Calvet é funcionário público na carreira e especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. É bacharel em Relações Internacionais, mestre e doutorando em Ciência Política. "Sua atuação como técnico é reconhecida pela boa articulação com o setor produtivo e com o Congresso Nacional", informou a nota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma ação popular impetrada na 6ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, na noite dessa quinta-feira (20), quer impedir que Ricardo Salles (Novo) tome posse como ministro do Meio Ambiente no próximo dia 2 de janeiro. Salles foi indicado para comandar a pasta pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), mas foi condenado nesta semana pelo crime de improbidade administrativa por favorecer empresas de mineração e mudar mapas de zoneamento do Rio Tietê, em São Paulo.

A ação, de acordo com informações do jornal O Povo, é de autoria do advogado e professor universitário cearense Antonio Carlos Fernandes. Ele baseia o pedido para que a nomeação seja impedida judicialmente na condenação expedida pelo juiz Fausto José Martins Seabra, da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, no último dia 19.

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O favorecimento à empresas, de acordo com a sentença do processo, aconteceu em 2016, quando Ricardo Salles era secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo na gestão do ex-governador Geraldo Alckmin. A condenação suspende os direitos políticos do futuro ministro por três anos, mas ainda é passível de recursos.

Na ótica de Antônio Carlos Fernandes, a posse de Ricardo Salles seria ilegal, com base na condenação. "Ele não está no gozo dos direitos políticos para ser ministro do Estado, como consta na Constituição Política. Então, ele não pode tomar posse, além de afetar o princípio de moralidade", disse o autor da ação popular, em entrevista ao jornal cearense.

"A posse dele será mais que ilegal, será inconstitucional. É imoral que um ministro já condenado tome posse. Ainda mais sendo condenado por fraudar a legislação do Meio Ambiente como ele foi", completou.

Apesar de pregar sempre que no seu governo não terão ministros condenados, Jair Bolsonaro já sinalizou que não pretende retirar Ricardo Salles da equipe.

A Petrobras anunciou, em nota encaminhada à imprensa, que recebeu um ofício com a indicação do economista Roberto da Cunha Castello Branco para presidir a estatal e se tornar membro do Conselho de Administração. O nome, que agora passará pelos trâmites internos, já havia sido adiantado pela equipe econômica do futuro governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).  

“A indicação será submetida aos procedimentos internos de governança corporativa, incluindo as respectivas análises de conformidade e integridade necessárias ao processo sucessório da companhia, com apreciação pelo Comitê de Indicação, Remuneração e Sucessão, e pelo Conselho de Administração e, posteriormente, pela Assembleia Geral de Acionistas”, relata a nota da Petrobras.

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Com pós-doutorado pela Universidade de Chicago, Castello Branco já ocupou cargos de direção no Banco Central e na mineradora Vale. E, inclusive, já defendeu publicamente a privatização da Petrobras.

“A privatização [...] deve ter três prioridades: foco nas grandes estatais, como Petrobras e Correios, em instituições financeiras e o emprego de ofertas públicas de ações para a venda de empresas, em lugar de leilões do controle acionário para grupos de investidores, modelo adotado nos anos 90”, chegou a dizer o economista em artigo publicado no jornal Valor Econômico.

Futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sérgio Moro disse que lamentava o fato de ter sido o autor da sentença que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP), uma das ações pela qual o petista era réu na Lava Jato.

"Da minha parte nada tenho contra o ex-presidente. Acho até lamentável que eu, infelizmente, tenha sido o autor da decisão que condenou uma figura pública que tem a sua popularidade e que fez até coisas boas durante sua gestão, mas também erradas", declarou entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, nessa quinta-feira (13).

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"No fundo não é um bônus para mim, é um ônus. Mas o fiz cumprindo o meu dever", acrescentou.  Em julho de 2017, Moro condenou Lula a 9 anos e 6 meses de prisão. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), contudo, aumentou a pena em janeiro deste ano para 12 anos e um mês e, depois de ter os recursos negados, o ex-presidente foi preso em 7 de abril, dois dias depois que o futuro ministro determinou o cumprimento da pena.

Sérgio Moro aproveitou a entrevista para reforçar que agiu com isenção no caso. "Essa alegação de que a Justiça foi parcial nesses casos ignora que por desdobramento da Lava Jato vários outros personagens políticos da oposição também respondem a investigações e acusações sérias perante outros fóruns", observou.

O fato do ex-juiz ter aceitado ser ministro do futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL) foi usado como argumento pelo PT para endossar a tese de perseguição. A legenda, pontua que Moro agiu para que Lula não concorresse às eleições deste ano e Bolsonaro ascendesse ao comando do Palácio do Planalto. Apesar disso, Moro nega ter virado um político.

"Não me vejo ingressando na política partidária, sem nenhum demérito aos que ingressaram. Na minha visão ainda sou um técnico que está indo para uma posição que tem um encargo político, mas para fazer um trabalho específico", disse o ex-juiz.

O governo de Jair Bolsonaro pretende conceder toda a rede de aeroportos do Brasil e, num prazo de aproximadamente três anos, acabar com a estatal que hoje administra a rede, a Infraero. O destino será a privatização ou a liquidação. "Vai acabar", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o futuro ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

Segundo ele, a dúvida é se ela será privatizada como uma empresa de administração de aeroportos ou se, ao final do processo, será liquidada.

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A Infraero enfrenta problemas de caixa desde que se iniciou o programa de concessões de aeroportos, no governo de Dilma Rousseff (2011-2016). Terminais de grande movimento, como o de Guarulhos (SP), Brasília e Galeão (RJ), deixaram de integrar a base de aeroportos administrados pela estatal. Ela entrou como sócia em diversas dessas concessões, o que serviu para aprofundar seus problemas de caixa num primeiro momento. Essas participações da Infraero também deverão ser vendidas.

Segundo Freitas, parte dos funcionários da estatal deve ser transferida para uma nova empresa de controle aéreo. Parte já vem sendo desligada num programa de demissão voluntária bancado com recursos obtidos com as concessões.

Na média, diz ele, perto de 1 mil funcionários têm sido desligados por ano. No início do processo, a Infraero tinha 12 mil empregados. Hoje, tem 9 mil.

Estrutura

Tarcísio Gomes de Freitas confirmou a informação antecipada pela Coluna do Estadão de que o brigadeiro Hélio Paes de Barros será presidente da estatal e negou que o nome tenha sido imposição do grupo militar no entorno do futuro presidente: "Foi escolha minha. Não teve pressão nenhuma".

Freitas acrescentou que Paes de Barros, atual diretor da Agência Nacional de Aviação (Anac), foi escolhido justamente por estar afinado com os planos do governo para acelerar as concessões. "É um grande nome, que tem profundo conhecimento na área e vai alinhar conosco o programa de concessões dos aeroportos."

O programa será reforçado com o deslocamento da economista Martha Seillier, hoje chefe da assessoria especial da Casa Civil da Presidência, para a diretoria da Infraero. Ela já foi diretora de regulação e concorrência da Secretaria de Aviação Civil e atuou na área de formulação de políticas para a aviação civil no Ministério da Defesa.

Leilões

Segundo Freitas, a ideia é realizar, em março, o leilão dos 12 aeroportos no Norte, Nordeste e Centro-oeste, cujo edital já foi elaborado no atual governo. Logo após o leilão, ele pretende anunciar nova rodada, com mais três blocos de aeroportos. E, quando o leilão desse bloco estiver concluído, anunciará o sétimo e supostamente último lote de aeroportos a ser concedido para a iniciativa privada.

Ainda há "joias da coroa" a serem leiloadas. O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, chegou a figurar no programa de concessões, do qual foi retirado por pressões políticas e por uma indefinição sobre o que seria feito com a Infraero no futuro. No mesmo caso se encontra o aeroporto Santos Dumont, no Rio. Ambos estão sob administração da Infraero. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Conciliar os interesses contraditórios entre os seus grupos de apoiadores será o principal desafio do presidente eleito, Jair Bolsonaro, a partir de janeiro de 2019, na opinião de analistas que participaram do seminário Perspectivas 2019: Os Desafios para o Planalto. O evento, realizado nesta quinta-feira, 13, em São Paulo, foi promovido pelo Grupo Estado e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).

Na visão dos participantes, as forças políticas, econômicas, militares e sociais que foram determinantes na vitória eleitoral de Bolsonaro neste ano deverão colocar à prova a capacidade do futuro presidente de arbitrar conflitos e definir prioridades da nova gestão.

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Para eles, esses conflitos já começaram a ocorrer nesta fase de transição entre o governo Michel Temer e o do futuro presidente, que já tem dado expediente com seus principais assessores em Brasília.

Como exemplo, foi citado o papel do vice-presidente eleito, o general Hamilton Mourão, apontado como porta-voz dos militares na atual estrutura de transição. Para o pesquisador da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp-FGV), Fernando Abrucio, Mourão tem desempenhado a função de "ombudsman" do futuro governo.

Abrucio abriu o evento destacando a necessidade de "arbitragem" do futuro presidente entre os interesses de seus auxiliares - seus filhos, que segundo o analista, têm "ambição de poder", os militares e os grupos liderados por Paulo Guedes (futuro ministro da Economia), Sérgio Moro (Justiça) e o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, além do núcleo dos novatos do PSL e as frentes parlamentares no Congresso. "O PSL tem papel importante porque são numerosos e barulhentos. Lembram o PT da década de 90", avaliou Abrucio.

Segundo ele, a duração da "lua de mel" de Bolsonaro com o Congresso será definida pela relação com os parlamentares nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado, a ser realizadas em fevereiro de 2019. "Para Bolsonaro, quanto menos candidatos, melhor", afirmou ele. "O embate entre os diversos grupos de sustentação do governo Bolsonaro pela presidência da Câmara é um ponto essencial. A maneira como esta disputa vai se resolver é determinante, pois o governo pode apoiar um nome que talvez não ganhe a eleição", disse.

O pesquisador citou a candidatura do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), como exemplo de como o ritmo da pauta legislativa pode ser afetado. "Se Maia ganhar a eleição com apoio dos "outros" - fora da base de Bolsonaro -, ele poderá mudar o timing de sua atuação para atender a outros interesses", afirmou. "É claro que Maia sabe da necessidade da agenda econômica e não vai inviabilizar, mas pode não tocar a pauta da maneira como gostaria o governo", comentou.

Ainda de acordo com Abrucio, o sucesso do presidente eleito dependerá da decisão de apostar ou não em prioridades. Para ele, Bolsonaro tem de manter "pouquíssimos assuntos na pauta política" nos primeiros meses de governo. "Quanto mais falar e pautar, pior será. Collor e Dilma (ex-presidentes) são lições que Bolsonaro deveria prestar atenção", afirmou. Abrucio também destacou a necessidade de o novo governo concentrar esforços na agenda econômica, com ênfase na reforma da Previdência. Nesse contexto, ele acredita que o presidente eleito tem de aproveitar para avançar na agenda econômica até outubro de 2019, quando começam as articulações para as eleições municipais do ano seguinte. "Se os candidatos sentirem que o presidente perde popularidade, começam a ficar arredios", disse.

Nesse sentido, a chamada "agenda de costumes" tem de ficar em segundo plano, avaliou Abrucio. Para o economista e pesquisador do Ibre-FGV Samuel Pessôa, o "grande risco é inverter" as agendas. Segundo ele, Bolsonaro não pode "colocar as pautas de valores por cima da Previdência".

Pessoa citou como exemplo o projeto da Escola Sem Partido, que nesta semana foi para a geladeira no Congresso. "É uma pauta que eu até acho que tem fundamento porque alguns livros didáticos têm sinais claros de ideologização, mas acho que a maneira de enfrentar esse problema não é dessa forma autoritária", completa.

O desgaste provocado pela denúncia do Conselho de Controle de Atividades Fiscais (Coaf) sobre o futuro governo de Jair Bolsonaro deverá fazer com que o presidente eleito aumente a aposta na atuação de seus dois "superministros" - Paulo Guedes, da Economia, e Sérgio Moro, da Justiça. A avaliação foi feita pelo analista político Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores.

"Após a divulgação do relatório do Coaf, Bolsonaro passou a contar com menos bases realmente sólidas de sustentação. Acredito que, durante os seis primeiros meses, sua gestão deverá se apoiar fortemente em ações com cunho mais midiático destes dois superministros", comentou Ribeiro. "O Paulo Guedes pode apresentar resultados importantes na economia, enquanto Moro poderá demonstrar avanços na segurança pública e combate à corrupção", afirmou ele.

O evento contou com a participação dos jornalistas Vera Magalhães, Renata Agostini e Alberto Bombig, do jornal O Estado de S. Paulo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da República, Michel Temer, recebeu na noite de hoje (13) a Medalha de Honra ao Mérito – Gestão Pública do Fórum das Américas, em cerimônia realizada na capital paulista. Em seu discurso, ele disse que teve conversa recente com o presidente eleito Jair Bolsonaro e sua equipe econômica e que vê que o próximo governo seguirá a mesma trilha do que está sendo realizado no país nos últimos dois anos.

“Eu tenho orgulho de dizer que o que eu plantei, como a reforma da Previdência e a simplificação tributária, elas virão à luz pelo novo governo. Eu confio muito no governo que vem aí, alicerçado, ancorado, amparado pela vontade popular. Tenho absoluta convicção de que o presidente eleito Bolsonaro seguirá na mesma trilha”, disse.

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Temer disse que o que mais se fala é sobre o momento em que vai se realizar a reforma da Previdência. “E seguramente, segundo informações que eu tenho tido, eu acho que logo no primeiro semestre ela se realizará. E nós daremos um salto extraordinário”, ao citar que a Previdência Social hoje está em deficit.

O presidente falou ainda da importância de se manter a segurança jurídica no país, que segundo ele corresponde a “aplicar seguramente aquilo que está no sistema normativo” e comentou a postura que os eleitos nas últimas eleições deste ano devem ter. “O Brasil acabou de manifestar sua soberania popular na última eleição e constituiu novas autoridades. Vejam, eu uso a expressão constituiu porque, quem está no poder, não pode achar que é dono do poder. Somos autoridades constituídas, desde o presidente até o vereador. O poder é do povo e o povo se manifestou, constituiu autoridades agora”.

No evento, os representantes do Fórum das Américas caracterizaram o governo de Temer como reformista e avaliaram que ele fez com que o país saísse da crise econômica. O fato de este ser o governo com pior aprovação da história foi lembrado pelo empresário Romeu Chap Chap. No entanto, ele elogiou as reformas realizadas nos últimos dois anos e acrescentou que Temer será lembrado por ser o presidente mais reformista da História.

“Fui presidente reformista, fiz várias reformas. Faltou a reforma da Previdência e a simplificação tributária. A reforma da Previdência saiu da pauta legislativas, mas não saiu da pauta política. Quem a colocou na pauta política fomos nós, o nosso governo”, disse Temer.

O presidente acrescentou que seu governo foi baseado em três conceitos principais: diálogo, responsabilidade fiscal e responsabilidade social. Ele disse que o diálogo foi necessário com o Congresso Nacional e com a sociedade para a aprovação das reformas implementadas em seu governo. Para exemplificar a responsabilidade fiscal, Temer citou a aprovação da emenda constitucional que estabeleceu o teto de gastos para as despesas do governo federal.

Já a responsabilidade social, segundo Temer, se deu em seu governo pela continuidade das políticas sociais e assistenciais do governo anterior, do Partido dos Trabalhadores. “O Brasil é um país ainda com muitas carências, tem gente pobre, mas tem gente na pobreza absoluta, gente que ganha uma miséria por mês. E, por isso, eu prestigiei – diferentemente do que se costuma fazer – programas do governo anterior, como por exemplo o Bolsa Família”. Ele acrescentou que deu aumento acima da inflação no programa e que zerou a fila das famílias que estavam pleiteando o programa.

A futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai) será a última decisão a ser tomada pela equipe de transição. O perfil do novo presidente da instituição, disse, será de alguém que "ame desesperadamente os índios". Damares também avaliou que a questão da Funai "desde o início foi um ponto complexo, complicado de tratar".

Questionada sobre a possibilidade da demarcação de terras indígenas passar para uma secretaria no Ministério da Agricultura, ela respondeu que o grupo está trabalhando "uma outra situação" para a demarcação, mas disse que não comentaria agora. Segundo a ministra do futuro governo de Jair Bolsonaro, "está chegando nova era para o Brasil" e "um novo momento para os povos indígenas".

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"Vamos dar a atenção que merece para a Funai. Vai ser o último a ser decidido com certeza." Segundo ela, a escolha do presidente da Funai será tomada em conjunto com o presidente eleito Jair Bolsonaro e não há nenhum nome cotado ainda.

"O índio vai ser tratado como um todo", declarou. Damares também afirmou que haverá atenção especial para a educação indígena, para as mulheres, idosos e pessoas com deficiência nas tribos.

A futura ministra contou que, nesta terça-feira (11), um grupo de indígenas virá conversar no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição. "Eles são minha família. Estamos interagindo. Conheço cada liderança."

Damares Alves voltou a afirmar que a espinha dorsal do ministério será "a vida". Destacou também que terá foco no combate à automutilação de crianças e adolescentes. Ela disse que nesta terça será anunciado o secretário de assuntos da criança e do adolescente.

O futuro chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, disse nesta segunda-feira, 10, que o Brasil vai se desassociar do Pacto Global pela Imigração da ONU, firmado hoje em Marrakesh por 160 países. "(O acordo) é um instrumento inadequado para lidar com o problema.

"A imigração não deve ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a soberania de cada país", disse Araújo no Twitter. Segundo ele, a imigração "é bem-vinda, mas não pode ser indiscriminada" e deve estar "a serviço dos interesses nacionais e da coesão de cada sociedade".

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As declarações de Araújo vão no sentido oposto do que disse em Marrakesh o chanceler Aloysio Nunes Ferreira, que se contrapôs aos "políticos que querem restringir a imigração e atacam os órgãos multilaterais". "A lei brasileira é um desmentido claro àqueles que querem opor a soberania nacional à cooperação internacional", disse Aloysio.

Hoje, representantes de 160 países e funcionários do alto escalão da ONU se reuniram em Marrakesh para adotar o Pacto Global pela Imigração. O evento teve a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da chanceler alemã, Angela Merkel, que foi ovacionada após fazer discurso favorável à imigração.

Sem a presença dos EUA, que abandonaram as negociações em dezembro de 2017, as nações concordaram que é preciso promover a imigração segura para pessoas que saíram de seus países por problemas de guerra, por necessidades econômicas ou por mudanças climáticas.

O pacto tem oposição de políticos que defendem fronteiras mais seguras e argumentam que o acordo favorece o fluxo de imigrantes. "Já havíamos dito que a imigração não é um direito humano. Os países têm o direito de determinar a entrada de estrangeiros", disse o representante do governo do presidente chileno Sebastián Piñera. (Com Lu Aiko Motta)

A equipe do futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, pretende reforçar a estrutura do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), principal órgão fiscalizador dessa área no Brasil, e tornar mais ágil o repasse de dados às instituições de investigação.

Criado há 20 anos e vinculado atualmente ao Ministério da Fazenda, o Coaf ficará sob a responsabilidade do ex-juiz da Operação Lava Jato no Paraná. Moro indicou o auditor e chefe da área de investigação da Receita Federal em Curitiba, Roberto Leonel, para comandar o órgão a partir de 1.º de janeiro.

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Foi o Coaf que identificou e informou ao Ministério Público Federal (MPF) a "movimentação atípica" de R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017 em uma conta do então assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do presidente eleito, Jair Bolsonaro.

O relatório, revelado pelo Estado na quinta-feira, apontou que uma das transações feitas pelo ex-assessor Fabrício José Carlos de Queiroz foi um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Ontem, Bolsonaro disse que o dinheiro foi um empréstimo para Queiroz.

A proposta de mudança do Coaf prevê a ampliação do quadro de funcionários - hoje com 37 pessoas - além de investimento em tecnologia. Um dos objetivos da reestruturação é que o órgão atue de forma mais "proativa e ágil".

Há duas formas principais de atuação do Coaf. Uma é quando uma autoridade pede a informação por causa de uma investigação em curso. Essa é a que representa a maior parte dos relatórios feitos atualmente pelo órgão. O que o reforço na estrutura pode fortalecer é a segunda forma de atuação - quando o próprio conselho identifica suspeitas, em seu trabalho de busca de dados, e encaminha espontaneamente para autoridades.

Foi com base na atuação espontânea que o Coaf enviou aos investigadores que deflagraram a operação Furna da Onça, no Rio, o relatório sobre Queiroz.

Segundo o atual presidente do Coaf, Antônio Ferreira, apesar de a comunicação espontânea ter alto impacto, o órgão "não tem estrutura suficiente para estar mais perto das investigações, para que possa prospectar ainda mais esses tipos de crimes e levar aos investigadores". "O que se espera é que o Coaf esteja mais próximo do investigador, que o trabalho dele possa estar mais conectado lá na base, no mundo operacional, que ele possa estar mais presente ali", afirmou ao jornal O Estado de São Paulo.

Relatórios do Coaf com base em alertas de setores econômicos sobre transações financeiras, quando há indícios de lavagem de dinheiro, abastecem órgãos como Polícia Federal, Ministério Público, Tribunal de Contas da União, Controladoria-Geral da União, Receita Federal e Polícia Civil. Em 2017, R$ 46 milhões foram bloqueados judicialmente após atuação do Coaf, relacionado a investigações sobre lavagem de dinheiro e crimes investigados pela PF e pelo MPF (mais informações nesta página).

Há 15 anos no órgão, sendo 11 como diretor de inteligência, Ferreira destaca como positivo que o novo governo coloque o combate ao crime como política de Estado. "Apesar de o DNA do órgão estar ligado à área econômica, o destinatário final é a parte penal", afirma Ferreira.

Foco

No Coaf e na equipe de transição há o entendimento de que a dinâmica de enfrentamento ao crime deve ser fortalecida e que é necessário focar no combate ao crime organizado e à lavagem, até como forma de prevenção. O diálogo tem sido constante entre a equipe atual e a que vai assumir em janeiro.

Dentro da diretriz do novo ministério de aproximar os órgãos, a ideia é que o Coaf fique mais perto do investigador e vá além do envio de dados que o conselho considere suspeitos. Já existe no Coaf uma "sala de situação", em que funcionários do órgão mantêm contato remotamente, por exemplo, com a força-tarefa da Lava Jato no Paraná. Uma das ideias em discussão é levar funcionários de outros órgãos para salas de situação na estrutura do Coaf. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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