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O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, falou sobre sua saída do governo Bolsonaro em entrevista publicada nesta sexta (1º). Entre outras coisas, Moro afirmou não ser prioridade desta gestão combater a corrupção, como havia sido prometido durante a campanha do presidente, e garantiu que vai entregar ao Supremo Tribunal Federal (STF) todas as provas que possui contra o mandatário do país. 

Como havia publicado em seu Twitter, Moro deu entrevista à Revista Veja para explicar os motivos que o levaram a deixar o governo. Acusado de 'traidor' pelos apoiadores do presidente, o agora ex-ministro disse que pediu demissão de seu cargo por ter se decepcionado com a gestão. “Sinais de que o combate à corrupção não é prioridade do governo foram surgindo no decorrer da gestão. Começou com a transferência do Coaf para o Ministério da Economia. O governo não se movimentou para impedir a mudança. Depois, veio o projeto anticrime. E, por último, teve esse episódio da demissão do diretor da Polícia Federal sem o meu conhecimento. Foi a gota d’água”, disse Moro. 

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O ex-ministro disse, também, que não vai permitir ser chamado de “mentiroso” por Jair Bolsonaro e que apresentará provas contra o presidente assim que for solicitado pelo STF. “Ele (o presidente) sabe quem está falando a verdade. O presidente havia dito uma inverdade de que meu objetivo era trocar a substituição do diretor da PF por uma vaga no Supremo. Eu jamais faria isso. Infelizmente, tive de revelar aquela mensagem para provar que estava dizendo a verdade, que não era eu que estava mentindo”, disse em referência à mensagens trocadas entre ele e o chefe do executivo, além da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), apresentadas na ocasião de sua saída do governo. 

As revelações de Sérgio Moro culminaram com a abertura de um inquérito no STF que vai investigar se houve crimes de corrupção por parte de Jair Bolsonaro. O ex-ministro garantiu gostar “pessoalmente” do presidente e que nunca teve intenção de ser seu “algoz”. “É importante deixar muito claro: nunca foi minha intenção ser algoz do presidente ou prejudicar o governo. Na verdade, lamentei extremamente o fato de ter de adotar essa posição. O que eu fiz e entendi que era minha obrigação foi sair do governo e explicar por que estava saindo. Essa é a verdade. Espero que o governo seja bem-sucedido. É o que o país espera, no fundo. Quem sabe a minha saída possa fomentar um compromisso maior do governo com o combate à corrupção”.

O presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores não conseguiram validar as assinaturas necessárias para fundar o partido Aliança Pelo Brasil a tempo de apresentar os candidatos para disputar as eleições municipais de 2020. 

No último sábado (4), terminou o prazo legal para que os partidos que pretendem disputar as eleições estivessem registrados na Justiça Eleitoral, seis meses exatos antes do pleito marcado para 4 de outubro.

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A esperança do Aliança Pelo Brasil, agora, é que a Justiça Eleitoral decida adiar o pleito municipal deste ano, marcado para outubro, devido à pandemia do novo coronavírus.

De acordo Admar Gonzaga, secretário-geral da agremiação que Bolsonaro pleiteia criar, foram coletadas mais de 1 milhão de assinaturas, mas apenas uma pequena parte delas chegou a ser validada. Para o registro do partido, é necessária a validação de 492 mil assinaturas distribuídas em nove Estados, o que não ocorreu.

Diante de todos os problemas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Renato Rodrigues Vieira pediu demissão do órgão nesta terça-feira (28). Ele havia sido nomeado no início do governo Bolsonaro (sem partido), ficando pouco mais de um ano no cargo.

O órgão está numa de suas piores fases, com quase 2 milhões de pedidos de pensões e aposentadorias parados na fila. Essa crise na análise dos benefícios está acontecendo desde o fim do ano passado.

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Em coletiva com a imprensa, o secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, disse que houve uma conversa com o, então, presidente do INSS nos últimos 15 dias e que só agora teve a consolidação da saída de Renato.

"Ano passado foi bastante intenso, esse ano será muito desafiador. O Renato acha que precisa se dedicar a seus projetos, e nós aceitamos sua demissão. Comunicamos ao Paulo Guedes e ao Bolsonaro, e amanhã haverá consolidação desse ato, com indicação do seu substituto", declarou. Por enquanto, quem assume o posto é o atual secretário de Previdência, Leonardo Rolim

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O vídeo de Roberto Alvim simulando o discurso de Joseph Goebbels - que era ministro de propaganda da Alemanha nazista - está repercutindo na imprensa do mundo todo. O The New York Times classificou a reação popular ao vídeo como o mais recente caso de "debate mais amplo sobre a liberdade de expressão e cultural na era Bolsonaro".

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Até na Alemanha, onde o Nazismo foi disseminado, o caso também foi noticiado. A revista Der Spiegel afirmou se opor a qualquer tentativa de "banalizar ou mesmo glorificar o tempo do nazismo. 

Já que Alvim, até ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, era o secretário de cultura, o jornal britânico The Guardian o descreveu como um aliado do governo Bolsonaro na "guerra cultural". O jornal também mencionou o silêncio do presidente Bolsonaro nas redes sociais, meio que é muito ativo quando quer se posicionar sobre algo. 

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defende que o PSDB assuma papel de oposição à gestão de Jair Bolsonaro (PSL), que classifica como exitosa nas medidas de controle da situação fiscal do País, mas problemática na radicalização de pautas ideológicas.

"Infelizmente, o partido não referendou quem entrou no governo, pediu que pedissem licença, mas também não se colocou de maneira clara na oposição", diz.

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Segundo Alckmin, a oposição tucana ao governo deveria agir como fiscalizadora, não como adversária do Executivo. Ele defende que o partido apoie as propostas do Executivo que considera importantes, a exemplo das medidas de ajuste fiscal. "Isso é sinal de maturidade política", afirmou na saída do Fórum de Temas Nacionais, da Associação de Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADBV), onde fez palestra sobre a reforma tributária.

Durante o evento, Alckmin foi elogiado diversas vezes pelos dirigentes da entidade presentes. O presidente do conselho administrativo da ADBV, Latif Abrão Junior, ao convidar Alckmin para tomar a palavra disse "chamo agora o presidente - desculpe, presidente foi um ato falho meu, que ainda espero que aconteça", em meio a aplausos.

Em relação à eleição de 2020, o ex-governador não quis comentar a estratégia do PSDB para a sucessão do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, diagnosticado com câncer metastático. "Ele é o candidato. Estive com ele na sexta-feira e ele está bem, a eficiência dos fármacos é boa, tem tudo para se recuperar", afirmou Alckmin, que disse que não será candidato no ano que vem. Sobre 2022, porém, o tucano disse que "o futuro a Deus pertence."

A história, disciplina que ao lado de geografia, filosofia e sociologia forma a área de Ciências Humanas e suas Tecnologias, requer dedicação e leitura, sobretudo por ser uma matéria que envolve inúmeros tópicos. Afinal, estamos falando de acontecimentos históricos do Brasil e do mundo. Contudo, com o novo governo e especulações sobre o que vai cair ou não na prova, muitos estudantes devem ficar em dúvida sobre o que priorizar na disciplina em menos de dois meses para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Uma possível tática é estar atento ao que não tem muitas chances de aparecer no exame. O próprio presidente Jair Bolsonaro, bem como o ministro da educação Abraham Weintraub, já declararam que não lerão a prova, mas que há um 'script' de elaboração do exame que deverá ser obedecido, sendo vetados assuntos cujo o viés, segundo eles, são ideológicos. 

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O professor de história Pedro Botelho acredita que a prova deverá vir mais enxuta e concisa. No entanto, para ele, essas pequenas mudanças não devem interferir no conteúdo da prova, visto que o governo não teve tempo de alterar a estrutura do exame. "Eu acredito que o Enem 2019 vai trazer mudanças mais sutis como a questão da objetividade, o que já era esperado. Existe uma corrente de professores que acredita que o Enem não deve retirar determinados assuntos, pois não houve tempo do novo governo fazer tais alterações. Eu sou mais dessa corrente que acha que não vai haver uma mudança tão radical, pois, de fato, mexer numa prova como o Enem, demanda muito tempo”, diz o professor, que também não descarta a possibilidade de que talvez algumas temáticas não sejam pautadas na prova.

Movimentos sociais históricos

De acordo com Pedro Botelho, movimentos sociais como feminismo ou dos direitos civis da população negra, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, não devem cair na prova deste ano, não só pela postura do governo diante desses assuntos, mas pelo fato de serem temas recorrentes nas últimas edições.

“Abordar os movimentos sociais, abordar o MST, movimento estudantil, as ligas camponesas na década de 1960, que têm um peso muito importante na luta contra a ditadura... é muito difícil que seja cobrado, porque já vêm caindo nos últimos anos, e se realmente essa mudança política vai guinar a prova para um outro lado, então, os movimentos sociais talvez não sejam abordados.

Socialismo e Comunismo

O segundo conteúdo lembrado pelo professor que provavelmente não aparecerá na prova de história são questões sobre socialismo e comunismo, que são estruturas políticas e ideológicas e que geralmente apresentam na prova representantes como Karl Marx e Lênin. O comunismo e o socialismo também costuma aparecer em questões de sociologia e história.

“Assuntos que abordam o Marxismo ou o socialismo utópico, bem como os modelos de tendência ou de substituição ao capitalismo que vão surgindo no século 19 talvez não vão cair na prova. Esses impactos e reflexos da revolução industrial, como por exemplo a Primavera dos povos, que foi uma série de revoltas de cunho socialista, em 1848. Então, a Primavera dos povos, que está relacionada ao surgimento do socialismo e do comunismo, é pouco provável que apareça no exame”.

República Populista (1946 – 1964)

De acordo com o professor, seguindo a lógica da mudança de governo juntamente com que já foi cobrado na prova, o cenário político no Brasil durante a república populista (1946 – 1964) que começa com o governo Eurico Gaspar Dutra e culmina no Golpe Militar de 1964, foi marcado por grandes tensões políticas no país.

“Essa república populista que vai ter o Dutra e que vai ter a volta de Vargas, o Jucelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart... esse assunto caiu no ano passado com duas questões sobre o cenário político da época, bem como os partidos políticos, e com uma estão sobre o João Goulart. Pelo teor polêmico do governo de João Goulart ter sido acusado de comunista, ter sido retirado pelo golpe civil-militar, é muito difícil que apareça de novo este ano, porque já foi cobrado em 2018 e se o governo atual for de fato modificar a prova, João Goulart e república populista não vão cair”.

O professor de história Everaldo Chaves também selecionou palpites do que não deve ser visto no Enem deste ano. Para ele, os pensamentos do atual governo podem sim ser refletidos na prova.

Ditadura Militar

De 1964 a 1985, o Brasil foi comandado por generais militares, após a derrubada do governo de João Goulart. Nos 21 anos de ditadura, o país teve cinco presidentes militares e 16 atos institucionais. Censura dos meios de comunicação e práticas de tortura foram recorrentes durante essa época.

“Eu acredito que o que menos vai cair no Enem deste ano é sobre a Ditadura Militar no Brasil. E se cair sobre o golpe militar, provavelmente será com um outro viés que é de acordo com o governo, não negativando o período. Provavelmente não será usada a expressão ‘ditadura militar’, mas sim, ‘governos militares’. Caso caia, será pautada a questão do milagre econômico dos governos militares”, avalia o professor.

Imperialismo Norte-Americano

Foram ações que influenciaram diretamente nas estruturas políticas, geográficas e econômicas externas. Os Estados Unidos conseguiram se impor como potência mundial no século 20.

“As políticas imperialistas Norte-Americanas abrangem a Guerra do Vietnã (1955 – 1975), movimentos da Contracultura e a própria aliança para o progresso que foram os Estados Unidos financiando governos militares na América Latina. São assuntos que acredito que não vão entrar na prova por motivos políticos-ideológicos”.

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE) denunciou, em publicação nas redes sociais, que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) comprou votos de deputados a favor da reforma da Previdência. A acusação de Gadêlha refere-se a R$ 444 milhões liberados para emendas que, segundo ele, não foram autorizadas pelo Congresso Nacional. O governo empenhou mais de R$1 bilhão em emendas para área da saúde apenas na última segunda-feira (8).

“Foram liberados R$ 444 milhões para comprar votos de deputados para aprovar a Reforma da Previdência. Por esse motivo, Bolsonaro pode ter cometido crime de responsabilidade”, denunciou Túlio. “Isso mesmo, o governo liberou mais de R$ 1 bilhão em emendas. Desse valor, R$ 444.513.894,00 não têm autorização legislativa, o que é irregular e pode ser enquadrado em crime de responsabilidade”, detalhou, completando. 

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De acordo com Túlio, “despesas públicas dependem de autorização expressa do legislativo”. “O governo pode executar uma emenda na sua totalidade, mas não pode extrapolar o valor autorizado pelo legislativo. Isso é crime”, disparou o parlamentar, adiantando que entraria com uma ação popular e uma ação de tutela de urgência para “evitar dano ao povo brasileiro”.

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Um levantamento feito pelo gabinete do líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), no sistema Tesouro Gerencial, que usa dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), o governo intensificou a liberação de emendas, que somaram R$ 2,6 bilhões nos seis primeiros dias úteis de julho. Em todo o mês passado, foi empenhado R$ 1,5 bilhão, segundo os dados. 

O texto da reforma da Previdência deve ser votada nesta quarta-feira (10). A sessão na Câmara dos Deputados está marcada para iniciar às 9h. Como a matéria já foi discutida, a expectativa é de que se vá direto para a votação, a depender do quórum.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) vai sediar um encontro entre deputados federais e reitores da UFRPE, UFPE, IFPE e Univasf para falar sobre os cortes orçamentários que atingiram cerca de 30% do orçamento para o ensino superior. O encontro, coordenado pela reitora da UFRPE, Maria José de Sena, será realizado nesta segunda-feira (13), às 15h, no auditório da Biblioteca Manuel Correia de Andrade, localizada no campus Dois Irmãos da UFRPE.

Até o momento, o encontro tem a presença confirmada dos deputados João Campos e Danilo Cabral (PSB), Fernando Monteiro (PP) e Túlio Gadelha (PDT). Os parlamentares fazem parte da Frente pela Valorização das Universidades Federais, criada na Câmara dos Deputados, em Brasília, no último dia 24.

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Segundo a reitora da UFRPE o debate sobre os cortes no orçamento é de interesse de toda sociedade. “Nosso compromisso é com a defesa das políticas públicas de Educação, em todos os níveis [...] os cortes orçamentários praticamente inviabilizam o funcionamento das universidades federais neste ano.”, salientou.

Os reitores das instituições de ensino federal em Pernambuco já tiveram um encontro no último dia (8), uma semana após a UFPE admitir o risco de parar as atividades devido ao bloqueio de mais de R$ 50 milhões.

Uma nova polêmica deve acalourar o debate entre parlamentares ligados às igrejas e o presidente Jair Bolsonaro (PSL) nesta semana. Isto porque, em entrevista divulgada nesta segunda-feira (29) pelo jornal Folha de São Paulo, o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, disse que o governo vai criar a Contribuição Previdenciária (CP), um novo imposto que poderá incidir até sobre pagamento do dízimo.

“Essa é uma questão polêmica. Vou propor que esteja aqui [na CP], ainda vamos discutir posteriormente. A CP vai tributar todas as transações, a base será universal, pega até a economia informal e as ações criminosas de contrabando. Todo o mundo vai pagar esse imposto”, disse o secretário.

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A declaração já repercute negativamente e o presidente precisou gravar um vídeo negando que o governo criaria um novo imposto.

“Fui surpreendido por uma declaração do nosso secretário de receita que seria criado um novo imposto para as igrejas. Essa informação não procede. Em nosso governo nenhum novo imposto será criado, em especial para as igrejas que, além de terem um excelente trabalho social prestado a toda sociedade, reclamam eles, em parte com razão, que há uma bitributação nessa área. Então, bem claro, não haverá novo imposto para as igrejas”, amenizou o presidente.

A afirmativa de Jair Bolsonaro foi divulgada pelo próprio Marcos Cintra, que criticou a manchete dada à entrevista que concedeu ao jornal. A chamada Contribuição Previdenciária deverá ser tributo que vai incidir sobre todas as transações financeiras, bancárias ou não, com alíquota de 0,9%.

Em Lisboa para participar de um evento jurídico, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse, em entrevista ao jornal português 'Expresso' que uma eventual indicação para ocupar vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) "seria como ganhar na loteria".

Moro ressaltou que chegar ao STF "não é simples" e disse que o "objetivo é apenas fazer o meu trabalho".

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Falando sobre ter abandonado o cargo de juiz para assumir a pasta da Justiça, Moro disse que "ser ministro era um passo necessário na linha de que precisávamos conservar os avanços que tínhamos ganho e também caminhar para frente", se referindo ao combate à corrupção e à criminalidade.

Apresentado pela publicação como um ex-juiz cuja "toga já não sai do corpo", Moro explicou que não poderá mais "retornar à carreira da magistratura", e que, portanto, "deixar a magistratura é um peso".

 Centenas de integrantes da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) acompanham o debate proposto pelo psolista Guilherme Boulos nesta quinta-feira (11). Figuras políticas do PSOL também compareceram, como o vereador Ivan Moraes e as codeputadas do mandato coletivo Juntas.

“Infelizmente Tiririca estava errado quando disse que ‘pior que tá não fica’. Estamos vivendo pra ver que as coisas estão ficando bem pior, sim”, lamentou o líder do MTST. Dentro de um ambiente acadêmico, Boulos aproveitou para alfinetar o ex ministro da educacao, Ricardo Vélez Rodriguez.

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“O que aquele senhor fez nesse tempo foi um desgoverno. Não se pode brincar com a educação do nosso país. Isso é só um retrato desse governo, que não tem a menor condição de governar”, disse.

Boulos não deixou de explanar sua opinião sobre o trabalho do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Vidas negras e periféricas estão em jogo com esse governo. O caso de evaldo, que foi alvo de 80 disparos dos militares no Rio de Janeiro, é exemplo disso. Esse governo, agora, vai entregar a Amazônia para os norte-americanos. É muita coisa que tá em jogo”, pontuou.

O deputado federal Danilo Cabral (PSB) cobrou ações práticas do governo Jair Bolsonaro (PSL) para a região Nordeste. Em discurso na Câmara dos Deputados, o pessebista disse que, em três meses de atuação, a gestão não sinalizou projetos para o desenvolvimento regional.

“A própria população já percebe a falta de atenção com a região. Basta ver que tem a maior rejeição, 39%, de acordo com a última pesquisa”, argumentou nessa quarta-feira (10).

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De acordo com Cabral, a maneira como está sendo conduzida a relação federativa com o Nordeste, além de demonstrar desconhecimento da realidade local, desrespeita o pacto federativo e ameaça os avanços conquistados nas últimas décadas.

Segundo o deputado, no período de 2002 a 2015, houve uma expansão da economia do Nordeste superior a observada no Brasil. O PIB regional, contou ele, cresceu a uma média anual de 3,3%, enquanto o país obteve taxas médias de 2,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Isso não aconteceu por acaso, foi fruto de políticas públicas que levaram em consideração as diferenças regionais e não vitimizaram a região”, observou Danilo. “A agenda político-econômica que está em curso sinaliza para o desmonte da políticas sociais, afetando diretamente o Nordeste. Essa agenda representa a captura do Estado brasileiro pelo setor financeiro e pelos interesses de grandes grupos econômicos internacionais”, acrescentou.

Danilo Cabral disse ainda que o governo, na busca pelo equilíbrio fiscal, tem apostado todas as suas fichas na Reforma da Previdência. “E ela não assegura o equilíbrio das contas públicas no curto e médio prazos, essencial para a retomada da economia brasileira. Não negamos a necessidade de ajuste no sistema previdenciário, mas essa proposta não acaba com privilégios, ela joga as contas dos mais ricos nas costas dos trabalhadores mais vulneráveis”, afirmou, defendendo como alternativa a taxação de grandes fortunas e de lucros e dividendos.

O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (8) que a demissão de Ricardo Vélez Rodríguez do Ministério da Educação foi motivada por problemas de “gestão”. Segundo ele, Vélez “não tinha essa expertise” e acabou “acumulando uma série de problemas”.

“Basicamente é a questão da gestão. Lamentavelmente o ministro não tinha essa expertise. Aí foi acumulando uma série de problemas. A gente não pode deixar sangrando um ministério que é importantíssimo”, afirmou o presidente durante entrevista à TV Jovem Pan.

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No final da manhã de hoje, via Twitter, Bolsonaro anunciou o nome do novo ministro da Educação, Abraham Weintraub. Segundo ele, o novo titular terá liberdade para escolher seus assessores e montar sua equipe.

“Ele é do ramo. É professor universitário, sabe gerar e conversar. Está gabaritado. Todas as pessoas serão indicadas por ele. Mesmo nas minhas indicações, ele têm poder de veto”, afirmou o presidente, lembrando que há “um montão de coisas pela frente” a ser realizada.

Mais cedo, Bolsonaro anunciou que Weintraub substituiria Vélez no MEC. Professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Weintraub foi executivo do mercado financeiro, atuou no grupo Votorantim e foi membro do comitê de Trading da BM&FBovespa.

Em 2016, coordenou a apresentação de uma proposta alternativa de reforma da previdência social formulada pelos professores da Unifesp. Antes de se tornar ministro, o professor atuava como secretário executivo da Casa Civil, sob o comando de Onyx Lorenzoni.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse hoje (8) que a aproximação do Brasil com Israel não vai trazer prejuízos para os negócios com os países árabes. Em visita ao país, no final de março, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório de representação comercial em Jerusalém. “Não há nenhum indício de que a nossa aproximação com Israel redunde em perdas comerciais com os países árabes”, enfatizou durante palestra na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Na abertura do evento, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ressaltou a necessidade de pluralidade nos parceiros comerciais do Brasil. “É fundamental um bom relacionamento com os Estados Unidos e com Israel, mas também com os países árabes e o Mercosul”, disse. 

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“Nós temos conversado muito com os países árabes do Oriente Médio. Temos certeza absoluta que o relacionamento profundo com Israel não significa de forma nenhuma um menor relacionamento com esses países”, acrescentou o chanceler. Araújo disse que tem mantido conversas em especial com os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.

“Vamos começar um projeto de, através dos Emirados, conseguir mais acesso ao mercado de produtos alimentícios da Índia. Um mercado muito difícil de acessar diretamente”, exemplificou sobre os projetos conjuntos que estão sendo estabelecidos com os países da região.

Segundo o ministro, o Brasil também deve manter boas relações com o Irã. “Nós temos um comércio importante com o Irã, queremos mantê-lo, ampliá-lo”, ressaltou. Ele ponderou, no entanto, que o papel do Estado persa é controverso. “Procurei muito ouvir os países que estão lá, que são vizinhos do Irã, e eles têm uma preocupação enorme com a atuação na região”, disse sobre as impressões durante a participação na Conferência Ministerial sobre Oriente Médio, que aconteceu em fevereiro, em Varsóvia, na Polônia.

Nesse contexto, o Brasil deve atuar, na visão de Araújo, de forma a evitar atritos no Oriente Médio. “O Brasil quer contribuir para a paz, para a estabilidade lá. Achamos que a nossa aproximação com os países árabes pode contribuir com isso. Nessa aproximação é importante que nós conheçamos a visão de mundo deles e quais são as preocupações deles”, destacou.

O presidente Jair Bolsonaro prometeu romper com a "velha política" e destravar a economia ao iniciar seu governo, que nos primeiros meses tem sido marcado por disputas de poder e erros que corroem sua popularidade e põem suas reformas em dúvida.

Capitão do Exército na reserva, apelidado de "Trump dos trópicos" por sua admiração ao presidente dos Estados Unidos, Bolsonaro cumpriu algumas das promessas de campanha nestes primeiros cem dias de governo, que serão completados na quarta-feira (10), como a autorização da posse de armas e o lançamento de privatizações.

Mas as intrigas, as divisões e as trapalhadas jogaram um balde d'água fria na euforia dos mercados e de setores que votaram no candidato de extrema direita, pondo um fim a décadas de governos de centro e centro-esquerda.

"Não seria subestimá-lo dizer que o desempenho do presidente até agora foi decepcionante", afirma Thomaz Favaro, da consultoria de riscos políticos Control Risks.

"Houve uma percepção equivocada de que Bolsonaro vinha com uma base de apoio muito forte e acho que agora começamos a ver que talvez não seja tanto", acrescentou.

Bolsonaro venceu as eleições graças a mensagens simples de que acabaria com a criminalidade, a violência e a corrupção endêmicas.

Mas o agora presidente, que durante os quase trinta anos como deputado ficou mais conhecido pelos insultos e declarações racistas, misóginas e homofóbicas, bem como pela defesa da ditadura militar (1964-1985) do que pelo trabalho como legislador, está descobrindo que seu estilo inflexível e a preferência pelo uso das redes sociais, como o Twitter, não funcionam com o Congresso, onde carece de maioria própria.

Seu plano para a reforma do insustentável regime previdenciário está travado após uma disputa com aliados políticos chave.

"Nas últimas semanas, realmente vimos o lado de Bolsonaro que as pessoas mais temiam", disse William Jackson, economista da Capital Economics, com sede em Londres.

"Sua falta de experiência de governo, ilustrada pela deterioração de suas relações com o Congresso, e suas lutas por manter unida sua coalizão, parecem ter levado a uma paralisia na formulação de políticas", acrescentou.

Nos últimos dias, o presidente deu a impressão de adotar um tom mais conciliador, mantendo reuniões com líderes de vários partidos.

Pode ser que finalmente tenha aceito ceder ao condenado "toma lá, dá cá", da política nacional, avaliou David Fleischer, professor emérito de ciência política da Universidade de Brasília.

Mas também pode ser que não chegue a aprovar reformas-chave e que seu governo "siga à deriva até 2022", acrescentou.

- Na corda bamba -

Bolsonaro conquistou algumas vitórias desde que assumiu a Presidência, em 1º de janeiro.

Entre elas, a flexibilização da legislação sobre a posse de armas de fogo e a entrega da concessão de doze aeroportos em licitações bem sucedidas, consideradas uma prova da confiança dos investidores estrangeiros.

Mas terá mais dificuldades em impulsionar políticas mais polêmicas na pulverizada Câmara dos deputados, onde seu partido, o PSL (Partido Social Liberal) tem apenas 54 dos 513 assentos.

Isto significa que ele será obrigado a fazer alianças ad hoc com legisladores de vários partidos que compõem as bancadas "BBB" (bíblia, bala e boi) - os evangélicos, os lobbies das armas e do agronegócio.

A confusão afeta o próprio Executivo, refém da disputa entre grupos militares, ideólogos conservadores e os filhos do presidente. Todos competindo para ter maior influência política.

O presidente "está constantemente na corda bamba", afirmou Favaro, para quem "a estratégia de Bolsonaro depende de sua capacidade política para criar uma coalizão viável no Congresso e isso é complicado porque agora vemos que o índice de aprovação do presidente diminuiu".

Os índices de popularidade do 'Mito', que em janeiro eram de 67%, caíram para 51% em março, os piores já registrados por um presidente nos primeiros três meses de seu primeiro mandato.

- Erros e horrores -

Uma série de erros e horrores socavou ainda mais a credibilidade de Bolsonaro e expôs a inexperiência de seu governo.

A iniciativa recente do presidente de comemorar o golpe militar de 1964 provocou indignação e protestos. E sua afirmação, durante visita ao museu do Holocausto, em Israel, este mês, de que os nazistas eram "esquerdistas" foi ridiculizada.

A promessa de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, até o momento adiada, também pode provocar represálias comerciais dos Estados árabes, alguns dos quais são importantes importadores de carne brasileira.

E uma série de escândalos, inclusive sobre denúncias de transações financeiras consideradas atípicas envolvendo um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro, arranharam sua imagem de "paladino anticorrupção".

"Fez muitas coisas bobas", avaliou Fleischer. "Não tem assessores suficientes ao seu lado que lhe digam: 'Bom, é melhor que você não faça isso'".

Até mesmo os investidores, que tinham saudado sua chegada ao Palácio do Planalto em virtude de suas posições pró-mercado e suas propostas para reativar a alquebrada economia, estão perdendo a fé.

"Até um presidente que contasse com grande histórico na formação de coalizões teria que lutar muito para endireitar isso", afirmou Jackson.

Na próxima quarta-feira (3), o relatório sobre a  proposta que transforma parte das emendas orçamentárias das bancadas estaduais em despesas obrigatórias, a chamada PEC do Orçamento Impositivo (PEC 34/19), deve ser apresentado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Mudanças

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À Agência Brasil, o relator da proposta, senador Esperidião Amin (PP-SC), adiantou que pretende “descartar” o Artigo 165 do texto aprovado em uma votação relâmpago na Câmara dos Deputados. O trecho trata especificamente do orçamento impositivo e, na avaliação de Amin, “está escrito de maneira obscura” e engessa o Orçamento.

A ideia, segundo o parlamentar, é priorizar exclusivamente às emendas coletivas de bancada e dar a elas o caráter impositivo, em um percentual que será negociado com parlamentares e com o Executivo. Mesmo defendendo a manutenção desse percentual em 1% da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, o senador é cauteloso e admite que ele pode ser maior ou menor, conforme o andamento das negociações. Para Amin, o Senado vai chegar a um termo adequado, caminho do meio, que vai aumentar a responsabilidade do Legislativo, não vai agredir nem diminuir o Executivo e nem vai desconhecer as dificuldades financeiras do povo e do governo.

Emendas

De acordo com o senador, amanhã (2) o texto estará à disposição dos membros da comissão. Até lá, Amin, que na última quinta (28) esteve com o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que pretende continuar ouvindo o governo e os senadores. O relator sabe que no Senado uma quantidade significativa de emendas será apresentada ao texto. “Meu papel, na verdade, é reduzir o incêndio, transformar o texto em algo que ajude o Brasil e ajude até a fazer o acordo entre o Legislativo e Executivo nesse momento crucial”.

Tramitação

O clima no Senado é receptivo à proposta. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), prometeu interceder junto aos líderes para que a PEC seja votada com rapidez. Apesar disso, o relatório deve receber pedido de vista coletiva na CCJ, ou seja, de mais tempo para que os senadores analisem a proposta, podendo jogar os dois turnos de votação no plenário, se houver consenso, para depois da Semana Santa. Se confirmadas as modificações no texto da Câmara pelos senadores, a matéria volta à análise dos deputados.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, se reuniu hoje (28) com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir detalhes do projeto de lei anticrime, que traz propostas de combate a crimes violentos, à corrupção e a organizações criminosas.

A convite da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso, Moro e Maia tomaram café da manhã na residência oficial da Câmara dos Deputados. Em texto publicado no Twitter, a deputada classificou o encontro como um “café da manhã da paz”.

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O ministro Sergio Moro declarou que ele e Maia já vinham conversando desde a semana passada e tinham se “acertado” a respeito do desentendimento público decorrente de declarações mútuas sobre a tramitação do projeto.

“O que houve foram ruídos de declarações”, disse Moro, hoje (28), ao apresentar a jornalistas os primeiros resultados da quarta fase da Operação Luz na Infância. “Isto não implica em nenhuma mudança no nosso relacionamento. Tenho uma relação bastante cordial com o presidente da Câmara, que é uma pessoa muito sensata”, acrescentou o ministro.

Moro ressaltou que tem grande respeito por Rodrigo Maia. "A expectativa de que, com a aliança dele com o presidente Jair Bolsonaro, vamos conseguir aprovar o projeto [mesmo que] com mudanças, eventuais aprofundamentos na Câmara e no Senado”, acrescentou o ministro.

O projeto de lei anticrime, que foi apresentado ao Congresso Nacional no mês passado, prevê mudanças em 14 leis, entre elas, o Código Penal, Lei de Execução Penal, Lei de Crimes Hediondos e Código Eleitoral. A intenção, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, é combater a corrupção, crimes violentos e facções criminosas. 

Tramitação

Moro voltou a comentar que a proposta de apresentar o projeto anticrime no Senado para que tramite paralelamente à discussão na Câmara dos Deputados a fim de tentar acelerar a votação do projeto é de autoria de “alguns senadores”. “Surgiram vários senadores que querem apresentá-lo no Senado. Se eles assim o fizerem será uma iniciativa deles. O que temos que pontuar é que haja uma concordância da Câmara neste sentido para acelerar o debate”, afirmou o ministro.

“É um projeto importante. Temos sérios problemas com o crime organizado, com os crimes violentos e com a corrupção e temos que deixar as divergências pessoais de lado. E, muitas vezes, nem mesmo são divergências pessoais. São bobeiras. Acredito que o clima vai desanuviar”, acrescentou.

Em seu Twitter, a deputada Joice Hasselmann comentou que Maia e Moro combinaram de encurtar o tempo de apreciação da proposta de Moro no grupo de trabalho que a Câmara dos Deputados criou para analisar o pacote anticrime.

“O compromisso de celeridade do Pacote Anticrime foi selado hoje entre Moro e Rodrigo Maia. O tempo no grupo de trabalho deve cair pela metade e o texto tramitará rapidamente na Câmara enquanto a discussão ocorre também no Senado. Clima de paz que faz toda diferença para nosso país”, escreveu Joice.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o governo não tem projeto para o País além da reforma da Previdência. Um dia após ameaçar deixar a articulação política para a aprovação das mudanças na aposentadoria, por causa dos ataques recebidos nas redes sociais pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), Maia calibrou o discurso e assegurou a continuidade do trabalho. Fez, porém, várias críticas e advertiu que o presidente precisa deixar o Twitter de lado, além da "disputa do mal contra o bem", e se empenhar para melhorar a vida da população.

"O governo é um deserto de ideias", declarou Maia. "Se tem propostas, eu não as conheço. Qual é o projeto do governo Bolsonaro fora a Previdência? Não se sabe". Na avaliação do presidente da Câmara, o ministro da Economia, Paulo Guedes, é "uma ilha" dentro do Executivo.

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Por que o sr. decidiu abandonar a articulação da reforma da Previdência?

 

Apenas entendo que o governo eleito não pode terceirizar sua responsabilidade. O presidente precisa assumir a liderança, ser mais proativo. O discurso dele é: sou contra a reforma, mas fui obrigado a mandá-la ou o Brasil quebra. Ele dá sinalização de insegurança ao Parlamento. Ele tem que assumir o discurso que faz o ministro Paulo Guedes. Hoje, o governo não tem base. Não sou eu que vou organizar a base. O presidente da Câmara sozinho, em uma matéria como a reforma da Previdência, não tem capacidade de conseguir 308 votos.

Mas o sr. continua à frente da articulação?

 

Dentro do meu quadrado, sim. Agora, acho que quanto mais eles tentam trazer para mim a responsabilidade do governo, mais está piorando a relação do governo com o Parlamento. O governo precisa vir a público de forma mais objetiva, com mais clareza, com mais energia na votação da reforma.

O que o presidente Bolsonaro precisa fazer?

 

Ele precisa construir um diálogo com o Parlamento, com os líderes, com os partidos. Não pode ficar a informação de que o meu diálogo é pelo toma lá, dá cá. A gente tem que parar com essa conversa. Como o presidente vê a política? O que é a nova política para ele? Ele precisa colocar em prática a nova política. Tanto é verdade que ele não colocou que tem (apenas) 50 deputados na base. Faço o alerta: se o governo não organizar sua base, se não construir o diálogo com os deputados, vai ser muito difícil aprovar a reforma da Previdência. O ciclo dos últimos 30 anos acabou e agora se abre um novo ciclo. Ele precisa saber o que colocar no lugar. O Executivo precisa ser um ator ativo nesse processo político.

E não está sendo?

 

De forma nenhuma. Ele está transferindo para a presidência da Câmara e do Senado uma responsabilidade que é dele. Então, ele fica só com o bônus e eu fico com o ônus de ganhar ou perder. Se ganhar, ganhei com eles. Se perder, perdi sozinho. Isso, para a reforma da Previdência, é muito grave. Não é uma votação qualquer, para você falar "leva que o filho é teu". Não é assim. É uma matéria será um divisor de águas inclusive para o governo Bolsonaro. Então, ele precisa assumir protagonismo. Foi isso o que eu falei. Não vou deixar de defender as coisas sobre as quais tenho convicção porque brigo com A, B ou C. Meu papel institucional não é usar a presidência da Câmara para ameaçar o governo.

Mas o sr. ficou bastante contrariado com os ataques da rede bolsonarista na internet...

 

Não é que eu fiquei incomodado. O que acontece é que o Brasil viveu sua maior recessão no governo Dilma, melhorou um pouco no último governo, só que a vida das pessoas continua indo muito mal. Então, na hora em que a gente está trabalhando uma matéria tão importante como a Previdência, e a rede próxima ao presidente é instrumento de ataque a pessoas que estão ajudando nessa reforma, eu posso chegar à conclusão de que, por trás disso, está a vontade do governo de não votar a Previdência. Não fui só eu que fui criticado. Todo mundo que de alguma forma fez alguma crítica ao governo recebe os maiores "elogios" da rede dos Bolsonaro. Isso é ruim porque você não respeitar e não receber com reflexão uma crítica não é um sinal de espírito democrático correto.

O posicionamento do vereador Carlos Bolsonaro nas redes sociais atrapalha o governo?

 

O Brasil precisa sair do Twitter e ir para a vida real. Ninguém consegue emprego, vaga na escola, creche, hospital por causa do Twitter. Precisamos que o País volte a ter projeto. Qual é o projeto do governo Bolsonaro, fora a Previdência? Fora o projeto do ministro (Sérgio) Moro? Não se sabe. Qual é o projeto de um partido de direita para acabar com a extrema pobreza? Criticaram tanto o Bolsa Família e não propuseram nada até agora no lugar. Criticaram tanto a evasão escolar de jovens e agora a gente não sabe o que o governo pensa para os jovens e para as crianças de zero a três anos. O governo é um deserto de ideias.

O sr. está dizendo que o governo não tem proposta?

 

Se tem propostas, eu não as conheço.

Há uma nova versão do 'nós contra eles'?

 

Eles construíram nos últimos anos o 'nós contra eles'. Nós, liberais, contra os comunistas. O discurso de Bolsonaro foi esse. Para eles, essa disputa do mal contra o bem, do sim contra o não, do quente contra o frio é o que alimenta a relação com parte da sociedade. Só que agora eles venceram as eleições. E, em um país democrático, não é essa ruptura proposta que vai resolver o problema. O Brasil não ganha nada trabalhando nos extremos.

Temos um desgoverno?

 

As pessoas precisam da reforma da Previdência e, também, que o governo volte a funcionar. Nós temos uma ilha de governo com o Paulo Guedes. Tirando ali, você tem pouca coisa. Ou pouca coisa pública. Nós sabemos onde estão os problemas. Um governo de direita deveria estar fazendo não apenas o enfrentamento nas redes sociais sobre se o comunismo acabou ou não, mas deveria dizer: "No lugar do Minha Casa, Minha Vida, para habitação popular nós estamos pensando isso; para saneamento, nós estamos pensando aquilo".

O presidente minimizou a crise dizendo que vai conversar com o sr e que tudo é como uma briga no namoro. O que achou?

 

Se o presidente não falar comigo até o fim do mandato, não tem problema. Sou a favor da reforma da Previdência. O problema é que ele precisa conseguir várias namoradas no Congresso, são os outros 307 votos que ele precisa conseguir. Ele pode me deixar para o fim da fila.

E por que o sr. entrou em um embate com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, por causa do pacote anticrime?

 

Certamente, conheço a Câmara muito melhor do que o ministro Moro. E sei como eu posso ajudar o projeto sem atrapalhar a Previdência. O que me incomodou? O ministro passou da fronteira. Até acho que em uma palavra ou outra me excedi, mas, na média, coloquei a posição da Câmara. O governo quer fazer a nova política. Nós queremos participar da nova política.

A prisão do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco serviu para tumultuar esse ambiente político?

 

Eu não acho. As instituições precisam funcionar. Uns gostam da decisão, outros não. Mas ela precisa ser respeitada e aquele que se sentir prejudicado por uma decisão da Justiça tem o poder de recorrer.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo quer que deputados deixem suas digitais nas indicações feitas para preenchimento dos cargos de segundo e terceiro escalões. A ideia é que os parlamentares assinem uma planilha, ao lado dos nomes de seus afilhados políticos, para que possam ser cobrados, caso eles venham a se envolver em alguma irregularidade após assumir o posto. A iniciativa, porém, não tem sido bem recebida pelo Congresso.

Deputados receberam de articuladores políticos do Palácio do Planalto, na última semana, a lista de cargos disponíveis para nomeações nos Estados. O governo vai preencher as vagas em troca do apoio à reforma da Previdência, considerada fundamental para o ajuste das contas públicas. Mas a exigência para que os políticos coloquem suas assinaturas nas indicações não agradou em nada aos congressistas.

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Auxiliares do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, argumentam que os aliados também precisam arcar com o ônus de ser governo. Além de assumir a responsabilidade pelo apadrinhado, a assinatura também garante ao governo uma prova de que o deputado participa efetivamente de sua base de apoio e, portanto, poderá ser cobrado em votações de interesse do Executivo.

Coordenadores de bancadas de cinco Estados disseram que os deputados estão preferindo abrir mão das indicações caso tenham que se comprometer com a agenda do presidente Jair Bolsonaro. Há outra motivação menos nobre. A maioria dos cargos oferecidos não tem relevância. Os mais importantes estão fora da lista apresentada por interlocutores da Casa Civil.

A planilha do Paraná, por exemplo, não permite que os congressistas recomendem profissionais para as vagas de Itaipu. No Nordeste, ficam de fora das negociações as cadeiras para o Banco do Nordeste, Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), para a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o Porto do Mucuripe ou Funasa. Sobram vagas na superintendência da Agricultura ou do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), consideradas menos relevantes.

Na semana passada, o deputado Roberto Pessoa (PSDB-CE) ouviu do líder da bancada no Nordeste, Domingos Neto (PSD-CE), que a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), colocou à disposição deles uma planilha com vagas destacadas em amarelo. "São cargos do quinto escalão e nenhum deputado vai indicar ninguém. Por exemplo, sugerem a cadeira do assessor jurídico do Incra, que é uma vaga concursada", reclamou Pessoa.

Na ausência de Onyx, que viajou à Antártida nesta semana, Joice assumiu a dianteira da articulação política no Planalto. A deputada diz ter recebido 54 parlamentares no gabinete do ministro e negou que tenha oferecido cargos em troca de apoio. "Ouvi as demandas e apresentei informações que vão muito além de simples discussões de espaços", disse. "Falamos de retomada de obras prioritárias nos Estados, indicação de obras fundamentais e de como os parlamentares terão tratamento VIP comigo e com Onyx na articulação política."

Joice relatou ter ouvido "as angústias" dos parlamentares. "Entre elas, está a ocupação de alguns espaços, mas estamos firmes com as questões rígidas dos critérios técnicos", garantiu. As reuniões no Palácio acontecem a portas fechadas. Ao entrar, os parlamentares precisam deixar os celulares do lado de fora. Nomeado como assessor da Secretaria Especial para a Câmara, o ex-deputado Abelardo Lupion acompanha as reuniões.

O modelo de articulação do governo vem sendo criticado por dirigentes de partidos. A avaliação de muitos é a de que Onyx está enfraquecido e dá a impressão de não ter autonomia para decisões, ao contrário do ministro da Economia, Paulo Guedes. "O ministro é otimista. O que ele vende para todo mundo é que o Brasil vai virar o céu. A única coisa que ele não fala é se nesse céu tem lugar para nós ou só para eles", ironizou o líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA). Na prática, o governo ainda não tem uma base aliada formada. "Nós queremos saber como vai ser a nova política", afirmou Elmar.

O mal-estar com Onyx não está apenas no Congresso. Recentemente, o chefe da Casa Civil marcou uma reunião com o Tribunal de Contas da União (TCU) para discutir governança e boas práticas de administração. O presidente do TCU, José Múcio Monteiro, não foi nem sequer informado. O relacionamento de Onyx na corte de contas é com Augusto Nardes.

Único ministro civil com gabinete no Planalto, Onyx também é desafeto do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O interlocutor político de Maia no Planalto era o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. Antes de ser demitido, Bebianno avisou a Onyx: "Você será o próximo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Integrantes do grupo do filósofo e escritor Olavo de Carvalho voltaram neste sábado, 9, a acusar nas redes sociais os militares de tentarem expurgá-los do Ministério da Educação para frear as investigações da "Lava Jato da Educação", um pente-fino anunciado pelo governo nos contratos firmados nas gestões passadas. Os "olavistas" dizem que os coronéis e generais da reserva com cargos na pasta isolaram o ministro Vélez Rodríguez e "sabotaram" ações no setor defendidas na campanha de Jair Bolsonaro.

Ainda na sexta-feira, Olavo usou as redes sociais para pedir a seus alunos a deixaram os cargos, depois que foi informado do expurgo. No Facebook, ele escreveu que oficiais militares induzem Vélez Rodriguez, a tomar "atitudes erradas" e lançam a culpa nos seus alunos. "São trapaceiros e covardes", acusou.

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Ligado ao filósofo, o assessor especial do MEC Silvio Grimaldo escreveu na manhã deste sábado no Facebook que foi um dos que sofreram rebaixamento de cargo por conta da pressão dos militares. O assessor ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro poderia fazer um governo "alicerçado" em ativistas e intelectuais de direita, mas "preferiu" se cercar de "generais positivas".

Em outra postagem, Grimaldo associou os ataques ao grupo de Olavo dentro do MEC a demissão do diplomata Paulo Roberto de Almeida do comando do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais. No carnaval, Almeida foi exonerado depois de divulgar textos críticos à política externa e ao próprio ministro Ernesto Araújo. O diplomata disse que Olavo estava por trás de sua demissão. O escritor, porém, negou.

"Coronel" do MEC

Grimaldo escreveu em sua contas no Facebook que, durante a campanha de 2018, um certo "coronel" do MEC e eminência parda do ministro Vélez Rodríguez tentou emplacar Paulo Roberto de Almeida para o cargo de chanceler, mas a indicação, completou, ficou por conta de Olavo de Carvalho, que sugeriu Ernesto Araújo.

O coronel citado pelo assessor é Ricardo Wagner Roquetti, coronel-aviador da reserva da Aeronáutica que exerce cargo de diretor no MEC. "É no mínimo uma deliciosa coincidência que alguns dias depois do Paulo Roberto ser demitido do MRE e atribuído sua demissão ao Olavo, o coronel tenha organizado a desarticulação da influência do Olavo dentro do MEC", escreveu Grimaldo. Se não fosse uma simples coincidência, seu chamaria retaliação."

Ao longo do dia, os "olavistas" divulgaram ainda um texto em que relatam que o Roquetti atua como um "segurança" de Vélez Rodriguez e emplacou aliados de empresas contratadas pelo MEC em cargos influentes na pasta.

A Lava Jato da Educação, termo usado por Bolsonaro no Twitter, é um acordo para investigar indícios de corrupção especialmente nos contratos do Programa Universiade para Todos (ProUni) e no Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). A oposição reclama que o objetivo é atingir o petista Fernando Haddad, ex-ministro no governo Lula e candidato derrotado à Presidência.

O protocolo de intenções foi divulgado numa cerimônia, no último dia 15 de fevereiro, que contou com a presença de Vélez Rodríguez, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, do ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, e do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.

O jornal O Estado de São Paulo mostrou nesta sexta-feira, 8, que a disputa está relacionada também com o envio de uma carta de Vélez Rodríguez às escolas para a execução do hino nacional e o slogan de campanha de Bolsonaro fosse lido. Silvio Grimaldo usou também sua conta no Facebook para reclamar da versão de que a ideia da carta é atribuída aos "olavistas". "Pedi ao coronel Roquetti, que é quem toma decisões no MEC, que emitissem uma nota esclarecendo o fato e apontando os verdadeiros responsáveis pela trapalhada", relatou. "Mas parece que honra militar é uma coisa que só fica da porta do quartel pra dentro e preferiram deixar correr a versão que justifica a desolavisação do MEC."

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