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Na próxima sexta-feira (21), a Articulação Aids em Pernambuco realizará um protesto contra o corte de R$ 407 milhões de reais em verbas públicas do Ministério da Saúde destinadas à produção e distribuição de medicamentos para tratamento de HIV/AIDS, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e hepatites virais. A mobilização está marcada para acontecer às 10h, em pelo menos três capitais brasileiras. No Recife, o ato ocorrerá na Praça da Independência, no bairro de Santo Antônio. 

O desinvestimento que gerou os protestos foi divulgado pelo Estadão, em uma reportagem publicada no último dia 7 de outubro. De acordo com a matéria, a medida do governo federal integra um pacote de cortes orçamentários aplicados a um total de 12 programas do Ministério da Saúde que, juntos, representam R$ 3,3 bilhões de reais (cerca de 60% do orçamento da pasta).

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A matéria diz ainda que os cortes têm a finalidade de realocar R$ 19,5 bilhões em recursos públicos federais para financiar emendas do orçamento secreto em 2023. A política do Governo Federal vem sendo duramente criticada por diversas organizações da sociedade civil, que chamam atenção para o risco de desabastecimento de medicamentos e para a interrupção do tratamento de pacientes que vivem com HIV/AIDS. Elas temem que a medida se reverta no aumento no número de novas infecções pelo vírus HIV e de mortes evitáveis em decorrência da Aids.

De acordo com a ONG pernambucana Grupo de Trabalho em Prevenção Posithiva (GTP+), que participa do protesto, os cortes também violam o direito ao tratamento gratuito para HIV/AIDS oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo a Lei Nº 9.313/96. A organização também ressalta que os cortes nos investimentos públicos em Ciência e Tecnologia também colocam em risco a autonomia do Brasil na produção e incorporação de medicamentos.

“Mesmo previsto para o ano que vem, o corte já está afetando as pessoas que vivem com HIV, a falta de antirretroviral Lamivudina já é uma realidade nas capitais do país. Em algumas unidades de referência no tratamento de pessoas vivendo com HIV/Aids, as pessoas estão sendo orientadas a trocarem seus medicamentos para não ficarem sem medicação. Precisamos defender o SUS que vem sendo sucateado, e com ameaças reais aos nossos direitos”, diz Alessandro Abreu, da Articulação AIDS de Pernambuco e do GTP+. 

Por sua vez, José Cândido, representante da Rede Nacional das Pessoas que Vivem com HIV e AIDS - Núcleo Pernambuco (RNP+ PE), ressalta que as mobilizações também são fundamentais na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). "As pessoas já estão apreensivas com medo de perder o acesso gratuito aos seus medicamentos, ou terem que parar seus tratamentos", comenta. 

No Recife, o ato é organizado pela Articulação Aids de Pernambuco, com apoio da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (RNP+), Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP+) e Rede de Pessoas Trans Vivendo com Hiv Aids (RNTTHP), bem como pelas ONGs Gestos - Soropositividade, Comunicação e Gênero e GTP+.

O  Grupo de Trabalho em Prevenção Posithivo (ONG GTP+) em conjunto com o Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco, a Universidade Federal Rural de Pernambuco e a Faculdade Pernambucana de Saúde, realizam neste fim de semana (2, 3 e 4), o HackaGTP+, um hackaton de inovação social inclusiva. 

O evento acontece no Apolo 235, no Porto Digital, bairro do Recife, e pretende desafiar os participantes a trazerem soluções inovadoras para o GTP+ e as pessoas acolhidas pelo espaço. Além dos desafios, haverá também workshops do Sebrae sobre Design Thinking, Modelo de Negócios e como construir um pitch.

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As duas equipes vencedoras devem receber até R$22.500,00 por equipe (máximo de cinco pessoas), distribuído em bolsas de inovação por seis meses. No entanto, é necessário que todos os grupos tenham como integrante ao menos uma pessoa atendida pelo GTP+ ou voluntária da instituição.

O desafio proposto aos participantes é o da criação de soluções tecnológicas (aplicativo Web ou Mobile) que alavanquem negócios ou novos modelos de negócio dentro de uma das temáticas trabalhadas na ONG, como a Cozinha Confeitaria Escola e o Espaço Posithivo. As soluções geradas poderão ser exploradas comercialmente pelas equipes vencedoras em parceria com o GTP+.

O programa de bolsas oferecido às equipes vencedoras estará condicionado ao compromisso com a continuidade do projeto ao longo de seis meses e à participação no programa de formação em empreendedorismo e inovação através do Mind the Bizz, do Porto Digital.

De acordo com o coordenador geral do GTP+, Wladimir Reis, as soluções que a inovação tecnológica vai contribuir para o fortalecimento das pessoas vivendo com HIV/Aids, que estão em situação de vulnerabilidade, por meio da possibilidade da geração de renda e qualificação para o empreendedorismo.

Um italiano de 36 anos, que não teve o nome divulgado, é a primeira pessoa no mundo a testar positivo ao mesmo tampo para a Covid-19, HIV e o monkeypox (varíola dos macacos). O caso foi publicado no Journal of Infection.

O paciente tinha viajado para a Espanha, onde ficou de 16 a 20 de junho deste ano. Nove dias depois de retornar de viagem, ele apresentou febre, dor de garganta, fadiga, cefaleia e linfonodomegalia inguinal direta. 

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No dia 2 de julho, ele testou positivo para o novo coronavírus e, na tarde do mesmo dia, começou a ter coceiras no braço esquerdo e dias mais tarde percebeu pequenas bolhas no peito, pernas, rosto e nos glúteos. No dia 5 de julho, devido à propagação de vesículas que começaram a evoluir para pústulas umbilicadas, o homem procurou a emergência do Hospital Universitário de Catânia, Itália, sendo posteriormente transferido para a unidade de Doenças Infecciosas.

O paciente relatou na admissão que passou por um tratamento para sífilis em 2019. Em setembro de 2021, realizou um teste de HIV que deu negativo. Ele também havia tomado as duas doses da vacina contra a Covid-19 e já havia contraído a doença em janeiro. 

O rapaz teve relações sexuais sem preservativo com outros homnens durante sua estadia na Espanha. Os exames realizados confirmaram que ele estava infectado com o novo coronavírus, a varíola do macaco e o vírus HIV. 

Com o desaparecimento dos sintomas do monkeypox, o paciente foi liberado no dia 11 de julho para ficar em isolamento domiciliar, retornando para o hospital no dia 19 de julho para um novo teste da varíola dos macacos, que continuou dando positivo. 

O estudo ressalta que a relação sexual pode ser a forma predominante de transmissão. Portanto, a triagem completa de IST é recomendada após o diagnóstico de varíola dos macacos, por exemplo.

"Como este é o único caso relatado de coinfecção pelo vírus da varíola dos macacos, SARS-CoV-2 e HIV, ainda não há evidências suficientes que apontem que essa combinação possa agravar a condição do paciente", pontua a pesquisa.

Anitta não deixa passar nada! A cantora foi internada em São Paulo para fazer um procedimento cirúrgico como parte do tratamento de endometriose. No entanto, algumas fotos da Girl From Rio no hospital acabaram sendo usadas para criar um boato de que ela seria portadora de HIV.

Nas redes sociais, uma fã chegou a questionar se Anitta tomaria providências jurídicas sobre o caso. Mas, segundo a cantora, nada será feito por enquanto.

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Sua equipe não vai fazer nada quanto a isso? No YouTube quando pesquisa seu nome só dá essa notícia, escreveu a internauta.

E a cantora respondeu:

Eu to nem aí. Ter HIV não é xingamento. Se eu for processar cada uma das fake news que tao inventando pra mim desde que me posicionei politicamente vou acabar com meu dinheiro só pagando advogado. Só vou gastar quando for algo relevante. Teve também um vídeo de sexo oral que fizeram montagem colocando meu rosto...eu só me dei o trabalho de abrir porque queria ver se pelo menos tavam fazendo maneiro...que daí quem acreditar que sou eu pelo menos tá me vendo arrasando na performance.

O que você acha da postura da cantora?

  A Prefeitura do Recife informou que será realizado o projeto itinerante “Vamos Prevenir, Vamos Testar”, a partir desta quinta-feira (4). Será realizado serviço de testagem para identificar Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). O programa ficará disponível em sete lugares disponíveis no município e funcionará em todo mês de agosto. 

Segundo a Secretaria de Saúde do Recife, além dos exames para detectar HIV, sífilis e hepatites virais, a iniciativa levará informações sobre prevenção e cuidados com as ISTs, além de distribuir preservativos. 

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Locais disponíveis 

Os locais disponíveis para testagem são no Programa Academia da Cidade nos polos do Engenho do Meio e Ceasa, na Ilha de Joaneiro, no Torreão, Burity, na Macaxeira e Praça de Casa Forte, Sesc Santo Amaro e Uninassau das Graças. Na faculdade, a testagem será oferecida de forma exclusiva para os estudantes. 

Programação 

04/08 - Academia da Cidade Ilha de Joaneiro - Av. Governador Agamenon Magalhães, S/N, Torreão, das 17h às 20h 

11/08 - Academia da Cidade Polo Engenho do Meio - Praça Do Engenho Do Meio, Engenho do Meio, das 17h às 20h   

18/08 - Academia da Cidade Polo Burity - Av. Norte Miguel Arraes De Alencar, S/N, Macaxeira, das 17h às 20h   

20/08 - Ceasa - Rodovia BR-101 Sul, S/N , Curado, das 9h às 12h   

26/08 - Sesc Santo Amaro - Praça do Campo Santo, 1-101, Santo Amaro, das 13h às 17h 

 27/08 - Praça de Casa Forte, Casa Forte, das 9h às 12h   

29/08 - Uninassau, Rua Joaquim Nabuco, 778, Graças, das 17h às 20h - exclusiva aos estudantes da universidade 

31/08 - Uninassau, Rua Joaquim Nabuco, 778, Graças, das 9h às 12h - exclusiva aos estudantes da universidade  

O ex-ministro da Saúde e deputado Alexandre Padilha (PT-SP) denunciou a ausência de dados sobre a população privada de liberdade nos boletins epidemiológicos tanto do HIV/aids como o das hepatites virais. 

Em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (9), ele disse que a falta de dados detalhados e consistentes dificulta tanto o monitoramento como a construção de políticas específicas para essa população, seus familiares e para os servidores das unidades prisionais. “Não é possível fazer prevenção, cuidado e tratamento sem uma boa informação em saúde”, afirmou. 

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Coordenador de Saúde do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Rodrigo Pereira informou que hoje em torno de 33 mil pessoas privadas de liberdade têm o diagnóstico das doenças infecciosas mais prevalentes no sistema prisional - HIV/aids, hepatite, sífilis e tuberculose. Ao todo, são mais de 670 mil pessoas divididas em cerca de 1.500 unidades prisionais no Brasil.

*Da Agência Câmara de Notícias

Nesta sexta-feira (20), ativistas de cidades de todo o mundo realizam uma vigília a Luz de Velas em homenagem às pessoas que falecerem em decorrência da HIV/AIDS e para cobrar assistência adequada às pessoas que convivem com a doença. No Recife, a mobilização acontecerá das 15h às 17h, na sede do Ministério da Saúde, localizada no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul.

Neste ano, o evento tem como tema "Uma grande luta pela saúde e pelos direitos das pessoas vivendo com HIV/AIDS" e pede a retirada da emenda 95/2016, que congela os recursos do SUS e da Educação até 2036. O limite dos gastos impacta diretamente na assistência integral às pessoas vivendo com HIV/AIDS.

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Para o coordenador geral do GTP+, Wladimir Reis, a Emenda 95 é inconstitucional. “A emenda tem provocado diversos impactos no SUS por causa do congelamento do piso do gasto federal com a saúde para o financiamento do sistema público. Precisamos de investimento e ampliação das pesquisas em busca de uma vacina Anti-HIV, acesso à medicamentos para doenças oportunistas e de um atendimento de saúde humanizado. Não há respostas sem participação comunitária e sem ativismo. Por isso estamos mais uma vez fazendo esse ato em busca do direito das pessoas vivendo com HIV/AIDS”, afirma.

No Recife, a mobilização está sendo organizada pelo Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+), em parceria com a Articulação AIDS de Pernambuco, a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS de Pernambuco, a Rede Nacional de Travestis, Mulheres Transsexuais e Homens Trans Vivendo e Convivendo com HIV - núcleo Pernambuco, o Movimento Nacional das Cidadãs Positivas – Núcleo PE e o Fórum de Mulheres de Pernambuco.

Candlelight

A vigília com velas acesas pelos falecidos da AIDS, conhecida como Candlelight, teve sua primeira edição em 7 de maio de 1983, na cidade de Nova Iorque. Na ocasião, o ato foi articulado por mães, parentes e amigos de vítimas da doença.

Serviço//XVIII Vigília à luz de velas

Data: 20 de maio de 2022 (sexta-feira)

Hora: 15h às 17h.

Local: Ministério da Saúde – Sede Recife.

Endereço: Boa Viagem Corporate – Rua Prof. Aloísio Pessoa de Araújo, 75 - Boa Viagem.

Um homem de 37 anos foi preso por suspeita de transmitir HIV propositalmente para mulheres na cidade de Pontalina, na região Central de Goiás. Após sua foto ser divulgada, supostas novas vítimas buscaram as autoridades. 

O inquérito foi instaurado há cerca de 15 dias, quando seis mulheres denunciaram o suspeito. Metade já tem o diagnóstico confirmado e as outras três esperam o resultado dos exames. 

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O suspeito, identificado como Leovaldo Francisco da Silva, trabalha como vigilante da Prefeitura. Ele foi preso preventivamente por lesão corporal gravíssima na segunda-feira (21), mas negou que sabia sobre sua doença.

Novas denúncias

Após a foto ser divulgada junto com suas iniciais, nessa terça (22), mais três mulheres procuraram o delegado Leylton Barros, que estima que o número de vítimas pode subir para 10.

A Polícia suspeita que ele sabia que a investigação já estava em curso para justificar o descobrimento da doença neste mês. Na verdade, ele teria sido contaminado em 2019 e, mesmo sabendo da condição, evitava usar preservativos. 

"Ele alega que soube que era soropositivo, só no início do mês, no dia 13 de março. Mas, nessa data, a investigação já havia começado", disse o delegado ao Uol.

O Brasil vai receber financiamento da Unitaid, agência global ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), para iniciar um tratamento injetável de prevenção ao HIV no país. A profilaxia pré-exposição (PrEp) utiliza o medicamento cabotegravir de ação prolongada e consiste em seis aplicações por ano, o que se mostrou mais eficaz do que o tratamento diário por via oral. 

A implementação se dará em uma parceria da agência com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e o projeto será coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e pelo Ministério da Saúde. A coordenadora será a chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do INI, Beatriz Grinsztejn, infectologista que recentemente se tornou a primeira mulher da América Latina a presidir a maior associação de profissionais e pesquisadores dedicados ao HIV/Aids, a International AIDS Society. 

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A parceria foi anunciada na sexta-feira (18) no seminário conjunto Brasil e Unitaid - parcerias atuais e perspectivas futuras, no auditório do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Participaram do seminário o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.

Segundo a Agência Fiocruz de Notícias, Queiroga ressaltou que “graças aos investimentos da Unitaid, comunidades no Brasil com taxas desproporcionalmente altas de HIV estarão entre as primeiras do mundo a se beneficiar desse novo tratamento preventivo”. Nísia afirmou que os US$ 10 milhões que serão investidos trarão forte impacto para o Brasil e a África do Sul. 

O cabotegravir de ação prolongada propicia oito semanas de proteção contínua contra a infecção pelo vírus, por meio de uma única injeção intramuscular. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, o projeto terá como público-alvo os grupos mais vulneráveis à infecção pelo HIV: homens que fazem sexo com homens e mulheres trans, de 18 a 30 anos. 

Além do Brasil, a Unitaid também selecionou a África do Sul para implantar o projeto, que será disponibilizado para adolescentes e jovens mulheres. Segundo a Fiocruz, na África Subsaariana, seis em cada sete novos casos de infecção em adolescentes ocorrem em garotas, e mulheres jovens têm o dobro do índice de contaminação em relação a homens jovens. 

Os dois países vão adotar o tratamento de forma integrada a seus programas nacionais de saúde, e os dados gerados devem servir de apoio para a implantação global do programa. A meta das Nações Unidas é fazer com que a prevenção alcance 95% das pessoas com risco de infecção em 2025. 

A Fiocruz explica que a PrEP injetável, além de facilitar o tratamento, ajuda a mitigar o medo de que os comprimidos sejam interpretados como tratamento do HIV e façam com que o usuário sofra estigma, discriminação ou violência por parceiro íntimo como resultado.

Luc Montagnier, Prêmio Nobel de medicina pela descoberta do vírus da aids, morreu na terça-feira aos 89 anos em um hospital em Neuilly-sur-Seine, perto de Paris, anunciou nesta quinta-feira (10) o prefeito da cidade, Jean-Christophe Fromantin.

O pesquisador francês, que mais tarde se tornou uma figura controversa na comunidade científica, foi premiado em 2008 pela identificação do vírus da imunodeficiência humana (HIV) em 1983 junto com seus colegas Françoise Barré-Sinoussi e Jean-Claude Chermann.

No entanto, sua imagem foi manchada nos últimos anos após alegações que geraram grande polêmica e o levaram a ser rejeitado por seus pares.

Desde 2017, ele fez várias declarações contra vacinas e mais recentemente reapareceu falando sobre a covid-19. Suas opiniões foram refutadas pela comunidade científica, mas ganharam a simpatia dos movimentos antivacinas.

Notícias sobre a morte de Montagnier circulavam na internet desde quarta-feira, mas não puderam ser confirmadas a princípio, já que a família não falou com a imprensa e os principais órgãos de pesquisa a que ele pertencia disseram não poder confirmar a informação.

Essa incomum falta de informação em torno de uma figura tão conhecida parecia ser um reflexo da recente posição de Montagnier na comunidade científica.

- “Papel decisivo” -

"Hoje elogiamos o papel decisivo de Luc Montagnier na descoberta conjunta do HIV", disse a Aides, associação francesa de luta contra a aids.

"Este foi um passo fundamental, mas infelizmente seguido por vários anos durante os quais ele se afastou da ciência, um fato que não podemos esconder", acrescentou.

Montagnier fez sua descoberta chave sobre o HIV no início da década de 1980, quando os casos de aids começaram a disparar e as pessoas infectadas tinham poucas chances de sobrevivência.

Seus achados estabeleceram as bases para os tratamentos contra a doença, lançados 15 anos depois, que permitiriam que os portadores do HIV levassem vidas quase normais.

A descoberta foi seguida por uma longa disputa entre Montagnier e a equipe do pesquisador americano Robert Gallo sobre sua autoria. Por fim, eles concordaram que o francês havia isolado o vírus, enquanto o americano estabeleceu sua ligação direta com a aids.

Seus posicionamentos contra as vacinas anticovid, ao mesmo tempo em que elevam seu perfil público durante a pandemia, também encontraram pouco apoio entre os cientistas.

As homenagens iniciais vieram de figuras políticas e científicas marginais com opiniões contrárias à vacinação. Entre elas o político de extrema-direita Florian Philippot, que semanalmente convoca protestos contra as vacinas em toda a França.

"Eles o arrastaram pela lama, embora ele tivesse razão sobre a covid", declarou Philippot sobre Montagnier no Twitter.

O virologista Didier Raoult, marginalizado entre os pesquisadores por defender tratamentos anticovid sem comprovação científica, elogiou a "originalidade" e a "independência" de Montagnier.

A única reação imediata do governo do presidente francês Emmanuel Macron veio da ministra da Pesquisa, Frederique Vidal, que se disse "comovida" e ofereceu condolências à família de Montaigne, sem mencionar suas recentes posições científicas.

Cientistas encontraram uma variante do HIV que era desconhecida até aqui e que é mais virulenta que o comum. A variante circulou na Holanda nas últimas décadas. A informação, divulgada na quinta-feira, 3, não deve causar alarme. Os medicamentos contra o HIV funcionam normalmente em pessoas que contraíram o vírus alterado. A propagação da variante está em declínio desde 2010 e foi descoberta como parte de esforços para melhor entender como o vírus evolui.

O achado enfatiza a importância de acesso facilitado a testagem e tratamento para que qualquer tipo de HIV "seja suprimido tão rapidamente quanto possível, o que previne a transmissão", disse o epidemiologista Christophe Fraser, da Universidade de Oxford.

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Diferentes subtipos de HIV circularam em vários países, alguns mais severos ou transmissíveis que outros. O subtipo B é o mais comum nos Estados Unidos e na Europa Ocidental. A equipe de Oxford identificou 17 casos incomuns enquanto analisava a base de dados da Europa relativos a pessoas que tiveram mais comprometimento imunológico e eram mais infecciosas quando foram diagnosticadas.

Como todos os casos, exceto dois deles, eram da Holanda, os pesquisadores compararam os registros com milhares de dados do país. Eles então identificaram um grupo de 109 pessoas infectadas com o que eles estão chamando de variante VB, que significa subtipo B virulento.

Os casos datam das décadas 1990 e 2000 e tiveram queda recentemente, de acordo com relatório divulgado na revista Science. Antes do tratamento, pessoas com a variante VB tinham mais vírus no sangue e sofreram mais comprometimento do sistema imunológico que outras pessoas com HIV, de acordo com achados do estudo.

Não está claro qual mudança genética é a causa, mas após o tratamento pacientes se saíram da mesma forma que outros indivíduos com HIV.

'Adaptação viral'

Encontrar esse tipo de variante "não é uma crise de saúde pública'', disse Joel Wertheim, especialista em evolução viral da Universidade da Califórnia (EUA). A variante não parece ter levado a um pico de casos, disse ele. Mas os achados destacam o quanto ainda há a ser descoberto sobre o porquê de um vírus que se espalha há muito tempo ainda conseguir evoluir e se adaptar. "A pandemia atual continua a nos lembrar que nós não devemos subestimar o potencial para adaptação viral." Fonte: Associated Press.

Pelo quarto ano consecutivo, houve diminuição da incidência do vírus da HIV na capital paulista. Em 2020, foram 2.472 novos casos, queda de 16,4% em relação a 2019. Na comparação com 2016, a diminuição chega aos 35,6%. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (2) pela Prefeitura de São Paulo.

Entre os casos registrados em 2020, mais de 80% (2.073) eram homens. A faixa etária entre 25 e 29 anos de idade concentra 26,3% dos casos. A principal via de transmissão (praticamente 90%) é a sexual.

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A região central da cidade tem a maior taxa de detecção, com 62,4 casos a cada 100 mil habitantes. Na sequência, estão a região sudeste (18,7); leste (17,6); sul (17); oeste (16,2) e norte (15,3).

Outro dado revelado foi a taxa de mortalidade. Em 2020, o índice se manteve em 4,8 (casos a cada 100 mil habitantes), o menor desde 1988, diz prefeitura.

No último domingo (28), a prefeitura de São Paulo entregou uma unidade itinerante para testagem, que se deslocará pelo município oferecendo diagnóstico para HIV, hepatites B e C, sífilis e demais infecções sexualmente transmissíveis, além de profilaxia pré e pós-exposição para HIV.

Caso o paciente seja diagnosticado com alguma das doenças, poderá continuar o acompanhamento e tratamento nos serviços da rede de saúde.

Um estudo sugere que a proteção da CoronaVac, vacina contra a covid-19, é menor entre pessoas infectadas pelo HIV, vírus causador da aids. Diante disso, a orientação para vacinação tem que ser mantida, inclusive com prioridade para doses de reforço nesse grupo. No entanto, o estudo não analisou como se comportam as outras vacinas que vêm sendo usadas no Brasil. 

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) compararam a proteção da CoronaVac em pessoas infectadas pelo HIV e naquelas não infectadas. O estudo mostrou que, depois de receber a CoronaVac, uma pessoa sem o HIV tem 3,21 mais chances de desenvolver anticorpos contra a covid-19 do que uma não infectada por esse vírus.  “Significa que a resposta à vacina é um pouco pior entre pessoas que vivem com o HIV. Ela [a vacina] é muito importante, mas a potência dela para gerar resposta é inferior em pessoas que vivem com HIV, em comparação àquelas que não têm HIV”, disse uma das autoras do estudo, a professora da Faculdade de Medicina da USP Vivian Avelino-Silva. 

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Apesar de níveis de proteção menores, isso não quer dizer que pessoas com HIV devam deixar de se vacinar. De acordo com a professora, a menor proteção reforça que esse é um grupo prioritário e que pode precisar de maior reforço no esquema vacinal.  “É o tipo de situação que justamente esclarece para nós que, se tiver alguém para priorizar, seriam as pessoas com HIV. Isso sugere que talvez as pessoas que vivem com HIV precisem de mais reforços, mais precoces ou em maior número, em relação às pessoas que não têm HIV”, disse Vivian. 

O número de células de defesa do organismo, chamadas de CD4, pode ajudar a explicar a dificuldade na produção de defesas contra o novo coronavírus. Pessoas com HIV, mas com maior número de células de defesa, têm o dobro de chances (2,26 vezes mais) de desenvolver os anticorpos que pessoas em estágios mais avançados da infecção pelo HIV. 

O estudo foi publicado como preprint, que é uma espécie de esboço em que o trabalho permanece aberto para receber a contribuição de outros cientistas antes da publicação definitiva.   Procurado pela Agência Brasil, o Instituto Butantan informou que dois estudos científicos publicados por pesquisadores do Brasil e da China evidenciaram que a CoronaVac “é segura e capaz de gerar níveis elevados de proteção contra o SARS-CoV-2 em pessoas infectadas pelo vírus HIV, causador da AIDS”. Um desses estudo é o da FMUSP, citado acima. 

“Quatro semanas após a segunda dose da vacina, a porcentagem de participantes com positividade para anticorpos neutralizantes SC e NAb foi alta tanto para o grupo com HIV quanto no grupo controle. Nenhuma reação adversa séria foi relatada durante o estudo, seja entre pessoas com HIV ou nos participantes não imunossuprimidos”, diz o informe do instituto. 

O Butantan acrescenta, no informe, que os pesquisadores encontraram diferenças nos parâmetros de imunogenicidade entre as pessoas com HIV, sendo que o grupo com o sistema imunológico mais enfraquecido teve imunogenicidade mais baixa contra o vírus da covid-19 quando comparados àqueles com contagem maior de células de defesa, após a aplicação de duas doses da vacina. “Uma abordagem possível é usar uma dose de vacina de reforço ou mesmo administrar títulos de antígeno mais altos por dose de vacina”, divulgou o instituto sobre a conclusão dos pesquisadores.

A Faculdade de Medicina e o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) irão participar de uma rede global de pesquisa que pretende encontrar a cura definitiva para a infecção HIV, o vírus causador da aids, por meio de engenharia genética. A nova abordagem de combate ao vírus buscará o bloqueio completo do HIV dentro das células e sua posterior eliminação. 

“As últimas décadas representaram avanços muito importantes no tratamento e controle do HIV e AIDS. Mas o paciente segue precisando se tratar continuamente e o risco de agravamento em caso de interrupção permanece. Esta nova abordagem significará um passo fundamental. Poderá ser, finalmente, a cura do HIV”, destacou o professor titular do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP, Esper Kallás, que coordenará o grupo brasileiro.

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Atualmente, o combate ao HIV é feito principalmente com o uso de medicamentos retrovirais, que precisam ser tomados pelos pacientes por toda a vida. No entanto, essas drogas eliminam o vírus que está circulante no sangue, mas atua com menor intensidade nas células infectadas.

Com a nova abordagem proposta pela pesquisa, os cientistas buscarão maneiras de bloquear e trancar o HIV dentro das células, deixando-o inativo, o que deverá ser feito com drogas que agirão no material genético do vírus. A ideia é encontrar os caminhos para modificar o vírus dentro da célula a ponto de destruí-lo, eliminando-o do paciente.

A rede, conhecida em inglês como HIV Obstruction by Programmed Epigenetics (HOPE) Collaboratory, é liderado por Gladstone Institute, Scripps Research Florida e Weil Cornell Medicine, e receberá investimentos de U$ 26,5 milhões para desenvolver a pesquisa.

Após cumpridas as fases experimentais iniciais pela rede de pesquisas, ensaios clínicos deverão ser conduzidos no Hospital das Clínicas da FMUSP.

 

O laboratório norte-americano Moderna começou a testar nesta quinta-feira (19) uma vacina contra o HIV baseada na tecnologia do RNA mensageiro (mRna), o mesmo tipo da vacina anti-Covid.

A fase 1 dos testes em humanos, publicada formalmente no registro do Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos, envolverá 56 pessoas que têm entre 18 e 50 anos e que não são portadoras do vírus. Como toda ação inicial, o estudo visa verificar a resposta imune e a segurança da aplicação.

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Ela será administrada em duas versões: metade do grupo receberá duas doses iguais do imunizante mRNA-1644 e a outra metade receberá duas versões diferentes (a mRNA-1644 e a mRNA-1644v2).

Essa primeira fase deve durar cerca de 10 meses.

Caso haja sucesso nessa primeira etapa, mais duas serão necessárias para que as agências sanitárias liberem a aplicação em humanos: a segunda, que vai analisar a resposta das defesas do organismo e a segurança, e a terceira, mais ampla, que testa a real eficácia das doses.

Diferentemente das vacinas "tradicionais", que usam partes de vírus ou o vírus inativado, as da tecnologia com RNA mensageiro "ensinam" as células do corpo a produzir antígeno contra o vírus.

Os estudos com essa tecnologia, que iniciaram no início da década de 1990, ganharam investimentos financeiros bilionários por conta da pandemia de Covid-19. Com isso, tanto o imunizante contra a doença da Moderna como da Pfizer/BioNTech foram aprovados ainda no fim de 2020 nos Estados Unidos.

Ao longo de 40 anos de casos registrados do vírus HIV, a sigla em inglês para o vírus da imunodeficiência humana, os investimentos para o desenvolvimento da vacina que causa a Aids e ataca todo o sistema imunológico eram menores - e muitos testes não conseguiram ir adiante.

Mas, também por conta do incentivo ao desenvolvimento das vacinas para o coronavírus Sars-CoV-2, o HIV voltou aos holofotes. Um estudo, iniciado em julho deste ano, quer testar uma nova vacina em mais de seis mil pessoas na África, Américas (incluindo o Brasil) e Europa. Ela usa o método tradicional com um vetor, chamado de "adenovírus 26", que é inofensivo aos seres humanos. Nesse caso, serão quatro doses de imunizantes.

Da Ansa

Estar infectado com o HIV, o vírus da aids, aumenta o risco de desenvolver uma forma grave da Covid-19, ou até mesmo de morte se estiver no hospital, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados nesta quinta-feira (15).

"Até então, o impacto da infecção pelo HIV na gravidade e mortalidade da covid era relativamente desconhecido, e as conclusões de estudos anteriores eram, às vezes, contraditórias", ressalta em um comunicado a conferência científica do IAS (Sociedade Internacional de AIDS).

"Este estudo destaca a importância de incluir as pessoas que vivem com o HIV em populações prioritárias para a vacinação contra a covid", estima a presidente do IAS, Adeeba Kamarulzaman.

"A comunidade internacional deve fazer mais para garantir que os países fortemente afetados pelo HIV tenham acesso imediato às vacinas contra a covid. É inaceitável que menos de 3% [da população] do continente africano tenha recebido uma dose da vacina e menos de 1,5% as duas doses", insiste.

Conduzido pela OMS, o estudo abrange 15.500 pessoas infectadas com HIV e hospitalizadas pela Covid-19 em 24 países.

A idade média deles era de 45 anos e meio, e mais de um terço tinha uma forma grave ou crítica da Covid-19. Quase todos (92%) estavam em terapia antirretroviral para o HIV antes da hospitalização.

Do total de casos estudados, quase um quarto (23%) dos pacientes com resultados clínicos documentados morreram no hospital.

Levando em consideração outros fatores (idade ou presença de outros problemas de saúde), esses resultados mostram que "a infecção por HIV é um fator de risco significativo para as formas graves e críticas da covid-19 no momento da hospitalização e para mortalidade no hospital", estima a OMS em um comunicado.

De acordo com dados do UNAIDS, a agência especializada da ONU, 37,6 milhões de pessoas viviam com HIV em todo o mundo em 2020, das quais 27,4 milhões estavam em tratamento.

Os tratamentos antirretrovirais podem controlar a infecção a ponto de tornar o vírus indetectável.

No entanto, as autoridades mundiais de saúde alertam contra a paralisação que pode ocorrer na luta contra a aids por causa da pandemia de covid-19, que retarda os diagnósticos e o acesso aos tratamentos.

"Os países ricos da Europa, cujas populações têm fácil acesso às vacinas contra a covid, preparam-se para aproveitar o verão, enquanto os países do hemisfério sul estão em crise", lamentou na quarta-feira a diretora-executiva da UNAIDS, Winnie Byanyima.

O desenvolvimento em tempo recorde de várias vacinas contra a Covid-19 parece ter dado o impulso que faltava para a criação de um imunizante contra o HIV. Quarenta anos depois do início da pandemia de aids, o mundo parece estar perto de ter um produto eficaz na prevenção da infecção.

Um estudo com mais de 6 mil pessoas está sendo conduzido em vários países da África, Europa, América do Norte e América Latina, inclusive no Brasil. Para especialistas, é o mais promissor em quatro décadas.

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O estudo está dividido em duas frentes. A primeira delas, na África Subsaariana, testa 2.637 mulheres heterossexuais. Uma segunda, chamada de Mosaico, conduzida na Europa, na América do Norte e na América Latina, está testando 3.600 voluntários, entre homens homossexuais e pessoas trans. No Brasil, o estudo ocorre em oito centros de pesquisa em São Paulo, no Rio, em Minas e no Paraná.

A pesquisa está na fase 3, que testa a eficácia em larga escala. As fases 1 e 2, com menos voluntários, determinam a segurança do produto e a dose apropriada. Numa fase anterior, em macacos, o imunizante apresentou uma proteção de 67% contra a infecção. É por conta deste número que os cientistas estão otimistas. Até hoje, o candidato a vacina contra a aids mais eficaz já testado no mundo apresentava proteção de 30% - e sua pesquisa foi deixada de lado.

"Nas fases 1 e 2, a vacina se mostrou muito segura. Os efeitos colaterais são parecidos aos da AstraZeneca contra a covid: dor local, febre por um dia, dor de cabeça", afirma o infectologista Ricardo Vasconcelos, coordenador da fase 3 no Hospital das Clínicas, em São Paulo. "A imunogenicidade do produto, ou seja, o quanto ele conseguiu induzir uma resposta imune, foi considerada muito satisfatória. Resta saber se essa resposta é capaz de reduzir a incidência da infecção."

A vacina está sendo aplicada em pessoas soronegativas que tenham o risco aumentado de exposição à infecção. Os voluntários serão acompanhados por 30 meses. Metade receberá placebo e a outra metade, o imunizante. Cada um tomará quatro doses, com intervalos de três meses entre cada uma.

Mutações

A grande capacidade de mutação do vírus HIV - muito superior à do Sars-CoV-2 - sempre foi o maior obstáculo para a criação de uma vacina eficaz. A tecnologia usada no novo imunizante é similar à da AstraZeneca desenvolvida contra a covid-19. Um adenovírus inativado é usado como um 'cavalo de Troia' para levar fragmentos genéticos do HIV para dentro da pessoa a ser imunizada, "treinando" o seu sistema imunológico a combater o vírus real. A diferença é que, neste novo produto, estão sendo usados milhares de fragmentos genéticos.

"São muitos tipos diferentes de vírus circulando pelo mundo, a ideia é conseguir cobrir o maior número possível de variantes", explica Vasconcelos. "(Essa pesquisa) se chama Mosaico porque reúne milhares de fragmentos de HIV."

Mas, afinal, por que várias vacinas contra a covid foram desenvolvidas em menos de um ano e ainda não se chegou a um imunizante contra o HIV? "A principal resposta é que são vírus diferentes. Não é porque chegamos rápido a uma vacina contra o coronavírus que poderemos chegar na mesma velocidade a um imunizante contra outro vírus", pondera Vasconcelos. "Muitas pessoas pegaram covid e se curaram. Ninguém se curou da infecção pelo HIV. Ou seja, de partida, sabemos que é possível curar a covid. A resposta imune contra o HIV é muito menos eficaz."

Por outro lado, a vacina da AstraZeneca contra a covid-19 pode ser desenvolvida em menos de um ano porque a plataforma do adenovírus já tinha sido desenvolvida na Universidade de Harvard, em 2015. Sem falar, é claro, do interesse político e do alto investimento financeiro. Agora, as plataformas de RNA mensageiro inéditas, criadas para a covid, podem facilitar, num futuro próximo, o surgimento de mais candidatos a imunizante contra a aids.

"Foram 40 anos de evolução nas pesquisas, houve várias tentativas, pelo menos seis estudos muito grandes", diz o infectologista Bernardo Porto Maia, coordenador da pesquisa Mosaico no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. "Mas o HIV é um vírus com uma capacidade de mutação muito grande. A diversidade genética inviabilizava a criação de uma vacina, sobretudo com as tecnologias antigas que tínhamos."

Atualmente, 38 milhões de pessoas vivem com HIV no planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Até hoje, pelo menos 33 milhões de pessoas morreram vítimas da infecção. Com a evolução nas técnicas de prevenção e nos tratamentos, a mortalidade caiu de 1,7 milhão em 2004, no pico da epidemia, para 690 mil em 2019 - uma redução de 60%. A taxa de infecção também caiu. De 2,8 milhões de novas infecções ao ano em 1998 para 1,7 milhão em 2019, queda de 40%.

"Os avanços mais recentes, como a profilaxia pós-exposição, estão mudando o rumo da epidemia. A situação melhorou, mas é inaceitável termos quase 700 mil mortes ao ano por uma doença que sabemos como prevenir e como tratar", afirma Maia. "Nada melhor que a imunização em massa para combater uma pandemia."

Confiança

Ativista do coletivo Colid, em prol da diversidade, o pesquisador de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro Thauan Carvalho, de 26 anos, é um dos voluntários brasileiros do estudo Mosaico, que testa o mais novo e promissor imunizante contra o HIV já desenvolvido em 40 anos de pandemia. A fase 3 da pesquisa tem a participação de 3.600 voluntários em oito países da Europa, da América do Norte e da América Latina, incluindo o Brasil.

Carvalho tomou no dia 2 de junho a primeira dose do imunizante - no total, são indicadas quatro para a vacina. A próxima está prevista para agosto.

O cientista já teve um relacionamento sorodiscordante (em que uma pessoa é soropositiva e outra é soronegativa) e sabe o quanto a aids é cercada de estigma e preconceito. Ele acredita que seu gesto pode ajudar a reduzir esses danos. "Para combater o preconceito, precisamos de conhecimento", diz o pesquisador, que está concluindo um doutorado. "Vivemos em meio a um negacionismo muito forte, um obscurantismo muito grande. Me senti muito feliz de poder ajudar."

Em macacos, o novo imunizante conseguiu reduzir a infecção em 67% dos casos, um marco na pesquisa da vacina contra a aids. "Estou muito confiante de que teremos boas notícias vindas da ciência", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Sistema Prisional feminino de Pernambuco foi escolhido pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para a implantação do projeto-piloto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Implementação de Programa para Detecção da Infecção pelo HIV/aids e Sífilis em Prisões Femininas com Ênfase na Prevenção da Transmissão Materno Infantil é o nome do projeto da Fiocruz.

Os trâmites para o início da implantação do projeto foram discutidos em reunião remota, realizada na quinta-feira (8), com representantes da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), poder judiciário, Defensoria Pública, Ministério Público, Conselho Nacional de Justiça, Depen e grupos de monitoramento do sistema carcerário.

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A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, por meio da Seres, em parceria com a Secretaria de Saúde e Pernambuco (SES/PE), desenvolverá o projeto de extensão na Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima (CPFAL) e na Colônia Penal Feminina do Recife (CPFR), ambas na Região Metropolitana do Recife. 

“A escolha do Estado como piloto mostra o reconhecimento do avanço das políticas de saúde no encarceramento feminino, resultado dos investimentos do governo estadual”, destacou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. As duas unidades prisionais servirão de referência para a implantação das atividades em outros estabelecimentos penais femininos, após adequação às especificidades de cada local.

O objetivo do estudo é contribuir para a redução da frequência de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) entre mulheres encarceradas, com ênfase na saúde das gestantes e na prevenção da transmissão vertical (de mãe para filho). 

A redução será possível com o aumento da detecção e tratamento precoces das infecções e gravidezes entre mulheres presas. A previsão é que o trabalho seja colocado em prática até dezembro deste ano. Profissionais de saúde da SES e da Seres, que atuam no sistema prisional, participarão de oficinas e treinamentos, bem como, haverá adequações de plataformas digitais.  

Nesta sexta-feira (18), a Universidade Guarulhos (UNG) realizará, de forma gratuita, atendimentos de saúde à população. A ação será realizada das 10h às 16h, na Praça Tereza Cristina, no Centro de Guarulhos, ao lado da Igreja Matriz.

Ao todo, serão feitos 400 testes de sífilis e HIV. Além da testagem, também serão oferecidos acompanhamentos para tratamento e aconselhamentos. Os resultados serão emitidos na hora.

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A ação será realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Guarulhos e com o Centro de Testagem e Aconselhamento Ubiratan Marcelino dos Santos.

As abordagens, testes e aconselhamentos serão feitos por alunos e professores do curso de Enfermagem da UNG e por profissionais da Secretaria. Qualquer pessoa pode fazer os testes e, também, passar pelas conversas com os profissionais da saúde.

"A UNG mais uma vez presta um serviço essencial à população guarulhense. Nesta ação, em específico, visamos oferecer acolhimento e passar informações aos cidadãos que, porventura, tenham alguma IST (Infeção Sexualmente Transmissível) para que, dessa forma, possam fazer o melhor tratamento possível", pontua o diretor de Área da instituição de ensino, professor Bruno Correa.

Serviço

Ação Saúde Universidade UNG

Quando: 18/10, das 10h às 16h

Local: Praça Tereza Cristina, Centro de Guarulhos

Gratuito

*da Assessoria de Comunicação

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