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A Suprema Corte da Índia descriminalizou a homossexualidade nesta quinta-feira (6), cancelando a seção 377 do Código Penal que punia as relações homoafetivas, mesmo se consensuais, como "ofensas não naturais".

A legislação podia custar até 10 anos de prisão a quem a infrigisse.

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"Criminalizar a homossexualidade é irracional e indefensável", disse o presidente do colegiado do julgamento, Dipak Misra, na leitura do veredicto. Em 2009, a lei já tinha sido cancelada pelo Tribunal de Nova Deli, mas foi reinstituída pela Suprema Corte em 2013, mesmo órgão que hoje a derrubou, em uma decisão histórica.

Datada de 1860, a legislação foi criada pelo Reino Unido no período de colonização do país asiático. Assim que a decisão foi anunciada, ativistas e membros da comunidade LGBT+ comemoraram do lado de fora da corte, declarando-se felizes por não serem mais considerados criminosos no país. Apesar da opinião pública nas grandes cidades indianas ser a favor do desmantelamento da lei, a oposição de comunidades rurais conservadoras e de grupos religiosos ainda é presente.

Com a decisão de hoje, a Índia se tornou o 124º país no mundo onde os atos homossexuais não são criminalizados, de acordo com a Associação Internacional de lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexuais.

Da Ansa

Acusado pelos opositores de ser machista, o pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), em mais uma entrevista concedida à jornalista Mariana Godoy, afirmou não tem nada contra as mulheres, nem negros e homossexuais. Ele respondeu à pergunta sobre qual será o papel das mulheres em geral e de sua esposa no seu governo, caso seja eleito presidente da República.

“A minha [esposa] não é afeta à política, é evangélica, dá aula de libras na Igreja Batista no Recreio [bairro no Rio de Janeiro]. Ela não quer participar de política, mas obviamente ela acompanha, de vez em quando sofre comigo dos que me acusam por aí. As mulheres são iguais a nós, não tem diferença, perguntaram para mim ‘você vai botar mulher, negro, não sei o que em ministérios’, pode ser quinze mulheres, não tem problema nenhum, tem que dar conta do recado, ninguém te aversão à mulher”, respondeu Bolsonaro.

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O presidenciável disse que criam rótulos ao seu respeito. “Falam que eu disse no passado que mulher tem que ganhar menos do que o homem me dê o áudio disso, me dê o vídeo, tudo é gravado, até o que você não quer é gravado, me diga a origem disso”, aproveitou para se defender. 

Ele também garantiu que não é verdade que não gosta de negros. “Então, eu não gosto da minha esposa, o pai dela é Paulo Negão e detesto a minha filha, que é neta do Paulo Negão”. 

Ainda durante a entrevista, Bolsonaro explanou sua opinião sobre os homossexuais. “A minha bronca é contra o material escolar, não é quem tem esse comportamento. Numa boa, você sabe se eu sou gay ou não? Eu também não sei se você é, qual o problema? Nenhum. Cada um vai ser feliz da maneira que bem entender, agora um pai não quer chegar em casa e encontrar o filho brincando de boneca por influência da escola, essa é a minha briga, eu tive o apoio enorme da bancada evangélica para sepultar isso em Brasília, mas mesmo assim ainda continua vivo. A gente tem que matar de vez, incinerar isso”, disse.

 

Considerado homofóbico por uma grande parcela dos opositores, o pré-candidato da presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez uma declaração durante entrevista à TV Estadão que muito deve repercutir. Bolsonaro garantiu que, na eleição de outubro, a maioria dos homossexuais irão votar nele. “A maioria dos homossexuais vota em mim hoje em dia, acredite se quiser”, disse com convicção. 

Bolsonaro falou que não tem nada contra os homossexuais. “A questão LGBT eu tenho a minha posição. A minha posição é o material escolar, que eu sou contra, o resto vão ser felizes”, declarou afirmando, no entanto, que os movimentos LGBT são uma minoria que querem ganhar dinheiro por meio do tema. 

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O presidenciável ressaltou que todas as pessoas são iguais. “Se eu der um tiro em você só porque você é torcedora de tal time de futebol, além de eu ter que responder pelo crime de homicídio, eu tenho que ter uma circunstância agravante, que é o motivo fútil. Você brigar com um cara só porque é homossexual, você vai responder por lesão corporal e mais um agravante por ser homossexual. Nada além disso, no resto somos iguais”. 

Disse também que, atualmente, o “politicamente correto” virou uma doença no meio da classe política. “Eles não se posicionam no tocante a nada. Eu sou diferente de todos eles. Se for colocar questão de ideologia de gênero, armamento, política externa, combate à violência, defesa dos valores familiares, eles são ou antagonistas meus ou se calam”. 

Bolsonaro ainda garantiu que não tem obsessão em ser presidente do Brasil. “Quem vai decidir se eu vou estar lá ou não vai ser o povo brasileiro. Se eu for fazer a mesma coisa que os outros, procurar aliança, procurar recursos e com alianças ganhar tempo de televisão, eu estaria me igualando aos demais pré-candidatos que tem alguma chance no momento”. 

A portaria 13.53 de 2011 do Ministério da Saúde diz que a orientação sexual não deve ser usada como critério para barrar possíveis doadores de sangue. Entretanto, na prática, essa não é uma realidade. Atualmente, duas normas vinculadas à ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e outra ao Ministério da Saúde, vetam a doação de sangue por homens que tenham tido relação sexual com outros homens, no período de 12 meses.

De acordo com o IBGE, 101 milhões de homens vivem no país e, desse total, 10,5 milhões se declara como homo ou bissexual. Levando em consideração que um homem pode doar até quatro vezes no ano, isso revela o desperdício de quase 19 milhões de litros de sangue por esse grupo ainda considerado de risco. Uma ação de 2016 em curso no STF pretende suspender essa barreira, alegando que ela ofende a dignidade da pessoa humana por impedir que elas sejam como são.

Para compreender melhor esse cenário, o LeiaJá conversou com homens que vivenciaram essa restrição, além da coordenadora do IHENE (Instituto de Hematologia do Nordeste), um dos maiores centros de capatação de sangue da região. Confira a reportagem a seguir:

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Ao desmentir uma mentira publicada em um veículo de comunicação que afirma que Thammy Miranda desistiu da política após ser associado a Jair Bolsonaro (PSC), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC), filho do pré-candidato a presidente da República, pediu que o ator não desistisse da política. 

“Na verdade, quem viu o vídeo sabe que [Thammy] desistiu da política graças à intolerância do movimento LGBT porque o ativismo LGBT, ao suspeitar que talvez Thammy tivesse alguma ligação com Jair Bolsonaro, já escanteou ela em um evento em Porto Alegre. Thammy, falando para você agora, como a gente sofre na pele essa intolerância. Se você tivesse cuspido em nós certamente estaria sendo honrada nesse evento”, declarou Eduardo em vídeo publicado na sua página do Facebook.

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O filho de Bolsonaro pediu para que Thammy não desistisse da política. “Eu peço a você que não desista da política não. Ia adorar ter uma representante dos homossexuais com os quais pudéssemos dialogar”, enfatizou.

O parlamentar também falou que o Brasil está precisando de tolerância. “Estar no mesmo lugar sem ser desrespeitado, é disso que o Brasil precisa. Um beijo e continue assim sendo uma pessoa educada e não se dobre a esse ativismo LGBT. Mesmo que a gente não concorde com as mesmas ideias, a gente não precisa agredir um ao outro”, ressaltou direcionando as palavras ao filho de Gretchen. 

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Os australianos começaram a receber nesta terça-feira pelo correio uma pesquisa sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O resultado não será vinculante, mas pode abrir o caminho para a legalização.

Depois que o Senado australiano rejeitou por duas vezes a organização de um plebiscito, uma das promessas de campanha do atual governo conservador, o Executivo decidiu organizar uma pesquisa por correio. A consulta terminará no dia 7 de novembro e os resultados, não vinculantes, serão divulgados no dia 15 do mesmo mês.

Caso a maioria dos australianos responda "sim", o governo se compromete a organizar uma votação no Parlamento para mudar as leis sobre o matrimônio.

A questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo está no debate político australiano há vários anos e, segundo uma pesquisa da Fairfax Media publicada nesta terça-feira, 70% dos australianos aprovam a medida. "Estimulo todos a responder a pesquisa e enviá-la. Votarei sim, assim como Lucy", disse o primeiro-ministro Malcolm Turnbull, em referência a sua esposa.

Turnbull, considerado um moderado, enfrenta a oposição no tema de alguns integrantes da coalizão governista (Partido Liberal+Partido Nacional). Assim, a consulta por correio representa uma solução de compromisso.

A pesquisa por correio chegará a 15 milhões de australianos com a pergunta "A lei deveria mudar para permitir que casais do mesmo sexo se casem?" e duas opções de resposta: sim ou não. Os partidários do "sim" denunciam que a pesquisa pelo correio tradicional poderia deixar de fora muitos jovens que utilizam as novas tecnologias e que são favoráveis ao casamento gay.

Ao mesmo tempo, os deputados do Partido Nacional questionam a capacidade do serviço postal para alcançar as zonas rurais mais remotas do país.

A partir da próxima terça-feira (5) será aberto pelo Governo de Pernambuco o Setembro da Diversidade, mês dedicado às causas LGBT. Como destaque, está a 16ª edição da Parada da Diversidade no Recife, ou Parada do Orgulho LGBT, marcada para o dia 17 de setembro.

O lema do Setembro da Diversidade em 2017 é "Respeito Começa em Casa", focando o combate ao preconceito por LGBTfobia dentro dos lares. A programação completa das atividades será anunciada na terça-feira.

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No dia 15 de setembro será o lançamento e distribuição da Cartilha Sobre Saúde das Lésbicas e Mulheres Bissexuais, no Forte das Cinco Pontas, às 14h. A Parada da Diversidade está marcada para as 9h do dia 17 no Parque Dona Lindu, Zona Sul do Recife.

Violência em casa 

De acordo com dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), entre 2014 e 2016 houve 635 casos de violência domiciliar contra a população LGBT. Os casos estão relacionados à ameaça por violência doméstica/familiar; dano por violência doméstica/familiar; difamação por violência doméstica/familiar; injúria por violência doméstica/familiar; lesão corporal por violência doméstica/familiar; perturbação do sossego por violência doméstica/familiar; vias de fato por violência doméstica/familiar; constrangimento ilegal por violência doméstica/familiar. 

Estupro corretivo

Segundo estatísticas, 6% das vítimas de estupro que procuram o Disque 100 do Governo Federal são mulheres homossexuais vítimas de violência, em sua maioria de fundo sexual. Chamada de "estupro corretivo", a violência sexual contra mulheres lésbicas tem requintes de crueldade e é motivada por ódio e preconceito. 

Serviço

Evento: Abertura Oficial do Setembro da Diversidade.

Quando: 05/09/2017.

Hora: a partir das 9h.

Onde: Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, avenida Cruz Cabugá, 665, Santo Amaro, Recife.

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL) publicou, nesta segunda-feira (17), um vídeo em que voltou a falar sobre temas polêmicos e disse que já se “habituou” a ser odiado. “Eu me habituei a ser insultado. A injúria não desaparece no horizonte da vida de um homossexual mesmo quando ele se assume e se diz orgulhoso de sua orientação. Eu criei uma estrutura de defesa, que faz com que eu tolere no Congresso Nacional as campanhas difamatórias”, contou. A publicação nas redes sociais divulgava uma entrevista concedida por ele a um veículo de comunicação. 

Jean declarou que os direitos mais difíceis de defender no parlamento são os sexuais e reprodutivos das mulheres e dos homossexuais. “Mexe com preconceitos arraigados e históricos, que vêm sendo reproduzidos ao longo de anos. A gente vive em uma sociedade que acha que a mulher é subalterna por natureza, que naturalmente o homem é superior e manda na mulher e que o corpo dela está à disposição dos homens por isso que é difícil conseguir a legalização do aborto”, declarou. 

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O deputado também falou que existe no Congresso uma “postura hipócrita” em relação às prostitutas. “Porque a sociedade não acha que a mulher tem que dispor do seu corpo seja para fazer uma opção clara e consciente e adulta pela prostituição, de prestar um serviço sexual, seja para interromper uma gravidez não desejada”. Ele foi questionado pela repórter se os parlamentares utilizam o “serviço das prostitutas”. “Muitos e esses, inclusive são contra [direitos] porque é uma postura hipócrita. As pessoas não costumam ser honestas consigo mesma e nem com os outros”, disparou. 

“A imprensa já fez várias matérias sobre isso. Sobre os serviços sexuais que são prestados a congressistas, mas apesar disso, das pessoas saberem disso, disso ser comentado, muita gente lá se recusa a garantir segurança jurídica para as prostitutas para permitir que elas possam prestar esse serviço com o mínimo de segurança jurídica e com o mínimo de direito garantido”, defendeu. 

Trajetória 

Ele ressaltou também que nasceu em uma família pobre e que seu pai era alcoólatra. “Os livros me livraram dos destinos imperfeitos. Colocaram-me na posição de transformar o mundo para melhor. O pai bebia, a gente passava fome. Quando bebia ficava agressivo. Foi uma relação com meu pai muito complicada e minha mãe me ensinou muito cedo que a gente só teria alternativa de mudança de vida estudando”, frisou. 

Ele, que se elegeu pela primeira vez em 2010, disse que fez uma “campanha invisível”. “Não tinha tempo de TV e de rádio, fiz com meus recursos próprios os folders e usei as redes sociais. As eleições no Brasil não são algo livre da força dos constrangimentos econômicos, da força da grana. O que decide a eleição é dinheiro”. Ainda lembrou que já recebeu diversas ameaças de morte. “Não estou dizendo que as ameaças partam dos deputados, mas muitos deles estimulam promovendo a difamação”, explicou. 

Diante do preconceito com a causa LGBT, mais um caso foi registrado. De forma extremista, o governo da Tanzânia ameaçou prender os cidadãos que defenderem os homossexuais. A medida se estende também à expulsão de estrangeiros que forem favoráveis a essas pessoas. 

O pronunciamento sobre o assunto foi feito nesse domingo (25) pelo ministro do interior. Mwigulu Nchemba disse que queria lembrar e advertir organizações e instituições que defendem os interesses dos homossexuais que serão realizadas prisões e os que forem implicados serão levados à Justiça, conforme informações do Daily News. 

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Ele ainda continua seu discurso informando que quem defende a causa deve seguir para outro país. Já as organizações apoiadoras dos homossexuais perderão a autorização de funcionamento. De forma rígida, Nchemba frisa a realização de expulsões para estrangeiros e a prisão dos tanzanianos. 

Já no início deste ano, o poder executivo do país ordenou o encerramento dos tratamentos especializados em AIDS. A justificativa para a medida foi a de que esse programa promovia a homossexualidade. Além disso, o país já pune severamente com prisão os homossexuais e aplicam o discurso “anti-gay”. 

A polícia de Bangladesh prendeu 27 homens nesta sexta-feira (19) em uma operação contra a homossexualidade no país conservador de maioria muçulmana, onde os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo são considerados um crime.

O Batalhão de Ação Rápida (RAB), uma força de segurança de elite, informou que invadiu um centro comunitário na zona sul da capital Dacca donde os homens estavam reunidos.

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Os policiais encontraram drogas e preservativos no local, afirmou o general Manzur, identificado apenas pelo primeiro nome e sua patente.

"Prendemos 27 pessoas por homossexualidade. São homossexuais. Estavam reunidos no local", afirmou à AFP.

O general completou que a polícia apresentará acusações contra os 27 homens, mas não especificou qual lei será utilizada.

Bangladesh criminaliza as relações homossexuais com uma lei do período colonial britânico que nunca foi revogada, mas que é adotada em poucas ocasiões.

Os gays e lésbicas sofrem grande discriminação em Bangladesh e outros abusos de seus direitos. Muitos são obrigados a esconder a identidade sexual e ter uma vida dupla por medo de represálias.

No ano passado, dois famosos ativistas LGBT, entre eles o editor da única revista gay do país, foram assassinados por islamitas extremistas vinculados à Al-Qaeda.

Muitos ativistas fugiram do país depois que receberam ameaças de morte.

Uma Igreja Católica de Curitiba realizou o batizado de três adolescentes filhos adotivos de um casal homossexual e marcou um fato "importante para aqueles que defendem os direitos LGBT". A cerimônia foi comandada pelo padre Elio Dall'Agnol no último domingo (23) na Catedral Basílica de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, na capital do Paraná.

Alyson, de 16 anos, Felipe, de 12 anos, e Jéssica, de 14, são filhos do casal Toni Reis e David Harrad, que vivem juntos desde 1990. "Foi uma cerimônia emocionante, o padre falou muito sobre a importância da adoção e de que sempre se deve dizer a verdade", disse Reis à imprensa local.

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Antes de conseguir batizar os filhos, Reis percorreu quatro Igrejas da cidade e não teve o pedido atendido por problemas burocráticos impostos por funcionários das entidades. Depois disso, ele decidiu escrever um ofício para o Arcebispo Metropolitano de Curitiba, Dom José Antonio Peruzzo, solicitando uma audiência, na qual a cerimônia foi autorizada. Toni Reis é um dos principais dirigentes do movimento LGBT no Brasil, onde anualmente acontece uma das maiores Paradas Gay do mundo.

O batismo retomou o debate sobre a abertura da Igreja para as famílias homossexuais. A discussão já acontece desde a visita do papa Francisco ao Rio de Janeiro, em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude. "Quem sou eu para julgar os gays?, afirmou Francisco na ocasião. 

Os homossexuais na Suíça poderão, a partir de julho, doar sangue com a condição de que não tenham mantido relações sexuais com um homem nos últimos 12 meses, anunciaram nesta terça-feira as autoridades suíças de saúde. Esta decisão da Swissmedic, a autoridade suíça de controle e autorização de produtos terapêuticos, põe fim a uma proibição que existia desde 1977.

"A exclusão definitiva dos homens que têm relações sexuais com homens, que era aplicada até agora, será substituída por uma suspensão provisória com duração de 12 meses a partir da última relação sexual", anunciou a Swissmedic em um comunicado.

A suspensão de 12 meses corresponde a medidas preventivas que se aplicam a outros comportamentos de risco como a troca de parceiros e as viagens para países com um alto nível de aids, afirma o comunicado.

"Para proteger os beneficiários de transfusões e de produtos sanguíneos é essencial que os doadores respeitem os critérios de doação em vigor e preencham honestamente o formulário antes de cada doação", adverte a Swissmedic. França e Estados Unidos tomaram uma decisão semelhante em 2015, seguindo os passos de Austrália e Japão. A proibição também foi suspensa em novembro de 2011 na Inglaterra, Escócia e País de Gales.

A exclusão permanente da doação de sangue para homens que tenham mantido relações homossexuais foi instaurada nos anos 1970 e 1980 em muitos países pelo temor da transmissão da aids.

Um padre italiano classificou os recentes terremotos ocorridos na Itália como um "castigo divino" relacionado às uniões de homossexuais, o que provocou a ira do Vaticano, que considerou suas declarações ofensivas para os fiéis e ateus.

A imprensa italiana informou neste sábado que o padre Giovanni Cavalcoli, um teólogo já idoso de uma faculdade, fez estas declarações no domingo, 30 de outubro, no mesmo dia que um terremoto de magnitude 6,5 sacudiu a região central da Úmbria.

Os tremores sísmicos são um "castigo divino" pela "ofensa à família e à dignidade do matrimônio, sobretudo por culpa das uniões civis", declarou à Rádio Maria, que dias depois decidiu se distanciar do sacerdote. O Vaticano reagiu na noite de sexta-feira com virulência.

As afirmações do sacerdote são "ofensivas para os fiéis e escandalosas para os não fiéis", declarou o arcebispo italiano Angelo Becciu, número dois da Secretaria de Estado do Vaticano, o "ministério" mais importante da Santa Sé, publicaram os meios de comunicação locais. Depois de pedir "perdão" às vítimas dos terremotos, Becciu recordou que tinham "a solidariedade e o apoio" do papa Francisco.

Contudo, a resposta do Vaticano não mudou a opinião do padre Cavalcoli, que repetiu em outra emissora de rádio que os terremotos foram provocados pelos "pecados do homem". "O Vaticano? Que revise o catecismo!", alfinetou o religioso.

A Itália, o último grande país da Europa Ocidental que não havia acordado nenhum estatuto aos casais do mesmo sexo - com uma forte oposição da Igreja Católica - optou no final de julho por estabelecer a união civil, diferente do matrimônio.

O Uruguai e a Holanda lançaram nesta quarta-feira um projeto para criar uma coalizão mundial pela igualdade das pessoas LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais), durante uma conferência organizada em Montevidéu.

Os chanceleres do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, e da Holanda, Bert Koenders, assinaram os princípios fundacionais desta iniciativa, no marco da Conferência Mundial dos Direitos Humanos das Pessoas LGBTI. O encontro, sob o lema "Não violência, não discriminação e inclusão social", reúne ativistas internacionais dedicados à promoção da igualdade de direitos.

Novoa abriu as discussões com um chamado à defesa do "gozo pleno de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais" e condenou "os crimes de ódio, como o ocorrido em Orlando", Estados Unidos, em referência ao massacre em uma casa noturna frequentada por homossexuais, em que morreram 49 pessoas em junho passado.

Koenders elogiou o Uruguai "por tantos progressos" em matéria de proteção de direitos da comunidade LGBTI. O Uruguai legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2013, tendo sido o segundo país da América Latina a aprová-lo, após a Argentina, que também assinou nesta quarta-feira a carta fundacional desta coalizão.

O chanceler holandês lembrou que a homossexualidade é considerada "ilegal" em muitos países do mundo e afirmou que a "luta está longe de terminar", em relação à igualdade de direitos.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou em uma mensagem gravada que acabar com a discriminação contra as pessoas devido a sua orientação sexual "é uma grande causa". A coalizão pretende unir Estados e promover o trabalho por regiões.

A reunião em Montevidéu é realizada entre esta quarta-feira e a sexta-feira. Ainda não foi decidido se as discussões vão resultar na publicação de um documento final.

De Berlim a Sydney, foram organizadas nesta segunda-feira concentrações de apoio aos homossexuais para mostrar seu horror depois da matança em um clube gay de Orlando e sua determinação de não ceder ao medo.

"Temos que permanecer unidos, defender nosso modo de vida e não ceder", declarou à AFP Helmut Metzner, de 47 anos, militante da Federação Alemã de Lésbicas e Gays durante uma concentração em frente à embaixada americana em Berlim.

Na capital alemã, mas também em Sydney, Bangcoc, Tel Aviv ou Paris, dezenas de pessoas assinaram livros de condolências, depositaram flores e acenderam velas em memória das vítimas do tiroteio.

Muitas vigílias estavam igualmente previstas durante a tarde em Londres e Amsterdã. "Ensinemos ao mundo que o amor será sempre mais forte que o ódio", escreveram os organizadores holandeses no Facebook.

Em Moscou, no entanto, dois jovens russos foram detidos nesta segunda-feira quando depositavam flores em frente à embaixada americana em memória das vítimas, noticiou o jornal russo RBK.

Islam Abdullabeckov e Felix Gliukman foram à embaixada dos Estados Unidos deixar as flores e um cartaz com a frase "O amor vence - Fiquemos com Orlando", quando foram detidos por dois policiais.

As concentrações em apoio à comunidade gay são sistematicamente proibidas na Rússia, onde a homossexualidade era considerada crime até 1993 e doença mental até 1999, e onde são frequentes os ataques homofóbicos.

Na madrugada de domingo, 49 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas quando Omar Seddique Mateen, um americano de origem afegã de 29 anos, abriu fogo no interior de um famoso clube noturno entre a comunidade gay de Orlando, na Flórida.

O atentado, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), provocou uma grande comoção entre os homossexuais que, ainda que muitas vezes sejam vítimas de ataques mortais em todo o mundo, nunca haviam sido alvos em matanças dessa magnitude.

"Este trágico acontecimento nos recorda até que ponto nossa comunidade está em perigo, ameaçada em sua existência", lamentou a associação israelense "A casa aberta".

"Me aterroriza um pouco, como gay que trabalha em um bar gay", confessou à AFP Saleem Khan, garçom no Admiral Duncan, um bar do bairro do Soho de Londres que sofreu um ataque com bomba em 1999 deixando três mortos.

Orgulhoso gay

Em "solidariedade" com os homossexuais, as grandes cidades conhecidas por sua tolerância com as minorias sexuais decidiram mostrar a bandeira do arco-íris, símbolo das lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais (LGBT).

A Torre Eiffel se iluminará nesta segunda-feira com estas cores, assim como foi feito antes pela embaixada americana em Estocolmo, pelas prefeituras de Tel Aviv e Nova York e pela ponte do porto de Sydney, local emblemático da cidade australiana.

Na França, um minuto de silêncio nas áreas de torcedores da Eurocopa terá lugar nesta segunda às 20H30 locais (15H30 de Brasília), antes da partida entre Bélgica e Itália.

Com o hashtag "#loveislove", os internautas, conhecidos ou não, prestaram sua homenagem publicando mensagens "contra a homofobia" e fotos de mulheres se beijando, ou como Madonna, de homens abraçados.

"Orlando prova que necessitamos mais do que nunca estar orgulhosos", tuitou o cineasta canadense Xavier Dolan, abertamente gay, enquanto o cantor britânico Boy George se declarou "inconsolável".

Mas as redes sociais apenas conseguem filtrar os conteúdos homofóbicos. "Acabo de ler #jesuisgay... não conte comigo, irmão", tuitava por exemplo uma jovem, enquanto outras mensagens eram claramente hostis contra os homossexuais.

De Washington a Moscou, passando por Pequim, pelo Vaticano ou pela Liga Árabe, os dirigentes condenaram em uníssono um "ato de terror e ódio", segundo os termos do presidente Barack Obama.

O primeiro-ministro britânico David Cameron se mostrou "horrorizado" e o dirigente espanhol Mariano Rajoy condenou no Twitter um "ataque depreciável".

E no Chile, o governo indicou que "a violência e o terror (...) não tem fundamento em sociedades livres e diversas".

Todos, inclusive países como o Egito, onde a homossexualidade é fortemente reprimida, enviaram suas condolências aos parentes das vítimas e ao povo americano. Ainda que muitos tenham desviado do caráter homofóbico da matança, dando lugar a ambiguidades.

Na Polônia, o silêncio do Executivo suscitou a decepção dos militantes da causa gay. "Nem sequer sabem reagir diante de um acontecimento tão trágico", lamentou Tomasz Baczowski, presidente da Fundação da Igualdade.

Artistas do Brasil e do mundo estão se mobilizando nas redes sociais em solidariedade às vítimas do atentado a Boate Pulse, em Orlando (EUA), ocorrido no último sábado (11). Num massacre que já foi declarado o maior a tiros da história daquele país, 53 pessoas ficaram feridas e 50 foram assassinadas por um atirador que acabou morto pela polícia local. O ataque teria sido um crime de homofobia, já que a casa noturna era voltada ao público LGBT. 

Atrizes, atores e cantores de todas as partes usaram seus canais na internet para lamentar a tragédia e também pedir pelo fim do preconceito com mensagens de tolerância e respeito ao próximo. Confira alguns posts.

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O pai do autor da chacina na boate gay de Orlando expressou sua tristeza pelo fato de o filho ter realizado o ataque afirmando que "cabe a Deus punir os homossexuais".

Em um vídeo publicado no Facebook, Seddique Mateen afirma estar de luto pela chacina que deixou 49 mortos na boate Pulse, mas definiu seu filho de 29 anos, Omar Mateen, como "um homem bom e educado". "Estou profundamente triste e anunciei isso ao povo dos Estados Unidos", afirma Seddique no vídeo de três minutos.

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"Cabe a Deus punir os homossexuais. Não corresponde a seus servos", afirma no vídeo. "Que Deus guie a juventude e permita a ela seguir o verdadeiro Islã", acrescenta Seddique Mateen, usando terno escuro e falando em idioma dari, um dos dois oficiais do Afeganistão, diante de uma bandeira afegã.

Ele afirma estar se dirigindo "ao bom povo do Afeganistão e a todos meus compatriotas" com o objetivo de anunciar a morte de seu filho. "Anuncio aqui a morte de meu filho, é uma notícia triste", destaca.

Ele expressa seu espanto por seu filho ter realizado a chacina durante o mês muçulmano sagrado do Ramadã. "Meu filho Omar Mateen era uma pessoa muito boa. Era casado e pai de um menino. Respeitava sua família. Não sabia que tinha este ódio no coração". Explica que seu filho trabalhava para uma empresa de segurança, onde conseguiu uma arma. "Não entendo. Ele foi a um clube para homossexuais e matou 50 deles", comenta ainda.

Na véspera, no calor dos acontecimentos, ele foi entrevistado e afirmou acreditar que a ação de seu filho foi motivada por seu ódio aos gays, e não por sua religião, muçulmana. "Não teve nada a ver com religião", declarou à rede de TV NBC. Ele também contou que Omar Mateen expressou revolta ao ver um casal gay trocando carinhos recentemente no centro de Miami, e sugeriu que isto pode ter motivado a ação violenta ocorrida na boata.

"Ele viu dois homens se beijando em frente à sua mulher a ao seu filho, e ficou muito irritado", destacou. Seddique é uma espécie de celebridade nos círculos políticos afegãos nos Estados Unidos, e apresenta um programa de TV no qual expressa suas opiniões gerais, às vezes usando traje típico ou então uniformes militares.

No programa "Durand Jirga Show", disponibilizado no YouTube, ele critica o governo paquistanês e anuncia a intenção de disputar a presidência do Afeganistão. Também elogia os talibãs e os chama de "irmãos guerreiros" em um dos vídeos. "Os talibãs são 100% afegãos", afirma.

Mas essa simpatia pelo grupo extremista causa confusão porque ele também critica vários líderes talibãs por suas alegadas ligações com os militares paquistaneses. Fontes no Afeganistão afirmam não saber exatamente quando a família Seddique abandonou o país em conflito.

"Tudo que podemos dizer é que ele (Mateen) é um cidadão americano com origem afegã. Ele vive nos Estados Unidos há décadas, e isso é tudo que sabemos através da imprensa", declarou uma fonte do governo afegão à AFP, sem querer ser identificada. Uma fonte talibã negou, por sua vez, qualquer associação com a família, destacando que Mateen nasceu, viveu e trabalhou sempre nos Estados Unidos.

"Não o consideramos um jihadista", enfatizou. O FBI admitiu que Mateen - que nasceu em Nova York - já havia sido investigado por possíveis vínculos extremistas, mas que não foi considerado perigoso. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pela chacina, afirmando que o ato foi desempenhado por "um dos soldados do califado".

A Igreja episcopal da Escócia, um ramo da Igreja Anglicana, deu nesta sexta-feira um primeiro passo para a autorização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, durante uma assembleia em Edimburgo.

A assembleia votou por uma mudança que prevê retirar de sua doutrina uma frase que estipula o casamento como uma união "entre um homem e uma mulher". Sete dioceses devem debater agora esta mudança, antes da próxima assembleia prevista para junho de 2017, quando deve ser realizada uma eventual adoção definitiva.

A reforma debatida prevê também uma cláusula de consciência, que permite aos eclesiásticos em desacordo não casarem pessoas do mesmo sexo, explica a Igreja episcopal em seu site. A proposta de mudança contou com os votos de cinco das sete dioceses, de 69% do clero e de 80% dos laicos, segundo o jornal online "Christian today". Se forem mantidos esses resultados, poderia alcançar a maioria de dois terços necessária para aprovar a mudança no próximo ano.

Em janeiro, a Igreja anglicana fez uma sanção à Igreja episcopal dos Estados Unidos por ter reconhecido o casamento homossexual, e por isso ela não pode representar a Igreja anglicana em cultos ecumênicos e inter-religiosos durante três anos.

A questão do reconhecimento das uniões ou da ordenação de pessoas homossexuais sacode há anos o seio desta igreja de quase 85 milhões de fiéis, opondo os ramos mais liberais dos Estados Unidos e do Reino Unido, ao mais conservadores do Quênia ou da Nigéria, por exemplo.

Em 2014, o primaz da Igreja anglicana, o arcebispo de Canterbury Justin Welby, considerou "catastrófica" a perspectiva de reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo, já que, em seu julgamento, isto implicaria em ter cristãos sendo perseguidos em países mais agressivos com os homossexuais, como Nigéria ou Paquistão.

A Igreja Protestante da Escócia aprovou neste sábado, em Edimburgo, a ordenação de homens e mulheres casados com pessoas do mesmo sexo, três anos após aceitar a ordenação de homossexuais.

Em 2015, a Igreja escocesa havia adiado a decisão sobre os membros do clero casados, para consultar as paróquias e ganhar tempo para debater a questão. Naquele mesmo ano, autorizou, em troca, a ordenação de homossexuais sob união civil, mas não casados.

"Para muitos, hoje se tratava de esclarecer a situação e se adaptar à legislação escocesa", comentou o reverendo John Chalmers. A moção foi aprovada por 339 votos a 215. A Igreja Protestante da Escócia aprovou em 2013 a moção que autorizava a ordenação de homossexuais, após anos de debate entre os setores liberal e tradicionalista.

Já a Igreja da Inglaterra proíbe os homossexuais de seu clero de se casarem.

A Alemanha vai reabilitar e indenizar 50.000 homens condenados por homossexualidade com base em um texto nazista que permaneceu em vigor muito tempo depois da guerra, anunciou nesta quarta-feira o ministro da Justiça, Heiko Maas.

"Nunca poderemos remover as abjeções cometidas em nome do Estado de direito, mas queremos reabilitar as vítimas", prometeu em um comunicado o ministro social-democrata. Ele anunciou uma lei especial que anula as condenações e prevê indenizações, a fim de poupar uma abordagem individual.

A principal associação alemã de gays e lésbicas, LSVD, instou o governo a agir antes das próximas eleições parlamentares de 2017 para "restaurar a dignidade das vítimas". A iniciativa "chega tarde, muito tarde", lamentou o jornal Berliner Zeitung, notando que algumas das partes interessadas já "morreram há muito tempo".

A gravidade do antigo artigo 175 do Código Penal alemão, adotado em 1871 e que condenava "os atos sexuais contra a natureza (...), seja entre pessoas do sexo masculino ou entre homens e animais", foi reforçada por um texto nazista de 1935 que previa até dez anos de trabalhos forçados. No entanto, a homossexualidade feminina nunca foi criminalizada, embora os nazistas tivessem considerado a questão várias vezes.

Mais de 42.000 homens foram condenados sob o Terceiro Reich, enviados para a prisão e alguns até para campos de concentração. Todos foram reabilitados por uma primeira lei de 2002, que também anulou as condenações de desertores da Wehrmacht. Mas o artigo 175 foi mantido no pós-guerra, sendo o único vestígio legal da perseguição nazista, e levando a 50.000 novas condenações na jovem democracia da Alemanha Ocidental.

Estes processos ocorreram essencialmente até 1969, quando o artigo 175 retornou a sua versão anterior de 1935, mas o texto foi revogado em 1994. Na Alemanha Oriental, o artigo 175 foi restaurado imediatamente após a guerra na sua versão original e foi abolido em 1968.

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