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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um mandado de segurança impetrado pelo deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) para suspender a possibilidade de o presidente Michel Temer sancionar o projeto de lei aprovado pelo Senado que concede um reajuste de 16,38% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e membros da Procuradoria-Geral da República (PGR). O deputado alegava que houve vício na tramitação do texto no Congresso.

De acordo com Alencar, líder do PSOL na Câmara, o projeto foi iniciado na Câmara e, ao chegar ao Senado, sofreu modificações. Assim, ele deveria voltar à análise dos deputados, que dariam a palavra final. Por isso, de acordo com o parlamentar, o sistema bicameral do processo legislativo não foi respeitado, já que o texto seguiu do Senado para o Palácio do Planalto, onde aguarda sanção de Temer.

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Para Lewandowski, as questões envolvendo normas regimentais do Congresso Nacional são de natureza interna do Poder Legislativo e escapam, portanto, da análise do Judiciário.

"Como é de conhecimento geral, o regime republicano partilha o poder, de forma horizontal, entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si, nos termos do disposto no art. 2º da Constituição Federal", observou Lewandowski em sua decisão, assinada na última sexta-feira, 16.

"Com fundamento nesse princípio constitucional elementar, a orientação jurisprudencial desta Suprema Corte está sedimentada no sentido de que as matérias relativas à interpretação de normas regimentais do Congresso Nacional revestem-se de natureza interna corporis, que refogem à revisão judicial", concluiu o ministro.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) protocolou nesta quinta-feira, 8, um mandado de segurança para suspender a possibilidade de o presidente Michel Temer sancionar o projeto de lei aprovado ontem pelo Senado que concede um reajuste de 16,38% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos membros da Procuradoria-Geral da República. O deputado alega que houve vício na tramitação do texto no Congresso.

De acordo com Alencar, líder do PSOL na Câmara, o projeto foi iniciado na Câmara e, ao chegar ao Senado, sofreu modificações. Assim, de acordo com a Constituição, ele deveria voltar à análise dos deputados, que dariam a palavra final. Por isso, para ele, o sistema bicameral do processo legislativo não foi respeitado. O deputado alegou no mandado ter tido seu direito líquido e certo como deputado violado.

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Para Alencar, a mudança, embora tenha sido registrada como "de redação", alterou o mérito da proposta. O texto original estabelecia dois valores para a remuneração dos ministros: R$ 36.713,88 a partir de janeiro de 2016 e R$ 39.293,32 a partir de 1º de janeiro de 2017. O texto final aprovado pelo Senado apresenta apenas o segundo valor, suprimindo a primeira parte.

"Conforme o exposto, evidente que a emenda aprovada pelo Senado Federal não é mera emenda de redação, mas sim supressão de dispositivos que altera o mérito da proposição", alega o deputado no mandado.

Considerado o teto do funcionalismo, a remuneração passará de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil mensais. O STF e o MPF incluíram os reajustes na previsão orçamentária de 2019. O Orçamento Geral da União está em fase de discussão no Congresso Nacional.

Cálculos das consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado apontam que o "efeito cascata" para os demais Poderes da União e os Estados pode ser de cerca de R$ 4,1 bilhões. Segundo o senador Ricardo Ferraço, que votou contra o projeto, o impacto nas contas pode chegar a R$ 6 bilhões.

Um dia depois de o Senado Federal aprovar um reajuste de 16,38% no contracheque dos magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski disseram nesta quinta-feira, 8, que o aumento é uma "reposição" parcial de perdas inflacionárias acumuladas ao longo dos últimos anos. Com a aprovação do reajuste, a remuneração dos ministros do STF - considerado o teto do funcionalismo público - passa de R$ 33.763,00 para R$ 39.293,32, um aumento de R$ 5.530,32.

"O Senado é que decidiu. Nós temos uma defasagem e ela (a reposição) cobre uma parte dessa defasagem dos vencimentos dos juízes em relação à inflação", disse o ministro Ricardo Lewandowski a jornalistas, ao chegar para a sessão plenária do STF desta tarde.

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Em agosto deste ano, os ministros do STF decidiram incluir o reajuste de 16,38% na proposta orçamentária da Corte, que para entrar em vigor dependia na época da aprovação pelo Senado Federal - e, agora, aguarda a sanção do presidente Michel Temer. Dos 11 ministros do STF, apenas quatro foram contra a inclusão do aumento: Cármen Lúcia, Rosa Weber, Edson Fachin e Celso de Mello.

"É uma reposição do poder aquisitivo, considerado o período entre 2009 e 2014. E era para estar aprovado desde 2016. Por que não foi aprovado? Depois de costurada essa reposição, que não é aumento, é parcial, costurada com o Executivo e aprovada na Câmara, estava para votação simbólica no Senado. Na gestão anterior a presidente tomaria posse, quando foi levar convite ao presidente do Senado sinalizou que não era oportuno. E se já não era oportuno em 2016, hoje, com a situação econômica, financeira da União e dos Estados, muito menos", comentou Marco Aurélio.

Com a aprovação do reajuste, a expectativa é a de que o STF marque o julgamento sobre o auxílio-moradia. "Eu penso que já deveria ter sido enfrentado (esse tema). Inclusive disse lá em casa, porque minha mulher recebe. Eu tenho voto de 2012 em cima de um caso concreto de Mato Grosso em que eu disse que auxílio-moradia tem que estar previsto em lei", destacou Marco Aurélio.

Indagado sobre a conveniência de se conceder o reajuste à magistratura em um momento em que o País possui mais de 10 milhões de desempregados, Marco Aurélio disse: "Escuta, então vamos simplesmente afastar os subsídios dos magistrados? Por que não? Vamos reduzi-lo ao salário mínimo? É o tipo da coisa. Temos que observar o contexto. Nós não vamos parar o Brasil porque ele está numa situação difícil econômica e financeira. Mas as instituições precisam continuar funcionando."

Contrária ao reajuste, a ministra Cármen Lúcia - que presidiu o Supremo de setembro de 2016 a setembro de 2018 - destacou o efeito cascata nas contas públicas e o número de desempregados no País ao se posicionar contra o aumento. "Eu admiro o voto de pobreza da ministra Cármen Lúcia", ironizou Marco Aurélio.

Para a ministra Rosa Weber, que também se posicionou contra o aumento salarial na sessão administrativa do STF em agosto, "nessas questões institucionais quem fala pelo tribunal é o presidente".

Articulação

O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, e o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, entraram em contato ao longo dos últimos dias com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e outras lideranças partidárias na Casa para viabilizar a aprovação do reajuste. Toffoli inclusive se ausentou durante parte da sessão plenária do Supremo desta quarta-feira.

Em reunião com presidentes dos Tribunais de Justiça dos Estados na manhã desta quinta-feira, Toffoli disse que o pagamento do auxílio-moradia a membros do Judiciário "era um ônus que estava recaindo sobre toda a magistratura". Toffoli reafirmou que, com a aprovação do reajuste do Judiciário, o tribunal poderá resolver essa questão.

O pagamento do auxílio-moradia foi estendido desde 2014 a todos os juízes do País por decisão liminar do ministro Luiz Fux, atendendo a ações de entidades de classe. O pagamento ainda foi ampliado a membros do MP e do Judiciário de todo o Brasil no mesmo ano em resoluções aprovadas pelos conselhos Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério Público (CNMP).

Ao se dirigir ao plenário para a sessão desta quinta-feira, Fux não comentou aprovação do reajuste pelo Senado Federal. Um auxiliar de Fux disse a repórteres para não abordarem o ministro.

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) afirmou na manhã desta quinta-feira, 8, que a decisão do Senado de aprovar o aumento no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e, por consequência, do teto do funcionalismo público, é um "recado" ao novo governo. "Me pareceu que o Senado quis mandar um recado para ele (Bolsonaro), algo do tipo: veja com quem está falando", afirmou o tucano em entrevista exclusiva à Rádio Eldorado.

Ferraço disse que Bolsonaro está provocando uma mudança na ocupação dos espaços de governo e que pode ter havido certo ressentimento por parte do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que liderou a votação. "Me parece que o presidente eleito e o economista Paulo Guedes talvez não tenham feito tanto carinho como esses políticos querem receber. Foi um pouco de ressentimento por não ter recebido os naturais afagos que pudessem de alguma forma massagear sua vaidade. É um absurdo", disse.

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A medida foi aprovada pelos senadores por 41 votos favoráveis, 16 contrários e uma abstenção. "Faltou responsabilidade. É um tapa na face do povo brasileiro", criticou Ferraço.

Na manhã da quarta-feira, Bolsonaro havia se manifestado contra a votação. Ele disse que não era o momento para o reajuste e que via com preocupação a iniciativa. "Estamos em uma fase que, ou todo mundo tem, ou ninguém tem. E o Judiciário é o mais bem aquinhoado", comentou.

Contexto

O Senado aprovou reajuste de 16,38% no salário dos ministros do STF e dos membros da Procuradoria-Geral da República (PGR). O valor, que é o teto do funcionalismo público, passou de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. Os projetos já passaram pela Câmara e esperam sanção do presidente Michel Temer. As consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado estimam que o "efeito cascata" pode chegar a R$ 4,1 bilhões nas contas da União e dos Estados.

Para Ricardo Ferraço, Temer "pode e deve vetar" a medida. "Falta dinheiro para segurança, para educação, para infraestrutura, mas não falta para poder melhorar os vencimentos do andar de cima do serviço público brasileiro. Em lugar de criar dificuldades para o País, deveríamos estar priorizando a reforma da Previdência", afirmou o senador, chamando o sistema previdenciário de modelo de "transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos".

Na quarta-feira, o presidente do STF, Dias Toffoli, agradeceu a aprovação do projeto ao Senado. Ele citou que houve uma revisão da inflação do período de 2009 a 2014 no subsídio dos ministros e que, a partir de agora, é possível discutir o auxílio-moradia, estipulado em R$ 4.377 mil mensais.

"Agora poderemos enfrentar o problema do auxílio-moradia. Principalmente porque, com a aprovação do novo subsídio, nós poderemos então resolver então essa questão do auxilio", disse o ministro. A ideia é substituir o auxílio pelo aumento aprovado pelo Senado.

O Senado aprovou nesta quarta-feira (7) projetos de lei que concedem aumento aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao procurador-geral da República. O reajuste altera o subsídio dos 11 integrantes do STF e da atual chefe do Ministério Público Federal, Raquel Dodge, de R$ 33,7 mil para R$ 39 mil e provoca um efeito cascata sobre os funcionários do Judiciário, abrindo caminho também para um possível aumento dos vencimentos dos parlamentares e do presidente da República.

A proposta relativa aos membros do STF teve 41 votos favoráveis, 16 contra, e uma abstenção, após os senadores aprovarem, na tarde de ontem (6), a inclusão do texto na Ordem do Dia de hoje. Já o projeto do salário do procurador-geral da República foi aprovado de forma simbólica pelo plenário.

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A votação provocou divergências entre os senadores desde o início do dia, depois que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, manifestou “preocupação” com a possibilidade de reajuste. Segundo Bolsonaro, o momento não é adequado para o aumento.

Câmara

A matéria foi aprovada pela Câmara dos Deputados, mas tramitava no Congresso desde 2016, depois de ter ficado paralisada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Neste ano, o Supremo aprovou um reajuste de 16% no salário dos ministros da Corte a partir de 2019.

Escolhido como relator de plenário, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) alterou o texto para adequar o reajuste, informando que não haverá efeito retroativo para os anos anteriores.

"É importante registrar às senhoras e senhores que existe um compromisso assumido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal de extinguir o auxílio-moradia hoje pago aos membros do Poder Judiciário, anulando assim o impacto orçamentário", afirmou Fernando Bezerra, ao encaminhar voto favorável ao projeto. 

Reações

Antes mesmo da votação, alguns senadores já criticavam a medida. A senadora Regina Sousa (PT-PI), por exemplo, defendeu que a matéria não entrasse em pauta. 

"Eu não acredito que este Senado vá votar a favor disso, porque, ao mesmo tempo em que se quer votar reajuste para quem está no andar de cima, no último andar, há um projeto para adiar o reajuste dos servidores para 2020. Que contradição é essa? Não tem para os servidores, não pode ter para os magistrados também. Sem falar no efeito cascata para os Estados", afirmou Regina Sousa. 

Após anunciar o resultado, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), esclareceu que os projetos foram colocados em pauta de forma legítima e transparente. Segundo Eunício, a Procuradoria-Geral da República não vai extrapolar a Emenda do Teto dos Gastos, que limita o aumento das despesas públicas durante 20 anos. 

Eunício lembrou também que o requerimento de urgência para votação das propostas foi aprovado ontem na presença dos senadores.

O senador Roberto Requião (MDB-PR) declarou na tarde desta quarta-feira, 7, voto contrário ao reajuste dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que há o risco de o Parlamento "votar sob pressão e ameaça de retaliação" do Judiciário. Vários parlamentares são investigados ou réus em ações no STF.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), respondeu a Requião dizendo que o projeto do reajuste do STF não tem nenhum efeito sobre o Parlamento. Desbancado do posto de relator do projeto de lei que concede aumento de 16,38% aos ministros do STF, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) reafirmou ser contra a proposta e pediu a retirada de pauta do texto. Caso isso não seja feito, Ferraço defendeu que a votação seja realizada de forma nominal.

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O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) também pediu que a votação seja identificada. Segundo ele, o acréscimo salarial é "inapropriado" diante do momento atual das contas públicas. "Ainda mais grave é se votarmos isso secretamente, votar isso escondido é mais grave ainda", afirmou.

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) deu parecer favorável ao projeto de lei que concede reajuste de 16,38% aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, a remuneração que é referência para o teto salarial do funcionalismo passaria de R$ 33.763,00 para R$ 39.293,32. O texto está sendo discutido neste momento no plenário do Senado.

Bezerra foi designado relator pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que articulou nos bastidores para votar ainda hoje os projetos. Como mostrou mais cedo o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Eunício se reuniu ontem com o presidente do STF, ministro Dias Toffoli. Foi depois desse encontro que ele tomou a decisão de pautar o texto, surpreendendo lideranças políticas e também os próprios representantes das categorias, que estão no plenário do Senado pressionando pela aprovação.

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O senador do MDB foi designado relator no lugar do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que era relator na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e havia recomendado a rejeição do projeto.

O impacto estimado do reajuste é de R$ 2,77 milhões para o STF e de R$ 717,1 milhões para o Poder Judiciário, mas o problema maior é o efeito cascata para Estados, porque o salário dos ministros do Supremo funciona como teto do funcionalismo público. Há casos como o do Rio de Janeiro em que a Constituição estadual prevê o reajuste automático.

Ferraço foi o primeiro senador a discutir o projeto no plenário. Ele advertiu que consultores do Congresso calculam impacto nas contas de União e Estados em torno de R$ 6 bilhões devido ao efeito em cascata.

Hoje mais cedo, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse não ser o momento mais adequado para votar o reajuste e manifestou preocupação com o impacto nas contas. "Estamos em uma fase que, ou todo mundo tem ou ninguém tem, e o Judiciário é o mais bem aquinhoado", comentou o presidente eleito.

Bolsonaro prometeu conversar com o presidente do STF sobre a questão. "Estamos no mesmo barco. Não existem três poderes. É um poder só e o que está em jogo é o futuro do Brasil. Estamos em uma profunda crise ética, moral e econômica e a responsabilidade tem de ser dividida por todos. Não vai ser uma pessoa que vai salvar o Brasil e nesse conjunto estão todos os integrantes dos Três Poderes", afirmou.

Senadores aliados e opositores ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, e ao governo Michel Temer se manifestaram na tarde desta quarta-feira, 7, contra a inclusão na pauta de votação do Senado de projetos de reajuste do Judiciário (ministros do Supremo Tribunal Federal) e do Ministério Público Federal (procurador-geral da República). A inclusão foi atribuída ao senador Eunício Oliveira (MDB-CE), presidente do Senado, em acordo com o presidente do STF, ministro Dias Toffoli.

Os parlamentares usaram como justificativa para que o projeto não seja votado a pressão do governo Temer e da equipe econômica de Bolsonaro pela aprovação da reforma da Previdência, para redução dos gastos públicos. Bolsonaro manifestou preocupação com o reajuste.

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"Isso não foi discutido com nenhum líder, em nenhum âmbito de comissões. Simplesmente foi colocado na pauta", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). "Sou contra reajuste do Judiciário, que aumenta de R$ 33 mil para R$ 39 mil o salário de ministros do STF e Ministério Público, além de gerar efeito cascata nos Estados, municípios e sobre os salários dos parlamentares. Não tem cabimento e é ofensivo à população, que sofre com desemprego e baixa renda."

O senador Paulo Paim (PT-RS), disse que nenhum senador quer assumir a responsabilidade sobre o projeto. "Quem é que está propondo colocar na pauta? Ninguém quer assumir a responsabilidade de colocar na pauta. É uma provocação ao povo brasileiro querer votar um projeto desse porte num momento como esse", afirmou.

O senador Magno Malta (PR-ES), aliado de Bolsonaro e um dos cotados para fazer parte do primeiro escalão ministerial, prometeu atuar contra o aumento. "O STF quer aumento sem ter a sensibilidade de que o país tem 14 milhões desempregados. Vamos lutar forte e não permitir essa indignidade contra o país", escreveu no Twitter.

"O Senado Federal pode votar hoje dois projetos que concedem reajuste salarial aos ministros do Supremo Tribunal Federal e ao procurador-geral da República. Votarei contra: se aprovados, aumentarão o rombo das contas públicas e pressionarão ainda mais a reforma da previdência dos trabalhadores mais pobres", disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou nesta quarta-feira, 12, o que chamou de "hiperativismo" do Judiciário e Ministério Público em relação a processos movidos contra candidatos no pleito de 2018. Segundo Gilmar, há um notório "abuso de poder de litigar" e um risco de tumulto ao processo eleitoral.

Os comentários foram feitos ao ser questionado sobre como avaliava a prisão do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado e alvo de duas operações policiais na última terça-feira, 11. O ministro também citou os casos envolvendo os candidatos à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT).

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Richa é suspeito de envolvimento em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude em licitações do setor de rodovias no Estado, durante seus dois governos, entre 2011 e abril de 2018. Gilmar, que destacou não ter mais informações sobre o caso do tucano, ressaltou, no entanto, que a prisão preventiva a menos de um mês da eleição "suscita muita dúvida".

"Não tenho dados sobre o caso, mas de fato todo esse hiperativismo que se revela no contexto, na prisão, neste caso, nos processos contra candidatos, Alckmin, Haddad, com processos antigos. Pelo que estava olhando no caso do Richa, é um episódio de 2011", destacou o ministro. "Acho que é preciso moderação. Do contrário, daqui a pouco podemos, inclusive, tumultuar o pleito eleitoral. Sabemos lá que tipo de consórcio há entre um grupo de investigação e um dado candidato?", levantou.

Na última semana, o Ministério Público de São Paulo ajuizou ação de improbidade administrativa contra Alckmin, alegando haver indícios de que o ex-governador aceitou recursos da empreiteira Odebrecht, por meio de caixa dois, para financiar sua campanha à reeleição, em 2014. Um dia antes, Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, foi denunciado pelo MP-SP pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Contra Haddad, o MP ainda moveu uma ação de improbidade administrativa. Todos negam qualquer irregularidade.

Nesta terça-feira, os casos de Richa, Alckmin e Haddad foram citados em um memorando do conselheiro do CNMP Luiz Fernando Bandeira de Mello destinado à Corregedoria Nacional do MP. No documento, o conselheiro propõe que seja investigada a cronologia dos procedimentos preparatórios das ações e se houve coincidência proposital com o calendário das eleições.

Hoje, Gilmar destacou a necessidade de atuação do CNMP. "É notório um abuso de poder de litigar. É preciso realmente colocar freios. A Procuradoria-Geral da República tem que atuar nisso e também o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Acho que em boa hora o CNMP tomou essa deliberação", observou o ministro.

Delação

Ao tecer os comentários sobre a situação dos candidatos, Gilmar voltou a criticar a atuação do Ministério Público em relação aos acordos de delação. "Ainda estamos sob esse signo dos escândalos, que vinha da gestão passada da PGR, é preciso encerrar esse ciclo, não podemos andar com passos de bêbados", disse Gilmar, citando a série de inquéritos baseados na delação da Odebrecht arquivados pelos ministros nos últimos meses, por falta de provas e excesso de prazos das investigações. Já são nove engavetados sem que haja pedido da Procuradoria-Geral da República.

"(Os delatores) acusaram os verdadeiros responsáveis? Essa é a pergunta que se faz. Escalaram 70 e poucos delatores de 'ouvir dizer'", disse o ministro, dando como exemplo o arquivamento da investigação contra a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), vice na chapa do candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT). O inquérito foi arquivado na última terça-feira pela Segunda Turma.

"Usaram da delação para de fato colaborar ou só fizeram biombo de fumaça? Estamos vendo em casos concretos muita coisa sendo arquivada. Não acho que se deve revogar delação, mas tem que ser feita por pessoas responsáveis", afirmou o ministro, acrescentando ainda que o desafio atual é a reavaliação dos benefícios concedidos aos delatores.

Em meio às recorrentes notícias sobre violência no Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC) utilizou as redes sociais para perguntar à população sobre o tema: Por que os bandidos estão matando mais?, indagou. O filho do pré-candidato a presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PSL) fez a pergunta ao lamentar a morte de dois conhecidos delegados federais, vítimas de atrocidades em um período de dez dias. "Somos órfãos da Justiça", criticou. 

De acordo com Eduardo, um dos casos aconteceu em São Luís, no Maranhão. O delegado assassinado, Davi, teria sido abordado por um bandido que foi preso diversas vezes, mas que está solto. A morte ocorreu no dia do aniversário de sua filha de 5 anos.  A outra fatalidade foi em São Paulo. O delegado Abdo, com o qual já trabalhou, de acordo com o deputado, teve sua casa assaltada por uma quadrilha. Um dos participantes do assalto tinha sido liberado com o ''saidão'' do Dia das Mães. 

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Na opinião de Eduardo Bolsonaro, que é policial federal, os marginais matam mais porque "podem", já que nada acontece. "Porque temos leis frouxas e parte de um Poder Judiciário entorpecido com uma mentalidade desencarceradora, com peninha de bandido. Resultado: mais bandidos em sociedade, mais crimes contra os cidadãos", alfinetou. 

Para o parlamentar, uma das formas possíveis de mudar esse cenário é não votar em legendas que sejam contra a redução da maioridade penal, nem tampouco em partidos que são a favor dos saidões. "Não vote em PT, PCdoB, PSOL e REDE", pediu. 

No início do ano passado, uma declaração do presidenciável Jair Bolsonaro deu o que falar. Ele disse que desejava que "matassem 200 mil vagabundos". Bolsonaro, à época, falava sobre uma tragédia que aconteceu no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, no qual muitos presidiários morreram em um motim. "Eu queria que matassem 200 mil vagabundos. Eu estou preocupado é com os inocentes que morrem”, disparou.

O ex-ministro da Justiça no governo de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, desembarcou no Recife nessa sexta (4) para participar de um evento com grandes nomes da advocacia brasileira. Durante coletiva de imprensa, o advogado não apenas defendeu veementemente o ex-presidente Lula afirmando que o líder petista foi “injustiçado profundamente”, como também garantiu que durante toda sua vida pública combateu a corrupção.

“Veja, eu passei a minha vida defendendo o combate à corrupção. Toda minha vida pública teve essa diretriz, mas o combate a corrupção se faz dentro do Estado de Direito porque, caso não, a virtude de combater a corrupção elimina a virtude de defender a democracia. Então, temos que ter essa ponderação”, declarou.

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Cardozo, assim como o advogado José Roberto Batochio, que integra a equipe que defende o ex-presidente Lula e que esteve no evento realizado na capital pernambucana pela União dos Advogados Criminalistas, teceu críticas ao Poder Judiciário contando que a expressão “ditadura do Judiciário” está sendo utilizada no mundo inteiro. “Juízes são seres humanos, erram e acertam. Eu acredito que o Poder Judiciário tem um papel importantíssimo no Brasil. Ele é a salvaguarda última do Estado de Direito como tal tem que ser preservada, porém tenho visto juízes que têm e extrapolado o seu papel”, alfinetou.

O ex-ministro ainda falou que há certas garantias para as instituições brasileiras e que não se pode confundir os órgãos com os servidores. “Não se pode confundir instituições com seres que nela eventualmente podem estar exercendo suas funções. Os seres erram, as pessoas se equivocam, cometem equívocos, mas as instituições têm que ser preservadas com as garantias inerentes à democracia.

Ele pediu que o Poder Judiciário se autolimite. “Dentro dessa linha, o próprio Poder Judiciário tem que se autolimitar e isso significa obedecer a Constituição e não seguir as crenças daquilo que julga. Em outras palavras, nós não podemos julgar pelas convicções sem prova, nós não podemos distorcer a lei para imaginar que uma pessoa pode sofrer sanções penais com distorção efetivamente daquilo que a própria lei determinava”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nessa terça-feira (24) o diálogo entre os poderes Legislativo e Judiciário para resolver impasse entre um grupo de deputados que não tiveram permissão para visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o dia 7 deste mês na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. A juíza federal Carolina Moura Lebbos negou autorização para a entrada dos parlamentares, que pretendiam avaliar as condições da prisão de Lula.

"Acredito que, da mesma forma que a juíza tomou uma decisão que nós entendemos que poderia ter sido outra, alguns parlamentares se manifestaram de uma forma que não seria a melhor relação de diálogo com outro poder”, disse Rodrigo Maia. “Vamos construir uma solução para esse problema, para manter a independência e a harmonia, para respeitar as prerrogativas parlamentares e as prerrogativas da juíza”, completou.

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Na segunda-feira (23), a juíza responsável pela execução penal em Curitiba negou autorização para diligência da comissão externa criada para verificar in loco a cela em que está detido o ex-presidente. Os deputados federais Paulo Pimenta (RS), Paulo Teixeira (SP) e Wadih Damous (RJ), todos do PT, criticaram a decisão e mantiveram a intenção de fazer a visita, mas foram impedidos de inspecionar o local.

Em ofício enviado ao presidente da Casa, o coordenador da comissão externa, Paulo Pimenta, líder do partido na Câmara, criticou a decisão da juíza, considerando-a uma “grave afronta à independência do Poder Legislativo”. O deputado ressaltou que, embora uma comissão do Senado já tenha feito uma verificação das condições da prisão de Lula, o sistema legislativo brasileiro é bicameral, “sendo o desempenho das funções constitucionais de cada Casa autônomo e independente”.

Para o deputado, eventuais diligências já realizadas pelo Senado "não podem servir de justificativa para embaraçar o pleno desempenho das funções das comissões da Câmara dos Deputados". 

Decisão

Na decisão de segunda-feira (23), a juíza Carolina Lebbos negou também pedidos de visita feitos pela ex-presidente Dilma Rousseff, pelo pré-candidato pelo PDT à Presidência da República Ciro Gomes, pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR) e pelo vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT-SP), entre outros.

A juíza destacou que apenas parentes e advogados estão autorizados a visitar presos custodiados na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, medida adotada diante da “limitação de cunho geral relativa a visitas na carceragem”, uma vez que os presos se encontram no mesmo edifício onde se realizam outras atividades corriqueiras da PF, inclusive as de atendimento ao público.

O general da reserva Antonio Hamilton Martins Mourão criticou, nas redes sociais, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de garantir salvo-conduto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o dia 4 de abril, quando a Corte vai analisar o mérito do habeas corpus pedido por seus defensores. O militar afirmou que se sentiu "envergonhado" pelo que chamou de "covardia moral" do ministros do Supremo.

"Sinto-me envergonhado pela falta de espírito público, pela covardia moral, pela linguagem empolada - destinada a enganar o homem comum -, pelas falsidades e, principalmente, por observar que uns merecem mais que outros ante os olhos daquele colegiado. Fica claro que os que possuem 'pertences' jamais cumprirão a pena que merecem por haver surrupiado o bem público. Fica o alerta de soldado, cuidado com a cólera das legiões!!!!".

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Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no sábado, 24, ele afirmou que o País vive um momento crítico e que a Justiça deveria ser um dos pilares para solucionar os problemas brasileiros, "ou vamos viver o caos". "O Judiciário tem que exercer sua responsabilidade ou vão fazer justiça com as próprias mãos", afirmou. "Os presídios estão cheios de presos pobres e os de colarinho branco soltos, com o Judiciário sentado em cima dos processos".

O general se aposentou no mês passado. Na cerimônia de despedida, ele fez críticas à intervenção no Rio e à classe política. Ele também anunciou apoio à candidatura à Presidência do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ). A reportagem tentou contato com o STF, mas até a conclusão desta edição não houve retorno. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Muitos não irão concordar, mas o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Sebastião Reis, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, após o 14º simpósio promovido pela Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), garantiu que os mais beneficiados com a concessão dos habeas corpus são os que fazem parte do que chamou de “classe desprivilegiada”. O magistrado afirmou que os crimes do colarinho branco e de pessoas privilegiadas cumprem uma faixa mínima no Judiciário 

“Infelizmente há uma desinformação muito grande em relação a questão dos habeas corpus. Se noticia hoje que parece que só [processo] do rico, do poderoso chega ao Supremo Tribunal Federal e é uma falácia porque 99% dos habeas corpus que eu julgo são relacionados a pessoas, vamos dizer assim, desprivilegiadas”, declarou. 

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O magistrado contou que a grande massa de processos criminais STJ são relacionados a tráfico de drogas, roubo, homicídio e execução penal. “Então, o dia a dia do juiz, ao julgar um habeas corpus, se refere ao desprivilegiado e a grande massa do habeas corpus concedidos pelo tribunal é em benefício dessas pessoas. Infelizmente, o que acontece hoje em dia é que se divulga quando é concedido em favor de uma pessoa que tem advogado”.

“Uma outra questão que eu acho que é compreendido é que, às vezes, ao reconhecer um benefício a uma pessoa privilegiada, vamos dizer assim, que tem advogado, esse benefício vai ser aplicado também ao que não tem condição de ter acesso”, afirmou citando o exemplo do habeas corpus coletivo que a Suprema Corte concedeu a grávidas e mães provisórias até o caso ser julgado. “O que mostra que quem é beneficiado na sua maioria com habeas corpus é a classe desprivilegiada”.

Questionado porque o STJ rejeitou o pedido da defesa de habeas corpus preventivo para evitar prisão de ex-presidente Lula, condenado pelo TRF-4 a 12 anos em regime fechado, o ministro foi direto. “Eu acho que o STJ, a quinta turma, seguiu a orientação que prevalece hoje no Supremo, que é a possibilidade do início da execução da pena após o julgamento em segunda instância, ou seja, simplesmente o STJ decidiu de acordo com o que o Supremo decide”.

Judiciário e a política

Sobre a relação entre o Judiciário e os políticos, Sebastião Reis disse que é um “relacionamento normal”. “São autoridades que convivem, você não tem como separar, um juiz não se pode isolar dentro de um gabinete, tem vida própria, então é natural que um magistrado com anos de vida conheça um político, se relacione, acho que é uma coisa própria. Não vejo nenhum problema”. 

No entanto, ele ressaltou é que o Judiciário está sendo muito “provocado” em questões que não exigem, necessariamente, a sua manifestação. “Eu acho muito engraçado quando se fala que o Judiciário está intervindo no dia a dia do Congresso sendo que para o Judiciário, para intervir nesse dia a dia do Congresso, ele tem que ser provocado e, muitas vezes, é provocado pelo próprio Congresso, então é uma coisa que é meio estranha, mas é um momento muito delicado, a gente não tem como fugir disso”. 

“Há uma procura intensa pelo Judiciário, as coisas estão acontecendo e, infelizmente, nesse campo penal há um envolvimento de boa parte da classe política e que acaba criando essa situação atual que estamos vivendo”. 

O ministro ainda disse acreditar que tem como acabar com a corrupção no país. “Eu espero que tenha, caso não eu vou embora. Eu espero que tenha, a gente trabalha para ter. A gente faz a nossa parte e eu acho que a intenção, no geral, é que o Brasil tenha jeito”, declarou.

Um dia depois de ter dito que o Palácio do Planalto não vai ditar a pauta do Congresso, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse nesta quarta (21) que a relação dele com o Executivo e com o Judiciário é harmônica: “A minha relação com os dois outros Poderes da República é de harmonia. Eu defendo a harmonia entre os Poderes. Mas sou muito firme na defesa do Poder que eu presido. Então ninguém vai pensar que isso aqui é puxadinho de qualquer outro. Assim como jamais eu teria o atrevimento de achar que eu posso interferir nos outros Poderes. Essa é a posição”, ressaltou.

Eunício acrescentou que não conversou com o presidente Michel Temer e nem com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, após a repercussão das declarações de ontem (20) dele e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com críticas ao anúncio do governo de que enviaria ao Congresso 15 propostas que deveriam ganhar prioridade na pauta para compensar a desistência de votar a reforma da previdência ainda este ano.

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Sobre as votações na Casa, ele reafirmou a pauta anunciada no início do ano legislativo, que priorizará matérias ligadas à microeconomia e segurança pública. Nesse sentido, destacou que uma das matérias do pacote de segurança que serão priorizados pela Casa é o projeto de lei complementar (PLC) de autoria da senadora Ana Amélia (PP-RS), que proíbe o contingenciamento de recursos do fundo penitenciário. O texto vai substituir uma proposta de emenda constitucional com o mesmo objetivo que estava tramitando e que não pode ser votada durante a vigência do decreto de intervenção no Rio.

Os advogados do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira, durante uma transmissão ao vivo pelo Facebook, nesta quinta-feira (4), voltaram a afirmar que o líder petista é inocente e que assim deve ser tratado, até o final de todo o processo, não só pelo Judiciário, mas também pela imprensa. “Não á uma decisão definitiva transitada”, destacou Zanin Martins. 

Zanin disse que as provas, no processo do tríplex, comprovam que Lula não é culpado. “Nós temos muita a certeza e na força dos nosso argumentos porque estão baseadas na verdade do fato e nas provas da inocência do processo. Temos a certeza da inocência do ex-presidente Lula”, ressaltou. 

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O advogado criticou a atuação do Judiciário citando, como um dos exemplos, o indeferimento do pedido para que houvesse uma prova pericial para constatar a situação jurídica do imóvel. “São várias as provas requeridas pela defesa ao longo do processo, que foram indeferidas porque seriam favoráveis à defesa. Isso não pode acontecer. Esse impedimento para realização de provas gerou cerceamento de defesa”. 

A advogada Valeska Teixeira falou sobre a questão de se impedir que a sociedade eleja o candidato que quiser em referências às eleições. “Isso precisa ser discutido. Não no caso de Lula porque temos a certeza absoluta das provas que levam à inocência dele, mas é algo que a população brasileira deve discutir”.

O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) marcou para o dia 24 de janeiro o julgamento de Lula, que foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses por corrupção e lavagem de dinheiro em 1.ª instância, em 12 de julho, no caso triplex. O TRF4 é o tribunal de apelação.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), segurou o avanço de pautas aprovadas pelo Senado consideradas como reações ao Poder Judiciário e à Operação Lava Jato. A atitude, segundo aliados, faz parte da estratégia de Maia de evitar confronto com magistrados e procuradores a exemplo do que fez seu antecessor, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.

Maia aparece em delações da Lava Jato. Executivos da Odebrecht relataram repasses, por meio de caixa 2, ao deputado nas eleições de 2008 e 2012. Na planilha de supostas propinas, apreendida pela Polícia Federal em 2016, ele é apelidado de Botafogo, uma referência ao seu clube de futebol. Relatório da PF também apontou supostas propinas de R$ 1 milhão da OAS a Maia em 2013. O parlamentar nega irregularidades.

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Interlocutores de Maia dizem que a boa relação com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e procuradores é parte também do movimento para evitar desgastes e se viabilizar na disputa pelo Palácio do Planalto em 2018. O DEM tenta emplacá-lo com o discurso de que é o candidato capaz de reunificar a política e os três Poderes.

Chamada de "pauta anti-Judiciário", pelo menos três propostas aprovadas no Senado tramitam em ritmo mais lento na Câmara: o projeto que regulamenta a aplicação do teto salarial; o que incluiu juízes e membros do Ministério Público no rol de autoridades que responderão por crime de abuso de autoridade; e a proposta de emenda à Constituição (PEC) do fim do foro privilegiado.

As pautas apenas avançaram após reuniões de Maia com integrantes do Judiciário. A principal interlocução foi com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, com quem se reuniu pelo menos seis vezes neste ano. Também conversou com a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e com o ministro Gilmar Mendes.

Procurado, Maia disse que todas as propostas serão votadas no próximo ano, "depois de um bom debate nas comissões e na sociedade". Ele informou ainda que, em audiência com Cármen Lúcia, acertou de negociar com o Judiciário uma solução para o teto salarial. "Disse que iríamos construir juntos uma solução com diálogo", afirmou.

Na Câmara, não há prazo determinado para aprovação de matérias. O ritmo da tramitação depende da decisão do presidente da Casa.

Abuso

Antes de mandar criar a comissão especial para analisar o projeto de abuso de autoridade, em 26 de outubro - seis meses após ele ser aprovado no Senado -, Maia conversou com Cármen Lúcia. Na época, fez questão de dizer que estava atendendo a pedido do presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, e da juíza Renata Gil, presidente da Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro, seu reduto eleitoral.

Desde outubro, Maia segura a instalação da comissão, que já poderia ter sido formalizada, pois mais da metade dos 34 membros titulares já foi indicada. Quando o colegiado for instalado, o presidente da Câmara deve indicar deputados de perfil moderado para presidir e relatar a comissão.

"A harmonia entre os Poderes é imperativa na Constituição, e o Rodrigo tem cumprido isso muito bem. É bom para o País, no sentido de que as leis que são aprovadas passam com o crivo do Executivo e do Judiciário", disse Elmar Nascimento (DEM-BA), um dos principais aliados de Maia e apontado como futuro relator na comissão do abuso de autoridade.

Teto e foro

Aprovado no Senado em dezembro de 2016, o projeto do teto salarial só andou na Câmara oito meses depois, quando Maia assinou ato de criação da comissão especial. Em três meses de trabalho, o colegiado realizou apenas sete reuniões e o relator, deputado Rubens Bueno (PPS-PR), só apresentará seu parecer em 2018.

No colegiado, o discurso também é de alinhamento ao Judiciário. "Estamos construindo o texto a quatro mãos. Estamos trabalhando alinhados: eu, Rubens, Maia, Cármen, Raquel Dodge e o ministro (João Otávio) Noronha (do Superior Tribunal de Justiça), do STJ e corregedor nacional de Justiça", afirmou o deputado Benito Gama (PTB-BA), presidente da comissão especial e um dos aliados mais próximos de Maia.

A PEC do Foro Privilegiado também andou devagar. Aprovada no Senado em maio, ela só foi analisada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em novembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta terça-feira (12), o deputado estadual Rodrigo Novaes (PSD) falou sobre sua preocupação com as audiências de custódia de forma que não termine em "impunidade". Essas audiências se trata de que todos os presos em flagrante devem ser levado à presença de uma autoridade judicial, no prazo de 24 horas, para que seja analisado a prisão, bem como sua legalidade.

Novaes citou, para embasar sua preocupação, um episódio que aconteceu no município de Floresta no qual dois "sujeitos" atiraram contra dois policiais, que não chegarão a falecer. "Quando submetidos ao juiz da comarca, foram soltos. Como pode um indivíduo cometer crime daquele tipo e ser liberado?", indagou ao também dizer que a sociedade passa por um momento difícil.

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Rodrigo Novaes declarou que é preciso chamar o Poder Judiciário para fazer uma reflexão sobre o seu comportamento. "Não é se intrometer, mas fazer uma reflexão da atuação para que não se passe a incentivar os crimes".

O parlamentar contou que está sendo articulada uma reunião com representantes do Judiciário no âmbito da vara de Execuções Penais da capital pernambucana e do interior e especialistas na área penal, entre outros profissionais, para se discutir não apenas sobre as audiências de custódia, como também para "ajudar" o Judiciário a cumprir normas penais com mais dureza.

 

Novaes ainda ressaltou que é preciso ficar atento sobre outras questões como a superlotação dos presídios de forma que essa não seja uma justificativa para que a prisão não aconteça. "Para não se passar mensagem aos criminosos de que estão liberados para cometer o crime que lhes convier".

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta segunda-feira, 4, a divulgação do salário de magistrados de todo o País, conforme determinado em portaria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que obrigou tribunais brasileiros a informar dados sobre estrutura e pagamentos remuneratórios de juízes. "A divulgação dos supersalários é muito importante, até porque nós, ministros do STF, ganhamos um salário muito digno, então é bom a gente saber também quem recebe supersalário", comentou Fux a jornalistas, depois de participar da abertura da Reunião Preparatória para o XI Encontro Nacional do Poder Judiciário.

Atualmente, o salário de um ministro do STF é de R$ 33,7 mil, considerado o teto do funcionalismo público.

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Levantamento

O custo médio mensal de um magistrado foi de R$ 47,7 mil ao longo do ano passado, aponta o levantamento "Justiça em Números", divulgado nesta segunda-feira pelo CNJ. O número engloba não apenas a remuneração dos magistrados, mas também encargos sociais e despesas com passagens aéreas e diárias, entre outras.

No levantamento anterior, a média mensal de um magistrado brasileiro - categoria que inclui juízes, desembargadores e ministros - tinha sido de aproximadamente R$ 46,2 mil. Nos Tribunais de Justiça dos Estados, a média mensal por magistrado foi de R$ 49.093.

O TJ do Piauí teve a menor média entre os TJs, de R$ 23.387, enquanto o do Mato Grosso do Sul apresentou a maior, de R$ 95.895, aponta o levantamento divulgado pelo CNJ.

Indagado pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) sobre os dados do Mato Grosso do Sul, Fux defendeu a verificação dos números.

"Nós, ministros do STF, ganhamos líquido R$ 27 mil, R$ 26 mil, então realmente é uma disparidade. É preciso verificar a origem. Às vezes, há um esquecimento proposital de que o juiz é um servidor público e, como servidor, tem de receber aquilo que todos os servidores recebem", disse Fux.

"Tem de analisar um servidor público, o que as leis concedem aos servidores públicos e se os juízes estão enquadrados nisso. Onde houver excessos, é preciso atos de altivez e nobreza, mas também atenção para essa estratégia múltipla de enfraquecimento do Judiciário, que só não vê quem não quer", completou o ministro.

Liminares

Em 2014, Fux concedeu uma liminar, estendendo o auxílio-moradia a todos os juízes federais do País que não possuem residência oficial na localidade em que trabalham.

No mesmo ano, Fux estendeu o auxílio-moradia às Justiças do Trabalho e Militar e a magistrados de nove Estados que ainda não recebem o benefício.

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, prometeu neste sábado "corrigir" o sistema judiciário, um dia depois que a Suprema Corte do país anulou sua reeleição, e advertiu o chefe de Justiça e o Judiciário para não interferirem com a comissão eleitoral em um momento em que o país se prepara para uma nova eleição presidencial.

Kenyatta acusou novamente o tribunal de reverter a vontade do povo depois de ele ter sido declarado vencedor da eleição de 8 de agosto. A corte anunciou na sexta-feira que a comissão eleitoral cometeu irregularidades na votação e pediu uma nova eleição dentro de 60 dias.

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O Judiciário tem um "problema", disse Kenyatta, em comentários aos membros eleitos das assembleias do país. Ele também anunciou o início de sua nova campanha. "Vamos mostrar a vocês em 60 dias que a vontade das pessoas não pode ser revogada", disse Kenyatta. "Vamos voltar e revisitar esta questão (...) Mais adiante, devemos corrigir isso." Na sexta-feira, o presidente havia chamado o tribunal de "criminoso".

A Sociedade de Advogados do Quênia criticou essa declaração como inapropriada vinda do chefe de Estado, que sob a Constituição é um símbolo de unidade nacional e goza de imunidade contra processos criminais e civis. O presidente é obrigado por lei a respeitar e defender a Constituição, o que significa manter e proteger os direitos dos juízes da Suprema Corte, disse o presidente da sociedade, Isaac Okero. A Associação de Magistrados e Juízes do Quênia disse discordar das observações de Kenyatta. Em um comunicado assinado pelo secretário-geral da associação, Brian Khaemba, a associação condena "esse ataque à independência de decisões".

O líder da oposição Raila Odinga havia pedido ao tribunal que questionasse a vitória de Kenyatta, alegando manipulação. Ele agora quer a dissolução da comissão eleitoral.

O presidente da comissão prometeu alterações na equipe antes da nova votação e disse que qualquer funcionário que tenha manipulado resultados será processado.

O vice-chefe do partido de Kenyatta no Senado, Irungu Kangata, disse na sexta-feira que o partido usará a sua representatividade no Parlamento para impedir qualquer tentativa de dissolver a comissão. Fonte: Associated Press.

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