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Em entrevista à Jovem Pan News nesta terça-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que parlamentares estão sendo "muito bem atendidos" pelo seu governo, por meio das chamadas emendas de relator (RP9), também conhecidas como orçamento secreto, termo com o qual o mandatário discordou por muito tempo. O chefe do Executivo também reconheceu que os valores estimados serão de quase o triplo do orçamento para investimentos da Infraestrutura.

“O parlamentar, além das emendas impositivas, tem uma outra forma de conseguir recurso, que é a RP 9, que teria que ser outro programa de televisão seu (para explicar). Parlamentar está bem atendido. Só em RP 9, os parlamentares têm quase o triplo de recursos do Ministério da Infraestrutura do Tarcísio. Então o Parlamento está muito bem atendido conosco”, disse Bolsonaro. 

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De acordo com uma reportagem do Globo na semana passada, o município de Miracatu (SP), localizado no Vale do Ribeira, a 137 quilômetros da capital paulista, foi beneficiado com o empenho de R$ 35 milhões em verbas da União durante as festividades de fim do ano. A cidade, de 20 mil habitantes, tem como prefeito Vinícius Brandão (PL), cujo chefe de gabinete é Renato Bolsonaro, irmão do presidente da República. 

O Orçamento de 2022 ainda não foi sancionado, mas a previsão é que em torno de R$ 16 bilhões sejam destinados para as emendas de relator. No caso da Infraestrutura, a previsão é que a pasta tenha orçamento total de R$ 18,2 bilhões, sendo R$ 6,7 bilhões para investimentos. Esses valores ainda podem ser alterados. 

 

O incêndio que destruiu grande parte da sede do Parlamento da África do Sul foi controlado nesta terça-feira (4), informaram os bombeiros, enquanto um suspeito que foi preso no domingo nas proximidades do edifício compareceu perante à Justiça.

Zandile Christmas Mafe, um homem de 49 anos, foi levado perante o tribunal correcional, que convocou uma audiência para 11 de janeiro. Até lá, o suspeito permanecerá sob custódia.

Ao chegar ao tribunal, o homem tirou a máscara e se virou para as câmeras da imprensa, observaram os jornalistas da AFP.

Seu advogado disse que o homem nega estar envolvido no incidente e se declara inocente. A Promotoria, por sua vez, disse que se opõe à liberdade condicional.

De acordo com a acusação, a que a AFP teve acesso, o suspeito é acusado de ter entrado à força no edifício, localizado no centro da Cidade do Cabo, "ateado fogo aos edifícios do Parlamento" e "roubado computadores, laptops, pratos e documentos".

A sala, forrada de madeira e com poltronas de couro, onde sentavam-se os deputados e onde o presidente faz seu discurso à nação todos os anos, ficou completamente destruída.

A área danificada é a parte mais recente do complexo legislativo, que é composto por três edifícios de diferentes épocas.

Os bombeiros tiveram que recuar no domingo diante da intensidade do incêndio, mas à noite conseguiram controlar as chamas.

Na tarde de segunda-feira, o fogo foi reavivado e à noite os bombeiros tiveram que enfrentar fortes ventos na cidade portuária, até que conseguiram "controlá-lo pouco antes da meia-noite", segundo informou à AFP o porta-voz do corpo de bombeiros da cidade, Jermaine Carelse.

Na manhã desta terça-feira, "pouco antes das 05h00" (00h00 de Brasília), o fogo voltou a ganhar corpo, mas "os bombeiros conseguiram apagá-lo", explicou o porta-voz.

Horas depois, quatro caminhões ainda estavam posicionados no local, enquanto uma dezena de bombeiros acompanhava a evolução da situação.

O incêndio começou na madrugada de domingo na ala mais antiga do impressionante edifício, cujo telhado foi completamente destruído.

Segundo os investigadores, o incêndio começou com dois focos distintos e o sistema automático de extinção de incêndios não funcionou corretamente, pois a água havia sido cortada.

Nas imagens captadas por câmeras de vigilância, o suspeito é visto dentro do prédio por volta das 02h00. "Mas os seguranças só perceberam a sua presença às 6h00, mais ou menos, quando olharam para as telas, alertados pela fumaça", disse à AFP a ministra de Obras Públicas, Patricia De Lille.

"As câmeras funcionavam. O problema é que ninguém estava prestando atenção a elas durante esta noite fatídica", explicou à imprensa. "Isso também está sendo investigado. Como não não perceberam que havia alguém no prédio? Há realmente uma falha de segurança", ressaltou.

O Parlamento sul-africano está sediado na Cidade do Cabo desde 1910, enquanto o governo está localizado em Pretória.

Parte do telhado do Parlamento sul-africano na Cidade do Cabo desabou neste domingo (2) em um grande incêndio que ainda não foi controlado pelas dezenas de bombeiros no local após oito horas de difícil combate contra as chamas.

Nenhuma vítima foi reportada, mas o edifício histórico que abriga uma valiosa coleção de livros e a cópia original do primeiro hino nacional em afrikaans, "Die Stem Suid-Afrika" (A Voz da África do Sul), cantado durante o apartheid, já foi seriamente danificado.

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"O telhado do antigo prédio que abrigava a Assembleia Nacional desabou, nada restou dele", disse a repórteres Jean-Pierre Smith, chefe dos serviços de segurança e emergência da cidade.

"O conjunto sofreu grandes estragos com a fumaça e a água" utilizada no combate às chamas, acrescentou, declarando que "o fogo não está controlado".

O incêndio começou por volta das 5h00 (00h00 no horário de Brasília) na ala mais antiga do edifício, concluída em 1884, com salas forradas com madeira nobre e onde antes legislavam os parlamentares.

A origem do incêndio ainda não é conhecida, "uma pessoa foi presa e está sendo interrogada", informou o presidente Cyril Ramaphosa, que visitou o local.

O fogo se espalhou para as peças mais recentes. "Os bombeiros estão tentando conter o incêndio na ala mais nova, onde o incêndio afetou o atual Salão da Assembleia Nacional", disse o porta-voz do Parlamento, Moloto Mothapo, em uma entrevista coletiva online.

O imponente edifício vitoriano com sua fachada de tijolo vermelho e branco continuava envolvido por uma espessa nuvem de fumaça ao meio-dia.

Mais cedo, imagens aéreas exibidas na televisão mostravam enormes chamas subindo dos telhados.

As ruas do bairro nobre foram rapidamente isoladas. O cordão de segurança estende-se até as flores no adro da vizinha Catedral de São Jorge, onde ocorreu o funeral de Desmond Tutu, o último herói da luta contra o apartheid, falecido no dia 26 de dezembro.

Suas cinzas foram enterradas hoje na igreja em uma cerimônia privada.

 Chuva de cinzas 

Cerca de 70 bombeiros foram mobilizados contra o incêndio. Alguns tentavam, do topo de uma grua, vencer as chamas.

De acordo com a ex-prefeita da Cidade do Cabo e atual ministra Patricia de Lille, serão necessárias várias horas para que a situação seja controlada.

Uma primeira equipe de socorristas chegou cedo ao local e tentou por várias horas acalmar o fogo, mas teve que recuar diante de sua intensidade e pedir reforços.

No interior das salas, uma chuva fina de cinzas caía do teto sobre um chão coberto de destroços. Os serviços de emergência temem que o fogo continue a se espalhar rapidamente nos cômodos mais antigos adornados com ricos tapetes e cortinas.

Foi no Parlamento que o último presidente sul-africano branco a falecido em novembro, FW de Klerk, anunciou em fevereiro de 1990 o fim do regime racista do apartheid.

O prédio já havia sido vítima de um incêndio rapidamente contido em março, também partindo de sua ala mais antiga.

Os anexos recentes foram construídos nas décadas de 1920 e 1980.

A Cidade do Cabo é, desde 1910, a sede do Parlamento, composto pela Assembleia Nacional e uma câmara alta chamada Conselho Nacional das Províncias, enquanto o governo tem sua sede em Pretória.

Em abril, um incêndio na montanha Table com vista para a cidade costeira se espalhou e destruiu tesouros na biblioteca da prestigiada Universidade da Cidade do Cabo.

Quando o Parlamento alemão confirmar hoje o social-democrata Olaf Scholz como novo chanceler, terá fim um dos capítulos mais importantes da história do país no pós-guerra: os 16 anos de governo de Angela Merkel. O caminho para a eleição de Scholz começou há meses, logo após a vitória nas eleições de setembro.

Apesar de liderar a legenda mais votada, o Partido Social-Democrata (SPD), Scholz precisou de paciência e habilidade para costurar um acordo inédito com dois partidos: o Democrático Liberal (FDP), de centro-direita, e os Verdes, de centro-esquerda. Líderes das três legendas anunciaram que os termos do acordo haviam sido alcançados em novembro, mas cada um precisou aprovar a aliança internamente.

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O documento final, de 177 páginas, foi firmado e apresentado ontem no museu Futurium, em Berlim. Nele, o novo governo adota como prioridade a contenção da pandemia. No entanto, é possível identificar outros aspectos centrais, como as mudanças climáticas, a modernização da economia e a introdução de políticas sociais mais liberais.

A união dos três partidos foi alcançada com relativa rapidez, segundo analistas. Scholz prometeu fortalecer a democracia ao redor do mundo e criticou a movimentação militar russa na fronteira com a Ucrânia. Com a maioria garantida, a transferência de poder acontecerá hoje de maneira imediata, logo após a votação.

Com Scholz, a centro-esquerda retornará ao poder pela primeira vez desde o governo de Gerhard Schröder, chanceler de 1998 a 2005. Mas Merkel sai apresentando marcas pessoais: primeira mulher a governar a Alemanha, ela deixa o cargo após 5.860 dias, apenas 9 a menos do que seu mentor, Helmut Kohl.

A trajetória de Merkel é marcada por momentos de brilho, como a recepção de migrantes, em 2015, e sua capacidade de administrar crises, mas também pela falta de ambição na luta contra as mudanças climáticas e na modernização da Alemanha. No balanço, pesam a favor dela quatro reeleições.

"Angela Merkel foi uma chanceler de êxito", elogiou Scholz, que ocupava até então o cargo de vice-chanceler e demonstrou, em muitos momentos, sintonia com ela. "Ela permaneceu fiel a suas ideias durante 16 anos marcados por várias mudanças."

Apesar da homenagem, o novo chanceler não nega que pretende trilhar seu próprio caminho. "Quero que esses anos signifiquem um novo ponto de partida", disse. Algumas mudanças devem ser visíveis já na nomeação do novo gabinete de governo. O social-democrata prometeu que os ministérios serão divididos igualmente entre homens e mulheres. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nessa terça-feira (16), o ministro Dias Toffoli afirmou que o Brasil já vive um semipresidencialismo moderado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração feita em Portugal, no 9º Fórum Jurídico de Lisboa, atraiu críticas de apoiadores do Governo Bolsonaro nas redes sociais.

“Nós já temos um semipresidencialismo com um controle de Poder Moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”, analisou Toffoli, conforme o Poder360.

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Nesta semana, no mesmo evento em Portugal, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) já havia exposto interesse na mudança e considerou como uma alternativa "que faz falta nas crises"

"Sabemos que não há unanimidade, mas certamente o sistema semipresidencialista se sobressai entre as alternativas que podem articular de forma mais virtuosa e eficiente a nossa experiência histórica e as nossas necessidades institucionais”, citou o parlamentar.

Também em Lisboa, o ex-advogado-geral da União José Levi Mello acrescentou que a alteração do sistema de Governo seria natural, já que o Parlamento é quem, de fato, governa o Brasil.

“Por que não tentar isso no Brasil? Sobretudo no Brasil de hoje, onde, sem nenhuma dúvida, o centro da política já é o Parlamento, como é próprio de uma democracia representativa”, acrescentou Levi. “É natural que seja assim. Por que não formalizar a parlamentarização do modelo ou a sua semiparlamentarização, ou um semipresencialismo? Porque [a parlamentarização] já é, em alguma medida, praticada”, defendeu.

Críticas à fala de Toffoli

Nas redes sociais, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (saem partido) comentaram contra a declaração do ministro e, mais uma vez, instigaram uma ação das Forças Armadas. "29 anos atrás o Brasileiro votou através de um plebiscito e escolheu, por maioria uma república presidencialista! O povo decidiu. Em 2021 o STF, através da fala de um ministro, Toffoli, anuncia que estamos num semipresidencialismo comandado pela própria corte sem 1 voto sequer", escreveu uma internauta.

"Um semipresidencialismo que nós não escolhemos, que foi implantado a fórceps, onde dois dos três poderes, integrados por perfis de currículo pra lá de suspeitos, vivem trocando perdões entre si. O que temos no Brasil é um "tomaládaquismo", rechaçou outro apoiador do presidente.

Apoiado por parte do STF

Antes de Toffoli endossar o semipresidencialismo no Brasil, os companheiros de STF, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes já haviam apoiado a posição.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Barroso, disse em julho que o país deveria adotar o sistema até 2016. A declaração foi feita no Simpósio Interdisciplinar sobre o Sistema Político Brasileiro, quando destacou que o semipresidencialismo é "uma experiência que tem dado certo na França e em Portugal".

No entendimento de Barroso, o presidente continuaria eleito pelo voto direto, com as competências de Estado garantidas, como as relações internacionais, comando das Forças Armadas e indicações aos tribunais superiores, por exemplo. Contudo, também nomearia um primeiro-ministro, que deveria ser aprovado pelo Congresso para desempenhar "o papel de chefe de governo e conduzirá o varejo político da vida de um país".

Na ocasião, Gilmar Mendes cumprimentou a proposta do colega nas redes sociais e revelou que, desde 2017, cultiva junto com o ex-presidente Michel Temer e o professor Manoel Gonçalves, o interesse no semipresidencialismo para superar os déficits da governabilidade do modelo atual.

O favorito das eleições legislativas da Alemanha, o social-democrata Olaf Scholz, defendeu nesta segunda-feira (20) sua ação de combate à lavagem de dinheiro em depoimento aos deputados.

Scholz foi convocaram pelos congressistas a poucos dias das eleições para prestar esclarecimento sobre um incômodo caso que abala o ministério das Finanças, chefiado por ele.

Na reta final da campanha, o candidato do partido social-democrata SPD precisou justificar à comissão de Finanças do Bundestag o porquê de funcionários de seu ministério não terem transmitido à Justiça as informações sobre uma suposta operação de lavagem de dinheiro.

Scholz afirmou que, nos últimos anos, seu ministério "melhorou continuamente" o combate à criminalidade financeira e listou os esforços promovidos.

Mas nenhum ministro "pode resolver (os problemas) com um estalar de dedos", disse aos parlamentares, informaram fontes internas à AFP.

Os deputados esperavam a declaração do ministro por videoconferência, devido à sua apertada agenda de campanha, mas Scholz surpreendeu os 30 membros da comissão e compareceu pessoalmente.

O testemunho ao Bundestag coincide com a reta final da campanha para as eleições legislativas do próximo domingo (26). Até o momento, Scholz aparece como favorito, com 25% das intenções de voto.

Atrás dele, estão os conservadores da CDU de Angela Merkel, agora sob a liderança do impopular Armin Laschet, com pouco mais de 20%, e os Verdes (15%), liderados por Annalena Baerbock.

O gesto presencial de Scholz não apaziguou os ânimos dos deputados. Tanto a oposição quanto seus sócios de governo da CDU/CSU acusaram-no de fracassar na luta contra a lavagem de dinheiro.

O deputado liberal do FDP Florian Toncar consideroiu Scholz responsável por "um espaço carente de direito na luta contra o crime organizado".

O representante social-democrata na comissão, Jens Zimmermann, acusou seus adversários políticos de fazerem deste caso um "espantalho" para prejudicar o favorito nas pesquisas.

- Pagamentos à África -

O ponto de partida desta investigação, em 2020, foi a "declaração de atividades suspeitas por parte de um banco (...) relativas a pagamentos com destino à África por uma quantia superior a um milhão de euros", em torno de US$ 1,17 milhão.

O Escritório Central de Investigação de Transações Financeiras (UIF), subordinado ao Ministério das Finanças, não transmitiu este relatório às autoridades judiciais, o que impediu "cessar esses pagamentos", segundo a Promotoria.

Esta transação "tinha como pano de fundo o tráfico de armas e drogas, assim como o financiamento do terrorismo", disse o banco em seu relatório.

Recentemente, a Promotoria pediu investigações dos ministérios das Finanças e da Justiça, para "verificar se e, caso necessário, em qual medida a direção e os responsáveis dos ministérios (...) estiveram envolvidos nas decisões da UIF".

A oposição parlamentar (os Verdes, os liberais e a esquerda radical) convocou Scholz imediatamente para que desse explicações.

- Scholz insinua complô -

Irritado com as investigações em plena campanha eleitoral, Scholz criticou a maneira como os investigadores estão conduzindo o processo e insinuou ser vítima de um complô político.

Diante da ameaça de uma derrota histórica, os conservadores da CDU também buscam lucrar com o assunto para atacar seu ainda sócio de coalizão.

"Quando uma Promotoria investiga um ministério, a reação adequada é dizer 'vamos ajudar a Justiça' e não denunciar complôs de forma 'populista'", disse o candidato conservador, Armin Laschet.

O ministério de Scholz já foi criticado no ano passado por negligenciar sua vigilância na falência da sociedade Wirecard, o maior escândalo financeiro desde a guerra neste país.

A maior parte dos parlamentares pernambucanos na Câmara dos Deputados votou contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que buscava implementar o voto impresso como um suposto complemento às urnas eletrônicas brasileiras. A mudança foi derrotada durante a sessão realizada na noite desta terça-feira (10).

Para a deputada federal Marília Arraes (PT-PE), que fez oposição à PEC defendida pelo atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a votação “foi fundamental para defender a nossa democracia”. Ao LeiaJá, a parlamentar ressaltou ainda que “o atual modelo de votação é seguro e o objetivo de quem defende essa mudança no processo eleitoral é criar desinformação entre a população”.

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Também na mesma direção do que tem afirmado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas últimas semanas, Carlos Veras (PT-PE), foi outro parlamentar a votar contra e questionar as motivações por trás da defesa do voto impresso.

“A urna eletrônica é auditável, segura e não é conectada à internet, o que impede qualquer invasão de hacker. Acreditamos que arquivamos de vez esse retrocesso no Congresso Nacional, que consistia em voltar às contagens manuais de votos nos próprios locais de votação, como queria o texto do relator”, defendeu.

A sessão que decidiu por enterrar a possível mudança institucional ocorreu no mesmo dia em que as Forças Armadas desfilaram com blindados e tanques de guerra nos arredores da Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), a poucos metros de distância do Congresso.

Parte dos parlamentares interpretou o gesto como uma ação ofensiva do presidente, presente na manifestação, ao lado dos militares. O deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), por exemplo, que também posicionou-se contra a proposta, ressaltou a importância de “discutir serenamente o aprimoramento do sistema”, “mas não sob ameaças”.

“Essa discussão poderia ter outra conotação, se deslocada das reiteradas manifestações do presidente da República, não só de desapreço pela democracia como de investidas golpistas que merecem o mais enérgico repúdio. Dizer que não haveria eleições se o voto impresso não fosse aprovado - com fraudes jamais verificadas - e ainda mais com tanques na rua, merecia, como mereceu, a manifestação da Câmara dos Deputados, como recebeu antes do STF e de amplos setores da vida brasileira”, pontuou, relembrando as mais recentes declarações de cunho antidemocrático feitas por Bolsonaro.

Em seu Twitter, Felipe Carreras (PSB-PE), também deputado, disse acreditar que “nosso sistema atual [urnas eletrônicas] é um sistema consolidado, que nunca foi questionado e que já elegeu presidentes de esquerda e de direita”. De acordo com ele, o voto impresso poderia custar até R$ 2,5 bilhões aos cofres públicos.

Outro político a fazer coro ao lado da oposição pernambucana foi Túlio Gadelha (PDT-PE), cujo entendimento é de que a PEC não tem “nenhuma relevância” para o país, sobretudo no ambiente de acirramento das crises social e econômica. “Primeiro eu gostaria de externar a tristeza de ter um projeto sem relevância nenhuma sendo debatido na Câmara em um momento como esse, de desemprego altíssimo, queimadas na Amazônia e boa parte da população, 18 milhões, estarem em situação de insegurança alimentar”.

“Infelizmente, nós tivemos ainda 229 parlamentares que votaram a favor do voto impresso e, inclusive, a gente questionou esses parlamentares: se eles desconfiam das urnas eletrônicas, deveriam ser coerentes com essas posições e renunciarem aos seus mandatos”, disse.

 

O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta terça-feira (27) que, apesar de seu governo, inicialmente, ter escolhido seus ministros baseado em questões técnicas, "pouco políticas", foi necessário se moldar em busca de apoio e entendimento do Congresso.

"Tive a oportunidade ímpar, como chefe do Executivo, de escolher nosso ministério, baseado em questões técnicas. Abandonamos um pouco a questão política, mas vimos que era necessário, cada vez mais, buscar o apoio e entendimento do parlamento brasileiro. Fomos nos moldando, mas, desde o início, aquela bandeira colocamos em prática: o efetivo combate à corrupção", disse o presidente em discurso na cerimônia de lançamento do Sistema de Integridade Pública do Poder Executivo Federal, realizada no final desta tarde no Palácio do Planalto.

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Nesta manhã, o presidente reuniu-se com o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI), cuja nomeação ao posto de ministro-chefe da Casa Civil deve ser oficializada em breve. Integrante do chamado 'centrão' e réu na Operação Lava-Jato, o parlamentar substituirá o general Luiz Eduardo Ramos, que seguirá no Planalto, na Secretaria-Geral da Presidência da República.

Nogueira, que compareceu à solenidade, foi aliado de Lula, principal antagonista de Bolsonaro no horizonte eleitoral de 2022. Em 2017, às vésperas do pleito presidencial de 2018, chamou o atual presidente de fascista e declarou apoio ao petista, a quem se referiu como o melhor presidente da história. Enalteceu programas sociais de transferência de renda, como Bolsa Família, responsável, em sua avaliação, por melhorar indicadores socioeconômicos do Nordeste, e o programa de moradias populares Minha casa Minha Vida.

Durante a solenidade, Bolsonaro destacou resultados de estatais e insistiu no discurso de que não existem acusações de corrupção contra o governo, apesar das recentes denúncias de irregularidades na aquisição de vacinas contra a covid-19 pelo Ministério da Saúde. Em escândalo recente, o ex-chefe da pasta Eduardo Pazuello teve seu depoimento à CPI da Covid, no qual afirmou não ter participado de negociações de compra de imunizantes, contraditado por vídeo em que aparece em reunião com intermediários interessados na venda de doses da Coronavac por valor superior ao oferecido pelo Instituto Butantan.

"Dois anos e meio (de governo) sem qualquer acusação de corrupção realmente é uma coisa fantástica. Mas não consideramos virtude, é obrigação. É o mínimo que podemos fazer com nossa população", disse Bolsonaro nesta tarde.

O governo espanhol de esquerda aprovou, nesta terça-feira (29), um projeto de lei que visa a permitir que transexuais mudem de gênero a partir dos 16 anos - e até a partir dos 14, sob algumas condições - por meio de uma simples declaração perante a administração pública.

Se for aprovado pelo Parlamento, este texto - que tem criado tensões entre os socialistas e a esquerda radical do Podemos, um aliado minoritário na coalizão governista - faria da Espanha um dos poucos países da Europa a permitir a autodeterminação de gênero.

Conforme explicou à imprensa a ministra da Igualdade e dirigente do Podemos, Irene Montero, o projeto permitirá "garantir a igualdade real e efetiva das pessoas trans", bem como "uma importante bateria de direitos para as pessoas LGTBI, que atualmente estão sendo violados".

De acordo com uma versão preliminar do projeto consultada pela AFP, "qualquer pessoa de nacionalidade espanhola maior de dezesseis anos pode requerer para si no Registro Civil a retificação do registro de sexo".

Esta lei permitirá, portanto, que a pessoa altere seu nome e seu gênero em sua documentação, se assim o quiser e requisitar.

Para isso, não serão mais exigidos relatórios médicos, ou tratamento hormonal. Bastará o pedido do requerente, um ponto muito sensível e que está na origem de muitas tensões dentro do governo de coalizão.

A número dois do Executivo, a socialista Carmen Calvo, havia dito em fevereiro que se preocupava com a ideia de que "o gênero passe a ser escolhido sem mais do que a mera vontade, ou desejo, colocando em risco os critérios de identidade dos demais 47 milhões de espanhóis".

Os dois parceiros governamentais acabaram por encontrar um terreno de entendimento, graças à inclusão de um período de três meses entre a formalização do pedido e sua validação pelo demandante, para que este confirme sua decisão de mudança de gênero.

"No prazo máximo de três meses, contados da data do comparecimento e pedido de retificação inicial, o responsável pelo Registro Civil deverá convocar a pessoa a comparecer novamente e ratificar seu pedido, afirmando a persistência de sua decisão", estipula o texto.

O projeto também pretende abrir essa possibilidade para jovens de 14 a 16 anos, desde que acompanhados durante todo processo por seus representantes legais.

Desde 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não considera mais a transidentidade como uma doença mental.

Os trabalhos da CPI da Covid-19 devem começar na terça-feira (27). Mesmo assim, o governo se antecipou e fez uma lista com 23 acusações que podem ser feitas contra o Executivo por conta do gerenciamento da pandemia.

Alguns cientistas políticos apontam que essa antecedência é uma estratégia de comunicação do governo na tentativa de dominar o processo de discussão que veremos nos próximos meses. Uma estratégia que, para os estudiosos, é considerada amadora pela forma que foi construída. 

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A cientista política Priscila Lapa aponta que o fato do governo colocar em pauta temas que não estavam exclusivamente sob o olhar da CPI, como o genocídio da população indígena, por exemplo, mostra que o Executivo reconhece as suas fragilidades e deixou para tratar como uma resposta para a CPI. 

"Ou realmente comprova a decisão política de não tomar as medidas que deveriam ter tomado, ou demonstra uma incompetência muito grande - o amadorismo político e técnico", aponta Lapa.

Além disso, para o cientista político e professor da Universidade da Amazônia (UNAMA), Rodolfo Marques, essa lista criada pelo governo federal dá mais munição para a oposição, o que, para ele, mostra que além de não saber gerenciar a crise da pandemia, o Executivo também não sabe gerenciar bem a crise da comunicação pública.

“Com essa CPI o governo pode sofrer muitos abalos, primeiro porque a CPI em si ela mobiliza a pauta da sociedade, principalmente no âmbito político. O governo pode ter alguns índices de popularidade afetados e o próprio presidente pode ser desacreditado com os fatos que virão à tona ou serão comprovados com a CPI”, diz Marques. 

Priscila Lapa aponta que o governo federal poderia ter se antecipado às possíveis acusações de uma forma mais profissional, “como manda a boa prática da gestão pública. A partir do momento que o governo faz um documento como esse e ele vaza, vai dando munição para a oposição e para os membros da CPI. É uma tentativa de agir estrategicamente para não ser pego de surpresa, mas acabou sendo um tiro que saiu pela culatra”, explica.

Os estudiosos apontam em análise comum que o governo federal deve passar por dificuldades para se proteger dos resultados da CPI, principalmente porque o Executivo demonstra que não é o seu forte agir preventivamente e de forma planejada. 

O Parlamento israelense foi dissolvido nesta quarta-feira (23) à meia-noite, o que obrigará a convocação de novas eleições, as quartas nos últimos dois anos, confirmando a impossível união entre Benjamin Netanyahu e Benny Gantz no governo.

A união forçada durou pouco. Oito meses no máximo, antes do divórcio e do retorno à campanha eleitoral, desta vez em meio à pandemia da Covid-19 e ao julgamento por corrupção do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, como pano de fundo. A previsão é de que as eleições sejam realizadas no final de março.

À meia-noite de quarta-feira, a Knesset foi dissolvida depois que o governo de "união e emergência", formado em abril por Benjamin Netanyahu e seu adversário político, Benny Gantz, não conseguiu chegar a um acordo sobre os orçamentos do Estado.

Depois de três eleições legislativas que não apontaram um vencedor claro entre Netanyahu e Gantz, os dois candidatos decidiram ignorar provisoriamente suas diferenças em abril para lidar com a pandemia, formando um governo de união que pôs fim à crise política mais longa da história do país.

O acordo incluía um rodízio no posto de primeiro-ministro e estipulava que o governo adotaria um único orçamento para dois anos (2020 e 2021), mas o partido Likud, de Netanyahu, propôs a votação de dois orçamentos diferentes, o que foi recusado pelo partido centrista Azul e Branco, de Gantz.

Este ponto virou o calcanhar de Aquiles da coalizão e também, segundo a imprensa israelense, o estopim das tensões entre Netanyahu e Gantz.

Para evitar a convocação de novas eleições, o grupo de Benny Gantz fez uma proposta de última hora: votar dois orçamentos separados, um no final de dezembro e outro no início de janeiro. Aa ideia, porém, não prosperou e, nesta terça-feira, os deputados a rejeitaram com 47 votos a favor e 49 contra.

- Ninguém sai ileso -

Assim, Gantz, ex-chefe do Exército que não pôde ser investido como primeiro-ministro ou ter suas reformas aprovadas pela Justiça, também viu seu apoio diminuir e sua formação se desintegrar.

"Gantz se viu forçado a se render à sua própria rendição", escreveu o colunista Sima Kadmon, do popular jornal Yediot Aharonot.

"Talvez tenha chegado a hora de ele simplesmente dizer: eu tentei. Eu queria. Eu falhei. Estou me aposentando", acrescentou, chamando Gantz de "contorcionista".

Mas se o general Gantz perdeu esta batalha política, Benjamin Netanyahu também não saiu ileso dos últimos meses, diante da dispersão de suas tropas à medida que se aproxima seu julgamento por corrupção, marcado para início de 2021, o primeiro da história de Israel contra um chefe de governo em exercício.

Gideon Saar, ex-ministro da Educação e do Interior, anunciou em dezembro a criação da sua própria formação, a Tikva Hadasha (Nova Esperança), abertamente direitista e para a qual as pesquisas dão a segunda colocação nas intenção de voto.

O Likud lidera as pesquisas, mas a criação do novo partido e o avanço da legenda de extrema-direita Yamina, de outro ex-ministro, Naftali Bennett, retirariam votos de Netanyahu e poderiam complicar o jogo das alianças pós-eleitorais.

Além disso, embora as últimas eleições tenham sido duelos entre Netanyahu e Gantz, "a desintegração do partido Azul e Branco mudou a dinâmica", disse Yohanan Plessner, diretor do Instituto Democrático de Israel, um centro de análise em Jerusalém.

O resultado disso, segundo o especialista, é que "não se sabe mais quem é o principal adversário" de Netanyahu, cuja campanha eleitoral coincidirá com a de vacinação contra covid-19. Um vírus que, há poucos meses, favoreceu sua união com Benny Gantz.

O Parlamento israelense foi dissolvido nesta quarta-feira (22) à meia-noite, levando à convocação de novas eleições, após os deputados não terem chegado a um acordo sobre os orçamentos do Estado.

Os parlamentares israelenses tinham até terça-feira às 23h59 no horário local (18h59 Brasília) para aprovar um orçamento e evitar novas eleições, a quarta em cerca de dois anos.

Sem acordo, o Parlamento foi dissolvido à meia-noite.

O parlamentar centrista Francisco Sagasti foi eleito nesta segunda-feira, 16, pelo Congresso como o novo presidente do Peru, o terceiro a ocupar o cargo em uma semana, com o desafio de encerrar uma crise política que levou milhares de cidadãos indignados às ruas.

Engenheiro de 76 anos que trabalhava para o Banco Mundial, Sagasti foi eleito o novo presidente do Congresso e cabe a ele assumir automaticamente a chefia de Estado, segundo a Constituição do país. Candidato único, Sagasti foi aplaudido por seus colegas no plenário assim que superou os 60 votos necessários para ocupar o cargo.

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O parlamentar deverá concluir o atual período de governo, que termina em julho de 2021, após a destituição do presidente Martín Vizcarra há uma semana e a renúncia de seu sucessor, Manuel Merino, apresentada no domingo, 15.

Antes do acordo, uma primeira votação, feita à meia-noite, fracassou - o Congresso rejeitou o único nome apresentado na ocasião, Rocío Silva-Santisteban, uma defensora de direitos humanos de esquerda que conseguiu apenas 42 votos.

A crise recente começou quando o presidente Martín Vizcarra, um político popular independente que se chocava há tempos com o Congresso devido à sua posição anticorrupção, foi retirado do cargo pela legislatura na semana passada devido a alegações de corrupção - que ele nega.

Foi o segundo processo de impeachment enfrentado por Vizcarra em dois meses, após ele sobreviver ao primeiro em setembro.

Merino, que como presidente do Congresso comandou as duas iniciativas de impeachment, sucedeu Vizcarra, mas também renunciou depois que duas pessoas morreram em protestos contra seu governo recém-formado e parlamentares ameaçaram afastá-lo a menos que ele deixasse o posto.

O principal tribunal do Peru também começará a debater nesta segunda-feira se o impeachment e o afastamento de Vizcarra foram constitucionais, o que pode abrir as portas para uma volta dramática. (Com agências internacionais)

Quatro deputados pró-democracia de Hong Kong foram expulsos do Parlamento nesta quarta-feira, após a adoção por parte da China de uma resolução que concede às autoridades locais o poder para cassar os mandatos de políticos apontados como uma ameaça para a segurança nacional.

A decisão foi anunciada dois dias após a ameaça feita por 20 legisladores da oposição pró-democracia de renunciar "em massa" em caso de expulsão de algum deputado.

O governo de Hong Kong publicou em um comunicado que os quatro legisladores em questão "perderão de maneira imediata o título de deputado".

Um dos principais comitês legislativos da China autorizou a Hong Kong o direito de revogar qualquer mandato considerado uma ameaça à segurança nacional, sem a necessidade de passar pela justiça.

Os partidários pró-democracia de Hong Kong são alvos de ataques permanentes desde que a China aprovou, no fim de junho, uma lei draconiana de segurança nacional em resposta às grandes manifestações do ano passado.

Entre as punições previstas figura a detenção por mensagens publicadas nas redes sociais. Alguns ativistas decidiram partir para o exterior.

O Parlamento vota as leis de Hong Kong, mas apenas metade dos 70 representantes são definidos por eleições diretas. Um complexo sistema de nomeação garante a maioria das forças pró-China.

O Parlamento tailandês expulsou sua primeira deputada transgênero nesta quarta-feira (28) depois que o tribunal constitucional revogou seu assento.

Tanwarin Sukkhapisit, ex-artista e cineasta, foi uma pioneira da comunidade LGBT quando garantiu no ano passado um assento no Parlamento para o partido Future Forward durante as eleições legislativas.

Porém, o partido foi dissolvido em fevereiro de 2020, em uma decisão que agravou o descontentamento da oposição e levou militantes pró-democracia a exigir a demissão do governo.

Dezenas de seus deputados, entre eles Tanwarin, se uniram em outra formação - o partido Move Forward -, mas um juiz decidiu nesta quarta que, como a "acionista de uma empresa de mídia", ela havia violado a lei eleitoral e deveria renunciar a seu assento.

"Não me surpreende, já esperava", disse Tanwarin à AFP, acrescentando que acredita que sua identidade de gênero influenciou a decisão do juiz. "Continuarei lutando pela comunidade LGBT", completou.

A comunidade transgênero da Tailândia enfrenta discriminações na educação e no trabalho. O Parlamento tailandês tem outros três deputados transgêneros. Tanwarin é a vítima mais recente de uma lei que muitos reconhecem como uma arma política utilizada pelo governo.

"Tentam utilizar um mecanismo jurídico contra todos aqueles suspeitos de apoiar o movimento (pró-democracia)", avalia o cientista político Titipol Phakdeewanich.

Há meses acontecem manifestações quase diariamente na capital tailandesa, enquanto os militantes exigem a renúncia do atual governo e pedem reformas na monarquia do país.

A próxima sessão do Parlamento Europeu, prevista de 19 a 22 de outubro, não acontecerá em Estrasburgo como estava previsto e, devido ao avanço da pandemia, será celebrada por videoconferência, anunciou nesta quinta-feira o presidente da instituição, David Sassoli.

"Anuncio com pesar que a sessão plenária da próxima semana não acontecerá em Estrasburgo, e sim à distância", escreveu Sassoli no Twitter.

O presidente do Parlamento Europeu considerou a situação sanitária na França e Bélgica "muito grave" e recordou que as viagens "são um perigo" no momento.

Sassoli destacou que "Estrasburgo continua sendo a sede do Parlamento Europeu e que será feito o possível para voltar".

Os eurodeputados não comparecem à sede do Parlamento há sete meses devido à pandemia de coronavírus.

O Parlamento Europeu celebra normalmente 12 sessões plenárias de três dias e meio a cada ano em Estrasburgo. No restante do tempo, os eurodeputados trabalham em Bruxelas.

Pesquisas apontam que a Itália aprovou na segunda-feira (21) por meio de um referendo, a redução do número de parlamentares, em uma reforma histórica que reduzirá em um terço as cadeiras no Congresso. De acordo com um levantamento de boca de urna feito pela emissora pública RAI, o corte nas vagas venceu a disputa que terminou ontem no início da tarde com 60% a 64% dos votos, contra 36% a 40% para a manutenção do atual tamanho.

Caso o resultado se confirme após a apuração, o número de deputados e senadores cairá de 945 para 600 na próxima legislatura - o corte inclui deputados e senadores. De acordo com os dados oficiais preliminares, cerca de 55% dos 47 milhões de italianos aptos a votar foram às urnas - a participação não era obrigatória.

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O enxugamento no número de parlamentares foi uma promessa eleitoral do Movimento 5 Estrelas (M5E), parceiro majoritário do governo de centro-esquerda presidido por Antonio Conte. "O que conseguimos hoje foi um resultado histórico. Temos novamente um Parlamento normal, com 345 cadeiras e privilégios menores", escreveu o ministro das Relações Exteriores e ex-líder do M5E, Luigi di Maio.

Com a reforma, a Câmara dos Deputados terá, a partir da próxima legislatura, 400 membros em vez dos atuais 630. Já o Senado ficará com 200 integrantes, em vez dos atuais 315. A Itália tem o segundo maior parlamento da Europa, atrás do Reino Unido, com 1.462, e à frente da França, que tem 925.

A consulta popular deveria ter sido realizada em março, mas foi adiada por causa da pandemia do novo coronavírus - por isso, não foi exigido quórum mínimo de participação.

O M5E defendeu a reforma alegando que era preciso diminuir os custos da política. A sigla estima uma economia de € 100 milhões (R$ 637 milhões) ao ano.

O Partido Democrata (PD), de centro-esquerda e principal aliado do M5E, e o pequeno partido Livres e Iguais, de esquerda, apoiavam a reforma. O outro parceiro do governo, o Itália Viva, do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, considerava a mudança "inútil".

Pelo espectro da direita e agora na oposição, o partido Liga, de Matteo Salvini, e o ultranacionalista Irmãos da Itália também apoiaram a reforma, e o conservador Força Itália, de Silvio Berlusconi, não orientou o voto, apesar de considerar que a lei ameaça "limitar a representatividade e reduzir a democracia".

"Esta reforma é mal feita, ela só reduz assentos de forma demagógica. Haverá partes inteiras do país que não terão representatividade", disse Antonio Tajani, ex-presidente do Parlamento Europeu e membro do Força Itália. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Deputados federais e senadores tiveram uma piora na sua avaliação perante os brasileiros, de acordo com uma nova pesquisa do Instituto Datafolha divulgado nesta segunda-feira (17), enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) apresentou avaliação estável.

Segundo o levantamento, publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, o Congresso Nacional é aprovado por 17% dos entrevistados, que avaliam o trabalho dos parlamentares como ótimo ou bom, enquanto 37% avaliam como ruim ou péssimo. Outros 43% avaliaram como regular.

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Na pesquisa anterior, em maio, os índices de avaliação do Congresso eram de 18% (ótimo ou bom) e 32% (ruim ou péssimo).

A aprovação de senadores e deputados federais é maior entre os que têm ensino fundamental (21%), renda familiar mensal de até dois salários mínimos (22%), são assalariados sem registro (25%), e entre os que dizem confiar nas declarações do presidente Jair Bolsonaro (23%).

Já a rejeição ao Congresso é maior entre quem tem ensino superior (49%), renda familiar mensal de mais de dez salários mínimos (51%), são empresários (54%), e quem não aprova o governo Bolsonaro (42%).

No caso do Supremo, a avaliação mostrou uma estabilidade nos números, com 27% considerando o trabalho da Corte ótimo ou bom, 29% classificando como ruim ou péssimo, e 38% como regular. Nas pesquisas anteriores, a avaliação positiva oscilou entre 30% e 19%.

Os que mais aprovam o STF tem ensino fundamental (32%), renda familiar mensal de até dois salários mínimos (31%), é assalariado sem registro (42%), ou é desempregado (33%).

Já os que reprovam o Supremo, em sua maioria, são homens (37%), tem ensino superior (43%), renda familiar mensal de mais de 10 salários mínimos (52%), e entre os que aprovam o governo Bolsonaro (41%).

O Datafolha ouviu 2.065 brasileiros adultos que possuem telefone celular em todas as regiões e estados do país, entre os dias 11 e 12 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Da Sputnik Brasil

O Parlamento de Hong Kong aprovou nesta quinta-feira (4) uma polêmica lei que prevê punições penais a qualquer ofensa ao hino chinês, uma norma que a oposição pró-democracia denuncia como mais uma tentativa de Pequim de acabar com a autonomia parcial da ex-colônia britânica.

O Conselho Legislativo (LegCo) aprovou o projeto de lei em segunda votação por 41 votos a favor e apenas um contrário. A oposição boicotou a sessão, por considerar que a votação já estava decidida a favor da maioria.

A aprovação da lei acontece em um cenário de grande tensão desde o ano passado na ex-colônia britânica e justamente no dia do aniversário da violenta repressão da Praça Tiananmen (Paz Celestial).

As autoridades chinesas estão indignadas há muito tempo com as vaias e gritos durante a execução do hino nacional, sobretudo nos estádios de futebol antes das partidas da seleção de Hong Kong, enquanto o movimento independentista do território semiautônomo ganha força.

A nova lei, que deve ser ratificada pela chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, prevê até três anos de prisão para quem desrespeitar o hino.

Os ativistas pró-democracia a consideram um novo instrumento para asfixiar a dissidência. O debate no LegCo foi marcado por muitas discussões entre os rivais políticos.

O parlamento do Kosovo aprovou, nesta quarta-feira (3), um novo governo de coalizão liderado pelo partido de centro-direita LKD após meses de crise política, em uma votação que deve agravar as tensões na ex-província sérvia.

O governo de Avdullah Hoti, professor de economia de 44 anos, foi aprovado por 61 dos 120 deputados, anunciou o vice-presidente do parlamento, Kujtim Shala. Os deputados do Vetevendosje (VV), partido nacionalista de esquerda de Albin Kurti que pedia novas eleições, boicotaram a sessão.

"Sinto-me responsável perante os deputados, os cidadãos e a constituição pelas tarefas que nos aguardam", disse o novo primeiro-ministro. Ele também relançou as negociações com a Sérvia que estão atualmente paradas.

A antiga província sérvia está em crise desde a queda do governo de coalizão formado pelo VV, vencedor das eleições legislativas de outubro, com o LDK em março.

Essas eleições marcaram a derrota histórica dos ex-combatentes da independência, que dominavam a vida política desde a independência desta antiga província sérvia, proclamada em 2008.

A coalizão VV-LDK, dois partidos que não têm muito em comum, entrou em colapso em março, depois de menos de dois meses no poder.

O LDK tomou a iniciativa de uma moção de censura em plena pandemia de coronavírus, motivada em parte pela pressão dos Estados Unidos, principal aliado do Kosovo, descontente com a política de Albin Kurti em relação à Sérvia.

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