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A Câmara dos Deputados que toma posse em 2015 será a mais pulverizada desde a redemocratização. Não apenas pelo número recorde de 28 agremiações partidárias com cadeiras na Casa. É que os partidos surgidos depois de 1990 nunca tiveram tanto espaço e poder. As novas siglas somarão 143 deputados federais - mais do que o dobro do que elegeram em 2010. Pela primeira vez, os partidos pós-Collor terão, juntos, a maior bancada da Câmara.

A pulverização do poder vai se traduzir em maior participação dos nanicos nas decisões do Congresso Nacional. Deverão ocupar posições importantes tanto na Mesa Diretora quanto nas comissões. A outra consequência é que o preço da governabilidade vai ficar mais caro. "Os 39 ministérios não serão suficientes para acomodar todo mundo", ironiza o professor Marco Antonio Teixeira, da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP).

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Para o governo isso é um problema político e aritmético. Embora quase nunca o líder governista possa contar com todos os votos dos partidos aliados, em tese ele alcançava maioria com a soma das bancadas eleitas em 2010 por PT, PMDB, PP, PDT e PR. Agora, essa soma está 51 cadeiras menor. Seus 225 deputados estão longe do número mágico de 257 votos, que equivale à maioria absoluta.

Ao ganho de poder dos emergentes corresponde uma perda de representação dos partidos históricos. Dentre aqueles que elegeram deputados na primeira eleição após o fim da ditadura, em 1986, quase todos ficarão menores.

Encolhimento. São os casos de PMDB, que elegeu 12 deputados federais a menos, do PT (menos 18), do PDT (menos 9), do PR (menos 7), do DEM (menos 21), do PP (menos 5) e PC do B (menos 5).

Outros dois não encolhem nem crescem: PSDB e PSB. Só o PTB crescerá: 4 deputados a mais. Mesmo assim, todas as siglas históricas serão menores do que já foram um dia, com exceção do PSB (34 deputados é seu recorde).

O PT reelegeu Dilma Rousseff presidente, mas teve, em 2014, seu pior desempenho na eleição para a Câmara dos Deputados desde 1998. A maior bancada petista foi a de 2002, na primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: 91 deputados - porque o então presidente puxou votos para o partido em todo o País.

Hoje, a ala petista é 23% menor do que aquela. Mas o problema não está só na base governista. É também da oposição.

Oposição

A bancada do PSDB está 45% menor do que chegou a ser em 1998. O auge dos tucanos foi na reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Desde então o partido entrou em declínio. Só parou de cair este ano por causa da boa votação do candidato da legenda à Presidência, Aécio Neves. O candidato a presidente não só puxa votos como "doa" alguns para a legenda de seu partido, por causa do erro de alguns eleitores ao votar.

A maior decadência, porém, continua sendo a do DEM. Quando se formou, em 1986, desgarrando-se do PDS, o então PFL elegeu 118 deputados. Nesta eleição, fez uma bancada 81% menor do que aquela: 22. Quando comungava o poder com o PSDB, o PFL/DEM chegou a eleger a maior bancada da Câmara dos Deputados, em 1998. Hoje é a 9ª.

Em números absolutos, o PMDB é o mais decadente. Elegeu quase duas centenas a menos de deputados do que em 1986, o ponto alto do partido. Porém, mesmo com uma bancada 75% menor do que aquela, os peemedebistas são favoritos para presidir a Câmara. Operando como "dono" de uma S/A, o líder do partido, Eduardo Cunha, deve alavancar os 66 votos do PMDB e transformá-los em maioria - por meio de alianças com outras siglas minoritárias (mais informações abaixo). Desafeto do Palácio do Planalto, Cunha foi lançado na semana passada pela bancada peemedebista para a presidência da Casa.

Para demonstrar sua força, impingiu uma derrota ao governo, em votação que anulou o decreto da presidente Dilma Rousseff que regulamentava a criação de conselhos populares. Editado no fim de maio, o decreto instituía a Política Nacional de Participação Social e o Sistema Nacional de Participação Social. O revés no Congresso, dois dias após a reeleição da petista, gerou preocupação do Palácio do Planalto com as propostas que impliquem custos ao governo em um momento em que tenta emitir sinais de credibilidade ao mercado.

Janela

Ao proibir o entra e sai de deputados nas legendas, o Supremo Tribunal Federal acertou de um lado e errou de outro, afirma o professor Marco Antonio Teixeira. O Supremo, segundo ele, deixou aberta a janela da criação de novos partidos para burlar a fidelidade partidária. Eles se multiplicaram desde então. Por isso, "a reforma política não é uma panaceia, mas uma necessidade", afirma o professor da FGV.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A partir de 2015 os estados brasileiros serão governados por mais partidos que em 2011. Os governadores eleitos este ano somam nove legendas diferentes, já em 2010 eles eram seis. O partido que mais elegeu foi o PMDB, políticos da legenda vão comandar sete estados. Na última eleição eles eram cinco.

Os peemedebistas eleitos foram Luiz Fernando Pezão (RJ) – que era vice de Sérgio Cabral e assumiu o governo no início deste ano –, Confúcio Moura (RO) e José Ivo Sartori (RS). Já estavam eleitos em primeiro turno Renan Filho (AL), Paulo Hartung (ES), Jackson Barreto (SE) e Marcelo Miranda (TO).

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O PT manteve cinco governadores. Dois deles confirmaram vitória no segundo turno: Camilo Santana (CE) e Tião Viana (AC) – este último reeleito. No primeiro turno, haviam sido eleitos Fernando Pimentel (MG), Rui Costa (BA) e Wellington Dias (PI). Quatro dos cinco governos petistas estão nas regiões Norte e Nordeste. Dois candidatos do PT à reeleição falharam nas urnas: Tarso Genro (RS) e Agnelo Queiroz (DF).

Já o PSDB sofreu baixas este ano. O partido havia feito oito governadores em 2010 e conseguiu apenas cinco triunfos em 2014. Quatro deles foram reeleições: Simão Jatene (PA) e Marconi Perillo (GO), no segundo turno, e Geraldo Alckmin (SP) e Beto Richa (PR), no primeiro. A única novidade tucana é Reinaldo Azambuja (MS). 

O PSB também caiu de seis governadores para três. Ricardo Coutinho (PB) se reelegeu em segundo turno e Rodrigo Rollemberg (DF) confirmou sua vitória na segunda etapa. Em Pernambuco, Paulo Câmara já havia vencido no primeiro turno. O PSB foi o partido que teve mais candidaturas à reeleição frustradas: foram três, com Renato Casagrande (ES), Camilo Capiberibe (AP) e Chico Rodrigues (RR).

As novidades

Um total de cinco partidos que não tinham governadores elegeram seus candidatos em 2014. Em três casos, foi a primeira vez da legenda. O PCdoB, com mais de 90 anos de existência, conquistou um histórico triunfo com Flávio Dino (MA), ainda no primeiro turno.

Dois partidos criados depois das eleições de 2010 chegaram ao poder: o PSD elegeu Robinson Faria (RN) e reelegeu Raimundo Colombo (SC) – que era filiado ao DEM quando conquistou seu primeiro mandato. O PROS venceu com o reeleito José Melo (AM), que era vice-governador de Omar Aziz e assumiu o mandato em 2014.

O PDT fez dois governadores: Waldez Góes (AP) e Pedro Taques (MT). Já o PP é o responsável pela única mulher eleita governadora em 2014: Suely Campos (RR).

Sem representação

Dois partidos que haviam feito chefes de Executivo estaduais há quatro anos não conseguiram vitórias em 2014. O DEM ficou sem eleger governadores pela primeira vez desde sua fundação, em 1985, como PFL. Em 2010 haviam sido dois, sendo que um deles, Raimundo Colombo (SC), migrou para o PSD durante o mandato e conquistou a reeleição pela nova sigla. O PMN também viu seu governador eleito em 2010 juntar-se ao PSD, e não elegeu ninguém agora.

Os dois principais partidos da Ucrânia favoráveis ao fortalecimento das relações com o Ocidente lideram as eleições parlamentares no país. Nesta segunda-feira (27), mais de um terço dos votos havia sido contabilizado e indicava que a Frente Popular, do primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk, e o partido do presidente Petro Poroshenko estavam vencendo nas urnas.

O bloco de Poroshenko contava com 21,5% do total de votos, enquanto o partido de Yatsenyuk estava pouco a frente, com 21,6%. Em terceiro lugar estava o partido Samopomich, representação recém-criada e que também apoia as ligações da Ucrânia com a Europa, com quase 11% dos votos.

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Se a votação prosseguir nessa tendência, as eleições levarão a uma revisão do Parlamento, que antes era dominado por apoiadores do ex-presidente deposto Viktor Yanukovych. Ainda assim, o partido de oposição, que especialistas consideram reunir parte do eleitorado ainda fiel a Yanukovych, tem uma presença forte nas urnas, com 9,8% dos votos.

Na Crimeia, região anexada pela Rússia em março, e em partes no leste do país, em especial Donetsk e Luhansk, as votações não ocorreram. A luta entre rebeldes separatistas e tropas do governo nestas áreas impediu que mais de três milhões de pessoas votassem, de modo que parece provável uma vitória de aliados do Ocidente para o Parlamento.

Observadores internacionais analisaram o processo eleitoral no país e devem fornecer uma avaliação preliminar já nesta segunda-feira. Fonte: Associated Press.

A fragmentação partidária recorde na Câmara dos Deputados gerou uma série de negociações entre as 28 legendas que saíram das urnas no dia 5 com pelo menos um deputado eleito. As conversas envolvem as possibilidades de fusões partidárias, quando dois partidos se juntam para criar uma nova legenda; incorporação, quando uma sigla passa a fazer parte de outra já existente; e a criação de blocos parlamentares.

Em comum, o objetivo de se fortalecerem para a próxima legislatura e, assim, disputar os principais os principais postos, como a Mesa Diretora e as presidências das comissões temáticas.

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Além disso, para o caso de fusão ou incorporação, o aumento da bancada é acompanhado pelo crescimento do tempo de TV e das cotas do Fundo Partidário.

Nove partidos (PTN,PRP, PSDC, PRTB, PEN, PTdoB, PSL, PMN, PTC e PHS) considerados nanicos e que elegeram cinco ou menos deputados tentam se unir em torno de uma bancada com 24 parlamentares, a 8.º maior da Casa, à frente de legendas tradicionais como DEM (22), PDT (19) e PPS (10).

"As negociações estão superaquecidas. Independentemente do presidente que seja eleito estamos todos negociando", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o presidente do PHS, Eduardo Machado. "É importante para ter força administrativa, ter um papel nas atividades parlamentares. Estando num bloco maior começamos a ter vida política", afirmou o presidente do PRP, Ovasco Resende. O grupo se reuniu ontem em São Paulo e um novo encontro para bater o martelo será realizado na próxima semana.

Com uma bancada com 25 deputados federais, integrantes do PTB também têm buscado se articular com outras legendas, entre elas o PROS, que caiu de 20 para 11 deputados federais. "Estamos analisando as possibilidades. O PDT e o PHS também sinalizaram para uma conversa conosco", afirmou o presidente do PTB, Benito Gama.

PS40

Dentre as fusões, o processo mais avançado é a do PSB com o PPS. As conversas começaram antes mesmo de Eduardo Campos lançar sua candidatura a presidente da República, mas foram suspensas depois da morte do ex-governador, em agosto,e retomadas depois da derrota da ex-ministra Marina Silva no primeiro turno da eleição presidencial.

Caso venham mesmo a se fundir, formariam a quarta maior bancada da Câmara, com 45 deputados, atrás apenas de PT, PMDB e PSDB. O novo partido poderá manter o nome de PSB ou passar a se chamar PS40.

Outro caso que voltou à tona com os resultados das eleições é a fusão do PSDB com o DEM, cujas chances de ocorrerem são maiores se a presidente Dilma Rousseff (PT) for reeleita. Isso porque o DEM elegeu 22 deputados.

Em 1998, quando ainda se chamava PFL, foram 105 eleitos. Junto com o PSDB formariam a maior bancada da Casa, com 76 deputados. "Tudo vai depender do resultado da eleição para o Palácio do Planalto. Mas não dá para termos 28 partidos. É uma fragmentação excessiva", afirmou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).

Se Aécio Neves (PSDB) vencer o pleito, a expectativa é de que, sendo base aliada, a sigla consiga ganhar força nos próximos anos, o que descartaria a necessidade de união. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A existência de coligações nas eleições para deputado federal - um subproduto do "mercado" do tempo de propaganda na TV - é uma das principais responsáveis pela fragmentação das bancadas partidárias na Câmara dos Deputados, fenômeno que atingiu níveis inéditos na eleição deste ano.

Cálculos feitos pelo Estadão Dados mostram que, se as coligações fossem proibidas, o número de partidos com assento na Câmara na próxima legislatura cairia de 28 pra 22.

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Além disso, haveria uma ampliação do peso dos maiores partidos. PMDB, PT e PSDB, que elegeram pouco mais de um terço dos deputados, ganhariam nada menos que 84 cadeiras e controlariam 53% da Casa. Dezoito partidos perderiam vagas sem a existência das coligações.

O principal beneficiado por essa mudança - já cogitada em discussões sobre reforma política - seria o PMDB: sua bancada cresceria de 66 eleitos para 102. O PT ficariam com 31 representantes a mais, passando de 70 para 101. E o PSDB, em vez de 54 deputados, elegeria 71.

Os números evidenciam que as alianças nas eleições para deputados são sempre um mau negócio para os partidos grandes e uma bênção para os médios e pequenos. O que leva então as maiores legendas a aceitar esse tipo de acordo?

Aí é que entra o fator tempo de televisão. A única forma de candidatos a governador ou presidente ampliarem sua presença no palanque eletrônico é fechar alianças com outros partidos, absorvendo, assim, o tempo de propaganda a que cada sigla tem direito. Como contrapartida, os nanicos costumam exigir que a aliança para o cargo majoritário se reproduza na disputa proporcional.

Isso acontece porque os partidos menores têm dificuldades para atingir o quociente eleitoral, número de votos necessários para ganhar uma vaga na Câmara. Sozinho, um partido só elege um deputado se sua lista de candidatos obtiver o equivalente ao dobro do quociente eleitoral. Em São Paulo, onde o quociente eleitoral foi de 299 mil votos, seriam necessários 600 mil votos para conquistar duas vagas, por exemplo.

A regra das coligações, porém, permite que esse total de votos seja obtido não apenas pelos partidos, mas também por coligações. Assim, tomando novamente o exemplo de São Paulo, uma legenda pode eleger dois representantes mesmo sem alcançar 600 mil votos - basta que sua coligação o faça.

Distorções

Além de contribuir com a fragmentação partidária, as coligações na eleição para deputado também geram distorções na representação da vontade do eleitor. Como é comum que elas sejam feitas sem critérios programáticos ou partidários, alguém pode votar em um partido de esquerda e ajudar a eleger um parlamentar de direita, ou vice-versa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fortalecido há dois anos por uma nova lei antitruste, que ampliou seu poder para julgar cartéis e analisar fusões de empresas, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) virou alvo de disputa política. O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que as três vagas abertas de conselheiros acirraram o embate entre os ministérios da Casa Civil, Fazenda e Justiça. E atraíram o interesse de partidos da base aliada do governo, como o PP e o PMDB, além do próprio PT.

O ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil, teria colocado uma das cadeiras do Cade como parte do loteamento partidário para garantir apoio à presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff. Ele teria cedido uma vaga no Cade ao Partido Progressista (PP) sem consultar o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), responsável por levar os currículos para a seleção de Dilma. Cabe à presidente escolher os conselheiros para posterior sabatina pelo Senado.

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O ministro Guido Mantega (Fazenda) também estaria tentando emplacar um nome ligado à sua pasta. A Fazenda participa do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC), que além do Cade é formado pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), órgão subordinado ao ministério. Mas a pasta econômica não tem poder sobre as decisões finais do plenário do tribunal. "Se a Fazenda não indica integrante do Banco Central, por que se interessa em interferir no Cade?", questiona uma fonte ligada ao SBDC.

Procurados, por meio de suas assessorias de imprensa, os ministérios da Fazenda, da Justiça e da Casa Civil não se manifestaram sobre o assunto até o fechamento desta edição.

Entre os nomes que circulam na área jurídica como o preferido da Fazenda está o do filho do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o advogado Diogo Coutinho. Ele é especialista em direito administrativo e professor da USP e da FGV-SP. Advogados da área de concorrência, contudo, acreditam que Diogo não aceitaria o posto enquanto o pai estiver à frente do banco estatal. "Todo mundo espera que a presidente Dilma escolha os novos conselheiros entre a academia e a burocracia do governo mesmo", observa o ex-conselheiro e sócio do Grinberg e Cordovil Advogados, Mauro Grinberg.

A partidarização da escolha dos conselheiros é criticada por outros antigos integrantes da Corte. "É natural que os ministérios indiquem nomes. A questão é se esses nomes serão técnicos, com experiência na área, ou se serão políticos", observa o ex-conselheiro e professor da FGV-SP, Paulo Furquim.

Segundo ele, o Cade sempre se notabilizou em relação a outros órgãos reguladores pela qualidade das indicações e não pode perder essa prerrogativa. Furquim lembra que o atual presidente do Cade, Vinícius Marques de Carvalho, foi ligado ao PT mas tinha formação na área - além de ter trabalhado no tribunal como servidor de gestão pública. Essas características, de acordo com Furquim, não implicaram em uma rejeição do mercado em relação a ele. "Seria um retrocesso muito grande satisfazer partidos da base sem se buscar manter o caráter técnico para aplicar a lei", considera.

Para Gesner de Oliveira, ex-presidente da Corte e sócio da consultoria GO Associados, a interferência política pode manchar decisões futuras do Cade. "Até agora prevaleceu o perfil técnico e é importante que continue assim", afirma. "O Cade é um órgão de Estado e não de governo", conclui. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As eleições deste ano acontecem no próximo dia 05 de outubro, mas muitos eleitores ainda ficam em dúvida sobre o que a legislação eleitoral permite fazer neste dia. Para ajudar o eleitor, o Portal LeiaJá destaca o que pode e o que não pode fazer no dia do pleito. 

O que é permitido? 

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- Manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por candidato, coligação ou partido político, sendo permitido o uso de bandeiras, broches, e adesivos. 

- O comércio pode abrir normalmente, desde que os funcionários possam exercer o direito do voto. 

O que não pode? 

- Entrar para a cabine de votação com: Máquina fotográfica, celular, filmadoras ou equipamentos de comunicação que possa comprometer o sigilo do voto. Esses materiais devem ficar na mesa receptora enquanto o eleitor estiver votando. 

- Transporte ilegal de eleitores

- Distribuição ou fornecimento ilegal dos eleitores

- Aglomeração de pessoas com roupas padronizadas e peças de propaganda até o termino do período de votação. 

- Servidores da Justiça Eleitoral, mesários e escriturários permanecerem dentro das seções eleitorais com roupas ou objetos que contenham propaganda de candidatos, partidos ou coligações. 

- Os ficais dos partidos não podem ficar nas seções com roupas padronizadas ou com o nome de candidatos, coligações ou partido. O fiscal deverá ser identificado apenas com crachás que contenham nome e a sigla do partido ou coligação. 

- É proibido propaganda política, comício ou reunião pública faltando quarenta e oito horas (2 dias) para o início da votação e após vinte e quatro horas após o termino da mesma.  

O que constitui o crime eleitoral? 

Os crimes eleitorais, no dia da eleição, são puníveis com prisão de seis meses a um ano, que podem ser revertidos em prestação de serviços comunitários no mesmo período de tempo e multa que pode variar entre R$5 mil e R$15 mil. Constituem crimes eleitorais:

- Realização de comícios, carreatas ou uso de alto-falentes e amplificadores. 

- Propaganda de boca de urna ou convocar eleitores. 

- Divulgação de propaganda política de partidos ou candidatos

- Compra de votos (pena de até 4 anos de prisão e pagamento de multa entre 5 e 15 mil reais)

- Impedir ou atrapalhar o voto (Prisão de até 6 meses e multa)

Fonte: Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que é preciso acabar com os “partidos laranjas” existentes no país. Segundo o líder mor petista, o Partido dos Trabalhadores irá realizar uma campanha para a criação um projeto de iniciativa popular para “acabar” com esse tipo de legenda. A declaração foi divulgada no site Instituto Lula.

“Iremos aos comércios, lojas, comícios. Pegar assinaturas para dar entradas em projetos de lei que possa mudar substancialmente a política brasileira. É preciso acabar com os partidos laranjas, com os partidos de aluguel, com os partidos que utilizam o seu tempo para fazer negócio”, explicou Lula.

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“É preciso que seja convocada uma constituinte exclusiva, para as pessoas que sejam eleitas tratem exclusivamente da reforma política, e na minha ideia essas pessoas depois não podem ser candidatas. É preciso que eles sejam eleitos só para fazer a reforma política”, completou.

De acordo com Lula, o financiamento de campanha tem ser pública. “É a forma mais honesta de você financiar uma campanha, e você não permitir que os empresários tenham uma influencia na eleição das pessoas. O financiamento privado deveria ser um crime inafiançável”, afirmou o líder petista.

Confira o vídeo na íntegra:

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), por meio da Comissão de Propaganda do Recife, realiza nesta terça-feira (15) uma reunião de orientação para os advogados dos partidos políticos. O encontro será comandado pelo juiz titular, Alexandre Freire Pimentel, e tratará da legislação sobre as propagandas das eleições deste ano.

A reunião será a partir das 10h na sede do órgão. 

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JOÃO PESSOA (PB) - O PSDB fechou, neste domingo (29), a chapa para as disputas das Eleições 2014. Em convenção que reuniu 13 partidos na coligação, foram definidos todos os nomes que irão compor a majoritária do partido.

O último a ser anunciado foi o presidente do PTB na Paraíba, Wilson Santiago. Ele irá buscar a vaga no senado, tendo como suplentes o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PEN), e Júlio Evangelista (PPS).

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O atual senador Cássio Cunha Lima será o candidato ao Governo do Estado, com o deputado federal Ruy Carneiro para vice-governador. Já o atual vice-governador, Rômulo Gouveia (PSD), será candidato a deputado federal, sendo oposição ao Governador Ricardo Coutinho (PSB).

Com os nomes divulgados, o PSDB afastou a possibilidade de aliança com o PMDB. Ao mesmo tempo, no domingo, o PMDB também anunciou a chapa para as eleições, mas ainda está aguardando apoio do PT.

O senador Vital do Rego Filho e o ex-governador Roberto Paulino são os candidatos ao Governo. Já o ex-prefeito de Campina Grande, que seria candidato a Governador, foi retirado pelo partido e anunciado como postulante a deputado federal. Enquanto isso, o PMDB espera o retorno do Partido dos Trabalhadores à coligação para ter Lucélio Cartaxo para o senado, mas o PT já assinalou que irá continuar com o PSB, mesmo com o diretório nacional não querendo.

O PSB, o PT e o PP, do ex-ministro das Cidades e deputado federal Aguinaldo Ribeiro, irão realizar suas convenções finais nesta segunda-feira (30). O prazo para definições seguem até o próximo sábado (5).

A quatro dias da data limite definida pela Justiça Eleitoral para os partidos definirem seus candidatos aos cargos a presidente e vice-presidente da República ou que nomes vão defender no pleito de outubro, mais de dez partidos ainda vão realizar suas convenções nacionais. Indicações do partido para candidatos a governador e vice-governador, senador e respectivos suplentes, deputados federais, estaduais e distritais também precisam ser definidos nesse período.

No último dia de prazo, na segunda-feira (30), o Democratas (DEM) se reúne no Hotel Gran Bittar, em Brasília. Na convenção do partido, tucanos aliados históricos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aécio Neves, candidato à presidência pelo PSDB, já confirmaram presença ao lado do presidente nacional do DEM , senador José Agripino (RN), do prefeito de Salvador, ACM Neto e do líder na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE).

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Hoje, o PRP deve anunciar o resultado da votação na convenção nacional que ocorre na sede do partido, em São José do Rio Preto (SP). Amanhã (27) será a vez do PTB que marcou convenção nacional em Salvador. A Executiva Nacional do partido já anunciou no último sábado (21) que vai integrar a aliança em favor do candidato do PSDB à presidência, senador Aécio Neves. Também amanhã o PRB reunirá os convencionais na sede do partido em São Paulo e o PCdoB, em Brasília. Este último deve reiteirar o apoio ao atual governo e a expectativa é de que a presidenta Dilma Rousseff que tem participado das reuniões de todos os partidos que declararam apoio à sua reeleição ao lado do vice Michel Temer vá ao encontro, no auditório da Câmara dos Deputados.

Sábado (28), será a vez do PSB oficializar as candidaturas do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e da ex-senadora Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília. O encontro será conjunto com PPS, Rede, PPL e PHS, que também apoiam a chapa Campos e Marina.

As convenções nacionais do PTC e PSDC ocorrem no domingo (29), em Salvador e na cidade de Paraíso, em São Paulo, respectivamente. Após o período de convenções os candidatos, os partidos políticos e coligações têm até 5 de julho para pedir o registro para as eleições de outubro.

O conselho partidário da Frente Popular de Pernambuco realiza a primeira reunião nesta quinta-feira (26). O grupo será comandado pelo candidato a vice-governador na chapa, deputado federal Raul Henry (PMDB), e foi criado para integrar os vinte partidos que compõem a coligação, reduzindo assim as insatisfações da base aliada. 

O encontro desta quinta também contará com a participação do candidato a governador, Paulo Câmara (PSB). Segundo ele, o formato de atuação do conselho ainda está sendo organizado pela coordenação da campanha. “A coordenação está fechando ainda o formato. O conselho é para ter a participação dos partidos políticos como um canal de diálogo e ações, vamos precisar de todos nos ajudando. Temos estratégias com os partidos para a nossa campanha”, adiantou  o socialista. 

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Sobre as insatisfações antes divulgadas por partidos como o PPS e o PR, o candidato afirmou que agora é hora deles contribuírem ainda mais. “O plano de governo está em construção, um dos assuntos da reunião de amanhã é mostrar as diretrizes que já tomamos e vê como agora eles vão contribuir”, pontuou Câmara. 

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) reúne desde essa terça-feira (3), representantes de 24 partidos políticos, além de advogados e funcionários da Assembleia Legislativa de Pernambuco para tratar sobre a prestação de contas eleitorais para o pleito deste ano. As orientações do órgão seguem até esta quarta (4), onde abordarão também o registro de candidatura.

Entre os assuntos debatidos os filiados a partidos políticos puderam conhecer as normas legais e aspectos formais do processo de prestação de contas das Eleições 2014, bem como as principais mudanças em relação a 2012. Além disso, as particularidades da Resolução 23.406 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os sistemas informatizados que serão utilizados neste ano também estiveram em pauta. Já hoje a pauta do encontro debaterá o registro de candidatura

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O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) realizará nos próximos dias 3 e 4 de junho reuniões com membros de partidos políticos no Estado para tratar das eleições 2014. Os temas serão abordados pelas Secretarias de Controle Interno (SCI) e Judiciária (SJ) e tem o objetivo de orientar os filiados sobre as normas e exigências da Justiça Eleitoral. 

Entre os assuntos a serem discutidos pelo TRE-PE estão às prestações de contas de partidos, comitês financeiros e candidatos das eleições 2014, apresentação do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), assuntos relacionados ao registro de candidaturas para o pleito deste ano, além do resumo da legislação e apresentação do Sistema de Candidatura, módulo externo (Candesx), necessário para cadastro e encaminhamento dos pedidos de registro de candidatos.

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As reuniões são destinadas aos integrantes de legendas que ficarão responsáveis pelo manuseio dos sistemas eleitorais supracitados. O evento da terça-feira (3), será realizado das 8h às 12h e das 13h às 17h, já na quarta (4), se iniciará a partir às 8h30, mas segue os horários do dia anterior.

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Em ano de eleição as esferas políticas tendem a mudar. Uma dessas alternâncias será na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), porém dos 49 deputados estaduais que atuam na Casa Legislativa, 39 desejam ser reeleitos e permanecer operando no âmbito estadual. Dentre esses, o partido com mais representativa no Palácio Joaquim Nabuco é o do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Só do PSB são 14 parlamentares na corrida eleitoral contra as demais legendas. 

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Apesar de a maioria desejar continuar na Alepe alguns deputados seguem rumos federais, outros ainda estão indecisos e poucos não disputarão às eleições nesse ano como os parlamentares Botafogo Filho (PDT) e Leonardo Dias (PSB).

Dos que buscam a reeleição, alguns nomes são veteranos na vida política e já atuaram, por exemplo, na gestão do governo estadual, principalmente os do PSB que somam 14: Adalton Santos, Aglaison Júnior, Aluísio Lessa, André Campos, Ângelo Ferreira, Clodoaldo Magalhães, Diogo Moraes, Francismar Pontes, Laura Gomes, Marcantônio Dourado, Raimundo Pimentel, Raquel Lyra, Vinicius Labanca e Waldemar Borges. 

Tirando os socialistas, outras 13 legendas também estarão no páreo em busca de reconfirmarem a vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco. O PT da presidente Dilma Rousseff (PT) fica em segundo lugar no ranking de representatividade com os deputados Sérgio Leite, Manoel Santos, Teresa Leitão e Odacy Amorim.  

Em terceiro lugar ficaram o PTB do senador Armando Monteiro com os políticos Sílvio Costa Filho, Júlio Cavalcanti e Augusto César, o PSDB do senador Aécio Neves com os parlamentares Terezinha Nunes, Eduardo Porto e Antônio Moraes, o PMDB do senador Jarbas Vasconcelos com Ricardo Costa, Gustavo Negromonte e Tony Gel e o PP do deputado federal Eduardo da Fonte, representados por Zé Maurício, Everaldo Cabral e Pastor Cleiton Collins. Este último deverá contar também com apoio da classe evangélica. 

Outras legendas possuem menos deputados, mas não tiram seus méritos diante da disputa. Com dois futuros postulantes seguem o PR e o PDT. O primeiro tem os nomes de Alberto Feitosa e Henrique Queiroz. Já entre os pedetistas o presidente da Alepe, Guilherme Uchoa e Pedro Serafim Neto são os nomes já colocados para a disputa.  

Além desses, seis partidos terão apenas uma representatividade na corrida eleitoral do próximo dia 5 de outubro. No DEM, a disputa terá Maviael Cavalcanti. No PMN e PTC, haverá Ramos e Eriberto Medeiros, respectivamente. Já no PSD Rodrigo Novaes será o responsável pela reeleição e no PRP o incumbido é Rildo Braz. 

Com atuações políticas há quase quatro anos e muitos deles participantes de Comissões Parlamentares importantes no Palácio Joaquim Nabuco, os pré-candidatos deverão ter campanhas à reeleição intensas e também, formarão palanques aos demais postulantes ao Governo do Estado, ao Senado e até à presidência da República. Fora isso, os políticos concorrerão entre si e entre os novos nomes que já estão sendo postos para a disputa como os dos vereadores Osmar Ricardo (PT), Priscila Krause (DEM) e Aline Mariano (PSDB).

Diante da perspectiva de perderem o seu bem mais precioso, o tempo de TV, em razão das novas regras impostas pela minirreforma eleitoral aprovada pelo Congresso em outubro do ano passado, os partidos "nanicos" prometem reagir nos tribunais. "Nós vamos entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) no Supremo Tribunal Federal (STF). Defenderemos o direito adquirido", afirma Levy Fidelix, presidente do PRTB e pré-candidato à Presidência.

Apesar de dizer que seu partido "deixará de ser pequeno para virar médio" na eleição deste ano, quando projeta saltar de 2 para 12 deputados federais, o dirigente defenderá que as novas regras sejam válidas apenas para os novos partidos. "Não acredito que essa regra vai valer para esta eleição, mas na próxima é a Rede (Sustentabilidade) da Marina que será prejudicada", pontua Fidelix.

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É justamente aí que reside a preocupação dos "marineiros". Para os aliados da ex-ministra do Meio Ambiente, que disputará a eleição como vice de Eduardo Campos pelo PSB, mas ainda mantém o projeto de criar um partido próprio, a minirreforma foi feita sob medida para prejudicar a Rede.

"Isso vai impactar profundamente o processo de criação do partido. Essa foi uma ação feita para nos prejudicar", diz o ex-deputado Walter Feldman, um dos principais operadores políticos do grupo da ex-ministra Marina Silva.

Feldman revela que a Rede também pretende entrar com uma ADIN, mas com outra linha de argumentação. "Vamos pedir isonomia em relação a outros partidos criados recentemente, como o Solidariedade e o PSD. Eles foram beneficiados, mas nós recebemos um tratamento diferente", diz. "A Rede foi a única vítima da minirreforma", completa.

Desestímulo

A avaliação dos aliados de Marina Silva é que essa mudança impediria a migração para a Rede de parlamentares eleitos por outras siglas. Com isso, os novos partidos teriam caráter apenas doutrinário e ficariam praticamente alijados das próximas disputas eleitorais.

Outro partido que pretende se insurgir contra a mudança é o PSOL. O argumento nesse caso é que a minirreforma foi feita para impedir os partidos de aluguel, mas vai acabar por prejudicar os chamados "partidos ideológicos".

"Essa mudança revolta pelo casuísmo. Vamos tentar reverter isso e mobilizar outros partidos", diz Luís Araújo, presidente nacional do PSOL. Assim como o PRTB e a Rede, ele diz que a legenda também recorrerá à Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os 32 partidos políticos brasileiros devem encaminhar até esta segunda-feira (14), à Corte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a relação atualizada de seus filiados. A exigência faz parte da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/1995) e o documento enviado deve conter a data de filiação e o número dos títulos e das seções eleitorais em que os filiados foram registrados. 

Para emitir a lista que deve ser disponibilizada todos os anos para a Justiça Eleitoral, os partidos encaminham as informações através do sistemaFiliaweb, aplicativo que permite a interação on-line com o Sistema de Filiação Partidária.

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Verificação - De 15 a 21 de abril, o TSE procederá à identificação das duplicidades de filiação partidária e destacará as pessoas que figuram no sistema como ligadas a mais de uma legenda. Após concluir esse procedimento, o Tribunal publicará na internet as relações oficiais de cidadãos filiados até 22 de abril.

Caso a relação de filiados não seja enviada pelos partidos até o prazo fixado no provimento da Corregedoria-Geral Eleitoral, a filiação constante na última relação remetida à Justiça Eleitoral permanecerá inalterada. Para concorrer a um cargo eletivo em 5 de outubro deste ano, o candidato tem de estar filiado à legenda pela qual pretende concorrer há pelo menos um ano antes do pleito. 

Filiados – De acordo com a última listagem entregue à Justiça Eleitoral em outubro do ano passado, foram contabilizados 15.264.775 eleitores filiados a partidos políticos. Neste mesmo documento, entre as legendas brasileiras, o PMDB é o partido com mais filiados até agora com 2.355.183 (15,42%) inscritos. O Partido dos Trabalhadores (PT) ocupa a segunda posição, com 1.589.574 (10,41%) filiados. 

Já as agremiações que têm o menor número de inscritos são as duas que conseguiram o registro no TSE em 24 de setembro de 2013: o Solidariedade conta com 4.808 (0,031%) filiados e o Partido Republicano da Ordem Social (PROS) filiou 4.461 (0,029%) eleitores.

O vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, admitiu nesta quinta-feira, 10, que nos programas partidários as legendas estão aproveitando para apresentar seus pré-candidatos à Presidência da República - apesar de a legislação vedar essa prática. De acordo com Aragão, como todos estão fazendo, "há um equilíbrio" e o Ministério Público não deverá travar o debate. No Brasil, a campanha eleitoral é permitida a partir de julho.

"Eduardo Campos (PSB) tem aparecido, Aécio Neves (PSDB) tem aparecido. Dilma (PT) tem aparecido. Ainda não apareceu o Randolfe (Rodrigues) porque me parece que ainda não houve a inserção do PSOL. Mas eles todos têm aparecido", observou o vice-procurador. Para Aragão, há um equilíbrio entre os candidatos. Mesmo assim, o vice-procurador disse que o Ministério Público Eleitoral "fica de olho". Mas, segundo ele, ao analisar representações sobre supostas propagandas antecipadas de candidatos, a conclusão foi de que "não tinha abuso que fizesse com que um estivesse em vantagem diante do outro".

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"Se a gente age nessa hora, corre o perigo de a gente estar travando o debate político", disse. Para ele, as pessoas querem saber quem são os candidatos. "Candidatos não se fazem da noite para o dia", afirmou. "Candidatos nascem a partir de um debate nacional. É normal que as pessoas se apresentem." Aragão disse que os integrantes do Ministério Público estão atentos às propagandas institucionais feitas pelos governos. Segundo ele, como no Brasil é possível a reeleição sem desincompatibilização do cargo, é necessário "ter cuidado" para verificar se não há vantagem para quem está no poder. No entanto, conforme o vice-procurador, não foi encontrado até agora nenhum abuso no âmbito da campanha presidencial.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reclamou de resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que limitou as possibilidades de investigação de crimes eleitorais pelo Ministério Público. Pela resolução aprovada no final de 2013 pelo TSE, promotores e procuradores terão de pedir autorização à Justiça para abrir investigações sobre delitos eleitores, como caixa dois, compra de votos e abuso de poder. "Preocupa e preocupa muito. Porque essa decisão limita de forma expressiva a atuação do MP. Tolhe um instrumento que temos para apurar eventuais ilícitos. O Ministério Público nunca foi refratário a controle. O juiz tem que participar desse processo, como juiz de garantia, controlando o MP e garantindo ao cidadão a licitude da investigação. Agora, não pode o MP ficar submetido à vontade do juiz, se pode ou não pode investigar", disse Janot.

Com 83 milhões de brasileiros acessando a internet, segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o estrondoso impacto das redes sociais nas manifestações populares de junho e julho no ano passado, 2014 é o ano que consolidará nas eleições brasileiras a importância do marketing político digital. "A presidente Dilma e os outros candidatos que concorrem à Presidência - o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador Eduardo Campos (PSB) - já começaram a se organizar. Há uma necessidade de se comunicar com essa juventude", avalia o sociólogo e consultor de marketing político, Mauro de Lima.

Na avaliação do PSDB, que recentemente lançou o portal www.mineirobrasileiroaecio.com.br, projetado para ser a plataforma de convergência das mídias digitais da campanha do senador mineiro, há um contingente de cerca de 30 a 40 milhões de brasileiros nas redes sociais que não estão vinculados ou não gostam de política. Xico Graziano, responsável pela área de internet da campanha tucana nessas eleições, diz que o desafio é transformar a estratégia digital em votos, inserindo no mundo político essas pessoas que reivindicam mudanças e transformações no País. "As pessoas querem participar do destino do Brasil e não conseguem, o desafio é atingir esses jovens insatisfeitos que não se dispõem a participar do projeto político."

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E as redes sociais são a aposta dos partidos para o diálogo com esses eleitores. Um dos casos bem sucedidos nesse campo, lembrados na pré-campanha deste ano até pelos opositores, é o da ex-senadora Marina Silva na eleição presidencial de 2010. Naquele pleito, com pouco mais de um minuto no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, Marina obteve cerca de 20 milhões de votos. O então o coordenador de Mídia Digital da campanha de Marina, Caio Túlio Costa, reconheceu que a internet teve papel decisivo na performance da candidata e representou o maior diferencial naquela campanha presidencial, pois foi uma ferramenta imprescindível na disseminação de suas ideias, com papel estratégico na composição do volume expressivo de votos que a ex-senadora teve no primeiro turno.

O PT é um dos partidos que investem firme nessa área e, na semana passada, anunciou um evento dedicado a treinar a militância do partido, sem estar oficialmente relacionado às eleições. O próprio presidente estadual da sigla, Emídio de Souza admitiu, contudo, que as atividades de oficina serão muito úteis como modelo para as campanhas e quaisquer atividades futuras do PT. Inspirado na Campus Party, o Camping Digital ocorrerá no meio do feriado de Páscoa, de 18 a 20 de abril, em São José dos Campos, no interior paulista. Terá oficinas sobre tecnologia, inovação e redes sociais. Gratuito e aberto, o evento foi idealizado para atrair o maior número possível de partidários e simpatizantes do PT, que vão acampar ao longo dos três dias.

Gatilho

Antes canais de mero apoio para as estratégias de comunicação dos partidos, redes como Facebook, Twitter e blogs passam a contar nesta campanha com iniciativas próprias, envolvendo principalmente futuros candidatos a disputas majoritárias e configurando a tendência. Para Mauro de Lima, as manifestações de rua de 2013 foram um gatilho importante, bem como os chamados "rolezinhos" . Referências que também foram apontadas pelo cientista político e professor do Insper, Humberto Dantas. "É uma tendência, inclusive porque o Brasil parou via internet em 2013 e os políticos querem saber como pensam essas pessoas (que se manifestaram nas ruas)", disse Dantas.

O presidenciável Eduardo Campos tem usado o microblogging do Twitter para dar entrevistas abertas aos internautas. Com a hashtag #EduardoResponde, o pessebista falou, no dia 7 de fevereiro, sobre propostas para saúde, política de incentivo à indústria e combate à corrupção, entre outros temas. E apesar de ter a ex-senadora Marina Silva ao seu lado neste pleito - ela deve ser vice em sua chapa majoritária - um dos principais colaboradores da ex-senadora na área da internet, Maurício Bruzadin, foi escalado para trabalhar com os tucanos nessas eleições.

Dilma

A própria presidente Dilma Rousseff já tinha usado recurso semelhante ao de Campos no ano passado, porém de forma mais reservada. Dilma cedeu a entrevista via Twitter somente à personagem "Dilma Bolada", paródia criada por Jeferson Monteiro e que ganhou fama com posições simpáticas ao governo da presidente. Monteiro e Dilma tuitaram lado a lado, por cerca de uma hora no Palácio do Planalto, no dia 27 de setembro. À época, a entrevista trouxe críticas da presidente à reportagem da revista "The Economist" que atacou a economia brasileira. Falou ainda da espionagem norte-americana e de programas do governo, como o Mais Médicos. A ação marcou a volta de Dilma ao Twitter, já que sua conta estava inativa desde 2010.

Apesar de toda essa movimentação, os especialistas ressaltam que é importante ter consciência de que a estratégia digital na campanha brasileira é ainda algo muito incipiente no Brasil, pois as redes sociais são ainda um meio novo na política mundial. "É um território de incertezas e precisamos lembrar que importamos a ideia (dos EUA), mas não importamos os eleitores", disse Humberto Dantas. Mauro de Lima também ressalva que o movimento de estratégias elaboradas para as redes ainda é fraco no País. "Quando falamos em estratégia de comunicação política para redes sociais, candidatos no Brasil ainda estão engatinhando, ainda está muito desorganizado". (Colaborou Elizabeth Lopes)

Conforme prevê a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que trata do calendário eleitoral e na própria Lei das Eleições, os partidos políticos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Ministério Público poderão consultar, a partir da próxima segunda-feira (7), todos os programas de computador de propriedade do TSE, utilizados nas urnas eletrônicas, para os processos de votação. A análise também se entende aos processos de apuração e totalização durante as Eleições Gerais de 2014. 

As regras do sistema eleitoral são implementadas por meio de programas de computador construídos numa linguagem chamada de “código-fonte” e durante  meses antes das eleições os códigos ficam disponíveis para que os partidos políticos, Ministério Público e a OAB possam verificar se o sistema está, de fato, funcionando corretamente. 

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Lacração - A conferência dos programas a serem instalados na urna e iniciados na próxima segunda pode ser feita até a cerimônia de assinatura e lacração dos sistemas eleitorais, marcada para ocorrer 20 dias antes das eleições.

A vedação tem o intuito de transformar os conteúdos programáticos na linguagem de máquina, lacrando os originais que são guardados no cofre, e posteriormente, cópias são distribuídas aos Tribunais Regionais Eleitorais para fazer as eleições. 

Transcorrida a eleição, os partidos políticos ainda poderão verificar, por meio de agendamento, os códigos-fonte da urna na sala aberta para essa finalidade. A fiscalização é realizada no terceiro andar do edifício sede do TSE, em Brasília e poderá ser feita até o próximo processo eleitoral.

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