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A defesa da ex-deputada federal Flordelis, que está presa pela morte do seu marido, o pastor Anderson do Carmo, em 2019, afirma que a pastora foi torturada e extorquida por agentes penitenciários. Os advogados apontam que as chantagens começaram após ela ser flagrada usando celular na cela em maio deste ano.

Cinco meses depois, a ex-deputada foi flagrada com dinheiro escondido na genitália e ainda confrontado a direção do presídio sobre a falta de segurança na unidade, denunciando dois agentes penitenciários. A defesa alega que, após o registro, Flordelis teria sido agredida na cadeia. 

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"Ela foi flagrada com um dinheiro na genitália para dar aos guardas que a chantageavam. Quando foi levada à direção, ela questiona a falta de segurança e informa quem estava a extorquindo. Fomos no dia seguinte entender o que estava acontecendo e vimos ela andando torta, fazendo cara de dor. Ao nos encontrar ela começa a chorar e quando pedimos para ela levantar a camisa vimos que ela estava com várias marcas roxas, hematomas e queimaduras de cigarro", diz Janira Rocha, uma das advogadas da ex-deputada.

A defesa da acusada alega que um procedimento interno foi instaurado para apurar os fatos e os dois agentes foram transferidos para outra unidade prisional. Flordelis e outros três réus irão a julgamento pelo assassinato de Anderson nesta segunda-feira (7).

O cabo da Polícia Militar, Vitor da Silva Lopes, de 37 anos, atirou contra Davi Augusto de Souza, de 40 anos, durante cerimônia religiosa no Templo da Congregação Cristã no Brasil, em Goiânia, na quarta-feira (31). O disparo ocorreu após uma discussão política em que um pastor da igreja pregou contra partidos políticos de esquerda, segundo testemunhas. 

O tiro atingiu a perna do assessor empresarial Davi Augusto de Souza, que foi encaminhado ao Hospital de Urgências de Goiânia e precisou passar por cirurgia. O cabo da PM, no entanto, se apresentou em uma delegacia e foi liberado após prestar depoimento. 

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A família da vítima informou que as discussões entre os fiés teriam iniciado há cerca de um mês, depois que ele o irmão, Daniel Augusto de Souza, passaram a se posicionar contra as falas políticas do líder religioso, pois o pastor começou a pedir para que os integrantes da Congregação não votem em partidos “vermelhos”.

“Meu irmão saiu para beber água e o policial também. Do lado de fora, meu irmão, o policial e outra pessoa começaram um debate sobre quem da igreja apoia ou não o governo, que os membros não deveriam votar na esquerda, como indicaram os líderes”, relatou o irmão. 

De acordo com a Polícia Civil, a ocorrência foi registrada como agressão por arma de fogo e lesão corporal culposa (quando não há intenção de machucar a pessoa agredida). 

“Os indivíduos tentaram entrar em luta corporal com o policial que, para se desvencilhar de um deles, efetuou um disparo que alvejou a perna do envolvido”, diz o documento. 

Em nota, a PMGO informou que um inquérito administrativo para investigar o agente foi instaurado, e destacou que “o policial militar apresentou de forma espontânea na delegacia de polícia civil para os procedimentos cabíveis”. 

 

Denúncia

Daniel Augusto contou, ainda, que a briga e o tiro foram resultado da entrada da política na igreja, que começou há algumas semanas. “O problema foi a entrada da política na igreja, que começou com essa guerra entre quem apoia ou não o governo. Um líder começou a fazer política durante um culto e dizer que os membros não deveriam votar em candidatos de esquerda, que chamou de ‘vermelhos’”, explicou. 

Frequentadores da Congregação Cristã do Brasil em Goiânia relataram que os pastores do templo utilizam o palanque para defender a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e atacar candidaturas de esquerda. 

O Conselho Administrativo da Congregação chegou a publicar uma circular “Eleições 2022”, no dia 11 de agosto, a qual orientava os fiéis a “não votar em candidatos ou partidos políticos cujo programa de governo seja contrário aos valores e princípios cristãos ou proponham a desconstrução das famílias no modelo instruído na palavra de Deus, isto é, casamento entre homem e mulher”. 

Durante uma live para os seus seguidores, o bispo Edir Macedo, 77 anos, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, sugeriu que os fiéis doassem os seus bens para a igreja antes de morrerem. 

“Você, meu amigo, minha amiga, senhor, senhora, pessoas que tenham bens, propriedades, que tenham riquezas, preste atenção, se você quer fazer algo que agrade a Deus, que vá beneficiar outras pessoas, antes de você morrer, antes de você passar para a eternidade, deixe o que você tem para a igreja”, disse o evangélico.

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"Tudo que supostamente é meu, não é meu, não tenho nada. Já está preparado para dar continuidade nesse trabalho de evangelização. Deus se agrada dessa oferta", completou Macedo.

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Investigado por corrupção, tráfico de influência e outros crimes, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro tentou dar um cargo para um dos pastores que operavam o "gabinete paralelo" no MEC e ignorou alertas de funcionários sobre o "comportamento estranho" de Arilton Moura e Gilmar Santos, segundo depoimentos de servidores à Controladoria-Geral da União (CGU). Com amplos poderes no MEC, a dupla cooptou um servidor do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para agilizar a liberação de recursos. O suposto suborno do funcionário foi pago com uma moto.

A existência do gabinete paralelo foi revelada pelo Estadão em março. Prefeitos denunciaram ao jornal cobrança de propina feita pelos pastores em dinheiro, bíblias e até em barra de ouro para liberar verbas da pasta. A atuação irregular dos pastores foi confirmada por depoimentos colhidos pela CGU após o Estadão dar detalhes de como agiam os religiosos.

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O FNDE concentra a maior fatia de recursos destinados a investimentos em educação e é presidido por Marcelo Ponte. Ele chegou ao cargo por indicação do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, de quem foi chefe de gabinete. Relatório da CGU registra relato de Ponte ao atual ministro da Educação, Victor Godoy. Segundo o parecer, um servidor do FNDE identificado como "João" ganhou uma motocicleta do pastor Moura. O funcionário foi exonerado e o caso é investigado pela CGU.

Os pastores não tinham vínculos com a administração pública nem com o setor de ensino e facilitavam o acesso de prefeitos ao então ministro. A dupla participava de agendas fechadas para discutir o uso de recursos destinados à educação. A relação de Ribeiro com os religiosos era tão próxima que, no ano passado, o então ministro quis nomear Arilton Moura em um cargo no MEC.

A ideia inicial era que o religioso ocupasse um posto no gabinete de Ribeiro. Como não havia vaga, Victor Godoy - à época, secretário executivo da pasta - ofereceu uma posição em sua área com salário de R$ 10.373,30. Moura ficou "descontente com a remuneração", externou sua insatisfação na frente de servidores e solicitou posto "com melhor vencimento".

Solução

A nomeação do pastor Arilton Moura foi barrada pela Casa Civil. Relatório da CGU não esclarece o motivo do impedimento. A solução encontrada pelos pastores foi a nomeação do advogado Luciano Musse. O chefe de gabinete do ministro da Educação, Djaci Vieira de Sousa, relatou que já se sabia internamente que Musse tinha feito parte da comitiva dos pastores.

Antes de ocupar o cargo no MEC, Musse acompanhava os religiosos em agendas no gabinete de Ribeiro. No dia 6 de janeiro de 2021, os registros oficiais da pasta mostram uma "visita de cortesia" de Moura em que ele estava acompanhado pelo advogado. Em ao menos outras quatro agendas oficiais, a presença de Musse como integrante da comitiva dos pastores também foi registrada.

Servidores do gabinete do ministro afirmaram à CGU que alertaram Ribeiro sobre o "comportamento estranho" dos religiosos e relataram "desconforto" com as idas frequentes da dupla à pasta. A chefe da assessoria de agenda do gabinete do ministro da Educação, Mychelle Braga, disse que "nenhuma pessoa ou outra autoridade esteve naquelas dependências com a frequência do pastor Arilton". Outra servidora listou eventos oficiais em que os pastores eram os "protagonistas", já que eram eles que marcavam os compromissos e intermediavam o contato com prefeitos.

Segundo o ex-assessor do MEC Albério Júnior Rodrigues de Lima, a partir de maio de 2021, Ribeiro "concedeu espaço ainda mais privilegiado à dupla, quando passou a recebê-los em sua própria residência". "Sua presença (Moura) no gabinete era tão frequente que chegava a ponto de atrapalhar os assessores ao despachar assuntos técnicos com o ministro", registra o relatório.

Um dos relatos narra que, em maio do ano passado, um homem identificado como "Evilásio" ligou para o gabinete de Ribeiro e pediu para falar com o "assessor do ministro da Educação Arilton Moura". Como o pastor não era servidor público, um dos subordinados do ministro quis tirar a prova. Ligou de volta para Evilásio e descobriu que o pastor havia entrado em contato com ele, propondo a construção de uma escola em um assentamento na periferia do Distrito Federal.

Alívio

O assunto foi levado a Ribeiro. O então ministro foi alertado pela assessoria de que os pastores poderiam estar falando em nome do MEC. "A partir dessa conversa, o sr. Arilton deixou de comparecer ao gabinete do ministro, trazendo alívio a ele e aos demais assessores, que compartilhavam das mesmas impressões e angústias quanto à atuação duvidosa dos pastores", diz o relatório.

O "alívio" não durou muito. Mais tarde os assessores descobriram que Ribeiro passou a receber os pastores em sua residência em Brasília. Dois meses depois de ter sido alertado pela assessoria, os religiosos voltaram a frequentar o MEC. Um dos assessores que tinham feito o alerta pediu exoneração do cargo quando percebeu que a atuação dos pastores tinha a chancela de Ribeiro.

A defesa do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro sustenta que nem o aliado do presidente Jair Bolsonaro "nem ninguém tinha e/ou tem poder para favorecer pessoas, cidades ou Estados porque há todo um procedimento formal que regula o andamento e avaliação dos benefícios pretendidos". Em nota divulgada ontem os advogados Daniel Bialski e Bruno Garcia Borragine ainda reiteram a alegação de que, assim que tomou conhecimento das denúncias, Ribeiro levou o caso à CGU.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a interferência do presidente Jair Bolsonaro em casos de corrupção no Ministério da Educação (MEC) pode ser instaurada nesta terça-feira (28). A abertura da CPI do MEC ganhou força após a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro e de pastores ligados ao esquema investigado pela Polícia Federal.

O anúncio foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), mas aliados do presidente querem que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atenda a pedidos de investigações protocolados anteriormente contra as gestões do PT. 

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Para barrar a instauração da CPI do MEC, o grupo do presidente Bolsonaro tenta convencer parlamentares do Centrão a mudar o voto e, caso não consigam impedi-la, estudam levar o caso à Justiça, segundo o Uol.

"De todos os presidentes que já passaram pela condução desta Casa, o presidente Rodrigo Pacheco se distingue por ser um dos mais obedientes ao texto da Constituição, até por sua formação jurídica. Então, eu tenho confiança nisso, o presidente sabe muito bem que a CPI é um direito constitucional de minoria", afirmou Randolfe.

Os áudios que a PF teve acesso indicam que o governo Bolsonaro libera recursos a Prefeituras indicadas pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura Correia, que não tem cargos no MEC. Conforme a lista encabeçada por Randolfe, 28 nomes já assinaram pela abertura do processo, que precisa de 27 nomes para ser protocolado.

Pacheco reforçou que as denúncias contra o governo foram graves, contudo, não escondeu que a proximidade das eleições pode atrapalhar os trabalhos da CPI. "O fato de se estar num momento muito próximo das eleições acaba prejudicando, sim, o trabalho dessa ou qualquer outra CPI que venha a ser instaurada", disse na semana passada.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, o pastor Orisvaldo Nunes de Lima, presidente da Assembleia de Deus em Alagoas, surge pregando o relato de um suposto encontro com uma fiel, também assembleiana. Na lembrança, Orisvaldo diz ter encontrado uma “irmã” em um shopping center e notou que ela usava uma vestimenta proibida pela doutrina da denominação religiosa. O relato foi feito durante um Culto de Doutrina e publicado em páginas de conteúdo cristão. 

O ministro disse que, ao ver a irmã, ficou abismado pelo fato dela usar um short curto. No encontro, o pastor também revelou que o marido estava presente, e ainda cumprimentou com a 'Paz do Senhor'. 

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"Irmão, hoje em dia o povo se converte e continua andando seminua por aí a fora. Roupas escandalosas. Um dia desses, eu encontrei uma pessoa no shopping com um short, uma pessoa que diz que é crente, que é até metida a 'cantadeira', glória a Jesus, com um short, irmãos. Faz vergonha até dizer e o marido de lado: 'Paz do Senhor, irmão Orisvaldo'. Eu disse: mas que cabra besta”, declarou Orisvaldo. 

Para o presidente da Assembleia de Deus, o “verdadeiro crente aborrece”, no sentido de que, ao se converter, o protestante precisa abdicar do que o aproximava da vida “sem Deus”. Ele defendeu a sã doutrina e disse que o crente criado em uma doutrina santa jamais usa vestimentas “sensuais”. 

“Irmão, quando a pessoa se converte, ela aborrece. Não precisa pastor falar, não precisa pastor dizer. Eu sou de um tempo, das conversões, da pessoa aceitar Jesus e jogar fora sem ninguém mandar, aborrece. A carteira de cigarro, quem já viu? Alguém se converter e jogar a carteira no chão e pisar de pé? Quem já viu? Pessoas arrancarem adereços sem ninguém mandar, arrancar e jogar no chão. Pessoas pegar garrafas de uísque, já vi pessoas jogarem fora”, continuou o pastor. 

Ele acrescentou: “Porque quando a pessoa se converte, ela aborrece. Para quer você quer esse short? Para quer você quer essa frente única? Para quer você quer essa minissaia? Para quer você quer essa calça arrochada? Minha irmã, a bíblia diz que quando a gente se converte, a gente aborrece”. 

Na internet, são centenas os comentários que concordam com o ministro e relatam experiências similares ao se converter ao Evangelho. “Eu joguei tudo há onze anos atrás quando aceitei a Jesus!”, “o Evangelho é mudança de vida” e “Tá certo uai! Tá na igreja que tem o dogma tem que obedecer” foram alguns dos comentários em favor do sermão. 

Confira a pregação no vídeo abaixo: 

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A estratégia de partidos da direita em incentivar o conservadorismo cristão se baseia nos moldes da estrutura evangélica no Brasil, criada sob forte influência do protestantismo dos Estados Unidos. Os pastores congressistas da bancada da Bíblia costumam demonizar o "politicamente correto" e reforçam a não aceitação das diferenças para atrair votos, assim como fez o ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Exemplo para o presidente Jair Bolsonaro (PL), Trump enxergou nos protestantes um voto fiel e fundamental para se eleger. O modelo foi aprofundado pelo brasileiro, que usa versículos bíblicos como frases de efeito e indicou o pastor Milton Ribeiro ao Ministério da Educação e os ministros André Mendonça e Kássio Nunes ao STF pela devoção religiosa. 

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Em um evento no Palácio da Alvorada, em março deste ano, o presidente disse a líderes religiosos que dirigia a nação "para o lado que os senhores desejarem". Nessa quarta (15), Bolsonaro supôs que Jesus andaria armado ao concluir que ele “não comprou uma pistola porque não tinha naquela época”.

Desinformação e indução

Derrotado em todas as projeções eleitorais até o momento, para reduzir os danos da alta rejeição e se reforçar com seu eleitorado consolidado, o presidente costuma se apoiar na agenda de costumes para encobrir as críticas à gestão. "Isso ocorre porque houve um sequestro em relação a certas pautas. É como se certas pautas, que são importantes para os evangélicos, virassem um monopólio da direita e aí por falta de informação política, eles acabam achando que teologicamente precisam votar na direita", avaliou o doutor em Ciência Política Jorge Oliveira Gomes.

Com o aumento de fiéis nas últimas décadas em paralelo ao enriquecimento dos donos de igrejas como Edir Macêdo, Silas Malafaia e RR Soares, a pesquisa de 2020 do Datafolha apontou que 31% da população brasileira é evangélica, o que representa cerca de 27% do eleitorado religioso. Essa parcela, em sua maioria, é afetada por uma visão de mundo mais reacionária incutida na cultura gospel, que se concebeu no Brasil de forma afastada de teologias mais ligadas a questões sociais.       

O doutor em Ciência Política Gustavo Rocha frisou que os partidos de direita também se aproveitam da fragilidade socioeconômica dos fiéis que são motivados pela teologia da prosperidade. "A principal razão, ao meu ver, está atrelada ao projeto político de lideranças religiosas no segmento neopentecostal. Os fiéis desses grupos tendem a ser de extratos sociais mais baixos, com menos formação e menor grau de informação. Os líderes religiosos desse grupo se aproveitam muito disso para incutir determinadas posições", explicou.

Refúgio para as religiões de matriz africana

Essa estrutura político-religiosa empurra ainda mais as religiões de matriz africana ao preconceito. Como refúgio, seus adeptos veem na esquerda uma saída para receber apoio e respeito. "Na esquerda existe uma maior aceitação por conta da aproximação natural da esquerda com pautas progressistas e de minoria. No Brasil, geralmente as coisas caminham juntas", pontuou Oliveira Gomes.

Rocha acrescenta que a ideologia de esquerda tende a ser mais sensível a questões enfrentadas pelo candomblé e outras vertentes. "Eles são um misto de exclusões. São aqueles que tem sua prática religiosa atrelada à resistência, à imposição do Estado e da sociedade ao longo da história. Sofrem racismo, além de terem sua religião demonizada. Com o aumento da participação evangélica através desse movimento neopentecostais, eles sofrem ainda mais pressão", resumiu.

Mau desempenho da Economia pode virar votos

A fidelidade evangélica nas últimas eleições indica que esses eleitores devem manter a convicção política. Contudo, desde 2018, Rocha percebe que a esquerda passou a tentar se aproximar desses grupos para dialogar. 

Outros fatores que podem mudar o voto evangélico são a divergência decorrente da pluralidade dos grupos evangélicos e a atual situação econômica. “Eles são parte de extratos sociais muito afetados pelo cenário econômico. Há uma tendência que essas duas dimensões entrem em conflito. Então pode haver uma "quebra" nessa fidelidade”, analisou o cientista.

O pastor e cantor gospel André Valadão e apoiador assumido do presidente Jair Bolsonaro (PL), disse orar para o pré-candidato à Presidência, Lula (PT), não ganhar as eleições após um internauta perguntar se “o senhor oraria pelo Lula?”. 

Em resposta, Valadão impulsionou: “Eu oro por ele, pra ele conhecer Jesus, o poder do Evangelho. E também oro para ele não ganhar as eleições”, disse. 

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A Igreja evangélica Povo da Cruz, em Vitória, no Espírito Santo, pede a colaboração dos fieis no sorteio de uma espingarda calibre 12 para custear a mudança do templo. Cada um dos 250 bilhetes é vendido por R$ 100 e o valor será usado na reforma do espaço infantil.

Orgulhoso da iniciativa, o pastor Dinho Souza explicou que o armamento avaliado em R$ 12 mil foi doado por um fiel e que o sorteio será revertido para o ministério infantil da igreja. O religioso defende a facilitação de armas à população e chegou a gravar um vídeo com uma espingarda ameaçando o presidente russo Vladimir Putin.

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Ele fez um vídeo para se posicionar sobre a polêmica e incentivar a venda dos bilhetes. "O armamento é para o cidadão de bem, seja ele ímpio ou seja ele cristão. Nós incentivamos a todo cidadão de bem que tenha uma arma na sua casa para a defesa da sua família. Aquele que nega e negligencia a defesa da sua família não pode ser chamado de homem. Infelizmente, muitas pessoas não conseguem compreender essa mentalidade, mas, enfim, nós respeitamos os pensamentos contrários”, afirmou. 

Apesar de, em tese, o sorteio ser definido pela sorte de quem adquiriu um bilhete, o pastor cobra o porte de arma ao vencedor e garante que a espingarda será usada como método de defesa. “Essa arma não vai ser para bandido, será justamente para que o cidadão de bem possa se defender dos bandidos”, acrescentou.

O Ministério Público Federal denunciou à Justiça Federal em Rondônia um pastor e um casal por redução de 19 trabalhadores à condição análoga à de escravo na extração de castanhas em terras bolivianas. De acordo com a Procuradoria, os acusados - Dione Chaves Sousa, Maria Irismar Lago de Lima e Sidnei Joaquim da Silva - aliciavam pessoas em situação de rua e as obrigavam a trabalhar 12 horas por dia, sem pausas.

À Dione e Maria, a Procuradoria ainda imputa suposto tráfico de pessoas e de drogas. A denúncia narra que a primeira era integrante do Comando Vermelho, 'com envolvimento em diversos crimes como tentativa de homicídios, furtos e ameaças'. Já Sidnei, é apontado como arrendatário de terras dos castanhais, e teria auxiliado no aliciamento de pessoas em Porto Velho, ainda cedendo seu veículo para o transporte de alguns dos trabalhadores.

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"Trata-se de uma bizarra prática de um crime em si mesmo repugnante. Os acusados praticamente sequestraram vários moradores de rua em Porto Velho, levaram todos para a Bolívia e lá os mantiveram sob condições degradantes. Não bastasse, ainda cobraram valores absurdos por coisas essenciais (comida inclusive) e ainda forneceram drogas a todos", indicou o procurador da República Reginaldo Trindade, autor da denúncia apresentada na esteira da Operação Finis Messi, deflagrada em novembro de 2021.

De acordo com o Ministério Público Federal, o inquérito indicou que os três denunciados realizaram o transporte das vítimas, de Rondônia até a Bolívia, e lá as obrigavam 'a exercer jornada de trabalho exaustiva, com média de 12 horas diárias sem interrupções, descanso ou pausa para alimentação'. O trabalho era realizado independentemente das condições climáticas do local, diz a Procuradoria.

O órgão indica que os castanhais estão situados em região de floresta inóspita, acessível apenas por barco ou voadeira (canoa com motor). Considerando que os meios de transporte pertenciam a Dione Sousa e Maria Irismar, os procuradores indicam que o controle da saída do local era 'dominado' pelos denunciados.

A alimentação das vítimas era limitada a duas refeições, uma pela manhã e outra ao fim da jornada de trabalho, o valor da refeição era cobrado, aumentando a dívida das vítimas com os supostos empregadores.

"Se os trabalhadores desejassem adquirir outros produtos, deviam comprar do casal, que cobrava preços abusivos. Para se ter uma ideia dos abusos, segundo as vítimas, uma garrafa de cachaça custava R$ 600 e uma pasta de dente, R$ 100. Além disso, as vítimas eram impedidas de adquirir 'bens das poucas embarcações que passavam pelo local'", narra o MPF.

A Procuradoria ainda aponta que Dione Chaves e Maria Irismar vendiam drogas ilícitas aos trabalhadores. Depoimentos colhidos no âmbito do inquérito indicaram que os 'entorpecentes eram fornecidos diariamente e de modo forçado'.

COM A PALAVRA, OS DENUNCIADOS

Até a publicação deste texto, a reportagem buscou contato com os acusados, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.

A Polícia Civil prendeu um pastor de 42 anos suspeito de estuprar 4 pessoas, entre elas duas menores de idade, na manhã desta quarta (18), em Confresa, na cidade de Cuiabá. A prisão preventiva foi decretada após investigação dos quatro inquéritos policiais instaurados.

O primeiro caso foi registrado em agosto de 2021 e, segundo informações, o homem cometia abusos sexuais quando ia à cidade de Confresa realizar cultos e encontros pastorais.

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De acordo com relatos, uma das vítimas participava de um desses encontros, e em um determinado momento o suspeito a chamou para um quarto fechado. No local, o mesmo passou a mão nas partes íntimas da adolescente usando pretextos ligados ao ministério pastoral. Além disso, em outro momento ele realizou uma chamada de vídeo mostrando e manipulando seu órgão genital.

O segundo caso aconteceu dentro da igreja, quando a vítima de 17 anos pediu uma oração ao pastor. Então ele a levou até o banheiro do local e pediu para a jovem passar um óleo na barriga. De acordo com o relato, a jovem ficou tonta e nesse momento o suspeito praticou atos sexuais com a vítima.

Investigação 

A investigação da Delegacia da cidade, identificou que as ações para o suspeito cometer o abuso seguia o mesmo caminho. Acontecendo da seguinte forma, durante a oração o pastor pedia para passar óleo ungido nas partes íntimas das vitaminas, alegando que alguém havia feito uma “magia negra. Após isso, levava as vítimas para um cômodo da igreja, e lá passava o produto no corpo e nas partes íntimas delas e praticava o abuso. A partir dos relatos, a justiça deferiu a prisão preventiva do investigado pelo crime de estupro de vulnerável.

Prisão 

Após a ordem judicial, o Plantão de Atendimento às vítimas de Violência Doméstica e Sexual de Cuiabá, prendeu o homem na casa em que morava, no bairro residencial Baracat. Sendo assim, ele será apresentado em audiência de custódia ficando à disposição do Poder Judiciário. 

O pastor Luís Antônio, atual vice-presidente da unidade em Jaboatão dos Guararapes da Assembleia de Deus no Brás (AD Brás), na Região Metropolitana do Recife (RMR), foi acusado pela cantora gospel Kamila Rozendo de abuso sexual. Em um áudio vazado na semana passada, a fiel disse que ele ameaçou se matar caso ela revelasse o caso. 

"Os pastores estão matando mais, adulterando mais, tá roubando mais. Se eu falar só do roubo da igreja, ele se lasca. Eu era ovelha, eu num era pastor da igreja não, Errei por que dei a b****a para ele, mas eu sou solteira. O ovelha que era para tá sendo tratado. Eu tava com começo de depressão e ele sabia, e se aproveitou disso, fez totalmente uma pressão psicológica dizendo que ia se matar para eu não abrir a boca", relatou a cantora no áudio que o portal Fuxico Gospel teve acesso.

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Ela continua: "antigamente era assim 'ah o pastor Joãozinho caiu por que a irmã Mariazinha tentou ele'. Hoje em dia não. 'Tá' sérios abusos sexuais e psicológicos dentro da igreja".  

Afastamento

O pastor Luís Antônio prega em cultos voltados à Família e comanda a AD Brás Guararapes ao lado da esposa, a missionária Rosenilda. Ele teria confessado o caso extraconjugal e foi disciplinado pela direção estadual. 

Seu afastamento foi oficializado em um comunicado assinado pelo presidente estadual da congregação, pastor Eliseu Virginio. 

"A Igreja AD Brás Pernambuco, por intermédio de seu Presidente, traz ao conhecimento que em decorrência da reunião deliberativa com a Mesa Diretora, fora decido que o pastor envolvido arcará com as sanções previstas no Estatuto e Regimento Interno, a começar pela exclusão do rol de membros ativos, e, seguidamente, a destituição das funções na Mesa e Convenção Estadual. Assim, portanto, firmamo-nos como a Igreja de Cristo no sentido de repudiar veementemente o pecado, mas reconhecendo que possuímos a missão de orar, tratar e acompanhar os envolvidos como orientam as Sagradas Escrituras."

Fiel se desculpou  

Após a repercussão negativa, a fiel que revelou que manteve relações sexuais com Luís Antônio publicou um vídeo de desculpas e assumiu a culpa pelo adultério. 

“Venho me desculpar com vocês, dizer que errei, que pequei, e que falhei, com Deus acima de tudo, com o pastor da igreja. Eu falhei, eu errei e eu pequei sim, caí em pecado, caí em adultério. Não tem sido nada fácil pra mim vir aqui falar com vocês e se desculpar de todo o meu coração, mas aquele que confessa alcança misericórdia”, disse.

O pastor Marcos Granconato da Igreja Batista da Redenção em São Paulo foi alvo de críticas depois de falar, nas redes sociais, que as pessoas em situação de rua “têm o dever de passar fome”. Ele justificou a afirmação com um versículo bíblico. 

“A maioria dos mendigos têm o dever bíblico de passar fome, pois Paulo diz aos tessalonicenses: ‘se alguém não trabalha, que também não coma’”, publicou o pastor. 

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Granconato limitou o acesso de quem pode comentar na publicação após a repercussão. “Com base no que eu vejo nas ruas. Gente forte, saudável e jovem mendigando por aí! Quando vejo um doente, me compadeço. Mas quando olho para a maioria, percebo que é pura vagabundagem”, respondeu o pastor ao questionamento de um internauta. 

Foto com arma

O pastor também se diz defensor da prática de tiro esportivo e de que pessoas tenham armas em casa. Ele exibiu fotos portando armas de fogo no seu perfil e, em uma das publicações, foi questionado por um seguidor, “Pastor tem que carregar a bíblia e não arma”. Ele respondeu que “atiro com as duas”. 

Em nota enviada ao G1, o pastor afirmou que “defende, estimula e promove o socorro aos pobres e necessitados”. “A Bíblia tem um conceito de pobre ue abrange, a rigor, quatro grupos de pessoas. Todas essas pessoas precisam de ajuda e não podemos poupar esforços para prover-lhes o alimento e outras formas de socorro”. 

Ao reconhecer que “o dever santo e cristão de ajudar os pobres )e muitos moradores de rua se encaixam no conceito bíblico de ‘pobre’)” ele afirmou que tem “o dever santo, cristão e bíblico de não incentivar o ócio”. 

O pastor José Olímpio da Silva Filho foi condenado pela 14ª Vara Criminal da Capital - Crime contra Menor, Idoso, Deficiente e Vulnerável, de Alagoas, a dois anos e nove meses pelo crime de homofobia praticado contra o ator Paulo Gustavo. Em abril de 2021, quando o humorista estava internado por Covid-19 - pouco antes do seu falecimento -, o religioso disse orar pela morte do artista por aversão odiosa à sua orientação sexual. Paulo Gustavo era casado com o médico Thales Bretas, e teve dois filhos, os pequenos Romeu e Gael de dois anos.

"Esse é o ator Paulo Gustavo que alguns estão pedindo oração e reza. E você vai orar ou rezar? Eu oro para que o dono dele o leve para junto de si", disse o pastor na época nas redes sociais. Em outra postagem, que dizia ser um pedido de desculpa, ele afirmou que seu erro teria sido defender a honra de Deus.

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Por se tratar de uma pena inferior a quatro anos e de crime cometido sem violência ou grave ameaça, o juiz Ygor Figueiredo, titular da vara, substituiu a privação de liberdade por duas penas restritivas de direito. Sendo assim, o religioso prestará serviço à comunidade pelo tempo da pena, durante seis horas semanais e pagará 30 salários-mínimos, que serão revertidos para grupo ou organização não governamental do Estado com atuação em favor da comunidade LBGTIA+.

"Pronunciamentos de índole religiosa que extrapolem os limites da livre manifestação de ideias, constituindo-se em insultos, ofensas ou em estímulo à intolerância e ao ódio público contra os integrantes da comunidade LGBT, não merecem proteção constitucional e não podem ser considerados liberdade de expressão, configurando crime", indicou o juiz.

O pastor também pagará 96 dias-multa, cada dia no valor de 1/10 do salário-mínimo vigente à época dos fatos, e custas processuais.

Além disso, o magistrado esclareceu que o Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 26/DF, reconheceu a mora do Estado brasileiro em incriminar atos atentatórios a direitos fundamentais dos integrantes da comunidade LGBTQIA+. Assim, determinou que até o Congresso Nacional editar lei específica sobre a matéria, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, seriam enquadradas no crime de racismo (lei n.º 7.716/89).

"Diante disso, é inconcebível que no atual estágio civilizatório que nos encontramos e diante de tantas e reiteradas decisões da Suprema Corte sobre a matéria, sejam toleradas práticas discriminatórias em função do sexo, gênero ou sexualidade do indivíduo, já que a conduta promove a segregação entre as pessoas e ofende ao princípio da dignidade da pessoa humana", reforçou.

Nos autos, a defesa do pastor afirmou que houve a prática de ato discriminatório, "mas apenas um grande mal-entendido e que as postagens foram feitas com a intenção de que o ator Paulo Gustavo fosse levado aos caminhos da igreja e não castigado em decorrência de sua orientação sexual".

Durante o depoimento, José Olímpio disse que pertence a uma igreja inclusiva, que tem parentes e amigos homossexuais. Alegou ainda que nunca fez nenhum discurso homofóbico e que a imagem escolhida foi aleatória. Ele afirmou ainda que sequer conhecia o trabalho do ator Paulo Gustavo e somente soube da fama do artista após as postagens que geraram o processo.

Uma arma do ex-ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro, disparou acidentalmente no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, na tarde desta segunda-feira (25). Ele foi levado para prestar depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF).

Na espera do voo para São Paulo, onde volta a morar após ser demitido em virtude da divulgação de áudios que revelaram o comando de outros líderes evangélicos na negociação de repasses federais do MEC com prefeituras, Milton estava no balcão da Latam quando houve o disparo, registrado por volta das 17h.

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A bala não atingiu ninguém, mas deixou uma funcionária da Gol ferida por estilhaços, informou a companhia ao Uol.

Ex-ministro se explica

Em seu depoimento, o ex-líder do governo federal disse que o tiro foi provocado por "excesso de cuidado", quando tentou remover o cartucho da arma dentro da pasta de documentos. A bala transpassou o coldre e a pasta.

"Como havia outros objetos dentro da pasta, o local ficou pequeno para manusear a arma", justificou.

Em nota, a defesa de Milton Ribeiro amenizou o caso e informou que, apesar do risco, a arma foi devolvida. Acompanhe na íntegra:

 "A arma já foi devolvida pelo delegado da Polícia Federal ao ex-ministro Milton Ribeiro porque prevaleceu o entendimento de que tudo não passou de um acidente provocado por um cuidado excessivo de não tirar a arma de dentro do bolso em público, a fim de não expor nem constranger as pessoas presentes —e também devido ao zelo de não circular com sua arma carregada.

Trata-se de um incidente passado, que não afetou ninguém e que ocorreu enquanto ele deixava seu apartamento funcional, em Brasília, durante processo de mudança para São Paulo."

Policiais civis da Bahia prenderam, nesta quinta-feira (14), um pastor evangélico suspeito de cometer dois estupros contra fiéis da igreja. Ele teve o mandado de prisão preventiva cumprido em uma comunidade próxima ao bairro do Tomba, na cidade de Feira de Santana.

De acordo com o delegado Roberto Leal, as investigações apuraram que um dos crimes ocorreu no ano de 2016 e o outro, há cerca de dois meses.

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“O último caso foi denunciado pela vítima, cujo relato aponta que o abuso ocorreu dentro da igreja. Esses elementos subsidiaram nossas ações e o próprio mandado de prisão”, afirmou.

O delegado acredita que existem outras vítimas e trabalha para identificá-las.

“Estamos buscando a identificação de outras pessoas que tenham sofrido estas violências, contudo, é importante que aqueles que sofreram os abusos compareçam na delegacia e denunciem. As suas identidades serão preservadas e o acusado terá sua responsabilidade estendida acerca destes crimes”, explicou.

O pastor Arilton Moura, envolvido no lobby do Ministério da Educação, se recusou a comparecer ao Senado na quinta-feira (7), para explicar as denúncias envolvendo a acusação sobre os pedidos de propina a prefeitos para a liberação de verbas do MEC. Contudo, nos últimos quatro anos, o lobista visitou a Câmara dos Deputados 90 vezes e foi ao menos em dez gabinetes de parlamentares de diferentes partidos, do PSL ao PSB e, inclusive, no gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do presidente da República, de acordo com O Globo. 

O pastor está na mira de uma investigação da Polícia Federal com a suspeita de intermediar a liberação de recursos da Educação para prefeituras. O religioso foi acusado de pedir propina em bíblias e de atuar em parceria com o pastor Gilmar Santos. Ambos foram convidados para irem ao Senado na quinta-feira para dar explicações sobre os fatos, mas declinaram o convite, alegando já serem alvos de “procedimentos na esfera judicial”. De acordo com o jornal, Moura não se pronunciou, e Gilmar negou qualquer irregularidade nas redes sociais. 

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Registros de visitantes da Câmara de 16 de outubro de 2019 mostram que Arilton informou que iria ao gabinete 350, no Anexo IV, ocupado pelo deputado Eduardo Bolsonaro. Dois dias depois ele acompanhou o colega Gilmar em um encontro com o presidente Jair Bolsonaro (PL), no Palácio do Planalto. O filho do presidente, por sua vez, não quis comentar a agenda com o lobista do MEC. 

Quem mais recebeu o pastor Arilton na Câmara foi o deputado João Campos (Republicanos-GO), ao menos cinco vezes. O parlamentar também recebeu Gilmar em duas oportunidades que esteve na Câmara. Ao Globo, o republicano informou que Arilton pediu recursos de emenda parlamentar para uma fundação ligada a uma igreja. “Ele falou que tinha um projeto social lá, [perguntou] se eu poderia ofertar uma emenda para isso. Mas a entidade dele não preenchia os requisitos para receber os recursos. Então, acabei não fazendo, mas se estivesse regularizada, eu faria”, afirmou. 

João Campos é o parlamentar que passou mais tempo como presidente da bancada evangélica da Câmara e é amigo de Gilmar Santos há mais de 30 anos. Eles já moraram no mesmo prédio e, segundo o próprio parlamentar, já chegaram a frequentar a mesma igreja em Goiânia. “A minha relação com ele antecede a política”. 

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Sobre Arilton Moura, o deputado conta que o conheceu no início do ano passado através de Gilmar Santos, que lhe apresentou como “presidente do conselho político da igreja”. 

O outro parlamentar que mais teve encontros com o pastor Arilton Moura foi Marcelo Brum (União-RS). Foram quatro encontros entre 2019 e 2022. Ele ocupou, temporariamente, a cadeira de deputado, e voltou a ser suplente nesta semana, quando o dono da cadeira, Onyx Lorenzoni, renunciou ao comando do Ministério do Trabalho para disputar as eleições deste ano. “Foi para solicitar recursos. As vezes em que o pastor foi no gabinete era em busca de recursos para projetos sociais da igreja, para idosos”, detalhou o suplente. Ele disse que não enviou a verba porque era deputado do Rio Grande do Sul e a igreja se situava em Goiás. “Não tem como um deputado de um estado mandar para outro [estado]”. 

Em vídeo de um culto gravado em 2019, Brum promete, no púlpito, que encaminharia R$ 200 mil de emendas para o “lar do idoso do pastor Gilmar”. “Faz o seguinte: como eu sou muito ousado e a minha assessora, o meu chefe de gabinete estão lá n fundo, tu bota aí R$ 200 mil aqui para o lar do idoso do pastor Gilmar, tá?”, diz no vídeo.

Por sua vez, o deputado Elias Vaz (PSB-GO) chegou a se encontrar duas vezes com o pastor Moura na Câmara. Através da assessoria, o parlamentar explicou que o pastor foi pedir a filiação do genro do pastor Gilmar Santos para disputar a vaga de deputado estadual por Goiás. “Mas a filiação não ocorreu por diferenças ideológicas, já que o grupo tinha um posicionamento favorável ao presidente Bolsonaro, ao contrário do parlamentar. Elias Vaz desconhecia qualquer relação de tráfico de influência entre os pastores e o governo”, diz a nota. 

O deputado Vicentinho Júnior (PP-TO) contou que Moura foi ao seu gabinete acompanhado de uma comitiva da embaixada de Israel. De acordo com ele, o objetivo era convidá-lo para um evento de tecnologia do Ministério da Agricultura. “Eu  havia o conhecido num evento do Itamaraty. Era um pastor bem relacionado”, disse. 

O líder religioso também chegou a visitar os gabinetes dos deputados Helio Lopes (União Brasil-RJ), amigo de Bolsonaro, e Guiga Peixoto (União Brasil-SP). No entanto, a assessoria dos deputados informou que, como o acesso à Casa estava mais restrito durante a pandemia, acabaram liberando a entrada do pastor para ir a outros gabinetes. 

Um homem de 47 anos que se apresentava como pastor foi preso nesta quinta-feira (31) acusado de ter estuprado uma criança de 10 anos de idade. O crime teria acontecido em 2021, dentro de uma igreja em Ananindeua, Pará. 

O acusado realizava "orientações religiosas" na igreja. Ao jornal Liberal, a Polícia Civil do Pará afirmou que, segundo as investigações, o suspeito se aproveitava da situação para praticar a violência sexual.

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A família da vítima descobriu os estupros e denunciou o pastor. Exames periciais comprovaram a violência sofrida pela criança. Na época, o acusado fugiu e, após diligências, a polícia conseguiu localizá-lo. Ele negou os estupros, mas segue preso e à disposição da Justiça.

Um pastor e um presbítero foram condenados a pagar R$ 40 mil a uma mulher que foi filmada em momento íntimo supostamente traindo o marido. A gravação foi enviada ao ex-companheiro da vítima e a um grupo nas redes sociais.

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), a mulher já não estava mais casada quando foi filmada. Ela e o seu ex-marido eram membros da mesma igreja que o pastor e o presbíteriano. A mulher foi vista com outro homem, e os membros da igreja, que não sabiam da separação, resolveram segui-la.

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Eles invadiram a casa em que a mulher estava com o namorado e filmaram a relação dos dois. O relator do recurso, desembargador Álvaro Passos, ressaltou que o estado civil da autora da ação é irrelevante para a solução do processo, assim como o fato de os envolvidos frequentarem a igreja onde a infidelidade é considerada falta grave. 

“A atitude ilícita dos demandados é certa e confessa, sendo certo que eventual traição ao ex-cônjuge da requerente figura como aspecto que somente dizia respeito aos emocionalmente envolvidos e jamais legitimam a sua exposição”, escreveu.

O magistrado ressaltou que o compartilhamento na internet de conteúdos desta natureza geram imediato efeito cascata, o que torna sua remoção praticamente impossível. “Consequentemente, como os requeridos efetivamente adotaram a conduta ilícita, invadindo e expondo a intimidade da autora, têm de reparar os prejuízos causados, compensando monetariamente o agravo perpetrado, a teor do art. 927 do Código Civil", pontuou o magistrado.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse nesta quarta-feira (23) que se reuniu com o pastor Arilton - protagonista do gabinete paralelo na pasta revelado pelo Estadão - mesmo após ele mesmo ter denunciado o religioso à Controladoria Geral da União (CGU) por "conversas estranhas" e negou ter conhecimento do pedido de propina em ouro. "Se provar que eles fizeram, fui enganado", declarou o ministro em entrevista à CNN Brasil.

Como revelou a reportagem do Estadão, os pastores do gabinete paralelo cobraram 1 kg de ouro para a liberação de verbas a municípios.

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"Em agosto, fui a uma determinada cidade e ouvi um comentário dessa natureza que chegou. Não foi diretamente, e eventualmente eu, depois, recebi denúncia anônima de uma possível prática, não estou falando que houve, desse tipo de pedido, de intermediação", relatou Ribeiro, sem citar a palavra "propina". "Uma conversa que não era que achava boa", seguiu o ministro, que disse ter pedido à CGU a instalação de uma investigação sigilosa. "Chegou a respeito no nome de alguns, entre eles o pastor Arilton."

De acordo com Milton, os encontros com o pastor, que passou a ser investigado, se mantiveram, mas fora do MEC. "Imagina se uma hora para outra eu parasse de atendê-los? Eu não fiz isso", disse, sobre sua suposta estratégia de não deixar pistas da investigação.

O ministro reafirmou que os repasses a municípios se dão por critérios técnicos, e não pessoais. "Quando um pedido é feito, ele entra numa lista que é organizada pelos técnicos do FNDE." No entanto, como mostrou o Estadão, demandas intermediadas pelo gabinete paralelo foram liberadas em tempo recorde.

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