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Moradores e comerciantes da praia de Maracaípe, localizada no município de Ipojuca, denunciam tentativa de privatização de trecho da praia. De acordo com áudios enviados ao LeiaJá, protestos foram realizados nos últimos dias para impedir as ações atribuídas a um dono de uma chácara na localidade que, segundo o relato, impede o acesso à praia e a atividade comercial dos nativos. Em um trecho do áudio, um morador, que prefere não se identificar, alega que alguns quiosques foram queimados na noite de sexta-feira (26).

"Tem um 'ricão' (sic) que quer cercar a praia, onde tem os moradores, os nativos que nasceram e foram criados aqui. O cara está metendo a máquina e botando (sic) o pessoal para correr. Ele está fazendo um muro na beira da praia. Os moradores fizeram protestos aqui e a prefeitura [Ipojuca] mandou a guarda municipal 'pra' cima dos moradores", relatou.

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Ação da guarda municipal de Ipojuca durante protesto contra privatização da praia. Foto: cortesia

Além disso, à reportagem ele aponta que a área privatizada pelo dono da chácara é extensa. "É muito, muito grande. 'Bota' aí, mais ou menos, uns três campos de futebol".  Ao LeiaJá, o morador conta que o processo de privatização não é novidade. "Ele já tinha privado uma boa parte há um tempo. Ele tinha construído um muro e colocado avestruz e disse que o local era da família dele. Agora, ele está avançando para a beira da praia, está colocando caminhão, fazendo buracos e colocando aquelas estacas de madeira e fechando a praia. Ele diz que também é dele", expõe.

Trecho cercado da praia. Foto: cortesia

Tratores são vistos no local. Foto: cortesia

Ainda segundo esse morador, na noite da última sexta-feira (26), barracas de comerciantes locais foram queimadas. Para ele, a ação foi arquitetada pela pessoa que tenta privatizar trecho da praia. "O cara tem dinheiro, faz o que quer. Agora à noite, ele foi e tocou fogo na barraca da praia do pessoal. Os empregados dele colocaram gasolina, mas o fogo não pegou em todas as barracas. O pessoal chegou a tempo e o fogo não se espalhou. Pegou só em uma barraca, mas as outras estavam com cheiro de gasolina", disse.

Homem tenta conter chamas que tomam conta da barraca. Foto: cortesia

Dona da barraca mostra o que sobrou do comércio após o incêndio. Foto: cortesia

Neste sábado (27), a Polícia Militar de Pernambuco coordenou a operação na praia de Maracaípe e os protesto foram cessados. Questionado pelo LeiaJá sobre o caso, o Major César Júnior, responsável ação da PM no local, afirmou que as manifestações foram encerradas e que, na próxima segunda-feira (29), uma comissão de moradores e comerciante será recebida pelo secretário de controle urbano de Ipojuca, Erivelto Lacerda de Araújo.

O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco solicitou uma reunião com a governadora Raquel Lyra (PSDB) para buscar apoio contra o processo de privatização e pedir melhorias no sistema de transporte. De competência federal, o metrô do Recife vive uma realidade de falhas recorrentes é considerado um equipamento sucateado pela falta de investimentos nos últimos anos. 

Uma audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais, do Senado, foi requisitada pelo senador Humberto Costa (PT) para a próxima terça (31). Na ocasião, será debatido o Plano de Recuperação do Metrô do Recife e a retirada da CBTU do Programa Nacional de Desestatização (PND). 

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Mesmo com o presidente do Sindmetro, Luiz Soares, em Brasília para articular diretamente com o governo federal, na quarta (24), o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, anunciou o envio de R$ 260 milhões para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em 2023. O valor é considerado insuficiente diante do problema do modal em Pernambuco. 

"São anos sem verbas e com o sistema colapsado e o valor de investimento é muito pouco para o tamanho do problema. É preciso que o governo entenda a real situação da CBTU e envie os valores necessários para resolver o problema. O valor é bem-vindo, mas não é suficiente”, pontuou o presidente nas redes sociais. 

O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sorteado nesta segunda-feira (8) para relatar a ação que questiona constitucionalidade de dispositivos da Lei 14.182/2021, que autorizou a privatização da Eletrobras.

O sorteio foi realizado de forma eletrônica pelo sistema de computadores do tribunal. Não há prazo para decisão do ministro.

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A ação foi protocolada na sexta-feira (5) pela Advocacia-Geral da União (AGU) e contesta o trecho da lei que trata da redução da participação da União nas votações do conselho da empresa. Segundo a AGU, a lei proibiu que acionista ou grupo de acionistas exerça poder de voto maior que 10% da quantidade de ações.

No entendimento do órgão, o governo federal, na condição de acionista, foi prejudicado pela norma. A União possui cerca de 43% das ações ordinárias.  Na petição, a AGU ressaltou que o objeto da ação não é reestatizar a Eletrobras, mas resguardar o interesse público e os direitos de propriedade da União.

A privatização da Eletrobras foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro em 2021. A empresa detém um terço da capacidade geradora de energia elétrica instalada no país. A companhia também detém quase a metade do total de linhas de transmissão.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva retirou na quinta-feira, 6, sete empresas do Programa Nacional de Desestatização (PND) e três do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Entre as empresas removidas, estão os Correios e a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).

A medida foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Ontem, no café da manhã com jornalistas, Lula já tinha dito que não vai privatizar nenhum empresa estatal durante seu terceiro mandato.

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As estatais foram incluídas nos programas de desestatização durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo Lula já havia assinado um despacho determinando a revogação de processos de privatização de oito estatais, incluindo a Petrobras e os Correios, no dia da posse, em 1º de janeiro.

Na quarta-feira, 5, o Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos recomendou a exclusão dos Correios e da Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebras) do PND.

Com a medida, foram retiradas sete empresas do programa de privatização:

* Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A. (ABGF) - responsável por dar garantias;

* Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A. (Ceitec) - fábrica de chips e condutores;

* Empresa Brasil de Comunicação (EBC) - conglomerado de mídia;

* Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) - empresa de tecnologia da informação, responsável, entre outros serviços, pelo pagamento de benefícios do INSS;

* Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) - tem o monopólio dos serviços postais (cartas e impressos) assegurado pela Constituição;

* Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep) - indústria de componentes relativos a usinas nucleares;

* Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) - maior empresa pública de tecnologia da informação, processa dados do Imposto de Renda e infrações de trânsito, por exemplo.

Dentre as empresas que integram o PPI, o governo retirou revogou as qualificações dos armazéns e imóveis de domínio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), da Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. - Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) e da Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebras).

A iniciativa integra as ações propostas pelo governo Lula para os 100 dias de gestão.

O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União na quinta-feira, 6. O conselho será composto por representantes da sociedade civil e do governo

O projeto de lei que permitia a privatização dos Correios foi encaminhado pelo governo Bolsonaro ao Congresso em fevereiro de 2021, com a previsão de venda de 100% dos ativos da estatal. A previsão era de que o processo fosse aprovado até o primeiro semestre de 2022. Contudo, após o texto ser aprovado na Câmara dos Deputados em agosto de 2021 com 286 votos a favor, 173 contra e duas abstenções, ficou parado no Senado.

Para justificar a privatização, o governo Bolsonaro alegou que há uma incerteza quanto à autossuficiência e capacidade de investimentos futuros da estatal postal, o que reforçaria a necessidade da venda para evitar que os cofres públicos fossem responsáveis por investimentos da ordem de R$ 2 bilhões ao ano.

A estatal acumulou prejuízo de R$ 3,943 bilhões durante a gestão petista, de 2013 e 2016, mas desde 2017 vem registrando resultados positivos nos balanços anuais. Em 2021, com o aumento do e-commerce, o lucro foi recorde, de R$ 2,3 bilhões e a expectativa é que o resultado do ano passado tenha ficado em cerca de R$ 1,5 bilhão.

Boa parte do passivo da estatal se deve aos planos de Previdência, o Postalis, e saúde, o CorreioSaúde, dos cerca de 87 mil funcionários. Ambos já foram alvo de denúncias de corrupção. O Postalis acumula quatro operações da Polícia Federal: Positus, Greenfield, Pausare e Rizoma que investigaram fraudes na gestão dos recursos.

Como são os Correios em outros países?

Além do Brasil, outros países como Estados Unidos, mantêm o monopólio dos Correios. O United States Postal Service (USPS) está entre os maiores empregadores dos Estados Unidos e goza de prestígio entre os americanos. O governo Donald Trump chegou a defender a privatização, mas não levou adiante.

Na Alemanha, o Deutsche Bundespost, ex-estatal do setor de correspondência, levou mais de uma década para ser privatizado. A venda, que começou na década de 1990, foi dividida em fases. Para garantir que a empresa se tornasse competitiva e que a oferta dos serviços fosse mantida em todo o país, foi feita uma liberalização regulada do mercado.

A estatal do chip do boi

Com sede em Porto Alegre, a Ceitec foi criado por lei em 2008, ainda no segundo mandato de Lula. A ideia era ter uma grande fabricante nacional de chips e semicondutores. A empresa sempre foi dependente do Tesouro Nacional - ou seja, precisa de recursos do Orçamento para bancar despesas correntes e salários.

O governo passado alegou que a estatal não dava lucro e era ineficiente, o que a tornou alvo da gestão de Jair Bolsonaro, entrando na sua lista de privatizações. Em 2021, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) recomendou a extinção da Ceitec em junho e o decreto presidencial que oficializou a decisão foi publicado em dezembro.

Quase um ano depois de propor a liquidação da estatal, em maio de 2022, o governo Bolsonaro anunciara que iria tentar atrair empresas que pudessem assumir a função que era da Ceitec no País. À época, em um evento do setor de telecomunicações, o então ministro das Comunicações, Fábio Faria, admitiu que o País não poderia ficar à mercê das importações e ressaltou a importância de ter um parque industrial forte no ramo de semicondutores.

"Precisamos investir para ter uma fábrica de semicondutores", declarou ele em reunião com presidentes de empresas de telecomunicações durante o evento Smart City Business, na capital paulista, no dia 26 de maio passado. "Estamos atrás de buscar uma empresa que possa abrir aqui uma fábrica de semicondutores. O Brasil pode exportar para Europa, África e toda a América Latina", emendou.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deu nesta terça-feira, 28, o primeiro passo na tentativa de cumprir umas de suas principais promessas de campanha e privatizar a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp). Tarcísio autorizou a contratação de estudos para avaliar a viabilidade econômico-financeira de desestatização da empresa.

A decisão foi tomada em reunião do Conselho de Desestatização do Estado, vinculado à Secretaria de Parceria em Investimentos, junto a outros 15 projetos de concessão e parcerias público-privadas que, segundo o governador, devem somar R$ 180,17 bilhões. O grupo também acompanha os estudos para a desestatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), que já foram iniciados.

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"É falso o argumento de que a privatização vai aumentar a tarifa. Não vamos fazer a privatização para fazer com que o cidadão pague mais caro pela água. Vamos estudar para ter absoluta certeza de que a água vai chegar onde não chega e a tarifa vai cair", disse Tarcísio.

Segundo o governador, se os estudos não derem a certeza de que a privatização vai aumentar a eficiência e que a tarifa vai baixar, o governo pode recuar da medida. "Tenho uma empresa que trabalha razoavelmente bem. Se você não tiver absoluta convicção, você dá um passo atrás", disse.

Como adiantou o Estadão, no pacote de projetos estão a concessão de 1,8 mil km de rodovias, a transferência da sede do governo estadual do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, para o centro da capital e o trem entre São Paulo e Campinas, que tem leilão previsto para final de novembro.

Também serão iniciados estudos para avaliar a possibilidade de implementação de trens entre a capital e Sorocaba, Santos e São José.

Outro projeto avalia a concessão de serviços de manutenção de 500 escolas do Estado, com a possibilidade de ampliação para todas as unidades de ensino.

Ainda entra no pacote de parcerias a transformação em PPPs das travessias litorâneas do Estado, como a ligação Santos-Guarujá por balsa. A proposta viabilizaria a construção de um túnel entre os municípios, que já foi atrelada por Tarcísio, quando ministro da Infraestrutura do governo de Jair Bolsonaro, à privatização do Porto de Santos.

Bandeirantes

Sobre a transferência da sede do governo estadual ao centro da capital, o governador afirmou que o plano é encontrar imóveis para desapropriação no entorno da Praça Princesa Isabel e incorporar habitação ao redor de uma espécie de esplanada de secretarias. "Vai trazer economia de recursos, eficiência, além de ser uma ocupação nobre e icônica do centro. Entendemos que é uma questão que traz legado", disse, pontuando que a proposta é desocupar os 56 prédios atualmente ocupados pela administração pública.

Dois projetos que já tiveram seus encaminhamentos barrados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) voltam à mesa de estudos - a concessão do serviços de loterias e de trechos de rodovia no litoral norte. Segundo Tarcísio, o governo vai rever as fragilidades apontadas pela Corte de Contas e aperfeiçoar o modelo.

Mais cedo, ao falar sobre o contrato com a ViaMobilidade, investigada pelo Ministério Público por falhas no serviço das linhas de trens metropolitanos, Tarcísio disse que "no dia em que você permitir que o Ministério Público governe o Estado para você, vocês está morto".

O Ginásio do Ibirapuera também está na lista de privatizações. Mas, segundo Tarcísio, seguirá "preservando sua função esportiva". Essa é a segunda tentativa de privatização do complexo esportivo. O ex-governador João Doria (PSDB) tentou entregar o local à iniciativa privada, mas o projeto não avançou.

A ex-presidente Dilma Rousseff criticou nesta segunda-feira (13) durante um ato político em comemoração aos 43 anos do partido, a privatização da Eletrobras, defendeu a punição de todos que participaram dos atos golpistas contra as sedes dos três Poderes e disse que a democracia passa por uma crise no mundo, o que afeta todas as instituições.

Dilma chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "grande líder" e, numa indireta ao ex-presidente Jair Bolsonaro, disse que o petista não "fugiu, não correu e não saiu do Brasil". Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o final do ano, antes da posse de Lula.

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A ex-presidente, que sofreu impeachment em 2016, lembrou que, ao sair do Palácio do Planalto naquele ano, disse que o partido voltaria ao poder. Ao comentar sobre a Eletrobras, Dilma afirmou que a empresa foi "entregue como prato de lentilha". Lula também já criticou a capitalização da companhia.

'Decretaram o fim de Lula e a morte do PT'

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que os adversários haviam decretado o fim do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não conseguiram "arrancar as raízes" do petismo no País. A deputada também chamou de "golpe" o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

"É com muito orgulho e cabeça erguida que estamos aqui comemorando os 43 anos do partido", discursou Gleisi. A presidente do PT disse que a legenda voltou ao Palácio do Planalto com a missão de reconstruir um País "destroçado" pelo governo Bolsonaro. Ela ressaltou ainda que a legenda nasceu das organizações de base e das mobilizações pelo direito de greve.

"Para sustentar aquele modelo, contrário aos interesses da imensa maioria da população, o PT foi perseguido e demonizado. Nosso governo, o governo da presidenta Dilma Rousseff, foi deposto por um golpe. Nosso maior líder, o presidente Lula, foi injusta e ilegalmente condenado, teve os direitos cassados e amargou 580 dias de prisão sem culpa", disse Gleisi.

"Fomos atacados com violência inigualável. Decretaram o fim do presidente Lula e a morte do PT, mas não conseguiram arrancar nossas raízes, porque elas estão plantadas no coração do povo brasileiro", emendou a deputada.

Em referência aos atos golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaristas inconformados com o resultado eleitoral, invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes, Gleisi afirmou também que quem atentou contra a democracia vai responder pelo crime. "É sem anistia", declarou.

O despacho do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que determina a ministros de seu governo a retirada da Petrobras do processo de desestatização iniciado por ex-presidente Jair Bolsonaro está publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (2). O ato foi anunciado no domingo por Lula em solenidade no Palácio do Planalto.

A determinação prevê ainda barrar a privatização de outras empresas públicas: Correios, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Dataprev, Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), armazéns e imóveis de domínio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Pré-Sal Petróleo (PPSA).

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O despacho convoca os ministros da Casa Civil, da Agricultura e Pecuária, de Minas e Energia, das Comunicações, da Fazenda, da Previdência Social e o secretário de Comunicação Social da Presidência da República para "revogar os atos que dão andamento à privatização" das empresas, por qualificação no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI) ou por inclusão da entidade no Programa Nacional de Desestatização (PND).

Com menos de dois meses para o fim do governo Bolsonaro, o Ministério da Infraestrutura ainda aposta que poderá tirar do papel o leilão de concessão do Porto de Itajaí (SC) e lançar os editais para a licitação de dois lotes de rodovias no Paraná. O planejamento ainda conta com sete arrendamentos portuários previstos para 2022, nos portos de Maceió, Porto Alegre, Fortaleza e Vila do Conde (PA).

O leilão para decidir a transferência à iniciativa privada da administração da BR-381, em Minas, conhecida como "rodovia da morte", tem poucas chances de avançar neste ano. Apesar de o projeto já estar no Tribunal de Contas da União (TCU), seu teor não foi julgado pelo plenário até o momento, o que joga contra as chances do atual governo.

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O mesmo acontece com a proposta de privatização do Porto de Santos, ainda em análise no TCU - apesar de o Ministério da Infraestrutura oficialmente dizer que mantém seu cronograma.

A vantagem dos projetos relativos a rodovias no Paraná é que a Corte de Contas chancelou na semana passada as propostas do governo. A concessão dos dois lotes prevê investimentos na ordem de R$ 18,6 bilhões, para contratos com prazo de 30 anos. Além desse montante, estão previstos R$ 8,3 bilhões em custos e despesas operacionais. As modelagens foram negociadas e desenhadas com o governo estadual, comandado por Ratinho Júnior (PSD), aliado de Bolsonaro reeleito no Paraná.

No total, o programa para as estradas paranaenses negociado entre o Estado e o Ministério da Infraestrutura prevê a concessão de seis lotes de rodovias. Há tempo hábil para o atual governo encaminhar apenas os editais dos dois primeiros lotes. O restante, que ainda não passou pela chancela do TCU, ficará sob responsabilidade do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os editais

"A previsão do projeto de concessão do sistema rodoviário paranaense é de que os editais de licitação dos lotes 1 e 2, com investimentos estimados de R$ 18,6 bilhões em mais de 1 mil quilômetros de estradas que cortam o Estado, sejam lançados ainda este ano pela ANTT", afirmou ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o Ministério da Infraestrutura, sem prever mais leilões para este ano no setor de rodovias.

Por outro lado, a pasta reafirmou que pretende bater o martelo sobre a concessão do Porto de Itajaí, cuja administração hoje é municipal. A ideia é realizar o leilão em dezembro e atrair com o projeto investimentos na ordem de R$ 2,8 bilhões. "Quanto ao Porto de Itajaí, a expectativa do MInfra é realizar a licitação da concessão em dezembro deste ano com investimentos previstos de R$ 2,8 bilhões."

A modelagem prevê que o futuro concessionário administre o porto e opere contêineres, prestando serviços aos usuários dos portos (embarcadores, exportadores e importadores). As principais cargas conteinerizadas a serem transportadas são carnes, principalmente de aves, e madeiras.

Porto de Santos e BR-381

Em relação ao projeto de concessão da BR-381, cuja modelagem inicial não atraiu interessados no início do ano, o governo Bolsonaro ainda não desistiu completamente. Mas não há otimismo para realizar o leilão ou mesmo publicar o edital neste ano. Apesar de o projeto já estar no Tribunal de Contas da União (TCU), a avaliação é de que, como o ativo e o histórico são sensíveis do ponto de vista político e de engenharia, seria melhor deixar para o novo governo avaliar se seguirá com o projeto.

A privatização do Porto de Santos é outra na fila de reavaliação. O movimento de dar "um passo atrás" antes de qualquer decisão se impôs diante das diversas sinalizações de que Lula interromperia a desestatização.

Em nota, o Ministério da Infraestrutura afirmou que o processo de desestatização segue normalmente em trâmite de análise TCU, "com o mesmo teor, mesmos estudos e previsões".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) adiou novamente a realização de audiência pública para discutir a desestatização do Porto de Santos e receber sugestões ao processo, conforme aviso publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira(6). Agora, a nova data será 19 de setembro.

Inicialmente, o debate ocorreria em 22 de agosto e depois em 6 de setembro. A audiência do dia 19 será virtual e terá início às 9h30. Os interessados em participar podem obter informações no site do BNDES.

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Na última quinta-feira, o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, disse que enviou "informalmente" na terça-feira, 30, ao Tribunal de Contas da União (TCU) todos os estudos e projeto para a privatização do terminal.

Sampaio disse esperar que todos os ritos de governança para que o projeto seja enviado formalmente ao TCU se encerrem até o dia 16.

Os estudos passam por tramitações na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e BNDES.

Como já mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o ministro tem reiterado que o governo pretende leiloar o Porto de Santos ainda neste ano, apesar do calendário apertado. A expectativa do governo é de que o processo tenha uma tramitação breve na Corte de Contas.

O candidato a vice-presidente na chapa de Lula, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) se manifestou contrário à privatização da Petrobras e do Banco do Brasil, nesta segunda-feira (29).

Alckmin, marcadamente conhecido por sua posição liberal, disse que o caminho para melhorar as contas públicas do País não é vender a Petrobras e o Banco do Brasil. Sobre o BB, o vice de Lula considerou que já há poucos bancos no Brasil, o que limita a concorrência e que este problema se aprofundaria com a privatização do BB.

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"O correto a se fazer é reduzir o custo do dinheiro. Temos bancos de menos no Brasil", disse Alckmin.

Sobre a Petrobras, o ex-governador defendeu que sua venda iria na contramão do que acontece no mundo, onde o Estado mantém participação de 85% nos setores de óleo e gás.

Alckmin participa do evento "ABDIB Fórum 2022 - Agenda da Infraestrutura com presidenciáveis", organizado pela Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base (ABDI).

O ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, avalia propor alterações na regulamentação e na lei de 2017 que instituiu a relicitação de ativos de infraestrutura. "A ideia é de aperfeiçoamento", disse Sampaio ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A ferramenta foi pensada para funcionar como uma alternativa de devolução amigável de concessões problemáticas, mas tem enfrentado percalços. Desde que a regulamentação do tema foi editada, em 2019, nenhuma relicitação saiu do papel. Seis concessionárias de rodovias e três de aeroportos já apresentaram pedidos ao governo.

O caso dos aeroportos de São Gonçalo do Amarante (RN) e de Viracopos (SP) são emblemáticos. A expectativa é de que a devolução de São Gonçalo, pedida em 2020, se resolva nos próximos meses, permitindo que o governo faça o leilão ainda neste ano. Já Viracopos tem outros complicadores, como a disposição da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos (ABV) de ficar com o ativo. Questionado, Sampaio não descartou a possibilidade, apesar de não haver definição. Segundo ele, o ministério analisa ideias recentemente apresentadas pela concessionária à pasta. "Mas, em paralelo, a relicitação segue de vento em popa no Tribunal de Contas da União", disse.

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Apesar da expectativa de resolução nesses casos, o tempo levado para o governo encaminhar a relicitação dos ativos é considerado um dos problemas a equacionar. Sampaio estuda com a equipe quais regras pretende aprimorar e espera ter um plano traçado nas próximas semanas, com eventual edição de uma medida provisória para ajustar a legislação.

"Entendo que há questões que dá para melhorar no decreto (de regulamentação). E minha proposta é pensar numa MP (medida provisória) também", explicou."Está demorando demais (o processo de relicitação). É um instrumento bom, que ainda precisa mostrar a que veio."

O ministro avalia, por exemplo, se no caso das rodovias não faria sentido o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já assumir a operação, diante do impasse. "Para mim, há investimentos que precisam ser feitos de forma urgente, e não posso colocar o Dnit lá dentro (segundo as regras atuais)", comentou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo federal avalia a possibilidade de alterar a regra que limita a participação de terminais portuários e armadores na privatização do Porto de Santos. A análise foi confirmada ao Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) pelo Ministério da Infraestrutura. Pela proposta de leilão que foi a consulta pública no início no ano, a pasta sugeriu que empresas que operam terminais no porto, por exemplo, possam integrar o consórcio vencedor que administrará o complexo portuário com participação individual máxima de 15%, ou até 40% em conjunto. A norma foi elaborada para evitar abuso de poder econômico na futura gestão privada do porto.

De acordo com o ministério, durante a fase de consulta externa sobre o projeto, o governo recebeu diversas propostas relacionadas ao tema. Houve sugestões tanto para ampliar porcentuais, e mesmo eliminar a regra, quanto para aumentar a restrição, acabando com qualquer flexibilização na participação desses agentes no leilão.

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Na semana passada, o governo incluiu o Porto de Santos no Programa de Parcerias de Investimentos e no Programa Nacional de Desestatização (PND).

Embora apertado, o cronograma do governo prevê a privatização do porto ainda neste ano, o que é visto com ceticismo no mercado. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o secretário de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura, Rafael Furtado, disse acreditar que a proposta será apresentada ao Tribunal de Contas da União (TCU) em meados de agosto. Depois disso, a expectativa é de publicar o edital em outubro, o que dependeria de uma decisão do Tribunal em menos de três meses - prazo considerado estreito pelo mercado, dado o tempo que o TCU tem levado em análises de casos de desestatização.

O leilão prevê exigências que terão de ser atendidas por seu novo gestor e que alcançam a cifra de R$ 18,5 bilhões em projetos de melhorias, ampliação e manutenção.

Privatização prevê túnel até o Guarujá

Sem ainda ter enviado o plano de privatização do Porto de Santos ao Tribunal de Contas da União (TCU), nas últimas semanas o governo ainda avalia como vai encaminhar o projeto do túnel submerso entre Santos e Guarujá dentro do leilão. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, ganhou força a opção de atribuir ao futuro concessionário a responsabilidade pela operação do túnel.

Se essa for a saída adotada, será uma mudança de rumo em relação ao modelo colocado em consulta pública no início do ano. Nele, o governo sugeriu que a parte operacional da passagem seca fosse uma concessão apartada, atribuindo ao operador do porto apenas um aporte financeiro de quase R$ 3 bilhões - número posteriormente revisado para cerca de R$ 2 bilhões.

O túnel seco é uma demanda antiga da região. Hoje, uma das alternativas para a travessia entre as cidades é pela balsa, que leva cerca de sete minutos por viagem e transporta 23 mil veículos por dia. Durante o deslocamento das balsas, a atividade do porto precisa ser interrompida. Outra opção é o caminho ser percorrido por estrada, em um trecho de 43 quilômetros.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou neste sábado, 9, que seus 12 sindicatos espalhados pelo país rejeitaram a contraproposta da Petrobras para acordo coletivo de trabalho (ACT) e aprovaram indicativo de greve por tempo indeterminado. Um comunicado oficial será encaminhado na segunda-feira, 11, à direção da Petrobras e aos presidentes da Câmara dos Deputados e Senado Federal.

A FUP informou que a data de uma greve ainda deve ser definida pela federação e que o processo está condicionado ao avanço de um processo de privatização da companhia pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Em nota, a FUP fala em greve "caso o governo federal encaminhe ao Congresso Nacional projeto de lei de privatização da Petrobras, como tem sido cogitado desde o ano passado".

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No fim de maio, o Ministério de Minas e Energia (MME) pediu a inclusão da Petrobras na lista de estudos para privatização. Para tanto, é preciso que o conselho do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) ratifique a recomendação e que o presidente Jair Bolsonaro publique decreto nesse sentido.

Sobre a contraproposta da Petrobras, rejeitada pela categoria, a Fup informou que a companhia propunha reajuste salarial de 5%, "o que equivaleria a menos da metade da inflação do período", além da retirada do plano de saúde do acordo coletivo trabalhista e mudanças relacionadas a banco de horas.

Os petroleiros reivindicavam reposição da inflação entre setembro de 2021 e agosto de 2022, além de reposição salarial das perdas dos últimos seis anos entre 2016 a 2021, equivalente a reajuste de 3,8%. Com isso, diz a FUP, a categoria não reivindica aumento real de salário. A entidade informou, ainda, que a proposta de reajuste da Petrobras é 8,5% inferior ao reivindicado pela categoria segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O resultado das 12 assembleias da FUP vem após duas semanas de consulta à categoria em assembleias estaduais. O processo terminou neste sábado, com a assembleia organizada pelo Sindipetro da Bahia, onde 308 trabalhadores da ativa e aposentados aprovaram, por unanimidade, os indicativos do sindicato para rejeição do acordo coletivo trabalhista (ACT) e greve. A Bahia foi o Estado mais afetado por privatizações e fechamento de unidades da Petrobras, caso da refinaria de Mataripe, vendida ao grupo Acelem, do fundo soberano de Abu Dhabi, o Mubadala.

As assembleias dos sindicatos de petroleiros do Norte Fluminense, no Rio de Janeiro, e de Minas Gerais foram realizadas ontem, 08, com resultado semelhante, mas não unânimes. No Sindipetro do Norte Fluminense, mais de mil trabalhadores, ou 99,6%, rejeitaram a contraproposta e 98,3% aprovaram a greve. Em Minas, a oferta da Petrobras foi rejeitada por unanimidade e 99% aprovaram a greve.

Os resultados vieram por unanimidade ou ampla maioria em todo o País. Houve menos de 90% de adesão ao indicativo de greve apenas no sindicato de São Paulo (85,34%) e do Paraná e Santa Catarina (88,36%). No País, a FUP reúne cerca de 24 mil petroleiros.

O ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, afirmou que o governo trabalha para realizar a privatização do Porto de Santos até dezembro deste ano. Conforme mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), os estudos ainda estão sendo finalizados pela pasta e devem ser enviados ao Tribunal de Contas da União (TCU) apenas no final de julho, o que foi confirmado pelo ministro.

"O Porto de Santos é realmente um grande ativo. Temos trabalhado para fazer até o final deste ano, em dezembro de 2022. O TCU está muito aberto a acelerar esse processo. Estamos fechando os estudos no mês de julho e protocolamos no final do mês no TCU", afirmou Sampaio, após evento de apresentação do balanço do primeiro semestre deste ano da pasta.

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O ministro afirmou que a expectativa é que o TCU leve menos tempo do que o usual na análise do processo, pois o modelo é "muito próximo" ao adotado na privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), realizada neste ano. "Contamos com aprovação do TCU em 60 a 70 dias, isso permitiria fazer o leilão ainda neste ano, abrindo o edital agora no final do segundo semestre", disse.

Ativos

Sampaio informou também que a previsão é que sejam realizados leilões de 38 ativos e uma renovação antecipada da concessão da ferrovia Centro-Atlântica até o fim deste ano. A previsão é que esses projetos somem R$ 100 bilhões em investimentos. "Estamos publicando também mais 23 editais para novos leilões, mostrando que essa agenda continua em 2023, 2024, 2025. E nós pretendemos fechar o ano com mais R$ 100 bilhões contratados, ou seja R$ 200 bilhões de investimentos contratados até o final do ano de 2022."

Segundo a pasta, a previsão é que 44 ativos sejam concedidos em 2023, sendo quase 16 mil quilômetros em rodovias.

Conforme divulgado em seu plano de diretrizes macro, o pré-candidato ao Governo de Pernambuco, Miguel Coelho (União Brasil), em quatro anos, pretende utilizar o montante de R$ 12 bilhões em investimentos do Executivo no estado. Deste valor, R$ 4 bilhões seriam captação estadual através dos impostos e serviços, e o restante, através de concessões e parcerias. Segundo o ex-prefeito, é possível fazer essas aplicações com o potencial do estado e ele não irá aumentar os impostos à população nos quatro anos de mandato.

“Aqui estamos sendo modestos. Privatizando a Compesa hoje, ela vale, em média, R$ 10 bilhões; a Copergás vale mais R$ 800 milhões; a concessão do Porto do Recife vale mais um ‘bocadinho’. Internalizar a fibra óptica vale R$ 1,5 bilhão, no modelo que o Ceará e a Paraíba fizeram. Entre as outras que defendemos. Nós não vamos aumentar um imposto sequer nos próximos quatro anos, muito pelo contrário, reutilizar e poder diminuir [os impostos] o inchaço da conta pública, que hoje é muito grande, mas sem perder o fio da responsabilidade fiscal”, prometeu Coelho.

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A questão tributária foi uma das mais fortes no discurso de Miguel Coelho. O pré-candidato prometeu um "decretaço" para implantar um pacote de simplificação tributária, com o objetivo de reduzir em 50% a burocracia e os custos dos contribuintes. O ex-gestor de Petrolina também prometeu isenção de IPVA para todas as motocicletas de até 160 cilindradas e isenção do IPVA para automóveis com mais de 10 anos.

Conta de luz

Miguel prometeu diminuir o valor pago pelos pernambucanos na conta de luz, referente a um dos serviços mais oscilantes e caros do estado. De acordo com o quadro proposto, haveria redução no ICMS de 25% para 17,5%. Em uma conta de R$ 200, isso representaria uma economia de R$ 15. "Isso é fundamental para atender a toda a população. Pernambuco tem quase quatro milhões de famílias beneficiárias de contas de luz. 1,3 milhões já fazem parte da Tarifa Social. Então, teremos 2,6 milhões de famílias e empresas que serão beneficiadas com essa proposta", afirmou o pré-candidato.

Privatização da Compesa

“Não tem outro caminho, nem tem meias palavras para defender o que a gente acredita. Alagoas, Rio de Janeiro e Ceará são exemplos disso; o mundo já fez isso e Pernambuco ainda está no século 19, não querendo encarar a realidade. A gente tem hoje a Compesa, uma empresa que arrecada mais de R$ 2 bilhões por ano, e que, mesmo assim, o estado aporta mais de R$ 350 milhões por ano, para poder cobrir custos administrativos”, argumentou Miguel.

De acordo com o plano proposto, as responsabilidades da empresa não seriam completamente repassadas à iniciativa privada. As barragens, a captação e tratamento da água, e a gestão operacional, continuariam sendo uma tarefa da estatal. Já a distribuição de água e esgoto seriam privatizadas. Coelho também prometeu a instalação de 100 mil cisternas até o fim do mandato.

O plano de diretrizes

O anúncio das diretrizes do plano de governo do pré-candidato Miguel Coelho foi feito na manhã desta segunda-feira (13), em um evento aberto no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Centenas de lideranças partidárias e aliados do ex-prefeito participaram da solenidade, como o ex-ministro Mendonça Filho (MDB), o presidente do Podemos em Pernambuco, Ricardo Teobaldo, e o pai de Miguel, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB).

Conforme anunciado pelo postulante e por sua coordenadora de campanha, a prefeita de Bezerros, Lucielle Laurentino (MDB), a gestão de Coelho será contemplada por quatro eixos, sendo eles o estado inclusivo e sustentável, infraestrutura, ambiente favorável aos negócios; e serviços públicos e políticas públicas de qualidade.

Para coparticipar no plano de governo de Miguel, que será divulgado gradualmente até outubro, o público poderá enviar sugestões através dos sites porpernambuco.com.br e pernambucodetodos.com.br.

O Ministério da Economia informou nesta segunda-feira (13) que será realizada nesta terça-feira (14) às 12 horas (de Brasília), em São Paulo, a cerimônia de Toque de Campainha, para celebrar a oferta subsequente de ações da Eletrobras. Após a solenidade, está prevista uma coletiva de imprensa, com autoridades dos ministérios da Economia, Minas e Energia, da Eletrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O evento acontecerá na sede da B3, com transmissão pelos canais da EBC e do Palácio do Planalto.

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A coletiva terá transmissão também pela internet (https://www.tvb3.com.br).

O governo não informou quem são as autoridades que estarão presentes.

Na manhã deste sábado (11), Lula fez uma série de postagens no Twitter para falar de sua reprovação ao processo de privatização da Eletrobras. Na rede social, o ex-presidente da República declarou que a ação prejudicará a população por meio do aumento da conta de energia.

"Cerca de 33 milhões de brasileiros estão passando fome. As pessoas são obrigadas a escolher entre comprar comida ou pagar a conta de luz, que não para de subir. E o que faz o governo? Privatiza a Eletrobras, para aumentar ainda mais a conta de luz", disse.

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Ainda de acordo com o líder nacional do PT (Partido dos Trabalhadores), a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) está cometendo um erro: "O atual governo insiste em cometer mais esse crime contra o Brasil e o povo brasileiro: vender a Eletrobrás, a toque de caixa e a preço de banana".

Para Lula, toda essa atitude em volta da Eletrobras tem a ver com os rumos das eleições deste ano. "Tamanha pressão em entregar de mão beijada a maior empresa de geração de energia da América Latina, responsável por quase 40% da energia consumida no Brasil, só tem uma explicação: medo da derrota na eleição de outubro, com o consequente fim da mamata com dinheiro público", afirmou.

Em uma outra publicação, o político assegurou: "Se vencermos a eleição de outubro, como todas as pesquisas anunciam, nós vamos restaurar a soberania do Brasil e do povo brasileiro".

Confira as postagens:

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Apesar da oferta bilionária que marcou a privatização da Eletrobras, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que fazer o mesmo processo com a Petrobras é algo demorado e que, se bem conduzida, pode levar quatro anos. Admitiu ainda que pode ser escolhido outro presidente, com ideia diferente, nas urnas em outubro.

"Qualquer privatização é demorada, não é colocar na prateleira e vender. Com a Petrobras, um processo muito bem conduzido leva quatro anos", disse Bolsonaro, na saída do hotel, em Los Angeles, rumo ao aeroporto para embarcar para Orlando.

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"Então, vai passar até o futuro, a reeleição ou eleição, vai até ultrapassar. Pode ser que venha outro presidente com ideia diferente", admitiu.

Bolsonaro afirmou, porém, que a Petrobras não pode ser como é hoje em dia, "uma estatal, onde a única preocupação é o lucro", mas que tenha papel social como é previsto na Constituição. "Todas as empresas têm que ter lucro, concordamos com isso, mas a única preocupação é o lucro", criticou.

Segundo ele, a Petrobras é a petrolífera que mais fatura no mundo e que no momento de uma crise como a guerra, poderia ser um pouco mais "benevolente", uma vez que o seu papel está previsto na Constituição. "Imagina se o barril do petróleo for lá para frente e simplesmente aumenta lá e aumenta aqui, quebra o Brasil", afirmou.

Os trabalhadores que reservaram parte do saldo das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para comprarem ações da Eletrobras terão cerca de um terço do valor devolvido às contas do fundo. Segundo o prospecto definitivo da oferta pública de ações, divulgado nesta sexta-feira (10) pela companhia elétrica, 66,79% do valor reservado em cada conta será usado para adquirir ações da empesa. 

Os 33,21% restantes voltarão para a conta do FGTS, sem prejuízo para o trabalhador, e continuarão a ser remunerados pelo rendimento tradicional do Fundo de Garantia: 3% mais a Taxa Referencial a cada ano. A devolução parcial ocorreu porque a demanda dos trabalhadores superou o teto de R$ 6 bilhões alocados pela Eletrobras para a reserva de ações.

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  A demanda total ficou entre R$ 8,8 bilhões e R$ 9 bilhões. Pelo prospecto da oferta de ações, nesse caso, parte do valor reservado seria devolvida para garantir que todos os trabalhadores que participaram da oferta pública conseguissem ser donos de ações da Eletrobras. 

Com a devolução parcial, quem reservou R$ 200, a quantia mínima, converteu R$ 133,58 em ações da Eletrobras. Quem reservou R$ 10 mil, teve R$ 6,679 convertidos. Quem destinou R$ 50 mil, teve R$ 33.395 efetivamente aplicados. 

Liquidação

Segundo a Caixa Econômica Federal, a liquidação da oferta ocorrerá na próxima terça-feira (14), quando os valores aplicados efetivamente sairão da conta do FGTS. No entanto, a quantia usada para a compra de ações já aparece no extrato disponível no aplicativo FGTS. Basta abrir o programa e clicar em “Meu FGTS”, que os valores aparecem como saques para o Fundo Mútuo de Privatização da Eletrobras (FMP-Eletrobras). 

O processo de reserva começou na última sexta-feira (3) e acabou às 12h de quarta-feira (8). O preço unitário da ação ordinária foi fixado em R$ 42.  Tecnicamente, o recurso reservado nunca saiu da conta do trabalhador e continuou a ser remunerado nos dias em que ocorreram a reserva. Quem tiver dúvida pode acessar os canais oficiais da Caixa, como os telefones 4004-0104 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800-104-0104 (demais regiões). 

Próximos passos

Segundo comunicado publicado hoje (10) na página da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o processo de privatização da Eletrobras movimentou, até agora, R$ 29,29 bilhões. Além dos R$ 6 bilhões dos trabalhadores que aplicaram com o FGTS, participam do processo de capitalização da companhia fundos de pensão, investidores de varejo, investidores estatais e fundos de hedge (fundos que buscam proteção). 

Segundo a própria Eletrobras, até 11 de julho será oferecido um novo lote de até 104,6 milhões de ações, que correspondem a 15% do total de papéis ofertados ao mercado. Essa operação, que marcará o fim do processo de privatização, deverá movimentar mais R$ 4,39 bilhões, mas o valor final dependerá da demanda dos investidores. 

O processo de privatização da Eletrobras ocorre por meio de ofertas de ações que diluem a participação do governo na companhia. Ao fim do processo, a participação do governo deve cair de 72% para 45%. Em abril, o Tribunal de Contas da União (TCU) exigiu um preço mínimo de preço das ações para consumar a privatização, mas o valor é mantido em sigilo por envolver negociações no mercado financeiro.

A Eletrobras já possui demanda para vender suas ações na oferta que marcará sua privatização, que poderá movimentar mais de R$ 35 bilhões. Segundo apurou o Estadão, as ordens feitas por grandes investidores já superam o volume da oferta em cerca de 50%. E isso sem contar o dinheiro que virá das pessoas físicas, que poderão usar os recursos hoje aplicados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nos papéis, e também o grupo dos prioritários, como os atuais acionistas e funcionários da Eletrobras.

A oferta foi lançada na semana passada e, desde então, a administração da companhia e os bancos estão em ritmo acelerado de reuniões com investidores para definir o preço da ação, que será anunciado na próxima quinta-feira.

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O valor depende justamente do apetite dos investidores, que é classificado por fontes do mercado como bastante elevado. A demanda tem sido forte mesmo em um momento de aversão ao risco nos mercados em todo o mundo, pois a expectativa é de que os papéis tenham grande potencial de alta após a desestatização.

Essa é a maior oferta de ações na Bolsa brasileira desde a megacapitalização da Petrobras, há mais de dez anos. Como a definição do preço será apenas na próxima quinta-feira, a expectativa é de que o interesse esquente ainda mais até lá.

Os coordenadores da oferta são BTG Pactual (líder), Bank of America (BofA), Goldman Sachs, Itaú BBA, XP, Bradesco BBI, Caixa, Citi, Credit Suisse, JPMorgan, Morgan Stanley e Safra.

EXPECTATIVA

A operação foi lançada com o apoio de dez fundos, que devem comprar cerca de R$ 15 bilhões em ações. Segundo fontes, esse grupo fez uma oferta abaixo de R$ 40 por papel, mas a aposta nos bastidores é de que esse preço vai subir. No lançamento da oferta, a ação estava em R$ 44 - hoje, está em torno de R$ 42.

Por se tratar de uma privatização, existe um preço mínimo para a venda de cada ação da estatal, algo que já foi definido pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Mas o valor é mantido sob sigilo. Na prática, isso significa que a oferta só ocorrerá se os investidores aceitarem pagar um preço acima do que foi estabelecido como piso.

A principal carta na manga no processo, no entanto, foi a liberação do uso de recursos do FGTS para pessoas físicas participarem da oferta, com um limite de R$ 6 bilhões.

O período de reserva para esse público começou ontem e seguirá até a próxima quarta-feira, mesmo prazo determinado para que investidores que se encaixam na oferta prioritária manifestem interesse em participar. Outros R$ 3 bilhões poderão ser comprados por pessoas físicas que não possuem recursos no Fundo de Garantia.

Ao fim do processo, a União terá sua participação reduzida a menos de 50% - ou seja, deixará de ser a controladora da empresa de energia. A previsão é de que a fatia que hoje pertence ao governo, somando União e BNDES, vá dos atuais 60% para cerca de 33%, de acordo com o prospecto da oferta. O modelo da privatização é o mesmo que foi utilizado pela antiga BR Distribuidora, que pertencia à Petrobras e foi renomeada Vibra.

APETITE

O ânimo do mercado em relação à Eletrobras é refletido na aposta da RPS Capital, de Gustavo Fabrício. A gestora quer pelo menos dobrar sua posição na Eletrobras. Henrique vê potencial de as ações se valorizarem mais de 100% no médio prazo. "A Eletrobras tem muita coisa para dar certo e isso está animando o mercado. Ela é a maior empresa do Brasil e tem um custo mais alto do que as concorrentes. Com uma gestão mais profissionalizada, existirá muito potencial de alta para as ações", afirma Fabrício. (Colaborou André Jankavski)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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