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O pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo José Serra minimizou hoje o impacto da crise entre o governo Dilma Rousseff e os partidos da base aliada na disputa eleitoral paulistana. Serra disse que sua campanha não deve ser favorecida pelas disputas em Brasília - que aparentemente prejudicariam o pré-candidato petista Fernando Haddad. "Não creio que haja uma relação tão direta assim", afirmou, após evento partido na zona leste de São Paulo.

A mesma opinião tem o senador Aloysio Nunes (SP). Presente no mesmo encontro, ele afirmou que as esferas municipais e federal têm dinâmicas muito diferentes. Ressaltou, no entanto, que a rebelião na base aliada do governo federal escancara que é problemático o modo de o PT fazer alianças, que classificou de fisiologismo. "Esse fisiologismo pode funcionar bem por apenas um certo tempo. O apetite dos partidos é sempre maior que o alimento disponível. Aí é que começa a briga", disse.

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Contudo, o deputado estadual Orlando Morando, um dos coordenadores da pré-campanha de José Serra, acredita que o "desentrosamento" entre o governo Dilma e a base aliada deve favorecer os partidos que fazem oposição ao PT. "Não pautamos nossa campanha imaginando problemas do outro, mas com certeza essa situação pode gerar um dividendo para quem é oposição ao PT", disse.

Em meio à crise estabelecida na base aliada ao Planalto esta semana será repleta de votações polêmicas na Câmara. Além das seis medidas provisórias que trancam a pauta, o Código Florestal aguarda análise dos parlamentares. Enquanto isso, o PMDB – maior partido aliado ao governo – formula um manifesto exigindo protagonismo da legenda no governo da presidente Dilma. Na última semana, a petista chorou ao defender uma gestão de coalizão.

Na fila de votação, está a MP 547/11, que deixou de ser apreciada na última quarta-feira (29) por falta de acordo. A proposta cria o cadastro nacional de municípios com áreas sujeitas a escorregamentos geológicos nas encostas, sob responsabilidade do executivo federal. O parecer do deputado Glauber Braga (PSB-RJ), que reformulou o Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec) e instituiu uma política pública de prevenção, não agradou a base governista. O líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que não apoiará várias mudanças feitas por Braga. O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), demonstrou insatisfação com o adiamento. Para ele, o relator transformou o texto em um “instrumento do bem”.

A análise da versão do Senado para o projeto que altera o Código Florestal (PL 1876/99) também está prevista para os próximos dias. O tema será definido em reunião de líderes nessa terça-feira (6), às 10h. Há intenso debate em relação às áreas consolidadas – regiões produtivas em locais de preservação ambiental. O texto foi aprovado em maio pelos deputados e revisado pelos senadores em dezembro.

Do lado de fora do Congresso, na Esplanada dos Ministérios, a presidente chorou por coalizão no governo. Durante a cerimônia de posse do novo ministro da Pesca, Marcelo Crivella, na última sexta-feira (2), ela se desculpou pela saída de Luiz Sérgio e justificou a troca como uma aliança entre partidos. Na contramão do apelo presidencial, o PMDB deve entregar amanhã (6) documento exigindo maior protagonismo do partido. O material deve ser recebido por Michel Temer por conta da viagem de Dilma à Alemanha.

O impasse do comando das comissões permanentes da Casa também deve ser definido nessa quarta-feira (6). Em reunião dos líderes partidários na semana passada, o PT pediu mais tempo para decidir os grupos que pretende comandar este ano.

O pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, prometeu nesta quarta-feira que, caso eleito, cumprirá os quatro anos de mandato à frente da administração municipal. Serra disse que é candidato à prefeitura de São Paulo para governar até quando o seu "mandato durar". "Eu vou cumprir os quatro anos, é mais do que promessa", afirmou, durante entrevista coletiva, concedida na capital paulista.

O ex-governador reconheceu ainda que essa questão (de cumprir o mandato integral) deve ser explorada pelos seus adversários durante a campanha eleitoral deste ano e disse que ainda não pode garantir se disputará a reeleição ao cargo. "Não fui nem eleito ainda, não posso falar", disse Serra.

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O ex-governador de São Paulo entregou, por volta das 17h30 de hoje, carta à Executiva Municipal do PSDB, na qual se dispõe a participar do processo de prévias do partido à sucessão da Prefeitura de São Paulo. Em breve pronunciamento, feito na sede do diretório, ele ressaltou que com a entrega deste documento, estabelece a sua disposição para ser candidato do PSDB e para governar a cidade de São Paulo. "Se a direção do partido aceitar este documento, eu saberei disputar essa eleição interna", afirmou.

No documento, Serra lembra que depois das eleições presidenciais de 2010, na qual foi candidato pelo PSDB, manifestou publicamente sua disposição de voltar sua atenção às questões nacionais. Ele pondera, contudo, que nas últimas semanas ocorreram manifestações de integrantes do PSDB para que ele disputasse a eleição municipal. "Para mim, a política não é uma atividade privada, objeto apenas da vontade e do desejo pessoal, ou fruto de ambição íntima". "Eu aprendi a reconhecer que o interesse coletivo se sobrepõe sempre aos planos pessoais daqueles que abraçaram de fato a causa pública", acrescentou.

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Serra falou também que as ações e os movimentos políticos são subordinados às circunstâncias e à conjuntura do momento. Na carta, lida aos membros do diretório, ele observa ainda que, nos últimos dias, ouviu os seus interlocutores, como o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), e refletiu sobre a situação do País e sobre os dissabores que o processo democrático tem enfrentado diante do avanço da hegemonia de uma força política sobre São Paulo, numa referência ao PT.

Ele disse também que São Paulo é a maior cidade do Brasil e que, neste ano, se travará uma disputa não apenas para o futuro do município, mas também para o futuro do País. "Uma disputa entre duas visões distintas de Brasil, duas visões distintas de administração dos bens coletivos, duas visões distintas de democracia, duas visões distintas de respeito aos valores republicanos". Na carta, ele ainda ressalta que não foge às suas responsabilidades e que, ao se apresentar para a disputa, deixa claro que quer ser prefeito de São Paulo porque, segundo ele, a cidade cobra o que há de melhor do PSDB. "Nós respeitamos os nossos adversários, mas temos clareza de que o nosso partido e os nossos aliados representam o melhor para esta cidade".

Serra disse também que sempre estimulou o processo de prévias na disputa partidária e que pretende fazer uma administração em São Paulo "digna de nosso sonho". Serra vai conversar amanhã, à tarde, com jornalistas na sede estadual da legenda para falar sobre sua entrada na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Ameaçado de perder o "espólio" do DEM para o governo petista de Dilma Rousseff, caso o partido desaparecesse do mapa político do Brasil, o PSDB resolveu dar um reforço eleitoral ao velho aliado nas eleições municipais. Os tucanos já decidiram que estarão juntos com o DEM em cinco capitais e estão negociando parcerias em São Paulo, Recife e Campo Grande.

"Vamos apoiar o candidato do DEM onde o partido tiver candidato viável", anuncia o senador Aécio Neves (PSDB-MG), ao confirmar o "esforço real da direção partidária para reatar a relação de confiança com o DEM".

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O sinal mais claro da disposição do PSDB nacional de reconquistar a confiança dos parceiros que resistiram à criação do novo PSD foi dado em Sergipe. A direção nacional fez uma intervenção no diretório sergipano para garantir apoio à candidatura do ex-governador João Alves (DEM) a prefeito de Aracaju e pagou o preço da desfiliação do ex-governador Albano Franco. "Nossas relações com os democratas são prioritárias", justifica o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).

Na capital paulista, a presença do PSD na coligação da eventual candidatura tucana de José Serra a prefeito não impedirá uma aliança com os democratas. O que fala mais alto é a gratidão dos dirigentes do DEM à atuação do governador Geraldo Alckmin para preservar o partido aliado.

Foi de São Paulo que o DEM saiu mais inteiro da investida do PSD. Por isto mesmo, o lançamento da candidatura de Rodrigo Garcia (DEM) a prefeito foi combinada com o governador que queria ganhar tempo à espera de uma definição de Serra. "Estamos afinando o discurso e as mágoas estão superadas", afirmou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

"É claro que não podemos ser um partido satélite do PSDB, mas temos que estar juntos", ponderou o senador, resumindo a orientação geral das duas legendas para seus quadros em todo o País. Será assim em Goiânia, embora ainda não haja definição do candidato. Na semana passada, Demóstenes recusou o apelo do governador Marconi Perillo (PSDB) para disputar a prefeitura da capital. A única certeza por enquanto é a de que haverá aliança.

Nordeste

Em Salvador, os dois principais quadros da oposição ao PT do governador Jaques Wagner também acertaram que não disputarão entre si. Pesquisas apontam o favoritismo do líder do DEM na Câmara, ACM Neto, mas os tucanos ainda mantêm a alternativa de lançar o deputado Antônio Imbassahy.

Já em Natal, ambos convergem para a candidatura do deputado Rogério Marinho, que preside a regional tucana. Ele sai com o apoio do DEM na capital potiguar e os tucanos se dispõem a retribuir a parceria em Fortaleza, em torno de Moroni Torgan.

Sérgio Guerra lançou a candidatura do deputado estadual Daniel Coelho a prefeito do Recife, mas a decisão de investir em um quadro jovem que veio do PV não descarta a parceria com o DEM do deputado federal Mendonça Filho. A definição dependerá do que for mais estratégico para a oposição no Estado.

Em Pernambuco, onde a boa relação dos tucanos com o PSB incomoda o DEM, o projeto de Guerra é fazer com que o PSDB saia das urnas como o segundo maior partido no Estado, atrás apenas do PSB. Em número de prefeitos, a regional pernambucana já ultrapassou o PT e o projeto para este ano é bater os petistas também em número de votos.

"Das oito principais cidades da região metropolitana do Recife, já lideramos a corrida municipal em três: Jaboatão, Cabo e Ipojuca, sede do Porto de Suape que concentra a segunda maior arrecadação do Estado", relata Guerra.

Também é dado como certo um acerto eleitoral das duas siglas em Campo Grande (MS), onde o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) e seu concorrente do DEM, Luiz Henrique Mandetta, já conversaram e concluíram que têm perfis e projetos semelhantes para a cidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O aceno do ex-governador de São Paulo José Serra de que poderá ingressar na disputa à sucessão da Prefeitura de São Paulo levou lideranças tucanas a defender o adiamento do processo de prévias para a escolha do candidato do PSDB nesta eleição municipal. A mudança da data da eleição interna, marcada para 4 de março, seria possível, na avaliação dos defensores da candidatura do ex-governador, em virtude de uma brecha jurídica presente em resolução do diretório estadual do PSDB, que disciplina o processo de prévias no Estado de São Paulo.

O documento aponta que o processo interno deve ser realizado até 31 de março, o que daria maior tempo para José Serra decidir se participará ou não da disputa partidária. "A mudança da data é possível, mas deve passar pela decisão da executiva municipal ou estadual do PSDB", explicou um cacique tucano.

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou na manhã de hoje que espera uma resposta do ex-governador de São Paulo antes das prévias tucanas e voltou a garantir que as eleições internas do partido irão ocorrer. Segundo o governador, se houver algum fato novo, como, por exemplo, a entrada do ex-governador nesse processo, caberá ao partido discutir a questão.

"As prévias estão mantidas, se tiver algum fato novo, discute-se", disse ele, após participar de cerimônia para implantação do Parque Tizo, em Taboão da Serra. José Serra esteve ontem no Palácio dos Bandeirantes e na conversa que teve com o governador Geraldo Alckmin disse que é grande a chance de entrar na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

O PSDB mineiro encostou na parede o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e impôs hoje condições para que o partido mantenha o apoio à reeleição do socialista. Entre os "pontos essenciais" apresentados pelos tucanos está a participação formal do partido na aliança e uma fatia maior no governo em caso de vitória da chapa. Mas deram a entender que aceitam a indicação do candidato a vice pelo PT, que ainda definirá em processo interno se continuará ao lado de Lacerda ou se terá candidato próprio no pleito.

Pela manhã, os presidentes dos diretórios tucanos de Minas e de Belo Horizonte, respectivamente o deputado federal Marcus Pestana e o deputado estadual João Leite, reuniram-se na residência de Lacerda com o prefeito e o presidente do diretório estadual do PSB, o ex-ministro Walfrido Mares Guia. Segundo Pestana, o encontro foi realizado para que os tucanos apresentassem as "diretrizes e expectativas para a construção de um novo patamar na aliança".

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Em 2008, o socialista foi eleito com o apoio do então governador e atual senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do ministro Fernando Pimentel (PT), a quem Lacerda sucedeu na prefeitura da capital. Mas, por imposição da direção petista, os tucanos participaram apenas informalmente da aliança. Pestana afirma que, este ano, além de integrar formalmente a coligação, a legenda quer ter poder de decisão nos rumos da campanha eleitoral. "Alguns (pontos) são fundamentais, como a coligação clara, formal, transparente, a participação na coordenação da campanha e na discussão do programa de governo", declarou.

Depois de 16 anos de mandatos do PT e PSB na prefeitura, o PSDB voltou ao Executivo municipal justamente com a eleição de Lacerda e hoje comanda órgãos importantes como as secretarias de Saúde e de Desenvolvimento Econômico, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) e a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), entre outros. Mas, de acordo com Pestana, o espaço ainda é pouco e o partido quer "a participação no futuro governo". "Uma participação maior, proporcional ao nosso peso político. Afinal, é o maior partido de Minas, tem o governador Antonio Anastasia e o líder maior, que é o senador Aécio Neves", salientou.

Mas as lideranças tucanas deram a entender que aceitam que o PT indique o candidato a vice, apesar de considerarem que isso não influenciará na decisão do partido de participar ou não da aliança. "O PT não tem mais democracia interna. Tem um comando sólido do Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva), que tirou a Marta em São Paulo. Aqui em Belo Horizonte, o Lula já direcionou para que seja o apoio a Marcio Lacerda", alfinetou o tucano. Mas ele ressaltou que outra condição para que o PSDB integre a coligação é que "o vice-prefeito encarne o espírito da aliança". "Não pode ser uma pessoa que produza dissenso, divergência, conflito. Não pode ficar pensando em 2016. O foco é 2012", disse, referindo-se ao atual vice-prefeito, o petista Roberto Carvalho, que entrou em rota de colisão com Lacerda ainda no início do governo e é um dos principais defensores da candidatura própria do PT.

Na esteira da Lei da Ficha Limpa, aprovada na semana passada (dia 16) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pretende publicar até o final de março um decreto que impede a nomeação de servidores públicos indicados para cargos de confiança, condenados em segunda instância judicial.

Ele informou, na manhã de hoje, em evento na zona norte da Capital, que a Procuradoria Geral do Estado aguardava a decisão do Supremo sobre a matéria para formatar o decreto estadual. Segundo ele, a iniciativa será retroativa e, logo válida para os atuais servidores públicos, que se tiverem condenação poderão ser exonerados a partir de sua validade. "Vamos formatar o decreto estadual que, pronto, vai ser divulgado e publicado", afirmou. "Ele não é só para os novos funcionários, mas para todos, independentemente do tempo de serviço."

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Além de servidores, o decreto irá impedir a nomeação de secretários estaduais e diretores de autarquias condenados em segunda instância judicial. A Câmara Municipal de São Paulo também pretende, nas próximas semanas, votar proposta que leve em conta a Lei da Ficha Limpa para nomeações na administração municipal, que inclui servidores ou agentes públicos.

A Lei da Ficha Limpa determina a inelegibilidade de políticos condenados em segunda instância judicial que foram cassados ou que tenham renunciado para evitar uma cassação. A lei já é válida para as eleições municipais deste ano.

Alckmin visitou neste manhã as obras da futura Escola Técnica Estadual (Etec) de Esportes, que funcionará no bairro de Vila Maria. A unidade vai oferecer o curso técnico de Esportes e Atividade Física, elaborado em conjunto por profissionais do Centro Paula Souza e da Fundação Gol de Letra. A unidade oferecerá cursos a mais de dois mil alunos e deverá estar concluída, segundo o governador, até outubro deste ano. O período de conclusão das obras coincide com as eleições para a Prefeitura.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pretende se reunir com o ex-governador de São Paulo José Serra, neste feriado de carnaval, para saber se ele pretende mesmo disputar a sucessão da Prefeitura de São Paulo. No encontro, que deve ser realizado no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin pretende arrancar do seu antecessor um indicativo de que ele pretende ingressar na disputa municipal e, assim, buscar, em conjunto, uma saída honrosa para a decisão de realizar prévias para a escolha do candidato tucano em São Paulo. "O governador só pretende iniciar uma discussão dentro do PSDB, a respeito da candidatura, após ouvir o ex-governador, o que deve ocorrer neste feriado de carnaval", informou um aliado próximo do governador de São Paulo.

Em conversas privadas, aliados de Geraldo Alckmin avaliam dois meios de viabilizar uma eventual candidatura de José Serra à Prefeitura de São Paulo. Um deles, considerado pouco provável, é de que, por meio de uma brecha jurídica, o ex-governador de São Paulo fosse inscrito na prévia do partido para a escolha do candidato tucano, marcada para março. A segunda alternativa, tida como a mais provável, é a negociação de uma "saída honrosa" para o vencedor das prévias, que abriria mão da disputa municipal em nome da candidatura de José Serra. O fim da disputa interna, um terceiro caminho possível, já teria sido descartado pelo governador de São Paulo, que teme criar uma saia-justa com a militância tucana favorável ao processo de escolha partidário.

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Nos bastidores, aliados do governador de São Paulo estudavam compensações aos quatro pré-candidatos do PSDB para que abrissem mão do processo, criando condições para o ex-governador entrar na disputa. Em razão da reação dos pré-candidatos, bem como da militância, o partido recuou e manteve, por enquanto, o processo de escolha, evitando assim um custo político maior. Ontem, em evento na capital paulista, o governador garantiu que as prévias estão mantidas e que, se o ex-governador decidir entrar na disputa eleitoral, o partido vai discutir a questão.

O movimento articulado por lideranças do PSDB para suspender a disputa por prévias, numa tentativa de abrir caminho para uma eventual candidatura do ex-governador José Serra à Prefeitura de São Paulo, levou militantes do partido a convocar um protesto, na noite de hoje, em defesa da eleição interna, marcada para o dia 4 de março. Em e-mail enviado a militantes do partido e intitulado "Convocação Contra o Golpe", tucanos favoráveis à disputa interna conclamam seus correligionários a se reunir nesta noite, a partir das 19 horas, na sede do diretório estadual do PSDB em São Paulo, para mostrar a "força da militância" em um ato "contra o golpe das prévias".

Ontem, em nota divulgada à imprensa, parte da bancada tucana na Assembleia Legislativa de São Paulo pediu ao ex-governador José Serra que aceite disputar as eleições municipais e que o PSDB desista da prévia. A ação causou polêmica na legenda, dividida entre realizar ou não a disputa. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defende que o ex-governador decida se será ou não candidato antes das eleições internas. No Palácio dos Bandeirantes, já são estudadas compensações para os quatro pré-candidatos abrirem mão da disputa interna. Em paralelo, as lideranças tucanas buscam uma brecha jurídica para permitir a entrada do ex-governador na disputa à sucessão da Prefeitura de São Paulo.

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A resolução municipal que disciplina a eleição interna estabelece que o prazo final para inscrição de pré-candidatos terminou na última terça-feira. O argumento de dirigentes do partido, contudo, é de que o estatuto do PSDB não estabelece uma data limite para a participação neste processo. O presidente municipal da sigla, Julio Semeghini, informou ontem que os diretórios municipal e estadual do PSDB irão se reunir, após o feriado de carnaval, para discutir qual deve ser o entendimento sobre as inscrições para as prévias. Disputam as prévias os secretários da Cultura, Andrea Matarazzo, da Energia, José Aníbal e do Meio Ambiente, Bruno Covas, além do deputado federal Ricardo Trípoli.

Oito meses após anunciarem prévias para escolher o candidato a prefeito, líderes do PSDB começaram a atuar nos bastidores para derrubar a disputa interna, abrindo caminho para a candidatura do ex-governador José Serra à Prefeitura de São Paulo. A bancada tucana na Assembleia Legislativa divulgou nota ontem em que pede ao ex-governador que aceite o apelo de disputar e que o partido desista das prévias. A movimentação causou polêmica na legenda, que se divide sobre a realização das prévias.

Movimentos distintos apontavam uma ação para que não saia do papel a disputa interna, sobre a qual o governador Geraldo Alckmin chegou a dizer que era sua "obrigação moral" defender.

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No Palácio dos Bandeirantes, já se fala em compensações para os quatro pré-candidatos que colocaram seus nomes na disputa, marcada para o dia 4 de março.

Neste momento, no entanto, prossegue uma divergência de timing entre o governador e Serra, que ainda não resolveu se é candidato. Alckmin deseja que ele se decida antes das prévias. Mas, segundo interlocutores, Serra não dá indicativos de que resolverá até lá. Para aliados, é possível que estenda o processo até a convenção, em junho.

Além da nota da bancada, o presidente municipal do PSDB, Julio Semeghini, falou em "saída jurídica" para a questão.

"Estou sentindo um movimento para derrubar (as prévias). Mas isso só vai acontecer se me derrubarem no voto. Sou a favor das prévias e vou defendê-las até a última hora", desabafou o presidente estadual tucano, Pedro Tobias. "A bancada considera as prévias um processo legítimo. Assim como considera o nome de Serra como candidato", disse o líder do PSDB na Câmara Municipal, Floriano Pesaro.

No governo, avalia-se que dois dos pré-candidatos, os secretários Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente), abririam mão do processo. O "problema" seria o secretário José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Tripoli. Estão em estudo compensações, como o fortalecimento da pasta de Energia, que abrigaria a de Saneamento. Tripoli poderia receber cargo de direção na campanha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No momento em que a cúpula tucana se mobiliza para emplacar a candidatura do ex-governador José Serra à prefeitura de São Paulo e evitar a união entre PSD e PT, o prefeito Gilberto Kassab desembarcou hoje em Brasília para uma audiência privada com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Foi o segundo encontro dos dois em menos de uma semana - Kassab e Dilma estiveram juntos na festa dos 32 anos do PT, na sexta-feira passada, quando o prefeito foi vaiado.

Questionado pela imprensa sobre as sucessivas conversas com lideranças petistas, Kassab negou que esteja fazendo jogo duplo na sucessão paulistana. "Todos sabem que não. Todos entendem que a nossa gestão é do Serra e do Kassab, e isso não impede o PT de ter conosco alianças, onde existem as circunstâncias", afirmou, destacando que em cidades como Salvador e Aracaju já estão definidas alianças entre PT e PSD. "Cada circunstância dita a conduta do partido nas eleições municipais."

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Oficialmente, Kassab disse que tratou com a presidente sobre a dívida da prefeitura com o governo federal (na casa dos R$ 40 bilhões) e da candidatura da cidade para sediar o evento Expo Mundial em 2020. O encontro dos dois não havia sido previamente divulgado nem pela assessoria do prefeito nem pela da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, só sendo confirmado depois que o prefeito já tinha deixado o Palácio do Planalto.

"Não foi tratada (de política), seria até uma desconsideração com a presidenta, vim como prefeito, não como líder partidário", afirmou Kassab. Indagado se a sua prioridade era o apoio ao PSDB, que tenta convencer Serra à concorrer à prefeitura, ou o pré-candidato do PT, Fernando Haddad, Kassab limitou-se a dizer que as "circunstâncias vão mostrar o melhor projeto para a cidade de São Paulo".

Para ele, o processo de discussão de alianças em São Paulo ainda está se iniciando. "Todos sabem a relação que existe entre o PSD e o PT e todos sabem da nossa posição como prefeito da cidade de São Paulo, portanto, há um interesse muito especial em fazer o encaminhamento da sucessão da forma mais correta", disse.

Na avaliação do prefeito, a relação do PSD com o PT tem sido muito respeitosa. "As declarações do candidato Haddad têm sido muito adequadas", comentou. "O melhor projeto é evidente que vem acompanhado de ideias, de equipe, de partidos, estamos no início desse processo e, portanto, vamos com bastante cuidado conduzir essa questão."

Kassab disse ainda que convidou Dilma para assistir ao desfile das escolas de samba no Anhembi, mas, segundo ele, Dilma muito provavelmente não irá. A presidente deve passar o carnaval na base naval de Aratu, na Bahia, longe de qualquer sinal de folia.

O PT está comemorando hoje 32 anos "envolto em contradições", critica o presidente do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE). Em nota distribuída pelos tucanos hoje, Guerra afirma também que o "PT faz aniversário comemorando privatização".

O deputado tucano argumenta que na época do governo Fernando Henrique Cardoso, o PT criticou a política de desestatização. "E nos dias atuais comandou a privatização de três aeroportos", cita a nota. O deputado ressaltou também que "o PT voltou a falar sobre o controle da mídia e a restrição das liberdades de expressão".

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"Ao longo de seus 32 anos, o PT rotineiramente se posicionou contra medidas que trouxeram benefícios aos trabalhadores", cita o texto. "À época da promulgação da Constituição de 1988, o partido foi o único a não votar a favor da aprovação do documento - chamado de "Constituição Cidadã", devido à grande quantidade de direitos que assegura.

Seis anos depois, o PT promoveu uma verdadeira guerra contra o Plano Real, que transformou a economia brasileira, acabou com a inflação e teve como sua principal beneficiária a população pobre", destaca o texto. Afirma, ainda, que "durante as campanhas presidenciais a partir de 2002, utilizou as privatizações como armas eleitorais contra o PSDB".

Os pré-candidatos do PSDB à prefeitura de São Paulo uniram-se hoje em defesa da realização de prévias para a escolha do candidato do partido e rebateram a avaliação feita pelo ex-presidente do PSDB de São Paulo José Henrique Reis Lobo, segundo o qual a eleição interna acarreta "em riscos enormes de derrota" na disputa municipal. Em artigo publicado no jornal "Folha de S. Paulo", o ex-dirigente tucano avaliou ainda que há certas tarefas que competem aos líderes da sigla, referindo-se à escolha do candidato do partido.

O secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Andrea Matarazzo, pré-candidato do PSDB, considerou "inoportuna" a avaliação de Reis Lobo. Segundo ele, trata-se de uma discussão errada num momento errado. "Ele errou na dose e no momento", criticou.

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Os quatro pré-candidatos do PSDB participam nesta noite do terceiro organizado pelo partido com a presença de militantes, na zona Leste da capital paulista. O deputado federal Ricardo Trípoli, também pré-candidato do partido, afirmou que a avaliação de Reis Lobo é uma "manifestação isolada", que não encontra eco no partido. "Ele está há muito tempo fora da sigla, ele é da época quando os caciques decidiam", afirmou Trípoli.

O secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Bruno Covas, também pré-candidato, disse que a avaliação de Reis Lobo é pessoal, mas que ele não compartilha dela. O secretário estadual de Energia, José Aníbal, não comentou, antes do início do debate, o assunto.

Além dos pré-candidatos, lideranças estaduais e municipais do PSDB que compareceram ao evento também criticaram o teor do artigo publicado pelo ex-dirigente do partido. O presidente estadual do PSDB, Pedro Tobias, considerou "irresponsável" a manifestação pública de Reis Lobo. Segundo ele, faltou respeito à militância do PSDB. "AS prévias têm apoio do governador de São Paulo (Geraldo Alckmin), e são essenciais para a democracia interna do partido."

O tesoureiro do PSDB municipal, Fabio Lepique, lembrou que o edital das prévias foi publicado na edição de hoje do Diário Oficial do Estado de São Paulo e afirmou que a opinião do ex-dirigente é um "desrespeito ao esforço da militância e a liderança dos pré-candidatos".

Em entrevista antes do debate, o presidente municipal do PSDB, Julio Semeghini, preferiu não entrar em conflito com seu antecessor no posto, mas ressaltou que grandes lideranças do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, são favoráveis ao processo de prévias. "Eles têm nos apoiado para consolidar as prévias e tirarmos o verdadeiro candidato do PSDB."

O PSDB de Campinas anunciou nesta segunda-feira que não terá candidato próprio a prefeito nas eleições de outubro deste ano e que apoiará a candidatura do deputado federal Jonas Donizette (PSB). A decisão foi tomada pelo diretório municipal, no último sábado, e a contrapartida será o PSDB indicar o nome do candidato a vice-prefeito na chapa de Donizette.

A aliança, condicionada a uma "gestão compartilhada" no município - como classificam os tucanos - também faz vistas ao apoio de Donizette à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), em 2014. "Não me foi cobrado nada, o governador não pediu isso, mas há uma consciência política de ter parceria futura nos projetos do PSDB", afirmou o pré-candidato a prefeito de Campinas.

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A escolha do nome do candidato a vice-prefeito na chapa de Donizette deverá ser feita em maio.

Um laudo de 56 páginas, encomendado pelo PSDB ao perito americano Larry F. Stewart, ex-integrante do serviço secreto dos Estados Unidos e especialista em fraude de documentos, ajuda a desmontar a Lista de Furnas - uma relação de 156 políticos de oposição, a maioria tucanos, supostamente beneficiados com doação de caixa 2 na eleição de 2002. A lista falsa trazia os nomes dos ex-governadores José Serra (São Paulo), Eduardo Azeredo e Aécio Neves (Minas).

No laudo, o perito assegura que o documento, trazido a público em 2006 pelo lobista Nilton Monteiro, é uma fraude grosseira. "Após análise da combinação de todas as incompatibilidades e fatores relatados, concluo que a fotocópia apresentada e o original da lista de Furnas são, de fato, fraudulentos", afirma. A direção do PSDB afirmou ter pago R$ 200 mil.

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Segundo ele, "há indicações de que os dois documentos podem ter sido assinados pelo mesmo autor", o falsário. A relação de supostos beneficiários de caixa dois é descrita em cinco folhas assinadas pelo então presidente de Furnas Centrais Elétricas, Dimas Fabiano Toledo. O documento teria sido fabricado à base de colagem sobre folhas diferentes, com enxerto posterior de nomes e aposição de assinaturas e rubricas falsas.

Em algumas folhas, a assinatura verdadeira do ex-diretor de Furnas teria sido colada. Em outras, conforme o perito, ela foi simplesmente falsificada, seja por decalque, ou imitação livre. "A caligrafia encontrada nos dois documentos questionados (original e cópia) muito provavelmente não é a de Dimas", diz o especialista. "Estou convencido de que a letra não é a dele e que trata-se de falsificações."

Conforme o laudo, a lista de furnas foi montada com duas partes de documentos diferentes e depois xerocopiada, como se fosse uma peça única e coerente. A primeira parte, das páginas 1 a 4, quando analisada sob luz ultravioleta, "comporta-se diferente da página 5", possivelmente enxertada em outra ocasião.

Além disso, acrescenta, "a página 5 parece ter uma composição de fibras diferente das outras páginas". As duas observações foram baseadas na análise química, que mostrou que a copiadora usada para produzir a página 5 é diferente da que foi usada para produzir as quatro primeiras. Até os logotipos da empresa, segundo Stewart, "são incompatíveis com os verdadeiros, fornecidos pela empresa".

Embora o laudo do perito americano não faça parte dos autos do processo sobre o chamado mensalão mineiro, que corre na 2.ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio, o PSDB o usará como argumento técnico e de convencimento da Justiça, por ocasião das alegações finais. Segundo o deputado federal Marcus Pestana, presidente do PSDB em Minas, a lista de Furnas foi montada para "salvar a barra" do governo Lula, às voltas com o escândalo do mensalão petista em 2005.

Com a expectativa de julgamento próximo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o laudo do perito americano será usado também como blindagem frente à estratégia petista de defesa. "Com essa fraude grosseira, eles pretendiam provar que todos os partidos são iguais e fazem captação de recursos de caixa dois para financiar suas campanhas", disse Pestana.

Processado por dezenas de políticos citados na lista, Monteiro está preso desde outubro por estelionato e falsificação.

Pestana acusa dois políticos petistas - o deputado estadual Rogério Correia (MG) e o ex-deputado estadual Agostinho Valente (hoje no PDT), de serem cúmplices na montagem da fraude, conforme revelou inquérito da Polícia Civil de Minas. Correia deverá ser alvo de um processo ético por quebra de decoro. Ele negou que a lista de Furnas seja fraude e Valente, hoje filiado ao PDT e sem mandato, não foi localizado.

Para o advogado William dos Santos, defensor de Monteiro e do deputado Correia, o laudo de Stewart "foi comprado" pela parte interessada e, por isso, não tem credibilidade. "Ele (Stewart) foi contratado para dizer o que o PSDB queria", afirmou. "Não é uma perícia oficial, não tem valor jurídico algum e foi feita só para confundir."

Pestana explicou que o PSDB recorreu ao especialista americano ao perceber que o PT, a cada eleição, requenta a lista de Furnas e certamente repetirá a estratégia nas eleições deste ano.

O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), questionou hoje a ministra da secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, sobre quais foram as providências tomadas pela pasta após a desocupação de uma fazenda no Distrito Federal. A ação do tucano é uma resposta aos ataques feitos pela secretaria à ação do governo de São Paulo e da prefeitura de São José dos Campos na invasão do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), onde 18 pessoas ficaram feridas e milhares desabrigadas. Enquanto São Paulo é governado pelo tucano Geraldo Alckmin, o DF é administrado pelo petista Agnelo Queiroz.

O requerimento do líder tucano faz menção direta à nota pública divulgada pela equipe de Maria do Rosário em que se afirma a existência de "diversas violações aos direitos humanos" na desocupação do Pinheirinho. Entre as violações encontradas, descreve a nota da secretaria, estão "ausência de condições de higiene, saúde e alimentação adequada nos abrigos; superlotação nos alojamentos; negligência psicológica, falha na comunicação entre agentes do Poder Executivo local, entre si e com os desabrigados".

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A desocupação sobre a qual Araújo quer informações foi realizada pelo governo do Distrito Federal no dia 27 de janeiro na Fazenda Sálvia, que fica entre Sobradinho e Paranoá, cidades satélites de Brasília. O deputado reproduz informações da imprensa local dando conta que 29 pessoas foram presas na operação e 450 casas derrubadas.

"Como se percebe, as pessoas do local foram tratadas como criminosos", afirma o tucano. Ele diz ainda haver "indícios claros da prática de violação aos direitos humanos" e negligencia da secretaria em acompanhar o que aconteceu no Distrito Federal.

A movimentação do tucano é um novo capítulo dentro da disputa política que envolve a desocupação do Pinheirinho. Representantes do governo federal criticaram a atuação da polícia, enquanto o governo paulista justificou ter cumprido uma decisão judicial.

O presidente nacional interino do PSDB e ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, avaliou hoje, por meio de nota, como "deplorável" a crítica feita ontem pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que comparou a reintegração de posse pela Polícia Militar da comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos, a uma "praça de guerra". Segundo ele, a afirmação do petista foi uma "intromissão do governo federal".

"O ministro ignorou o princípio da separação entre os poderes e a autonomia dos entes federativos", afirmou o dirigente tucano. O terreno foi desocupado após decisão judicial que determinou a reintegração de posse da área, que pertence à massa falida da Selecta S/A, do empresário Naji Nahas.

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Na nota, o PSDB considerou ainda que, ao criticar a operação policial, e dizer que o governo federal adotaria método diferente, o ministro-chefe sugeriu "que não se acatem decisões judiciais". "Fato grave quando a atitude vem de um ministro que tem a obrigação de zelar pela Constituição Federação", ressaltou, destacando que houve uma politização do episódio por parte dos petistas. "O ministro e seu partido criaram nos moradores da comunidade uma falsa expectativa, nunca concretizada, de resolver a questão", afirmou. "Ao invés de fazer proselitismo político, o governo federal poderia ter publicado decreto de desapropriação da área, mas não o fez", acrescentou.

O dirigente do PSDB saiu também em defesa do governo de São Paulo, ressaltando que a administração estadual agiu em cumprimento de determinação judicial. Ele lembrou que a mobilização policial ocorreu sob a responsabilidade da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). "Enquanto o governo federal só agride, o governo paulista e a prefeitura do município providenciam a ajuda necessária para minorar o sofrimento das famílias desalojadas", disse.

Os quatro pré-candidatos do PSDB à prefeitura de São Paulo saíram em defesa da operação da Polícia Militar na Cracolândia, coordenada pelos governos estadual e municipal. Eles conversaram com a imprensa antes do debate promovido nesta noite pelo PSDB paulistano com militantes da Zona Sul da capital paulista.

Os tucanos, que avaliaram a operação policial como correta, criticaram o PT por não ter enfrentado o problema durante a época em que administraram a prefeitura de São Paulo (2001 a 2004) e atacaram o governo federal que, segundo eles, não conseguiu impedir que o crack entrasse pelas fronteiras nacionais. A operação policial foi elogiada também pelo presidente municipal do PSDB, Julio Semeghini, para quem a iniciativa "resgata pessoas que foram abandonadas" no centro da capital paulista.

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O pré-candidato e secretário estadual da Cultura, Andre Matarazzo, capitaneou a defesa à operação de ocupação da Cracolândia, ressaltando que, para os traficantes, é necessário um "tratamento policial". "Há uma questão que é o traficante e outra que é o dependente. São duas coisas diferentes", afirmou. "Para o traficante, o tratamento é policial, impedindo que ele ocupe a área e, ao mesmo tempo, é necessário dar um tratamento adequado aos dependentes químicos", disse.

Matarazzo lembrou que a ação policial se tornou polêmica porque há, "oportunistas de plantão", referindo-se à oposição. "Os cavaleiros do apocalipse que gostam de politizar a tragédia alheia", criticou. Segundo ele, a administração do PT frente à prefeitura de São Paulo consolidou o crack na região central da cidade. "Eles hoje vem reclamar de que se está fazendo errado, mas podiam ter feito naquela época."

O deputado federal Ricardo Trípoli, também pré-candidato tucano à prefeitura paulistana, afirmou que a gestão do PT à frente do governo federal não fez "absolutamente nada" para evitar o tráfico de entorpecentes. "O crack não é um produto oriundo do Brasil e as nossas fronteiras estão escancaradas", disse. Segundo ele, o que os governos municipal e estadual estão fazendo atualmente é tentar "corrigir" algo que aconteceu há muito tempo. "Não adianta dizer que a culpa é da prefeitura ou do governo, se o governo federal não fez a lição de casa", afirmou Trípoli.

Os secretários estaduais do Meio Ambiente, Bruno Covas, e da Energia, José Aníbal, e também pré-candidatos do PSDB, negaram que a ação policial tenha sido "desastrada", como criticou o pré-candidato do PT, ministro Fernando Haddad. Eles lembraram que o governo federal poderia ajudar os dependentes químicos, ao incluir no Sistema Único de Saúde (SUS) a internação médica para combater a dependência. "Essa ação firme tem ajudado muito a enfrentar o problema e nós queremos a participação do governo federal", disse Covas. "O governo do PT não permite a internação dos dependentes químicos, o que não contribuiu em nada até aqui", reforçou Aníbal.

O recém-criado PSD e o veterano PSDB estão mobilizando forças para conquistar espaço no mundo sindical, antigo e influente reduto do PT. O primeiro teste desse esforço está marcado para as eleições municipais deste ano. De acordo com o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra, no pleito municipal os tucanos vão lançar, em todo o País, cerca de 200 candidatos originários de sindicatos de trabalhadores. A maior parte deve concorrer a cargos em câmaras municipais, mas o grupo também reunirá pretendentes às cadeiras de prefeito e vice.

Na mesma trilha, o partido presidido pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab já contabiliza quase 90 pré-candidatos sindicalistas. "Mas esse número deve aumentar", anuncia, entusiasmado com a ideia, Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) - uma das seis centrais legalmente constituídas no País, com cerca de mil sindicatos filiados.

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Desde que preencheu a ficha de filiação ao PSD, em setembro, Patah articula a base e as candidaturas sindicalistas do partido. Antes de ser convidado por Kassab, ele foi sondado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). Também preocupados em romper o cerco do PT no meio sindical, os dois manifestaram seu desejo de ter a UGT próxima de seus partidos.

Alianças

A corrida pelos sindicalistas tem boas razões. Uma delas é o bem cimentado casamento entre o PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior e mais influente, com 3.438 entidades filiadas. Mesmo independentes oficialmente, as duas organizações quase sempre funcionam, na bonança e na crise, sincronizadas como se fossem uma só máquina.

O PT também é mais hábil e convincente no diálogo com outras correntes. Na eleição presidencial de 2010, para citar um caso, nenhuma central apoiou o tucano José Serra: as seis ficaram ao lado de Dilma Rousseff. "Esse apoio foi fundamental para a vitória de Dilma, da mesma maneira que antes havia garantido a vitória de Lula", assegura Antonio de Souza Ramalho, presidente do Sindicato da Construção Civil de São Paulo e vice-presidente da Força Sindical - a segunda maior do País, com 2.675 entidades filiadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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