Tópicos | redes

[@#video#@]

Desde os primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus, em 2020, e nos 14 meses da pandemia de covid-19 que aflige o mundo, ainda fazendo vítimas todos os dias, cientistas, pesquisadores, universidades e empresas correm contra o tempo para a produção de vacina capaz de frear a contaminação em massa da população e salvar vidas.

##RECOMENDA##

No inicio de 2021 começaram as aplicações das primeiras doses dos imunizantes, autorizados pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Com isso, governantes de Estados e munícipios brasileiros, seguindo o padrão mundial, criaram calendários para grupos prioritários mais sujeitos a ter o quadro de saúde agravado, caso infectados pelo coronavírus.

Entre os grupos vacinados estão as pessoas que têm doenças pré-existentes, as chamadas comorbidades. Segundo Joyce Freitas, enfermeira e doutora em Doenças Tropicais, “significa que um indivíduo possui duas ou mais doenças ocorrendo de forma simultânea".

Por exemplo, informa Joyce, paciente obeso que tem diabetes e hipertensão está na lista de prioridades pela comorbidade. “Quando temos uma associação de doenças, o organismo por si só já está debilitado. E se há associação com a covid-19, o risco de agravamento aumenta substancialmente e, consequentemente, o número de óbitos também”, alerta a especialista, para reforçar a relevância de vacinar esses grupos.

Em meio às alegrias e emoções de estar entre os vacinados, é comum o registro fotográfico ou de vídeos para postagem nas redes sociais. Porém, isso nem sempre é bem visto por seguidores e internautas, que por vezes desconhecem os motivos da vacinação, principalmente quando se trata de uma pessoa pública ou famosa, e deflagram um bombardeio de maldades nos ambientes digitais.

A jornalista Syanne Neno, uma das primeiras mulheres a trabalhar na crônica esportiva paraense, foi vacinada por ter deficiência visual permanente, chamada de ceratocone, um problema na curvatura da córnea. “Tenho nos dois olhos, mas no lado direito avançou tanto que nem o transplante poderia ser feito. Tenho visão monocular (só enxergo, com lente de contato, com o olho esquerdo) e, mesmo assim, não é 100%”, relata.

Imunizada, Syanne conta que viveu um turbilhão de sentimentos: tristeza pelos que se foram sem a chance da vacina, alegria pela chance inesperada da vacinação. Ela comemorou até seu estado febril e calafrios de efeitos colaterais. No entanto, sofreu ataque nas redes sociais. “Li e ouvi muitas perguntas impertinentes sobre minha condição. Uma das pessoas escreveu assim: ‘Tão bonita e cega?’. Também soube que rolaram fotos minhas, durante a vacinação, em grupos de Whatsapp, fazendo chacota e dando a entender que eu estaria sendo beneficiada indevidamente”, revela.

Para a jornalista Ivana Oliveira, professora e doutora em Comunicação Social, a leitura crítica do universo das redes explica essas condutas. Segundo ela, as mídias sociais digitais produziram novos modelos de convivência e alteraram nossos comportamentos, hábitos e costumes. “Com as redes sociais, a gente tem muito mais produção de conteúdo disponível, a gente expressa muito mais as nossas emoções, a gente dá visibilidade a elas e a gente forma opinião muito mais rápido”, afirma.

Segundo a professora, com o digital mudamos a lógica da comunicação de massa, que deixa de ser de um para muitos e passa a ser de muitos para muitos. Ivana fala da importância das redes sociais pela capacidade de mobilização, mas destaca que pode surgir o discurso do ódio nos ambientes digitais. “Principalmente pela intolerância, que é a manifestação contra ideias que são diferentes das minhas, ideias que vão incitar a manifestação social, religiosa, racial e isso quase sempre está ligado às minorias sociais”, observa.

A professora Ivana destaca, ainda, como preocupante a violência verbal a que recorrem os "haters" (termo que indica os agressores e semeadores dos discursos de ódio nas redes) pela não aceitação do outro. Segundo a professora, as pessoas que praticam ataques na internet imaginam estar no anonimato por trás de um perfil falso e tentam justificar sua atitude como liberdade de expressão. Para Ivana, tais condutas devem ser denunciadas e punidas conforme determina a lei. 

Por Dinei Souza.

[@#galeria#@]

[@#galeria#@]

O Ser Educacional, mantenedor da UNINASSAU, UNAMA, UNIJUAZEIRO, UNIFACIMED, UNG, UNIVERITAS, UNINORTE, UNESC, UNIFASB e UNINABUCODIGITAL, promove a aula magna do curso de Marketing Digital, na próxima quarta-feira (9), às 19 horas, com o tema "As Estratégias do Marketing Digital da Vencedora do BBB21, Juliette Freire". A programação começou na última quarta-feira (2), com o tema "Crossmedia no Mundo Criativo do Conteúdo Digital".

##RECOMENDA##

O evento é voltado para os estudantes e profissionais de Comunicação e visa promover o aprendizado e aprimorar técnicas usadas atualmente nas redes sociais que podem alavancar a gestão das mídias digitais do cliente. E um dos cases de sucesso atualmente é o “boom” repentino que transformou a vencedora do Big Brother Brasil 21, Juliette Freire, em um fenômeno mundial em pouco tempo, saindo da casa dos 3 mil seguidores para 30 milhões, sendo a ex-BBB mais seguida do Brasil e batendo vários recordes em números de curtidas na plataforma.  

Rallyson Chaves, social media e community manager de Juliette Freire, é um dos convidados da aula para explicar, na prática, as estratégias usadas para obter tanto sucesso e transformar uma anônima em celebridade, faturando milhões em campanhas publicitárias e tendo uma legião de fãs e seguidores.

Para Mônica Queiroz Cintra, coordenadora do Núcleo de Gestão dos cursos de Pós-graduação e responsável pelo evento, a importância de abordar esse tema vai muito além dos números impressionantes. "Convidamos profissionais de Gestão e Marketing para participar, transmitir e agregar conhecimento para os participantes. O evento trará muito conteúdo e uma nova visão sobre Estratégias, Conteúdo Digital, Mapeamento de Performance Digital e, claro, vamos explorar todo o case de sucesso do time digital da Juliette Freire", afirma.

As inscrições podem ser feitas pelo site conheca.sereducacional.com/evento-marketing-digital e os inscritos receberam o link de acesso para assistir as aulas por e-mail. Ao final do curso os participantes receberão um certificado de participação.    

Programação  

DIA 09/06    

• Rallyson Chaves: Social Media e Community Manager da campeã do BBB21, Juliette Freire;   

• Mônica Queiroz Cintra: apresentadora do evento.   

 Por Aline Malta.

[@#galeria#@]

A eleição em 2020 para prefeito de Belém foi acirrada. A diferença entre o delegado Everaldo Eguchi, alinhado com a direita política, e o professor Edmilson Rodrigues, representante dos partidos de esquerda, foi de apenas 3,52%. O embate era quase uma retomada da eleição de 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito. Tanto o delegado quanto o capitão reformado do Exército não eram de partidos políticos fortes e também tiveram pouquíssimo tempo de propaganda política gratuita. O que explica o desempenho da campanha eleitoral de Eguchi?

##RECOMENDA##

Essa foi a pergunta que a jornalista, mestre em Ciência Política e professora da UNAMA - Universidade da Amazônia (UNAMA) Rita Soares e o jornalista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Mário Messagi Júnior tentaram responder no artigo “Ativismo social conservador no processo eleitoral”. O artigo faz parte do livro digital "Eleições 2020: Comunicação Eleitoral na Disputa para Prefeituras", organizado pelo Grupo de Pesquisa Comunicação Eleitoral (CEL) da Universidade Federal do Paraná e lançado durante a 9ª edição do Congresso da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política (Compolítica), que ocorreu entre os dias 24 e 28 de maio.

De acordo com a pesquisadora, a campanha de Eguchi foi alavancada pelas redes sociais. A equipe de comunicação do delegado o colocou como uma pessoa que cumpria requisitos dos grupos conservadores. A partir disso, pessoas influentes nesse meio o reconheceram como líder e divulgaram a ideia para seus seguidores.

“Um exemplo foi o pastor Samuel Câmara, da Assembleia de Deus, que vai se apresentar ao lado dele (Eguchi), bater foto com ele, vai anunciar publicamente o apoio. Uma vez que o pastor anuncia, todas as igrejas evangélicas, com exceção da Universal do Reino de Deus, que tinha seu próprio candidato, vão apoiá-lo. Ele passa a ser o legítimo representante dessas agremiações”, disse a profesora Rita.

Para Rita, o artigo mostra a importância das mídias digitais nos processos eleitorais. "Isso a gente já sabia desde 2018, mas novos estudos têm demonstrado como isso ocorre, ou seja, têm comprovado cientificamente, a partir das análises das campanhas, como isso se dá. Não é mais um achismo”, explicou.

A professora esclarece que a fórmula já foi usada antes nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016, que elegeram Donald Trump, e em 2018 no Brasil, quando Jair Bolsonaro foi eleito. Entretanto, essa estratégia deve se popularizar mais nas próximas campanhas, pois está cada vez mais clara a importância do uso das redes sociais para o êxito nas eleições. 

“O horário eleitoral gratuito está perdendo a hegemonia. Agora, o que vai ter um peso cada vez maior é a forma como esses candidatos se apresentam e são apresentados pelos outros nas redes. A gente seguramente pode dizer que ele (Eguchi) foi o que melhor fez uso da ferramenta e esse paradigma deve ser observado por candidatos nas próximas eleições”, afirmou a pesquisadora.

Por Sarah Barbosa. 

Aspirante à presidência da República em 2022, Ciro Gomes (PDT) voltou a trocar farpas com o ex-presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas redes sociais, o pedetista continuou a criticar o petista e sua gestão nesta quarta (19), após um comentário de Lula no qual ele dizia querer ser “amigo” do opositor, mas que o vice-presidente do PDT “não quer”. "Eu não gostaria de tratar você como amigo. Todo mundo sabe que você só considera amigo uma única pessoa no mundo: você próprio. Eu quero, sim, tratá-lo como oponente”, escreveu o político.

Por volta das 12h desta quarta (19), Lula escreveu em seu Twitter: “Eu adoraria dizer que o Ciro é um amigo. Mas infelizmente ele não quer. Mas eu aprendi uma teoria com a minha mãe Dona Lindu: quando um não quer, dois não brigam. Não farei jogo rasteiro”.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Pouco tempo depois, Ciro Gomes rebateu a declaração em um fio na rede social, com repetidas críticas e chamadas para o debate direcionadas ao ex-chefe do Executivo. A priori, o ex-governador do Ceará compartilhou uma imagem da mensagem do sindicalista e disse que “não é que ele não queira brigar”, mas que ele tem “bajuladores” e um “gabinete do ódio” para isso.

“Lula, não é que você não queira brigar. É que para isso você usa bajuladores e seu gabinete do ódio. O que você não quer é debater o país, os projetos, as coisas que o PT fez no poder. Então você reduz a política a uma briga de amigos, a afetos. O povo brasileiro não merece isso”, iniciou o pedetista.

E continuou: “Estamos vivendo a maior crise de nossa história, temos que debater problemas e diferentes projetos com seriedade. Quero brigar contra a corrupção, a desindustrialização que você promoveu, a desigualdade que você manteve, os juros que seu governo pagou”.

O futuro candidato reincidente também responsabilizou Lula pela vitória do “desastrado do Bolsonaro”, perguntando, ironicamente, se o Partido dos Trabalhadores continuará chamando de “gado” e de “fascistas” os eleitores majoritários bolsonaristas nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte. Por fim, pediu que o carro-chefe do PT “respeite a inteligência” dos brasileiros.

“Respeite a inteligência do povo brasileiro, Lula. Quais são suas novas ideias? Qual seu verdadeiro projeto de nação? Se existir, aceito confrontá-los civilizadamente com o meu. Debato em qualquer dia, hora, meio ou território. Vamos debater o Brasil, não afetos pessoais”, completou.

 

[@#video#@]

A internet é o mundo. Ponto. Por isso, muitos profissionais decidiram trabalhar nas redes sociais e ganhar a vida por meio delas, investindo nesse mercado que está cada vez mais em evidência. Com o objetivo de auxiliar essas pessoas, surgiram as hubs, empresas que buscam oferecer serviços a partir de estratégias e técnicas de marketing digital.

##RECOMENDA##

O jornalista Thiago Maia define hub como uma empresa que oferece um serviço completo de alto nível de qualidade, ou seja, oferece múltiplos serviços em um único produto. “Exemplo, hoje eu trabalho num hub de influência. E o que eu ofereço pro meu cliente? Se ele quer ser influencer, temos que traçar metas, estratégias, conteúdos pra dar resultados e transformar aquela pessoa em uma influencer”, explica.

A partir disso, a hub trabalha na construção da vida do cliente na internet. “Como? Planejamento, estratégia, produção de conteúdo, a busca da autoridade virtual. Utilizando as técnicas de marketing digital e de influência, sabendo a linguagem de cada plataforma para conseguir ter o êxito desejado”, diz Thiago.

Thiago Maia explica como funciona. Ney Messias, um dos sócios e produtos da hub Tucupix, decidiu que gostaria de falar nas redes sociais dele sobre um tema, mas notou que havia pouco engajamento e as publicações não eram programadas. “Ele é gerontólogo pelo Instituto Albert Einstein, tem propriedade para falar de envelhecimento. O Ney vai fazer 60 anos, então vamos criar um programa, criar algo que fale desse início de envelhecimento, porque o Ney simplesmente mudou a vida dele, o estilo de se alimentar, vive um momento mais saudável”, conta.

A partir disso, segundo o jornalista, o perfil do influencer começa a ser construído. A linha editorial trata de preconceitos e do que as pessoas não estão acostumadas a ver. “E aí ele se tornará uma referência sobre aquele assunto. A gente está traduzindo, de certa forma dando um didatismo melhor sobre um tema que às vezes é um tabu, uma polêmica, como o envelhecimento saudável”, acrescenta. O perfil seuneyzinho no Instagram já tem 15 mil seguidores.

Thiago Maia destaca ainda que o sucesso se deve ao fato de que não existem muitos homens assumindo e falando sobre envelhecimento. “E ele vem desconstruindo tudo. Tudo tem uma linguagem, o que funciona em uma plataforma não funciona na outra. Então, às vezes, a gente consegue convergir o produto, fazer uma transmídia legal e com que um conteúdo gravado se torne várias funções, em várias plataformas, com que sejam criados em vários formatos, mas entregando um mesmo conteúdo, o que funciona”, assinala.

Construção profissional

Ivana Oliveira, jornalista, doutora em Ciências do Desenvolvimento Socioambiental e professora titular do PPGCLC (Programa de Pós-Graduação de Cultura, Linguagens e Comunicação) da UNAMA - Universidade da Amazônia, diz que, atualmente, todo mundo está presente nas redes sociais e quem não está corre o risco de perder espaço. “Ou você fala por você, assume esse lugar, coloca sua imagem e trabalha sua imagem, ou alguém vai fazer isso por você. Esse é o problema”, alerta a professora.

Ivana acredita que o sucesso nas plataformas digitais está relacionado à transparência e fala sobre a necessidade de construção profissional de uma imagem sólida, procurando pessoas que conheçam as ferramentas que podem ser trabalhadas nas redes. A professora afirma, ainda, que não é possível alguém ter uma voz nas redes sociais, mas possuir um comportamento diferente. “Não adianta você fazer campanha para saúde do Brasil e fazer aglomeração no final de semana”, exemplifica.

A professora conta que esse segmento muda no cenário da pandemia porque as pessoas estão mais voltadas para esse meio. “Hoje, as redes sociais, de uma maneira geral, são uma forma de encontro. Nós saímos das praças, das lojas, das ruas, e fomos para as redes sociais. Todo mundo está nas redes sociais. Até quem não está, estão falando dele ou estão falando por você”, observa.

Para Ivana, a formação acadêmica dá muitas ferramentas para quem pretende trabalhar nas redes – principalmente um olhar mais crítico aliado ao conhecimento de vários teóricos – e que vão auxiliar essa pessoa a ter uma visão sistêmica e ampla.

“Tem muitos amadores trabalhando e você pode dizer: ‘Ah, mas existe um pessoal que está trabalhando como administrador de redes sociais para o pessoal do Big Brother’. Ali todos são profissionais. O que eles estão fazendo é um trabalho gratuito, mas são publicitários, fotógrafos, pessoal de marketing digital. Então, você tem um estudo de redes, um estudo de ferramentas de marketing digital muito interessante. A gente sai do amadorismo e passa para a profissionalização disso”, complementa.

Conexão com o mundo

O professor e jornalista Mário Camarão acredita que, a partir do momento em que as relações que nós temos no espaço presencial convergem para o espaço digital, as redes sociais são positivas, possibilitam a conexão das pessoas umas com as outras e com o mundo. Assim, essas relações passam a existir de maneira eficiente e positiva. Além disso, existem pessoas que procuram as redes sociais com mais freqüência como fonte de informação, acompanhamento de agenda social e manutenção de relacionamentos.

“Essas relações são importantes não só para nos manter informado sobre o que acontece no mundo, principalmente nesse momento de pandemia, de isolamento. Então as redes sociais acabam sendo fundamentais para o conhecimento e para o contato com outro, aquele de quem a gente está separado presencialmente. Saber do dia a dia, saber das práticas sociais, religiosas, políticas, econômicas, educacionais e assim por diante”, explica.

Segundo Mário, o consumo das redes foi potencializado durante a pandemia, assim como a produção também aumentou, principalmente porque as pessoas ficaram mais dentro de casa, consequentemente começaram a ter um uso maior da internet, das redes móveis (celulares) e das redes sociais de comunicadores instantâneos como o WhatsApp.

O jornalista orienta os que escolhem trabalhar com as redes sociais e explica que é imprescindível ter uma profissionalização e o cuidado com o conteúdo produzido no momento em que todo mundo pode produzir e criar conteúdo para esse meio. “Mais do que nunca é exigido de um profissional que ele tenha ética e que ele saiba exatamente o papel daquilo que ele produz enquanto conteúdo”, complementa.

Mário Camarão também comenta que uma informação errada pode levar um grande número de pessoas a cometer erros fatais. “Eu não posso jamais, por exemplo, criar um conteúdo de dieta médica se eu não sou médico. Eu preciso ter uma especialização, uma qualificação para produzir aquele conteúdo”, exemplifica.

O jornalista afirma que as redes possibilitam um compartilhamento das informações mais diversas possíveis, mas ainda assim é necessário um conhecimento não somente técnico-científico, mas o conhecimento de como potencializar essas redes, de como vender e produzir conteúdos mais atrativos para as pessoas.

Mário diz que é importante ter conhecimento de que as redes sociais exigem uma comunicação específica para elas, planejamento de conteúdos e conhecimento do nicho para quem deseja realizar essa comunicação, atraindo público para os conteúdos produzidos. “Tem uma atualização constante desses conteúdos e principalmente saber se aquele conteúdo está agradando ao público. Essa é uma forma de você alcançar sucesso, relevância e autoridade nas redes a partir daquilo que você compartilha e que você entrega para um grande público”, acrescenta.

Plataforma de negócios

Petterson Farias tem 34 anos, é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e tem um MBA em Marketing Digital pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O publicitário conta que está em uma segunda especialização de Influencer Digital pela Universidade Anhembi Morumbi, e que o interesse de trabalhar nas redes sociais surgiu quando estava finalizando o curso de Publicidade na UFPA, na época em que a profissão começou a surgir.

“A gente não chegou a estudar na universidade, ainda não era algo sedimentado e superpulverizado, mas já havia um mercado ali se formando. Então as minhas primeiras experiências calharam de ser digitais. E aí eu vi que eu amava isso e pretendi ficar”, revela.

Petterson afirma que o Instagram é uma plataforma de negócios e que também ganha a vida por meio dela, nem sempre com as postagens em si, mas para além da rede social. “Já tive a oportunidade de trabalhar com grandes marcas que me deixam muito lisonjeado, mas para além do Instagram, eu acabo ganhando dinheiro com redes sociais. O meu trabalho no mercado é compartilhar aquilo que eu sei dos usos, comportamentos e ferramentas digitais com as pessoas por meio de consultoria, cursos, palestras, livros digitais e afins”, explica.

O publicitário afirma que, antes de qualquer coisa, uma das principais características de quem deseja trabalhar nas redes é a curiosidade, porque essa disciplina, por ela ser fluida e dinâmica, não se encerra ou se aprende uma única vez. Além disso, Petterson fala sobre a facilidade, habilidade e o talento de se relacionar com outras pessoas. “Eu acho que se sobressai, independentemente de qual área você seja, aquele que tem essa facilidade de lidar com outro, de lidar com as pessoas, porque a grande essência da rede social é o relacionamento, é o diálogo. Não à toa é social a rede, então ela é por sobre e para as pessoas”, destaca.

Petterson fala sobre a sua carreira e revela que o primeiro trabalho dele foi com redes sociais, em uma diretoria vanguardista embrionária no Governo do Pará, em 2011, com o objetivo de estabelecer uma comunicação pública na internet. “Foi um grande desafio para mim e eu carrego esse trabalho na minha trajetória com muito orgulho”, complementa.

O publicitário também se orgulha de ser enxergado e de trabalhar com grandes marcas. “Eu jamais imaginei chegar até elas, até mesmo por causa desse distanciamento geográfico, que a internet acaba rompendo”, diz.

Petterson define o criador de conteúdos digitais como o profissional ou a pessoa que se disponibiliza a compartilhar informações e experiências úteis, criativas e relevantes para um determinado grupo de pessoas e seguidores, sejam apenas duas pessoas ou três milhões.

“Ele atua naquelas redes que ele julga mais fáceis de lidar ou aquelas que ele mais gosta. Então o cara que faz vídeos para o YouTube, a pessoa que faz posts e Reels (vídeos) no Instagram, que escreve no Twitter ou que faz textos para um blog, todos são criadores e produtores de conteúdos digitais ou uma terceira denominação, que a gente chama de creator”, explica.

Para Petterson, o influenciador digital é o criador de conteúdos que passa a ser reconhecido pela sua audiência como referência em um determinado nicho, em um determinado tema e um determinado mercado. “É alguém que o público reconhece, ou seja, o reconhecimento vem de fora e não sou eu que me denomino influenciador digital. São as pessoas que me dizem isso a partir do meu trabalho”, finaliza.

Educação digital

Dani Walendorff é jornalista, mas atualmente trabalha como estrategista digital. Há 15 anos atua na área da comunicação, sendo cinco anos dedicados para o marketing digital. Há dois anos, Dani decidiu empreender e focar na educação digital. “Hoje estou desenvolvendo um negócio na educação digital em que eu ensino, através de cursos e consultorias, outras marcas e profissionais a como se posicionar na internet usando suas redes sociais, blogs e sites e como se posicionar como autoridade, como se conectar com sua audiência e atrair clientes”, explica.

Além disso, Dani também ensina as pessoas a monetizarem e a criarem seus produtos digitais. Ela conta que o negócio é baseado na experiência de vida dela, bem como na trajetória e nos valores.

“Eu fiz essa transição para o empreendedorismo, na verdade, por certos pontos que começaram a me incomodar dentro da minha carreira e dentro da minha área. Um deles era a questão da falta de liberdade e de tempo. Eu tinha horário para entrar, mas não tinha hora para sair. Outro ponto, eu sempre ganhava o mesmo valor, por mais que eu trabalhasse mais, que entregasse mais”, relembra.

Ainda dentro das instituições em que trabalhava, Dani começou a fazer uso das redes sociais para compartilhar orientações e informações sobre elas e como usá-las de forma estratégica. “Ali mesmo surgiram as oportunidades de trabalho, de como ensinar, fazer cursos, consultorias. Foi ali que eu percebi: ‘Se fazendo isso aqui, digamos que informalmente, já estou tendo resultado, imagina se me dedico de verdade’. Foi ali que eu mudei a chave e comecei a investir até fazer esse processo de transição de carreira”, complementa a jornalista.

Dani acredita que o meio digital ainda tem muito a crescer e que ela tem a missão de ajudar outros profissionais e marcas a se posicionarem na internet, atraindo o público e mais oportunidades. “Venho trabalhando nisso, ajudando, ensinando e mostrando que existe, sim, um caminho, mesmo que você não queira trabalhar exclusivamente com internet. Mas hoje ela é uma ferramenta que pode ampliar o teu alcance pra você atingir mais marcas”, diz.

A jornalista finaliza: “Acredito que vou continuar por aí um bom tempo e espero realmente que outros profissionais consigam também monetizar através das redes sociais e utilizar a internet cada vez mais a seu favor.”

Por Isabella Cordeiro e Sarah Barbosa.

[@#galeria#@]

[@#galeria#@]

Estudos da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) indicam o perigo da chamada nomofobia (medo de estar desconectado) em indivíduos que passam muito tempo na frente das telas. O excesso de internet impacta negativamente na vida dos indivíduos, gerando problemas como ansiedade e depressão, e exige a “desintoxicação virtual”, ou seja, um momento distante das tecnologias.

##RECOMENDA##

Os jovens são os mais afetados, pois é o grupo que mais está ativo na internet. A estudante Amanda Albuquerque, de 18 anos, é uma dessas jovens que passam bastante tempo nas redes sociais. Ela admite que isso afeta sua vida de forma negativa, deixando-a ansiosa. 

Como a maioria dos jovens de sua idade, a estudante está ativa nas principais redes sociais, como Instagram, Facebook e TikTok, as quais ocupam grande parte do dia dela. “Às vezes, eu checo as horas que eu passo (no celular), e geralmente são muitas horas. Boa parte nas redes sociais”, diz a estudante.

Para a publicitária Tamires Virgílio, especialista em Marketing Digital, a tecnologia oferece diversos benefícios para estudos e negócios, principalmente pelo grande leque de conteúdos e pela interatividade proporcionada, desde que esse uso não se torne prejudicial. “Se eu começo a ter prejuízos, seja ele qual for, seja prejuízo de sono, de descanso de convivência família, relacionamentos, é porque a rede social está ocupando aquele espaço maior do que ela deveria”, alertou.

Nas redes sociais, os usuários mostram o que é conveniente para si. É idealizada uma vida perfeita e, consequentemente,projetado o mesmo ideal aos espectadores. Assim, comportamentos fora desse padrão são julgados e considerados inválidos, caracterizando então o “cancelamento”.

De acordo com Tamires, esse não é um fenômeno novo. “O cancelamento é um reflexo modernizado dos hábitos da sociedade de querer expelir o que ela recrimina”, comenta. “Eu jogo pedra naquilo que também me afeta. Não há uma racionalização”, acrescentou.

Segundo a profissional de marketing, é necessário aprender a impor limites nos meios digitais. “Um dos pontos é sempre voltar para este pensamento: não esquecer que é uma vida virtual, a rede social é como uma vitrine. Uma das saídas é tentar equilibrar. Deixar de consumir um conteúdo que faz mal, substituir por conteúdos que façam bem. Equilibrar lendo um livro, vendo um filme ou não fazendo nada”, sugeriu Tamires.

“A gente ainda acha que tudo deve ser consumido, ainda estamos aprendendo a lidar com as novas mídias. Uma das formas é ficar em alerta no que está sendo consumido na internet e como eu me sinto em relação a isso”, enfatizou a publicitária.

A partir do uso exacerbado dos mecanismos tecnológicos, essa frequência pode comprometer o bem-estar, contribuindo para o surgimento de estresses diários. Para a psicóloga Christiane Macedo, especialista em Neuropsicologia e Avaliação Psicológica, o uso excessivo das mídias digitais pode desencadear estresse e ansiedade, mas não somente por esse aspecto. “É um conjunto de fatores que acarretam esse estresse ou essa ansiedade, quando você não tem o meio tecnológico para usar. Por exemplo, em alguns momentos o WhatsApp fica fora do ar, as pessoas ficam desesperadas e começam a baixar o Telegram, porque elas precisam estar em conectividade com alguém, sendo que às vezes essa necessidade não é tão grande”, afirmou.

Em relação à saúde mental, Christiane comenta que as relações sociais foram afetadas pelo confinamento, gerando indivíduos introspectivos. Com a utilização diária das plataformas digitais, o direcionamento é relacionado apenas aos próprios interesses do usuário, que já não conta como prioridade manter vínculos sociais, resultando em aspectos antissociais. “Isso, mentalmente falando, não é bom, porque nós somos seres que vivemos em sociedade. A gente precisa compartilhar emoções, a gente precisa compartilhar experiências, e, presencialmente, isso é muito bom. Só que a gente constatou agora, com o período da pandemia, que não pode aglomerar, não pode se reunir. Então, é muito complicado”, declarou.

Para evitar o uso exagerado dos meios digitais, a profissional recomenda que haja mudança de hábito, sendo fundamental uma autoavaliação para perceber o que de fato é necessário e que merece o esforço para estar usando o meio digital. “Diminuir o uso e desligar o celular para carregar, não deixar carregando ligado e desligar os dados móveis para que você não fique tentado a usar”, propôs a psicóloga.

Por Gabriel Pires, Vitória Reimão e Painah Silva.

 

De luto, a cena musical de Pernambuco foi às redes sociais lamentar a morte do cantor Augusto César, de 61 anos, que faleceu nessa terça-feira (20) em decorrência da Covid-19. O falecimento foi motivo para muitas homenagens de amigos e artistas, que decidiram compartilhar com o público as suas despedidas, como foi o caso de Ivanildo Silva, o ‘Conde’ do brega de Pernambuco, do radialista Geraldo Freire e tantos outros admiradores de César enquanto profissional e pessoa.

Em vídeo publicado na sua página oficial, o Conde Só Brega, visivelmente emocionado, diz que é difícil falar sobre a morte do amigo e companheiro de profissão. “Hoje o mundo da música perde um grande artista e compositor. Suas músicas e sua voz jamais serão esquecidas. Nesse momento de tanta dor e tristeza me solidarizo com sua família. Vai com Deus”, escreveu junto à publicação, por fim, agradecendo a César pela sua trajetória.

##RECOMENDA##

No Instagram do Clube das Pás, espaço cultural na Zona Norte do Recife, o representante da casa de shows lembra o hit ‘Escalada’, tema de várias noites de música em todo o estado, e brinca, emocionado, que o vocalista agora faz a sua “escalada aos céus”. “Deixará saudades, nobre Augusto César. Obrigado por ter feito parte da história do Clube das Pás e ter nos presenteado com seu talento”, escreveu o clube, onde Augusto fez muitas apresentações.

O radialista Geraldo Freire, antigo amigo e fã do trabalho de César, publicou em seu perfil nas redes sociais um vídeo do cantor junto ao também falecido Agnaldo Timóteo. No vídeo, os artistas fazem um dueto da música ‘Não Aprendi A Dizer Adeus’. “Agnaldo Timóteo e Augusto César: duas grandes vozes que agora estão cantando juntas em outra dimensão”, homenageou o jornalista.

O prefeito da cidade do Recife, João Campos (PSB), também se pronunciou a respeito da passagem de César, reconhecendo o legado que o artista deixou na capital pernambucana. “É com pesar que recebo a notícia do falecimento do cantor e compositor Augusto César, um ícone da música romântica e popular que faz parte da memória afetiva do povo recifense, que sempre foi próximo, ao longo de uma carreira repleta de sucessos. Estendo à família minha solidariedade e meus votos de força neste momento de dor”, escreveu nas stories do seu perfil pessoal.

Além de Campos, se manifestaram a Secretaria de Cultura e a Fundação de Cultura da cidade, por meio dos seus representantes. “É a perda de um compositor e cantor que soube tocar os corações, cativando verdadeiros seguidores nas plateias que reuniu'', afirmou Ricardo Mello, secretário. Já José Manoel Sobrinho, presidente da Fundação, fala que Augusto César foi responsável por levar "o romantismo por onde passava, trabalhando com amor à sua arte”.

Yves Ribeiro, prefeito do município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, decretou luto oficial de três dias pela morte do cantor. Nos comentários da nota de falecimento publicada no perfil de Augusto César, diversos artistas ainda dão seguimento às homenagens. Novinho da Paraíba, Otto, Caju e Castanha, entre fãs e familiares, prestam as suas condolências.

[@#galeria#@]

Alguém percebe que uma pessoa ou empresa teve uma atitude considerada errada. Registra o ato e divulga nas redes sociais. O registro é compartilhado e visto por milhares de pessoas, que iniciam uma série de críticas e cobranças de punição para quem cometeu o erro.

##RECOMENDA##

É assim que, resumidamente, ocorre o cancelamento de pessoas e/ou marcas na internet. Esse comportamento conhecido na internet, cujos casos mais notórios são de famosos, como a escritora J.K Rowling, a blogueira Gabriela Pugliesi e a rapper Karol Conká, também pode ocorrer com pessoas anônimas e gerar efeitos psicológicos em quem é cancelado.

Para o psicólogo Reno Mendes, as pessoas encontraram no cancelamento pelas redes sociais uma maneira de protestar contra posturas que consideram inadequadas. “Porém, acabam não refletindo que é um comportamento punitivo. Quase como uma exclusão ou até mesmo uma morte da imagem de uma pessoa”, adverte Reno.

O psicólogo explica que o cancelamento sempre deixa uma marca na vida de quem o sofre. "Dependendo do histórico pessoal, pode desencadear até mesmo um suicídio ou uma tentativa”, afirmou. Reno Mendes pontua que o cancelamento também pode provocar transtornos de ansiedade ou depressão na pessoa cancelada.

Mas o cancelamento não afeta psicologicamente apenas quem o sofre, segundo Reno. “Um efeito em quem pratica o cancelamento é o fortalecimento de pensamentos rígidos e o crescimento da intransigência. Uma possível cobrança excessiva de si e do outro. Além de uma tensão por não conseguir sair daquela forma rígida de pensar”, explicou.

Para o profissional, é importante que a pessoa reflita sobre as atitudes que levaram ao cancelamento. “A partir disso, separar quais atitudes são de responsabilidade e administração dela e quais não são. Fazer um filtro”, declarou. O psicólogo também cita a necessidade de buscar ajuda para lidar com a situação e estar próximo de pessoas que não tenham o mesmo comportamento condenatório do cancelamento.

Como um profissional da psicologia, Reno Mendes enxerga a cultura do cancelamento nas redes sociais, da forma que ocorre, como algo nocivo e desumanizador. “Não vou promover reflexão em alguém punindo, ou até mesmo destruindo a imagem de alguém. Punição pode gerar autodestruição. E autodestruição é a perda processual ou iminente da vida”, finalizou.

Experiência traumática

No mês de maio de 2020, A., que não quis ser identificada, foi cancelada nas redes sócias após postar uma foto fora de casa durante o lockdown em Belém. Ela conta que a princípio imaginava ser apenas uma simples intriga. Porém, somente quando os amigos próximos avisaram é que pode entender as reais proporções.

“Eu tenho um histórico de problemas pessoais e nesse dia eu me senti muito mal. Chorei muito, lembro de acordar de madrugada gritando e o meu namorado ter que me acalmar porque eu gritava. Eu fiquei completamente traumatizada mesmo”, afirmou.

Ela diz ter chegado a tomar metade de uma cartela de remédios para dormir, porque não conseguia descansar e teve distúrbio alimentar. “Foi quando um dia eu me tranquei no banheiro e decidi que ia tirar a minha vida. Porque eu vi tantas pessoas duvidando de quem eu era. Falando que eu era mentirosa, que eu simplesmente desisti, eu falei que não ia mais aguentar viver aquilo”, relatou.

Hoje em dia, A. revela que faz tratamento para ansiedade por ter sido diagnosticada com estresse pós-traumático. Além disso, ela contou que faz terapia e que ainda tenta "sarar" as cicatrizes do passado.

“Quando eu vejo acontecendo um cancelamento com outra pessoa me dói como se fosse comigo, porque eu me lembro do quanto doeu e do quanto eu me senti sozinha e desamparada”, afirmou.

Consequências judiciais

O ato de desmoralizar alguém, ou promover o cancelamento, é visto no ordenamento jurídico como uma forma de censura. Apesar de não ser crime, a conduta é considerada ilegal por ferir a autonomia do indivíduo de expor a própria opinião, garantida na Constituição de 1988.

Engana-se quem pensa que as consequências são destinadas apenas ao público que promove o linchamento virtual diretamente. Ao compartilhar ou curtir publicações com teor negativo, o internauta pode ser enquadrado em crime ilícito cível, abrindo espaço para processos morais, calúnia, difamação ou danos patrimoniais, segundo o presidente da comissão de Direito Digital da OAB\PA e especialista em Ciências Criminais e Direito Digital, Lucas Kizan.

Uma das maneiras de provar o crime virtual, de acordo com o advogado, é registrar o ocorrido em cartório civil, por meio de uma ata notarial, que nada mais é do que o escrivão descrever digitalmente os xingamentos, os nomes dos usuários que praticaram as ofensas e em qual rede social ocorreram os ataques.

“A [segunda] alternativa é ir na Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos do Pará e fazer o registro de ocorrência policial e solicitar que sejam também registradas as imagens, os links. O escrivão irá relatar tudo, mas só é feito isso quando há crime de injúria racial, calúnia e difamação”, afirma Lucas.

Outra forma segura é a vítima gravar a tela do dispositivo do celular mostrando o link completo da página em que aparecem as publicações do cancelamento’ os perfis dos usuários e o horário que iniciaram os ataques virtuais, afirmou o advogado.

Por Amanda Martins e Felipe Pinheiro.

 

 

 É falsa a tabela que circula no Whatsapp contendo as supostas datas de vacinação municipal contra covid-19 para pessoas entre 74 anos e 55 anos, no mês de março, atribuída à plataforma Conecta Recife. A mensagem, que apresenta apenas um dia de diferença para a imunização de cada grupo, ainda "orienta" que a população procure "o posto de saúde mais próximo". Nenhum deles, contudo, está aplicando a vacina contra o novo coronavírus.

No Recife, as imunizações são promovidas em sete centros de vacinação e em nove pontos de drive-thru. Os endereços podem ser consultados no site  https://conectarecife.recife.pe.gov.br/.

##RECOMENDA##

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Saúde do Recife confirmou que as informações são inverídicas e reforçou que "qualquer notícia sobre a vacinação contra a covid-19 é divulgada nos canais oficiais da Prefeitura do Recife e do prefeito João Campos". Atualmente, a vacinação contra a covid-19 ainda está em sua primeira fase, disponível para pessoas com 75 anos ou mais e profissionais de saúde da rede pública ou privada, não aposentados, acima de 65 anos.

O calendário será ampliado à medida que novas doses sejam adquiridas. Apesar disso, a população idosa já pode realizar seu cadastro no aplicativo ou site Conecta Recife, para que quando a vacinação atingir sua faixa etária, seja necessário realizar apenas o agendamento.

 Aprovada no concurso da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em novembro de 2020, a ex-loira do Tchan Silmara Miranda compartilha em suas redes sociais a rotina no novo trabalho. Na última sexta (29), a nova agente chamou a atenção de seus seguidores ao posar com um fuzil.

“Eu sou da polícia e tô aqui pra te prender. Você violou a lei. Não fui eu quem fiz a lei. Eu posso até discordar da lei, mas vou assegurá-la. Não importa o quanto você peça, suplique, implore ou tente me convencer: nada do que você fizer ou disser vai me impedir de te colocar numa jaula com barras de ferro. Se você fugir, eu corro atrás. Se você me enfrentar, eu luto com você. Se atirar em mim, eu atiro de volta. Pela lei, eu não posso dar as costas. Sou a consequência, a cota que não foi paga”, escreveu Silmara.

##RECOMENDA##

Os registros com as armas, aliás, parecem ser os preferidos da policial. “Guiada por Deus, ninguém me segura. Fuzil na mão e pistola na cintura”, comentou, em outra postagem.

[@#video#@]

[@#galeria#@]

Com apenas alguns cliques, pelos computadores e celulares com acesso à internet, é possível ver acontecimentos em tempo real, comunicar-se com pessoas de diferentes partes do globo e realizar compras e vendas on-line. Segundo pesquisa feita pela PayPal, sobre o perfil do comércio virtual brasileiro, o número de lojas virtuais saltou de 930 mil em agosto de 2019 para 1,3 milhão em agosto de 2020, crescimento de 40,7% nesse período. Tal quadro pode ser atribuído, entre outros fatores, à necessidade de alcançar o consumidor durante a pandemia de covid-19.

##RECOMENDA##

Ainda conforme esse levantamento, cerca de 70% das lojas virtuais utilizam redes sociais. O Instagram foi a rede social que mais se destacou, responsável por 75% das transações on-line, em 2019, segundo pesquisa da NuvemShop (serviço que cria loja virtual).

E é nas mídias sociais que os jovens veem a oportunidade de se colocarem no mercado e conseguir uma renda. A paraense Lanna Albuquerque, 23 anos, acadêmica de Publicidade e propaganda, usa as redes sociais para vender e divulgar uma loja de blusas personalizadas. “A primeira motivação foi profissionalizar. Ganhar dinheiro, com a venda das blusas personalizadas. Porém, com o passar do tempo, fui vendo que era algo que eu realmente gostava de fazer e acabou virando a minha realização pessoal”, conta.

Lanna relata que, no início, em 2016, vendia para amigos e conhecidos, não possuía um lugar específico para postar os trabalhos e a divulgação era boca a boca. “Eu divulgava boca a boca mesmo e, no máximo, postava no meu Instagram pessoal. Até que um dia uma amiga, a qual encomendou algumas blusas, ficou me cobrando que eu fizesse perfis nas redes sociais para poder divulgar a loja e mostrar todos os trabalhos que já fiz”, narra. A partir daí a universitária iniciou a loja on-line. Em 2018, criou perfis no Instagram e no Facebook e passou a fazer parcerias com DJs da cena eletrônica.

Na questão financeira, Lanna declara que é possível gerar renda com a loja on-line. “Gera renda, sim. É um trabalho um pouco árduo e lento, mas você consegue sobreviver se houver dedicação, investimento e uma boa divulgação”, declara. Lanna ressalta a necessidade de sempre estar atenta aos gostos do público-alvo. “Fazer postagens que chamem a atenção do cliente, manter certa interação nas redes sociais e trabalhar o pós-venda para que possamos fidelizar o consumidor”, exemplifica.

“Uma das dificuldades que eu vejo é transformar esse público que segue a loja nas redes sociais em clientes, porque nem todo mundo que te segue busca o teu trabalho ou o consome”, aponta Lanna, em relação à dificuldade de manter um negócio na internet. Outro problema é a atualização constante nas mídias sociais. “Como eu faço faculdade, tenho estágio e ainda pinto as blusas, gerenciar as redes sociais acaba sendo tão puxado quanto”, completa.

Influenciadora

O ambiente virtual é um lugar de muitas possibilidades. Enquanto possibilita, para uns, a chance de vender e divulgar produtos e serviços, também abre caminho para aqueles que, por meio da internet, tornam-se formadores de opinião.

A youtuber e digital influencer paraense Theulyn Reis, 22 anos, acumula mais de 700 mil seguidores no Instagram e mais de 100 mil inscritos em seu canal no YouTube, trabalhando na internet há um ano e quatro meses. Ela contou como surgiu a ideia de produzir conteúdos para a internet. “Conversando com meu namorado sobre o mercado de trabalho e o que eu poderia ser 'quando crescer'. Ele, por estudar a área, me contou das oportunidades do mundo digital, me incentivou bastante. Achei bem interessante por ser um trabalho bem criativo, eu poderia ser eu mesma, levando alegria e sensações boas para as pessoas. Embarquei nesse com tudo", afirmou Theulyn.

A influencer, que atua em diversas mídias sociais como YouTube, Tiktok, Facebook e Instagram, falou que para conquistar o público é preciso ter criatividade, autenticidade e muitas horas de trabalho. Além de tudo isso Theulyn disse que busca maneiras para se especializar na área. “Estudar bastante, ler, fazer cursos, ficar atenta às mais diversas fontes para a cada dia aprender algo novo, além de ficar de olho nas tendências. Nessa área tudo muda muito rápido”, explicou.

Segundo Theulyn, é possível ter renda trabalhando na internet, com anúncios pagos pelas marcas. Mas, assim como todo trabalho, ela relata as dificuldades de atuar na rede. “Nem todo conteúdo bom o algoritmo entrega como esperamos, isso pode gerar uma frustração imensa no criador de conteúdo. Outra dificuldade é conseguir se dedicar na criação para múltiplas plataformas, já que o público está cada vez mais pulverizado em diversas redes sociais”, conta.

Theulyn Reis – digital influencer

Canal no Youtube:

https://www.youtube.com/channel/UCbh9Lf3OZYAvsrZgEweUn_A

Instagram: @theulynreis

https://www.instagram.com/theulynreis/

Lanna Albuquerque – loja online Storm Blusas

Facebook: https://www.facebook.com/stormblusas

Instagram: @stormblusas

https://www.instagram.com/stormblusas/

Por Carolina Albuquerque e Karoline Lima.

 “Pelo amor de Deus, quem puder ajudar, trazer bomba de oxigênio aqui pro SPA, Policlínica da Redenção, ajudem”. O apelo da psicóloga Thalita Rocha que circula em forma de vídeo nas redes sociais, durante esta quinta (14), expõe o agravamento da situação do sistema público de saúde de Manaus, capital do Amazonas, em decorrência do grande número de casos da covid-19, conforme apontam os relatos de profissionais de saúde de linha de frente e de administradores de hospitais.

Nas imagens, Thalita mostra o momento em que um grupo de homens descarrega, às pressas, um cilindro de oxigênio na porta da SPA Policlínica Dr José Lins. “Pessoal, peço misericórdia de vocês. Nós estamos numa situação de deplorável. Simplesmente acabou o oxigênio de toda uma unidade de saúde”, denuncia.

##RECOMENDA##

Em outro momento, Thalita aparece ao lado de uma profissional de saúde, identificada como diretora do hospital, e afirma que a unidade só possui 12 cilindros de oxigênio. “Graças a Deus tem muitas pessoas entrando em contato para oferecer cilindros, mas o que precisamos é de muita ajuda com a remoção das pessoas...Que isso aqui é uma unidade básica”, completa a psicóloga, que lembra que a policlínica não possui UTI.

Também nesta quinta, o pesquisador da Fiocruz-Amazônia Jesem Orellana confirmou, à Folha de São Paulo, que está recebendo vídeos, áudios e relatos telefônicos de profissionais de saúde, que relatam a situação dramática dos hospitais da capital amazonense. "Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque", afirmou.

[@#video#@]

Orellana disse ainda que há informações de que uma ala inteira de pacientes faleceu devido à falta de oxigênio. "Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, deve ficar com sequelas cerebrais permanentes”, completou.

Ainda de acordo com a Folha de São Paulo, uma profissional de saúde do Hospital Getúlio Vargas (HUGV) revelou que os pacientes estão sendo "ambuzados", isto é, recebendo oxigenação de forma manual. Segundo ela, cada profissional de saúde só seria fisicamente capaz de realizar o procedimento por 20 minutos, sendo necessário o revezamento, de maneira cansativa e arriscada, entre eles.

Transferências

Nesta quinta, o governador do Amazonas, Wilson Lima, informou que 235 pacientes serão transferidos para outros seis estados para receber atendimento médico. A média móvel de mortes em decorrência do novo coronavírus no Amazonas cresceu 183% nos últimos sete dias.

[@#galeria#@]

As redes sociais abriram grandes espaços na sociedade atual. Atores, cantores, chefs de cozinha, celebridades em geral ou anônimos, recorrem a essas mídias para se aproximarem de fãs ou conhecer pessoas. 

##RECOMENDA##

Youtubers se tornaram os novos digitais influencers. Como eles, muita gente sonha em fazer carreira na internet.

Em Belém, no momento em que o debate sobre o racismo ganha o mundo, influenciadores pretos estão fazendo a diferença na internet. Amanda Campelo, jornalista e influenciadora digital, traz em seu instagram conteúdos sobre moda, jornalismo e cultura paraense. “Eu comecei a produzir conteúdo mais porque eu sentia uma falta de inspiração e principalmente de representatividade. Eu não me via nas outras meninas que eu já sabia que estavam produzindo conteúdo”, disse. “Eu comecei a produzir para a internet por volta de 2011 e 2012, já fui blogueira, com um blog, e nessa época a maioria das meninas eram do sudeste, do sul. O meu primeiro grande projeto foi muito nesse sentido de querer fazer algo que tivesse a cara de alguém que mora em Belém.”

A jornalista relatou também algumas dificuldades enfrentadas por influenciadores digitais no Brasil e na sua própria cidade. “Falando do Brasil, a dificuldade é que a gente do Norte é invisível, é muito raro ter uma campanha em que chamem alguém daqui. Além da questão de eu ser uma pessoa negra, tem também a questão da quantidade de seguidores. Isso acaba pesando para muitas empresas. Tem muito de as pessoas daqui ainda não entenderem a importância ou simplesmente não ligam para se ter uma proporção nos casts que elas fazem de influenciadores”, assinalou.   

“Essa questão das pessoas acompanharem o conteúdo é uma preocupação que eu sempre tive mesmo quando eu tinha cem seguidores ou mil seguidores, é uma responsabilidade”, comentou Amanda ao ser questionada sobre a influência que ela tem sobre seu público.

“Às vezes de forma mínima a gente tá influenciando as pessoas e servindo de modelo", observou Amanda. "Para mim, o Instagram foi uma mudança de chave nesse requisito, porque quando eu comecei com o blog eu não via muitas meninas negras fazendo isso, ainda mais se tratando de moda que é um ambiente que acaba sendo mais fechado pra gente que é preto.”

“Além dessa questão de ter responsabilidade, de tentar ser um bom exemplo, eu tento também fazer com que outras pessoas também entrem nesse grupo para que cada dia mais a gente tenha não só representatividade mas que a gente tenha proporção nesse meio da produção de conteúdo”, disse a influenciadora .

O jornalista e influenciador digital Kadu Alvorada fala em suas redes sobre sua rotina e vivência diária e viagens e curiosidades do Pará. "Comecei a produzir conteúdo sobre cabelo crespo porque não via nenhum menino paraense fazendo esse tipo de conteúdo. Com o passar dos anos e a minha entrada no mercado de trabalho, fui amadurecendo minhas produções, comecei a falar sobre raça e sexualidade e atualmente falo da minha rotina, vida etc. O que me motiva a continuar é ser inspiração para outras pessoas semelhantes a mim”, relatou.

"Como um produtor de conteúdo que não fala somente de raça, tenho vários recortes e muitas vivências que perpassam a minha pele. Sou jornalista formado, mostro mil cidades e culturas do Pará, mas muitas vezes só se lembram de mim quando falo sobre raça ou quando vêm me cobrar posicionamentos sobre”, disse Kadu acerca dos entraves encontrados por influenciadores pretos.

O jornalista discutiu também um pouco sobre o alcance de seu conteúdo. “Meu conteúdo vai ser sempre pautado nas minhas vivências, seja raça, comunicação, cultura, reforma de casa ou sexualidade”, comentou.

O influenciador relatou também como se sente ao ser considerado referência para outras pessoas. “Fico muito honrado e feliz por estar sendo útil pra alguém. A produção de conteúdo é uma troca de conhecimento e todo dia aprendo e compartilho muita coisa. Amo muito”, disse.

Almir Bekko, estudante de Letras e influenciador digital, aborda assuntos como veganismo, plantas e autocuidados. “Eu acho que tem várias coisas que a gente tem que prestar atenção, uma delas é o fato das redes sociais terem um algoritmo problemático claramente racista. Só que o Instagram é usado por pessoas e essas pessoas são racistas, então obviamente o algoritmo vai reproduzir isso”, disse.

“Outra questão que me incomoda bastante é que as pessoas enxergam conteúdos produzidos por pessoas negras como conteúdos nichados. Eu já vi algumas pessoas falando sobre isso, como uma youtuber chamada Camila De Luccas, ela é negra, ela fala sobre racismo, obviamente porque se a gente não fala, quem vai falar? Só que esse não é o conteúdo dela, ela não fala só sobre racismo, ela fala sobre maquiagem, sobre roupas, sobre cabelo, mas ela sente que as pessoas só estão ali pra ouvir ela de verdade se ela estiver falando sobre racismo. As pessoas preferem seguir uma pessoa branca falando sobre looks e cabelo. Isso é muito complicado, é bem desconfortável na verdade. A gente tem que lutar pra mudar isso no final das contas”, completou Almir.

“No meu Instagram eu quero basicamente falar não sobre mim, mas sobre o que eu gosto. Tanto que eu abordo várias coisas além de racismo. Até porque é muito doloroso falar sobre racismo, eu não quero, não é saudável para mim. Óbvio que eu falo quando necessário mas é doloroso, não é uma coisa que eu quero ficar sentindo toda hora. Eu falo sobre veganismo, é um dos meus focos principais porque é comida e a gente come todo dia. Mas eu falo também um pouco sobre plantas, além de mostrar meus pratos eu mostro as receitas, eu falo um pouco sobre moda porque é uma coisa que eu gosto muito. Eu gosto dessa pluralidade”, relatou.

Por Yasmin Seraphico e Julia Pontes.

 

 

 

Publicar, curtir, comentar e compartilhar tornaram-se vitais no cotidiano de parte da população. Devido à pandemia da covid-19, o distanciamento social forçou a sociedade a desacelerar. Por outro lado, a utilização da internet e das redes sociais se intensificou.

Os nativos digitais já nasceram imersos nas redes, que ajudam as pessoas a se manterem informadas, bem como interferem na vida delas. Segundo pesquisa realizada pela empresa britânica GlobalWebIndex, o Brasil é o segundo país, no ranking mundial que mais gasta tempo com mídias sociais, em média são 225 minutos por dia, em dados de 2019. Perde apenas para as Filipinas, com 241 minutos por dia.

##RECOMENDA##

A universitária de Agronomia Ana Yasmin Gonçalves, de 20 anos, relata que passa praticamente o dia inteiro nas redes sociais. "Porque quase todas as coisas a gente resolve, hoje em dia, pelas redes sociais. Até mesmo o contato que a gente tem com empresas é através do Whatsapp, por exemplo”, diz.

Essa realidade pode ser vista também nas rodas de conversas, nas quais não é estranho escutar sobre uma publicação interessante, o like nas fotos de amigos ou o “cancelamento” daquele famoso. No entanto, engana-se quem pensa que as mídias sociais são usadas apenas para o entretenimento. É o que acontece com Tayssa Zucchetto, universitária de Relações Internacionais, de 20 anos. “Eu busco manter contato com pessoas que não consigo mais ver tanto, [busco] conexões profissionais (pelo LinkedIn). E me manter a par de notícias e ocorrências que não circulam na grande mídia. Bem como para interagir com pessoas de gostos semelhantes”, conta.

A utilização de redes sociais pelo público é expressiva na chamada geração Z, os nascidos entre 1995 e 2010, conforme estudos do Fórum Econômico Mundial (2019). Pesquisa realizada pela Chicago Booth School of Business indica que o Facebook, Twitter e outras redes sociais têm capacidade de viciar superior ao cigarro ou ao álcool. Tendo isso em vista, a rede social tem forte impacto na formação dos jovens.

“É nas redes sociais que estão os ‘grupinhos’ ou as ‘tribos’ dos jovens de gerações passadas. O que ocorria em termos de socialização no ambiente físico, agora, se estende ao digital. Nesse sentido, redes sociais podem tanto fornecer aquela boa companhia, que inspira e faz um jovem descobrir seus talentos, como também podem fornecer as tão temidas más companhias”, explica o professor Hernando Borges Neves Filho, doutor em Psicologia Experimental e pesquisador na Universidade Estadual de Londrina (UEL), autor do livro "Criatividade: suas origens e produtos sob uma nova perspectiva comportamental”, pela Imagine Publicações.

Do mesmo modo, os influenciadores digitais têm uma parcela significativa desse impacto. Ao estabelecer formas de vestir-se, comer e se comportar, essas pessoas tornam-se “como faróis, formadores de opinião, que ditam a discussão, a onda do momento no mar de informações que é a internet”, declara o professor.

De acordo com pesquisa feita pelo Instituto QualiBest e pela empresa Spark, especialista em marketing de influência digital, cerca de 76% dos usuários brasileiros compraram produtos ou serviços baseados nas recomendações de influenciadores digitais.

Por esse motivo, os influenciadores digitais devem ser cuidadosos nas escolhas dos conteúdos e nas abordagens. “Influenciadores responsáveis, ou aqueles que podemos julgar responsáveis, precisam sempre avaliar seu conteúdo com relação ao que ele contribui pra nossa cultura, pra nossa sociedade. É uma grande responsabilidade”, afirma o psicólogo Hernando Borges.

“Eu acompanho diversos influenciadores, principalmente os de formação de opinião. O impacto que eles têm na formação dos jovens é muito grande e, infelizmente, nem todos tem uma mensagem de tolerância a passar”, aponta Ana Yasmin.

O professor alerta também que, por ser uma parte constante da vida, as mídias sociais são capazes de acarretar problemas de saúde mental. “Redes sociais podem potencializar ansiedades e inseguranças, e empobrecer nossa socialização nos mantendo em ‘bolhas’ mantidas por algoritmos”, adverte.

“Já me trouxe muito transtorno, principalmente pelo cyberbullying. E a pressão que é feita para você consumir notícia, sobretudo na época em que os casos de covid-19 estavam no pico máximo. Tive que desinstalar quase todas as redes para me afastar do excesso de informação”, relata Ana Yasmin.

Algo parecido já ocorreu com Emilly Sofia Rodrigues de 17 anos, estudante do Ensino Médio. “Na maioria das vezes, [a rede social] ocupava bastante meu tempo e resultava em estresse e ansiedade”, diz.

Alerta aos pais e responsáveis

Tanto quanto o mundo real, o ambiente virtual apresenta vários perigos. Como no conto de fadas de João e Maria, deixar os mais jovens, menores de idade, sem a supervisão de um responsável, significa expô-los a encontrar uma “casa de doces”, atraente à primeira vista, mas que pode abrigar grandes ameaças. Logo, é necessário que os responsáveis estejam atentos ao tipo de conteúdo que as crianças e adolescentes consomem e com quem falam na internet. “O bom uso da internet e das redes sociais vem do entendimento de seu funcionamento, função e consequências. Uma maneira de desenvolver isso com uma criança é explorar a rede social junto com ela, em um ambiente seguro e de aprendizado”, relata o psicólogo e professor Hernando Borges.

Na pandemia, o tempo de exposição dos jovens às redes sociais aumenta e é importante ficar em alerta. A estudante Emilly Sofia afirma que usava de forma excessiva a rede social, o que era muito prejudicial. “Avalie o tempo gasto na tela e a qualidade desse tempo. Se é uma atividade que consome boa parte do dia da pessoa, inclusive atrapalhando a rotina ou compromissos, tem um problema”, aconselha o psicólogo Hernando Borges.

Em um artigo publicado na revista The Atlantic, a psicóloga americana Jean M. Twenge, que estuda as diferenças geracionais, declarou que quanto mais tempo os adolescentes passam olhando para as telas, maior é a probabilidade de relatarem sintomas de depressão.

Vale lembrar que redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter têm idade mínima de uso de 13 anos. No entanto, mais do que apenas a idade é necessário possuir maturidade e responsabilidade. “O recomendado é que seja em alguma idade em que o jovem já possa entender as responsabilidades e consequências de uma rede social, e mais importante, que isso seja feito após conscientizar esse jovem de como é o uso dessas redes, e como elas funcionam”, recomenda o psicólogo.

O outro lado da moeda

Fala-se tanto dos prejuízos que as redes sociais podem causar. Porém, como tudo na vida, elas também apresentam vantagens. Nas redes sociais as pessoas estão abertas a um mundo de novas conexões, através delas agora é possível mobilizar pessoas, organizar manifestações e divulgar conteúdos informativos de qualidade. Bem como dar voz aqueles que, em outros tempos, não teriam espaço nas grandes mídias.

“As redes sociais são capazes de conectar o mundo e diferentes pessoas, bem como põem à nossa disposição uma grande quantidade de informações”, diz Tayssa Zucchetto.

Pelo contexto da pandemia, em que as pessoas precisam praticar o distanciamento social, as redes sociais também as ajudam a manterem contato, estarem conectadas, sentindo-se menos solitárias. “As redes sociais aproximam pessoas, em geral em torno de temas e interesses. Redes sociais podem ser ambientes de crescimento, de aprendizado e de desenvolver a empatia e trocar experiências, tudo depende do seu uso”, observa o psicólogo Hernando Borges.

Por Carolina Albuquerque e Even Oliveira.

 

[@#galeria#@]

A pandemia do novo coronavírus limitou o convívio físico e social. Isso causou impacto no dia a dia dos adultos e também das crianças, que passaram a desperdiçar mais tempo na internet, em redes sociais e jogos eletrônicos, o que vem comprometendo ainda mais o estado psicológico dos pequeninos, bem como sua maneira de lidar com o isolamento social.

##RECOMENDA##

Segundo a psicóloga Danielle Faria, quando as crianças estão muito tempo conectadas à rede elas passam a exibir sintomas mentais como ansiedade e, em casos mais sérios, depressão. “É impossível pensar nas crianças sem o acesso à tecnologia. Mas a superexposição à multimídia pode prejudicar o desenvolvimento saudável da criança, entre elas atraso na motricidade. Com a tecnologia as crianças ficam muito tempo sentadas e ociosas. Alterações de sono também são comuns. A criança fica mais distraída e sem a interação com o mundo e quando ela deixa de socializar o desenvolvimento dela atrasa. A convivência é essencial”, afirma a psicóloga.

Jogos eletrônicos podem servir como fonte de diversão, mas se os pais não ficarem atentos às horas passadas na diversão os jogos podem ser fonte de sofrimento psicológico para a criança. “Durante o jogo há liberação de dopamina, uma substância de prazer, alegria e recompensa. Sem os jogos a criança passa a ter crises de ansiedade. A internet faz as pessoas ficarem mais ansiosas, devido ao excesso de estímulo que pode afetar a qualidade do sono, e isso é ainda maior quando nossos filhos estão vidrados nos jogos”, ressaltou a psicóloga.

Para a auxiliar de escritório Denise Santos, mãe de dois filhos, depois que a pandemia começou, o consumo de internet de seus dois filhos, Sarah e Samuel, de 12 e 8 anos, passou a ser mais intenso. As mudanças de comportamento das crianças ficaram evidentes. De dois filhos centrados e quietos ela passou a lidar com crianças inquietas e sem foco. Foi questão de tempo até as notas na escola despencarem. “Meus filhos usam muito a internet e o celular. Eles não assistem vídeo-aula pois são da área pública. Porque elas estão tanto tempo dentro de casa, o tempo dedicado ao estudo agora é dedicado a brincadeiras entre eles. A pandemia mudou a vida dos meus filhos e a maneira deles se relacionarem entre si”, finalizou a Denise.

Clique no ícone abaixo e ouça podcast sobre o assunto.

Por Lucas Valente e Suellen Cristo.

[@#podcast#@]

Tema de diversos debates na internet, o movimento conhecido como “cultura do cancelamento” tem chamado cada vez mais atenção. O fenômeno surgiu há alguns anos como uma forma de julgar e repreender atitudes consideradas condenáveis de pessoas que, em sua maioria, têm imagem pública. 

Intensificada no mundo virtual a partir de 2017, o “cancelamento” funciona como uma espécie de tribunal em que qualquer pessoa é punida e excluída da sociedade sem encontrar brechas para justificativa e sem oportunidades para mudança de comportamento e opiniões. A prática ganhou força em todo o mundo e no Brasil existem vários exemplos, como é o caso da blogueira e influenciadora digital Gabriela Pugliesi, que foi bastante criticada após dar uma festa em meio à pandemia do coronavírus em abril deste ano.

##RECOMENDA##

A nova tendência tem gerado questionamentos a respeito dos motivos que levam as pessoas a adotarem a postura de juízes e cancelarem alguém e quais os efeitos são gerados por ela. Do ponto de vista psicológico, o professor da UNAMA - Universidade da Amazônia e doutor em Psicologia Clínica pela PUC-Rio Alessandro Bacchini explica que consequências sofrem aqueles que foram afetados pela cultura do cancelamento e como a sociedade no geral lida com ela. 

O que leva uma pessoa a adotar essa postura e condenar as outras?

Antes de tudo, é importante considerar que estamos diante de um fenômeno recente em nossa cultura com as redes sociais. Este movimento nos coloca num feed infinito de coisas que nos ensina a permanecer conectados por estarmos encontrando, cada vez mais, um espelho. Faz parte de uma psicologia de grupo em Freud (1923), com diálogo estabelecido com a antropologia, que nós nos unamos ao que consideramos igual e nos afastemos e mesmo odiemos o que nomeamos como diferença. O encontro com o outro é, portanto, potencialmente conflituoso. Ocorre que, com as redes sociais, adquirimos a ilusão de que estamos cercados por iguais e de que temos o poder mágico de eliminar as diferenças com um cancelamento ou uma exposição. 

De que maneira isso afeta o psicológico de quem sofre o cancelamento?

Quem sofre o cancelamento pode viver um processo assemelhado à morte de uma parte de si mesmo, seu avatar projetado nas redes sociais. No luto, a falta de interesse pelo mundo e a impossibilidade momentânea de eleger novo objeto amoroso são exemplos de atividades de afastamento a tudo que se liga à memória do que se foi. 

Quem reproduz a cultura do cancelamento e condena outras pessoas também é afetado psicologicamente?

É afetado pela ilusão de onipotência ao tratar o outro como algo que posso eliminar de minha vida, ao passo que o que mais me incomoda no outro tem a ver com o que há de mais íntimo em mim mesmo.

Apontar os erros de outras pessoas pelo cancelamento tem algum efeito?

Talvez o efeito mais recorrente seja o ressentimento pela exclusão.

Existem pontos positivos a respeito da cultura do cancelamento?

Talvez um efeito positivo seja o posicionamento de ideias e proteção de grupos que já vivem exclusão. Mas o autoisolamento pode ser um efeito indesejado desta cultura.

Quem sofre com isso pode posteriormente praticar o mesmo? 

Pode ser que uma pessoa repita este evento traumático em suas relações posteriores, sim.

Qual seria a melhor solução para lidar com isso?

As relações pessoais são imprescindíveis. Viver em relação é lidar com o acaso e com a alteridade em seu sentido radical: o outro é estranho por ser justamente muito familiar; somos seres falantes, portanto, inauguramos nosso lugar no mundo em um jogo de aproximação e afastamento com os outros. No entanto, separar não precisa significar cancelar, aniquilar.

Isabella Cordeiro e Karoline Lima.

 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve julgar na semana que vem um caso que pode restringir a forma como candidatos utilizam as redes sociais para fazer campanhas. A decisão vale já para as eleições 2020, adiadas para novembro por causa da pandemia do novo coronavírus.

O ponto de partida é um processo envolvendo o atual candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Jilmar Tatto, que na campanha eleitoral em 2018, quando concorreu ao Senado, pagou para que seu nome fosse exibido no buscador do Google quando internautas pesquisassem pelo nome de um rival na disputa pela vaga, Ricardo Tripoli (PSDB). "Procurando por Ricardo Tripoli? Conheça Jilmar Tatto", dizia o primeiro resultado da busca patrocinada.

##RECOMENDA##

A prática foi considerada irregular pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em São Paulo, que multou o candidato, mas Tatto recorreu ao TSE. O julgamento, iniciado em março e com previsão de ser retomado na próxima semana, pode servir para delimitar como os candidatos usam serviços para impulsionar conteúdo, como a compra de termos em buscadores.

A discussão cresce em importância na medida em que o impulsionamento de conteúdo - seja em sites de busca ou em redes sociais - é a única modalidade de propaganda eleitoral paga permitida na internet pela legislação.

O julgamento foi interrompido em março com o placar de 3 a 1 para a anulação da multa a Tatto. Para o relator do caso, ministro Sérgio Banhos, não houve infração às leis eleitorais, uma vez que o servidor de buscas apresentava a informação de que se tratava de um anúncio patrocinado.

O procurador-geral da República Augusto Aras voltou a defender o bloqueio imposto pelo presidente Jair Bolsonaro a usuários das redes sociais. A nova manifestação do PGR foi encaminhada em processo movido por um advogado bloqueado pela conta pessoal do presidente no Instagram e se soma a outros dois pareceres sobre o mesmo tema, relacionados a perfis no Twitter.

Na visão de Aras, as contas pessoais de Bolsonaro nas redes sociais não possuem caráter oficial e, por isso, não podem ser enquadradas nas obrigações da administração pública, como o princípio constitucional da publicidade.

##RECOMENDA##

"Apesar de a conta pessoal do presidente da República ser utilizada para informar os demais usuários da rede social acerca da implementação de determinadas políticas públicas ou da prática de atos administrativos relevantes, as publicações no Instagram não têm caráter oficial e não constituem direitos ou obrigações da administração pública", opinou Aras.

O PGR defendeu ainda que o bloqueio é uma possibilidade da plataforma que 'contribui inclusive para apaziguar ânimos mais acirrados, evitando a propagação de comentários desqualificadores e de discurso de ódio e a nociva polarização que atenta contra a democracia'.

No caso em questão, um advogado foi bloqueado pelo perfil do presidente após afirmar que Bolsonaro 'queria e quer, sim, intervir na Polícia Judiciária Federal para interesse próprio e de seus filhos, o que por si só é um absurdo'. O comentário teria recebido diversas 'curtidas' antes do advogado ser bloqueado pelo presidente.

A AGU afirmou que Bolsonaro exerceu seu 'direito constitucional de manifestação' ao utilizar a ferramenta de bloqueio prevista no Instagram.

A posição de Aras se soma a outros dois pareceres semelhantes emitidos pela PGR sobre o bloqueio de usuários nas redes sociais. Em novembro do ano passado, Aras disse ser 'inviável a aplicação do princípio da publicidade às postagens efetuadas na rede social privada do presidente da República', visto que ela não era uma conta oficial do governo. A resposta foi em ação movida pela deputada Natália Bonavides (PT-RN).

Na avaliação de Aras, que foi indicado ao cargo por Bolsonaro, a conduta de bloquear o acesso da deputada à rede pessoal do Presidente da República "não pode ser enquadrada como ato de império, por não ter sido efetuada no exercício de função pública".

Aras também menciona a Lei de Acesso à Informação (LAI), que obriga órgãos públicos a prestarem contas de forma transparente à população.

Segundo ele, as publicações de Bolsonaro no Twitter não podem ser enquadradas na legislação, visto que "nem toda manifestação de vontade oriunda de agente público pode ser enquadrada como ato de autoridade".

Em outro ponto, Aras destacou que o caso não se assemelha a determinação judicial de um tribunal de apelação nos Estados Unidos que proibiu o presidente americano, Donald Trump, de bloquear usuários na rede social. Lá, a Justiça classificou a conta de Trump como de interesse público e por isso ele não poderia impedir outras pessoas de acessá-la.

Na opinião de Aras, a conta de Bolsonaro serve de caráter informativo, 'despido de quaisquer efeitos oficiais', e portanto, um perfil pessoal. "Nessa medida, a ele deve ser conferido o direito, como o é garantido a qualquer cidadão, autoridade pública ou não, de bem administrar suas plataformas de comunicação virtual, permitindo ou recusando seguidores", alega.

Outro processo foi apresentado ao Supremo pelo jornalista William de Lucca, hoje pré-candidato à vereador em São Paulo.

Apoiadores bolsonaristas foram suspensos do Twitter, nessa quinta-feira (30), e desta vez o bloqueio vale internacionalmente. Por determinação do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), as contas saíram do ar no Brasil na semana passada, mas os influenciadores mudaram as configurações de localização e continuaram a publicar mensagens sem embargos.

Diante da estratégia, o ministro voltou a intimar a plataforma pedindo o cumprimento total da ordem de bloqueio, sob pena de multa diária de R$20 mil.

##RECOMENDA##

"O Twitter continua permitindo que os perfis sejam acessados através de endereços IP do Brasil, desde que o nome do país configurado na conta do usuário seja diferente de "Brasil", por exemplo, "Estados Unidos". Por isto, qualquer pessoa pode efetuar uma alteração simples em seu perfil do Twitter e continuar acessando livremente os perfis que deveriam estar bloqueados", diz um trecho do laudo pericial que embasou a nova intimação.

O bloqueio temporário foi determinado pelo ministro no âmbito do inquérito das fake news, que apura notícias falsas, ofensas e ameaças contra autoridades, e se estendeu também ao Facebook e Instagram. A medida foi justificada pela necessidade de "interromper discursos criminosos de ódio" e solicitada ainda em maio, quando apoiadores do governo foram alvo de buscas em operação da Polícia Federal.

As plataformas, no entanto, demoraram dois meses para cumprir a ordem e o fizeram somente após intimação na última sexta (24). Como os bloqueios ficaram restritos a território nacional, o ministro voltou a cobrar as empresas.

"Embora clara e objetiva a determinação judicial, no âmbito do presente inquérito, para que as operadoras das redes sociais Facebook, Twitter e Instagram suspendessem, de imediato e de forma incondicionada, as contas mantidas pelos investigados, não houve comprovação do regular cumprimento", escreveu Alexandre na nova ordem.

Em nota, o Twitter informou que pretende recorrer da decisão, classificada como ‘desproporcional sob a ótica do regime de liberdade de expressão vigente no Brasil’.

Entre os perfis suspensos estão o do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), dos empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury, da extremista Sara Giromini, dos blogueiros Allan dos Santos, Bernardo Kuster e Winston Lima, do humorista Reynaldo Bianchi, do militante Marcelo Stachin, do assessor do deputado estadual de São Paulo Douglas Garcia (sem partido) e pré-candidato a vereador pela capital Edson Pires Salomão e de outros aliados do presidente Jair Bolsonaro.

Apesar das ordens de Alexandre, os influenciadores passaram a usar contas alternativas, como mostrou o Estadão. Roberto Jefferson está usando o perfil da filha, a também ex-deputada Cristiane Brasil (PTB). A nova descrição da conta diz que os dois estão dividindo o perfil, já que ele foi "censurado".

Allan dos Santos recorreu a um segundo perfil não oficial que já mantinha no Twitter e pediu aos usuários que passem a segui-lo na conta alternativa. Mais cedo, escreveu: "Bora bater aqui os 360k que eu tenho no perfil censurado?".

Edson Salomão preferiu criar um novo perfil, que já conta com mais de 40 mil seguidores.

Luciano Hang, dono da rede de lojas de departamento Havan, tem preferido usar a conta no Instagram, que não foi derrubada, para se comunicar.

A lista completa dos bloqueados:

Alan Lopes dos Santos

Bernardo Pires Kuster

Edson Pires Salomão

Eduardo Fabris Portella

Enzo Leonardo Suzi Momenti

Marcelo Stachin

Marcos Dominguez Bellizia

Rafael Moreno

Paulo Gonçalves Bezerra

Rodrigo Barbosa Ribeiro

Roberto Jefferson

Sara Fernanda Giromini

Edgard Gomes Corona

Luciano Hang

Otavio Oscar Fakhoury

Reynaldo Bianchi Junior

Winston Rodrigues Lima

Com a palavra, o Twitter

O Twitter bloqueou as contas para atender a uma ordem judicial proveniente de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF). Embora não caiba ao Twitter defender a legalidade do conteúdo postado ou a conduta das pessoas impactadas pela referida ordem, a empresa considera a determinação desproporcional sob a ótica do regime de liberdade de expressão vigente no Brasil e, por isso, irá recorrer da decisão de bloqueio.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando