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Na entrada da Praça Simon Bolívar, uma placa traz, em espanhol, a mensagem aos visitantes: "Bienvenidos a Boa Vista". Para os mais de mil venezuelanos alojados no local, porém, a sensação não é de acolhimento. Com os cinco abrigos da cidade superlotados, os imigrantes foram montando, nos últimos meses, barracas improvisadas nas praças, mas não contaram com a ajuda do poder público.

Com o crescimento da ocupação nas últimas semanas, a Prefeitura de Boa Vista decidiu, no início de abril, instalar tapumes ao redor da praça para separar os venezuelanos dos que passam nas avenidas vizinhas. Não viu necessidade, no entanto, de instalar banheiros químicos ou oferecer água aos refugiados.

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Ao mesmo tempo, os comércios vizinhos à praça passaram a impedir o uso do vaso sanitário aos imigrantes ou cobrar até R$ 3 para cada utilização. Também fecharam o registro das torneiras para que os venezuelanos não peguem água para tomar banho ou lavar roupas. "Se a gente não tem dinheiro nem para comer, imagina pagar R$ 3 cada vez que precisarmos ir ao banheiro", diz a cabeleireira Luiziana Milagros Medina, de 31 anos, que vive com o marido e o filho de 4 anos no local.

Diante da situação, os venezuelanos procuram matagais próximos para urinar ou defecar e andam mais de dois quilômetros até o Rio Branco para tomar banho ou lavar roupas. "A gente vem (ao rio) porque não tem outra opção, mas aqui é sujo. Estamos tomando banho ao lado até de animais mortos", conta o mecânico Luiz Henrique Marques, de 29 anos, apontando para o esqueleto de um cachorro na margem do rio, a poucos metros de onde um grupo de venezuelanos tomava banho e enchia garrafas para levar para a praça onde vivem.

O medo dos imigrantes agora é que a situação de moradia se agrave ainda mais com a chegada das chuvas. No inverno de Roraima, os temporais são severos. Na segunda-feira, 16, uma chuva forte deixou a praça e as barracas alagadas. "Na Venezuela, estávamos morrendo de fome. Mas também não dá para morar desse jeito aqui. Com a chuva e a sujeira em que vivemos, eu, meu marido e meus filhos estamos com gripe, diarreia, vômitos. Estamos até pensando em voltar para nosso país", diz Eudinelis Guzman, de 32 anos.

De acordo com a prefeitura de Boa Vista, a presença de imigrantes nas praças é "uma situação provisória até que eles sejam deslocados para abrigos". Destacou que vistoria diariamente os locais e, por serem espaços abertos e públicos, não é possível fazer "qualquer intervenção no momento".

Exército

Nos cinco abrigos da cidade, todos sob coordenação do Exército, a oferta de barracas, refeições e banheiros torna a situação dos imigrantes um pouco melhor, mas isso não significa comodidade. Os locais também têm problemas. A pior situação é a do abrigo do bairro Pintolândia, que acolhe apenas venezuelanos indígenas.

O local tem capacidade para 370 pessoas, mas recebe atualmente 715 indígenas. No local, onde centenas de redes e barracas disputam espaço, crianças brincam em um terreno de terra com sujeira e restos de alimentos. Muitos chegam da Venezuela doentes. Na última semana, oito crianças moradoras do abrigo estavam internadas em Boa Vista com quadros de desnutrição ou problemas respiratórios. "Aqui pelo menos a gente vive um pouco melhor do que na Venezuela. Lá não tem comida, remédios, fraldas", diz a indígena Glady Moreno, de 29 anos. O Exército informou que abrirá outros quatro abrigos na cidade.

A Polícia Federal em Roraima deflagrou neste sábado, 21, a Operação Farsa para investigar suposto envolvimento de policiais civis com tráfico interestadual de drogas e com a morte do agente da Polícia Rodoviária Federal Ivo Seixas Rodrigues. Foram autorizados oito mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária pela Justiça Estadual de Roraima em Boa Vista e Mucajaí.

Segundo a PF, por meio de nota, 'a investigação teve início após divulgação de nota oficial da Polícia Civil de Roraima, na qual indicava haver participação de policial rodoviário federal em crime de tráfico interestadual de drogas'.

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Seixas foi morto durante abordagem dos policiais civis que entraram no quarto de hotel em que estava hospedado e o apontaram como suspeito do crime. Na ocasião, a Polícia Civil divulgou nota oficial afirmando que com ele foram encontrados 25 kg de drogas.

No âmbito da Operação Farsa, a PF afirma que há indícios, no entanto, de que o flagrante foi forjado e provas foram manipuladas.

A PF diz investigar 'o envolvimento de nove investigados, sendo cinco deles policiais civis, em crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, organização criminosa, obstrução de justiça, tortura, fraude processual e homicídio, sem que aparecesse qualquer indício da participação criminosa de servidor federal'.

"Os envolvidos são investigados pelos crimes de homicídio, fraude processual, tráfico de drogas, associação para o tráfico, obstrução à investigação de organização criminosa e tortura. O material relacionado aos fatos da ocorrência policial dos dias 07 e 08 de abril de 2018 está sendo apreendido e será analisado juntamente com as demais possíveis provas colhidas nesta data", afirma a PF.

A Polícia Federal também afirma que a Corregedoria da Polícia Civil 'foi comunicada sobre a operação para acompanhamento e tomada de medidas cabíveis'. "Foi determinado pela Justiça, ainda, o afastamento de um policial civil do cargo público. Um outro investigado foi preso, no último domingo (15), pela Polícia Federal no Rio de Janeiro/RJ".

O Estado de Roraima entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira, 13, para exigir que a União feche temporariamente a fronteira entre Brasil e Venezuela, e repasse recursos adicionais para suprir os custos causados pela imigração de venezuelanos no Estado. A relatoria da ação é da ministra Rosa Weber.

Assinado pela governadora de Roraima, Suely Campos (PP), a ação aponta que a "crise econômica, política e social da República Bolivariana da Venezuela ensejou uma verdadeira explosão no fluxo migratório", e que o Estado está suportando os custos e prejuízos sem ajuda efetiva da União.

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Entre as consequências da crise, o documento aponta aumento de criminalidade, elevação quantitativa de atendimento nas unidades de saúde do Estado e aumento de matrículas para o ensino público.

Além de pedir mais recursos e fechamento provisório da fronteira, Roraima também solicita que a União atue de "maneira imediata na área da fronteira", com medidas administrativas na área de controle policial, saúde e vigilância sanitária.

O pré-candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, defendeu a exploração de terras indígenas e, novamente, a criação de campos de refugiados para venezuelanos, em vista à Boa Vista, capital de Roraima, nesta quinta-feira, 12. Os dois temas são considerados uns dos mais emblemáticos no Estado, por conta da terra indígena Raposa Serra do Sol e da migração de venezuelanos, que já somam 40 mil em Boa Vista, que tem cerca de 330 mil habitantes. As declarações foram feitas em um discurso para cerca de 300 pessoas, após o final de uma carreata, no centro de Boa Vista.

De cima de um carro de som composto, em sua maioria, por candidatos e empresários, Bolsonaro disse que o índio deve ter direito de explorar a sua terra e que, se isso não for feito, "outras potências poderão transformar essas áreas em suas". "Por que, no Brasil, o nosso índio tem que ficar confinado num pedaço de terra? Aquele pedaço de terra é dele? É. Alguém quer tomar? Não. Mas ele tem que ter o direito de explorar a sua terra, até mesmo se quiser vender uma parte dela, que o faça, para o seu bem, para o bem de sua geração. Não podemos aceitar essa política separatista entre nós", disse.

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O deputado federal também afirmou que "hoje, uma área maior que a Região Sudeste está demarcada como terra indígena". "Isso tudo nos leva a uma preocupação dessas grandes áreas riquíssimas, e cada vez mais isoladas. Os índios são nossos irmãos, nossos antepassados, mas mais cedo ou mais tarde outras potência poderão transformar essa áreas", disse.

Patriota

Após repetir pelo menos três vezes que o futuro presidente do Brasil deveria ser "patriota e clemente a Deus", Bolsonaro voltou a defender a criação de campos de refugiados para venezuelanos e foi aplaudido pelos presentes. "Campo de refugiados é uma coisa normal e legal que acontece em qualquer país do mundo. Nós temos que ter um presidente que pense nesse momento. Os venezuelanos são nossos irmãos que estão fugindo da fome e da ditadura defendida pelo PT. Tem tido problema para nós, sim, mas parte do governo federal a busca pela solução", afirmou.

A carreata, feita em estilo de campanha, teve pouca adesão, até Bolsonaro chegar ao centro, onde um grupo de cerca de 300 pessoas o aguardava. Pelo menos três jingles que exaltavam Bolsonaro, um deles em espanhol, serviram de trilha sonora durante o percurso da carreata. O presidenciável abriu seu discurso dizendo que era "um apaixonado por Roraima". Ele desembarcou no aeroporto da cidade por volta das 13h20 e foi recebido por simpatizantes e um forte aparato policial e chegou a ser levantado no colo. Ele passou o dia todo na cidade, acompanhado de seu filho, o também deputado federal Eduardo Bolsonaro. À noite, ele pretende visitar um abrigo para venezuelanos.

A Secretaria de Saúde de Roraima informou que chegam a 234 os casos notificados de sarampo no estado. Desses, 59 foram confirmados, 166 permanecem em investigação e nove foram descartados para a doença.

Entre os casos confirmados, 45 são de venezuelanos e 14 são brasileiros, sendo 46 casos em Boa Vista, 12 em Pacaraima e um em Uiramutã, todos com o mesmo genótipo identificado na Venezuela em 2017.

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“Além do aumento do número de brasileiros entre os casos confirmados, mais um município – Mucajaí – passa a integrar o boletim com casos notificados, somando um total de dez municípios”, informa a secretaria.

Ainda de acordo com a pasta, Boa Vista continua sendo o município com o maior número de casos notificados (156 no total), seguido por Pacaraima, com 51 registros; Cantá, com dez; Amajari, com nove; Rorainópolis e Alto Alegre, com dois casos cada; e Caroebe, Mucajaí, São João da Baliza e Uiramutã, com um caso cada.

A secretaria informou que, entre os 45 casos da doença entre venezuelanos, 22 deles são indígenas da etnia Warao. Também foram registrados duas mortes por sarampo em crianças venezuelanas na capital Boa Vista.

Vacinação acaba hoje

A campanha de vacinação contra o sarampo, em curso no estado desde 10 de março, tem previsão de ser encerrada hoje (10).

Após essa data, municípios e estado devem se reunir para analisar os dados coletados e definir como e onde a imunização precisa continuar.

Até o momento, de acordo com a secretaria, já foram aplicadas mais de 50 mil doses da vacina que, além de imunizar contra o sarampo, protege contra a caxumba e a rubéola.

Sintomas

A secretaria alerta para que a população fique atenta a sintomas como febre e exantema (manchas avermelhadas), acompanhados de tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite. “Quando identificado um ou mais desses sintomas, a pessoa deve procurar um médico”, orientou a pasta.

Uma manifestação contra o homicídio de um brasileiro no município de Mucajaí, a 50 quilômetros de Boa Vista, capital de Roraima, quase se transformou em tragédia nesta segunda-feira, 19.

Mais de 300 pessoas invadiram uma escola, onde funcionava um abrigo improvisado para cerca de 50 famílias venezuelanas, e expulsaram os imigrantes do local. Eles também jogaram móveis, roupas e objetos dos imigrantes na rua e atearam fogo. Os venezuelanos, entre eles, mulheres e crianças foram expulsos da cidade.

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Não houve registro de mortos ou feridos durante a confusão generalizada, segundo a Polícia Militar. O grupo interditou por mais de duas horas o trecho urbano da principal rodovia da cidade, a BR-174, que liga Roraima ao Amazonas, com barricadas feitas de paus e pedras, além de pneus queimados.

A manifestação começou durante o enterro do brasileiro Eulis Marinho de Sousa, 49, morto a pauladas em uma briga de bar envolvendo venezuelanos.

O morador Jonas Vieira, em conversa com a reportagem, explicou que a população estava revoltada com a migração venezuelana no local.

"Eles provocam vandalismo, brigas e andam nas ruas armados de facões. Muitos deles têm invadido casas para cometer crimes diversos e agora um de nós foi morto. A situação está insuportável pois ninguém toma providências", disse.

Outro líder do grupo, o pastor João Batista, reclamou dos imigrantes na cidade. "Não aguentamos mais a presença deles. Queremos que as autoridades façam alguma coisa. Há muitos roubos e furtos em nossa cidade", afirmou.

A estimativa é de que mais de 40 mil venezuelanos tenham chegado a Roraima, após a crise econômica no país vizinho. O número chega a 10% da população do Estado.

Procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) questionaram o governo federal nesta quarta-feira (14), na reunião interinstitucional sobre imigração venezuelana no Brasil, realizada no Palácio do Planalto, sobre quais medidas estão sendo tomadas para evitar o aliciamento desses imigrantes em mão de obra escrava. De acordo com dados oficiais, até fevereiro deste ano já entraram no país 38 mil venezuelanos.

Para a coordenadora do Grupo de Trabalho Migrações do MPT, procuradora do Cristiane Sbalqueiro, é preciso algumas medidas para evitar isso. Ela apresentou três sugestões na reunião. A primeira é capacitar o pessoal que vai trabalhar nos abrigos e nos equipamentos públicos de acolhimento em Roraima, sobre estratégias para evitar o aliciamento de trabalhadores. A segunda, de capacitação das pessoas abrigadas sobre a legislação trabalhista e a Lei Maria da Penha, além de aulas de português. E a terceira, de que a Casa Civil interceda, usando seu poder de coordenação do governo federal, para que a inspeção do trabalho possa fazer seu papel de fiscalizar as condições laborais no local.

O vice-coordenador Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo do MPT (Conaete), Ulisses Dias de Carvalho, alertou que se não for feito um trabalho de inteligência dos órgãos federais de segurança pública e do Ministério do Trabalho os venezuelanos estarão entre os próximos a serem resgatados nas operações de combate ao trabalho escravo. "Na minha experiência atuando no combate a essa prática e nos estudos e estatísticas que fazemos, se não for feito um trabalho coordenado e de inteligência, esses imigrantes serão aliciados para o trabalho escravo". Ele acrescentou ainda que as medidas de interiorização desses imigrantes depende da capacidade dos municípios em oferecer assistência a essas pessoas. "O que por ora, apenas uns poucos municípios se disponibilizaram a recebê-las havendo pouquíssimas vagas disponíveis". 

A subchefe de Articulação e Monitoramento (SAM) da Casa Civil da Presidência da República, Natália Marcassa de Souzada, informou que os questionamentos e sugestões do MPT serão levadas para a reunião do Comitê Federal de Migração, que será realizada nesta quinta-feira (15). Na reunião, ela apresentou o plano de interiorização dos venezuelanos, que inicialmente, serão levados de Roraima, voluntariamente, para as cidades de Manaus (AM) e São Paulo. A proposta da União é que eles fiquem em abrigos nessas cidades, onde vão receber cursos de língua portuguesa e de qualificação profissional para poderem entrar no mercado de trabalho. Antes disso, será feito um cadastramento de todos que estão em Roraima. 

Pelo MPT, participaram também da reunião o coordenador nacional do Trabalho Portuário e Aquaviário (Conatpa), procurador Augusto Grieco Sant'anna Meirinho; o procurador-chefe do MPT no Paraná, Gláucio Araújo de Oliveira; e as procuradoras de Boa Vista (RR) Priscila Moreto de Paula e Safira Nila de Araújo Campos.

Além da Casa Civil, participaram representantes dos Ministérios da Saúde, Educação, Justiça, Direitos Humanos, Desenvolvimento Social, Relações Exteriores, Polícia Federal e do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), agência das Organizações das Nações Unidas (ONU).

Da assessoria do MPT

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A crescente ocorrência de cortes no abastecimento elétrico de Roraima, Estado que tem 82% de sua energia produzida pela Venezuela, levou o governo a adotar medidas de emergência para não deixar a população no escuro. O objetivo é evitar situações como a ocorrida no último fim de semana, quando parte do Estado ficou no escuro, devido a problemas na linha de transmissão do país vizinho.

O Estado apurou que, nos últimos dias, caminhões carregados de óleo diesel começaram a ser enviados para Boa Vista e região, com o propósito de estocar o combustível usado pelas usinas térmicas que funcionam no Estado. A ideia é dobrar o tempo de autonomia dessas usinas, caso haja corte de luz pelo país vizinho. O Brasil paga R$ 150 milhões por ano à Venezuela pelo fornecimento.

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Na situação atual, caso seja interrompido o fornecimento pela Venezuela, as usinas de Roraima têm capacidade de garantir o abastecimento por apenas quatro dias. Com o estoque de óleo, o Ministério de Minas e Energia (MME) quer elevar essa capacidade para oito dias, podendo chegar a até 15 dias de suprimento, que é a capacidade máxima que as plantas conseguem guardar.

O plano foi confirmado pelo secretário de energia elétrica do MME, Fábio Lopes Alves. "Realmente tínhamos de buscar uma alternativa, uma ação de backup mesmo. Como a situação na Venezuela está cada vez mais precária, não nos resta outro caminho senão adotar essa medida emergencial", disse.

Geração

Roraima é hoje o único Estado brasileiro que não está conectado ao chamado Sistema Integrado Nacional (SIN), a rede de transmissão de energia que conecta todo o País. Por conta desse isolamento, depende da geração de usinas térmicas locais e da importação de energia que faz de hidrelétricas da Venezuela.

O abastecimento feito pelo país vizinho sempre apresentou instabilidades, mas essa oferta tem ficado cada vez mais precária, segundo o MME.

O custo da geração térmica é pesado. A estimativa total para atendimento a Roraima sem a geração da Venezuela é de mais de R$ 160 milhões por mês. Em um ano, essa independência custaria R$ 1,95 bilhão.

Atualmente, são consumidos em média 130.000 litros, equivalente a 130 m³. Considerando que a capacidade típica dos caminhões são de 60.000 litros, equivale de 2 a 3 caminhões por dia.

Uma segunda medida prevista para eliminar de vez a dependência da energia venezuelana passa pela realização de um leilão de novas usinas previsto para ocorrer ainda neste primeiro semestre.

O governo fechou um pacote de projetos para Roraima que inclui projetos de usinas solares, eólicas, biomassa e biogás. Esses projetos, que devem somar investimentos da ordem de R$ 2,5 bilhões, vão acrescentar mais de 200 megawatts de geração, praticamente o consumo médio do Estado. Uma vez leiloadas, essas usinas deverão entrar em operação entre dois e três anos.

O leilão ainda vai ser debatido pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Além de eliminar a importação de energia, os projetos reduzem a dependência das térmicas a óleo, mais caras e poluentes.

Blecaute

No último sábado, o parque térmico da Eletrobrás Distribuição Roraima teve que ser acionado para restabelecer o fornecimento de energia de Roraima, capital e interior. A operação funcionou durante quatro horas. O desligamento da linha venezuelana, segundo a estatal, foi causado por galhos de árvores que afetaram a rede no trecho de Macagua - Las Claritas, na Venezuela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer assinou, nesta segunda-feira (12), a Medida Provisória que libera R$190 milhões para ações de emergência em Roraima, devido à situação dos migrantes venezuelanos. O valor deste crédito extraordinário será repassado ao Ministério da Defesa, no intuito de concretizar medidas de assistência emergencial e acolhimento humanitário.

No início de março, o ministro de Direitos Humanos, Gustavo Rocha, esteve em Roraima acompanhado de comitiva composta pelo Conselho Nacional de Justiça e entidades do Ministério Público. A avaliação coletiva das autoridades foi da necessidade de abordar a crise coletivamente, em busca de soluções concretas que tragam benefício tanto aos recém-chegados quanto à população do estado.

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A Polícia Federal estima que 800 pessoas cruzam diariamente a fronteira entre o Brasil e a Venezuela em busca de melhores condições de vida.

Manuel e a mulher não param de tossir, mas sorriem, porque seu bebê não está mais com sarampo.

Há anos eles faziam parte da classe média em sua Venezuela natal, mas agora compartilham o solo e as doações brasileiras em um abrigo insalubre de Boa Vista com centenas de compatriotas que, como eles, fugiram da fome e da crise.

A família vive há um mês no ginásio Tancredo Neves, na capital de Roraima, a 200 km da fronteira com a Venezuela.

O ginásio foi declarado abrigo para os venezuelanos em 2017, quando o fluxo migratório explodiu e ocupou praças, parques e esquinas da tranquila cidade de 330.000 habitantes.

Barracas, redes, pedaços de papelão: as pessoas dormem como podem em Tancredo Neves. Um ou outro privilegiado tem um colchão. As roupas ficam penduradas por toda parte.

O espaço deveria abrigar no máximo 180 pessoas, segundo a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur). Mas as estimativas oficiais dizem que há mais de 600 refugiados. A prefeitura de Boa Vista calcula que são cerca de 40.000 venezuelanos em todo o estado.

A maioria procede do leste da Venezuela, menos povoado. Pelo oeste, mais de meio milhão já fugiu para a Colômbia, buscando melhores horizontes, já que seu país está mergulhado numa terrível crise econômica e o governo está cada vez mais isolado do cenário continental.

- Sobrevivência -

Os dois pátios do ginásio estão impregnados com o cheiro de madeira queimada. Muitos cozinham em fogareiros improvisados com latas. Sopa, macarrão ou arroz com algumas verduras ajudam a matar a fome, e isso para os mais afortunados.

Quem não consegue alimentos depende da cozinha comunitária, um pequeno espaço mal acondicionado, onde alguns voluntários se revezam para preparar refeições com produtos doados.

"Não se pode comer isso", lamenta Katiuska, de 43 anos, que questiona a higiene da cozinha e não olha com bons olhos o ensopado com arroz e verduras feito dentro de uma lata de óleo suja.

Há quatro meses ela deixou a Venezuela com seu marido e dois filhos "para mudar de vida". Mas, no abrigo improvisado, "não se vive e sim sobrevive", comenta.

Eles dormem em uma tenda de papelão, sob uma árvore. Uma localização privilegiada em uma cidade onde as temperaturas chegam a 36ºC, mas que de pouco servirá quando começarem as chuvas amazônicas.

"A situação dos venezuelanos está piorando neste tipo de refúgio porque é insalubre e promove o aumento de doenças como sarna, dermatites, gripe, asma e alergias", afirma o médico da rede municipal, Raimundo de Sousa.

Em um Estado dominado pelas florestas tropicais, doenças contagiosas como o sarampo estão reaparecendo e, segundo o dr. Sousa, a lotação do refúgio agrava a situação.

- Não é a Venezuela -

No fundo do pátio, uma galinha corre em torno de uma fogueira onde jovens fervem água para fazer café.

"Essa galinha só está viva porque aqui não é a Venezuela", afirma Luis, de 19 anos. "Não sabemos quando chegou aqui, apenas apareceu; ela é como a gente, sem casa, por isso cuidamos dela", acrescenta Maikel, de 17. Eles riem e a comparam com a galinha que foge na primeira cena do filme "Cidade de Deus".

Os voluntários começam a trabalhar na cozinha. A equipe diz que faz de tudo para que a comida dê para todos. Até onde podem, respeitam a ordem de crianças primeiro, depois as mulheres e os homens. Se sobra algo, podem repetir, mas nunca sobra.

A poucos metros, Mónica Becker, de 31 anos, faz o asseio de seu filho mais novo, um bebê ainda de colo.

Vendedora ambulante em Puerto La Cruz, no Caribe venezuelano, a mais de 1.000 km de distância, foi embora com seus dois filhos e ficou sem dinheiro na fronteira, mas conseguiu chegar a Boa Vista com passagens dadas pela igreja.

A mulher está grata por ter onde dormir, mas lamenta o estado dos banheiros, apenas um para os homens e outro para mulheres e crianças. Neste último, há cinco vasos sanitários e o mau cheiro chega até a entrada.

As mulheres fazem o asseio com a água que recolhem em latas de torneiras que ficam à altura dos joelhos. As duas pias servem de estantes para colocar toalhas e mudas de roupa. O chão está inundado.

Mónica chora por ter deixado sua mãe e seu irmão na Venezuela. "Não queria que meus filhos morressem de fome, por isso vim para cá", explica.

Mas espera que a crise acabe para poder voltar pra seu país.

- Futuro -

O ginásio Tancredo Neves fica em um bairro de classe baixa na populosa zona oeste de Boa Vista. Forças de segurança tomam conta da entrada e acabam de instalar câmeras e um sistema de pulseiras para controlar o acesso.

"Isso é horrível. Não quero isso para minhas filhas", diz Norbelys Linares, que trabalha em um mercado em troca de comida e algum dinheiro. Em uma boa semana, envia para casa 20 reais para ajudar na educação de suas filhas. "Prefiro que não comam, mas que estudem. Que sejam alguém na vida".

Magro, pele curtida pelo sol e aparentando ter mais que seus 33 anos, Norbelys, que estudava contabilidade, espera alcançar uma situação financeira para poder trazer suas filhas, de 9 e 12 anos. Ela tem apenas uma manta e uma mochila de onde tira uma boneca de pano.

"Comprei para elas", explica, embora não saiba quando poderá dar o brinquedo para as filhas, e essa incerteza a faz chorar. Ela aperta a boneca nos braços. "Ao menos sinto que as tenho aqui comigo", conclui.

Detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo planejavam cometer uma fuga em massa. Para isso, escavaram um túnel de 44 metros de extensão e 6 metros de profundidade. No entanto, para a infelicidade dos presos, uma ação policial conjunta acabou identificando a escavação, nesta última sexta-feira (23).

A Rede Amazônica apurou que o barro retirado era colocado em cima do prédio que abriga os presos. Não foi informado como eles conseguiam subir até a estrutura ou quais ferramentas eram usadas para a "obra". Segundo informado pela Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), responsável pelo sistema prisional da região, nehuma fuga foi registrada.

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O trabalho para destruir o túnel e aterrar com concreto já foi iniciado, conforme a Sejuc. A Penitenciária Agrícola de Monte Cristo é a maior unidade prisional do estado e abriga cerca de 1.200 homens, embora a capacidade seja de apenas 650 detentos.

 

O senador Telmário Mota (PTB-RR) foi à tribuna da Casa Alta afirmar que estava arrependido de ter votado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ao discursar, nessa terça-feira (20), o petebista acusou o governo do presidente Michel Temer (MDB) de abandonar o estado de Roraima “à própria sorte por motivos políticos” e pediu desculpas a Dilma por ter apoiado a destituição do mandato dela.

“Eu, infelizmente, cometi o maior equívoco da minha vida. O maior equívoco político da minha vida foi ter votado a favor desse impeachment, porque agora percebo que botei uma quadrilha ali, que hoje está contra o meu Estado”, disparou. 

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“Quero até aqui, de público, pedir desculpas, Dilma, porque você foi a melhor presidenta para o meu Estado. Lamentavelmente, essa quadrilha hoje está sacrificando o meu Estado”, completou Telmário Mota. 

O petebista criticou Michel Temer por não apoiar a questão da imigração em massa de venezuelanos, assim como a “inação das autoridades federais quanto à interligação do território roraimense ao sistema elétrico nacional”. 

A Secretaria Estadual de Saúde de Roraima confirmou nesta terça-feira (20) que sete casos suspeitos de sarampo estão sob investigação. Uma criança venezuelana de 1 ano de idade, sem histórico vacinal, já teve a contaminação por sarampo confirmada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Entre os sete casos ainda sob investigação, cinco são meninos e dois meninas, na faixa etária de 7 meses e 10 anos. Seis crianças venezuelanas e uma brasileira, residentes do município de Boa Vista e sem histórico de vacinação.

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Todas as amostras estão sendo encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima e, posteriormente, serão analisadas pela Fiocruz.

O sarampo estava erradicado no Brasil desde 2015 e as autoridades já temiam o retorno da doença após o aumento da migração. A Venezuela enfrenta um surto de sarampo, aliada a uma crise política e econômica.

O sarampo é uma doença infecciosa viral e extremamente contagiosa. Os principais sintomas são febre alta, manchas avermelhadas, tosse e olhos irritados. Profissionais de saúde fazem hoje um treinamento sobre o tratamento do sarampo, em Boa Vista. O curso é ministrado por técnicos do Ministério da Saúde, que nos próximos dias deve enviar mais de 28 mil doses de vacina para reforçar a imunização em Roraima.

No último final de semana, profissionais de saúde realizaram um mutirão para vacinar venezuelanos em abrigos de Boa Vista. Cerca de duas mil doses foram disponibilizadas pela Secretaria Estadual de Saúde.

O presidente Michel Temer vai assinar uma Medida Provisória decretando "estado de calamidade social" em Roraima, por conta da chegada desordenada e em massa de venezuelanos no estado, em fuga da crise econômica, política e social no país vizinho. Um decreto também deverá ser assinado regulamentando toda esta operação que está sendo tratada como inédita.

Entre as medidas previstas na MP está a criação de uma Força Tarefa logística, a ser comandada pelo general do Exército, Eduardo Pazuello, que ficará responsável por toda a operação no estado, que incluirá cadastramento e monitoramento dos venezuelanos. Apesar de não ser recente, o problema foi agravado desde a semana passada, quando a Colômbia decidiu restringir o fluxo de venezuelanos em seu país.

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Há uma demora na edição da MP porque o governo está preocupado com os termos que constarão dela. O estado de calamidade normalmente é decretado em função de emergências por catástrofes como seca, enchente ou alguma outra situação crítica. Neste caso, seria uma "calamidade social provocada por migração em massa" e que teria à frente um general e não a Defesa Civil, já que envolve questões de fronteiras.

Um dos problemas do texto é como será definida a questão do trabalho da Polícia Militar de Roraima, já que ela é subordinada ao governo do estado, mas terá de trabalhar em conjunto com o Exército e, teoricamente, sob comando da Força. O tema é delicado e está sendo objeto de inúmeras discussões, políticas e jurídicas. A ideia inicial é fazer remissão ao artigo 144 da Constituição que define as Polícias Militares como "forças auxiliares" e "reserva" do Exército.

Uma das dificuldades é que este tipo de operação não tem nada a ver com a edição de decreto de GLO - Garantia da Lei e da Ordem, quando as Forças Armadas assumem a segurança da cidade e elas promovem as ações por sua conta, como aconteceu no Rio de Janeiro, em atuação que pode ser isolada, embora promovam "cooperação" com a PM local, quando isso é possível.

Na MP não estará definida a liberação de recursos. O montante a ser repassado ainda está sendo discutido com o ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira. Temer tem pressa na assinatura da MP e, por isso mesmo, fez inúmeras reuniões conjuntas e separadas, nesta Quarta-Feira de Cinzas, para tratar do tema, no Palácio da Alvorada.

Por volta das 11 horas, antes de o expediente tradicional começar, Temer já convocou todos os ministros envolvidos no tema para a primeira reunião do dia, que durou três horas. Apesar de o presidente ter exaltado, em seu discurso, a união de forças de oposição de Roraima para ajudar a resolver os graves problemas do estado, com a avalanche de venezuelanos que chega diariamente ao Brasil, a disputa política local irritou bastante do governo. Muitas discussões se estabeleceram para ver quem ficava com o protagonismo de medidas. Há divergências entre a governadora do estado, Suely Campos, com a prefeita de Boa Vista, Maria Tereza Surita e o senador Romero Jucá, líder do governo no estado.

Uma das medidas que o governo que incluir no texto da MP é que se permita um maior controle da entrada dos venezuelanos e consequente monitoramento de e para onde eles irão. Há uma preocupação com a nova Lei de Migração, que entrou em vigor no final do ano passado, em substituição ao Estatuto do Estrangeiro. Mas há uma preocupação grande no governo porque um dos princípios contidos na lei é a "não discriminação em razão dos critérios ou dos procedimentos pelos quais a pessoa foi admitida em território nacional". Esse e outros trechos da legislação, de acordo com interlocutores do presidente, criaram uma liberalização para a entrada de estrangeiros, considerada excessiva e até impeditiva para ação das autoridades, que precisam ter algum controle sobre esta migração.

Temer e os ministros que participam desta operação estão preocupados também em dar apoio e demonstrar a necessidade de apoio aos roraimenses para evitar qualquer reação xenofóbica da população local contra os estrangeiros, que já representam 10% da população do estado. Por dia, entre 700 e 800 venezuelanos entram no Brasil. E o governo sabe que o anúncio de apoio e de medidas como as que estão sendo tomada, acabarão incentivando a vinda de outros vizinhos para cá, em função da miséria que estão enfrentando na Venezuela.

Outros países

O governo brasileiro quer apoio de outros países para atender os venezuelanos. Os Estados Unidos, por exemplo, ofereceram apoio. O ideal para o governo é que esses venezuelanos recebam ajuda e retornem ao seu país. Mas o Brasil não se recusará a atendê-los. O Canadá também ofereceu apoio.

Ao explicar o que o governo pretende fazer, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, informou que será criado um comitê coordenador composto por representantes de oito ministérios. "Nós vamos tomar outras medidas que já estão em andamento para facilitar a vida do roraimense. Porque não é cuidar apenas do imigrante venezuelano, é cuidar também da população de Roraima", destacou. O ministro da Justiça disse ainda que é preciso "ter um equilíbrio social e de orçamento no tratamento dessas duas questões" e citou também o problema de fornecimento de energia elétrica e que o governo vai tentar agilizar obras de infraestrutura elétrica na região.

O presidente Michel Temer está em Roraima reunido no Palácio senador Helio Campos com a governadora Suely Campos para tratar da questão da entrada de venezuelanos no Estado, que se agravou depois da decisão da última semana da Colômbia de fechar a sua fronteira com a Venezuela para impedir a entrada dos vizinhos.

Cerca de 300 integrantes ligados aos movimentos sindicais em Roraima protestaram em frente ao Palácio contra a privatização de empresas como a Eletrobras, que tem milhares de servidores no Estado, e a falta de políticas do governo federal para Roraima, que sofre com apagões constantes por não estar ligado ao Sistema Energético Nacional, além da imigração desordenada de venezuelanos que já chegam a 10% da população do Estado. A área externa do Palácio Senador Hélio Campos foi isolada e o acesso restrito a convidados e pessoas previamente credenciadas.

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A questão dos venezuelanos será um dos principais assuntos da reunião, que ocorre cinco dias após a visita dos ministros da Justiça, Torquato Jardim; da Defesa, Raul Jungmann; e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Sérgio Westphalen, que vieram a Roraima tratar do mesmo assunto.

Os três fazem parte da comitiva que acompanha o presidente da República, que conta ainda com o general Fernando Azevedo e Silva, Chefe do Estado-Maior do Exército; o secretário Nacional de Justiça, Rogério Galloro; o diretor-geral da Agência Brasileira de Informação (Abin), Janér Alvarenga; o almirante Alexandre Mota, da Secretaria Nacional de Segurança Pública; o senador Romero Jucá (MDB-RR) e o deputado federal Hiran Gonçalves.

O presidente Michel Temer embarcou na manhã desta segunda-feira, 12, para Boa Vista, em Roraima, onde irá se reunir com a governadora do Estado, Suely Campos. A informação é da Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto.

Temer decidiu ir pessoalmente para ver a situação de Roraima, que tem se agravado em razão do aumento da entrada de venezuelanos no Brasil, principalmente depois da decisão da última semana da Colômbia de fechar a sua fronteira com a Venezuela para impedir a entrada dos vizinhos. O presidente irá verificar que medidas poderão ser tomadas para ajudar na solução dos problemas criados por essa imigração em massa.

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A reunião em Boa Vista está prevista para acontecer às 11h, horário local, 13h de Brasília. A previsão é que, após o encontro, Temer retorne ao Rio de Janeiro, para permanecer com a família na Restinga da Marambaia, onde passa o feriado de Carnaval.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, disse no domingo, 11, à Agência Estado, que a situação em Roraima é "dramática". Ele esteve em Boa Vista na quinta-feira da semana passada, ao lado dos ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Justiça, Torquato Jardim, para verificar a situação. "O quadro lá é muito sério", disse o ministro.

Segundo ele, a ideia do governo federal é ampliar "ainda mais fortemente" o aparato de apoio ao Estado, com mais ações de saúde, como levar mais suprimento para a população, por exemplo, além do reforço das fronteiras com soldados e Polícias Federal e Rodoviária Federal, para ajudar no ordenamento da entrada dos venezuelanos, já que o Estado, sozinho, não tem condições de receber tantos imigrantes, atendê-los e abrigá-los.

Além do GSI, da Defesa e da Justiça, representantes da Saúde, das Relações Exteriores, do Desenvolvimento Social, entre outros órgãos participarão da visita.

Preocupado com o agravamento da situação em Roraima, por conta do aumento da entrada de venezuelanos no Brasil, com a piora da crise no país e, principalmente, depois da decisão da última semana da Colômbia, de fechar a fronteira com a Venezuela, para impedir a entrada dos vizinhos, o presidente Michel Temer decidiu ir pessoalmente a Boa Vista, para ver a situação in loco e verificar que medidas poderão ser tomadas para ajudar na solução dos problemas criados por esta imigração em massa. Amanhã (12), Temer vai se reunir com a governadora de Roraima, Suely Campos.

"Não dá para esperar o Carnaval terminar para agir. A situação é dramática. Precisamos entrar com uma forte ação federal para ajudar o Estado e os municípios de Roraima", disse ao Broadcast/Estado o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, que esteve na quinta-feira da semana passada em Boa Vista, ao lado dos ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Justiça, Torquato Jardim, verificando os problemas.

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"O quadro lá é muito sério", prosseguiu o ministro, ao informar que a ideia do governo federal é ampliar "ainda mais fortemente" o aparato de apoio ao Estado, com mais ações de saúde, como levar mais suprimento para a população, por exemplo, além do reforço das fronteiras com soldados e Polícias Federal e Rodoviária Federal, para ajudar no ordenamento da entrada dos venezuelanos, já que o estado, sozinho, não tem condições de receber tantos imigrantes, atendê-los e abrigá-los.

Segundo Etchegoyen "aliada à situação econômica já deteriorada, isso se agravou com a iniciativa da Colômbia de adotar medidas mais rígidas de entrada pela fronteira com a Venezuela", o que acabou aumentando, ainda mais o fluxo de venezuelanos para o Brasil. "Fechar fronteira não é política do Brasil", observou o ministro, acrescentando que a solução é agir para dar apoio federal para aliviar a fronteira e resolver a questão humanitária.

O presidente Temer, que está no Rio de Janeiro com a família passando o feriado de carnaval, vai sair de lá direto para Boa Vista, amanhã, por volta das 11 horas. Temer deve retornar ao Rio depois da visita, para permanecer com a família na Restinga da Marambaia.

Além do GSI, da Defesa e da Justiça, representantes da Saúde, das Relações Exteriores, do Desenvolvimento Social, entre outros órgãos participarão da visita. "Sabemos que o sucesso do apoio vai levar a mais êxodo de venezuelanos para o Brasil. Por isso, precisamos encontrar uma forma criativa que evite isso, mas que nos permita ajudar os venezuelanos que já estão aqui", comentou.

Uma das medidas a serem adotadas rapidamente, segundo informou o ministro Jungmann, ao fim da visita da semana passada, é de descentralização de venezuelanos, que serão transferidos, inicialmente para São Paulo, Paraná, Amazonas e Mato Grosso do Sul. Esta operação deverá começar a partir de meados de março, quando o governo federal pretende começar a distribuir a primeira leva de mil venezuelanos que chegaram a Roraima.

Um censo também será realizado para que se tenha ideia do numero exato de venezuelanos que entraram e estão entrando no País já que os números são conflitantes, mas giram entre 30 mil e 40 mil. Por dia, passam pela fronteira do Brasil cerca de 700 venezuelanos em busca de melhores condições de vida, depois que o país governador por Nicolás Maduro se aprofundou em grave crise econômica, política e social. Os primeiros dados apontam que 70% desses venezuelanos tem nível médio de escolaridade e 30% têm nível superior e que deixaram seu país em busca de oportunidade por falta de comida, emprego, medicamentos.

Nesta sexta-feira (9), o presidente Michel Temer, em entrevista à Rádio Guaíba, disse que "estamos em um embate diplomático com a Venezuela" e que a ações de seu governo não "diplomáticas" e "contestadoras" em relação ao que acontece no país vizinho. Temer comentou, ainda, que seu governo "discorda da forma como as coisas caminham lá (na Venezuela), que geram os refugiados" e lembrou que já editou decreto concedendo identidade provisória para estas pessoas que estão entrando no Brasil, como forma de identificá-las.

Uma criança venezuelana de 3 anos e seus pais ficaram gravemente feridos na quinta-feira 8 em Roraima após desconhecidos jogarem uma bomba caseira dentro da casa onde estavam abrigados. As vítimas foram levadas para o hospital e a criança sofreu queimaduras de segundo grau em várias partes do corpo.

Na segunda-feira, dia 5, um caso parecido havia ocorrido no mesmo bairro. Imagens de câmeras de segurança flagraram um homem jogando gasolina e ateando fogo em direção à varanda de uma casa onde vivem 31 venezuelanos. Uma imigrante que dormia com outra pessoa em uma rede teve queimaduras de segundo grau no rosto, pescoço e costas.

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No local do ataque de quinta-feira viviam seis adultos e sete crianças, que estavam dormindo quando foram atacados. A família veio de Maturi, na Venezuela, onde venderam casa e bens para custear as passagens. "Antes da crise, a vida era maravilhosa. Depois, não tínhamos hospital, educação e comida. Por isso, fugimos para o Brasil", explicou Jankely Vasquez, de 29 anos, que vende bananinhas na rua para sobreviver.

A secretária de Segurança Pública de Roraima, Giuliana Castro, afirmou que o crime está sendo apurado pela Delegacia Geral de Homicídios. "Vamos verificar se é um caso de xenofobia contra venezuelanos. Não é o primeiro caso de ataque com coquetel molotov contra venezuelanos e, se for considerado um crime de ódio, haverá punição" declarou.

Após entrar numa lanchonete e furtar uma televisão, o suspeito acabou tendo o seu furto roubado por outro ladrão. Esse caso aconteceu na última quarta-feira (07), na cidade da Boa Vista, em Roraima. Câmeras de segurança flagraram toda a ação.

Segundo apurações do site Metrópoles, o suspeito que furtou a pastelaria entrou no local por volta das 3h da madrugada da quarta-feira (07). Ao sair com o eletrodoméstico, acabou sendo roubado por outra pessoa que passava pelo local. O primeiro homem, responsável pelo furto da TV, foi encontrado pelos policiais no centro da cidade de Boa Vista, o segundo, suspeito por ter "roubado o roubo", ainda não foi identificado.

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Uma mulher de 21 anos foi presa após divulgar foto de blitz realizada pelo Departamento Estadual de Trânsito de Roraima (Detran-RR) em um grupo no WhatsApp. O caso aconteceu na última quinta-feira (18) no bairro de Santa Teresa, Zona Oeste de Boa Vista. As informações são do G1.

A jovem havia sido parada na blitz. Ela conduzia uma motocicleta sem habilitação. Após averiguação, ela sentou em um local próximo para aguardar a autuação. 

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Do local, a mulher tirou fotos da ação e enviou pelo WhatsApp e publicou no próprio status do Facebook. Ela só não imaginava que um agente do Detran fazia parte do grupo em que a foto foi publicada.

Policiais militares prenderam a mulher. Ela confessou que tinha enviado a foto, mas afirmou desconhecer que a atitude era crime. Segundo o Detran, ela atentou contra a segurança de serviço de utilidade pública, o que cabe uma pena de reclusão de um a cinco anos de multa. 

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