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O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco realizou uma auditoria especial nas licitações feitas pela Prefeitura de Gravatá durante os exercícios financeiros de 2013 e 2014, para a contratação do serviço de limpeza urbana, e constatou a existência de irregularidades. Na época, a gestão era comandada pelo ex-prefeito Bruno Martiniano (sem partido). A administração da cidade passou, em 2014, por um processo de intervenção estadual e o então prefeito foi afastado do cargo.

A auditoria foi realizada a pedido da conselheiro Teresa Duere. De acordo com o relatório técnico, a prefeitura realizou seis dispensas sucessivas de licitação, desrespeitando o período legalmente permitido e transformando em regra a exceção emergencial, prevista na lei 8.666/93. Também foram encontrados sobrepreço de 44% na contratação de serviços, deficiências no acompanhamento e na fiscalização dos contratos, descumprimento de obrigações contratuais e superfaturamento de preços no valor de R$ 4.570.226,94.

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Em seu voto, baseado no parecer do Ministério Público de Contas, Teresa Duere decidiu julgar os processos como irregulares e imputar débito solidário ao ex-prefeito, ao fiscal do contrato, Carlos Frederico Fonseca Rodrigues Costa; aos ex-secretários de Infraestrutura do município, Dirceu Bezerra de Souza e Marcus Tulius de Barros Souza; e à empresa CONSERV Construções e Serviços Ltda., no valor de R$ 2.763.435,54, referente a 2013 e de R$ 1.806.791,40 referente a 2014.

Além disso, Duere determinou também aplicação de multa individual no valor de R$ 22.000,00 ao prefeito e secretários, e de R$ 14.000,00 aos participantes da comissão de licitação do município, Aglaine de Fátima Vilar Oliveira, Sabrina Ramos Vieira da Silva, Ilo Tenório de Albuquerque II e André Luiz Ramos Araújo de Lima.

O ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) declarou, em anexo de sua delação premiada, que o atraso no pagamento de uma superpropina de R$ 53 milhões para conselheiros do Tribunal de Contas do Estado motivou a paralisação de obras da Copa 2014. Segundo ele, a relação entre o governo e o TCE era de 'muitas pressões e extorsões' em troca de apoio aos programas do Palácio Paiaguás - sede do Executivo estadual -, especialmente as obras da Copa do Mundo, como a do MT Integrado.

"O colaborador se recorda que, no segundo semestre de 2012, foi procurado pelo então presidente do TCE MT, o conselheiro Noveli, com a notícia de que ele e os conselheiros Sérgio Ricardo, Valter Albano, Antonio Joaquim e Valdir Teis queriam receber valores para garantir o bom andamento das citadas obras", diz o anexo que Silval entregou à Procuradoria-Geral da República no âmbito do acordo de colaboração.

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"Após essa reunião no Palácio Paiaguás 'se reuniram mais duas vezes, oportunidade em que após negociarem ficou acordado pelo pagamento de R$ 53 milhões para que o TCE não atrapalhasse os andamentos dos programas de governo'. Silval disse que 'tem ciência de que esse valor foi distribuído entre os conselheiros'.

Para esse pagamento, o conselheiro Novelli, sempre segundo o delator, exigiu que ele assinasse 36 notas promissórias no valor total de R$ 53 milhões, a serem pagas em 18 meses. "Duas notas venciam em cada um dos 18 meses, sendo uma no valor aproximado de R$ 1.150.000,00 e outra no valor de R$ 2.800.000,00, sendo que o conselheiro Novelli dizia ao colaborador que precisava das notas promissórias para comprovar para os demais conselheiros que tinham a garantia do pagamento das propinas."

Em uma dessas reuniões, relata o ex-governador, o próprio conselheiro Novelli 'sugeriu que os pagamentos de parte das propinas poderiam ocorrer através da empresa Gendoc, pois segundo Novelli ele conhecia o responsável pela empresa, e se o Executivo aderisse através de suas secretarias uma licitação vencida pela Gendoc, a Gendoc devolveria para Novelli 50 % dos valores pagos pelo Executivo'.

Silval contou sobre um encontro com o responsável pela empresa Gendoc, 'acreditando que tenha sido no ano de 2012, ao lado da Arena Pantanal, sendo tal pessoa chamada de Waldisney'.

O encontro foi motivado, ele diz, 'por um problema em um dos pagamentos para o TCE, pois o combinado no inicio era que Waldisney devolvesse o dinheiro para Pedro Nadaf, que, por sua vez, ficaria responsável em fazer a entrega para o TCE'.

Nesse encontro com Waldinsey o colaborador pediu para ele efetuar o pagamento diretamente para Novelli sem intermediários do Executivo, tendo Waldisney concordado, oportunidade em que ele começou a repassar 50% dos valores recebidos do Executivos para Novelli.

Segundo o ex-governador, Pedro Nadaf - então secretário da Casa Civil - e ele eram responsáveis em contatar Novelli após o Executivo efetuar os repasses para a Gendoc. "Com os pagamentos Novelli ia devolvendo as notas promissórias assinados pelo colaborador, sendo que algumas vezes Pedro Nadaf pegava as promissórias, outras vezes era o próprio colaborador quem as pegava de Novelli. Acredita que foi repassado da Gendoc para Novelli o montante aproximado de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões, sendo que o colaborador, ao verificar as adesões da Gendoc, pode precisar o valor."

Silval disse que 'se recorda' de ter repassado para Novelli o montante de R$ 2 milhões em cheques dados por Genir Martelli, 'não se recordando o colaborador se eram cheques da pessoa física ou jurídica, mas sabendo que os valores dos cheques eram em torno de R$ 50 mil cada cheque, totalizando um montante de aproximado de 40 cheques entregues a Novelli'.

O peemedebista afirma que a entrega foi feita por ele em mãos para Novelli em seu próprio gabinete no Palácio Paiaguás.

Em 2014, segue o relato de Silval, ainda faltava pagar aproximadamente R$ 30 milhões da propina devida ao Tribunal de Contas do Estado, 'oportunidade em que Pedro Nadaf sugeriu que fizessem a desapropriação do bairro Renascer'.

Nadaf negociou o retorno de 50% - cerca de R$ 16 milhões - com o advogado da empresa que recebeu os valores da desapropriação e ele mesmo - secretário da Casa Civil - 'passava tudo para o conselheiro Novelli, tendo sido repassado dessa desapropriação o valor de R$ 15 milhões de reais para o TCE, pois R$ 1 milhão o colaborador lembra de ter ouvido que a empresa que recebeu da desapropriação teria repassado para o deputado federal Carlos Bezerra em razão de ter intermediado a negociação, pois teria sido Carlos Bezerra quem teria apresentado o advogado da empresa na Casa Civil para Pedro Nadaf'.

"Se recorda que no ano de 2014 houve um atraso nos pagamentos das propinas no TCE, oportunidade em que foi procurado pelo conselheiro Sérgio Ricardo (hoje afastado da Corte) no gabinete do colaborador, tendo Sérgio Ricardo cobrado nesse encontro o pagamento das propinas combinadas com o conselheiro Novelli", segue a delação de Silval.

"Nesse encontro o colaborador reclamou com Sérgio Ricardo da pressão que estava sofrendo do TCE pois já havia pago uma boa parcela da propina combinada, sendo que alguns dias após essa reclamação o próprio conselheiro Sérgio Ricardo paralisou as obras do MT Integrado", afirma Silval.

Após a paralisação das obras Silval, segundo seu próprio relato, agendou 'de maneira insistente uma reunião com o conselheiro Novelli, sendo que nessa reunião reassumiu o compromisso de pagar as propinas combinadas anteriormente até o final do ano de 2014, o que acabou acontecendo, sendo que até o final de 2014, foi quitado o montante de R$ 53 milhões, ficando pendentes 4 promissórias que não foram entregues ao colaborador, equivalentes a 2 meses de pagamento'.

"Que para quitar o restante da divida com o TCE, ficou ainda combinado entre o colaborador e o conselheiro Novelli que o Executivo suplementaria o orçamento do TCE em R$ 35 milhões, para que os conselheiros conseguissem retirar em torno de R$ 15 milhões devidos de propina, que a suplementação começou em junho ou julho de 2014, terminando em dezembro de 2014, sendo que os conselheiros iriam com essa suplementação conseguir retirar as propinas em nos serviços a serem executados pelo TCE."

O ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Jonas Lopes de Carvalho Júnior e outros quatro investigados foram denunciados por suposto envolvimento em esquema de venda de decisões da Corte de contas, com a participação de outros conselheiros. A denúncia no Inquérito 1133 é assinada pelo vice-procurador-geral da República, José Bonifácio, e foi enviada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A peça revela condutas criminosas que correspondem à corrupção praticada em três períodos sucessivos (2000 a 2006, 2007 a 2010 e 2011 a 2016) e a um conjunto de crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, além de associação criminosa. Também foram denunciados Jonas Lopes de Carvalho Neto, Jorge Luiz Mendes Pereira da Silva, Álvaro José Galliez Novis e Edimar Moreira Dantas.

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De acordo com a denúncia, desde meados de 1999 até dezembro de 2016, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ) estruturaram um ajuste criminoso de solicitação e recebimento de vantagens indevidas, oferecidas por interessados em processos submetidos a análise da Corte. Esses crimes renderam vasta quantidade de dinheiro em espécie, que foi repartida entre os participantes em encontros realizados na sala da presidência do TCE, mediante a entrega de envelopes e pastas contendo os valores ilícitos, destaca a Procuradoria-Geral da República.

A denúncia narra que, na divisão de tarefas, competia ao presidente os contatos com os interessados, as solicitações, o controle do gerenciamento da coleta e a distribuição das quantias, sempre a partir da prévia aquiescência dos conselheiros participantes. Mesmo que a solicitação fosse eventualmente realizada por outro membro, o presidente era informado e mantinha estrito controle sobre o fluxo dos recursos ilícitos.

Segundo a acusação, na execução das providências, foram contatados auxiliares de confiança para recolhimento e transporte das quantias à sede do TCE/RJ, pessoas que foram autorizadas a remunerar-se com parte dos valores acumulados, e, outros vinculados aos interessados nas decisões atuaram na entrega dos valores acertados com os membros do tribunal, em volumes de dinheiro em espécie estocados e disponibilizados conforme demanda dos envolvidos.

A denúncia aponta que os valores serviram para determinar avaliações menos rigorosas nos processos submetidos a julgamento da Corte. De acordo com a procuradoria, há provas de que parte do dinheiro foi ocultada em conta mantida no exterior e outra convertida em animais bovinos e terras rurais, como forma de dissimular a natureza criminosa dos ativos, configurando os crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A PGR pede que os denunciados recebam as penas e sanções ajustadas nos acordos de colaboração premiada firmados com o Ministério Público Federal.

Desmembramento

O vice-procurador-geral pede o desmembramento do Inquérito 1133 com autuação de um novo inquérito no STJ para continuidade das apurações dos fatos relacionados aos demais conselheiros do TCE/RJ.

Também pede o desmembramento para o Tribunal Regional Federal da 2ª Região para investigações relacionadas a membros da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e o desmembramento ao juízo da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro para continuidade da apuração relacionada aos outros envolvidos que não possuem foro especial.

O crescimento dos gastos com Previdência foi um dos fatores que contribuíram para a explosão das despesas com pessoal nos Estados. Entre 2010 e 2016, a participação do quanto esses gastos abocanham de todas as receitas arrecadadas cresceu 6,9 pontos porcentuais, para 59,8%, um número considerado elevado pela secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi. Isso significa que de cada R$ 100 que os Estados arrecadam, R$ 60 são gastos para pagar as despesas com funcionários, aposentados e pensionistas.

O que mais chama a atenção, segundo a secretária, é a velocidade desse processo de desequilíbrio fiscal que pode agravar ainda mais a já delicada situação das finanças estaduais num contexto de queda de arrecadação. "A consequência disso foi a compressão de investimentos e o aumento dos desequilíbrios nos orçamentos."

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Diante dessa ampliação nas despesas com pessoal, nove Estados ultrapassaram em 2016 os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para esses gastos. O teto é o equivalente a 60% da Receita Corrente Líquida (RCL), mas Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Norte destinaram mais do que isso ao pagamento de sua folha no ano passado. O recordista é Minas Gerais, com 78,76% de sua RCL comprometida com pessoal. Uma situação altamente alarmante e que sufoca a capacidade de o governo estadual oferecer os serviços essenciais que são de sua responsabilidade, como educação e policiamento.

Apenas dois Estados usam a mesma metodologia do Tesouro para esse cálculo: Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. O restante recorre a subterfúgios, muitas vezes patrocinados por seus Tribunais de Contas Estaduais (TCEs), para maquiar as contas e muitas vezes descontar despesas que deveriam ser consideradas como de pessoal.

"Há diferenças de apuração e precisamos trabalhar juntos pela convergência", diz a secretária. Esse alinhamento é ainda mais importante para aqueles que pretendem aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). "Temos de estar na mesma página do ponto de vista contábil." Estados com pesadas despesas com servidores inativos como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul precisaram adotar medidas de aperto, como a elevação da contribuição previdenciária, e estão hoje na fila por socorro da União.

O governo fluminense já protocolou o pedido de adesão ao RRF e a administração gaúcha está em tratativas para a elaboração do plano de recuperação.

Pelos dados do boletim, apenas um Estado hoje está habilitado a aderir ao RRF, que é o Rio de Janeiro. Ironicamente, o Rio Grande do Sul, que já está em negociação para ter o socorro, precisará antes reconhecer que seus gastos com pessoal têm pesado mais para sua grave situação fiscal do que mostram os dados do próprio Estado.

Avanços

Apesar desse quadro, o Tesouro observou que a situação financeira dos Estados melhorou no ano passado, e eles conseguiram adiar menos despesas. Os atrasos e deficiências que chegaram a R$ 19,9 bilhões em 2015 caíram a R$ 13,7 bilhões no ano passado. "Diminuiu o grau de postergação de despesas para o ano seguinte", Ana Paula. Segundo ela, houve um esforço na contenção de despesas com servidores ativos, o que contribuiu para a melhora nas contas. Em média, o gasto com a folha caiu 3,07% em termos reais em 2016 em relação ao ano anterior.

"O que observamos é que a situação dos Estados melhorou, mas isso não indica uma melhora definitiva", diz Ana Paula Vescovi.

Apesar dos esforços dos Estados para conter os gastos com servidores ativos no último ano, essa despesa têm tido crescimento acelerado nos últimos anos. Na média, o avanço real, já descontada a inflação, foi de 23,7% de 2010 a 2016. Esse aumento no gasto com a folha foi liderado por Mato Grosso, Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde essas despesas cresceram mais de 40% acima da inflação no mesmo período.

Na edição do boletim com dados de 2015, oito Estados estavam desenquadrados nos gastos com pessoal segundo o Tesouro Nacional, mas apenas um reconhecia essa realidade. Havia ainda a situação irônica do Tocantins, que dizia extrapolar o limite, o que não ocorria de fato nas contas do governo federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A 1ª Câmara do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) acatou a denúncia contra o prefeito de Olinda, Professor Lupércio (SD), pelo uso de notas de empresas fantasmas para o uso de verbas indenizatórias enquanto era deputado estadual. A queixa foi formulada pelo advogado Antônio Campos (PSB), derrotado por Lupércio na disputa municipal em 2016. O julgamento aconteceu nesta terça-feira (15).  

A relatora do processo, a conselheira Teresa Duere, teve o voto acompanhado pelos outros dois membros do colegiado, os conselheiros Ranilson Ramos e João Campos. Com 31 páginas, Duere justifica sua postura obervando a utilização de empresas suspeitas de existência apenas formal, dando parecer para a devolução do valor de R$ 135.479,92.

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Após a denúncia, Lupércio informou nos autos a devolução à Assembleia Legislativa do valor, mas isso não extingiu a irregularidade. 

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) multou o prefeito de Sertânia, no Sertão de Pernambuco, Ângelo Ferreira (PSB), por descumprir os prazos de envio de informações para o Sistema de Acompanhamento da Gestão de Recursos da Sociedade (SAGRES) do órgão. A multa foi no valor de R$ 7.590,00

O Auto de Infração contra o prefeito de Sertânia foi lavrado no dia 31 de maio pelo auditor do TCE e inspetor regional de Arcoverde, Ivan Camelo Rocha. No entanto, as informações orçamentárias e financeiras do município, referente aos meses de janeiro e fevereiro de 2017, só foram fornecidas ao Tribunal quatro meses depois, em junho deste ano. Na última terça-feira (8), a Segunda Câmara do TCE resolveu homologar o auto e aplicar a multa.

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A prefeitura explicou o atraso alegando inconsistências no sistema contábil utilizado para proceder a remessa de dados, mas os argumentos não foram suficientes para justificar a irregularidade. De acordo com o voto do conselheiro Dirceu Rodolfo, relator do processo 1770003-6, tal situação prejudica o exercício do controle externo feito pelo Tribunal de Contas, configurando-se como desrespeito à Constituição Federal.

A remessa dos dados referentes ao Módulo de Execução Orçamentária e Financeira do Município, é uma exigência contida na Resolução TC nº 25/2016 e o não atendimento caracteriza-se como sonegação de processo, documento ou informação por parte do gestor, cabendo a aplicação de multa.

O prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), afirmou, nesta quarta-feira (2), que a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de cancelar as comemorações da festa do padroeiro da cidade, mais conhecida como Festa de Agosto, é oriunda da má condução da gestão anterior, administrada pelo ex-prefeito da cidade e atual vice-presidente da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), Gino Albanez (PSB). De acordo com Pereira, o socialista deixou uma dívida de R$ 18 milhões aos cofres municipais. 

"O TCE é um órgão neutro, tenho certeza disso, mas que houve muita denúncia da oposição dizendo que a festa ia custar R$4, R$5 e até R$6 milhões isso teve. A oposição tem culpa sim. Assumimos a prefeitura com um débitos de folhas atrasadas e INSS com o valor de R$18 milhões, assumimos as contas, pagamos dois salários atrasados à vista e dividimos um terceiro. O que fez com que o TCE tomasse esta decisão", salientou, em entrevista coletiva na manhã de hoje.

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Bruno Pereira também argumentou que a Festa de Agosto, que iniciaria nessa terça (1º) e seguiria até o próximo dia 10 - trazendo nomes da música como Luan Santana, Wesley Safadão e Aviões do Forró, não custaria R$ 4 milhões como previu inicialmente o TCE. "O próprio relator admitiu que os custos seriam de R$ 1,2 milhões. A partir das informações que apresentamos, então o que corrobora nosso argumento de que a festa não vai acontecer por débitos da antiga gestão", declarou.

Quanto o decreto de Estado de Emergência nas contas munnicipais, também citado na decisão do TCE, o prefeito salientou que a medida expirou no último dia 12 de julho. 

Segundo o petebista, na decisão o TCE reconheceu que ele tem trabalhado com "responsabilidade fiscal", apesar do cenário financeiro. "O Tribunal nos elogiou quanto a isso. Não temos débitos da nossa gestão. Estamos reconstruindo uma cidade que deixaram no caos e que prejudicou a economia do município", cravou, pontuando que adiantou uma parcela do décimo terceiro salário para os servidores tendo em vista uma maior movimentação da economia neste período.

Festa cancelada

Apesar de ser contrário a determinação, o prefeito disse que vai "seguir à risca" a determinação do TCE. "Se fossemos fazer uma festa menor, o prejuízo seria o mesmo. Então vamos seguir à risca a Medida Cautelar do Tribunal", declarou. Segundo Pereira, a não realização da festa vai gerar um prejuízo estimado em R$ 6 milhões.

"Vários comerciantes fizeram empréstimos, investiram um valor alto pois a expectativa era de um retorno grande. Nos dias de atrações menos conhecidas estimávamos 30 mil pessoas circulando aqui. Tínhamos esperança que o Tribunal voltasse atrás da decisão, mas quem sofre é o povo com tudo isso. Não culpamos o TCE, mas a oposição que fez inúmeras denúncias. Fui oposição, mas nunca fiz críticas a Festa de Agosto porque sei que beneficia a população", ressaltou.

Em sessão extraordinária realizada nesta segunda-feira (31), a Segunda Câmara do Tribunal de Contas do Estado (TCE) referendou a Medida Cautelar, expedida monocraticamente pelo conselheiro Dirceu Rodolfo, mantendo a suspensão da realização da Festa de Agosto, prevista para acontecer de 1 a 10 de agosto, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

A programação da festa, divulgada no dia 13 de julho, previa a apresentação de artistas como Wesley Safadão, Luan Santana, Aviões do Forró, Faringes da Paixão, entre outros. A estimativa de gastos com o evento, feita pelos técnicos do Tribunal, ficou em torno de R$ 4 milhões. O valor, de acordo com o TCE, mesmo valor da folha salarial do mês de dezembro de 2016, que se encontra inadimplente, sendo paga em 10 parcelas aos servidores.

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Segundo TCE, outro fato que chamou a atenção do conselheiro, relator das contas do município em 2017, foi o descaso do gestor ao não responder um ofício do Tribunal solicitando dados oficiais sobre o procedimento administrativo para realização do evento. Também não foram cumpridos, por parte da administração municipal, os prazos para alimentação de dados do módulo de Licitações e Contratos - LICON, do Sistema de Acompanhamento da Gestão de Recursos da Sociedade - SAGRES, fato que, segundo a auditoria, sugeriu uma atitude intencional de burlar a fiscalização do Tribunal.

Após ser notificado, o prefeito encaminhou defesa ao Tribunal alegando que a suspensão do evento traria prejuízo à economia local e à população da cidade, que há 46 anos celebra tradicionalmente a festa do padroeiro nesta época do ano.    

O Ministério Público de Contas, representado na sessão pelo procurador Gustavo Massa, reiterou a importância de manter a Cautelar, por uma questão de prioridade do município. "Se estão sobrando recursos, eles devem ser usados para pagar os servidores públicos que estão com salários atrasados. O gestor tem que se responsabilizar por isso", afirmou.

Sendo assim, o conselheiro Dirceu Rodolfo votou pela manutenção da Cautelar, mantendo suspensos todos os atos e ações direcionados à realização da festa, decisão aprovada por unanimidade. O conselheiro Valdecir Pascoal, que preside as sessões da Segunda Câmara do TCE, afirmou que a não realização da festa se dá por falta de planejamento e ineficiência do gestor. "O Tribunal de Contas está cumprindo a sua parte de proteger o cidadão e o erário", disse ele.

Durante a sessão, os conselheiros foram informados pela equipe técnica de auditores que se encontrava na cidade, que a prefeitura de São Lourenço da Mata estaria dando continuidade às obras de estrutura do palco para realização da festa, o que aponta para um indício de descumprimento da determinação do TCE. Segundo o conselheiro Dirceu Rodolfo, tal fato será apurado por meio de uma auditoria especial instaurada por determinação dele.

O relator também determinou o encaminhamento dos autos ao Ministério Público do Estado para providências legais cabíveis. 

A Cautelar foi expedida no último dia 25 por sugestão da equipe técnica do TCE, após auditoria realizada pela Inspetoria Metropolitana Sul. A fiscalização ocorreu em função de uma denúncia encaminhada à Ouvidoria do Tribunal de Contas, dando conta dos gastos excessivos com a organização da festa e com a contratação de artistas, mesmo o município estando em situação de emergência, decretada pelo atual prefeito em janeiro deste ano. 

*Com informações do TCE

Nesta terça-feira (25), o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) determinou à prefeitura de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, que suspendesse a contratação de shows musicais para a 'Festa de Agosto', prevista para acontecer entre os dias 1° e 10 do próximo mês, em comemoração ao padroeiro da cidade. Em nota enviada à imprensa, a gestão do município disse que respeita a orientação, mas que irá apresentar a documentação que comprovará a legalidade das contratações.

Na decisão, o TCE ressaltou que em janeiro de 2017, a prefeitura de São Lourenço decretou estado de emergência no município, alegando dificuldades financeiras e suspendendo pagamentos de contratos e convênios firmados em exercícios anteriores. A folha de pagamento dos servidores públicos, referente ao mês de dezembro de 2016, também estaria em atraso, em um valor aproximado de R$ 4 milhões. Nesta terça (25), inclusive, a gestão disse ter autorizado o pagamento da 5ª parcela do salário de dezembro de 2016 dos professores da cidade.

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Apesar disso, os gastos para a realização da festa e pagamentos dos cachês cobrados pelas atrações anunciadas foram estimados pelo TCE em R$ 4 milhões.

Confira a nota da Prefeitura de São Lourenço:

"A Prefeitura de São Lourenço da Mata informa que recebeu, nesta terça-feira (25), uma notificação de Medida Cautelar, emitida pelo Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE), solicitando a suspensão da contratação dos shows musicais, para a Festa do Padroeiro, que será realizada entre os dias 01 e 10 de agosto. Ressaltamos que respeitamos a orientação do TCE e nesta quarta-feira (26), será apresentada toda a documentação comprovando a legalidade"

Será criada pelo presidente do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, André Carlo Torres, uma comissão para elaborar o edital do concurso do órgão e definir questões de orçamento. Serão oferecidas 20 vagas, sendo 10 para auditor.

Ainda não há previsão para o início das inscrições, segundo o presidente André Torres. Segundo o Sistema Sagres do órgão, um auditor do TCE recebe atualmente em média R$ 16 mil por mês. Este valor, porém, pode ser acrescido de gratificação, chegando até R$ 29 mil.

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O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) determinou à prefeitura do município de São Lourenço da Mata, no Grande Recife, que suspenda a contratação de shows musicais para a 'Festa de Agosto', prevista para acontecer entre os dias 1° e 10 do próximo mês, em comemoração ao padroeiro da cidade.

A Medida Cautelar, expedida monocraticamente pelo conselheiro Dirceu Rodolfo, também determinou a suspensão do procedimento administrativo de credenciamento de empresas para a exploração do espaço público do pátio de eventos da cidade.

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A decisão do conselheiro Dirceu Rodolfo se baseou numa auditoria feita pela Inspetoria Metropolitana Sul, após denúncia registrada na Ouvidoria do TCE dando conta dos gastos da prefeitura com a organização da festa e da contratação de bandas e artistas como Luan Santana, Wesley Safadão, Dorgival Dantas, Aviões do Forró, entre outros.

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Em janeiro de 2017, a prefeitura de São Lourenço decretou estado de emergência no município, alegando dificuldades financeiras e suspendendo pagamentos de contratos e convênios firmados em exercícios anteriores. Apesar disso, os gastos para a realização da festa e pagamentos dos altos cachês cobrados pelas atrações anunciadas foram estimados pelo TCE em R$ 4 milhões.

A folha de pagamento dos servidores públicos, referente ao mês de dezembro de 2016, também está em atraso, em um valor aproximado de R$ 4 milhões. Por isso, o relatório de auditoria diz que "a realização do referido evento pelo município, a par da não realização/concretização de inúmeras demandas de adimplemento obrigatório, soa como afronta e desprezo ao cidadão destinatário de serviços públicos essenciais".

De acordo com o conselheiro Dirceu Rodolfo, ao realizar do evento nas condições financeiras declaradas, a prefeitura estaria pondo em risco os cofres públicos e o direito alheio da população da cidade. De acordo com a Cautelar, a suspensão dos contratos e credenciamento das empresas organizadoras da festa ficam suspensas até ulterior deliberação do Tribunal de Contas.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) vai analisar a prestação de contas do governador Paulo Câmara (PSB) sobre o exercício financeiro de 2015. A análise está na pauta da sessão do pleno marcada para esta quarta-feira (19), às 9h. O relator do processo é o conselheiro Ranilson Ramos.

De acordo com o TCE, nesta sessão será emitido um parecer pela aprovação ou rejeição das contas, que serão julgadas pela Assembleia Legislativa, conforme determina a Constituição.

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Na análise, o Tribunal verifica apenas se o governador cumpriu os limites constitucionais em relação à saúde e à educação, se respeitou a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no tocante ao endividamento do Estado e à despesa com pessoal. A avaliação é independente das prestações de contas que são feitas obrigatoriamente ao TCE por todas as unidades gestoras da administração direta e indireta, as quais são julgadas individualmente.

 

As inscrições para o processo seletivo de cadastramento de instrutores para os cursos de capacitação do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE) podem ser realizadas até o dia 15 de agosto. Os interessados devem fazer a inscrição pelo site.

Conforme o órgão, estão aptos para participar do concurso os servidores do TCE e de outros órgãos públicos, ou profissionais de instituições privadas que possuam conhecimento e formação nas áreas de administração, contabilidade, direito, economia, engenharias, arquitetura, informática, gestão pública e áreas relacionadas.

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Depois de efetuar o cadastro, os candidatos devem enviar o currículo, documentos pessoais e profissionais para o  e-mail ecosil@tce.pb.gov.br ou apresentar a documentação necessária na Escola de Contas Otacílio Silveira, na sede do TCE-PB, em João Pessoa.

Ainda segundo o TCE-PB, com relação ao certame será gerado um banco de cadastro de instrutores e os candidatos nomeados irão trabalhar em cursos, palestras e outros eventos de cunho instrutivo-capacitório realizados pelo órgão para os servidores e jurisdicionados.

As inscrições para o concurso público do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) estão abertas a partir desta terça-feira (11) até o dia 31 de julho. São ofertadas 36 vagas para os cargos de auditor de controle externo, analista de gestão e analista de controle externo, com salários que chegam até R$ 18,4 mil. 

As provas objetivas têm realização prevista para os dias 17 e 24 de setembro e serão organizadas pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). A maior parte das vagas pode ser ocupada por formados em qualquer área de ensino superior. A exceção é o cargo de auditor de obras públicas, cujo cargo exige diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação de nível superior em Arquitetura ou em Engenharia, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC

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As inscrições devem ser feitas através do site do Cebraspe e custam de R$ 150 a R$ 200, a depender do cargo pretendido. De acordo com o TCE, o concurso terá validade de dois anos, podendo ser prorrogado por igual período e as nomeações serão feitas respeitando os limites de gastos com pessoal definidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). 

Para mais detalhes, confira o edital completo

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--> TCE-PE divulga edital. Menor salário é de R$ 11,6 mil

Em plena Rua da Aurora, às margens do Rio Capibaribe, uma casa, em meio aos prédios, resiste desde 1855. Porém, o risco de danos à sua estrutura tem sido um medo das pessoas que utilizam, visitam e conhecem o endereço. O local onde funciona a Organização Não-Governamental, Aurora Filmes, pode deixar de existir, de acordo com a proprietária, Sandra Ribeiro. 

Isto porque no terreno lateral, de quatro metros, será construída a sede da Associação dos Auditores do Tribunal de Contas de Pernambuco. Com a residência prestes a ser engolida, Ribeiro criou uma mobilização social para salvar o imóvel. “A casa não suportaria uma possível construção de um prédio de três andares no terreno vizinho com apenas quatro metros, para abrigar a sede”, disse ao LeiaJá.

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Diante desse cenário, foi travado um embate. A cineasta relata ter passado por reuniões e afirmou ter sido coagida pelos envolvidos na realização da obra. “No dia da reunião o Sr. Fábio Lyra, presidente da Associação, disse que gostaria de explicar como seria o projeto. A reunião aconteceu numa sala pequena em frente ao TCE. Chegando lá, fui surpreendida com a presença do advogado da Associação. Eles me mostraram o projeto impresso e ficaram fazendo pressão para que eu concordasse com a proposta deles”, declarou. 

“O arquiteto foi escrevendo uma ata enquanto a reunião acontecia. Houve momentos de muita tensão porque eles não queriam me escutar alegando que já estava tudo aprovado pela Prefeitura, que eles tinham outros compromissos e que precisava da minha assinatura na ata para terminar a reunião”, acrescentou Sandra Ribeiro. 

A proprietária do imóvel centenário alega ter lido a ata e encontrado uma contradição. “Lendo a ata, vi que não constava a proposta do jardim de inverno. Eu falei: ‘meu advogado disse que eu não assinasse nada’. A tensão aumentou por parte dos três, chegaram a dizer que a obra vai acontecer de qualquer jeito, eu querendo ou não, e o fato de não assinar a ata não me daria o direito de levar uma cópia do projeto”, contou, pontuando que a obra era orçada em R$ 300 mil. 

Se um lado, a dona do antigo imóvel alega o risco do comprometimento da estrutura do imóvel, do outro, a Associação defende a legalidade da obra. O presidente da entidade, Fábio Lyra, emitiu uma nota ao LeiaJá dizendo que o assunto “já foi amplamente explanado, em reunião, com a proprietária da casa vizinha ao imóvel do TCE que foi cedido à Associação para construção da nossa sede” e lembrou da negativa dela em assinar a ata detalhando o projeto. 

Além disso, ele esclareceu que “o projeto está na fase inicial e que está sendo submetido aos órgãos de controle para sua aprovação. Na ocasião [na reunião], foi dito também a ela que JAMAIS [sic] o TCE-PE, bem como nós auditores iríamos permitir que se fizesse uma construção que prejudicasse qualquer imóvel em seu entorno e muito menos um imóvel centenário como o dela”. 

O porta-voz detalhou ainda que “o projetista estrutural a ser contratado vai apresentar solução técnica para que não afete o prédio dela e, caso necessário, até reforço pode ser feito na parede do casarão sob nossa responsabilidade”.

Um evento no Facebook denominado “Amigos da Aurora Filmes” foi criado e conta com mais de cem pessoas. Nele está disponível um abaixo assinado online para agregar nomes a fim de impedir a construção da estrutura da Associação.

Foi divulgado na tarde desta quinta-feira (29) o edital do concurso do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). Ao todo, são 36 vagas para os cargos de Auditor de controle, Analista de Controle Externo e Analista de Gestão, que podem ser ocupadas por formados em qualquer área de ensino superior. Os salários variam entre R$ 11.606,55 e R$ 18.477,13. Mas, podem chegar a R$ 30 mil, dependendo do cargo.

As inscrições para o certame começam no dia 11 de julho e vão até o dia 31 do mesmo mês e as taxas custam R$ 200 (Auditor de controle externo), R$ 190 (Analista de controle externo) e R$ 150 (Analista de sistema). Os candidatos trangêneros podem solicitar o uso do nome social até às 18 h do último dia de inscrição.

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O concurso será executado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) e terá as seguintes fases: prova objetiva, para todos e cargos, e prova discursiva para os cargos pertencentes ao Grupo Ocupacional de Controle Externo. As provas acontecerão nos dias 17 e 24 de setembro. O resultado final será divulgado em 23 de outubro.

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---> TCE-PE realiza concurso em 2017

O Tribunal de Contas da União (TCU) realiza, nesta quarta-feira (28), sessão extraordinária para apreciar as contas do presidente da República relativas ao exercício fiscal de 2016. A sessão está prevista para começar às 10h30. O relator do processo é o ministro Bruno Dantas.

Analisadas anualmente, as contas do presidente apresentam a consolidação das contas individuais de ministérios, órgãos e entidades federais dependentes do orçamento federal. Em relatórios e pareceres prévios de anos anteriores, a equipe técnica do próprio TCU destacou que, como essas contas individuais são certificadas e julgadas posteriormente, alguns erros ou irregularidades podem só ser constatados e julgados futuramente.

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A Constituição Federal estabelece que compete ao TCU apreciar e emitir parecer prévio sobre as contas do presidente da República, no prazo de 60 dias a partir da data de recebimento do processo. O processo em questão foi autuado em 12 de maio deste ano. O parecer do tribunal subsidia com elementos técnicos o Congresso Nacional, responsável por julgar, anualmente, as contas prestadas pelo presidente da República.

As contas em análise referem-se ao período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2016, englobando as movimentações financeiras realizadas durante a gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff – que foi afastada do cargo em maio do ano passado para se defender no processo de impeachment - e de seu sucessor, o presidente Michel Temer.

A falta de médicos nas cidades do interior é um problema antigo que atinge milhares de pessoas em todo o Brasil. O problema dificulta o atendimento em municípios pequenos e contribui para a lotação de hospitais regionais e das capitais, devido à necessidade de transferência de pacientes que não têm como se tratar no lugar onde residem. 

No Brasil, o cenário é de concentração de médicos nas capitais e regiões metropolitanas. De acordo com um estudo divulgado em 2015 pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo, há 399 mil médicos em todo o país e 55% deles estão nas capitais, onde vive 24% da população. 

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Trazendo a situação para o cenário pernambucano, a situação não é muito diferente. Um levantamento realizado pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), a pedido do LeiaJá, aponta que existem, atualmente, 14.488 médicos no estado. Deste,  apenas 2.479, cerca de 17,11% do total, residem em cidades do interior. Enquanto isso, a Região Metropolitana do Recife (RMR) concentra aproximadamente 82,88% de todos os profissionais de medicina, totalizando 12.009 médicos.

Nos últimos anos, o poder público tem tentado reverter esse quadro através da abertura de mais universidades de medicina em cidades do interior, da realização de seleções e concursos com bons salários e do programa Mais Médicos, que levava médicos brasileiros e estrangeiros para locais onde havia déficit no número de profissionais. No entanto, como mostram os números, ainda não é o suficiente. 

O LeiaJá entrevistou médicos, gestores públicos de saúde e o presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Tadeu Calheiros, para entender quais são as razões para a escassez de médicos no interior do estado e como essa situação poderia ser revertida. 

Fortalecimento dos planos de carreira

O presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Tadeu Calheiros, discorda da ideia muitas vezes difundida na sociedade de que os médicos que não vão para o interior preferem as capitais por razões financeiras. De acordo com ele, uma das razões para que muitos médicos prefiram trabalhar nas capitais é a precariedade dos vínculos empregatícios dos médicos com as prefeituras nas cidades do interior. “A maioria dos municípios não investe em concursos, contrata médicos sem carteira assinada, sem nenhum vínculo contratual, por acordos de boca, o que favorece muitos calotes”.

Segundo ele, essa situação se torna mais recorrente quando se aproximam as eleições municipais. “Muitas vezes quando os prefeitos não se reelegem ou não conseguem eleger um candidato que eles apoiam, os médicos não são pagos”, afirma. 

O presidente do sindicato também destaca a existência de pressão política interferindo no atendimento. “Os políticos muitas vezes ficam querendo favorecimento, passar outros pacientes na frente, e aí sem um vínculo trabalhista formal, o médico pode ser perseguido ser desfavorecido”, explica Calheiros.

A estrutura dos hospitais, clínicas e ambulatórios também é um problema na opinião do presidente do Simepe, que coloca a falta de equipamentos e déficit de profissionais dificultam o trabalho. “ É comum que um só médico trabalhe no único hospital da cidade fazendo todas as funções. Isso aumenta riscos para pacientes e para o médico por termos um clínico fazendo um parto, um psiquiatra atendendo pediatria. Às vezes não tem laboratório para fazer um simples hemograma, não dá pra fazer raio-x. As pessoas cansam desse risco de viver sempre lutando para conseguir ajudar seus pacientes”. 

A falta de hospitais-escolas nas cidades do interior, na visão dele, também é um fator que cria dificuldades de atração de médicos, uma vez que a maioria dos profissionais faz residência nas capitais. “Os médicos se fixam muito no local onde estudaram então isso também pesa para a concentração nas capitais. Centros formadores, a residência na capital ajuda. Você tem que ter um hospital capacitado, um hospital escola para receber médicos residentes, então isso interfere, os hospitais no interior têm que ser melhorados para isso”, complementa. 

Como presidente do sindicato de médicos, Tadeu Calheiros vê a falta de médicos nas cidades do interior como um problema grave que poderia ser sanado através de vínculos de trabalho regulares, de concursos públicos que deem segurança e um plano de carreira no qual os médicos jovens comecem trabalhando em cidades que enfrentam dificuldades de atração de profissionais e possam migrar para perto de grandes cidades, caso queiram, com o passar do tempo e da progressão da carreira. 

Calheiros também coloca a ampliação do número de nomeações em concursos, da acessibilidade de médicos ao concurso público por meio de contratações e do reajuste de salários que acabe com a discrepância da remuneração entre diferentes regiões do país. Conforme ele mesmo explica, o sindicato “Sugere que tenha uma carreira federal para médicos” como solução para a concentração de profissionais nas capitais e grandes centros urbanos.

“Aliviar a dor e salvar vidas é o maior prazer que a gente tem”

João Genú é ginecologista, atualmente está aposentado do serviço público devido a problemas em seu ombro que o impedem de fazer ultrassonografias, mas ainda trabalha em ambulatório. Com 38 anos de carreira, dos quais apenas dois passou trabalhando no Recife, doutor João, como é conhecido, dedicou a maior parte da sua vida profissional a exercer a medicina no município de Pesqueira, localizado no agreste pernambucano, que tem 62.931 habitantes de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos quais apenas 29 são médicos, de acordo com o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).

Quando perguntado sobre as condições de trabalho na cidade, Genú afirma que a estrutura hospitalar e o baixo número de médicos são dificuldades que exigem uma grande qualificação do profissional de medicina para exercer diversas funções e pode afastar muitos médicos das cidades pequenas. 

“No interior você tem que ser mais profissional, pois não tem outros colegas, não tem muitos recursos. Você tem que ser muito preparado para trabalhar em hospital, em média complexidade. Eu já cheguei a fazer 10 cesarianas num plantão sozinho”, explica ele. 

Doutor João aponta as vantagens de exercer a medicina em cidades interioranas. "Eu vejo a tranquilidade, não ter tanta violência, trânsito. Mas lazer também é ruim. Quem quer ir pro interior querendo tranquilidade, tudo bem, quem quer mais especialidades, melhor as capitais, mas dá para trabalhar, tem uma estrutura mínima básica”. A relação de proximidade com os pacientes também é, para ele, um ponto positivo. 

Questionado se, em sua visão, há alguma razão além das dificuldades de atendimento que causa o afastamento de médicos das cidades do interior, João Genú aponta o desejo de status, grandes salários e a falta de disposição para prestar um atendimento humanizado como motivos. 

“Também tem gente que não quer trabalhar bem, que não tem a visão de querer atender ao paciente independentemente das condições. Alguns médicos se formam mas não vestem o juramento de Hipócrates e só pensam em status e dinheiro, e aí mal olham pro paciente. Todo paciente tem que ser entrevistado, ouvido e entendido, pois maioria dos diagnósticos se descobrem ouvindo o paciente, precisa levantar hipóteses a confirmar com exames mas muitos não fazem nem isso”, critica o médico. 

Na opinião do Doutor João Genú, para profissionais que escolhem a medicina por amor à profissão, todas as dificuldades valem a pena pela sensação de ajudar as pessoas e aliviar suas dores. “A atuação tem que ser boa em qualquer lugar, o problema é estrutural no interior, mas o médico tem que ser médico de verdade em qualquer canto, Aliviar a dor e salvar vidas é o maior prazer que a gente tem. É preciso que médicos jovens se desarmem, saiam da vaidade pois alguns se formam e acham que são semi deuses mas são só seres humanos mais informados, não são melhores nem piores que ninguém”. 

“Para a saúde tem que sangrar de algum lado, não importa”

Roberto Monteiro é médico há 40 anos e atualmente atua pela terceira vez como diretor do hospital Doutor Lídio Paraíba, também em Pesqueira, além de já ter trabalhado em outras cidades próximas. Ao analisar a situação do hospital, Roberto afirma que a situação ainda não é ideal, mas que já foi pior tanto em Pesqueira quanto em outras cidades onde já trabalhou, no que diz respeito às contratações e atração de médicos para a cidade.

“Hoje a situação está relativamente regular, tem gente na fila esperando por vaga para trabalhar, mas já houve épocas em que foi difícil e muita gente saiu por problemas com pagamento, estrutura, entre outras coisas. Quando cheguei era só um médico por plantão, tinha que fazer anestesia, cesariana, tudo sozinho, era um sufoco, depois foi melhorando, quando você tem um colega é mais fácil”, afirma Monteiro, que também coloca o sucateamento estrutural do hospital como um problema. “Nós recebemos um hospital sucateado onde quebra muita coisa, o material é antigo, obsoleto e muito usado. Recentemente quebrou o equipamento de esterilização de roupas do hospital e demora para comprar um novo pois equipamento hospitalar é sempre muito caro”, explica o diretor. 

A relação entre a direção do hospital e a gestão municipal, de acordo com Roberto Monteiro, também pode gerar problemas quando não flui bem. “Gestão pública é difícil, demora e em hospital tem que ser tudo urgente, ‘para ontem’, pois doença não espera, a vida é para hoje, o atendimento é de imediato. Às vezes a gestão não paga certo e em dia, mas é importantíssimo manter um salário que dê para o profissional sobreviver. Seguridade salarial é muito importante para médicos, enfermeiros, auxiliares, já que o médico se completa com a equipe. Médico sozinho nada funciona”, afirma o diretor, que também explica que o salário pago no município é baixo e precisa ser elevado, mesmo já estando difícil para a prefeitura manter os salários no patamar em que estão hoje. 

“Aqui em Pesqueira o que nós pagamos é pouco e sangra o bolso o município mas para saúde tem que sangrar de algum lado, não importa, ainda pode melhorar, já cheguei a ver a cidade ter problemas com o limite de gastos com pessoal sendo ultrapassado, ao mesmo tempo em que o hospital necessitava muito de médicos”, diz Monteiro. 

“Os recursos que vem do Governo não são suficientes”

O município de Sanharó tinha em torno de 25.521 habitantes em 2016 de acordo com o IBGE e apenas dois médicos residem na cidade. De acordo com o enfermeiro e secretário de saúde, Hérico Costa, a cidade tem muitos problemas para atrair médicos pois “Eles só são atraídos pelo salário” e “Os municípios passam por dificuldades financeiras, sem receber reajustes nos repasses do Ministério da Saúde desde 2011”. 

Costa também vê a diferença de salários entre o que o município pode oferecer e o salário que é pago, por exemplo, pelo Programa Mais Médicos do Governo Federal como um fator negativo. Em sua visão, o programa ajuda, mas a demora para que os médicos cheguem até a cidade gera a necessidade de contratar por fora. 

“O mais médicos ajuda, mas demora até o médico do programa chegar e aí temos que contratar alguém que às vezes acha o salário baixo, até que o médico do programa chegue. O médico brasileiro do Mais Médicos recebe R$ 10 mil, o que não é do programa recebe R$ 6 mil, aí eles reclamam. Se o repasse do Ministério da Saúde fosse igual ao valor pago pelo Mais Médicos, isso ajudaria, mas os recursos que vem do Governo não são suficientes”, explica Hérico Costa. 

Uma outra consequência gerada pela necessidade de elevar a remuneração para conseguir atrair os médicos é a dificuldade da prefeitura para se manter dentro dos limites de gastos com pagamento de pessoal determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). 

Quando uma cidade ultrapassa os limites de gastos e isso é constatado na prestação de contas, prefeitos e secretários podem sofrer processos no Tribunal de Contas, por usar o dinheiro da prefeitura de forma irresponsável. 

Hérico explica que a constante necessidade de elevar os salários dos médicos, a fim de atraí-los, deixa a gestão em uma situação difícil. “Sem reajustes de repasses do ministério da saúde desde 2011, e ficamos com dificuldades de cumprir a LRF e pode dar problema com o Tribunal de Contas”, diz o secretário.

"Tudo se analisa pelo caso concreto"

Cristiano Pimentel é procurador do Ministério Público de Contas, órgão vinculado ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), para onde são enviadas e onde são julgadas as contas de todos os municípios do Estado. Sobre a questão do salário dos médicos gerar descumprimento aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ele afirma que por ser uma questão delicada o tribunal pondera esse tipo de problema desde que ele seja justificado. 

“O TCE reconhece que há uma dificuldade dos municípios, especialmente do Agreste e Sertão, para atrair médicos. O tribunal pondera justificativas em vista dessas circunstâncias, pois é notório que os médicos não querem, via de regra, ir para o interior das cidades do Nordeste. Em todas essa questões o prefeito tem que apresentar justificativas como concursos que não tiveram inscrições, processos seletivos que ninguém quis. Tudo se analisa pelo caso concreto através das justificativas apresentadas pela prefeitura”, disse o procurador.

Quando questionado se os altos salários pagos a médicos podem prejudicar a saúde financeira dos municípios pequenos, do interior, Pimentel afirma que mesmo em casos de cidades que registram salários de médicos que ultrapassam o teto de gastos da prefeitura, o fato de ter poucos postos de atendimento e poucos médicos faz com que o total gasto com os salários não comprometam o equilíbrio das contas da cidade.

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O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) informou por meio de nota, na manhã desta quarta-feira (10), que o concurso para estagiários do órgão será cancelado devido a problemas no gabarito.

O concurso era composto por 50 questões de português e conhecimentos específicos e uma redação. A folha do gabarito, no entanto, tinha apenas 40 espaços para marcação de resposta. Os candidatos foram orientados pela organização do concurso a assinalar as questões finais com caneta, rasurando o gabarito. Na nota, o TCE afirma que “Em face do ocorrido, este Tribunal de Contas determinou, até a resolução do ocorrido, a não publicação do gabarito preliminar e a divulgação do resultado, sugerindo, de plano, a realização de novas provas objetivas, com alteração do cronograma da seleção”.

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Ainda de acordo com o TCE, a decisão foi tomada porque a atitude de recomendar que os candidatos rasurassem o gabarito com as questões que faltavam prejudicam a lisura e isonomia do concurso. O Tribunal também informou que está “Adotando todos os esforços para que, o mais rapidamente possível, sejam solucionadas as falhas detectadas, de modo a dar continuidade à seleção pública para contratação de estagiários”.

A assessoria de imprensa do tribunal informou ao LeiaJá que aguarda uma resposta da empresa organizadora do concurso, informando a data da realização da nova prova. Confira a nota na íntegra.

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A Prefeitura de Paulista cancelou o processo seletivo que oferecia quase 150 vagas, após recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Os selecionados iriam atuar em programas sociais da cidade e do Centro de Referência da Mulher. 

De acordo com a própria gestão municipal, a determinação do TCE teve como motivo o questionamento de alguns pontos do processo seletivo, considerados como falhos pelo Tribunal. Entre eles estão a “falta de objetividade e o tempo de experiência”. Matéria publicada pelo LeiaJá, inclusive, mostrou a indignação de alguns populares que não concordaram com a exigência de três anos de experiência em alguns cargos, com o argumento de que apenas quem já ocupa as funções possui esse período de trabalho.

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“Depois de revogar o certame, a Secretaria de Políticas Sociais e Esportes vai analisar as funções que serão colocadas à disposição e realizar um novo processo seletivo”, informou a Prefeitura, por meio da assessoria de imprensa.

Segundo a Prefeitura, os candidatos que se inscreveram na seleção poderão resgatar, a partir da próxima segunda-feira (10), os documentos entregues no momento das candidaturas. O procedimento será realizado das 8h às 13h no Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) Praias, localizado na Avenida Claudio Gueiros Leite, 2000.

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