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Um casal foi preso, na terça-feira (23), por torturar e estuprar o filho de três meses em São José de Ribamar-MA. A polícia foi acionada pelo hospital que atendeu o bebê.

Segundo laudo médico, a criança chegou ao hospital com ferimento extenso na língua, fissura no ânus e quadro grave de desnutrição. O pai, de 18 anos, e a mãe, 20, foram presos em flagrante, mas conseguiram o direito de responder em liberdade em seguida.

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A polícia prosseguiu com as investigações e pediu prisão cautelar com base em documentos médicos, relatório do Conselho Tutelar, boletins de ocorrência e exames. A Justiça concedeu os mandados de prisão.

O casal foi encaminhado para a Unidade Prisional de Pedrinhas. A criança passa bem e está sob os cuidados da avó materna.

Uma ação conjunta entre a Polícia Civil, o Ministério Público e a Vigilância Sanitária de São Paulo prendeu três responsáveis por uma clínica de reabilitação para dependentes químicos em Vila Santa Cruz, na Região Metropolitana da capital. Com milhares de comprimidos fora de validade estocados, pacientes relatam que eram agredidos com um taco de baseball que os funcionários chamavam de "dipirona".

No momento da visita dos investigadores, nessa terça-feira (9), os pacientes estavam trancados em um quarto com cadeado. Ao todo, 2.289 comprimidos controlados sem prescrição e fora da validade foram encontrados dentro da clínica, informou a Polícia Civil na quarta (10).

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Aos policiais, os internos detalharam uma rotina de agressões físicas e psicológicas por parte de alguns funcionários. Eles apontaram que eram agredidos com pedaços de madeira, com destaque para um taco de baseball caseiro que os agressores chamavam de 'dipirona'.

Divulgação/PCSP

A arma foi localizada em uma área de mato da clínica junto com três pedaços de madeiras que aparentam ser da cabeceira de um beliche. O coordenador e dois auxiliares foram presos em flagrante e responderão por tortura, cárcere privado, tráfico de drogas e associação criminosa.

Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei (PL 155/21) que duplica a pena para o crime de tortura quando a vítima for criança, gestante, pessoa com deficiência, adolescente ou maior de 60 anos. A proposta é do deputado Diego Garcia (Pode-PR) e altera a Lei dos Crimes de Tortura.

A lei prevê hoje reclusão de 2 a 8 anos para os condenados por tortura. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima for criança, gestante, pessoa com deficiência, adolescente ou idoso. Para o deputado, a punição atual é branda e deve ser aumentada.

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Ele decidiu apresentar o projeto após tomar conhecimento do caso da criança de 11 anos que era mantida acorrentada pelo pai em um barril de metal, passando sede e fome. O caso aconteceu em Campinas (SP) e ganhou repercussão nacional.

“A nossa proposta reconhece a necessidade de punir justa e proporcionalmente os agentes do crime de tortura praticada contra crianças e adolescentes”, disse Garcia.

*Da Agência Câmara de Notícias

O Ministério Público Estadual (MPE-SP) ofereceu denúncia por tortura contra o pai, a madrasta e a filha dela no caso de um menino de 11 anos encontrado acorrentado em um barril, dentro de casa, em Campinas, no interior de São Paulo. O garoto foi resgatado pela Polícia Militar no dia 30 de janeiro, após a corporação receber uma denúncia anônima.

Proposta pela promotora Adriana Vacare Tezine, a acusação também atribui ao pai da criança o crime de abandono intelectual, com pena prevista de multa ou detenção de 15 dias a um mês, uma vez que o garoto não estava matriculado e ficou sem acesso à escola em 2020. Para tortura, a pena é de dois a oito anos de prisão.

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"A denúncia cita o resultado de exame de corpo de delito, que apontou na criança lesões causadas por agentes contundentes e corto-contundentes", diz comunicado do MPE-SP, divulgado na última sexta-feira, 12. Caso a acusação seja aceita pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os três se tornam réus e devem ser submetidos a julgamento.

Segundo a PM, a criança estava "dentro de um barril, amarrada e com o tampo fechado" em um barraco no Jardim Itatiaia, bairro de Campinas. "Os policiais militares encontraram o garoto em uma situação inacreditável e de total desamparo, tratado de forma desumana e com requintes de crueldade", disse a corporação, em texto sobre o caso, em janeiro.

Ainda de acordo com a PM, o garoto estaria "com muita sede, amarrado e em constante exposição ao sol". "O casal foi detido e relatou previamente que o menino teria um problema psiquiátrico e lhes 'dava muito trabalho'", afirmou.

O menino foi hidratado, recebeu alimento e ficou sob cuidados médicos. A ocorrência foi apresentada na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Campinas e o Conselho Tutelar também acompanha o caso.

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Após o resgate do garoto de 11 anos, que foi acorrentado sem roupa em um tonel pela família, e a prisão dos responsáveis no último dia 30, a Promotoria de Justiça de Campinas, no Interior de São Paulo, denunciou pai, madrasta e a filha. Após ser observada em uma unidade de saúde, a criança aguarda a decisão sobre sua guarda em um abrigo municipal e pode ficar com os tios.

A denúncia se apoia nas lesões confirmadas pelo laudo do exame de corpo de delito e acrescenta que o pai deve responder por abandono intelectual, visto que não o matriculou em uma escola no ano passado. Após ficar preso por longos períodos embaixo do sol, sem receber água e alimento, o menor foi encontrado desidratado e desnutrido.

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A Polícia Militar indica que ele chegou a comer as próprias fezes para sobreviver, quando não recebia cascas de banana e fubá cru. O pai alegou que tratava o filho dessa forma para educa-lo. Na casa, os agentes foram surpreendidos com a despensa cheia.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) também vai apurar a eventual incompetência do Conselho Tutelar local e demais integrantes da rede de proteção no atendimento prestado à vítima. Sem nenhuma denúncia de maus-tratos registrada, a Promotoria solicitou detalhes sobre a fiscalização em 2020.

Revoltados com o caso, após a prisão dos envolvidos, vizinhos depredaram a casa da família no Jardim das Andorinhas, periferia de Campinas.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou, nesta quinta-feira (11), o período da ditadura militar como uma época de "responsabilidade com o futuro" do Brasil. A afirmativa do presidente coloca, mais uma vez, debaixo do tapete os crimes de tortura e mortes acontecidos durante os anos do regime militar.  

"Isso aqui nasceu em 1983, em mais uma das grandes obras dos cinco presidentes militares que tivemos no Brasil. Grandes obras ao longo de 21 anos, onde vivia um regime de... Um pouco diferente do que vivemos hoje, mas de muita responsabilidade com o futuro do seu país. E aqui uma prova disso", disse Jair Bolsonaro ao cumprir agenda em Alcântara, no Maranhão, local que abriga uma base da Força Aérea, instalada em 1983 no governo de João Figueiredo, ainda durante o regime militar. 

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"Aqui [base de Alcântara] é uma prova disso [da 'responsabilidade' na ditadura]. Como disse o Marcos Pontes [ministro da Ciência e Tecnologia], isso aqui é comércio para bilhões e bilhões de dólares. E nós estamos agora entrando neste seleto grupo que trata de lançamentos. Então, tudo que fazemos no Brasil tem um passado, tem um meio e tem um fim. E isso tudo passa por cada um de nós", emendou o presidente.

Em 2019, Jair Bolsonaro autorizou o uso de tecnologia americana na base de Alcântara para o lançamento de foguetes e aeronaves.

 Após ser encontrado preso por correntes em um tambor e a tortura sofrida ganhar destaque na mídia nacional, a casa do pai do menino de 11 anos, localizada em Campinas, São Paulo, foi depredada por populares.

Imagens da Record TV mostram que aparelhos de Televisão, móveis e utensílios domésticos foram quebrados e jogados no chão da residência. A criança foi salva no sábado (30), e está internada no Hospital Municipal de Ouro Verde.

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Ele foi encontrado pela Polícia Militar nú e com sinais de desnutrição dentro de um tonel de metal, fechado com um peso de pia de mármore. A PM aponta que a vítima mal podia se mexer após ter passado cinco dias sem comer.

O pai, a madrasta e a irmã mais velha foram presos em flagrante e afirmaram que o menino era muito agressivo e costumava fugir de casa. O pai alega que a tortura foi a opção de educá-lo. Caso condenado, ele pode ficar preso de 2 a 8 anos. Já as envolvidas podem receber penas entre 1 e 4 anos de reclusão.

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-> Prefeito dá 24h para explicações sobre menino torturado

Após o resgate do menino de 11 anos, que foi despido, torturado e acorrentado em um barril de metal pela família, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), estipulou o prazo de 24h para que as secretarias responsáveis apresentem relatório sobre o atendimento prestado ao menor. No sábado (30), ele afirmou que comeu as próprias fezes, pois não recebia comida há cinco dias. 

O ciclo familiar da vítima era acompanhado pelo Conselho Tutelar e pela Rede de Assistência Social do município do Interior de São Paulo. Contudo, nenhum dos órgãos identificou a tortura contra o garoto, denunciada por vizinhos.

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O Ministério Público, representado pela Promotoria da Infância e Juventude da cidade abriu processo para investigar o trabalho das entidades fiscalizadoras, sobretudo no último ano. A vítima foi internada em um hospital, onde se recupera dos traumas físicos.

O pai do menino, um auxiliar de serviços gerais de 31 anos, afirmou que torturava o filho para educá-lo. Ele foi preso em flagrante com a companheira, uma faxineira de 39 anos, e com sua filha, uma vendedora de 22 anos.

Torturado pela própria família, que o prendeu dentro de um barril com pés e mãos acorrentados, o menino de 11 anos resgatado por policiais militares em Campinas, no Interior de São Paulo, deverá ser encaminhado a um abrigo. Desde que foi salvo no sábado (30), ele está internado no Hospital Municipal Ouro Verde.

Após denúncias da vizinhança, os policiais o encontraram nu e com sinais de desnutrição dentro de um tonel de metal de tinta, fechado com o peso de uma pia de mármore. De acordo com a PM, ele estava muito suado e mal conseguia se mexer após passar cinco dias sem comer. O garoto pesa cerca de 25 kg e ficava exposto ao sol por longos períodos.

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Ele contou que comia as próprias fezes quando sentia fome e durante o resgate chorou ao implorar para ser adotado. O pai, a madrasta e a irmã mais velha foram presos em flagrante e afirmaram que o menino era muito agressivo e costumava fugir de casa. O pai alega que a tortura foi a opção de educá-lo. Caso condenado, ele pode ficar preso de 2 a 8 anos. Já as envolvidas podem receber penas entre 1 e 4 anos de reclusão.

O Conselho Tutelar informou que já monitorava o caso e chegou a visitar a casa da família, mas verificou apenas 'fatores de média vulnerabilidade'. O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher.

Por conta de uma dívida de drogas do seu namorado, uma jovem foi sequestrada em Ibimirim, Sertão de Pernambuco, e torturada ao vivo pelos suspeitos para pressionar os seus familiares a pagarem a dívida. 

O delegado Alexandre Barros confirmou que a polícia começou a receber os vídeos no início da manhã do domingo (10), mas inicialmente pensou se tratar de um trote. Só no início da tarde do domingo (10) que a polícia começou a investigar o caso.

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Foi montada uma operação para encontrar a vítima.  Os policiais ‘estouraram’ um cativeiro onde a mulher tinha sido torturada em Ibimirim, mas quando a polícia chegou os indivíduos já tinham fugido. 

Para liberar a jovem, os suspeitos pediam R$ 15 mil, sendo R$ 5 mil em espécie e R$ 10 mil que deveriam ser depositados em uma conta bancária.

A vítima só foi encontrada, com vida, na última segunda-feira (11), em Arapiraca, Alagoas, depois de passar por vários cativeiros. Três homens foram presos.

Após FHC, Lula e Ciro Gomes terem saído em defesa da ex-presidenta Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), também se manifestou em solidariedade à petista, que foi questionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a sua experiência com a tortura durante a ditadura militar. “Bolsonaro não tem dimensão humana. Tortura é debochar da dor do outro. Falo isso porque sou filho de um ex-exilado e torturado pela ditadura”, disse Maia.

A opinião do democrata foi similar à dos colegas na política, que destacaram as suas diferenças com a ex-guerrilheira, mas destacam acima de tudo que o espírito solidário e a empatia devem permanecer em primeiro lugar. Sobre isso, o presidente da Câmara completou: “Minha solidariedade à ex-presidenta Dilma. Tenho diferenças com a ex-presidente, mas tenho a dimensão do respeito e da dignidade humana”.

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Dilma Rousseff é ex-integrante de movimentos armados da esquerda de vanguarda e atuou como guerrilheira contra a ditadura. Em 1970, ela foi presa em São Paulo, aos 22 anos, e passou cerca de três anos encarcerada.

Na última segunda-feira (28), Bolsonaro ironizou para os seus apoiadores a experiência vivida pela opositora. "Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio X para a gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio X", afirmou.

 

 

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) rebateu há pouco as provocações feitas por Jair Bolsonaro e classificou o presidente da República como "fascista", "sociopata" e "cúmplice da tortura e da morte". Pela manhã desta segunda-feira, 28, o atual chefe do Executivo ironizou a tortura sofrida por Dilma no período em que foi presa, em 1970, durante a ditadura militar. A apoiadores, Bolsonaro cobrou que lhe mostrassem um raio X da adversária política para provar uma fratura na mandíbula.

"A cada manifestação pública como esta, Bolsonaro se revela exatamente como é: um indivíduo que não sente qualquer empatia por seres humanos, a não ser aqueles que utiliza para seus propósitos. Bolsonaro não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela covid-19 que, aliás, se recusa a combater. A visão de mundo fascista está evidente na celebração da violência, na defesa da ditadura militar e da destruição dos que a ela se opuseram", relatou Dilma em nota. "É triste, mas o ocupante do Palácio do Planalto se comporta como um fascista. E, no poder, tem agido exatamente como um fascista.

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Para Dilma, Bolsoaro mostra, "com a torpeza do deboche e as gargalhadas de escárnio, a índole própria de um torturador" e "ao desrespeitar quem foi torturado quando estava sob a custódia do Estado, escolhe ser cúmplice da tortura e da morte."

No documento, a presidente avalia que o presidente insulta, além dela, outras milhares de vítimas da ditadura militar, torturadas e mortas, assim como aos seus parentes, "muitos dos quais sequer tiveram o direito de enterrar seus entes queridos", escreve. "Um sociopata, que não se sensibiliza diante da dor de outros seres humanos, não merece a confiança do povo brasileiro", conclui.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, ironizou nesta segunda-feira, 28, a tortura sofrida pela ex-presidente da República Dilma Rousseff no período em que ela foi presa, em 1970, durante a Ditadura Militar. A apoiadores, Bolsonaro chegou a cobrar que lhe mostrassem um raio X da adversária política para provar uma fratura na mandíbula. "Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio X para a gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio X", afirmou.

Integrante de movimentos armados de esquerda contra a ditadura, a ex-presidente foi presa em janeiro de 1970 em São Paulo, aos 22 anos, e passou quase três anos na cadeia.

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Bolsonaro citou também os ex-maridos de Dilma, ambos alvos de críticas irônicas. "O primeiro marido dela, que está vivo, Claudio Galeno, sequestrou um avião e foi para qual País democrático? Cuba. O segundo, que morreu, Carlos Araújo, (...) falou que passou a lua de mel com Dilma Rousseff assaltando caminhões de carga na baixada fluminense (risos)."

Antes de falar sobre a ex-presidente, Bolsonaro declarou que o PT sempre falava de práticas de militares, mas não quis investigar a suposta tortura sofrida pelo então prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), um dos coordenadores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, morto em janeiro de 2002. "Quando foi torturado e executado um cara deles, o PT não quis investigar."

O presidente citou crimes e mortes posteriores e supostamente relacionados à morte de Celso Daniel, inclusive a de Carlos Printes, médico legista que emitiu laudo apontando sinais de tortura no corpo do então prefeito.

Apesar da polêmica sobre o crime, a polícia concluiu que Celso Daniel foi sequestrado e morto por engano.

Bolsonaro, no entanto, afirmou aos apoiadores que o sequestro ocorreu para que o ex-prefeito falasse "onde estava o dossiê das empresas de ônibus que pagavam uma graninha todo mês para a campanha daquele barbudo (Lula), em 2002", disse.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que os presos políticos da ditadura militar foram tratados com 'toda dignidade' no DOI-Codi, considerado o principal posto de repressão mais violentos do período. Nesse domingo (20), em uma conversa publicada no canal do Youtube do filho, o deputado federal Eduardo (PSL), Bolsonaro voltou a homenagear o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, apontado como um dos responsáveis pelas torturas.

Embora o relatório da Comissão Nacional da Verdade, que apura os crimes cometidos durante a o período de exceção, contabilize 434 mortos ou desaparecidos no período, o presidente desconsiderou o depoimento de presos sobreviventes, que relatam uma série de torturas nos porões do centro de repressão paulista. "Não era preso político, não. Os terroristas eram tratados no DOI-Codi com toda dignidade, inclusive as presas grávidas. Isso são fatos, histórias verdadeiras", disse o presidente.  

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Ele fez o comentário após chamar o coronel Brilhante Ustra de "herói nacional" e elogiar seu livro, "A Verdade Sufocada", no qual apresenta sua perspectiva da ditadura. Bolsonaro já o havia homenageado nos tempos de deputado, quando votou pelo impeachment da ex-presidenta Dilma Roussef.

Um soldado da Polícia Militar (PM) de Pernambuco foi punido por agredir um menor durante 3h, em uma área de mangue, no Centro do Recife. Sem experiência que garantisse sua estabilidade, o ‘praça’ foi condenado com licenciamento a bem da disciplina, ou seja, foi excluído da corporação.

O documento assinado pelo secretário de Defesa Social (SDS), Antônio de Pádua, na sexta-feira (11), indica que na noite do dia 3 de fevereiro de 2015, o militar apreendeu o jovem na quadra de Santo Amaro, próxima ao posto policial da Avenida João de Barros, no Centro da capital pernambucana.

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Detido desde as 22h, o menor foi levado ao manguezal, onde foi torturado para que informasse a localização de dinheiro e drogas. Já na madrugada, por volta de 1h, o menor foi retirado do mangue e teve a casa invadida.

Após a busca sem autorização judicial, nenhum tipo de ilícito ou condição que configurasse flagrante delito foi identificada e o policial deixou a residência.

O laudo traumatológico confirmou o espancamento e atestou que houve "lesão a integridade corporal ou à saúde do examinado, por meio de instrumento contundente". Diante das provas, a corregedoria da PM entendeu que ele desrespeitou o Código Disciplinar da Corporação e a dignidade da pessoa humana.

Em julgamento unânime, a 4ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo endureceu nesta terça-feira (24) a condenação imposta a dois ex-seguranças do supermercado Ricoy denunciados por torturarem a chicotadas um adolescente negro flagrado tentando furtar barras de chocolate.

Davi de Oliveira Fernandes e Valdir Bispo dos Santos foram condenados a dez anos, três meses e 18 dias de reclusão, em regime inicial fechado, pelos crimes de tortura, lesão corporal, cárcere privado e divulgação de cenas de nudez de vulnerável.

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A decisão atende a um recurso apresentado pelo Ministério Público de São Paulo contra a sentença do juiz Carlos Alberto Correa de Almeida Oliveira, da 25ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça, que absolveu os ex-seguranças pela modalidade de tortura e fixou penas de três anos e dez meses de prisão para Fernandes e três meses e 22 dias de detenção para Santos.

Para a relatora da apelação, desembargadora Ivana David, o delito de tortura ficou dolosamente configurado uma vez que os ex-seguranças submeteram a vítima a "intenso sofrimento físico e mental". O entendimento foi acompanhado pelos colegas Camilo Lellis e Edison Brandão.

"Cumpria-lhes, como em qualquer flagrante, apresentar de imediato a vítima à autoridade competente. Ao invés, submetendo-a, inegavelmente, a intenso sofrimento físico e mental para castigá-la, praticaram sim dolosamente o delito de tortura descrito na denúncia", disse em seu voto a desembargadora.

A relatora lembrou ainda que as agressões foram gravadas em vídeo pelos ex-seguranças.

"Não há como negar a imposição de sofrimento moral e mental resultante da divulgação das imagens - estas a evidenciar por si sós o imenso abalo emocional causado à vítima, exposta nua e amordaçada, desbordando em muito do mero castigo e da humilhação já infligidos e resvalando no sadismo e na pedofilia, indicando-se desprezo pela condição humana", completou.

Tortura em supermercado

As agressões ao jovem negro no supermercado Ricoy, na zona sul da capital paulista, viraram alvo de inquérito policial após cair na internet o vídeo em a vítima é açoitada, completamente despida, com um chicote de fios elétricos trançados.

A investigação ensejou uma denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado no dia 16 de setembro, que atribuiu aos seguranças a prática dos crimes de tortura, cárcere privado e divulgação de cenas de nudez.

Em depoimento, o rapaz contou que foi levado para uma sala nos fundos do estabelecimento, amordaçado e agredido por cerca de uma hora. Ao fim da "surra" foi liberado sob ameaça de morte caso contasse a alguém sobre o crime.

Um jovem negro, de 19 anos, que não quis ser identificado, denuncia ter sido torturado por quase três horas, em um supermercado na manhã do último sábado (21), em Maceió, Alagoas, quando tentava comprar um celular em um supermercado da rede G Barbosa.

A rede, por sua vez, afirma que o rapaz foi pego furtando o celular, mas a própria G Barbosa diz que a Polícia Militar, depois de ser acionada, liberou o jovem por falta de flagrante.

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A vítima disse à Folha de São Paulo que estava com dinheiro em espécie para comprar o aparelho, mas quando escolhia o celular um homem, que se identificou como policial, o acusou de ter cometido em um dia anterior. 

A partir desse "reconhecimnto", o suposto PM levou o jovem negro para dentro de uma sala e começou a torturar a vítima por quase três horas, desferindo golpes principalmente na cabeça. O rapaz, que é jardineiro, aponta que outros dois homens, que aparentavam ser funcionários da loja, estavam na sala assistindo as agressões.

Depois das torturas, a vítima revela que foi obrigada a gravar um vídeo admitindo o crime que não cometeu. Ele registrou um boletim de ocorrência no mesmo dia do crime.

Ao jornal, o Instituto de Medicina Legal (IML) informou que o exame de corpo de delito indica um edema na face e escoriações no punho. A Polícia Civil afirma que vai solicitar imagens das câmeras de segurança do supermercado.

Esse caso acontece dias depois de João Alberto Silveiras Freitas, 40 anos, ser espancado e morto por seguranças do supermercado Carrefour localizado no bairro Passo D'Areia, na Zona Norte de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ele foi assassinado na noite da última quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra. A morte do João gerou revolta e protestos no país.

A comemoração do resultado das eleições em Caridade, município alocado no Ceará, foi manchada por maus-tratos contra um animal silvestre. Além de formar aglomerações e não usar máscaras, os eleitores arrastaram um tatu-peba por via pública e torturaram o animal com o que parece ser bebida alcoólica.

Para debochar do adversário derrotado, os eleitores da prefeita eleita, Simone Tavares (PDT), divertiram-se atacando o animal, que tradicionalmente já sofre com a caça no nordeste do Brasil. Em um registro, ele aparece amarrado e arrastado por uma moto. Em outro vídeo, o tatu é obrigado a ingerir um líquido - não identificado - enquanto é sacudido.

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Nas redes sociais, internautas descobriram o perfil de uma das eleitoras e criticaram a atitude. "O bicho indefeso, ela dando cerveja pra ele e dps ele sendo arrastado, que tamanha barbaridade"; "que ridícula! Eu desisti já dos humanos, que cena triste"; "que nojo do ser humano, espero que a polícia prenda essa idiota, maltratando uma animal e ainda rindo, alguém devia fazer isso era com ela", publicaram alguns usuários do Twitter.

Confira

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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) rasgou elogios ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado por crimes de tortura durante a época da ditadura militar, em entrevista ao programa de TV Conflict Zone, da alemã DW. Segundo Mourão, Ustra foi um "homem de honra" e "respeitava os direitos humanos".

"O que posso dizer sobre o homem Carlos Alberto Brilhante Ustra, ele foi meu comandante no final dos anos 70 do século passado, e era um homem de honra e um homem que respeitava os direitos humanos de seus subordinados. Então, muitas das coisas que as pessoas falam dele, eu posso te contar, porque eu tinha uma amizade muito próxima com esse homem, isso não é verdade", afirmou Mourão ao ser indagado sobre os mais de 500 crimes de tortura atribuídos ao coronel. 

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Ustra, morto em 2015, foi o primeiro oficial das Forças Armadas condenado por ações criminosas durante o regime militar. Ele agia no chamado Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).

Durante a entrevista, Mourão também foi questionado se as condenações contra o coronel eram injustas e ele observou que não estava alinhado com a tortura. 

"Em primeiro lugar, não estou alinhado com a tortura, e, claro, muitas pessoas ainda estão vivas daquela época, e todas querem colocar as coisas da maneira que viram. É por isso que eu disse antes que temos que esperar que todos esses atores desapareçam para que a história faça sua parte. E, claro, o que realmente aconteceu durante esse período ... esse período passou", disse.

O vice-presidente, ao ser lembrado que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou Ustra como um "herói nacional", ainda minimizou os crimes que pesam sobre o militar. "Em primeiro lugar, não concordamos com tortura. A tortura não é uma política com a qual nosso país simpatize. E claro, quando há muita gente que lutou contra a guerrilha urbana no final dos anos 60 e início dos anos 70 do século passado, e muitas dessas pessoas foram injustamente acusadas de serem torturadoras".

Em um relatório de 411 páginas, investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) apontaram o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e outras autoridades chavistas como responsáveis por abusos sistemáticos dos direitos humanos, que constituem crimes contra a humanidade - incluindo assassinatos, tortura e estupro. Eles recomendaram apurações mais detalhadas sobre os casos relatados no documento, que foi divulgado nesta quarta-feira, 16.

Uma missão de três membros nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU disse que "havia motivos razoáveis para acreditar" que Maduro, os ministros do Interior, Néstor Reverol, da Defesa, Vladimir Padrino López, e os diretores dos serviços de segurança e inteligência da Venezuela "ordenaram ou contribuíram para detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, tortura de opositores e execuções extrajudiciais".

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De acordo com a missão da ONU, a cúpula do regime chavista não fez nada para evitar os abusos, embora tivesse poderes para isso. O relatório lista pelo menos 3 mil casos, que ocorreram desde 2014, quando a oposição ganhou força e as autoridades chavistas recorreram a táticas cada vez mais brutais para permanecer no poder.

Opositores, parentes e amigos foram perseguidos, afirmaram os investigadores. Os serviços de segurança também mataram pessoas como parte da repressão antes das eleições para a Assembleia Nacional, em 2015. "Longe de serem atos isolados, esses crimes foram coordenados e cometidos de acordo com as políticas do Estado, com o conhecimento ou apoio direto de comandantes e altos funcionários do governo", disse Marta Valiñas, jurista portuguesa que presidiu a missão.

Os investigadores afirmaram que as informações recebidas demonstram que Maduro, Reverol e Padrino López, durante o período examinado, sabiam dos crimes e "deram ordens, coordenaram atividades e forneceram recursos para a execução dos planos". "A extensão do envolvimento nesses crimes deve ser investigada e a determinação de responsabilidade criminal individual - seja na jurisdição nacional ou internacional - deve ser feita pelas autoridades judiciais competentes", diz o texto.

O relatório, que será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos em Genebra na próxima semana, faz uma crítica devastadora a Maduro no momento em que ele tenta estabelecer pontes com o restante do mundo, como forma de melhorar a sua imagem e a sua legitimidade e, assim, diminuir a pressão das sanções americanas sobre a Venezuela.

Em agosto, o governo chavista libertou 50 opositores e disse que encerraria os processos contra dezenas de políticos e ativistas, em uma tentativa de evitar um boicote da oposição às eleições legislativas planejadas para dezembro. Entre os que foram libertados estava Juan Requesens, acusado de envolvimento em uma fracassada conspiração para o assassinato de Maduro, em 2018. Ele foi para prisão domiciliar.

O governo também intensificou a cooperação com a ONU no ano passado, permitindo que os investigadores visitassem várias prisões e entrevistassem detidos, prometendo investigar as alegações de execuções extrajudiciais e de manifestantes.

Michelle Bachelet, a alta-comissária da ONU para os direitos humanos, disse que sua equipe visitou, na semana passada, os principais centros de detenção do Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano (Sebin) e da Diretoria Geral de Contrainteligência Militar.

O governo, porém, não cooperou com a missão, um órgão independente que se reporta ao Conselho de Direitos Humanos. Os investigadores disseram que não tinham permissão para visitar a Venezuela e não receberam resposta a pedidos de reuniões e de informações.

As conclusões tiveram como base 274 entrevistas com vítimas, parentes, advogados, membros do Judiciário e ex-funcionários dos serviços de segurança, bem como vídeos certificados, imagens de satélite e conteúdo de mídia social.

A missão também informou que ativistas e opositores presos foram levados para a sede do Sebin e para outros prédios de Caracas, onde foram torturados, espancados, asfixiados com sacos plásticos, mutilados e receberam choques elétricos. Em sete casos, os interrogadores usaram violência sexual, incluindo estupro, contra detidos - homens e mulheres - para obter confissões.

Um funcionário do Sebin disse que as ordens vinham de Maduro e Diosdado Cabello, o líder do partido governista. A tortura era praticada na presença ou sob a supervisão de altos funcionários, incluindo o chefe da Diretoria de Investigações Estratégicas e outros comissários.

A missão colocou Maduro, Reverol e Padrino López em uma lista de 45 pessoas que deveriam ser investigadas e processadas por cometer crimes ou por dar ordens, definir políticas ou fornecer recursos para as execuções. "Os oficiais comandantes, incluindo autoridades de alto nível dentro do Sebin e contraespionagem militar, tinham pleno conhecimento desse padrão de crimes", diz o documento.

A missão investigou 140 casos ligados à repressão, que resultaram na morte de 413 pessoas, a maior parte jovens, muitos deles baleados à queima-roupa. "A ONU concluiu que os assassinatos eram parte de uma política para eliminar membros indesejados da sociedade sob o disfarce do combate ao crime", disse Valiñas. "As execuções extrajudiciais não podem ser atribuídas à falta de disciplina das forças de segurança. Oficiais tinham comando e controle sobre os perpetradores e conhecimento de suas ações."

O governo encerrou oficialmente as operações de combate ao crime em 2017, mas as execuções extrajudiciais cometidas pelas Forças de Ação Especial (Faes) continuam. "A unidade deve ser desmontada", disse a missão. "Os que estão no controle das agências de segurança devem ser responsabilizados", disse Valiñas. Segundo ela, instâncias como o Tribunal Penal Internacional (TPI) "deveriam considerar a possibilidade de empreender ações legais" contra as autoridades identificadas pela missão. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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