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O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, antiga Controladoria-Geral da União, encaminhou ao Ministério da Cultura relatório em que recomenda melhorias na Lei Rouanet. O documento aponta "a necessidade de aperfeiçoamento dos controles internos do MinC e revisão das normas legais, de forma a gerar maior eficácia nos projetos financiados".

Fraudes de ao menos R$ 180 milhões na Lei Rouanet são alvo de investigação da Operação Boca Livre. O empresário Felipe Amorim, do Grupo Bellini Cultural, é suspeito de ter financiado o próprio casamento, uma festa de luxo em Jurerê Internacional, com verbas da Lei Rouanet.

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A Pasta recomenda o aprimoramento do Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (Salic), que disponibiliza informações sobre os projetos inscritos na Lei Rouanet.

"Apesar de disponibilizar dados a todos os cidadãos pela internet, a ferramenta ainda não dispõe dos controles adequados para gestão dos projetos, com informações insuficientes sobre movimentações financeiras e prestação de contas dos proponentes", aponta a Transparência.

A Lei Rouanet foi criada no governo Fernando Collor (hoje senador pelo PTC/AL), em 1991. A legislação permite a captação de recursos para projetos culturais por meio de incentivos fiscais para as empresas e pessoas físicas. Na prática, a Lei Rouanet permite, por exemplo, que uma empresa privada direcione parte do dinheiro que iria recolher em impostos para financiar propostas aprovadas pelo Ministério da Cultura para receber recursos.

Em nota, a ex-CGU informou que o relatório traz fatos apurados pela Pasta a partir de exames documentais, entrevistas, inspeções físicas, mapeamento dos procedimentos internos e cruzamento de bancos de dados corporativos governamentais. O documento, segundo a Transparência, "consolida o resultado de ações de acompanhamento da execução de projetos apoiados com recursos de renúncia de receitas da União", conforme a legislação.

"O relatório será analisado pelo gestor federal para, em conjunto com a Transparência, discutir as soluções a serem adotadas. Somente após essa avaliação, inclusive quanto a eventual existência de trechos sujeitos às hipóteses legais de sigilo, o material será publicado na internet".

Há algum tempo os termos “ética” e “transparência” tem tomado força nos debates públicos e tem sido cada vez mais recorrente a exigência da população para que nossos gestores públicos mantenham um perfil que valorize essas duas palavras.

Entretanto, não é apenas na gestão pública que percebemos a mudança. Nas instituições privadas o ditado “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, já não tem tanto espaço. Hoje, os colaboradores se espelham nos gerentes, diretores e donos de empresas que entendem e executam a frase: “faça o que eu digo e o que eu faço, porque são a mesma coisa”.

Vivemos em uma época na qual o conhecimento é, cada vez mais, o alicerce das relações entre consumidores e fornecedores e, por isso, é necessário que sejam respeitados os princípios da ética e da transparência em respeito à sociedade. Em um mercado competitivo, a atitude ética é um dos principais valores na diferenciação da sua atuação e de seu concorrente.

No mundo dos negócios, o comportamento ético deve ser instituído na empresa de modo que todos os envolvidos tenham conhecimento das práticas empresariais e estejam focados em um mesmo objetivo. Um ambiente empresarial saudável vai prezar, sempre, pela aplicação de medidas que visam comunicar e treinar, aperfeiçoando um ciclo de atividades que valorizam honestidade, justiça, compromisso, respeito ao próximo, integridade, lealdade e solidariedade.

É preciso ressaltar que ética e transparência precisam andar juntas. Uma não existe sem a outra. Se determinada empresa não trabalha com ética, coerência e transparência, a probabilidade de o ambiente interno para os colaboradores ser péssimo é muito alta. É certo que nesse tipo de empresa existe uma alta rotatividade de colaboradores, pessoas estressadas e resultados inconsistentes.

Empresas que prezam por esses valores são percebidas como positivas pela sociedade e tendem a se firmar no mercado. No caso inverso, as empresas tornam-se frágeis, sem competitividade e ficam suscetíveis a riscos de imagem e reputação perante todos.

Mas, se agir com consciência moral é tão positivo, por que ainda há tantas pessoas que não seguem esses valores?

Uma publicação da ISAE/FGV coloca três pontos de reflexão sobre o tema: uma primeira causa pode ser a qualidade do seu aprendizado. A segunda causa pode ser a imaturidade do raciocínio moral, que pode reduzir valores éticos a comportamentos visando simples obediência para evitar punições ou para a satisfação de interesses pessoais. Um terceiro motivo é o desconhecimento dos outros, determinado por baixo grau de empatia e, por último o desconhecimento de si, alimentado por autoimagem irreal e autoestima exageradamente alta ou baixa.

No Brasil, a corrupção é o principal exemplo da falta de ética e transparência nos processos. Neste caso, há inúmeras consequências para a construção da sociedade e a principal delas é a destruição da meritocracia. Para evitar tal efeito, além da justiça, é preciso exigir punição, dentro dos padrões previstos na Constituição.

A educação tem um papel determinante neste contexto, visto que é de sua responsabilidade o processo pedagógico de informar comportamentos éticos e morais para futuros cidadãos. Assim, como Roberto Shinyashiki afirmou: ‘’Seja ético: a vitória que vale a pena é a que aumenta sua dignidade e reafirma valores profundos”.

O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (2) traz a nomeação do jurista Torquato Lorena Jardim para o cargo de ministro da Transparência, Fiscalização e Controle. Ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Jardim substitui Fabiano Silveira, que deixou o cargo na última segunda-feira (30) depois da divulgação de conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado fazendo referências à Operação Lava Jato.

Jardim será empossado nesta manhã pelo presidente em exercício, Michel Temer, em solenidade no Palácio do Planalto marcada para as 11h.

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Também foi nomeado nesta quinta-feira Paulo Jerônimo Bandeira de Mello Pedrosa para o cargo de secretário executivo do Ministério de Minas e Energia. A notícia da nomeação de Pedrosa foi antecipada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, no último dia 17 e confirmada no mesmo dia pelo MME.

Pedrosa era presidente executivo da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace). Ele também já trabalhou na Eletronorte e na Chesf, foi diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) entre 2001 e 2005, além de conselheiro do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da Equatorial Energia, da Cemar e da Light.

O presidente em exercício Michel Temer anunciou nesta quarta-feira (1°) o jurista Torquato Jardim como novo ministro da Transparência, Fiscalização e Controle. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Jardim defendeu a criação de regras para acordos de leniência com empresas envolvidas em corrupção. "Leniência vai ser uma prioridade, porque, se a prioridade é retomar o crescimento econômico, gerar emprego e investimento, temos que ter um quadro legal que reabsorva legalmente as empresas com mercado de trabalho de negócio com o governo", disse.

Segundo ele, ainda não está definido como serão enviadas ao Congresso sugestões para alterar as atuais regras. "Não me falaram se vai ser projeto de lei ou medida provisória".

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Ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Jardim tem experiência na área do Direito Eleitoral. Em 2013, atuou como advogado no processo para registrar a Rede, partido da ex-ministra Marina Silva. Como advogado, representou o PP em São Paulo e integrantes do antigo PFL, como Jorge Bornhausen.

Cota

A escolha teve aval do PMDB do Senado, inclusive do presidente da Casa, Renan Calheiros (AL). Jardim substitui Fabiano Silveira, que deixou a pasta após a divulgação de conversas em que ele critica a Operação Lava Jato e orienta Renan, que é investigado. Apesar do aval, Jardim é considerado da cota pessoal de Temer, com quem diz ter amizade há 35 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente em exercício, Michel Temer, escolheu nesta quarta-feira (1°) o jurista e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Torquato Jardim como novo ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, pasta criada em substituição à Controladoria-Geral da União (CGU). A posse do novo ministro deve ocorrer amanhã.

Jardim entra no governo no lugar de Fabiano Silveira, que deixou o cargo na última segunda-feira (30) após a divulgação de conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Silveira também vinha sendo alvo de protestos de servidores contra a extinção da CGU.

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A base de apoio do presidente em exercício Michel Temer foi à tribuna nesta segunda-feira, 30, no Congresso pedir a demissão do ministro da Transparência, Fabiano Silveira, após divulgação de conversas em que reclama da Lava Jato e dá conselhos a investigados na operação. A pressão acabou por surtir resultado. No início da noite, Silveira pediu demissão.

"Fabiano Silveira deveria ter colocado o cargo de ministro à disposição e Temer deveria tê-lo demitido", disse Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Segundo o tucano, a atitude de Silveira, que foi revelada no diálogo, é incompatível com o cargo de conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que exercia na época e, "evidentemente, com o cargo de ministro".

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Ele cobrou uma atitude mais enérgica do presidente em exercício e criticou sua decisão de manter o ministro, revertida no início da noite. "O presidente Temer está errando em não ser absolutamente cartesiano nessas decisões. O governo dele tem que ser marcado pela diferença e não pelas mesmices."

--> Em protesto, servidores lavam a ex-CGU

Cotada para líder do governo no Senado, Simone Tebet (PMDB-MS) também defendeu o afastamento de Silveira. "Não sabemos em que circunstâncias a gravação foi feita, mas, infelizmente, em função da pasta que ele tem, não dá tempo de ele se explicar", argumentou. O senador Alvaro Dias (PV-PR) disse que a presença de Silveira contamina o governo. Líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO) afirmou que o ministro não tinha condições de permanecer no cargo.

Na Câmara, o vice-líder do PSDB, Nilson Leitão (MT), defendeu que Temer tomasse uma atitude "rápida" em relação a Silveira, assim como fez com o senador Romero Jucá (PMDB-RR). O peemedebista foi demitido do cargo de ministro do Planejamento no mesmo dia em que veio a público áudio em que defendia um "pacto" para estancar as investigações da Lava Jato. Essa é a mesma posição do líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM).

Vice-líder do PPS, o deputado Arnaldo Jordy (PA) também cobrou a demissão de Silveira. "O flagrante da conversa revela algo que é diametralmente oposto à postura que deve ter uma figura como o ministro da Transparência. Portanto, tornou-se insustentável a permanência do ministro no cargo", afirmou. Para Jordy, a pasta deve ser comandada por alguém que não tenha "o mínimo de suspeição". Segundo Leitão, os partidos da antiga oposição na Câmara (PSDB, DEM, PPS e Solidariedade) vão se reunir nos próximos dias para tirar um posicionamento oficial. "Não podemos ter dois pesos e duas medidas", disse.

Padrinho

Silveira foi gravado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado durante uma reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na residência oficial do senador há três meses. Na gravação, Silveira faz críticas à condução da Lava Jato pela Procuradoria e dá conselhos a investigados na operação. Na época, ele era conselheiro do Conselho Nacional de Justiça.

Renan diz a Fabiano que está preocupado com um dos inquéritos a que responde no Supremo, o que investiga se ele e Sérgio Machado, entre outros agentes públicos, receberam propina - em forma de doações eleitorais - para facilitar a vitória de um consórcio de empresas em uma licitação para renovar a frota da Transpetro.

Apontado como padrinho de Silveira, Renan, sem citar nomes, publicou nesta segunda uma nota afirmando que não indicou autoridades para o governo Temer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Servidores da extinta Controladoria Geral da União (CGU) realizaram um protesto, na manhã desta segunda-feira (30), pedindo a imediata exoneração do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira. No ato, eles lavam as dependências do prédio onde funcionava a CGU e hoje é a pasta criada pelo presidente em exercício Michel Temer (PMDB) para detectar possíveis irregularidades e corrupção no governo. 

 A mobilização acontece após a divulgação de conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. No áudio divulgado pelo Fantástico, nesse domingo (29), Silveira critica a Operação Lava Jato e aconselha como Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), devem se comportar diante de questionamentos da Procuradoria Geral da República (PGR). 

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O ato impediu a entrada de Fabiano Silveira na sede do ministério. Ele chegou ao local, tentou entrar no prédio, mas acabou recuando. A CGU foi extinta por Temer e teve suas atribuições absorvidas pelo novo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle.

Mais cedo, o Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical) defendeu a exoneração do ministro. Para a entidade, Silveira "demonstrou não preencher os requisitos de conduta para estar à frente de um órgão que zela pelo combate à corrupção".

"O Sr. Fabiano Martins Silveira, ao participar de reuniões escusas para aconselhar investigados na operação Lava Jato, bem como ao fazer gestões junto a autoridades e órgãos públicos a fim de apurar denúncias contra seus aliados políticos, demonstrou não preencher os requisitos de conduta necessários para estar à frente de um órgão que zela pela transparência pública e pelo combate à corrupção", afirma trecho do texto do sindicato.

Trechos de novas conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, revelam que o atual ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, fez críticas a Operação Lava Jato e aconselhou Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), diante de questionamentos da Procuradoria Geral da República (PGR). 

As informações foram divulgadas pelo Fantástico nesse domingo (29). De acordo com a reportagem, a gravação é de uma reunião que aconteceu no dia 24 de fevereiro, quando Silveira ainda era conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

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Além de Renan, Machado e Silveira outro homem, identificado como “advogado de Renan” também participou, Bruno Mendes. A conversa tratou, entre outras coisas, sobre "as providências e ações que ele estava pensando acerca da operação Lava Jato". O ex-presidente da Transpetro diz que, no encontro, ele e os presentes trocaram “reclamações gerais sobre a Justiça e sobre a Java Jato".

Sob o comando da pasta da Transparência, hoje Silveira é responsável por detectar possíveis irregularidades e corrupção no governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB). O Ministério substitui a Controladoria Geral da União, antes comandada pelo advogado José Eduardo Cardozo.

Em nota encaminha à imprensa, o ministro nega ter cometido irregularidades e alega ter passado na residência oficial do presidente do Senado na ocasião em que a conversa foi gravada, mas não tem relação pessoal ou profissional com Machado. 

"(Silveira) esteve involuntariamente em uma conversa informal e jamais fez gestões ou intercedeu junto a instituições públicas em favor de terceiro", afirma o texto divulgado pela sua assessoria de imprensa. Ele diz ainda que "chega a ser despropósito" sugerir que o Ministério Público "possa sofrer qualquer interferência externa".

Após a divulgação da conversa, o Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical) defendeu, na manhã desta segunda-feira (30), em nota divulgada à imprensa, a exoneração do ministro. Para a entidade, Silveira "demonstrou não preencher os requisitos de conduta para estar à frente de um órgão que zela pelo combate à corrupção".

"O Sr. Fabiano Martins Silveira, ao participar de reuniões escusas para aconselhar investigados na operação Lava Jato, bem como ao fazer gestões junto a autoridades e órgãos públicos a fim de apurar denúncias contra seus aliados políticos, demonstrou não preencher os requisitos de conduta necessários para estar à frente de um órgão que zela pela transparência pública e pelo combate à corrupção", afirma trecho do texto do sindicato.

Antes de sair da Presidência da República, a presidente afastada Dilma Rousseff assinou uma série de papéis em seu gabinete no Palácio do Planalto. Entre eles, um decreto que institui a Política de Dados Abertos do Poder Executivo Federal, a cargo do Ministério do Planejamento. O decreto é considerado um complemento para a Lei de Acesso à Informação (LAI), que completa quatro anos nesta segunda-feira, 16.

Responsável pela política de transparência e abertura de dados na Controladoria-Geral do Município (CGM) de São Paulo, Fernanda Campagnucci diz que o decreto estabelece regras específicas para a liberação de dados que facilitem o uso das informações. Não podem ser enviados, por exemplo, arquivos em formatos cobertos por patentes, como PDF, por exemplo.

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Com o decreto, cada ministério terá de apresentar planos de abertura de dados, construídos a partir de demandas da sociedade. Outro ponto positivo, segundo ela, é a criação de catálogos, o que obriga os ministérios a fazer um inventário de informações, mesmo que sigilosas.

O município de São Paulo passou por processo semelhante a partir de um decreto de 2014, que ampliava a transparência pública. Segundo Fernanda, foram identificadas cerca de mil bases de dados - 600 delas foram catalogadas e, hoje, 96 arquivos podem ser baixados pela internet. "Não pode simplesmente abrir a base de dados. É preciso tratar, criar um dicionário", afirma.

A pesquisadora do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio Marina Barros destaca que o decreto ainda estabelece que sejam disponibilizadas, em formato aberto, algumas bases de dados de ministérios no prazo de 180 dias. Entre elas, o arquivo com nomes de ocupantes de cargos de gerência e direção em empresas estatais e subsidiárias. Ao cruzar as informações com outros dados públicos, será possível identificar casos de nepotismo cruzado, por exemplo.

A abertura de dados pode significar também um ganho de eficiência para a gestão pública, segundo Fernanda Campagnucci. "Ter informações da política dos outros órgãos ajuda no planejamento do próprio órgão."

Pressões

Menos otimista, o consultor Fabiano Angélico, autor do livro Lei de

Acesso e Accountability, disse temer que o decreto seja revogado pelo governo Temer. Para ele, a transferência das funções da Controladoria-Geral da União (CGU) para o recém-criado Ministério de Transparência, Fiscalização e Controle põe em risco o trabalho desenvolvido nos últimos anos.

Segundo Angélico, a pasta é mais suscetível a pressões do que a CGU porque não está numa posição hierárquica superior aos órgãos que serão auditados. "Era como se o seu tio te desse uma bronca. E agora quem dá a bronca é o seu irmão. O seu tio você respeita mais."

O consultor considera ainda que o "clamor por redução de ministérios" pode fazer a pasta passar por outra fusão e, assim, perder mais força. "Esperamos que ainda seja possível reverter essa decisão e cancelar a extinção."

A pesquisadora Marina Barros destaca que a CGU tinha papel importante no monitoramento de políticas de transparência. O órgão também respondia como segunda instância em caso de internautas que recorriam por não ter o pedido de abertura de dados atendido. Para o jornalista e programador Marco Túlio Pires, sócio da agência J++, especializada em visualização de dados, o governo Temer precisa manter na pauta a abertura de informações públicas para possibilitar o acompanhamento e a fiscalização das atividades do governo.

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) lançou na segunda-feira, 9, o Portal SSP-Transparência, mecanismo disponível dentro do site da Secretaria de Segurança Pública que permite a consulta parcial de boletins de ocorrência de morte violenta. O histórico das ocorrências, porém, não é divulgado no sistema, medida que foi criticada por especialistas em segurança e pelo promotor que investiga a pasta por suspeita de omitir casos de homicídios das estatísticas oficiais, registrando-os como morte suspeita.

Alckmin explicou que os dados referentes aos históricos dos BOs podem ser obtidos, mas após análise prévia da Secretaria de Segurança Pública. "O histórico, como regra, também será fornecido, mas é necessário solicitar para ter um cuidado da polícia porque, às vezes, você tem em um histórico de dados como, por exemplo, crimes sexuais, que a lei não permite a divulgação. Então, aí será feita também essa divulgação", afirmou.

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Desde esta segunda-feira, qualquer pessoa pode consultar os dados no site da secretaria. Estão disponíveis BOs de homicídios, latrocínios e lesão corporal seguida de morte, registrados a partir de 2003. Ocorrências de morte causada por intervenção policial estão disponíveis somente a partir de 2013. Em qualquer um desses boletins se informam a data do fato, o endereço e o nome da vítima. A pasta também permitiu o acesso aos dados do Instituto Médico-Legal (IML) e de morte suspeita.

Ao todo, são oferecidos 120 mil dados. Desses, 64 mil são de boletins oficiais.

Levantamento feito pela reportagem mostra que apenas os homicídios dolosos registrados de 2003 para cá somam 72,5 mil BOs - número superior ao que deve ser liberado pelo governo. Segundo a própria secretaria, o material representa 0,18% dos 34,9 milhões de casos que chegaram à polícia.

O cientista político Guaracy Mingardi acredita que os boletins de ocorrência devem, por regra, ser divulgados na sua integralidade. "O argumento de manter sob sigilo casos com histórico de violência sexual é frágil, a partir do instante em que o nome da vítima está disponível no site. Ou seja, tem o nome da vítima e depois se conclui que o caso é sigiloso. Nos casos em que há violência sexual, o fundamental é preservar a identidade da vítima, não o histórico. Se acontecer uma série de estupros seguidos de morte em determinada região, a população tem o direito de saber o que está acontecendo e o que a polícia está fazendo", afirmou.

O coronel da reserva José Vicente da Silva, que é consultor em segurança, elogiou a iniciativa do governo Alckmin. Para ele, não há necessidade da inclusão do histórico para consultas preliminares. "O histórico é muito importante para investigação. Não para pesquisa. O sistema pode ter falhas, mas é importante destacar o avanço na divulgação dos dados."

Questionamento

O promotor José Carlos Blat, que abriu investigação para apurar a conduta da Secretaria de Segurança Pública após a reportagem publicar que casos com histórico de homicídios foram registrados como morte suspeita, afirmou que vai pedir esclarecimentos à pasta. "Nos casos sob segredo de Justiça e de violência sexual, como a secretaria expõe o nome da vítima antes de saber o histórico? O sigilo é uma exceção, e o boletim de ocorrência é um documento público."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ela não para de lacrar na internet e mais uma vez deixou todos de boca aberta com suas novidades. Obviamente estamos falando de ninguém mais, ninguém menos, que Rihanna, que recentemente lançou seu novo disco de estúdio, o ANTI. É claro que o disco abalou as estruturas dos fãs e até de quem não era fã.

A novidade agora, que a cantora compartilhou em sua conta do Instagram, na última terça-feira, dia 29, são imagens de seu novo clipe, onde a diva aparece totalmente nua e coberta por um lençol, deixando todas suas curvas, que não são poucas, em evidência!

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Riri, que quase matou os fãs do coração com o clipe da música Work, parece que está superacostumada com os looks transparentes e ousados. Aliás, ela está à vontade com a nudez em geral, já que lançou um livro com nudes e imagens polêmicas.

Sem dúvidas os fãs estão morrendo de curiosidade para assistir o novo clipe, sendo que Riri informou no Instagram que o vídeo sai na quinta-feira, dia 31!

O Ministério Público Federal (MPF) vai entrar com ação de improbidade administrativa contra prefeitos que descumprirem o dever de transparência com as contas públicas. Serão responsabilizados pela prática de crime de responsabilidade os gestores que não atenderem os prazos para a criação de portais na internet visando submeter as contas ao controle social. Nesses casos, o MPF também recomendará que a União suspenda os repasses de transferências voluntárias ao município.

No Estado de São Paulo, o MPF começou a enviar nesta quarta-feira, 9, recomendações aos 645 municípios para o cumprimento das leis que obrigam à disponibilização de suas informações financeiras na internet. De acordo com o órgão, nenhum dos municípios paulistas atende à totalidade das exigências, conforme demonstrou o Ranking Nacional da Transparência, da Câmara de Combate à Corrupção do MPF. O ranking atingiu 100% das 5.568 cidades brasileiras, os 26 Estados e o Distrito Federal, avaliando as informações contidas em todos os portais públicos.

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De acordo com a procuradora da República, Karen Louise Janette Kahn, do Núcleo de Combate à Corrupção do MPF/SP, foi pontuado o preenchimento dos principais requisitos legais, como disponibilização de receitas e despesas, dados sobre licitações e contrato, e também itens considerados boas práticas de transparência, como a remuneração individualizada dos agentes públicos. Do total de 10 pontos, o governo estadual paulista obteve o índice 6,5 de transparência e, segundo o MPF, também deve se adequar às normas. Espírito Santo, com pontuação máxima, Santa Catarina (9,8) e Mato Grosso (9,5) foram os Estados mais transparentes.

Entre as capitais, destacaram-se Porto Alegre (10), São Paulo (9,3) e João Pessoa (9). Já entre os municípios paulistas, além da capital, aparecem no topo Indaiatuba e Sorocaba, com 9,3 pontos, seguidos por São José do Rio Preto, com 9. No geral, os municípios paulistas obtiveram média de 4,8 pontos, superior à média nacional, de 3,9. Apesar disso, seis municípios do Estado de São Paulo aparecem com pontuação zero. A avaliação se baseou em questionário desenvolvido pelo MPF, Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), e outras instituições de fiscalização e controle.

O MPF/SP está dando prazo de 120 dias para que os gestores sanem as irregularidades. As recomendações, expedidas por meio eletrônico, são acompanhadas de um diagnóstico do município ou do Estado para que os administradores possam saber quais pontos estão em desacordo com a legislação. De acordo com a procuradora Karen, é fundamental que os gestores reenquadrem seus portais a um modelo de consulta que seja de fácil e rápido acesso. "Muitos dos portais não estão ao alcance de entes públicos, incluindo órgãos de fiscalização, e dos usuários em geral, pois oferecem portas não disponíveis ou de acesso restrito", observou.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (9), deputados do PCdoB e integrantes da base aliada ao governo defenderam um rito claro para o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) que tramita na Câmara dos Deputados. A expectativa dos parlamentares é que o Supremo Tribunal Federal (STF) defina esse rito dentro dos preceitos constitucionais. O PCdoB é autor da ação que questiona os trâmites legislativos do processo que resultou na suspenção dos trabalho da comissão especial pelo ministro Luiz Edson Fachin, nessa terça (8). 

No texto, o partido questiona a constitucionalidade da lei que regulamentou as normas de processo e julgamento do impeachment, mas é anterior à Constituição de 1988; a ausência da manifestação da presidente Dilma; a votação secreta que elegeu na terça os integrantes da comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment e a eleição de uma chapa avulsa indicada pela oposição (e não pelos líderes) para compor a comissão.

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Durante a conversa com a imprensa, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) argumentou que o impeachment deve ter regras jurídicas e uma delas seria o direito à manifestação prévia do presidente da República. “Fora disso é golpe”, afirmou o parlamentar. “Nossa expectativa em relação à decisão do Supremo vai desde a anulação do processo até o estabelecimento de um rito, porque o que o presidente da Câmara está fazendo é estabelecer esse rito com base no Regimento Interno da Casa”, acrescentou a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ).

Sob a ótica da presidente da legenda, a deputada Luciana Santos, a oposição que defende o impeachment de Dilma não está preocupada com a ética e a lei. “A oposição quer impor uma agenda derrotada nas urnas no ano passado, uma agenda de ajustes e cortes ainda mais radical”, afirmou.

A suspenção da tramitação do pedido de impeachment é até a próxima quarta-feira (16), quando o STF deverá julgar o pedido do partido. A decisão impede a Câmara dos Deputados de instalar a comissão especial do impeachment até lá. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ainda não se pronunciou sobre a decisão do STF.

 

O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco divulgou, nesta quarta-feira (9), o Ranking dos Portais da Transparência dos municípios e estados brasileiros em um dos eventos que marca o Dia Internacional contra a Corrupção. 

Em Pernambuco, o município de São Bento do Una foi o mais bem avaliado com nota 9,2, seguido de Lajedo, com média 9, e Flores, com 8,8, em uma escala que vai de 0 a 10. Recife ocupou a quarta posição no ranking estadual, com nota 8,4, empatado com os municípios de São José do Egito e Tacaratu. Entre as capitais brasileiras, a cidade do Recife ficou na 8ª colocação, tendo Porto Alegre ficado em primeiro com a nota máxima.

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Em Pernambuco, foram avaliados 185 municípios. Desses, 20 obtiveram nota acima de 7. Trinta ficaram com nota zero por não atenderem minimamente as exigências da lei, entre eles, Jaboatão dos Guararapes, Itamaracá, Abreu e Lima e Bezerros. Nenhum município obteve nota dez.

NACIONAL

No ranking nacional, os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina lideraram a pontuação com notas 10 e 9,8, respectivamente. Pernambuco ficou em 11º lugar, com média 7,5. 

Os Estados e Municípios foram avaliados em 16 categorias de divulgação: remuneração dos servidores públicos, despesas pagas e receitas arrecadadas, licitações, quadro funcional, contratos e convênios, servidores cedidos e temporários, despesas com diárias e passagens, planos de carreira, leis municipais vigentes e data de atualização dos portais.

ORIENTAÇÃO

Após a divulgação do ranking, o MPF expediu recomendações, instrumento de atuação extrajudicial da instituição, aos órgãos pernambucanos que não estão cumprindo suas obrigações legais, dando um prazo de 120 dias para que se adequem às Leis de Transparência.

Uma nova avaliação será feita, envolvendo todas as unidades do MPF, no período de 11/04/2016 a 09/05/2016. Caso as irregularidades persistam, ações civis públicas serão ajuizadas conjuntamente de forma coordenada, no Brasil inteiro, no dia 01/06/2016.

Nos casos de municípios que não tenham sequer portais na internet, mesmo após expirado o prazo da recomendação, uma linha de atuação ainda mais drástica será adotada, podendo envolver, entre outras medidas, ajuizamento de ações de improbidade contra prefeitos e expedição de recomendações para que a União suspenda os repasses de transferências voluntárias aos municípios que não se adequarem às normas.

Você pode conferir o ranking completo clicando aqui.

 

Na próxima quarta-feira (9), órgãos federais, estaduais e municipais - que fazem parte do Fórum Permanente de Combate à Corrupção em Pernambuco (Focco-Pe) promoverão uma série de eventos em virtude do Dia Internacional contra a Corrupção, no Recife. A ação visa divulgar resultados obtidos no combate a esse crime e intensificar a campanha “10 Medidas contra a Corrupção”.

Durante toda a manhã, serão apresentados o ranking dos Portais de Transparência dos municípios e estados brasileiros, além do relatório de atividades de combate à corrupção. O evento ocorrerá no auditório da Procuradoria da República em Pernambuco.

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O Ministério Público Federal (MPF) vai expedir recomendações aos municípios pernambucanos que ainda não implementaram adequadamente os portais. Neles, os governos devem disponibilizar informações relativas às despesas pagas e receitas arrecadadas, licitações, contratos, convênios, quadros funcionais, servidores cedidos e temporários, despesas com diárias e passagens, planos de carreira, leis municipais vigentes e data de atualização dos portais. 

De acordo com a Procuradoria da República em Pernambuco, estão em andamento nacionalmente outras 27,5 mil apurações que têm como alvo possíveis casos de corrupção, envolvendo inquéritos civis públicos, investigações criminais e ações de improbidade administrativa. Em Pernambuco, os números são: 1095 inquéritos civis públicos, 96 investigações criminais e 53 ações de improbidade administrativa. 

Ainda haverá a apresentação dos objetivos da campanha "10 Medidas contra a Corrupção", além dos resultados já alcançados. Em todo o país, a iniciativa já resultou na coleta de mais de 800 mil assinaturas em apoio à aprovação dessas medidas pelo Congresso Nacional. A meta é 1,5 milhão de assinaturas. O evento é aberto a qualquer interessado. 

APOIO À CAMPANHA

As "10 medidas contra a corrupção"  propõem mudanças para tornar o combate a este crime mais efetivo no Brasil. Buscam, entre outros resultados, agilizar a tramitação das ações de improbidade administrativa e das ações criminais; instituir o teste de integridade para agentes públicos; criminalizar o enriquecimento ilícito; aumentar as penas para corrupção de altos valores; responsabilizar partidos políticos envolvidos em corrupção e criminalizar a prática do caixa 2.

Fichas de coleta de assinaturas para apoiar a campanha e transformar essas propostas em projetos de lei de iniciativa popular estão sendo disponibilizadas nas unidades do MPF e do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) na capital e no interior de Pernambuco, e também no endereço www.dezmedidas.mpf.mp.br. No dia 9, haverão pontos de coleta de assinaturas em espaços públicos do Recife e de Caruaru para intensificar o apoio dos cidadãos à campanha. Confira os locais abaixo:

Shopping Recife (5ª etapa, 2º piso) – 14h às 18h

Metrô - Estação Central Recife – 8h às 17h 

Shopping Difusora (Caruaru) – 10h às 19h - Av. Agamenon Magalhães, 444 - Maurício de Nassau

PROGRAMAÇÃO

Dia 9/12 – Av Agamenon Magalhães, 1800, Espinheiro

9h – abertura

9h30 – atuação do MPF no combate à corrupção: ações e resultados

10h – campanha 10 Medidas contra a Corrupção

10h45 – Ranking Nacional da Transparência e expedição de recomendações 

12h – encerramento

DATA

O Dia Internacional contra a Corrupção é uma referência à data da assinatura da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, ocorrida na cidade mexicana de Mérida em 9 de dezembro de 2003. Em vigor desde 2005, tem o objetivo de fortalecer a cooperação internacional para ampliar a prevenção e o combate à corrupção em todo o mundo.

Com informações da assessoria

O desempenho da prefeitura de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, no ranking que averiguou o nível de transparência dos dados públicos das gestões municipais - divulgado pelo Tribunal de Contas (TCE) - foi classificado pelo deputado estadual Miguel Coelho (PSB), nesta quarta-feira (2), como "vexatório e perigoso". A prefeitura de Petrolina foi considerada crítica pelo órgão de controle. Na classificação dos 180 municípios, ela ficou na 130ª posição.

A cidade, que tem um dos maiores orçamentos do estado, teve pontuação de 240,50 num ranking onde o máximo é 1.000,00. “A nota de Petrolina é quase zero. Esse desempenho é um vexame para Petrolina e só comprova o quanto essa gestão é nebulosa. A falta de transparência é muito perigosa porque a população não tem o direito legítimo de saber o que está sendo feito com a verba pública”, criticou.

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O deputado ainda afirmou que vai procurar o Tribunal de Contas para saber quais as medidas serão adotadas para que a Prefeitura se ajuste à legislação de transparência e acesso à informação. “Petrolina vai na contramão quando temos nas ruas tanta manifestação por transparência, tanto grito por mais clareza nos gastos públicos. Vamos procurar o Tribunal de Contas para cobrar medidas contra a Prefeitura e para que os cidadãos de Petrolina tenham o direito de saber o que tem sido feito com o dinheiro público”, reforçou Miguel Coelho.

É a primeira vez que o Tribunal divulga um levantamento desse tipo. O TCE analisou cerca de 30 mil dados dos portais das prefeituras e apresenta cinco categorias de transparência (desejado, moderado, insuficiente, crítico e inexistente). Apenas o Recife ficou no nível “desejado”, 49 cidades estão classificadas no nível moderado, 76 tiveram desempenho insuficiente enquanto Petrolina e mais 51 cidades ficaram em condição crítica. Cinco prefeituras tiraram zero na classificação por não contar com nenhum portal de transparência. 

A maioria das prefeituras pernambucanas cumpre de forma insatisfatória a Lei de Acesso à Informação (LAI). De acordo com o Índice de Transparência dos Municípios de Pernambuco (ITMPE), divulgado nesta terça-feira (1º) pelo Tribunal de Contas (TCE-PE), 73% dos portais de transparência das gestões municipais são insatisfatórios, enquanto que apenas 27% oferecem condições favoráveis de acesso à informação. 

Segundo o levantamento, somente o Recife implantou de maneira desejável o portal de transparência da gestão. Dos 184 municípios, 47,85% cumprem as exigências da legislação de forma insuficiente; em 28,26% o nível é crítico; 26,63% moderado; 2,72% inexistente e 0,54% desejável. 

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A disponibilização de informações em meio eletrônico de acesso público é uma obrigação prevista em lei. Todos os órgãos públicos, seja da União, Estado e Municípios devem permitir o acesso do cidadão a informações sobre receitas e despesas, pagamentos, licitações, entre outras. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece critérios mínimos de conteúdo disponibilizado e de formas de divulgação.

O índice elaborado pelo TCE se baseou em 51 critérios, que incluíram desde o conteúdo apresentado nos sites até a utilização dos recursos tecnológicos exigidos pela LRF e Lei de Acesso à Informação. O levantamento foi realizado entre os meses de abril a novembro de 2015. 

O cumprimento da Lei de Acesso à Informação (LAI) ainda tem deixado a desejar em Pernambuco. De acordo com o resultado da Escala Brasil Transparente (EBT) – índice que mede o grau de transparência pública em estados e municípios brasileiros, organizado pela Controladoria-Geral da União (CGU) –, a transparência do Estado caiu de 8,61 para 6,67 fazendo com que o ente ocupe o 20º lugar no ranking nacional, ganhando apenas para sete localidades, entre elas Rondônia com 4,44 pontos.

Compõem os primeiros lugares, com nota 10 no quesito transparência os estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerias, São Paulo e o Distrito Federal. Além de Pernambuco, que na primeira edição da pesquisa estava entre os 12 primeiros lugares, Ceará, Santa Catarina e Sergipe também caíram de posição. 

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A ETB também avaliou a transparência dos municípios de todo o país. Ao contrário da avaliação estadual, de acordo com o levantamento, Recife cresceu na disponibilidade do acesso à informação. Na última edição, a capital pernambucana conquistou 8,75. Desta vez, a cidade divide o primeiro lugar no ranking, com nota 10 em transparência. As cidades de São Paulo (SP), Brasília (DF), Curitiba (PR), João Pessoa (PB) e Rio Branco (AC) também lideram a avaliação. 

Em Pernambuco, além do governo do Recife, também receberam nota 10 na avaliação de transparência as cidades de São Vicente Ferrer e Serra Talhada. O distrito de Fernando de Noronha e Olinda também estão entre as bem avaliadas, com 8,75 e 8,61, respectivamente. 

Já as cidades pernambucanas que receberam a nota zero na avaliação somam 28. Entre elas estão: Camaragibe, Ipojuca e Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife; Nazaré da Mata, na Mata Norte; e Vertente do Lério, no Sertão. 

A EBT avaliou o cumprimento da Lei de Acesso em mais de 1,6 mil entes federativos. Entre eles, estão todos os estados e suas respectivas capitais, os entes já avaliados na primeira edição da Escala, além de novos municípios selecionados por meio de amostra probabilística definida por sorteio eletrônico. Vale destacar que, do total de municípios desta edição, 105 demonstraram interesse voluntário para serem avaliados pela Controladoria.

O Brasil é o sexto país com melhor transparência orçamentária. É o que o que revelou o Índice de Orçamento aberto, medido pela entidade International Budget Partnership (IBP). O país obteve 77 pontos, numa escala de 0 a 100, entre os 102 analisados.

O topo do ranking ficou composto por Nova Zelândia, Suécia, África do Sul, Noruega, Estados Unidos, Brasil, França, Reino Unido, Romênia e Peru. Foram avaliados três aspectos: o atual estágio de transparência orçamentária e a evolução dela ao longo do tempo; o grau de participação social no processo; e o fortalecimento de instituições fiscalizadoras. Apenas Brasil, Estados Unidos, Noruega e África do Sul conseguiram notas significativas em todos esses pontos.

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Em relação ao Brasil, o relatório aponta uma evolução na transparência orçamentária. Em 2012, o país obteve 73 pontos e estava na 12ª colocação. Mas recomendações ainda são feitas, especialmente em relação ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e ao Plano Plurianual (PPA). Também foi sugerido o incremento da participação social e da fiscalização do orçamento por auditorias.

O Índice de Orçamento Aberto tem como princípio avaliar se o governo federal de cada país pesquisado disponibiliza ao público transparência no orçamento. Elaborado desde 2006, o resultado é analisado por meio de um questionário de 125 questões, respondido por especialistas independentes, sociedade civil e membros da academia.

 

Durante discurso na Assembleia Legislativa de Pernambuco, nesta quinta-feira (6), o deputado estadual Rodrigo Novaes (PSD) enfatizou que deu entrada, esta semana, no projeto de lei que prevê a obrigatoriedade da apresentação do valor gastos pelos gestores em shows e eventos públicos em todo o estado. Segundo o parlamentar, a norma não pretende suspender a realização de festas, mas tornar os processos de contratação mais transparentes.

De acordo com o projeto, o valor gasto tem que ser exposto durante o evento, em letras grandes e ao lado do palco durante a apresentação, para que todos possam ver o quanto foi gasto naquele evento. “É um dever nosso, do parlamentar, a responsabilidade de regulamentar esse tipo de gasto, e, sobretudo apoiar os gestores, fazê-los ter a consciência que esse tipo de gasto não pode e não deve ser prioridade, principalmente em momentos de crise”, justificou Novaes.

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O deputado relembrou na Tribuna da Casa Legislativa que, às vezes, os prefeitos contratam grandes artistas ou bandas apenas para agradar a população, sem ter a consciência do grande valor gasto. “O projeto também servirá para os cidadãos, além de mostrar o direcionamento do valor do dinheiro para os eventos, conscientizará as pessoas para que deixem de exigir que os prefeitos gastem milhões com festas”, pontuou.

Segundo o deputado, as festas podem continuar, porém a norma fará os gestores serem mais conscientes de seus gastos. “Não é contra a realização de festas, mas é preciso ter consciência do momento em que estamos vivendo. Tanto dinheiro gasto com entretenimento deveria ser aplicado mais em estradas, asfaltamentos, poços artesianos, barragens, quadras esportivas, praças”, comparou o parlamentar.

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