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Os atentados extremistas cometidos em Paris durante a noite de 13 de novembro de 2015, que mataram 130 pessoas, modificaram profundamente a vida cotidiana dos franceses, que vivem em alerta máximo desde então.

Com as feridas do atentado de janeiro de 2015 contra a revista Charlie Hebdo ainda abertas, o terror jihadista voltou a abalar 10 meses depois a capital francesa com ataques simultâneos em áreas de lazer e uma casa de espetáculos. Este era o cenário mais temido pelas autoridades.

O ataque de Nice em 14 de julho que matou 86 pessoas, incluindo várias crianças, e o assassinato poucos dias depois de um padre em uma igreja de uma pequena cidade do noroeste da França deram uma dimensão nacional à ameaça.

A repetição dos ataques aumentou o trauma entre os franceses. Mas sem dúvida os atentados de 13 de novembro "marcaram um antes e um depois", afirmou à AFP o neuropsicólogo Francis Eustache, codiretor de um programa sobre o impacto dos atentados na memória da população. "Depois dos atentados de Paris comecei a evitar os locais com muitas pessoas ou os monumentos emblemáticos", revela Yhoan, 31 anos, que confessa "sentir ansiedade" quando escuta sirenes.

Desde os atentados de "13-N", os policiais e os militares passaram a integrar o dia a dia dos franceses, o que exacerba o sentimento de ameaça. Quase 100.000 policiais, agentes, militares e reservistas foram mobilizados em todo o país, inclusive em praias abandonadas pelos turistas.

"Embora estejam aqui para fazer com que nos sintamos seguros, sua presença termina sendo opressiva porque nos confronta a um perigo potencial", destaca Julie Subiry, que tem três filhos, com idades entre cinco e 11 anos.

As escolas - um dos alvos potenciais do Estado Islâmico (EI) - reforçaram a segurança. As crianças, mesmo as menores, recebem instruções desde o fim do ano passado para saber o que fazer em caso de ataque. Diante do risco de atentado, as autoridades adotaram a polêmica decisão de autorizar o cigarro nos pátios das escolas do ensino médio, para evitar que os jovens se reúnam diante dos colégios para fumar.

Outros gestos se tornaram comuns na França: passar por um detector de metais ou abrir a bolsa/mochila a um segurança antes de entrar no cinema, uma loja ou museu. "Se há alguns anos alguém falasse 'abra a bolsa para eu ver o que tem dentro' eu teria ficado surpresa. Agora eu abro de forma natural", conta Isabelle, uma parisiense de 53 anos.

Agressões racistas

Outra consequência imediata do massacre de 13 de novembro foi a instauração do estado de emergência, uma medida de exceção com a qual as autoridades podem realizar operações de busca e apreensão e aplicar a prisão domiciliar sem a necessidade de uma ordem judicial.

A polícia realizou mais de 4.000 operações sob o regime e 89 pessoas permanecem em prisão domiciliar. Algumas associações denunciam um retrocesso das liberdades individuais no país. Ao mesmo tempo, os atentados agravaram a estigmatização da comunidade muçulmana francesa, que tem quase cinco milhões de pessoas.

"O contexto dos atentados favoreceu um aumento das agressões verbais contra os muçulmanos", afirma Etienne Allais, integrante da diretoria nacional da organização SOS Racismo. De acordo com a Liga Internacional contra o Racismo e o Antissemitismo na França (LICRA), os atos antimuçulmanos registraram um aumento de 223% entre 2014 e 2015.

"A sociedade francesa vive uma situação inédita para as sociedades ocidentais desde a Segunda Guerra Mundial", opina o sociólogo Gérôme Truc. "Uma situação 'nem de guerra, nem de paz' que exigirá tempo para a saída e para medir suas consequências", explica.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) convocou jihadistas e "ratos solitários" para que cometam atentados terroristas nos Estados Unidos durante as eleições presidenciais, que ocorrem nesta terça-feira (8).

De acordo com a especialista norte-americana em contraterrorismo Rita Katz, da agência Site, o Estado Islâmico deu orientações para ataques a fim de tumultar o processo eleitoral e conquistar a atenção da imprensa, em um momento em que está encurralado por forças militares e pela coalizão internacional na operação contra a capital do califado, Mossul.

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A sugestão de atentados foi feita em um texto divulgado nesta segunda-feira (7) em seus canais e redes sociais, no qual também pede para os muçulmanos não irem votar no pleito à Casa Branca, que tem como candidatos a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump. No documento, o EI diz que não há diferença entre o Partido Democrata e o Republicano em relação à "política com os muçulmanos".

No entanto, durante sua campanha eleitoral, o magnata Donald Trump fez duras críticas à comunidade muçulmana, ameaçando expulsar todos que vivem nos Estados Unidos, além de banir a entrada de islâmicos no país. Já Hillary preferiu manter a linha adotada pelo atual presidente e companheiro de partido, Barack Obama, de desvincular o terrorismo da religião, apoiando o Islã, mas condenando os atos do Estado Islâmico. Desde o dia 17 de outubro, os Estados Unidos, liderando uma coalizão internacional, fornecem apoio às Forças Armadas do Iraque para retomar o controle de Mossul, cidade no norte do país, que é a capital do Estado Islâmico.

O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) confirmou que três escolas que receberiam urnas de votação para este domingo, dia 2, foram incendiadas na madrugada deste sábado. Uma unidade foi na capital maranhense e as outras duas, em São José de Ribamar, município que faz parte da região metropolitana. Diante dessa situação, a Justiça Eleitoral alterou os locais de votação. Nenhuma urna foi danificada.

Desde a última quinta-feira, dia 29, quando ocorreram os primeiro ataques, cinco locais de votação tiveram de ser alterados. Em razão da onda de violência, a Justiça Eleitoral adiou a distribuição das urnas eletrônicas, que seria feita na sexta-feira, dia 30, nos 259 locais de votação de São Luís.

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O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, chegou a revelar que os ataques ocorridos têm o objetivo de impedir a realização das eleições deste domingo. "Vamos fazer a contenção deles (os ataques) até a segunda-feira, 3, considerando que eles têm uma pauta que nós não temos como responder, que é a não realização das eleições", disse.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, visitam a capital maranhense neste sábado, dia 1º, para avaliar a situação, discutir o reforço da segurança nas Eleições 2016 e ver as estratégias traçadas entre governo do Maranhão, Prefeitura de São Luís e TRE-MA para assegurar as eleições municipais. Uma das agendas dos ministros será visitar a UEB Darcy Ribeiro, que foi incendiada na última quinta-feira, 29.

Uma onda de terror tomou conta do Maranhão nos últimos dois dias. Houve ataques a ônibus na região metropolitana da capital maranhense e em Imperatriz, totalizando dez veículos incendiados. Na manhã de ontem, homens não identificados incendiaram dois veículos de empresas terceirizadas que prestam serviço à Companhia Energética do Maranhão (Cemar).

Além disso, duas escolas foram incendiadas no bairro Sacavém. Na unidade municipal de ensino fundamental (UEB) Darcy Ribeiro, além de salas de aula, uma quadra de esportes foi atingida. Outro ataque foi registrado na UEB Carlos Saad, localizada na Vila Mauro Fecury I, região do Anjo da Guarda. Três salas ficaram destruídas. Parte do teto caiu.

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No bairro São Cristóvão, uma agência bancária teve a fachada atingida por disparos de arma de fogo. Em nenhuma das ocorrências houve feridos. Ao todo, 23 suspeitos foram presos.

Presídio

Após os ataques, as forças de segurança pública fizeram um "pente-fino" nas unidades do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. O objetivo era buscar armas, drogas e celulares e desarticular criminosos que possam estar envolvidos nos atentados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Uma cerimônia em Nova York neste domingo reunirá milhares de parentes das vítimas e outras pessoas na praça memorial, reconstruída onde estavam localizadas as torres do World Trade Center, para lembrar das vítimas do atentado terrorista que ocorreu há 15 anos no dia 11 setembro.

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O evento no National Memorial & Museum incluirá uma leitura de nomes das pessoas mortas nos ataques de 2001. Os leitores dos 2.983 nomes incluem famílias daqueles que foram mortos. Cerca de 3 mil pessoas foram mortas em Nova York, na Pensilvânia e no Pentágono em um ataque reivindicado pelo então líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, que foi morto quase 10 anos depois durante uma incursão em maio de 2011 em seu esconderijo no Paquistão.

Está prevista para acontecer na cerimônia seis momentos de silêncio, cada um cronometrado para acontecer no horário dos ataques do dia 11 de setembro. Às 8h46 no horário local (9h46 de Brasília), o primeiro minuto de silêncio vai marcar o momento em que o primeiro avião atingiu a Torre Norte. Às 9h03 no horário local (10h03 de Brasília), mais um momento de silêncio vai marcar o segundo avião atingiu a Torre Sul.

O terceiro minuto silêncio vai lembrar quando a torre sul caiu, e o quarto momento de silêncio, quando o vôo 93 caiu perto de Shanksville, na Pensilvânia. Às 10h28 (11h28 de Brasília), o último minuto de silêncio será em memória da queda da Torre Norte.

Outros eventos estão previstos para acontecer em toda Nova York neste domingo. Em uma tradição anual, espera-se que os bombeiros marchem através da ponte de Brooklyn em torno das 10h (11h de Brasília), carregando 24 bandeiras representando os bombeiros do 57º Batalhão do Brooclyn que morreram em 11 de setembro de 2001.

A procissão vai acabar na Catedral de St. Joseph, no bairro de Prospect Heights, no Brooklyn, onde uma missa será celebrada ao meio-dia (13h de Brasília) para homenagear as vítimas dos ataques, de acordo com a diocese de Brooklyn.

O National Memorial & Museum também está planejando o que chamou de "Tributo de Luz", uma instalação de arte que cria duas vigas verticais de luz azul na parte baixa de Manhattan. As luzes estão programadas para começar no por do sol em 11 de setembro e continuar até o amanhecer do dia 12 de setembro, de acordo com o museu.

O presidente dos EUA, Barack Obama, também prestará homenagens e minutos de silêncio na Casa Branca nos horários em que os aviões atingiram as torres. Mais tarde, Obama fará um discurso em homenagem às vítimas no Pentágono. Fonte: Dow Jones Newswires.

Ao menos 38 pessoas foram mortas em uma série de atentados dentro do território do governo na Síria, informou a mídia estatal nesta segunda-feira.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos com sede na Grã-Bretanha, e que mantém uma rede de contatos dentro do país, relatou 47 mortos. Em locais de conflitos, os números tendem a ser diferentes.

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De acordo com a agência de notícias Sana, ocorreram explosões na cidade costeira de Tartus, na cidade central de Homs, nos subúrbios da capital Damasco e na cidade de Hasakah, no nordeste do país.

Os atacantes detonaram duas bombas na entrada da cidade de Tartus, considerada uma fortaleza do governo, ao longo da estrada costeira internacional, disse a agência, matando 30 pessoas.

Um carro-bomba na ponte Arzoneh foi seguido por um homem-bomba vestindo um cinto de explosivos que tinha como alvo a multidão que se reunia. A cidade, um reduto de apoio ao presidente Bashar al-Assad, é o lar de uma importante base naval russa. Segundo o Observatório Sírio, a dupla explosão matou ao menos 35 pessoas, incluindo um coronel do exército, e feriu dezenas de outras.

O governador da província de Homs disse que um carro-bomba atingiu um posto de controle militar na capital da província, Homs, matando dois soldados e ferindo outros quatro, um criticamente. A cidade, a terceira maior da Síria, está em grande parte sob controle do governo, com apenas um bairro ainda sob controle da oposição. A bomba desta segunda-feira explodiu no bairro de Bab Tadmor em poder do governo, disse Sana. O Observatório disse que quatro soldados foram mortos.

Um dos autores do ataque detonou sua motocicleta na cidade de Hasakah, no nordeste, e matou ao menos cinco pessoas, informou a agência. As forças militares do governo se retiraram da cidade, em agosto, depois de batalhas de rua com a força de autodefesa autônoma curda na região, a YPG. O YPG e seu braço político, o PYD, herdaram o controle da cidade, embora a força policial do estado tenha permanecido. O Observatório disse que a explosão matou três membros da força policial curda, o Asayesh, e dois civis.

Sana também relatou uma explosão no subúrbio de Sabbourah, na capital Damasco, matando uma pessoa. Não houve reivindicação imediata de responsabilidade pelas explosões. O grupo Estado Islâmico reivindicou os duplos atentados suicidas nas cidades costeiras de Tartus e Jableh em maio, que matou mais de 160 pessoas. Fonte: Dow Jones Newswires.

A cidade francesa de Cannes, conhecida por sua orla e seu festival de cinema, anunciou nesta quarta-feira (27) a proibição de bolsas grandes em suas praias, para evitar o risco de atentados.

O prefeito David Lisnard indicou no comunicado que a proibição será aplicada em todo o litoral do município até 31 de outubro.

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A medida acontece duas semanas depois do ataque no Passeio dos Ingleses, na cidade vizinha de Nice, onde morreram 84 pessoas.

Ficam assim proibidas as mochilas, maletas e outros tipos de bagagem que possam ocultar materiais perigosos, armas ou artefatos explosivos.

Forças de segurança de Fortaleza, no Ceará, foram vítimas de uma série de atentados desde sexta-feira. Em diferentes casos, os bandidos atiraram contra policiais, viaturas e delegacias, além de incendiarem ônibus.

No domingo (17), criminosos alvejaram a fachada do 17º Distrito Policial (Conjunto Vila Velha) e atacaram um carro da Polícia Militar, no bairro Panamericano. Os policiais não se feriram.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Seis meses depois dos atentados de Paris, os familiares das vítimas foram recebidos pela primeira vez nesta terça-feira pelos promotores encarregados da investigação - um primeiro encontro "emotivo", "útil e instrutivo", embora ainda restem muitos pontos obscuros.

Esta reunião, inédita por sua magnitude, com mais de mil partes civis, é a primeira de uma série que serão realizadas ao longo de três dias em Paris. O encontro, organizado a portas fechadas na Escola Militar de Paris, esteve centrada nos ataques contra bares e restaurantes parisienses e no Stade de France. Na quarta e na quinta-feira, estão previstas outras reuniões com as vítimas da casa de shows Bataclan.

O juiz Christophe Teissier - acompanhado de outros cinco magistrados, encarregados da investigação, e três representantes do Ministério Público de Paris - fez uma exposição de mais de duas horas sobre a cronologia detalhada daquela noite de 13 de novembro, usando os registros da polícia e um registro encontrado no Bataclan, e falou da colaboração internacional e das perspectivas da investigação.

Os juízes informaram ter pedido aos colegas belgas o envio para a França de cinco pessoas acusadas na Bélgica, a base da retaguarda da célula extremista, e que viajaram para a Turquia, onde um suspeito-chave está detido atualmente. "O ambiente foi muito reflexivo", disse à AFP o advogado Philippe Stepniewski. "Não houve irritação, mas as pessoas demonstraram emoção e incompreensão".

Para Jean-François Mondeguer, pai de uma jovem que morreu no restaurante La Belle Equipe, este encontro "não era uma etapa do luto", mas "da busca pela verdade". "Tem havido muitos detalhes sobre o encadeamento dos fatos", resumiu, por sua vez, Claude-Emmanuel Triomphe, ferido em frente ao café La Bonne Bière. "Alguns vieram porque estão irritados, eu não sinto ódio, mas sinto pena destes pobres tipos", acrescentou.

Muitos esperavam obter informações sobre Salah Abdeslam, o único membro do comando que continua vivo, e que esfriou os ânimos na sexta-feira (20), em seu primeiro interrogatório pela justiça francesa, ao amparar-se em seu direito a permanecer em silêncio. "Podemos deixar que apodreça na prisão", afirmou Elisabeth Boissinot, que perdeu a filha nos ataques aos restaurantes.

Os juízes deram algumas informações sobre seu comportamento. "O nome das 130 vítimas foi enumerado pelo juiz" durante a audiência de sua acusação, em 27 de abril, na qual Abdeslam não esboçou "nenhuma reação", afirmou a advogada Samia Maktouf.

'Queremos saber por que'

Para a secretária de Estado encarregada de Ajuda às Vítimas, Juliette Méadel, "estes três dias fazem parte do processo de reconstrução, pois colocamos palavras no que aconteceu". Também estiveram presentes psiquiatras e médicos de emergência para apoiar as famílias.

Mas para as vítimas, ainda há muitas questões a responder. As partes civis perguntaram, sobretudo, aos magistrados sobre a segurança da sala de espetáculos Bataclan, que já tinha recebido ameaças. "Queremos saber porque os serviços de inteligência não fizeram seu trabalho!", afirmou, com irritação, o pai de uma vítima, assassinada na casa de shows, que não quis se identificar.

Dezessete famílias anunciaram sua intenção de reclamar contra o Estado belga, que consideram ter culpa pelas falhas na vigilância dos irmãos Abdeslam. A data de um possível processo não foi mencionada. "O que não surpreende, sabendo da complexidade deste procedimento", explicou o advogado Olivier Morice. "Será preciso ter muita paciência", destacou Georges Salines, presidente da associação "13 de novembro: fraternidade e verdade", que perdeu sua filha no Bataclan.

"A investigação deve ser a mais completa possível para remontar a cadeia de responsabilidades e evitar que o máximo de pessoas possa fazer algum mal", afirmou.

A justiça organiza reuniões como estas no contexto de investigações de catástrofes de grande magnitude, como o acidente aéreo com o avião da Air France que fazia o trajeto Rio-Paris, em 2009; o acidente ferroviário de Brétigny-sur-Orge (sul de Paris) em 2013, atentados como o de Karachi em 2002 ou os de janeiro de 2015 em Paris contra a revista satírica Charlie Hebdo e o supermercado kosher (de produtos permitidos de acordo com as leis alimentares judaicas), Hyper Cacher.

A emoção era palpável nesta segunda-feira (25) na reabertura da estação de metrô de Maalbeek, no coração do bairro europeu de Bruxelas, onde um suicida se explodiu nos ataques de 22 de março.

"Traz calafrios, um sentimento de tristeza, então eu passei rapidamente para me afastar deste lugar. Infelizmente tenho que passar por aqui todas as manhãs e todas as noites", testemunha Vanessa Salembier, uma funcionária da Comissão Europeia, cujo escritório fica perto.

"Eu vim para refletir, depositei uma flor e escrevi palavras de apoio às famílias, às pessoas que morreram, às pessoas que sobreviveram e dizer que, de qualquer maneira, Bruxelas sempre será melhor", disse à AFP outra transeunte, Solène Leroy, que estuda obstetrícia na capital belga.

A estação de Maelbeek, localizada no bairro europeu, é a última das 69 a reabrir e funcionará das 5h30 às 0h30, como todas as linhas, que retornam a seu horário habitual nesta segunda-feira. Até então, funcionavam das 06h00 às 22h00.

"Foram tomadas medidas adequadas para estabelecer um nível adequado de segurança em toda a rede metroviária", explicou o chefe do governo regional de Bruxelas, Rudi Vervoort. Militares e policiais garantem a segurança das estações, cujos acessos permanecerão "por agora" limitados a duas entradas e saídas, salientou Stib, a empresa que administra a rede.

"Isso ainda é um pouco estranho, mas a vida continua", declarou Patrick, de 52 anos, um dos primeiros a pegar o metrô em Maelbeek no início da manhã. 

"Eu acredito que este é um bom sinal, porque realmente mostra que os terroristas fizeram o que fizeram, mas estamos prontos. A cidade tem respondido bem, mostrado que toda a gente está aqui para a paz", observou Tomaso Comazzi, um estagiário na Assembleia das regiões da Europa.

'É o amor que vence'

Em 22 de março, às 09h11 (04h11 de Brasília), um pouco mais de uma hora após o duplo ataque suicida no aeroporto de Bruxelas-Zaventem, Khalid El-Bakraoui desencadeou por sua vez uma explosão em uma composição do metrô, matando dezesseis pessoas.

Ao todo, os ataques de 22 de março fizeram 32 mortos e mais de 300 feridos. Depois de meses de reformas, a estação voltou a mostrar sua aparência de costume, com seus afrescos - rostos minimalistas pretos em azulejos brancos - e paineis.

A única diferença visível é a presença de soldados fortemente armados e um grande quadro branco onde o público é convidado a expressar os seus sentimentos. "Vamos cuidar da vida em torno de nós", dizia uma mensagem assinada por "Patricia", enquanto que cerca de 200 vítimas e parentes de vítimas foram convidados a visitar a estação no sábado.

"Eu li tudo, olhei para tudo e o que me impressionou mais foi uma mensagem que dizia 'É o amor que vence', porque é nisso que eu também acredito", declarou Tomaso Comazzi.

Este fechamento, "foi por uma boa razão", disse Liliana, uma engenheira em medicina nuclear na plataforma do metrô. "Eu compreendo a necessidade de analisar, corrigir todos os danos, entendo tudo isso", diz ela.

"Agora me sinto tranquila, porque sei que tomaram todas as medidas necessárias e vejo que é seguro", afirmou por sua vez um outro passageiro, Pietro.

"Eu penso em tudo o que aconteceu, (...) eu rezo por todas as vítimas e espero que isso não volte a acontecer", acrescentou o tradutor aposentado que trabalhou durante muito tempo para a Comissão Europeia.

A administração Obama provavelmente vai revelar em breve parte de um capítulo secreto de 28 páginas da investigação do Congresso sobre os atentados de 11 de setembro de 2001, que podem lançar luz sobre possíveis conexões sauditas dos terroristas.

Os documentos, mantidos em uma sala segura no porão do Capitólio, contêm informações do inquérito parlamentar sobre "fontes específicas de apoio estrangeiro para alguns dos sequestradores do 11 de setembro, enquanto eles estavam nos Estados Unidos".

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Bob Graham, que era co-presidente dessa comissão bipartidária que investigou o atentado no Congresso, afirma que o documento levanta suspeita sobre os sauditas. Segundo o ex-senador democrata da Flórida, um funcionário do governo disse que membros da inteligência vão decidir nas próximas semanas sobre a liberação de pelo menos partes dos documentos. A divulgação viria em um momento de tensão nas relações dos EUA com a Arábia Saudita, um aliado americano de longa data.

"Espero que a decisão seja a de honrar o povo americano e disponibilizar o relatório", disse Graham a um programa da rede de TV NBC neste domingo. "A questão mais importante e sem resposta sobre o 11 de setembro é: essas 19 pessoas executaram esse plano altamente sofisticado sozinhas, ou tiveram apoio?".

Tim Roemer, que era membro tanto da comissão parlamentar de inquérito quanto da Comissão 9/11, e que leu o capítulo secreto três vezes, descreveu as 28 páginas como um "relatório policial preliminar".

"Havia pistas. Houve alegações. Houve relatos de testemunhas. Havia evidências sobre os sequestradores, sobre as pessoas com quem se encontraram - todos os tipos de coisas que a Comissão 9/11 tinha, na época, o dever de rever e investigar", disse na última sexta-feira o ex-congressista democrata de Indiana.

Quinze dos 19 sequestradores eram cidadãos da Arábia Saudita. O governo saudita diz que foi "injusta e morbidamente acusado de cumplicidade" pelos ataques, que luta contra extremistas e trabalha para reprimir seus canais de financiamento. Ainda assim, os sauditas dizem há muito tempo que aprovam a divulgação das 28 páginas porque "nos permitiria responder a todas as alegações de uma forma clara e com credibilidade".

As páginas foram retidas a partir do relatório de 838 páginas, sobre as ordens do presidente George W. Bush, com o argumento de que o lançamento poderia divulgar fontes e métodos de inteligência. Mas acredita-se que o resguardo das relações diplomáticas entre EUA e Arábia Saudita também tenha sido um fator.

Ben Rhodes, vice-conselheiro de segurança nacional do presidente Barack Obama, revelou que o presidente pediu ao Diretor Nacional de Inteligência, James Clapper, para rever o sigilo destas páginas.

Nem a investigação do Congresso nem a Comissão 9/11 encontrou qualquer evidência de que o governo saudita ou funcionários sauditas conscientemente apoiaram aqueles que orquestraram os ataques que mataram quase 3.000 pessoas. Mas Graham, os familiares das vítimas e alguns legisladores acham que há razões para investigar possíveis ligações entre os terroristas e os sauditas.

Roemer alega que muitas questões permanecem sobre o papel desempenhado por Fahad al Thumairy, um funcionário do consulado saudita em Los Angeles, que supostamente ajudou dois dos sequestradores a encontrar moradia e transporte depois que eles chegaram ao sul da Califórnia. Posteriormente, Al Thumairy teve sua entrada nos EUA negada, em maio de 2003, depois que o Departamento de Estado alegou que ele poderia estar envolvido em atividades terroristas. Roemer também quer saber mais sobre Omar al Bayoumi, suspeito de ser um espião da Arábia, e que foi acusado de ter sido útil para os sequestradores. Fonte: Associated Press

Militantes realizaram uma série de ataques suicidas pelo Iraque nesta segunda-feira (4), deixando pelo menos 29 mortos e dezenas de feridos, segundo autoridades. O maior atentado ocorreu na província de Dhi Qar, onde um suicida detonou os explosivos que levava dentro de um restaurante frequentado por milicianos paramilitares xiitas e matou pelo menos 14 pessoas.

Outras 27 pessoas se feriram no ataque contra o conhecido restaurante, localizado na rodovia principal que liga Bagdá com províncias do sul do país, disse um policial. Dhi Qar fica cerca de 320 quilômetros a sudeste da capital iraquiana.

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Também nesta segunda-feira, um suicida atacou em uma área comercial da cidade de Basra, rica em petróleo, e matou pelo menos cinco pessoas, segundo a polícia. Outras dez pessoas se feriram nessa ação. Basra fica 550 quilômetros a sudeste de Bagdá.

Na capital, um suicida lançou seu carro contra um posto de controle no subúrbio de Sadr al-Qanat, em um ataque que deixou seis soldados mortos e 13 pessoas feridas. Outro carro-bomba atingiu a sede de tropas paramilitares na cidade de Mishahda, 30 quilômetros ao norte de Bagdá, matando quatro pessoas e ferindo dez.

Fontes do setor médico confirmaram os números de mortos. Todas as fontes pediram anonimato, por não estarem autorizadas a falar à imprensa.

O Estado Islâmico tomou boa parte do norte e do oeste do Iraque no verão local de 2014. No mês passado, o Exército iraquiano, apoiado por milícias pró-governo, lançou uma ofensiva para retomar Mossul, a segunda maior cidade do país, que está sob controle do grupo extremista. O progresso dos militares em vilas próximas da cidade, porém, agora é mais lento, diante de bombas e outras armadilhas.

Nesta segunda-feira, autoridades do Iraque disseram que as tropas recapturaram uma importante vila perto de Mossul, após vários dias de confrontos. As forças iraquianas retomaram a vila de al-Nasr, perto do rio Tigre, após destruírem seis carros-bomba suicidas que tentavam atacá-los, disse o coronel Mohammed al-Wagaa.

De acordo com a Organização das Nações Unidas, pelo menos 1.119 iraquianos foram mortos e 1.561 ficaram feridos em março, uma forte alta ante o mês anterior, quando ocorreram 670 mortes e 1.290 pessoas ficaram feridas. Fonte: Associated Press.

A busca pelos autores dos atentados de Bruxelas e por suas conexões sofreu um revés nesta segunda-feira (28), depois que as autoridades belgas soltaram por falta de provas o único detido, acusado formalmente no sábado de crimes de terrorismo.

"Os indícios que levaram à detenção da pessoa chamada Fayçal C. não foram sustentados pela evolução da investigação. Consequentemente, o envolvido foi colocado em liberdade pelo juiz", disse o Ministério Público belga, sem dar mais detalhes.

As autoridades determinaram que Fayçal Cheffou não era "o homem do chapéu" que aparece nas câmeras de segurança junto aos suicidas que atacaram o aeroporto, acrescentou. Os investigadores tentam unir as peças em vários países europeus para revelar uma possível rede internacional do grupo Estado Islâmico (EI) envolvida no massacre.

A libertação de Cheffou suscita, porém, várias dúvidas. A Polícia belga divulgou, nesta segunda-feira, um novo vídeo do terceiro suspeito dos atentados de semana passada em Bruxelas. Ele também estava no aeroporto de Bruxelas e levava uma bomba que não explodiu.

As imagens mostram o homem com um chapéu e um casaco branco, empurrando um carrinho de bagagens com uma grande mala na área de desembarque junto aos dois homens-bomba, Ibrahim El Bakraoui e Najim Laachraoui. "Trata-se de um novo vídeo que até agora não havia sido divulgado", informou à AFP um porta-voz da Procuradoria belga.

Nesta segunda-feira, as autoridades atualizaram o balanço de vítimas dos atentados, que chega a 35 mortos. Nos últimos dias, quatro pacientes feridos não resistiram e faleceram. "Quatro pacientes morreram no hospital. As equipes médicas fizeram todo o possível. O total de vítimas chega a 35. Força a todos os familiares", escreveu no Twitter a ministra da Saúde, Maggie De Block.

A porta-voz da promotoria, Ine Van Wymersch, confirmou o balanço. Deste total, 28 foram pessoas identificadas. Destas, 15 morreram no aeroporto, e 13 no metrô. Os três corpos ainda não identificados aguardam a conclusão dos testes de DNA, informou à imprensa Ine Van Wymersch.

De acordo com o centro de crise, entre as 28 pessoas falecidas e identificadas, 16 eram belgas, e 12 estrangeiros, incluindo cidadãos de Estados Unidos, Holanda, Suécia, Alemanha, França, China, Itália e Grã-Bretanha. Reivindicados pelo Estado Islâmico (EI), os atentados também deixaram 340 feridos de 20 nacionalidades.

Três pessoas detidas

Enquanto a Bélgica permanece atônita após a tragédia, as críticas sobre o que as autoridades poderiam ter feito para evitar os ataques continuam, sobretudo, à medida que são revelados elementos que poderiam vincular o ocorrido em Bruxelas aos atentados de 13 de novembro em Paris. O número de mortos chegou a 130 na capital francesa.

Nesta segunda-feira, o Ministério Público anunciou que três homens foram detidos na Bélgica por "participação em atividades de um grupo terrorista", após uma operação realizada no domingo em várias cidades do país.

Os suspeitos foram identificados como Yassine A., Mohamed B. e Aboubaker O. e foram detidos. As autoridades citaram uma "operação judicial antiterrorista", embora sem estabelecer um vínculo com os atentados de Bruxelas de terça-feira.

A polícia realizou 13 operações no domingo em um "caso de terrorismo" em Bruxelas e em outras duas cidades flamengas do norte, Malinas e Duffel, informou a corporação. Agora, a Polícia tenta juntar outras peças no quebra-cabeças das redes extremistas que atacaram Paris e Bruxelas.

O DNA de Najim Laachraoui foi encontrado nos explosivos usados nos ataques de Paris. Ao mesmo tempo, investigadores suspeitam de que o autor do ataque no metrô de Bruxelas, Khalid El Bakraoui, teria alugado a propriedade onde se escondeu o principal suspeito dos atentados cometidos na capital francesa, Salah Abdeslam.

Os ataques de Paris também foram reivindicados pelo EI. No fim de semana, o argelino Djamal Eddine Ouali foi detido na região de Salerno, sul da Itália, a pedido da Justiça belga, como parte de uma investigação sobre documentos falsos utilizados pelos homens-bomba nos ataques de Paris e Bruxelas.

Na capital belga, as polêmicas ressurgiram depois da tensa manifestação de 300 "hooligans" no domingo. Já criticado pelo erro de vigilância em torno do suicida Ibrahim El-Bakraoui, o ministro do Interior, Jan Jambon, foi acusado pelo prefeito de Bruxelas, Yvan Mayeur, de não ter "feito nada" para impedir que os "hooligans de extrema direita" tomassem a praça da Bolsa.

Finalmente, centenas de pessoas se reuniram em uma cerimônia ecumênica nesta segunda, na catedral de Bruxelas, na presença de líderes muçulmanos e judeus.

O Aeroporto Zaventem, onde ocorreu um duplo atentado suicida na terça-feira (22), permanecerá fechado pelo menos até segunda-feira (28), informou neste sábado (26) a empresa gestora do aeroporto de Bruxelas.

A empresa disse que, "após quatro dias dos ataques que ocorreram no aeroporto de Bruxelas, os trabalhos de investigação relacionados com a investigação criminal no terminal do aeroporto está concluída". No entanto, acrescentou que "a retomada das atividades relacionadas com os passageiros não deverá ocorrer antes de terça-feira".

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A informação anterior indicava que o aeroporto iria permanecer fechado até domingo.

Três explosões foram registadas na terça-feira em Bruxelas: duas no aeroporto internacional de Zaventem e uma na estação de metrô de Maelbeek, no centro da capital belga. Pelo menos 31 pessoas morreram e 300 ficaram feridas nos ataques na capital belga, cuja autoria foi reivindicada pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, afirmou nesta quarta-feira (23) que atentados terroristas não podem impedir a realização de grandes eventos no continente europeu, como a Eurocopa. A competição entre seleções será disputada em solo francês, entre 10 de junho e 10 de julho.

"Os grandes eventos, de muita popularidade, são indispensáveis para mostrar que somos pessoas livres, que não nos abalamos, que não estamos com medo", declarou o primeiro-ministro, ao condenar rumores de que eventos como a Euro deveriam ser adiados.

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Valls se refere aos atentados terroristas que deixaram 31 mortos e 220 feridos em Bruxelas, na terça-feira. Os ataques em solo belga aconteceram no aeroporto internacional Zaventem e na estação de metrô Malbeek. O Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado.

O primeiro-ministro francês afirmou também que as autoridades estão acostumadas a enfrentar ameaças de terror em eventos esportivos desta amplitude. E insistiu que sejam mantidas as disputas da Eurocopa, a Volta da França, tradicional competição de ciclismo, "e outros grandes eventos".

Apesar do apelo do francês, a Real Federação de Futebol da Bélgica (KBVB) transferiu nesta quarta-feira o amistoso contra a seleção de Portugal, que seria disputado em Bruxelas, para a cidade portuguesa de Leiria. A entidade chegou a anunciar o cancelamento do jogo, mas voltou atrás quando a Federação Portuguesa de Futebol sugeriu que a partida fosse disputada no mesmo dia 29 em seus domínios. O amistoso serve de preparação para a Eurocopa.

Londres "desaconselha" seus cidadãos a irem a Bruxelas, depois dos atentados que atingiram a capital belga - anunciou o Ministério britânico das Relações Exteriores, nesta terça-feira.

"As autoridades belgas desaconselham, atualmente, qualquer viagem a Bruxelas. Nós os aconselhamos a seguir as instruções das autoridades de segurança belgas", declarou o Foreign Office. Muito incomum de ser feito em relação a um outro país europeu, esse alerta atualiza a recomendação anterior, que pedia apenas "vigilância", que se mantivesse "distante da multidão" e "evitasse transportes públicos".

O porta-voz do premiê David Cameron foi o primeiro a anunciar que Londres desaconselhava qualquer viagem "sem razão imperativa". Em seguida, foi a vez de o Foreign Office emitir um alerta, desaconselhando viagens a Bruxelas. À noite, o Ministério informou que dois britânicos estão entre os mais de 200 feridos dos atentados.

Londres também anunciou o envio de uma equipe de investigadores para ajudar as autoridades belgas. "Eles vão reunir o máximo de material para ajudar a investigação a avançar, tentar compreender o que aconteceu e determinar quem é responsável", explicou um porta-voz do primeiro-ministro.

"Nunca deixaremos esses terroristas ganharem", declarou David Cameron mais cedo, na saída de uma reunião de emergência de seu governo dedicada aos atentados. Cameron conversou com seu colega belga, Charles Michel, ao qual manifestou suas condolências e ofereceu ajuda.

As cidades de Nova York e Washington reforçaram sua segurança e enviaram equipes antiterroristas para áreas de grande fluxo de pessoas, assim como estações de trem, nesta terça-feira - informou a Polícia nova-iorquina.

"A Polícia de Nova York acompanha de perto a situação na Bélgica e está em estreito contato com nossos sócios internacionais e com o FBI (a Polícia Federal americana). Até que saibamos mais, a Polícia mobilizou recursos antiterroristas adicionais", declarou o porta-voz adjunto da Polícia de Nova York, Stephen Davis, em um comunicado.

"Essas equipes foram enviadas para zonas de grande fluxo de pedestres e zonas de transporte na cidade, por excesso de precaução, para garantir uma presença policial e tranquilizar o público", completou.

Davis esclareceu, porém, que "não se conhece nenhuma indicação de que os atentados de Bruxelas tenham relação com Nova York". Ainda assim, garantiu, que se acompanhará de perto "a situação na Bélgica com a força antiterrorista e com o FBI, e ajustaremos as mobilizações policiais em função disso".

Na capital americana, por precaução, também se aumentou o efetivo das patrulhas policiais nas estações de metrô. Três explosões no aeroporto e no metrô de Bruxelas deixaram pelo menos 34 mortos e mais de 200 feridos.

Essas deflagrações foram cometidas depois da detenção, na última sexta-feira, em Bruxelas, de Saleh Abdeslam. Ele é o principal suspeito dos ataques terroristas de Paris em 13 de novembro passado, após quatro meses de fuga.

Uma terceira bomba que estava no Aeroporto de Bruxelas foi neutralizada nesta terça-feira por autoridades policiais, afirmou a porta-voz do aeroporto, Florence Muls.

De acordo com a Florence, o artefato foi detonado através de uma "explosão controlada".

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Esquadrões anti-bomba detonaram objetos suspeitos em ao menos duas outras localidades da capital belga - a estação de Maelbeek, onde outra explosão matou ao menos 20 pessoas mais cedo, e nas proximidades da Universidade de Bruxelas. Autoridades disseram que os dois artefatos não continham explosivos.

Hoje, o executivo-chefe do aeroporto de Zaventem, Arnaud Feist, afirmou que o terminal ficará fechado ao menos até quarta-feira. "Hoje é um dia triste para o Aeroporto e para a Bélgica de um modo geral", disse Feist. "Nossos pensamentos estão com as vítimas desses atos covardes."

Mais de 600 voos estavam agendados para esta terça-feira no Zaventem. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

Metrô, ônibus, bondes e estações de trem estavam paralisados nesta terça-feira (22) em Bruxelas após os atentados que perturbaram o transporte aéreo e ferroviário na Europa e obrigaram a reforçar a segurança em muitas cidades.

De Londres a Roma, quase todos os governos intensificaram sua vigilância antiterrorista e reforçaram a proteção de certos locais, como estações, aeroportos ou centrais nucleares.

Em Bruxelas, "toda a nossa rede está atualmente fechada", indicou o operador de transporte público, STIB, no Twitter. O aeroporto internacional Zaventem, onde ocorreram as primeiras explosões às 07h00 locais (04h00 de Brasília), permanecerá fechado até as 06h00 (02h00 de Brasília) de quarta-feira. As grandes estações da cidade também permanecerão fechadas até nova ordem.

Este atentado na Bélgica teve repercussões em toda a Europa. O fechamento do aeroporto de Bruxelas provocou a anulação ou o desvio de mais de 1.000 voos, segundo cálculos da AFP. Os aviões em direção a Bruxelas no momento das explosões foram desviados a Charleroi, a Maastricht e a Amsterdã, na Holanda.

Cinco voos internacionais foram desviados a aeroportos franceses, informou a Direção Geral da Aviação Civil francesa (DGAC). Em virtude das anulações, a companhia EasyJet, que tinha 14 voos com destino ou procedência de Bruxelas nesta terça-feira, aconselhou seus clientes a verificarem o estado dos voos.

A Lufthansa, que como a Ryanair e a British Airways anulou seus voos a Bruxelas, colocou a disposição dos passageiros um número de urgência.

Em relação ao tráfego ferroviário, a circulação dos trens bala Thalys (conexão de Paris a Bruxelas, Amsterdã e Colônia) foi interrompido em todo o território belga. Os trens que já estavam circulando nos países vizinhos deram meia volta, informou o grupo à AFP.

Os Eurostar que unem Bruxelas e Londres também foram suspensos nos dois sentidos. Os que estavam em circulação pararam em Lille. O centro de crise do governo belga pediu que os moradores de Bruxelas "permaneçam onde estão".

Controles nas fronteiras

Assim como França e Alemanha, a Holanda também reforçou seus controles nas fronteiras com a Bélgica. Em Londres, Paris, Frankfurt, Copenhague e Praga foi intensificada a segurança nos aeroportos, estações e metrôs.

Em Barcelona, a polícia regional catalã mobilizou patrulhas com agentes antidistúrbios e unidades caninas. Na França, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, planeja mobilizar 1.600 policiais e gendarmes adicionais.

Para aumentar a segurança nos transportes públicos, as autoridades realizarão "medidas de controle e palpação sistemáticas". As estações parisienses seguem abertas, mas muitos policiais controlavam a estação Gare du Nord, de onde saem normalmente os trens para Bruxelas, constatou um jornalista da AFP.

Em relação às linhas de ônibus, a filial da companhia francesa SNCF Ouibus afirmou que as conexões entre França e Bélgica seguiam ativas. "É preciso prever grandes atrasos no conjunto das linhas internacionais", advertiu a Ouibus.

Na Holanda, o primeiro-ministro, Mark Rutte, "desaconselhou ir a Bruxelas" e afirmou que será realizado "um reforço das patrulhas nos aeroportos e em certas estações, sobretudo onde circulam trens internacionais".

Vários chefes de governo convocaram, por sua vez, reuniões de urgência, como a primeira-ministra polonesa, Beata Szydlo, ou o primeiro-ministro britânico, David Cameron. Após estas reuniões, será possível estabelecer medidas adicionais.

Desde os atentados de novembro, Paris assusta os turistas, que são agora menos numerosos na capital francesa, mas os que vão dizem relativizar os riscos e desfrutar do encanto da Cidade Luz.

Paris, a cidade mais visitada do mundo - 19 milhões de visitantes estrangeiros em 2014 -, não foi esvaziada de turista, nem muito menos, mas as filas para entrar no Museu do Louvre ou para subir na Torre Eiffel são menos densas desde os atentados jihadistas, que causaram 130 mortos e centenas de feridos em 13 de novembro.

As reservas nos hotéis baixaram 20%, calcula François Navarro, diretor do Comitê de Turismo da região parisiense. Muitos turistas, começando pelos japoneses, chineses e russos, desistiram da viagem. Estes clientes procedentes de países distantes não representam os maiores contingentes de turistas na França, mas são os que mais gastam dinheiro durante sua visita.

"Desde os atentados de Paris, 60% de nossos clientes que previam ir à França anularam a viagem ou modificaram seu destino", declara Wang Yang, da agência de viagens Liurenyou de Pequim. Guo Wei, intérprete chinesa, confirma esta tendência ao afirmar que vai "esperar para ver se o Estado Islâmico ataca novamente a França antes de planejar uma viagem".

Muitos turistas chineses consideram que a segurança na França "deixa bastante a desejar", completa Wang. Os atentados de janeiro contra o semanário Charlie Hebdo, um policial e um supermercado kosher já haviam afetado o setor turístico. Mas o movimento voltou ao seu ritmo normal três meses depois.

As repercussões dos atentados de novembro foram mais fortes porque os alvos dos ataques foram as varandas de bares e restaurantes e uma casa de shows. Contudo, Navarro espera que os números do setor voltem a aumentar em março, e destaca que nunca houve tantas medidas de segurança em Paris, "o que tranquiliza os turistas".

'A magia de Paris'

As autoridades francesas multiplicaram as iniciativas para favorecer o retorno dos turistas, em particular os asiáticos, como a redução do prazo para conceder vistos aos cidadãos chineses. No que diz respeito à segurança, foram mobilizados 10.000 militares para proteger os distintos lugares do país, os locais mais visitados contrataram companhias privadas de vigilantes para reforçar a proteção.

Annika, uma alemã de 23 anos que viaja sozinha pela primeira vez, declara-se "tranquilizada" pelas patrulhas militares nas ruas e pelo controle sistemático das bolsas nas entradas das lojas e de monumentos turísticos. "No início, não queria vir devido aos atentados, mas decidi não ceder ao medo" e agora "a magia de Paris acabou com todo o medo que restava".

Assim como Anikka, muitos turistas relativizam os riscos quando estão em Paris. Um casal de namorados, Joel Haywood e Yao, que vivem em Pequim, dizem que os atentados "podem ocorrer em qualquer lugar" e se mostram encantados com Paris, que é "como haviam nos falado". Os atentados fazem "parte da nossa história. Mas Paris continua sendo a capital do amor, da gastronomia e das compras", afirma Navarro.

Mark Woods e Samantha Arnold, um casal de turistas britânicos entrevistado em frente à catedral Notre Dame, compartilham desta visão romântica de Paris. "Acabou de me pedir em casamento. Isso demonstra esta visão", disse a jovem. Mark detalha que a pediu em casamento "debaixo da Torre Eiffel".

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