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Após decidirem formar uma federação partidária, a Rede Sustentabilidade e o PSOL chegaram a um acordo no qual os filiados dos dois partidos estarão liberados para apoiar candidatos diferentes na disputa pelo Palácio do Planalto. O acerto, porém, é informal: não vai constar no estatuto desse "casamento político", que, pela legislação, tem de contemplar disputas regionais e durar no mínimo 4 anos.

Enquanto o PSOL de Guilherme Boulos pretende subir no palanque de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), algumas das principais lideranças da Rede estarão com Ciro Gomes (PDT).

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"No Estatuto, pactuamos o direito à divergência pública, sem caracterizar infidelidade partidária. Temos nosso querido Randolfe (Rodrigues, senador pelo Amapá) e vários outros apoiando Lula, eu e outros apoiando Ciro. Outros ainda podem apoiar candidaturas distintas, desde que pautadas no conteúdo programático da Plataforma 18.", disse ao Estadão a ex-senadora petista Heloísa Helena, porta-voz da Rede.

Além dela, a ex-ministra Marina Silva também já sinalizou apoio a Ciro. Embora cortejada como vice do pré-candidato do PDT, tal arranjo seria impossível sem que a federação da Rede e PSOL definisse o apoio formal a ele, o que já é descartado por dirigentes das duas siglas. Já Randolfe Rodrigues apoia Lula e passou a integrar a coordenação da campanha petista.

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, ponderou que a federação terá apenas uma posição na eleição. "O estatuto e o programa preveem entre autonomia política e uma identidade programática mínima. A federação terá uma posição na eleição. Os casos que contrariarem essa posição serão tratados por cada um dos partidos", disse o dirigente.

A divergência entre as duas siglas expõe um dilema enfrentado por outros partidos menores que já decidiram compor uma federação com o PT e temem ser "engolidos" pela predominância petista: PCdoB e PV.

"Mesmo mantida a identidade partidária, a federação tem uma direção única e ela vai tomar as decisões importantes, como os palanques, cargos no parlamento e direções. Quem terá protagonismo na federação será o maior partido", afirmou o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do Grande ABC.

Foice, martelo e meio ambiente

Antes de bater o martelo com o PT, o PCdoB estava dividido internamente sobre com quem seria melhor formar uma federação. Uma ala do partido defendeu a tese que a união com o PSOL e Rede seria o melhor caminho, já que nenhuma das agremiações é muito maior que a outra.

Na prática, isso significaria uma divisão mais equilibrada de poder no consórcio partidário. Mas, como prevaleceu a proposta de uma construção com o PT e o PV, o desafio agora para os comunistas é manter a identidade e lutar por espaço na futura executiva unificada.

"Quando a assimetria entre os partidos é muito grande, a governança é mais complicada. A federação prevê autonomia plena para os partidos, mas no parlamento é uma bancada só, assim como nas eleições", admitiu o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).

Para administrar os interesses divergentes nas eleições, os três partidos vão criar uma "mesa permanente" de negociação. Segundo Silva, cada sigla terá o seu programa, mas vai haver uma base unificada de ação parlamentar. "O PCdoB tem vida além das eleições. É um partido que existe nos bairros e nos movimentos sociais", disse o deputado.

No caso do PV, a demanda junto ao PT é para reforçar as bandeiras ambientais, além do apoio da federação para seus únicos pré-candidatos a governador: Leandro Grass, no Distrito Federal, e Rudson Leite, em Roraima.

"Vamos lutar para imprimir na federação um modelo de desenvolvimento sustentável. Estamos tentando ser o mais cordatos possível entre nós. Sobre os cargos no Congresso, isso vai depender do talento dos nossos deputados para negociar", afirmou Penna.

Procurada, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não se manifestou. Os partidos têm até o dia 31 de maio para formalizar a federação, prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral.

O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) questionou a postura de Guilherme Boulos (PSOL), definido por ele como "alguém que fala em socialismo", de apoiar a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em outubro e, por consequência, o ex-governador Geraldo Alckmin, provável vice da chapa petista.

"Não adianta ser crítico de goela e depois vai lá e apoia, faz campanha", disse o pedetista. "Crítico sou eu, que não voto mais em bandido nem a pau, nem que me ponha a faca no pescoço". A declaração foi feita durante um seminário sobre corrupção promovido pelo PDT, nessa segunda-feira (14), em São Paulo.

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Ciro também criticou o fato de Boulos e o ex-governador serem antigos adversários do mesmo Estado e estarão juntos agora. Boulos é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e pré-candidato do PSOL ao governo paulista. Antes de Alckmin ser aventado como vice de Lula, o ex-tucano chegou a cumprir agenda de pré-candidato ao governo do Estado, até mesmo liderando a disputa.

O próprio Boulos já fez duros ataques ao ex-governador, que estava à frente do Estado em 2012, na desocupação da comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos, no interior do Estado. A ação da Polícia Militar deixou ao menos dez feridos e 30 pessoas presas. Ainda assim, ao lado do presidente do PSOL, Juliano Medeiros, o líder do MTST é o principal articulador do partido pelo apoio à campanha de Lula. Apesar da contrariedade em relação a Geraldo Alckmin, a sigla está disposta a ceder nesse quesito em nome de uma "frente ampla" contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em artigo publicado na imprensa na semana passada, Boulos afirmou que vê no petista a pessoa com maior capacidade de unir forças contra o atual chefe do Executivo.

A alta dos combustíveis tornou-se motivo para mais um embate entre os pré-candidatos à Presidência da República nas redes sociais. Após a Petrobras anunciar um reajuste significativo dos preços, os presidenciáveis trocaram acusações sobre a responsabilidade do aumento, enquanto o entorno do presidente Jair Bolsonaro (PL) comemorou a mudança do cálculo do ICMS, aprovada no Senado nesta quinta-feira (10), tentando reforçar a interpretação de que a escalada dos preços se devia majoritariamente aos governos estaduais.

O aumento nas refinarias de 24,9% no preço do óleo diesel, de 18,7% da gasolina e de 16% do gás de botijão, válido a partir desta sexta-feira (11), deverá aumentar entre 0,5 e 0,6 ponto porcentual a inflação oficial do País, que, no ano, deve passar da casa de 6%, de acordo com cálculos de economistas, como mostrou o Estadão.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi ao Twitter argumentar que a gasolina está cara porque a BR Distribuidora foi privatizada. Segundo ele, o País seria autossuficiente para produzir o combustível, logo, estaria sendo prejudicado pela importação. "Agora você tem empresas importando gasolina dos Estados Unidos em dólar enquanto temos auto suficiência (sic) e produzimos petróleo em reais", publicou.

O presidenciável Felipe d'Avila (Novo) deu destaque à postagem do petista em seus perfis e escreveu: "um tweet, quatro mentiras". Ele rebateu o argumento de Lula afirmando que a distribuidora era "saqueada" durante os governos do PT. Também disse que o País importa combustível por não ter capacidade de refinar todo o volume que extrai nacionalmente. Ainda segundo o pré-candidato, o fato de a cadeia do petróleo ser global faz com que seja falso dizer que se "produz em reais".

Em resposta à mesma publicação de Lula, o presidenciável Sérgio Moro (Podemos) levantou o tema do combate à corrupção, sua principal bandeira na política. "Sabe por que a Petrobras ainda existe, Lula? Porque a Lava Jato impediu que o governo do PT continuasse saqueando e desviando recursos da maior estatal do Brasil", escreveu o ex-ministro.

Quanto ao aumento dos preços, Moro propôs que o País estimule a produção de energias renováveis, "com foco em energia eólica, solar, etanol e hidrogênio verde". O mesmo modelo é defendido por d'Avila, que já disse em entrevistas que o Brasil deveria deixar de priorizar os combustíveis fósseis.

"Enquanto isso todos brasileiros sofrem, mesmo vivendo num país que tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo, e vendo concessionárias da Petrobras vendidas a preço de banana", publicou em sua rede social o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, logo após o anúncio do aumento. "Até quando vamos suportar este absurdo?" Declaradamente contrário à privatização, o pedetista ainda criticou os "bônus milionários" dos "barões acionistas" da empresa.

No colo dos governadores

No entorno de Bolsonaro, o esforço foi para jogar a conta no colo dos governadores. O chefe do Executivo já afirmou, em outras ocasiões, que o culpado pelo alto preço da gasolina é o ICMS, tributo arrecadado pelos Estados. Ontem, foi aprovado o projeto que muda o cálculo da tributação, fazendo com que o imposto passe a ser cobrado sobre o litro de combustível, e não mais sobre o preço final do produto. O texto era apoiado pela equipe econômica do governo.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) comemorou a decisão, alegando que a mudança faria o "povo pagar mais barato", e usou a ocasião para criticar governadores que não querem abrir mão da arrecadação em ano eleitoral. "Governadores demonstram não estarem muito preocupados com o povo, mas com outras prioridades", publicou.

Na mais recente transmissão da sua tradicional live às quintas-feiras, o presidente Bolsonaro reconheceu que o preço dos combustíveis está alto e lamentou que "muitos caminhoneiros" podem parar por conta disso. Entretanto, o presidente reforçou que o descontentamento dos motoristas, segundo ele, se deve à "carga tributária" sobre o produto.

"O Senado hoje já fez sua parte, a Câmara deve fazer também, e a gente vai tirar o impacto de 60 centavos por litro. É muito dinheiro", afirmou. Depois, ao fazer um cálculo da economia para uma viagem de Brasília a São Paulo, o mandatário disse que o impacto seria de 90 centavos, não 60, por litro. Bolsonaro ainda argumentou que, sem o aumento de preços dos combustíveis (após congelamento de 57 dias) poderia haver desabastecimento no País: "É pior. Alguns querem que eu vá à Petrobras e dê murro na mesa, não é assim".

A política de preços e o destino da própria Petrobras têm mobilizado a pré-campanha. Lula destaca que não pretende privatizar a empresa e que deve derrubar a dolarização e vinculação ao mercado internacional. Pré-candidato do PDT, Ciro Gomes vai na mesma linha. Já Moro e o presidenciável do PSDB, João Doria, têm debatido o modelo de privatização.

Mais uma pesquisa mostra a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra os seus adversários na corrida pela Presidência. O levantamento do Ipespe divulgado nesta sexta-feira (25), confirma Lula com 43% e Jair Bolsonaro (PL) com 26%.

O petista manteve o mesmo percentual que obteve na última pesquisa do Ipespe divulgada no dia 11 de fevereiro deste ano. Já Bolsonaro variou com um ponto a mais, dentro da margem de erro. 

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Sérgio Moro (Podemos) aparece em terceiro lugar com os mesmos 8% das intenções de voto da pesquisa divulgada na primeira quinzena deste mês. O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), que estava empatado com o ex-ministro da Justiça, perdeu um ponto e agora aparece em quarto lugar com 7%.

João Dória (PSDB) tem 3%, André Janones (Avante) 1%, Simone Tebet (MDB) 1% e Felipe D'ávila (Novo) fecha a lista com 1%.

Segundo turno

Em um possível segundo turno, o ex-presidente Lula venceria todos os candidatos. Contra Bolsonaro, o petista teria 54% contra 31%. Se disputar contra Moro, o ex-presidente conseguiria 52% dos votos contra 31% do ex-juiz. 

Bolsonaro, no entanto, ganharia apenas para o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Seria 39% contra 35%, uma vitória bem apertada para o atual presidente do Brasil. 

A pesquisa foi realizada do dia 21 a 23 de fevereiro e cerca de mil pessoas de todo o país foram entrevistadas por telefone. A margem de erro é de 3.2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O pré-candidato do PDT à Presidência, ex-ministro Ciro Gomes (PDT), descartou nessa quarta-feira (23) a possibilidade de apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um eventual segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Nunca mais farei campanha para bandido nesse País, nem que o pau tore. Por isso eu tenho que estar no segundo turno", disse o pedetista, sem citar diretamente o ex-presidente.

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Ciro falou durante painel no CEO Conference 2022, evento do banco BTG Pactual. O pré-candidato respondia a uma pergunta sobre se irá para Paris caso não esteja no segundo turno, como fez em 2018. A viagem frustrou as expectativas de apoio dele à candidatura de Fernando Haddad (PT).

"Eu não fui para Paris para não votar. Eu voltei e votei no Haddad", defendeu.

Com a viagem, porém, Ciro evitou fazer a campanha do segundo turno ao lado do PT. A atitude gerou críticas na esquerda, que o acusou de se omitir e beneficiar o então candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que venceu a eleição.

O ex-ministro voltou a contestar as análises que aponta não haver, na disputa eleitoral de 2022, espaço para crescimento de um nome alternativo a Lula e ao presidente Bolsonaro, respectivamente líder e vice-líder nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência. Também discordou que o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) seja o candidato mais competitivo da chamada terceira via.

"Há um elemento instável, que é o nosso povo. Sistematicamente, a gente não aprende, que o nosso povo se comporta como rebelde perante as coisas", afirmou.

Ciro citou exemplos de imprevisibilidade nas eleições passadas. Um deles foi o atentado à faca contra a vida de Bolsonaro, que impulsionou as intenções de voto do atual presidente, em 2018.

"Em fevereiro de 18, ninguém dava a menor bola, fomos minimizando o risco Bolsonaro", disse ele. "Veio uma facada e pronto: o homem está eleito. O resultado prático é que o número de mortes por covid é quatro vezes maior que a média mundial. E esse resultado é motivado pela política genocida do presidente."

Questionado sobre como seria sua relação com o Congresso caso eleito, Ciro disse que acabaria no primeiro dia de governo com as emendas de bancada e de relator. Essas geraram o esquema do Orçamento Secreto, controlado por parlamentares e revelado pelo Estadão.

O pedetista afirmou também que levará a plebiscito projetos importantes que tenham resistência do Legislativo.

"Vou substituir essa rendição imobilista que só dá crise. "Governar desse jeito e com essa gente é a certeza do fracasso", criticou.

O pastor Silas Malafaia, fiel defensor do presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que Lula (PT), Ciro Gomes (PDT) e Sérgio Moro (Podemos) "vão quebrar a cara com" a população evangélica neopentecostal do país. Segundo o pastor, os evangélicos continuam firmes em apoio ao Bolsonaro.

“O que é esse jogo de Ciro, Lula e Moro? Eles perceberam que Bolsonaro foi eleito graças ao voto dos evangélicos. Nós representamos 32% do eleitorado. Só que os sistemas e os meios que estão usando não são meios para conquistar. Estão enganados e vão quebrar a cara com os evangélicos", disse Silas Malafaia em entrevista ao site Metrópoles.

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No dia 26 de janeiro deste ano, a pesquisa Moldamais/Futura confirmou que o atual presidente realmente continua sendo o preferido pelo eleitorado evangélico, com 41,6% dos entrevistados tendo declarado que devem votar em Bolsonaro.

Por outro lado, o levantamento mostra que o ex-presidente Lula é mais consolidado no voto dos católicos (40,8%) e pessoas sem religião (47,3%).

Silas Malafaia debochou dos líderes religiosos que declararam que não devem apoiar o presidente Jair Bolsonaro. “Sei quem é quem no mundo evangélico. Quem está com Moro, com Ciro e com Lula não representa 1% dos evangélicos. São famosos zé-ninguém. Fico dando gargalhada”, pontua.

A nova pesquisa Quaest/Genial, divulgada nesta quarta-feira (9), mostrou que o ex-presidente Lula (PT) ainda é o líder das intenções de voto. O petista aparece com um percentual superior à soma dos concorrentes, mas o que chamou atenção foi o alto índice de indecisos.

As intenções de voto de Lula variam entre 45% e 47% no primeiro turno, que tem como segundo colocado o presidente Bolsonaro, entre 23% e 26%.

Outro destaque foi o alto número de indecisos. Na pesquisa espontânea, 48% mostraram que não sabem em quem votar e 4% expuseram o desejo de votar em branco ou nulo.

Fidelidade

A pesquisa Quaest também verificou que seis em cada 10 eleitores, equivalente a 58% dos entrevistados, devem manter a escolha do voto. Outros 40% não descartam mudar de opção.

Os fiéis a Bolsonaro representam 65%, enquanto Lula conquistou a fidelidade de 74% dos seus eleitores.

Contra os candidatos que já lançaram pré-campanha e outros possíveis postulantes à Presidência, Lula lidera com 45%. O índice representa dois pontos a mais que a soma dos concorrentes.

A segunda posição ficou com Bolsonaro, que pontuou com 23%, a terceira ficou dividida entre Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) com 7%. João Doria (PSDB) e André Janones (Avante) aparecem em seguida com 2%. Simone Tebet (MDB) obteve 1%, enquanto Rodrigo Pacheco (DEM) e Felipe D'Ávila (Novo) não pontuaram. Nulo e brancos são 8% e indecisos 5%.

O segundo turno também mostrou a vantagem do ex-presidente, de acordo com o estudo. Ele se manteve à frente em todos os cenários ao pontuar entre 56% e 51%. O registro de brancos e nulos variam entre 13% e 26%.

Entre os possíveis derrotados, Bolsonaro marcou 30%, Moro obteve 28%, Ciro ficou com 24%, Doria com 16% e André Janones com 14%.

Metodologia

O estudo foi feito por meio de entrevistas presenciais com dois mil eleitores das 27 unidades federativas, entre os dias 3 e 6 de fevereiro. Com 95% de confiança, a margem de erro é de dois pontos percentuais.

Ao comentar a formalização da aliança entre o PSD e o PDT para as eleições estaduais no Rio, fechada na última quarta-feira, 2, o pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "despolitizar" o debate eleitoral e de "destruir" partidos aliados, como PSOL e PSB, na formação de palanques regionais para as eleições gerais de outubro. O pré-candidato, que veio ao Rio se encontrar com o prefeito Eduardo Paes (PSD), disse que gostaria de ter o apoio do partido no plano nacional, mas esperará por uma decisão.

"O Brasil está vivendo um plebiscito, em que a força dominante, na proporção de 70% a 80%, é contra (o presidente Jair) Bolsonaro. E o Lula está tentando que a questão seja só essa, quando a questão não é só essa. Derrotar o Bolsonaro é uma questão gravíssima, urgente, imediata, mas mais grave do que ela é o que pretendemos colocar no lugar da terra arrasada que vai ficar. Nesse sentido, o Lula tem despolitizado o debate de forma muito perigosa", afirmou Ciro, após participar de reunião do secretariado da Prefeitura do Rio, na manhã deste domingo, 6.

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Segundo o pré-candidato do PDT, o PT errou porque, ao longo de quatro mandatos, não mudou instituições nem ofereceu uma estratégia para fazer o País voltar ao crescimento econômico e ao desenvolvimento.

A aliança entre PDT e PSD no palanque fluminense foi costurada por Paes e pelo presidente nacional do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi. A aliança se dá em torno dos nomes do ex-prefeito de Niterói (RJ) Rodrigo Neves (PDT) e do ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Felipe Santa Cruz (PSD). A definição de quem encabeçará a candidatura a governador ficará para depois.

Ciro acusou Lula de "destruir" partidos aliados na formação dos palanques regionais ao ser questionado sobre como ficará a divisão do palanque no Rio entre a sua candidatura e a do PSD, já que o presidente do partido, Gilberto Kassab, tem repetido publicamente que terá candidato próprio a presidente por enquanto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é o mais cotado para sair candidato. Paes deixou a reunião de seu secretariado sem falar com a imprensa, ao lado de Ciro.

"No Rio, fizemos um entendimento que é local, não tem a ver com a questão nacional, ainda", afirmou Ciro, que minimizou o fato de Paes, de quem se disse amigo, não ter acompanhado a entrevista ao seu lado. "Hoje, ele (Paes) tem uma delicadeza que eu respeito muito. Ele pertence a um partido que tem candidato (a presidente). Não sou como Lula, que está destruindo os partidos, o PSOL, o PCdoB, o PSB, porque, para o Lula, tem que ficar o PT sozinho. O único partido progressista que resiste a esse assédio é o PDT, já desde antes, com o Brizola. Mas eu, não. Eu respeito muito e quero que o PSD tenha o tempo dele. Gostaria muito de ter esse apoio, mas respeito o tempo deles", afirmou Ciro.

Na quarta-feira, Paes ignorou o plano nacional, ao comentar a aliança regional com o PDT nas redes sociais. "Os desafios do Rio são muito grandes. Felipe (Santa Cruz) e Rodrigo (Neves) representam um projeto consistente e maduro para fazer nosso Estado voltar a dar certo. Lembrem-se do ex-juiz em 2018. Não temos mais como errar", escreveu Paes no Twitter, numa referência a eleição de Wilson Witzel (PSC) em 2018.

Sobre as articulações no plano nacional, Ciro disse também que é preciso "paciência, paciência e paciência". Segundo o pré-candidato, as articulações são conduzidas por Lupi. Ao lado de Ciro neste domingo, o presidente do PDT afirmou que, no momento, "todo mundo conversa com todo mundo" e garantiu que Ciro será candidato em outubro. A definição de apoios dependerá do desempenho nas pesquisas de intenção de voto. Março, prazo final para as filiações a partidos políticos dos candidatos, e julho, prazo para a formalização das coligações partidárias, são datas importante, disse Ciro.

O pré-candidato do PDT e o ex-prefeito Neves aproveitaram também para criticar o pré-candidato do PSB ao governo fluminense, o deputado federal Marcelo Freixo, que terá o apoio do PT. Para Ciro, Freixo se rendeu ao "jogo de Lula".

A pesquisa Moldamais/Futura foi divulgada nessa quarta-feira (26) e colocou o ex-presidente Lula (PT) como o candidato com maior aceitação do eleitorado católico e o presidente Jair Bolsonaro (PL) como o preferido pelos evangélicos.

O levantamento destacou o recorte religioso com a intenção de voto de católicos, espíritas, evangélicos e pessoas sem religião.

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Bolsonaro foi mais citado por evangélicos (41,6%), por pessoas que não sabem ou não responderam (33,8%) e por pessoas de nenhuma das religiões citadas (35,4%).

A pesquisa mostrou que Lula é mais consolidado no voto dos católicos (40,8%) e pessoas sem religião (47,3%).

O empate técnico em relação ao voto espírita chama atenção. Bolsonaro assume a liderança mínima com 31,4% do público, enquanto Lula fica atrás com 30,5%.

Fora da polarização, Sergio Moro (Podemos) teve seu melhor desempenho entre os espíritas (13,5%) e Ciro Gomes (PDT) entre pessoas de religiões não citadas no estudo (8,2%).

Fotos: (1) Alan Santos/PR - (2) Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) defendeu nesta segunda-feira, 24, a realização de plebiscitos para consultar a população sobre reformas propostas por seu governo, se eleito. O pedetista afirma querer impedir o que chamou de "negociações de gabinete" e a aprovação de textos por meio de práticas de "toma lá, dá cá".

Segundo o presidenciável, essa é a linguagem dominante no governo atual, mencionando o pacto firmado pelo presidente Jair Bolsonaro com o Centrão - o que, segundo ele, ocorre graças à herança petista. "Vou levar as reformas a voto direto do povo brasileiro, para que a maioria possa ganhar contra uma minoria poderosa que domina o Brasil", afirmou à Rádio Bandeirantes, mas sem mencionar que terá de obter aval do Congresso para levar adiante qualquer tipo de consulta popular.

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Plebiscitos são raros na história democrática recente brasileira. O último ocorreu em 1993, quando a população foi chamada para decidir que tipo de governo deveria ser adotado no País - monarquia parlamentar ou República e parlamentarismo ou presidencialismo. O resultado manteve o sistema atual presidencialista.

Ciro também condenou a reeleição para o cargo de chefe do Executivo e afirmou que pretende propor o fim do dispositivo em prol da aprovação das reformas - medida que também deverá passar pelo Congresso. Ele classificou a tomada de decisões com a intenção de se reeleger como uma "tragédia" para o País.

"As reformas serão propostas todas no primeiro semestre, e eu vou oferecer aos políticos o fim da minha própria reeleição para que eles não tenham medo de que, acertando a mão, eu queira ser beneficiado por uma reeleição, que é uma tragédia no Brasil", disse.

'Acordão'

O pedetista insinuou a existência de um "acordão" entre Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro, com intermediação do ex-presidente Michel Temer, para que ambos baixassem o tom um contra o outro e, assim, diminuíssem as chances de sucesso da "terceira via". O ex-ministro disse acreditar que Lula e Bolsonaro compartilham da interpretação de que só vencerão as eleições se disputarem um contra o outro. "Sabe aquela visita do Temer ao Bolsonaro após o Sete de Setembro? Antes, Temer se acertou com Lula", afirmou. "O Lula está combinando com Bolsonaro de os dois não irem aos debates para que o povo brasileiro vote no escuro".

Ciro rompeu definitivamente com as lideranças do PT em outubro do ano passado, quando disse ao Estadão que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria conspirado pelo impeachment de Dilma Rousseff. Na entrevista desta segunda-feira, Ciro reforçou a acusação, apontando a aproximação do presidenciável petista com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que presidia o Senado na ocasião do impedimento.

O presidenciável também atacou a candidatura do ex-juiz Sérgio Moro. Ele acusou o pré-candidato do Podemos de corrupção passiva por, segundo ele, ter aceitado a vaga de ministro no governo Bolsonaro com a intenção de ser indicado pelo presidente para o Supremo Tribunal Federal (STF). Ciro também acusou Moro de obter vantagem indevida ao ser contratado pela consultoria americana Alvarez & Marsal, responsável pelo processo de recuperação judicial da Odebrecht, construtora envolvida em condenações da Lava Jato.

O levantamento do PoderData divulgado neste sábado (22) mostrou que o governador de São Paulo João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) são os pré-candidatos à Presidência com o maior índice de rejeição. Ciro Gomes (PDT) apareceu como segunda opção dos eleitores.



A pesquisa analisou três cenários: "o único em que votaria", "poderia votar nele" e "não votaria de jeito nenhum".



Na lista de cancelados, Doria assume a primeira posição com 59%, seguido por Bolsonaro (56%), Sergio Moro (Podemos) com 51%, Ciro Gomes (50%) e o ex-presidente Lula (PT), que não será a escolha de 38% dos entrevistados.



Em contraposição, o petista surge como o pré-candidato mais bem avaliado. Ele representa a única opção de 39% do eleitorado. Bolsonaro é o segundo mais bem cotado com 26% e ficou na frente de Moro (15%), Ciro (10%) e Doria (6%).



Ciro Gomes entre o embate Lula x Bolsonaro



Ciro Gomes ganhou destaque como a segunda opção de voto de 33% dos eleitores. Moro (29%), Doria (26%), Lula (16%) e Bolsonaro (12%) completam a lista. O recorte acentuou ainda mais a polarização política entre os dois principais concorrentes.



O PoderData ouviu três mil eleitores de 511 municípios em todo o Brasil de 16 a 18 de janeiro. O estudo tem a variação de dois pontos percentuais para mais ou menos.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue liderando as pesquisas de intenções de votos para as eleições. Um levantamento feito pelo PoderData, divulgado nessa quinta-feira (20), aponta que o líder petista chegou a 42% da preferência dos entrevistados. O percentual é quase igual ao somatório de todos os adversários pesquisados. Em dezembro, na última pesquisa, Lula apareceu com 40% das menções. 

De acordo com os dados, o presidente Jair Bolsonaro (PL) é o preferido para 28% dos eleitores que responderam ao levantamento, em dezembro era 30%. Em terceiro lugar vem o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), com 8%; seguido de Ciro Gomes (PDT), com 3%; o governador de São Paulo (PSDB), João Doria, 2%, André Janones (Avante) também com 2% e Simone Tebet (MDB) e Alessandro Vieira (Cidadania), cada um com 1%.

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Segundo o PoderData, o empate técnico entre Lula e o somatório dos demais candidatos indica uma possível vitória em primeiro turno, com 50% dos votos válidos. Em caso de um segundo turno contra o atual segundo lugar, Bolsonaro, Lula aparece com 54%  e o mandatário nacional 32%.

A pesquisa ouviu 3.000 eleitores por telefone entre 16 e 18 de janeiro. A margem de erro de 2 pontos percentuais.

O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) divulgou, nesta quarta-feira (19), o slogan para sua campanha nas eleições presidenciais deste ano. A frase "Ciro - a rebeldia da esperança", segundo o pedetista, "é o lema" da vida dele.

Em publicação no Twitter, ao fazer o anúncio, Ciro disse que "a ansiedade é tanta que decidi antecipar esta logomarca para vocês". "Esta frase é mais que um slogan, é o lema da minha vida ! Há mais surpresas na sexta. Vamos que vamos", completou.

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A oficialização da pré-candidatura de Ciro Gomes acontecerá na sexta-feira (21), às 15h30, logo após a Convenção Nacional do PDT, na sede do partido, em Brasília. Devido ao avanço da pandemia, principalmente pela variante Ômicron, o evento ocorrerá de forma virtual.

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A menos de nove meses das eleições presidenciais deste ano, os discursos dos pré-candidatos ao Palácio do Planalto vão ganhando forma. Ciro Gomes (PDT), por exemplo, pediu nesta terça-feira,11, consciência por parte de líderes progressistas para discutir soluções e implementar um projeto nacional para o País. É o mesmo discurso tema do seu livro recente e defendido pelo pedetista nas campanhas anteriores.

"Peço um mínimo de consciência aos líderes 'progressistas' deste País. O Brasil exige de nós que lutemos contra a despolitização. Vamos fazer um amplo e generoso debate sobre os problemas e as soluções para o Brasil", pediu em publicação no Twitter. De acordo com Ciro, há uma tarefa muito maior do que derrotar Jair Bolsonaro (PL), "porque ele é resultado de um velho problema: o colapso de um país que não tem projeto nacional", afirmou.

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Nos próximos meses os discursos devem se tornar mais consistentes, com os primeiros esboços dos projetos dos presidenciáveis apresentados. Na última pesquisa Datafolha, divulgada em meados de dezembro, Ciro aparece apenas com 7% das intenções de voto, o que o coloca em quarto lugar, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de Bolsonaro e do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos).

O pedetista ainda ressaltou que "a tarefa é muito maior do que derrotar Bolsonaro". Segundo a avaliação dele, "porque ele é resultado de um velho problema: o colapso de um país que não tem projeto nacional".

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Diante do impasse para fechar aliança com o PT em Estados definidos como "joias da coroa", a cúpula do PSB decidiu fazer um movimento paralelo. Quer filiar o ex-governador Geraldo Alckmin, mas pode agora oferecê-lo como "dote" ao PDT de Ciro Gomes. Dirigentes do PSB procuraram o comando pedetista e marcaram um almoço para a próxima semana, em São Paulo, na tentativa de abrir novo canal de negociação.

Sem partido desde que deixou as fileiras tucanas, no último dia 15, Alckmin prefere entrar no PSB e ser vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto, em 2022. Mas, como a cada semana surge um problema, tanto ele como os líderes da sigla saíram em busca de alternativas.

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A ideia é dar um ultimato ao PT e mostrar que os socialistas não estão dispostos a abrir mão de candidaturas próprias em Estados como São Paulo e Rio Grande do Sul, por exemplo. Nas conversas, acenam com a hipótese de montar uma federação e casar de papel passado com o PDT, o PV e a Rede até as eleições de 2026. Fundadora da Rede, a ex-ministra Marina Silva, que amargou derrotas na últimas três disputas presidenciais, tem se aproximado de Ciro, embora deteste o marqueteiro da campanha, João Santana, autor de agressiva estratégia contra ela em um passado não muito distante.

O movimento do PSB é visto com ceticismo pelos petistas, para quem tudo não passa de um jogo de cena do grupo do presidente do partido, Carlos Siqueira, para valorizar o passe. Siqueira tem dado declarações duras desde o último encontro com Lula, há 11 dias. Disse, por exemplo, que o PT precisa decidir se seu objetivo é "formar uma frente ampla" para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e eleger Lula ou se é "disputar os governos nos Estados" e tratar como adversário quem pode ser seu principal aliado.

"Esse negócio do PSB com o PT não tem como dar certo, mesmo porque Lula, com 46% (das intenções de voto), acha que já está com a mão na taça", disse ao Estadão o presidente do PDT, Carlos Lupi. "Nós vamos conversar. Acho que o PSB tem muito mais afinidades com o PDT."

Não está claro, ainda, qual papel Alckmin desempenharia em um arranjo assim. Motivo: há, nos bastidores, forte pressão da bancada de deputados federais do PDT para que Ciro desista da candidatura à sucessão de Bolsonaro, caso não consiga decolar até março. O ex-ministro enfrenta dificuldades para se mostrar competitivo no pelotão da terceira via, principalmente depois da entrada do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) no páreo presidencial.

'INDESISTÍVEL'

A portas fechadas, parlamentares do PDT observam que, ao invés de ter candidato próprio ao Planalto, o partido deveria privilegiar a distribuição de recursos para os concorrentes à Câmara. O tamanho da bancada influencia na divisão do fundo eleitoral entre as legendas.

"Eu não sei o que o PSB vai querer, mas Ciro não desiste e eu também sou 'indesistível'. Para não ter mais esse tititi, quero deixar claro: não estamos gastando esse dinheiro todo com o João Santana para nada", afirmou Lupi.

Para frear o aumento das especulações sobre a retirada de Ciro, principalmente após a operação da Polícia Federal que o alvejou, a cúpula do PDT decidiu criar um fato político.

Em uma estratégia antecipada, o partido fará o pré-lançamento da candidatura de Ciro, em Brasília, no dia 21 de janeiro de 2022. No ato, o PDT vai apresentar a nova marca da campanha, que pretende transformar o estilo brigão e explosivo do ex-ministro em ativo eleitoral. Um dia depois, em 22 de janeiro, o partido homenageará o ex-governador Leonel Brizola, que completaria 100 anos na data.

PALANQUE

O PDT precisa de um palanque forte para Ciro em São Paulo e também está conversando com Guilherme Boulos, do PSOL, partido que sempre se opôs a Alckmin. Pode apoiá-lo na disputa ao Palácio dos Bandeirantes. O ex-governador e Ciro, por sua vez, se dão muito bem e têm uma afinidade regional: os dois são de Pindamonhangaba, cidade do interior paulista. Uma aliança para que Alckmin seja vice nessa chapa, porém, é considerada difícil.

O ex-tucano também já foi convidado para se filiar ao Solidariedade, ao PSD do ex-ministro Gilberto Kassab, ao União Brasil e ao próprio PDT, mas continua preferindo o PSB. Só que os embaraços para a formação da federação de partidos com o PT - um casamento que precisa durar no mínimo quatro anos - têm atrapalhado o avanço das negociações.

Ao oferecer Alckmin como vice de Lula, o PSB exigiu o apoio do PT a seus candidatos aos governos de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Acre. Os petistas não aceitam esse acordo. Avaliam que, pela primeira vez, o PT tem chances de derrotar o PSDB na corrida ao Bandeirantes, com Fernando Haddad. Irritada com as exigências do grupo de Siqueira, a direção petista também decidiu esticar a corda e lançar o senador Humberto Costa ao governo de Pernambuco.

"O Brasil não pode ficar submisso a vontades pessoais", argumentou o ex-governador de São Paulo Márcio França, amigo de Alckmin e pré-candidato do PSB ao Bandeirantes. Na prática, a aliança entre o PT e o PSB para montar a dobradinha dos sonhos de Lula tem sido comparada agora a um jogo de estratégia. Trata-se de uma batalha na qual todos querem conquistar territórios. "Mas precisamos encaixar as engrenagens partidárias", avisou França. 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quarta-feira uma publicação no Twitter sobre a morte do escritor e jornalista mineiro José Maria Rabelo, um dos fundadores do PDT, aos 93 anos. A causa do óbito foi falência múltipla dos órgãos, como informou o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. Rabelo será velado a partir das 14h desta quarta na Casa do Jornalista, em Belo Horizonte.

"Meus sentimentos aos familiares, amigos e companheiros de José Maria Rabelo, fundador do PDT e do jornal Binômio. Sempre lutou pela democracia e pelo melhor para o Brasil e seu povo, nunca desistindo do nosso país, nem nos momentos mais difíceis", escreveu Lula.

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O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) também se manifestou pelo Twitter. "O jornalismo independente brasileiro e o trabalhismo tem muito a lamentar a morte do companheiro José Maria Rabelo. Combateu o bom combate, criando e dirigindo jornais e ajudando nosso líder Brizola a fundar o PDT. Nossos sentimentos à família e amigos."

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nessa quinta-feira (16) que tenha encomendado à Polícia Federal as operações de busca e apreensão em endereços do pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) e seu irmão, o senador Cid Gomes (PDT-CE), realizadas ontem.

"Vou avisar aquela dupla do Ceará, que vive metendo o dedo na cara de todo mundo, todo mundo é ladrão, todo mundo é corrupto. Tiveram visita no dia de ontem. Estão me acusando. Eu não tenho como interferir na PF, não existe isso aí", declarou Bolsonaro em transmissão ao vivo nas redes sociais, sem citar nominalmente os irmãos Ferreira Gomes. "Essa operação começou em 2017, não tem nada a ver comigo. Vou dizer a dupla do Ceará: a partir do mês que vem tem mais 670 policiais federais na rua", acrescentou o presidente.

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Ciro e Cid foram alvo da Operação Colosseum, que apura supostas fraudes e pagamento de propinas a políticos e servidores públicos nas obras no Estádio Castelão, em Fortaleza, entre os anos de 2010 e 2013. À época, Cid era governador do Estado e Ciro não exercia cargos públicos. Os dois negam os fatos e classificam as ordens de busca e apreensão como abusivas e a mando de Bolsonaro, já que Ciro é pré-candidato a presidente.

Bolsonaro ainda voltou a citar a suposta articulação de Deltan Dallagnol (Podemos) nos bastidores para ser indicado à Procuradoria-geral da República (PGR). De acordo com o chefe do Executivo, o ex-procurador da Lava Jato teria feito chegar um recado à primeira-dama Michelle sobre sua intenção. "Minha esposa não se intromete em nada de política. Raramente ela fala alguma coisa de política, até porque ela tem vida atribulada no programa como é o nome? Pátria Voluntária", declarou o presidente, que só lembrou o nome do programa após a ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, "assoprar" a resposta.

Tradicionalmente iniciada às 19 horas, a live de hoje começou mais cedo, às 18 horas, com a participação de Major Vitor Hugo, pré-candidato ao governo de Goiás e deputado federal pelo PSL, e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

O adiantamento foi feito para o presidente poder participar de culto na Assembleia de Deus em ação de graças pela posse de André Mendonça como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A transmissão ao vivo, inclusive, foi feita diretamente da Igreja da Baleia, onde acontece agora o ato evangélico.

Contato: eduardo.gayer@estadao.com

Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (22), pelo Instituto Paraná Pesquisa mostra o ex-presidente Lula (PT) à frente do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em todos os cenários avaliados para as eleições de 2022.

Na pesquisa estimulada, quando os nomes dos candidatos são citados, Lula aparece com 34,9% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro marca 29,2%. O ex-juiz Sergio Moro (Podemos), que teve o seu nome avaliado pelo instituto pela primeira vez, figura em terceiro lugar, com 10,7% das intenções de voto.

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Com 6,1%, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT) ocupa o quarto lugar. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) aparece em quinto, com 3,1%. 

Na pesquisa espontânea, onde os nomes dos candidatos não são apresentados para as pessoas, Lula continua em primeiro lugar, mas tecnicamente empatado com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O petista marca 19,7%, enquanto o atual presidente figura com 18,4% das intenções de voto. Moro continua em terceiro lugar, com 2,8%, seguido de Ciro (1,3%) e Doria (0,4%). 

Enquanto o governo tenta viabilizar o Auxílio Brasil e construir uma vitrine para as eleições de 2022, outro projeto de grande alcance social, que perpassa gestões, entra para a disputa de paternidade na corrida presidencial: a transposição do Rio São Francisco.

De olho no ativo político de entregar água a regiões secas do Nordeste, três dos principais pré-candidatos ao Palácio do Planalto - o presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Ciro Gomes - tentam manter as digitais na megaobra de infraestrutura. A previsão, porém, é de conclusão em 2024, ou seja, será uma herança para o próximo presidente.

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Com a popularidade afetada pela crise econômica e pela pandemia de covid-19, Bolsonaro já colocou a máquina pública para trabalhar em prol da transposição. Em meados de outubro, criou a Jornada das Águas, roteiro de dez dias de inaugurações e anúncios de obras envolvendo mananciais e cursos d'água, principalmente na bacia do Rio São Francisco.

A estratégia é fracionar os lançamentos e realizar o máximo de entregas até as eleições - para ganhar o selo de garantidor da transposição tirada do papel por Lula e Ciro, que foi ministro da Integração Nacional do petista entre 2003 e 2006. O projeto de 477 quilômetros de extensão começou efetivamente em 2007. Com custo inicial de R$ 4,5 bilhões, a obra já está orçada em R$ 12 bilhões.

No mês passado, Bolsonaro passou por todos os Estados do Nordeste, acompanhado pelos ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), pré-candidato a senador pelo Rio Grande do Norte, João Roma (Cidadania), que pretende se candidatar a governador da Bahia.

'CHAPÉU ALHEIO'

O PT critica a postura do Executivo de encampar a conclusão da obra. Ao Estadão/Broadcast, o deputado José Guimarães (CE), vice-presidente do PT, disse que Bolsonaro "faz festa com o chapéu alheio". "Inaugurar obra dos outros é fácil. Essa obra tem o DNA do Lula", afirmou.

"Essa obra é do Lula, todo mundo sabe. Temer fez 8% e Bolsonaro só 2%. Ele não tem que se meter". Como mostrou em junho o Projeto Comprova, que reúne jornalistas de 33 diferentes veículos de comunicação - Estadão entre eles -, Bolsonaro assumiu o governo com 90% da transposição concluída.

Ciro também usa o assunto para disparar contra adversários. "Bolsonaro está se aproveitando de um fato: os governos Lula, Dilma e Temer atrasaram o cronograma de entrega das obras por diversas razões, inclusive corrupção", afirmou, enquanto ressaltou seu papel na transposição. "Tenho muito orgulho de ter concebido, projetado, enfrentado várias tentativas de desistência, licenciado, com extraordinária ajuda de Marina Silva, e iniciado a obra com a qual milhares de brasileiros, nordestinos, terão garantido o direito de acesso à água."

DETALHES

O Ministério do Desenvolvimento Regional afirmou, por meio de nota, que faltam apenas "obras e serviços auxiliares e complementares" para a conclusão. "Essas obras foram contratadas nas gestões anteriores, mas só receberam os recursos necessários no atual governo."

A Pasta rejeita a tese de que esteja concluindo apenas a reta final da transposição. "Os porcentuais de execução das obras divulgados pelas gestões anteriores não representam a realidade, já que, em decorrência das longas paralisações e necessidade de reparos em diversas estruturas e trechos concluídos, houve regressão nesses porcentuais, necessidade de novos investimentos, bem como atrasos no término do empreendimento."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após dizer estar seguro que Lula havia conspirado pela queda de Dilma Rousseff em 2016, Ciro Gomes foi repelido pela própria ex-presidenta, não engoliu, e "virou seus canhões" contra ela. O ex-governador do Ceará disse que a petista foi uma das pessoas "mais incompetentes, inapetentes e presunçosas que já passaram pela presidência".

Em guerra para garantir sua viabilidade eleitoral em 2022, Ciro Gomes (PDT) afirmou que um dos seus erros foi ter lutado contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

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O pedetista salienta que, na época do afastamento da petista, para alívio de sua consciência, ele não estava defendendo o seu mandato em si.

"(Defendi) a integridade do cargo que você toscamente ocupava. Se hoje você prefere estar ao lado dos que a traíram, obrigado por me poupar da sua incômoda companhia", disparou Ciro Gomes.

Dilma alfinetou

A ex-presidenta Dilma não deixou barato a insinuação de que Lula teria conspirado para que o impeachment dela ocorresse. No seu twitter, a petista disse que o pré-candidato do PDT à presidência tenta de tudo para reagir à sua baixa aprovação popular.

"(Ciro) mais uma vez mente de maneira descarada, mergulhando no fundo do poço. O problema, para ele, é que usa este método há muito tempo e continua há quase uma década com apenas um dígito nas pesquisas", provocou Rousseff.

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