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A Prefeitura de Guarulhos inaugurou nesta terça, feira, 24, o SOS Racismo para ajudar vítimas de descriminação racial, religiosa, étnica ou intolerância correlata (discriminação sofrida por nordestinos, por exemplo). O serviço vai prestar orientação à vítima, prestar atendimento social e psicológico e encaminhamento jurídico. 

Ao todo, sete funcionários, entre os quais, assistentes sociais e psicológos, estarão no atendimento às vítimas,  que será realizado no Centro de Referência de Cultura Negra e Igualdade Racial, localizado na av. Timóteo Penteado, 4.114, na Vila Galvão, de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h 

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A coordenadora de Igualdade racial da cidade, Edna Roland, falou da importância deste serviço: "O SOS Racismo está respaldado na lei n° 7.309, e é uma ferramenta fundamental para o enfrentamento do racismo discriminação religiosa e da intolerância, ao mesmo tempo que acolhe às vítimas". 

As pessoas poderão entrar em contato com o serviço através do telefone (11)2402-1000, pelo e-mail sosracismo@guarulhos.so.gov.br ou pessoalmente no Centro de Referência da Cultura Negra e Igualdade Racial Xikelela. 

Especialistas e entidades ligadas à causa LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros) criticam a iniciativa dos vereadores do Recife de proibir livros didáticos que falem de diversidade sexual e dizem que a exclusão desses temas da sala de aula é preconceito.

“Se você é contra qualquer forma de discriminação você não pode excluir essa expressão [homossexualidade] dos livros. Preconceito não é só agressão física”, defende o professor de psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Benedito Medrado.

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“Para mim, é extremamente discriminatório você poder colocar a história de um príncipe e de uma princesa no livro e não poder colocar duas princesas. Então você só está ensinando uma forma de sexualidade. Se você não aceita as possibilidades diversas de expressão da sexualidade está praticando homofobia tanto quanto a pessoa que agride diretamente uma pessoa que beija outra do mesmo sexo. É uma lógica muito sutil. Eu chamo de homofobia cordial”, completou Medrado que integra o Fórum Nacional de Pesquisas em Gênero, Sexualidade e Educação, formado por mais de 80 núcleos de pesquisa de universidades brasileiras.

 

“Como a gente aprovou recentemente uma lei contra o bullying e vai tirar dos livros didáticos a discussão sobre direitos sexuais? É contraditório”, critica Medrado.

De acordo com a pesquisa Juventudes na Escola, Sentidos e Buscas: Por que frequentam?, feita em 2013 e coordenada pela socióloga Miriam Abramovay, 19,3% dos estudantes da rede pública não gostariam de ter um colega de classe travesti, homossexual, transsexual ou transgênero.O especialista argumenta que levar a discussão para a escola ajuda a manter os adolescentes seguros. “O fato de não ter no livro didático não vai mudar em nada o acesso à informação. O que vai tirar é qualidade. Eles vão continuar vendo tudo o que veriam no livro didático de uma forma explorada, bem elaborada, bem discutida. Vão ver na internet, sem a possibilidade de intervenção de um profissional de educação que poderia contribuir para tornar a experiência mais saudável. E a gente só contribui de fato para a violência e a discriminação”.

O estudo, feito com o apoio da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), indicou que esse é o terceiro grupo mais rejeitado na escola, atrás de bagunceiros e puxa-sacos dos professores. Mais da metade (52,5%) dos alunos consultados também se declararam contra o casamento de pessoas do mesmo sexo.

Para Jô Menezes, da organização não governamental (ONG) Gestos, que trabalha com populações vulneráveis a doenças sexualmente transmissíveis e ao vírus HIV, a intenção dos parlamentares é evitar a discussão sobre diversidade sexual.

“O que eles querem defender é que isso não seja discutido, não seja possibilitado porque abre as possibilidades de entender que sexualidade é algo que se sente, que se vive no corpo, mas que está relacionado a várias questões e não pode ser normatizado pela religião x, y ou z”, critica.

Ela também destaca que o Estado brasileiro é laico e, portanto, não poderia ser regido pelos dogmas de representantes de igrejas. “Embora muito mais teórico do que na prática, é um estado laico. Então eu acho que a escola tem sim a possibilidade de fazer uma discussão boa, esclarecedora, sem ser com informações erradas, que mais confundem os jovens do que os deixa livres para viver a sexualidade com responsabilidade”.

Os dois especialistas ouvidos pela Agência Brasil defendem que o conteúdo seja adequado à idade das crianças. “É óbvio que você equaciona a informação de acordo com a geração da criança. Para a quinta série não é o mesmo que para o ensino médio. É proporcional ao número de informações que elas trazem. E muitas vezes a gente trabalha com as dúvidas que chegam, é isso que a gente orienta aos educadores”, explica Benedito Medrado.

O sírio Omar, um homossexual de 20 anos, solicitou asilo na Holanda depois de ver imagens de sua famosa Parada do Orgulho Gay, mas, quando chegou ao país, viu seus sonhos desmoronarem ante o assédio de seus companheiros de refúgio.

Embora a Holanda tenha sido o primeiro país do mundo a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em 2001, em seus centros para solicitantes de asilo a aceitação da diversidade sexual não é a norma, denunciam ONGs de defesa aos direitos dos homossexuais.

"Chegar à Holanda, o país da liberdade de expressão, e ser perseguido por ser gay é uma loucura", lamenta Omar. "É surpreendente que estas pessoas, após passar pelo que passaram, tenham sido capazes de me assediar por isso", disse este sírio, que chegou à Grécia em um barco, antes de pisar em solo holandês, graças a um falso passaporte espanhol.

Este jovem de cabelos impecavelmente penteados decidiu se mudar para a Holanda depois de uma busca na internet. "Li artigos dizendo que o país era muito tolerante com os homossexuais e que Amsterdã era a capital da comunidade LGBT", conta.

Mas a situação é diferente nos acampamentos de solicitantes de asilo, afirma Omar, que fugiu da guerra e da intolerância.

"Fui ameaçado de morte, disseram-me que eu era a vergonha dos refugiados, empurravam-me para o fim das filas", descreve este jovem, nascido no seio de uma família rica de Damasco.

Graças aos fones de ouvido para escutar música e saindo o menos possível de seu quarto, ele evitava a companhia de outros aspirante ao asilo. "Tive a sorte de não sofrer agressões físicas", confessa o jovem, que finalmente encontrou refúgio na casa de Lianda, uma holandesa lésbica de 25 anos.

Refúgios

Segundo a associação de defesa aos direitos dos homossexuais (COC, na sigla em holandês), a violência contra alguns imigrantes gays chegou a casos de agressões sexuais. Alguns deles, aterrorizados, não se atreviam a sair de seus quartos.

O jornal holandês AD reportou também a ocorrência de roupas queimadas e camas manchadas com excremento e comida. Um imigrante homossexual dormiu, por uma semana, em uma floresta com medo de voltar ao seu quarto, segundo o jornal. Assim como aconteceu com Omar, um holandês acabou abrigando este último.

A associação Secret Garden assegura que dois imigrantes homossexuais tentaram, inclusive, o suicídio.

A COC relatou ter reunido 14 denúncias desde meados de outubro até final de dezembro, enquanto a associação recebia, anteriormente, cerca de uma ou duas a "cada vários meses".

"Tememos que seja apenas a ponta do iceberg", explica à AFP o diretor da organização Koen van Dijk, destacando que a maioria dos imigrantes homossexuais não denunciam por medo de represálias ou por não saberem a quem pedir ajuda.

Diante destes problemas, a prefeitura de Amsterdã pôs à disposição, entre os meses de outubro a dezembro, duas casas de refúgio para uma dezena de imigrantes homossexuais, uma medida de urgência e excepcional para uma situação que "assim o exigia", segundo uma porta-voz.

A cidade está disposta a executar outras "soluções à medida", caso seja necessário. A associação COC pede pela abertura de casas deste tipo, ainda que não constituam uma solução permanente.

Vulneráveis

Os homossexuais que haviam sido acolhidos nestes refúgios temporários já estão em centros para solicitantes de asilo melhor adaptados. Cinco deles estão, por exemplo, em uma ala separada de um centro menor, com aproximadamente 350 lugares ante as 6.700 precedentes, o que permite detectar mais facilmente eventuais abusos.

A organização que gerencia a acolhida aos refugiados na Holanda, a COA, tenta sensibilizá-los com noções de tolerância e assegura que toma medidas em casos de assédio.

Nas situações mais graves, a polícia é acionada, indica a organização, destacando a existência de outros grupos "vulneráveis" nestes centros, como crianças, mulheres maltratadas e vítimas de tráfico de pessoas.

Omar estima que só uma permissão de residência lhe permitirá começar sua desejada vida nova e retomar seus estudos de direito. Enquanto isto, já encontrou, em seus novos amigos, uma parte do que buscava.

"Queria encontrar pessoas que me aceitassem como eu sou e finalmente pude encontrá-las", diz este jovem, que considera fantástico "saber que é possível passear de mãos dadas na rua com seu namorado sem temer a reação das pessoas".

Portadora do vírus HIV desde que nasceu, Vanessa (nome fictício), de 18 anos, sempre tomou todos os cuidados para um dia poder realizar o sonho de ter um filho sem aids. Quando descobriu a gravidez, a moradora do Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, passou a fazer todas as consultas de pré-natal e seguiu à risca o tratamento com antirretrovirais. Vanessa não imaginava que seria alvo de preconceito por parte da médica responsável pelo parto.

A jovem deu entrada na unidade de saúde no dia 30 de junho, com 36 semanas de gestação, já com a bolsa rompida. "Os primeiros médicos que me atenderam foram atenciosos. Depois da troca de plantão, foi essa médica que ficou responsável e aí começou a tortura", conta a mãe. "Ela foi fazer o exame de toque e eu me mexi porque estava doendo. Então falou que era para eu ficar quieta, porque na hora de fazer eu não senti dor."

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Vanessa teve dificuldades para fazer força e estimular a saída do bebê. "A médica começou a ficar estressada, dizendo que, se eu não queria a ajuda dela, ia me deixar sozinha. Disse que, de qualquer jeito, o bebê ia nascer, vivo ou em pedaços. Além de ser soropositiva, ainda era muito egoísta por colocar um bebê no mundo sabendo que ele podia se infectar."

De acordo com o relato da gestante, a médica ainda teria proibido sua equipe de se aproximar, alegando que não queria "nenhum colega contaminado". "Fazia pressão psicológica, dizendo que o bebê ia morrer e a culpa seria minha porque eu não conseguia fazer força."

Com a dificuldade no parto, a jovem passou por uma episiotomia (corte próximo da vagina) para facilitar a saída do bebê. "Mesmo com anestesia, eu senti ela tirando o bebê com força, parecia que estava com raiva, tanto é que ele teve a clavícula quebrada", conta Silvia, de 32 anos, tia de Vanessa.

Mais falhas. Após o nascimento do bebê, Vanessa e o recém-nascido foram acomodados em uma maca no corredor. Segundo a jovem, pelo menos outras 15 mulheres e os filhos estavam na mesma situação. Ao receber alta, Vanessa foi vítima de outros dois erros: o hospital prescreveu para o bebê 10 miligramas do antirretroviral AZT, quando a quantidade indicada é de 1 mg/kg. A criança nasceu com 2,7 quilos. Além disso, Vanessa recebeu, por escrito, a orientação de amamentar o filho, o que é proibido para mães soropositivas, por causa do risco de transmissão pelo leite.

Para Helaine Milanez, da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado (Sogesp) e professora da Unicamp, a conduta da médica fere princípios éticos. "O comportamento dela foi absolutamente inadequado para qualquer paciente, independentemente de ter HIV ou não." A especialista também confirma os erros na prescrição do AZT e no aleitamento.

Como Vanessa percebeu os erros, o bebê não foi amamentado e está livre do HIV. Além disso, a jovem frequenta a Associação Civil Anima desde criança e relatou o que tinha passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A companhia aérea Qatar Airways, condenada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) por discriminação, eliminou uma cláusula em seus contratos que previa a demissão de aeromoças grávidas, informou nesta quarta-feira (26).

Esta disposição "foi abandonada nos últimos seis meses", declarou à AFP uma porta-voz da empresa.Segundo as novas disposições, aeromoças grávidas poderão exercer um trabalho temporário nos escritórios.

Outra cláusula denunciada pela OIT, que proibia os funcionários se casar, também foi suprimida, segundo a mesma fonte. Todo funcionário poderá se casar, desde que peça permissão à direção da Qatar Airways.

"As nossas políticas têm evoluído devido ao crescimento da atividade da nossa empresa", disse a porta-voz, salientando que as alterações não foram o resultado da condenação por discriminação pela OIT em junho.

A agência da ONU havia considerado as práticas de trabalho da Qatar Airways discriminatórias e contrárias à Convenção Internacional do Trabalho, aprovada e ratificada por 179 Estados, há 57 anos. A OIT havia instado a empresa a modificar seus contratos.

No entanto, outras disposições criticadas pela equipe, como a obrigação de o pai, irmão ou marido das comissárias de bordo as busquem no final do seu dia de trabalho permanecerá em vigor por enquanto.

Qatar Airways emprega cerca de 9.000 comissários de bordo. Cerca de 75% são mulheres.

O Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou nesta semana inquérito civil para investigar se a casa noturna Villa Mix pratica discriminação racial, social e estética. A empresa deverá prestar esclarecimentos à Promotoria de Direitos Humanos e Inclusão Social em até 20 dias sobre fatos relatados por testemunhas e vítimas dos supostos casos de discriminação. Foi requisitado à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) que instaure inquérito policial para também apurar a veracidade dos depoimentos.

A suspeita que recai sobre o Villa Mix é de que a casa noturna só permite a entrada de pessoas no local depois de análise da cor da pele, classe social e beleza. No inquérito, há relatos de pessoas que disseram ter sido barradas porque "não faziam o perfil da casa" e "não eram bonitas o suficiente", e outras que ouviram: "pode ir embora que aqui não é o seu lugar". A casa negou que pratique discriminação.

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A promotora de Justiça Beatriz Helena Budin Fonseca acredita que a discriminação por parte de funcionários tenha ocorrido repetidas vezes. "A análise dos documentos juntados demonstra a prática reiterada de discriminação racial, social e estética por parte da representada. Essa escolha de ‘quem entra e quem não entra’ tem a função de segregar e marcar a divisão entre pessoas que, embora morem na mesma cidade, não possuem a mesma classe social, a mesma cor de pele, o mesmo peso, ou a mesma beleza considerada como ideal pela representada."

De acordo com a promotora, a prática fere princípios previstos na Constituição. "É evidente que a mencionada prática é discriminatória e fere os princípios constitucionais da igualdade e da dignidade da pessoa humana. Considerando que a Constituição Federal erige a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República brasileira. Considerando que a República Federativa do Brasil possui como objetivos fundamentais: construir uma sociedade livre, justa e solidária (...). Diante desta situação, não pode o Ministério Público omitir-se."

Intimação

Em nota, o Villa Mix informou que até o momento não foi citado para responder qualquer inquérito perante o Ministério Público. "Dessa forma, o Villa Mix no momento em que receber a intimação do mesmo, apresentará a sua defesa e as provas necessária para por termo a discussão. Demonstrando que age e sempre agiu, de acordo com os princípios da legalidade e da boa-fé."

A casa considerou "absurdas" as denúncias. "A casa não pratica nenhum crime de discriminação, como absurdamente alegado, tanto que há freqüentadores de todas as raças, estaturas, idades e etnias. Ocorre que, a casa trabalha de acordo com seu alvará de funcionamento, a fim de que todos tenham um ambiente confortável para assistir os shows oferecidos e momentos agradáveis de diversão, com segurança. Deve-se instar ainda que pelo alto padrão de qualidade oferecido, nos dias que o estabelecimento está em funcionamento, sua lotação é muito rápida e assim não há como atender a todos os que procuram a sua prestação de serviços."

"Alta sociedade"

No Facebook, uma página intitulada "Boicote ao Villa Mix" tem 13 mil curtidas. A descrição aponta que "a página surgiu com o intuito de divulgar relatos de pessoas que já foram discriminadas na balada Villa Mix. Queremos o fim dessa discriminação opressora!".

Em seu site oficial, a casa noturna alerta ser proibida a entrada de pessoas com "boné, chapéu, gorro, toca, regata, camisa de times e torcidas, mochila, correntes, chinelo, sandália rasteirinha, sandália aberta, tênis (feminino), bermuda e calça capri, camiseta de fã clubes, adereços, cartazes e faixas". A empresa se classifica como "casa noturna premium sertaneja da capital" e "ponto de encontro entre celebridades, artistas, músicos e da alta sociedade paulistana".

Uma confeitaria da Irlanda do Norte foi condenada nesta terça-feira por discriminação, em um caso pioneiro, por se recusar a preparar um bolo de defesa do casamento entre pessoas do mesmo sexo, alegando suas crenças cristãs.

A confeitaria Ashers, que tem um nome bíblico (Aser, uma das tribos de Israel), se negou a preparar o bolo no qual o cliente queria as imagens de Beto e Ênio, dois populares companheiros do programa infantil "Vila Sésamo".

O cliente queria o bolo para um evento no dia internacional de combate à homofobia.

"Os acusados discriminaram ilegalmente o demandante com base na discriminação sexual", disse a juíza Isobel Brownlie em uma audiência em Belfast.

"Houve uma discriminação direta para a qual não existe justificativa", completou.

A Irlanda do Norte é a única região britânica onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é legal. Os habitantes da província, tanto protestantes como católicos, continuam sendo muito conservadores.

O veredicto foi anunciado na mesma semana em que a vizinha Irlanda celebrará um referendo sobre o casamento gay.

O caso da confeitaria levou alguns políticos a sugerir a inclusão de uma "cláusula de consciência" nas leis norte-irlandesas contra a discriminação.

A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou a empreiteira Camargo Corrêa a indenizar em R$ 100 mil, por danos morais, um pedreiro portador do vírus HIV, demitido sem justa causa. Sua dispensa foi considerada discriminatória, pela Justiça, e ele deverá ser reintegrado. Para o TST, a empresa ainda tentou fraudar o pedido de demissão do funcionário.

Na ação, o pedreiro contou que trabalhou por menos de um ano na empresa em Rondônia. Ele disse que foi vítima de discriminação por ser portador do HIV e por ter outras doenças, entre elas câncer de estômago. O funcionário alegou que chegou a passar mal no trabalho e foi atendido algumas vezes pelo médico da empresa, que sabia do seu estado de saúde. Após uma hemorragia digestiva, ele ficou afastado pelo INSS por 15 dias e, ao retornar, foi demitido pela construtora.

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"Foi médico da reclamada (Camargo Corrêa) no ano de 2011 até o ano de 2012; que a especialidade do depoente é clínica médica e infectologia, mas foi contratado na reclamada para ser médico de emergência; que atendeu o reclamante (pedreiro); que inicialmente atendeu o reclamante e o acompanhou, vindo a descobrir a Aids no decorrer dos atendimentos; como médico da Camargo Corrêa sabia da doença do reclamante (Aids); também atendeu o reclamante em seu consultório em Porto Velho", afirmou o médico em depoimento.

A Camargo Corrêa alegou que desconhecia o estado de saúde do pedreiro e que foi surpreendida quando procurada por ele, que teria entregado uma carta assinada solicitando o desligamento. O empregado afirmou que nunca teve vontade de rescindir o contrato de trabalho e não reconheceu a carta apresentada em juízo, mas admitiu que a assinatura era idêntica à dele. Ele disse que, ao ser demitido, assinou diversos documentos apresentados pela empresa.

A decisão foi unânime e transitou em julgado. As informações foram divulgadas pelo site do Tribunal Superior do Trabalho na sexta-feira, 08.

Segundo o TST, a contradição foi esclarecida com o depoimento da preposta da empresa, que afirmou ter fornecido o documento relativo ao "pedido de demissão". Ao observar que a carta foi redigida pela empresa e continha um "X" para indicar o local da assinatura, o juízo de origem identificou a fraude.

Por considerar a atitude da empresa "desleal, indigna, desumana e antiética", a sentença considerou nula a rescisão e determinou a reintegração do trabalhador e o restabelecimento imediato do plano de saúde, impondo ainda a condenação por danos morais.

No TST, a Camargo Corrêa sustentou que desconhecia que o trabalhador era soropositivo. Mas para o relator, ministro Alberto Bresciani, ficou claro a conduta ilícita da empregadora. Ele destacou que, com o objetivo de combater a dispensa discriminatória, o TST editou a Súmula 443, que determina a reintegração ao emprego nos casos de despedidas configuradas como preconceituosas.

Procurada para comentar o caso, a construtora Camargo Corrêa afirmou que "lamenta a referida ocorrência, que não está em conformidade com seu Código de Conduta nem com as políticas de atuação responsável e valorização de seus profissionais."

O governo federal lança nesta terça-feira (7) o Pacto Nacional de Enfrentamento às Violações de Direitos Humanos na internet. Entre as ações está o lançamento do site Humaniza Redes. O objetivo é ajudar a criar um ambiente virtual livre de discriminação e preconceito.

Participam da cerimônia de lançamento, no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff e os ministros da Educação, da Justiça, das Comunicações, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

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Segundo o governo, o Humaniza Redes visa a garantir mais segurança no ambiente virtual, principalmente para crianças e adolescentes, além de auxiliar o enfrentamento de violações de direitos humanos que ocorrem online. A iniciativa será composta por três eixos de atuação: denúncia, prevenção e segurança.

No Pacto pela Denúncia, além do Disque 100, a Secretaria de Direitos Humanos lança a Ouvidoria Online. De acordo com o site, esse canal, firmado em parceria com entidades provedoras de aplicativos, vai mapear e apurar denúncias virtuais, que serão encaminhadas à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, à Ouvidoria da Igualdade Racial e à Ouvidoria da Mulher, dependendo de cada caso, e com especial atenção à proteção de crianças e adolescentes.

No Pacto pela Prevenção, serão criadas e estimuladas iniciativas que ajudem o usuário a se prevenir de violações dos direitos humanos – amparadas, entre outras leis, pelo Marco Civil da Internet, pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

No Pacto pela Segurança, o Humaniza Redes pretende contribuir para o uso responsável da internet e aplicativos, com a divulgação de dicas de segurança aos usuários da rede. Segundo o governo, a iniciativa também estará presente na sala de aula, pois o Ministério da Educação e a Secretaria de Direitos Humanos vão disponibilizar orientações para professores, pais e alunos sobre a importância de uma internet segura.

Assista ao vídeo da campanha:

A Diretoria de Articulação Social e Direitos Humanos, a Companhia Independente de Policiamento com Motos (CIPMoto-ROCAM) e entidades representativas do movimento LGBT se reuniram na quinta-feira (12), em encontro promovido pela Polícia Militar (PM). O evento ocorreu dois dias depois de uma polêmica envolvendo uma abordagem policial contra dois homens em Olinda, que estariam se beijando durante uma prévia carnavalesca.

Segundo a Polícia Militar, a reunião serviu para reafirmar o compromisso da Corporação com a proteção dos direitos das pessoas do movimento LGBT e no combate a qualquer tipo de discriminação. A DASDH informou que intensificará as palestras para tratar questão relacionadas à homofobia nos batalhões policiais.

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Sobre o caso de Olinda, a PM alegou que o casal homossexual estavam expondo e manuseando os órgãos genitais em via pública. A ONG Leões do Norte enviou a denúncia de homofobia para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Edilson Silva.

Com informações da assessoria 

O prefeito de uma pequena cidade no Piemonte, no norte da Itália, propôs a implementação de ônibus especiais para os ciganos, uma iniciativa que provocou fortes críticas neste sábado de opositores que a compararam à segregação racial em vigor na época do apartheid na África do Sul.

Claudio Gambino, prefeito do Partido Democrático (PD - centro-esquerda) de Borgaro Torinese, anunciou esta semana querer ônibus separados para os ciganos, porque os 600 ciganos que vivem em um acampamento nos arredores da cidade "nos incomodam há mais de 20 anos".

"Precisamos de dois ônibus para garantir a segurança dos nossos cidadãos. Um para os cidadãos e um para os ciganos", disse o prefeito, citado na sexta-feira pelos meios de comunicação italianos, explicando que roubos e pequenos crimes acontecem frequentemente nos ônibus em sua cidade.

O vereador Luigi Spinelli, do Partido de Esquerda, Ecologia e Liberdade (SEL) apoiou esta iniciativa, provocando a desaprovação de seu líder, Nichi Vendola, que disse ao jornal La Stampa que "conceder direitos diferentes às pessoas é chamado de apartheid".

Vendola pediu que o prefeito da cidade de pouco mais de 10.000 habitantes reconsidere sua decisão.

Uma responsável pelos Direitos Humanos no PD, Micaela Campana, indicou que o partido tinha avisado a Gambino "que a marginalização nunca é uma solução" e que "responder à violência pela exclusão não vai ajudar em nada."

No entanto, a proposta do prefeito foi recebida favoravelmente pela Liga do Norte, partido anti-imigração, cujo deputado Roberto Calderoli dirigiu seus "elogios" ao prefeito da comuna.

Há um mês no Brasil vindo da Guiné, o biólogo Abdoulaye Telly Diallo, de 26 anos, passou a enfrentar nos últimos dias ofensas e olhares de desaprovação nas ruas de Cascavel. Desde que seu compatriota Souleymane Bah, de 47 anos, foi isolado com a suspeita de Ebola, os imigrantes africanos e haitianos que vivem na cidade paranaense passaram a ser hostilizados.

"A gente vai a uma lanchonete, senta em uma mesa, as pessoas mudam de lugar para ficar longe. Estamos passando na rua e sempre tem alguém que diz 'vão embora daqui, parem de trazer doença para o meu País'." Diallo diz ter tido um emprego negado na sexta-feira em uma empresa frigorífica da cidade ao informar que vinha da Guiné. "A gente está na expectativa de que saia o resultado do segundo teste do Bah, para que possamos ter oportunidades aqui."

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Também vindo da Guiné, o vendedor Laye Bangaly Camara, de 27 anos, diz que não esperava sofrer preconceito no Brasil. "Os brasileiros têm de saber que nós passamos por vários controles sanitários antes de sair da Guiné. Só conseguimos o visto se fizermos exames médicos. Respondemos a questionários nos aeroportos pelos quais passamos. Não é justo pensarem que todos que vêm da África trazem o Ebola."

Diallo e Camara fazem parte de um grupo de 11 imigrantes da Guiné que estão morando no Albergue André Luiz, mesmo local onde ficou hospedado Bah. Eles, assim como outras pessoas que podem ter tido contato com o paciente, estão tendo a febre monitorada diariamente.

O centro de acolhida só funciona à noite. Durante o dia, enquanto não obtêm a documentação e vaga de trabalho, os imigrantes ficam na rua. Eles têm se deslocado pouco para evitar hostilidades. "Hoje mesmo estávamos sentados na calçada na frente de um estacionamento, conversando, e nos expulsaram", conta Camara.

Até no albergue, que atende estrangeiros e brasileiros, houve conflito. "Um dos brasileiros começou a gritar com eles, dizer que eles só vinham para o Brasil para trazer doença. Tive de interceder. Esse tipo de discriminação não pode acontecer", diz a assistente social Kátia Pietsch, de 26 anos.

Discriminação

Mesmo imigrantes de outros países africanos e até do Haiti, que nunca tiveram nem sequer um caso suspeito de Ebola, estão sendo hostilizados. "Na sexta-feira, eu ia para o trabalho e começaram a nos apontar na rua dizendo: ‘Olha os caras com Ebola’", diz Abdoul Bonsara, de 24 anos, que é de Burkina Faso e há sete meses mora em Cascavel e trabalha como mecânico.

Ele e três compatriotas que dividem uma casa afirmam que a discriminação atesta a falta de conhecimento. "Os brasileiros não sabem que Burkina Faso é longe dos países que têm Ebola. Acham que é tudo a mesma coisa porque somos negros", diz Sitta Compaore, de 25 anos.

A mesma opinião tem o tapeceiro Joe Revens, de 33 anos, presidente da Associação de Haitianos em Cascavel. "O Haiti nem está na África e ouço de compatriotas que as pessoas estão evitando ficar próximas deles. É comum ter um assento livre no ônibus ao lado de um haitiano."

Assim como outras cidades do Sul, Cascavel atrai imigrantes por dois motivos: o trabalho em frigoríficos e na construção civil e a rapidez na emissão de documentos. Segundo Revens, há 1.200 haitianos na cidade de 309 mil habitantes.

Moradores de Cascavel negam se tratar de discriminação, mas relatam ter receio. "Trabalho com frete e já recusei quatro mudanças para haitianos. Mesmo que não tenha Ebola no Haiti, a gente fica com medo porque eles andam todos juntos", diz o motorista João Borges, de 59 anos. Para alguns moradores, o controle na entrada de imigrantes de países com o surto da doença deveria ser rígido. "Acho que os controles são necessários para evitar uma epidemia", diz Osmar Muller, de 54.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Desde a terça-feira, 3, quem discriminar portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e doentes de aids poderá ser punido de um a quatro anos de prisão e multa, conforme lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff. O texto foi publicado na edição de ontem do Diário Oficial da União (DOU).

A lei considera discriminação a segregação do portador do HIV em ambiente de trabalho ou escolar em razão da sua condição de saúde. O texto classifica como crime também negar emprego ou trabalho, recusar ou retardar atendimento de saúde, exonerar ou demitir o funcionário e divulgar a condição do portador de HIV ou de doente de aids "com o intuito de ofender-lhe a dignidade".

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"A sanção da presidente Dilma Rousseff é muito importante porque vem se somar a esse esforço permanente que temos tido na política de direitos humanos, respeito e dignidade", disse ao jornal O Estado de S. Paulo a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti.

"Não podemos mais permitir que situações como essa (de discriminação) se repitam. Essa lei é o mínimo que você pode fazer para impedir que as pessoas tenham a sua dignidade ferida", afirmou a ministra.

De 1980 a junho de 2013, 686.478 casos de aids foram notificados ao Ministério da Saúde - só em 2012, o último ano com dados completos divulgados pela pasta, foram 39.185. Atualmente, cerca de 340 mil pessoas portadoras do HIV recebem tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS), informou o ministério.

Repercussão

De acordo com o presidente do Grupo pela Vidda Niterói, o advogado Inácio Queiroz, a discriminação contra o portador da HIV é generalizada e acontece de forma velada nos dias de hoje. A ONG atende cerca de 3,5 mil pessoas em Niterói e na Região dos Lagos, a maioria jovens e adultos de 18 a 35 anos. Ultimamente, tem aumentado o número de idosos que procuram ajuda.

"(A discriminação) Não é a mesma coisa do começo da epidemia, mas acontece hoje de uma forma velada, e às vezes de forma velada é ainda mais grave, porque você não tem como reagir", afirmou Queiroz, portador do vírus há 20 anos. "Dá para fazer uma tese de doutorado só com os meus casos de discriminação" disse o ativista.

Para Queiroz, o objetivo da lei não é punitivo, mas educativo. "Tem de chamar atenção e fazer com que a pessoa acorde para a realidade. A lei está na medida certa: quem sofre os efeitos do HIV sabe o que é o bullying", afirmou.

Entre os casos emblemáticos de pessoas vítimas de discriminação citados pelo presidente da ONG está o de uma adolescente de 15 anos que comunicou a sua condição de portadora do vírus HIV à direção da escola onde era matriculada. A informação acabou se espalhando e ela teve de se mudar para uma outra cidade para prosseguir os estudos sem ser alvo de preconceito. Há também casos de jovens que nasceram soropositivos e lidam com depressão.

Tempo

Para a deputada federal Érika Kokay (PT-DF), coordenadora da Frente Parlamentar de Enfrentamento às Doenças Sexualmente Transmissíveis, o Brasil precisava dessa lei "há muito tempo". O projeto, de autoria da ex-senadora Serys Slhessarenko, tramitou no Congresso Nacional por 11 anos. "Foi muito tempo (para aprovar o projeto), o Brasil precisava dele há muito tempo. A discriminação é uma desumanização." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira (30), a proposta (PLS 51/2003), que trata como crime a discriminação contra portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV). A proposta havia voltado ao senado após uma emenda ao projeto feita pela Câmara dos Deputados, que descartava a demissão de emprego do caráter de crime de discriminação. A emenda foi rejeitada.

O senador Aloysio Nunes, relator da emenda, havia acolhido a proposta da Câmara ao projeto, mas voltou atrás após receber informações da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que indicava que o tratamento de soropositivos devia ser igual para todos os trabalhadores. “Com esses argumentos, considero que a alteração feita na Câmara dos Deputados é um retrocesso na forma como a sociedade contemporânea tem encarado os portadores do HIV/Aids”, afirmou o relator, conforme informações da Agência Senado.

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O objetivo da proposta é combater em vias legais o preconceito e a segregação social sofrida pelos portadores da doença. O projeto prevê detenção de um a quatro anos, além de multa, para quem negar a permanência de alunos soropositivos em creches ou instituições de ensino, assim como negar emprego ou demitir um trabalhador pelo mesmo motivo. A segregação dos portadores da imunodeficiência em seu ambiente de trabalho ou estudo também será considerada crime.

Recentemente, o LeiaJá publicou uma matéria sobre um edital de concurso público do Recife que exigia teste Anti-HIV. Confira a reportagem.

 

Com informações da Agência Senado

A Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou nesta terça-feira, em votação apertada, uma seção da Lei de Direito ao Voto, de 1965, que impedia a discriminação e assegurava o voto igualitário aos cidadãos norte-americanos. Argumentando que a regra não é mais constitucional, o tribunal anulou um dos pilares da legislação de direitos civis dos EUA. Agora, caberá ao Congresso estabelecer as novas regras eleitorais, com base na situação atual do país.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou-se "profundamente desapontado" com a decisão da máxima instância judicial do país.

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A Seção 4 da Lei de Direito ao Voto estabelecia as regras que deveriam ser usadas pelo Congresso para identificar as regiões do país que deveriam ser rigorosamente fiscalizadas durante o período eleitoral, especialmente nos Estados com histórico de discriminação contra a população negra. A partir de agora, na prática, Estados e cidades poderão mudar as próprias leis e procedimentos de votação e decidir onde serão alocadas as seções eleitorais, sem precisarem se submeter a aprovação prévia do governo federal.

O Departamento de Justiça só poderá contestar mudanças no sistema de votação de um Estado ou cidade depois que todas as mudanças forem implantadas. A maioria dos Estados atingidos pela regra fica no Sul dos EUA, região com longo histórico de discriminação racial.

Ao justificar a decisão do tribunal, o presidente da Suprema Corte, John Roberts, afirmou que o Congresso falhou ao atualizar a Lei de Direito de Voto. "Nosso país mudou e enquanto houver qualquer tipo de discriminação racial com base no voto, é papel do Congresso garantir a aprovação de leis para sanar o problema, considerando as circunstâncias atuais de nossa sociedade". No entanto, essa pode ser uma proposição difícil de ser aceita em um Congresso profundamente dividido.

O presidente norte-americano, Barack Obama, disse que está "profundamente desapontado" com a decisão que, segundo ele "retrocede décadas de práticas bem estabelecidas que ajudaram a garantir o direito ao voto, especialmente em lugares onde a discriminação pelo voto prevaleceu historicamente".

O procurador-chefe da Carolina do Sul, Alan Wilson, que em 1965 contestou a lei imediatamente após sua adoção, elogiou a revogação. "Por quase 50 anos, a Lei de Direito ao Voto impôs uma intervenção extraordinária na soberania de alguns Estados, inclusive da Carolina do Sul. Essa é uma vitória para todos os eleitores já que agora todos os Estados podem agir igualmente sem precisar de permissão ou ser obrigado a passar pela longa burocracia federal."

Para a juíza Ruth Bader Ginsburg, um dos quatro membros da Corte dissidentes na votação, a decisão anunciada pelo tribunal não deveria substituir a decisão que vigorava até então. Já o senador Democrata Patrick Leahy, presidente do Comitê de Justiça, afirmou que "agirá imediatamente" para reconstituir a Lei à luz da situação atual.

Criada com validade de 5 anos, a Lei de Direito ao Voto foi renovada sucessivamente desde 1965. A última renovação foi concedida pelo então presidente George W. Bush, em 2006, com validade de 25 anos. Em fevereiro deste ano, advogados da cidade de Shelby admitiram que em 1965, o Congresso tinha evidências suficientes para considerar que funcionários brancos, principalmente no Sul, suprimiam o voto dos negros de maneira discriminatória. Mas eles argumentaram que essas práticas não existem mais hoje em dia e o argumento usado, em 2006, para justificar a intervenção federal era falho por se basear na distribuição dos distritos eleitorais e na adoção de requisitos de identificação dos eleitores.

Outros especialistas argumentam que a lei continua sendo uma importante ferramenta para prevenir a discriminação durante as votações. "Acredito que a Lei de Direito ao Voto é essencial para proteger os direitos de voto da minoria da população que historicamente foi discriminada". Fonte: Dow Jones Newswires.

Associações de defesa dos direitos dos homossexuais farão na tarde desta segunda-feira (20) uma passeata em Nova York para denunciar o assassinato de um jovem gay ocorrido no fim de semana. O crime foi cometido no meio da rua, no Greenwich Village, área residencial na zona oeste de Manhattan.

Mark Carson, de 32 anos, foi assassinado com um tiro disparado por Elliot Morales, de 33 anos, na madrugada de sábado. Antes, Morales havia feito insultos homofóbicos a Carson e ameaçado de morte um amigo da vítima. "Está claro que a vítima foi assassinada somente porque o agressor pensava que ela era gay", declarou no domingo o chefe da polícia de Nova York, Ray Kelly, insistindo que Carson não provocou Morales.

O crime causou grande comoção na comunidade homossexual nova-iorquina, especialmente porque foi cometido em um bairro de Manhattan conhecido por sua tolerância e por ser o berço do movimento pelos direitos dos gays.

A organização "The Center", de defesa dos homossexuais, bissexuais e transexuais, convocou uma manifestação para a tarde desta segunda-feira para "pedir o fim dos crimes de ódio contra a comunidade e lamentar a morte de Mark Carson".

A presidente do conselho municipal e candidata a prefeita, Christine Quinn, de 46 anos e homossexual, estará presente na marcha, que terminará no local onde Mark Carson foi assassinado, na esquina da Sexta Avenida com a Rua 8. "Nova York é nossa cidade e não retrocederemos", disse a presidente do "Center", Glennda Testone.

O autor do crime foi detido logo depois do incidente e foi acusado formalmente ainda no domingo.

Os direitos civis dos homossexuais estão há meses no centro do debate nos Estados Unidos. No total, doze estados, três deles nas últimas semanas, autorizaram o casamento homossexual: Minnesota, Delaware, Rhode Island, Connecticut, Maine, Massachusetts, New Hampshire, Vermont, Nova York, Iowa, Maryland e Washington. A capital federal americana, embora não seja um estado, também legalizou o casamento para pessoas do mesmo sexo.

A proibição constitucional permanece, no entanto, em 31 estados do país, enquanto se espera que a Suprema Corte dos Estados Unidos decida em junho se a Lei de Defesa do Matrimônio (DOMA), a norma federal que reconhece o casamento apenas como a união entre um homem e uma mulher, é ou não constitucional.

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O preconceito contra os negros, uma herança oriunda do período da escravidão, ainda hoje é presente nos núcleos sociais, mesmo que alguns defendam que isso é coisa do passado. E, no contexto de inserção no mercado de trabalho, a desigualdade entre negros e pessoas de outras raças é comprovada, ocasionando outro eixo de discussão sobre o tema.

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Na Região Metropolitana do Recife, por exemplo, uma pesquisa mostrou que ainda há diferença entre os salários e jornada de trabalho entre negros e não negros. De acordo com o estudo realizado pela Condepe/Fidem, é fato que foi registrada uma redução na desigualdade no mercado de trabalho nas últimas décadas, entretanto, apesar de a População Economicamente Ativa (PEA) negra representar 69,4%, enquanto os não negros apontam 30,6%, as condições de trabalho dos negros são caracterizadas por ocupações mais precárias, com ausência de proteção social, jornadas de trabalho mais extensas e menores salários.

Entre os desempregados, os negros são 14,4% e os não negros apresentam o percentual de 11,2%. Para as mulheres negras, a situação é ainda pior, uma vez que a taxa de desemprego corresponde a duas vezes a taxa dos homens que não são negros. Esse último dado é oriundo do boletim da Pesquisa Emprego e Desemprego (PED), sobre a inserção dos negros no mercado de trabalho na RMR, em 2011.

A visão de quem é negro

Conseguir uma oportunidade emprego para George de Souza, de 34 anos, de início, foi uma tarefa difícil. De acordo com o cientista social e músico, para ter destaque no mercado, mesmo em meio ao preconceito, ele precisou assumir a sua condição. “É preciso se identificar como negro e buscar colocar na mente que somos iguais a todo mundo”.

O cientista social afirma que a discriminação fere não somente a honra das pessoas, mas também, as atrapalham na condição de busca por emprego. “O dano moral pode ser subjetivo, mas, você acaba enfraquecido. Já conheci pessoas que entraram em depressão”, comenta.

Após passar por uma pastoral religiosa que discutia a realidade dos jovens, George ganhou destaque no mercado de trabalho após ingressar em um órgão público e assumir um cargo de gestão. Segundo o músico, ainda assim muita gente o discriminava, com um tipo de preconceito que ele classifica como racismo institucional. “É como se houvesse uma cobrança maior pelo fato de eu ser negro e estar naquela função de liderança. Eles me questionavam para saber se eu tinha capacidade de estar ali”, conta. Atualmente, o cientista social é um dos responsáveis pelo Centro de Referência Afro Indígena (Akotimene - foto ao lado), localizado na Casa da Cultura, área central do Recife. O espaço oferece produções culturais diversas, de origem nacional de internacional, tais como roupas, adereços, livros, instrumentos musicais, quadros, entre outros.

O ridículo se tornou o bonito

Por muito tempo trabalhando como recepcionista em um grupo religioso, Cintia Almeida, 27, tinha vontade de disseminar um trabalho de origem afro. De pele negra e com vontade de usar roupas e acessórios de seu gosto, a moça conta que não utilizava os adereços com medo de que alguém a recriminasse.

“Sofri preconceito. Mas, pouco a pouco foi usando as minhas roupas de origem afro e algumas pessoas diziam que aquilo era ridículo. Porém, depois de um tempo, o ridículo se tornou o mais bonito”, falou Cintia. Essa última referência corresponde a um projeto que, depois de muita insistência, ela conseguiu realizar no próprio grupo religioso.

Cintia criou um grupo de dança ligada à representações negras, como o maracatu, lundum, maculelê, entre outros. Mesmo com opiniões opostas, o trabalho foi ganhando participantes e o respeito dos integrantes do grupo religioso. “Deixe de ser recepcionista e comecei a trabalhar com cultura, que é o que eu gosto”, diz.

Vanessa Marinho, 30, também revela que foi discriminada, acreditando ela por causa da cor. “Em 2004, trabalhei em uma livraria e percebi que era tratada diferente das outras funcionárias. Notei discriminação também em relação ao número de funcionários, em que dos 20, apenas duas pessoas eram negras”, conta.

Atualmente, Vanessa, que é professora, está desempregada. “Talvez, o fato de ser negra pode ser uma das causas da minha condição de desemprego. O meu currículo é bom, e disso, tenho certeza. Faço questão de entregá-lo pessoalmente, mas, até agora, não surgiu nenhuma oportunidade”, explica.

Confira abaixo um vídeo com opiniões dos personagens desta matéria sobre o tema: 

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Filho de Silvio Berlusconi e vice-presidente do Milan, Paolo Berlusconi acabou virando o centro de uma polêmica ao ser flagrado dando uma declaração de tom considerado preconceituoso em relação a Mario Balotelli, recém-contratado pelo clube italiano. O dirigente foi acusado de usar uma expressão racista ao se referir ao jogador, que acaba de trocar o Manchester City pela equipe de Milão.

"Todos queremos ver o negrinho da família jogar", disse Paolo, em um vídeo publicado pelo site do jornal italiano "La Repubblica" e já reproduzido por vários outros veículos da imprensa italiana nesta quarta-feira.

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O vídeo em questão foi gravado antes da estreia de Balotelli no Milan, ocorrida no último domingo, quando a equipe bateu a Udinese por 2 a 1 graças a dois gols marcados justamente pelo novo reforço de peso do clube. As imagens gravadas flagraram o dirigente convidando amigos para o confronto do time rubro-negro, no qual ele ainda brincou com a fama de mulherengo do seu famoso irmão, dono do Milan e ex-primeiro ministro da Itália.

"Todas as jovens estão convidadas também, vocês podem até ter a chance de conhecer o presidente (Silvio Berlusconi)", disse Paolo, arrancando algumas risadas dos seus colegas, durante um encontro realizado em Varedo, que fica perto de Milão.

Os comentários do dirigente geraram polêmica e críticas na Itália e aconteceram menos de um mês depois de um jogador do próprio Milan, Kevin-Prince Boateng, ter sido vítima de insultos racistas em um amistoso diante do Pro Patria, da quarta divisão do futebol italiano, realizado no início deste ano. Naquela ocasião, revoltado, o meia ganês chutou a bola em direção aos torcedores, tirou a sua camisa e abandonou o campo, acompanhado pelos seus companheiros de clube.

A decisão dos atletas foi defendida por Silvio Berlusconi no mês passado, e Balotelli chegou ao Milan depois de ter sido também vítima de atos racistas na Eurocopa de 2012, realizada em junho, na Ucrânia e na Polônia. De cor negra, o atacante nasceu na Sicília e é filho de pais ganeses.

Até que ponto você é livre para usar a internet? Essa questão está em jogo no projeto do Marco Civil da Internet, que teve sua votação adiada por uma comissão especial da Câmara dos Deputados mês passado. O texto define direitos e deveres dos usuários, e tem como ponto central o conceito de "neutralidade de rede".

Por esse conceito, as operadoras de telecomunicações devem tratar do mesmo jeito todo o tipo de informação que trafega por suas redes. Não podem, por exemplo, beneficiar um provedor de conteúdo em detrimento de outro. Ou limitar o uso do serviço por alguns de seus clientes.

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A questão, à primeira vista, é simples. Se a operadora vende conexão, não pode interferir em conteúdo. Pelo momento em que vive o mercado, porém, não é simples assim. A internet surgiu fora do mundo das telecomunicações. O conceito de rede de pacotes, essencial para o funcionamento da rede, e o protocolo de internet (IP, na sigla em inglês) nasceram de pesquisas do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, e se desenvolveram nas redes acadêmicas de comunicação. A própria World Wide Web foi criada pelo físico britânico Tim Berners-Lee na Centro Europeu para Pesquisa Nucler (Cern), em Genebra.

A internet nasceu e se desenvolveu como uma rede distribuída, resistente ao erro e ao largo do mundo das telecomunicações. Mas acontece que, nas últimas duas décadas, a internet engoliu o mundo das telecomunicações. A tecnologia que nasceu para o tráfego de dados hoje é responsável por transportar telefonemas, vídeo, dados e serviços.

Com a mudança rápida do mercado, o tráfego tem crescido exponencialmente, muito mais do que o faturamento das empresas ou sua capacidade de investir. E as saídas que as operadoras vislumbram, como limitar os clientes que gastam a maior parte da capacidade da rede ou cobrar dos provedores de conteúdo que geram mais tráfego, não seriam permitidas se o texto passar como está.

"A resistência das operadoras já atrasou a votação do Marco Civil", afirmou o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator do projeto. "Esperamos retomar a votação no começo de novembro, depois do segundo turno das eleições." Ele defendeu a manutenção do texto como está, acrescentando que a Câmara terá de decidir se está do lado dos consumidores ou das empresas.

Contraste - Um estudo da consultoria A.T. Kearney mostrou que o tráfego da internet brasileira deve crescer, em média, 53% ao ano entre 2012 e 2015. O principal motivo é o avanço do vídeo via internet, com crescimento médio anual de 70%. Em três anos, o vídeo deve responder por dois terços do tráfego da rede. Esses números contrastam com o crescimento anual médio de 8% da receita e de 3% do investimento das operadoras brasileiras nos últimos sete anos.

"Um dos problemas está na própria palavra neutralidade", disse Eduardo Levy, diretor executivo do SindiTelebrasil, sindicato das operadoras de telecomunicações. "Não há quem seja contra, mas a rede precisa ser gerenciada." As empresas argumentam que não é possível tratar da mesma forma os pacotes de dados. Um vídeo por streaming, por exemplo, assistido em tempo real, deveria ter prioridade sobre um download, em que alguns segundos de atraso não fariam tanta diferença.

Uma aplicação de telemedicina não pode ser interrompida, pois isso colocaria vidas em jogo. O mesmo não pode ser dito sobre mensagens eletrônicas, que podem atrasar alguns segundos sem grandes consequências.

O problema é que, ao se permitir tratamento diferenciado das aplicações, seria possível que as operadoras criassem uma via rápida na internet, com tratamento privilegiado. "Apoiamos o texto do deputado Alessandro Molon", afirmou Daniel Slaviero, presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). "Achamos que o Marco Civil é um avanço, que nos coloca no patamar de países mais desenvolvidos. Não deve haver discriminação de conteúdo, porque isso privilegia o poder econômico."

Slaviero disse que, sem a neutralidade de rede, um grupo nacional de comunicação teria vantagem sobre os regionais. E os conglomerados internacionais teriam vantagem sobre nacionais. Essa discussão não se restringe ao Brasil. Em fóruns mundiais, as operadoras propuseram a "taxa Google" - a ideia é que empresas que geram muito tráfego, como Google e Facebook, façam pagamentos extras às operadoras para financiar a rede.

"O que parece haver é um problema de balanceamento de custo nas operadoras", afirmou Demi Getschko, integrante do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI). "Os usuários pagam pelas conexões, e as empresas de internet também. Essa questão não tem a ver com a neutralidade da rede, mas com o modelo econômico das operadoras."

Divergências

Apesar de o conceito de neutralidade ser o principal ponto de discórdia no projeto, existem outros. As operadoras reclamam da proibição de armazenar informações sobre o que seus clientes fazem na rede, enquanto empresas de internet podem fazê-lo.

"Não existe motivo para essa assimetria", disse Levy, do SindiTelebrasil. Levy defende que o Brasil espere um evento da União Internacional de Telecomunicações (UIT), que acontecerá em Dubai em dois meses e que tratará do assunto, antes que tome uma decisão sobre o Marco Civil. O deputado Alessandro Molon discorda: "Se aprovarmos o Marco Civil, podemos influenciar decisões."

O texto atual define que a regulamentação da neutralidade será feita por decreto presidencial, depois de ouvido o CGI, órgão não-governamental. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, defende que essa responsabilidade fique com a Agência Nacional de Telecomunicações. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A primeira comunhão de 34 crianças em Bom Princípio (RS) provocou uma polêmica de dimensões estaduais durante a semana. Tudo porque o padre Pedro José Ritter pediu que Cássio Maldaner, de 13 anos e autista, fosse retirado da fila, o que revoltou seus parentes.

O pároco afirmou que quis evitar constrangimento, porque o adolescente poderia se aproximar do altar e se negar a receber a hóstia por não abrir a boca, como fez no ensaio. O padre alegou que nenhum fiel deve ser forçado a comungar, sugerindo que a família prepare o garoto por mais algum tempo.

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O sacerdote disse que, há alguns meses, explicou aos parentes de Cássio que em casos como o do adolescente a Igreja não vê necessidade de recepção dos sacramentos para a salvação. Muito devota, a família aceitou a sugestão de catequizar o rapaz em casa e prepará-lo para a missa solene. A mãe, Maria Maldaner, de 41 anos, treinou o garoto por um mês, mas, no ensaio, ele recusou a hóstia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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