Tópicos | discriminação

De cada 100 vítimas de homicídio no Brasil, 75 são negras, dizem estudos divulgados pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Oa dados ganharam destaque neste mês de março por causa da passagem do Dia Internacional contra a Discriminação Racial (21), data que reacende o debate sobre o preconceito.

O Brasil, segundo a ONU, foi o último país a abolir a escravidão no mundo ocidental, em 1888, e somente um século depois o crime de racismo foi incluído na Constituição como inafiançável e imprescritível. O professor e coordenador do curso de História da UNAMA – Universidade da Amazônia, Diego Pereira Santos, diz que o preconceito é histórico no Brasil e decorrente da colonização europeia. “O nosso país por muito tempo vivenciou uma relação de práticas escravistas. Quando a gente soma a visão ocidental europeia do negro como inferior e se vale disso, compreende que o Brasil passou a pensar o negro também como um sujeito que não deveria ocupar o mesmo lugar social que os brancos”, relata.

##RECOMENDA##

A data é comemorada no dia 21 de março em alusão ao Massacre de Sharpeville: 69 pessoas foram mortas, em 1960, na África do Sul, durante o regime discriminatório apartheid. Para o professor Diego, nos dias atuais não seria possível a formação de um governo segregacionista ou racialmente branco, nos moldes do apartheid. Mas ações sectárias, como seitas racistas, podem dar voz ao preconceito e estimular a violência contra as minorias. “Quando você tem um governo que passa a pensar que a sociedade é feita por discriminação, e não como um todo, você dá voz a sujeitos racistas, faz com que eles não se tornem sujeitos calados”, observa.

O professor ainda alerta para o perigo do racismo velado. “Estamos em um momento muito complicado, porque as pessoas mascaram, mas por trás das suas ações nós conseguimos perceber o quanto elas discriminam, aí de fato a ação racista é mais concreta”, diz.

Segundo Diego, a melhor forma de combater o preconceito racial no Brasil é por meio da formação e, principalmente, educação. “Precisamos ter uma relação de equidade, não uma sociedade onde todos sejam iguais, mas sim uma na qual haja um equilíbrio dentro da própria sociedade, e esse equilíbrio permite que tenhamos uma relação de muito mais valor, e que a gente possa ter comportamentos de aceitação da diferença”, finaliza o professor.

Por Lucas Neves.

O presidente dos EUA, Donald Trump, acusou nesta terça-feira as redes sociais, incluindo o Twitter, sua mídia favorita, de "discriminação" contra usuários de direita.

"Parece que se alguém é conservador, se um é republicano, em certo grupo, há discriminação. Eu vejo isso no Twitter e no Facebook", disse Trump na coletiva de imprensa conjunta com Jair Bolsonaro.

Mais cedo, Trump fez queixas similares no Twitter, onde, apesar de suas acusações de parcialidade, o presidente tem 59 milhões de seguidores.

"Temos que fazer algo. Tenho muitos, muitos milhões de seguidores no Twitter e é diferente do que costumava ser. Estão acontecendo coisas", afirmou o presidente dos EUA.

O presidente atacou as plataformas on-line sobre como filtram e amplificam conteúdo.

Trump retomou seus ataques depois de retuitar a notícia de uma ação movida pelo congressista republicano Devin Nunes por 250 milhões de dólares em indenização, na qual ele alega que o Twitter esconde os comentários de usuários conservadores.

"Facebook, Google e Twitter, para não mencionar a mídia corrompida, são muuuuito do lado dos democratas da esquerda radical", Trump twittou anteriormente.

Trump já acusou o Google de manipular os resultados de seu mecanismo de busca para o benefício da mídia esquerda.

Em decisão unânime da 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, em Pernambuco, ficou mantida a condenação da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) por danos morais. A empresa foi punida por não fornecer água potável no local de trabalho e por permitir que empregados fossem tratados com discriminação por colegas e gestores.

O autor da ação contou que ele, assim como outros agentes de segurança aprovados no concurso público de 2014, virou alto de discriminação por funcionários mais antigos. Ele teria sido vítima de intimidações, grosserias e chacotas, além de ter sido impedido de participar de uma reunião. O motivo seria o fato dos Policiais Ferroviários possuírem um pleito antigo para serem transferidos ao Ministério da Justiça e considerariam que as novas nomeações atrapalhariam a reivindicação. Ele também tinha que participar de cota para comprar garrafão de água mineral, já que não era fornecido pela empresa.

##RECOMENDA##

A defesa da CBTU alegou que não haver qualquer ilícito e que os novos contratados não puderam participar da reunião porque se tratava de tema que não lhes era pertinente, além de acontecer em um horário em que os novatos passavam por treinamento. A companhia também afirmou ter realizado sindicância interna para investigar a conduta de dois coordenadores e salientou fornecer galões de água mineral nas principais estações de metrô e água potável em todas as torneiras.

A relatora da decisão da 3ª Turma, desembargadora Virgínia Malta Canavarro, asseverou que o assédio foi “robustamente comprovado” pelo autor da ação, que juntou aos autos mais de uma Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) emitido pela própria CBTU, no qual se infere que o trabalhador sofria de ansiedade, instabilidade emocional e sofrimento psicológico, após conflitos ocorridos na empresa. Além disso, anexou documento mostrando que o Ministério Público do Trabalho ajuizou Ação Civil Pública em razão de constrangimentos por parte da coordenação da empresa a um grupo de empregados.

Os magistrados decidiram, entretanto, reduzir o valor da indenização, que na instância anterior havia sido arbitrado em R$ 100 mil. A CBTU deverá pagar ao funcionário R$ 30 mil, segundo decisão no TRT. As partes ainda podem recorrer.

 

Perseguições ou discriminação por motivos religiosos foram observadas em um em cada cinco países do mundo entre 2016 e 2018, afirma uma organização católica em um relatório publicado nesta quinta-feira (22).

Entre junho de 2016 e junho de 2018, a organização Aide à l'Eglise en détresse (AED)  - ou algo como Ajuda às igrejas em perigo, em livre tradução - contabilizou perseguições religiosas em 21 países, incluindo Indonésia, Nigéria e China, e discriminações religiosas em 17, como a Rússia, a Turquia e a Argélia, o que equivale a um em cinco países do mundo.

"Há uma banalização das violações da liberdade religiosa (...) em meio a uma indiferença quase geral" da comunidade internacional, lamentou Marc Fromager, diretor desta fundação, em uma coletiva de imprensa em Paris.

Em 18 destes 38 países, "a situação piorou", "especialmente em dois dos países mais populosos do mundo, China e Índia", acrescentou a organização católica.

A situação também é preocupante em Mianmar, onde as autoridades são acusadas de realizar uma limpeza étnica contra os rohingyas.

A organização denuncia "campanhas de ódio" planejadas por nacionalistas budistas contra essa minoria muçulmana e aponta que a perspectiva é "sombria".

Mas a principal mudança vista nos últimos dois anos é o surgimento de um "ultranacionalismo agressivo", disse Marc Fromager.

"Há um aumento das ameaças à liberdade religiosa por parte dos atores estatais".

"Esta hostilidade contra minorias se agravou, a ponto de poder qualificar o fenômeno do ultranacionalismo agressivo", acrescentou o funcionário, que citou como exemplo a demolição de igrejas na China ou a proibição da minoria uigur de jejuar durante o Ramadã.

Fundada em 1947 - durante a época do bloqueio soviético ateu - a AED é uma fundação internacional de direito pontifício, que examina a situação de grupos religiosos em 196 países a cada dois anos graças às informações fornecidas por uma série de jornalistas independentes.

Em menos de 24 horas, pelo menos quatro universidades públicas registraram mensagens de cunho racistas e homofóbicos no País. Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a porta de um banheiro foi pichada na quarta-feira, 17, com a mensagem "Pretaiada vai voltar para a senzala". No local ocorria o Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros. Ataques foram registrados ainda na Universidade de Brasília (UnB), na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e na Universidade de São Paulo (USP), que teve portas pichadas com o símbolo nazista.

Os ataques na UFU ocorreram no último dia do congresso que reuniu em torno de 4 mil pesquisadores, incluindo, convidados estrangeiros de países como Argentina, Angola e Portugal. A pichação foi feita em um dos banheiros do bloco 3Q, no campus Santa Mônica, em Uberlândia (MG). Em nota, a UFU diz repudiar o "fato criminoso de racismo contra os pesquisadores e pesquisadoras negros e negras". Também instaurou sindicância interna para identificar e punir os responsáveis. Já o DCE (Diretório Central dos Estudantes) divulgou nota para afirmar que se solidariza e "soma forças a todas as pessoas atingidas por essa inscrição".

##RECOMENDA##

Nesta quinta-feira, 18, o local da pichação foi interditado para as investigações e a UFU registrou ocorrência na Polícia Militar e acionou também a Polícia Federal, que orientou a universidade a primeiro fazer a apuração interna. Depois disso, o que for levantado será levado à Polícia Federal que tomará as providências. A reportagem encontrou em contato com a delegacia da Polícia Federal em Uberlândia, que confirmou aguardar que a denúncia seja protocolada para ir até a UFU e assumir as investigações.

Em outro caso em Minas Gerais, banheiros da Faculdade de Direito da UFJF apareceram desenhos da suástica acompanhados de mensagens como "Morte aos gays" e "morte a todos LGBT". A instituição também divulgou na quarta-feira nota de repúdio na qual informa que "não aceitará qualquer forma de discriminação ou de violência". A nota diz ainda que essas "expressões e símbolos refletem o ódio e o irracionalismo que vêm se ampliando no contexto da disputa eleitoral, estimulados por discursos pouco afeitos à democracia". E que "intensificou os mecanismos de monitoramento em áreas de convivência", mas sem registrar o caso na polícia.

 

Em Brasília, referência a massacre

Um banheiro da Universidade de Brasília (UnB) amanheceu com dizeres que fazem referência ao "Massacre de Columbine", tragédia escolar americana que ocorreu em 20 de abril de 1999, na Columbine High School, no Colorado, Estados Unidos. Dois alunos armados entraram na instituição, mataram 12 alunos e um professor, feriram outras 21 pessoas e se mataram. No banheiro da universidade apareceu a frase: "Se Bolsonaro for eleito, é Columbine na UnB".

Por meio de nota, a universidade disse que tomou conhecimento da pichação por meio da fotografia postada nas redes sociais e que o caso do reportado à Polícia Federal. "Desde então, a Universidade vem investigando o caso, sem que hajam dados até o momento a serem divulgados". No começo do mês, a Biblioteca da instituição identificou livros da temática de Direito Humanos rasgados.

Em São Paulo, a Universidade de São Paulo (USP) investiga pichações de suásticas, símbolo do nazismo, feitas em portas de cinco apartamentos do Bloco A do Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp), alojamento estudantil da Cidade Universitária, na zona oeste da capital paulista. Os estudantes criaram comitês de segurança para cada andar dos prédios após o caso ter sido revelado na quarta-feira, pelos próprios estudantes nas redes sociais. Em uma das imagens postadas no Facebook, além do desenho nazista, há ainda a frase "Volta para Bolívia".

O apresentador e empresário Luciano Huck fez duras críticas ao candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro. O global escreveu em artigo para a Folha de São Paulo, publicado no sábado(13), que a postura do presidenciável é tudo aquilo que o Brasil não precisa e revelou que tem receio pelo futuro do país.

"Temo, sim, que o discurso de ódio ou de desprezo pelo diferente na boca de um mandatário eleito pela maioria legitime violência e discriminação." Luciano também disse que as ideologias disseminadas por Bolsonaro são ‘retrógradas, sectárias, preconceituosas e belicistas’.

##RECOMENDA##

Apesar de expor sua aversão às ideias do candidato do PSL, o apresentador também criticou o PT e disse não concordar com o modo atuante do partido. "Não há outra missão mais relevante do que atacar o enorme abismo social que criamos no país. Mas essa pauta não é nem pode ser monopólio do PT", escreveu.

Huck conclui o artigo falando da importância do voto consciente e pede para a sociedade acreditar na melhora do país. "Não podemos fingir que o problema não existe, ou que não fazemos parte dele. Temos que enfrentá-lo, mas de maneira construtiva e serena. E acreditando, inclusive, para ambos os candidatos, que sempre há de haver espaço para o amadurecimento e revisão de posições equivocadas do passado".

Por Lídia Dias

Na última sexta-feira (24), uma queixa feita pela diretora da Escola Municipal Parque Itararé, que fica em Teresina, Piauí, causou problemas entre a instituição de ensino e a família de uma aluna de 10 anos. O motivo teria sido a proibição da entrada da criança (que é negra) na escola sem que ela mudasse o cabelo, que tem tranças em estilo afro, todo preto com apenas uma mecha vermelha.

Alexandra Silva, que é mãe da aluna em questão e trabalha como professora da Rede Municipal de Ensino de Teresina, utilizou o seu Facebook para denunciar o caso que, para ela, foi uma demonstração de preconceito racial contra a criança. 

##RECOMENDA##

Segundo ela, no horário do intervalo a aluna foi informada de que a diretora queria vê-la e, ao atender ao chamado, ela foi informada de que não poderia mais entrar na escola usando as tranças e a mecha vermelha no cabelo, pois estes ítens são tratados pela direção como acessórios inadequados ao fardamento e ao ambiente escolar. 

“Ao fim da aula, ela deveria retornar à direção e não foi mais recebida. Nesse dia passou o horário dela chegar em casa, e eu fui até a escola e ela não estava mais lá. Ao chegar em casa ela nos informou a situação", disse a mãe em entrevista a um site local, acrescentando ainda que foi à escola na última segunda-feira (27) junto com o pai da menina em busca de uma solução, sem sucesso.

Diante da insistência em afirmar que a criança somente poderia voltar à escola caso retirasse a mecha vermelha, a aluna estaria sem aula desde o início do impasse, segundo sua mãe. 

“O cabelo da minha menina faz parte da sua identidade racial e cultural, então decidimos não retirar as tranças, nem a mecha vermelha do cabelo da nossa criança. E durante todo o dia de hoje nos dedicamos a buscar nossos direitos, junto às instituições que nos assistem. Como podemos esperar uma escola inclusiva e contra a prática de bullying, se a própria instituição nega o direito garantido por lei de acesso e permanência da criança na escola?”, questionou a mãe.

[@#video#@]

A Secretaria Municipal de Educação (Semec) de Teresina afirmou ao LeiaJá, por meio de sua assessoria de imprensa, que o caso em questão não se trata de preconceito racial, mas de rigidez às normas de fardamento estabelecidas pela escola em acordo com os pais, mães e responsáveis dos alunos.

Foi dito também que a proibição à trança se deu depois que outros alunos, distraídos pelo cabelo da garota, puxaram a trança e então a professora pediu que ela não fosse mais à escola com a trança vermelha para não distrair os outros alunos.

O LeiaJá tentou entrar em contato com a direção da Escola Municipal Parque Itararé em busca de mais informações que ajudem a esclarecer as diferentes versões sobre o ocorrido, porém foi dito que a diretora só poderia falar na tarde da próxima quinta-feira (30). 

No entanto, a diretora se pronunciou à assessoria de imprensa da Secretaria, afirmando que “em nenhum momento proibiu a aluna de assistir aula, porém a estudante não está frequentando a escola porque a mãe não a está levando [à escola]”.  

O LeiaJá também procurou Alexandra Silva, mãe da menina, para obter mais informações sobre a ausência da criança nas aulas e a respeito de providências legais que eventualmente possam ter sido tomadas pela família, mas não obteve resposta. 

Por meio de nota enviada à imprensa, a Secretaria afirmou que “está acompanhando o caso ocorrido na Escola Municipal Parque Itararé e destaca que não tolera qualquer tipo de preconceito”, além de reforçar que “os excessos costumam descaracterizar o ambiente escolar, mas que respeita todo tipo de expressão do indivíduo”.  Confira o texto na íntegra:

“A Secretaria Municipal de Educação (Semec) informa que está acompanhando o caso ocorrido na Escola Municipal Parque Itararé e destaca que não tolera qualquer tipo de preconceito. A direção da escola mantém um protocolo para o fardamento dos alunos, apoiada pelos pais, e explica que os excessos costumam descaracterizar o ambiente escolar, mas que respeita todo tipo de expressão do indivíduo. Portanto, afirma que nenhum aluno foi proibido de assistir aula ou passou por qualquer situação de constrangimento. A Semec já conversou com os pais e os fatos foram esclarecidos”.

LeiaJá também

--> Escola não aceita aluno com cabelos longos

--> Após bullying por câncer da mãe, menina ganha bolsa

--> Após chamar aluna de 'gostosa', professor pode ser punido

Problemas entre o Colégio Adventista de Planaltina e a família de Luís Phelipe Oliveira, um menino de 11 anos, causaram repercussão e foram parar na Justiça depois que a direção da instituição de ensino afirmou que a criança não poderia estudar lá se continuasse com os cabelos compridos. De acordo com a mãe, Alessandra Oliveira, o cabelo está comprido por causa de uma promessa religiosa que impede o corte pelos próximos dois anos.

A pressão para que o menino cortasse os cabelos, segundo ela, começou antes das férias de julho, primeiro diretamente com a criança e depois através de notificações enviadas à família, em que a escola afirmava que o tamanho do cabelo de Luís fere as regras de conduta e disciplina da instituição. A pressão pelo corte do cabelo do menino teria continuado após o retorno das aulas, motivando a mãe a mudar a criança de escola. 

##RECOMENDA##

“Quando ele voltou das férias, começaram novamente [a reclamar]. Porque antes de eu receber a notificação, estavam indo diretamente nele para falar: ‘Olha, aqui não pode cabelo comprido. Você tem que cortar’. Ele chegava em casa muito chateado”, contou a Alessandra em entrevista concedida ao portal G1, junto com Luís Phelipe.

Já durante o período de queixas quanto à aparência do menino, a escola escalou Luís Phelipe para interpretar Jesus em uma peça de teatro. Alessandra pontuou sua insatisfação com o fato de que, enquanto era útil para a peça, o cabelo comprido não ter sido problema, tornando-se motivo de constrangimento para seu filho depois da encenação. 

“Naquele momento ele foi útil para a escola. Agora, não é mais e tchau”, contou a mãe, que também explica que antes de transferir o filho para outra escola, tentou resolver o problema penteando os cachos para trás e mantendo o cabelo preso, mas de nada adiantou. 

Na mesma entrevista concedida pela mãe, o próprio Luís Phelipe lamentou a situação, pois gostava da escola até os problemas com seu cabelo começarem a aparecer, lhe causando tristeza, constrangimentos e chateação. 

“Eu gosto muito do meu cabelo do jeito que ele está. Não quero cortar meu cabelo e tem muita coisa muito mais importante na escola do que eu que tenho cabelo grande”, disse o menino. 

Segundo a Associação de Pais e Alunos de Instituições de Ensino do DF, cada escola tem suas regras, e as famílias devem estar atentas a isso antes de assinar o contrato, mas é necessário haver diálogo. De acordo com o presidente da Associação, Cláudio Megiorin, "a escola poderia e teria o direito de não renovar a matrícula ao final do ano, mas quando isso acontece no meio do ano, o dano moral que a criança sofre, o dano educacional em si, já é muito representativo na vida dela”, pontuou ele.

Através de uma nota, a escola onde o menino estudava afirmou que é contra qualquer tipo de preconceito ou discriminação, mas que o código disciplinar tem regras gerais de conduta válida para todos os alunos e que a mãe concordou com elas no momento da matrícula. 

A instituição afirma também que não causou nenhum tipo de constrangimento ao estudante, porque o descumprimento das regras foi tratado diretamente com os pais, sendo escolha da mãe realizar a transferência do filho para outra escola. O Colégio Adventista de Planaltina diz também que até a transferência, o estudante participou de todas as atividades escolares, exercendo seus direitos de estudante regularmente matriculado. 

LeiaJá também

--> Após bullying por câncer da mãe, menina ganha bolsa

--> Alunas protestam por direito de usar bermuda na escola

Duas ex-executivas da Nike apresentaram um processo nos Estados Unidos contra a empresa por discriminação, alegando que haviam sido "desvalorizadas e denegridas" ao receber salários inferiores aos de seus colegas homens.

Sara Johnston e Kelly Cahill afirmam em sua ação, apresentada na quinta-feira (9), que o ambiente de trabalho na companhia era hostil para as mulheres.

"Na Nike, os números contam a história de uma empresa onde as mulheres são desvalorizadas e denegridas. Para muitas mulheres na Nike, a hierarquia da companhia é uma pirâmide impossível de escalar", acusam as ex-executivas.

"Os árbitros desta política ou destas práticas são um pequeno grupo de diretores de alto escalão que são, em sua maioria, homens".

E acrescentam: "A Nike julga as mulheres mais severamente que aos homens, o que significa salários mais baixos, bônus menores e poucas opções sobre ações".

A Nike não respondeu imediatamente a um pedido de comentários da AFP.

A ação foi apresentada em um tribunal do Oregon, o estado do oeste do país onde a marca tem sua sede principal.

A ação judicial chega três meses depois de um êxodo sem precedentes de diretores, incluindo o número 2 da empresa, em consequência de testemunhos de funcionários, em sua maioria mulheres, denunciando um ambiente "tóxico", marcado pela discriminação, o assédio e o abuso sexual.

A Nike dispõe de um regulamento contra o assédio. Trevor Edwards, presidente da marca Nike e considerado o sucessor do diretor executivo, Mark Parker, tinha a reputação, por exemplo, de humilhar seus subordinados nas reuniões públicas, segundo uma série de testemunhos.

As demandantes pedem a outros funcionários que se unam a sua ação para estabelecer um processo coletivo. Elas pedem uma indenização por danos cujo montante não é especificado e o reembolso de seus gastos com advogados.

Um caso de preconceito, bullying e intolerância teve fim no Distrito Federal por conta da solidariedade de pessoas dispostas a ajudar Carol Venâncio Duarte e sua filha, que era aluna do sexto ano do Colégio Notre Dame Brasília. A menina foi vítima de bullying pelo fato de sua mãe estar em tratamento contra o câncer. Após a história ganhar visibilidade, a família foi ajudada por outras mães e outra escola, que deu uma bolsa parcial para que a criança pudesse sair do colégio onde estudava.

Quando a filha se queixou que alguns colegas afirmavam ter nojo dela por causa da aparência da mãe, que perdeu os cabelos por conta do tratamento quimioterápico, Carol procurou a direção da escola e recebeu da diretora, Irmã Loiva, a “sugestão” de que cobrisse a cabeça porque a sua imagem era “agressiva à sociedade”. 

##RECOMENDA##

No Facebook, a irmã de Carol e tia da menina que sofreu bullying, Camila Venancio Duarte, fez uma postagem de apoio à sua irmã, expondo o modo como ela foi tratada pela direção da instituição de ensino.

“[A Irmã Loiva] Essa senhora cruel, sugeriu que minha irmã usasse peruca ou chapéu, pois a imagem dela era agressiva à sociedade. Eu fui até a escola a pouco conversar com essa senhora, e ela me disse que sugeriu sim, que Carol usasse, pois a imagem dela assustava, perguntei a quem assustava, ela disse que a todos. Irmã Loiva, assustador é seu ódio e preconceito, a senhora sim é uma agressão a sociedade”, escreveu ela em um post que alcançou, até às 12h21 desta sexta-feira (3), 329 comentários, 894 compartilhamentos e quase 3 mil reações.

[@#video#@]

Com a repercussão, a Irmã Loiva foi afastada da direção do Colégio Notre Dame e a criança recebeu uma bolsa parcial para estudar no colégio Sigma, também no Distrito Federal, mas os custos ainda eram altos para a família. A solidariedade de outros membros da comunidade escolar foi o que fez a diferença no desfecho desse caso: um grupo de mães se juntou para doar o uniforme e os livros de que a criança que foi vítima de bullying precisaria na nova escola. 

Por sua vez, o colégio Sigma se pronunciou afirmando por meio de uma nota que tem compromisso com a educação e que “a direção da escola fez o que foi possível para que a família e a aluna fossem acolhidos no ambiente escolar. A nossa primeira intenção foi garantir que a estudante, diante do seu contexto e sua história, tivesse a possibilidade de dar continuidade aos seus estudos de forma plena, segura e tranquila”. 

LeiaJá também

--> Nova lei contra o bullying reforça o papel das escolas

--> De graça e pela educação, professores encorajam sonhos

--> Aluno quebra os cotovelos após levar rasteira na escola

Como você viu aqui, Paulo Gustavo fez uma piada com o fato do casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda não ser aceito em todos os países do mundo. Uma das justificativas que usam para negar o direito da união estável aos casais homo afetivos é a religião, já que muitas pessoas interpretam que este tipo de relacionamento seria proibido na Bíblia. Acontece que a chacota de Paulo não agradou a todos e, por isso, o humorista teve que se pronunciar nas redes sociais após ler diversas críticas de que ele teria difamado o nome de Jesus Cristo. Veja:

Meu vídeo sobre o casamento na igreja foi a forma que eu encontrei, através do humor, de fazer uma reflexão sobre como vejo o mundo e determinadas questões. Fiz o vídeo num tom descontraído, divertido e sem ofender ninguém! Se Jesus fosse vivo hoje, de carne e osso, poderia sim estar no show do Pabllo Vittar, tal como em qualquer outro show, de qualquer outro artista. Isto porque ele foi quem entendeu que todos eram iguais, merecedores do mesmo respeito, do mesmo amor, independente de condição, cor, ou gênero. Jesus fez revolução justamente por não ser preconceituoso e não concordar com os julgamentos daqueles que condenavam o próximo, o diferente. Jesus foi o que entendeu o amor em sua profundidade, e por essa visão de mundo, à frente de seu tempo, foi crucificado.

##RECOMENDA##

O ator também deixou claro que não ofendeu a imagem de Deus:

Os comentários raivosos e preconceituosos só me fazem ter a certeza de que estou do lado certo da história, muito consciente dos meus posicionamentos e das coisas que acredito. Eu não ofendi a Deus. Quem ofende a Deus são todos que, em nome dele, cometem discriminação e disseminam ódio. Eu só tenho a agradecer a Deus porque ele sempre foi muito bom comigo, me dando saúde pra trabalhar, me deu honestidade para com a vida e para pagar todos os meus impostos corretamente, me deu generosidade pra ajudar meus amigos e sustentar minha família, me fez um ser humano solidário com os mais necessitados, me deu humor pra enxergar a vida com mais leveza e talento pra fazer o que eu faço, que é trazer alegria pra vida das pessoas!

Por fim, conclui com uma questão:

A pergunta que eu faço é: o que as pessoas que tanto destilam ódio nas redes sociais (na vida) fazem pelo próximo, pelo coletivo e fazem de suas próprias vidas? O ódio não soma, não acrescenta, não cria. Já o amor, este sim, germina e se multiplica! E esse é o Deus que eu acredito e essas são as ideias que Jesus pregou e defendeu. Vocês acham mesmo que com toda essa raiva, vocês estão seguindo os mandamentos de Deus? Peçam a Deus pra ajudar vocês a terem mais empatia, mais humor, mais leveza, e a serem mais humanos. Porque essa raiva toda só faz mal a vocês mesmos!

No Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado nesta quinta-feira (14), o deputado federal Jean Wyllys (PSOL) lamentou o fato de que os LGBTs não possam doar sangue. O psolista falou que a proibição vai muito além da discriminação. “Não se trata apenas de reduzir a discriminação, mas de garantir que mais pessoas possam, de fato, doar sangue e colaborar com a manutenção de estoques vitais à medicina. As milhares de vidas que precisam de estoques de bolsas de sangue agradecem“, opinou. 

“Uma única doação pode ajudar no tratamento de até sete pessoas, e isto depende da boa vontade e da colaboração voluntária de milhares de doadores. Infelizmente, outros milhares são simplesmente rejeitados por questões que não encontram amparo na ciência moderna. Homens gays e pessoas trans, ainda que com parceiros fixos, casados e com boa saúde, são impedidos por uma norma interna do Ministério da Saúde de doar sangue ainda na entrevista”, ressaltou o deputado. 

##RECOMENDA##

Jean Wyllys falou que a entrevista é um critério muito frágil e até perigoso. “É plenamente possível que uma pessoa cisgênero e heterossexual omita situações que a levariam ao impedimento da doação, ou pior: que desconheça que seu parceiro ou parceira possa vivenciar situações de risco de contágio de DSTs - um dos principais fatores que expõem mulheres casadas ao contágio pelo HIV, índice que vem aumentando ano após ano e que preocupa as autoridades da saúde pública”.

O parlamentar é autor do projeto de lei  6297/2016, que visa acabar com as restrições dos doadores LGBTs.

 

 

A empresa AEC Centro de Contatos, na Paraíba, foi condenada pela 3ª Vara do Trabalho em Campina Grande a pagar uma multa de R$ 500 mil em danos morais coletivos por limitar as idas dos funcionários ao banheiro a no máximo cinco minutos. Com a condenação, a empresa terá que cumprir determinações da justiça para ajuste de conduta sob pena de multa no valor de R$ 20 mil por dia e por cada obrigação descumprida.

A ação foi iniciada pelo Ministério Público do Trabalho da Paraíba (MPT-PB), que durante uma fiscalização encontrou irregularidades como o impedimento ou dificuldades para que os funcionários fossem ao banheiro, avaliar mal ou alterar o salário por idas ao banheiro, aumento da carga horária de trabalho e prática de condutas discriminatórias. 

##RECOMENDA##

“Recebemos denúncias, ouvimos testemunhas e comprovamos as irregularidades por meio de fiscalizações e sentenças em processos individuais. Uma das condutas era a pausa para banheiro com tempo máximo de cinco minutos, o que atenta frontalmente a dignidade do trabalhador. O MPT estará vigilante quanto ao cumprimento de todas essas obrigações por parte da empresa, visando a garantir a saúde e segurança dos trabalhadores”, disse a procuradora do Trabalho responsável pelo caso, Myllena Alencar.

LeiaJá também

--> McDonald’s é punida após funcionária se queimar com óleo

O cantor Tico Santa Cruz denunciou a escola Escola Carolina Patrício por vetar a matrícula de sua filha na unidade do bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, após saber que a menina sofre de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). De acordo com um relato postado por ele em seu Facebook na última quarta-feira (3), a direção da instituição, que se diz inclusiva, afirmou que não havia vaga na turma em que a menina deveria entrar, mas aceitou a matrícula quando ele ligou fingindo querer matricular outra criança.

No entanto, ao assumir sua identidade, de acordo com ele, a diretora da escola teria voltado a rejeitar a matrícula de sua filha sob a afirmação de que a escola não aceita alunos de outras instituições que precisam repetir o ano letivo. “Não quero ficar parecendo um paranóico, com síndrome de perseguição, mas convenhamos, o que se espera de uma instituição que se diz séria e age de tal forma? A diretora manda recado, diz que não está na escola e depois atende o telefone achando que está falando com outro pai?”, questionou Tico em seu perfil no Facebook. 

##RECOMENDA##

Na mesma postagem, ele também explica que conversou com advogados e sabe que poderia recorrer à justiça para garantir a matrícula da criança, mas que prefere procurar outra instituição. “Consultei especialistas sobre essa questão e todos eles foram categóricos em afirmar que se quisesse entrar com uma medida judicial, em terceira instância - que fosse - a justiça me daria o direito de ingressar com minha filha lá. Mas para que vou insistir em colocar minha filha numa escola onde aparentemente não somos bem vindos?”, questionou ele. 

Por fim, Tico Santa Cruz criticou a postura da escola e a afirmação de que seria uma instituição inclusiva ao mesmo tempo em que, segundo ele, demonstra o contrário. “Fica só o relato aqui para que vocês que venham a pensam em matricular seus filhos nessa ESCOLA, que se diz INCLUSIVA, que na verdade não é bem assim. Eles escolhem quem pode e quem não pode estudar lá, só não ficou claro qual o critério. Seguimos para 2018 ou seria 1718?”, questionou ele. 

[@#video#@]

Repercussão 

A postagem teve muitos compartilhamentos e diversos comentários com diferentes opiniões a respeito do caso. Enquanto alguns usuários concordavam com a indignação de Tico diante da rejeição da matrícula, outros apoiavam a posição da escola, afirmando que o fato de ser uma instituição privada torna legítimo aceitar ou não estudantes com base nos critérios que a escola preferir. 

Também houve comentários de outros pais e responsáveis de alunos com deficiência que estudaram na Escola Carolina Patrício e tiveram experiências ruins. Uma usuária afirmou que o cantor deveria estar feliz pela rejeição da matrícula pois sua filha com autismo havia sido mal atendida. Segundo ela, a criança não foi autorizada a frequentar a escola acompanhada da mediadora que a acompanhava e a que a escola disponibilizou não a agradou.

Segundo ela, “minha filha vinha suja de cocô, com migalhas de pão no cabelo e pedaços de galho de árvore nas fezes. Uma vez veio com o dedo cortado e a escola disse que não sabia o que tinha ocorrido. No mesmo dia, as mães das outras crianças me contaram que a minha filha havia se cortado com a tesoura e seus filhos contaram em casa essa história! Então Tico, agradeça todos os dias por sua filha ter sido rejeitada!”, disse a internauta. 

Outra usuária relatou a exclusão de seu filho, que há 30 anos atrás foi aluno da escola, da formatura da alfabetização, popularmente conhecida como formatura do ABC. Segundo ela, “no final do ano distribuíram convites para a formaturinha deles e eu não recebi!Procurei a direção para questionar e fui informada que como ele não gostava de entrar na sala e preferia brincar no parquinho ele não iria a tal formatura”, disse a mãe. 

Também não faltou quem criticasse o cantor por suas posições políticas e dissesse que ele procura escolas públicas para a criança. “Tu não gosta do PT? Coloca sua filha no MARAVILHOSO sistema educacional implantado pelo PT e sua quadrilha há 14 anos”, afirmou uma usuária da rede social que também diz que sua filha e aluna da escola, com atendimento inclusivo e que ambas seriam bem tratadas.

LeiaJá também 

--> MPPE recomenda nomeações para educação inclusiva

--> Estágio: a deficiência do mercado para PCD

O deputado federal Delegado Waldir (PR) comentou, nesta quarta-feira (27), um vídeo que viralizou nas redes sociais. As imagens revoltaram uma parte da população ao mostrar uma cidadã, visivelmente alterada, após ser abordada por policiais no trânsito. Ela tenta morder e chutar um deles, ameaça afirmando que “vão se dar mal”, além de discriminar o militar: “Viado, seu bicha, preto, seu preto”, repetiu. Ela pagou fiança e foi solta. 

O deputado disse, em uma publicação no Facebook, que o episódio foi uma “vergonha”. “O álcool é uma droga lícita, mas continua fazendo muita gente pagar mico. Essa motorista bêbada bateu seu veículo em outros automóveis. Depois, ofendeu policiais e para conter o êxtase alcoólico foi necessário algemas e visita a delegacia”. 

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Delegado Waldir lembrou que, além da “tragédia pessoal”, beber e dirigir pode tirar vida de pessoas inocentes. “A distinta senhora, acredite, se dizia juíza, mas na verdade é dentista na cidade de Duque de Caxias. Pagou fianças para ser colocada em liberdade. Muito feio. Quem deveria dar exemplos, se expõe... beber e dirigir, além de tirar a vida de pessoas inocentes, produzem cenas que transitam entre a tragédia pessoal e o espetáculo circense”, criticou.

Muitos criticaram a mulher ter sido liberada. “O que gera a certeza da impunidade no Brasil é isso: as fianças e as audiências de custódia. Saem pela porta da frente”, comentou um seguidor. 

 

Os índices de violência contra a juventude, especialmente contra a juventude negra, levou a representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Marlova Jovchelovitch Noleto, a afirmar que o desenvolvimento de políticas públicas multissetoriais de proteção a jovens de 15 a 29 anos é mais que uma prioridade: é uma necessidade brasileira.

Dados do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência, divulgados hoje (11) pela Unesco em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, reforçam a constatação de que são os jovens de 15 a 29 anos, negros, moradores das periferias e das áreas metropolitanas dos grandes centros urbanos, as maiores vítimas da violência. Com base na análise das ocorrências de 2015, os pesquisadores também concluíram que, em 26 das 27 unidades da federação, a taxa de homicídios é maior entre as mulheres negras nesta faixa etária do que entre as mulheres brancas.

##RECOMENDA##

Nacionalmente, o risco de uma jovem negra ser vítima de homicídio é 2,19 vezes maior do que o de uma jovem branca. Desmembrando os dados, os pesquisadores identificaram que, no Rio Grande do Norte, o risco de assassinato para as negras desta faixa etária é 8,11 vezes maior que o de uma jovem branca.

“Esse resultado revela a necessidade de avançarmos na garantia dos direitos das mulheres e no combate à violência ligada à questão de gênero”, destaca a representante da Unesco em seu texto introdutório ao Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência, reafirmando que, para superar essa situação, é necessário que o governo promova ações públicas coordenadas em áreas como educação, saúde, trabalho e geração de renda e oportunidades iguais para todos.

Divulgado em junho deste ano, pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e pelo mesmo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Atlas da Violência 2017 já revelava que, em 2015, 31.264 das 59.080 pessoas assassinadas eram jovens entre 15 e 29 anos. Dentre eles, 71% eram negros e pardos e 92% do sexo masculino. O Atlas mostra ainda que, entre 2005 e 2015, a taxa de homicídios de mulheres brancas caiu 7,4%, enquanto a taxa de mortalidade de mulheres negras aumentou 22% no período.

Já o índice divulgado hoje reforça a constatação de que as taxas de homicídios de jovens não para de crescer desde a década de 1980, tendo atingido taxas endêmicas em 2015. A partir da metodologia empregada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o documento classifica as unidades da federação conforme a vulnerabilidade dos jovens à violência.

Vulnerabilidade juvenil

Considerando seis indicadores de 2015 (mortalidade por homicídio; mortalidade por acidentes de trânsito; frequência à escola e situação de emprego; níveis de pobreza e de desigualdade e a comparação entre o risco relativo a homicídios de negros e brancos), os pesquisadores classificaram 12 estados como de alta vulnerabilidade juvenil à violência: Alagoas, Ceará, Pará, Pernambuco, Roraima, Maranhão, Amapá, Paraíba, Sergipe, Amazonas, Piauí e Bahia.

Já o Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Tocantins, Rondônia, Espírito Santo, Acre, Goiás, Rio de Janeiro e Paraná foram classificados como localidades de baixa vulnerabilidade. As unidades de federação onde os jovens de 15 a 29 anos estão menos vulneráveis à violência são Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

Os pesquisadores também calcularam que, em 24 das 27 unidades da federação, as chances de um jovem negro morrer assassinado é maior que a de um jovem branco. As exceções são o Paraná, onde a taxa de mortalidade de jovens brancos é superior à de jovens negros; Tocantins, onde o risco é bastante próximo, e Roraima, que não registrou nenhuma morte de jovem branco no período analisado, o que impediu comparações.

A disparidade mais gritante foi registrada em Alagoas, onde um jovem negro tem 12,7 vezes mais chances de morrer assassinado do que um jovem branco. Em seguida aparece o Amapá, onde essa proporção é da ordem de 11,9 vezes. Na outra ponta da tabela, o risco relativo no Paraná e no Tocantins é de, respectivamente, 0,8 e 1,1 vez.

Na introdução do índice, o secretário nacional de Juventude, Francisco de Assis Costa Filho, disse que o diagnóstico dos problemas que afetam a população é importante para a criação de políticas públicas. “O Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência tem esse objetivo - apresentar números e dados da violência contra a juventude, especialmente a juventude negra, para aperfeiçoamento da formulação de ações que levem em conta a realidade desses jovens.”

Cerca de 47% das mulheres brasileiras já foram rejeitadas em seleções de emprego por terem filhos ou revelarem o desejo de ser mãe no futuro, de acordo com a pesquisa de mercado MindMiners. O estudo foi realizado com mil mulheres acima dos 18 anos de idade e diferentes perfis socioeconômicos em várias regiões do país. 

As entrevistadas responderam a pesquisa através de um aplicativo. A maioria delas, cerca de 52% das participantes, já têm filhos ou estão grávidas enquanto 34% desejam ter filhos no futuro e 14% afirmam não ter vontade de se tornar mães. Entre as gestantes, mães e mulheres que afirmaram querer ter filhos, quase metade declaram que se sentiram rejeitadas por essa razão ao procurar emprego, enquanto 46% afirmam ter sido mal vistas ao precisar se ausentar do trabalho para cuidar de questões ligadas aos filhos. 

##RECOMENDA##

Cerca de 28% foram desencorajadas de marcar consultas médicas, 26% sentem sobrecarga de tarefas no emprego e 20% ouviram comentários desagradáveis sobre gravidez. Além disso, 8% das candidatas passou menos tempo em licença maternidade do que tinha direito na lei por medo de ser demitida ao retornar ao trabalho. 

Em comunicado, a gerente de marketing da MindMiners e responsável pela pesquisa, Danielle Almeida, afirmou que “infelizmente, a maternidade segue acompanhada por casos de discriminação e preconceito quando o assunto é carreira". "É significativo o volume de experiências nesse sentido no local de trabalho, o que acaba atrapalhando, inclusive, o cuidado com o bebê em seus primeiros anos de vida”, complementa. 

LeiaJá também 

--> Igualdade de gênero no trabalho pode elevar PIB global

--> Vaga de 'Babá magra para caber no carro' gera críticas

O anúncio de uma vaga para babá feito no Facebook por uma mulher que vive em Fortaleza está gerando debates, repercussão e também revolta nas redes sociais devido às exigências feitas pela contratante. Os critérios estão sendo considerados discriminatórios e abusivos. Uma das exigências que mais chama a atenção diz que a candidata deve ser “magra para caber no carro”.

Além da exigência da magreza, também foi dito no anúncio da vaga que a babá deve ter “idade entre 20 e 30 anos”, não ter “vício de cigarro”, de bebida ou de celular, não ter “problemas familiares que a obrigue a faltar o serviço”, não ter “filhos menores de cinco anos”. O polêmico emprego também pede “boa aparência”. 

##RECOMENDA##

Além dos requisitos em relação ao corpo, vida pessoal e familiar, o anúncio também apresenta detalhes sobre a vaga que contrariam as leis trabalhistas em vigor no Brasil, como, por exemplo, “disponibilidade para trabalhar por quinze dias seguidos e depois folgar quinze dias seguidos devendo ficar de sobreaviso para trabalhar caso seja necessário”, “auxiliar nas atividades da casa, limpeza, organização, cozinhar, etc.” quando as crianças estiverem na creche e “disponibilidade para viajar nos finais de semana e datas comemorativas”. Ainda é dito, no anúncio, que o salário será de R$ 1.000, vale transporte e “bonificação por bom desempenho”, além de “possibilidade de efetivar o registro na carteira após três meses de experiência”.

No Facebook, vários usuários criticaram a atitude da contratante com afirmações como "Ela quer uma empregada disfarçada de babá" e "Ficar doente não pode, então além de gorda tem que morrer direto sem direito a faltar". Outra imagem que está sendo compartilhada mostra a contratante afirmando, no mês de janeiro deste ano, que a vaga foi preenchida e agradecendo a "todas que se candidataram". 

A equipe do LeiaJá tentou entrar em contato com o Ministério Público do Trabalho do Ceará (MPT-CE) para saber se há, até o momento, alguma denúncia a respeito do teor desta vaga. Porém até a publicação desta matéria, não obteve retorno do órgão. 

[@#galeria#@]

LeiaJá também 

--> TST condena McDonald’s por obrigar atendente a ficar nua

--> Burger King é multada em R$ 1 milhão por jornada abusiva

A promoção da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres poderia agregar US$ 28 trilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) global até 2025, informa o relatório Situação da População Mundial 2017 lançado na terça-feira (17) pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Segundo o documento, estudos apontam que uma associacão positiva entre igualdade de gênero, PIB per capita e níveis de desenvolvimento humano e a redução das desigualdade de gênero é um fator determinante para que o mundo consiga atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em 2030.

Mas esse cenário está longe de ser atingido. Dados do relatório mostram que os homens ocupam 76% da força de trabalho global, enquanto as  mulhres representam 50%. A pesquisa mostra ainda o valor pago as mulheres corresponde a 77% aos dos homens. Além disso, em razão das desigualdades, apenas metade das mulheres em todo o mundo possui emprego remunerado. Outro dado alarmante: das mulheres que conseguem entrar no mercado, em todo o mundo, 3 em cada 5 não têm acesso a licença maternidade, e muitas pagam “penalidade pela maternidade”. 

##RECOMENDA##

De acordo com o relatório, esses números mostram que as desigualdades em saúde e direitos sexuais e reprodutivos têm um impacto “evidente” na desigualdade econômica. “O que significa que para as mulheres de qualquer lugar, a gravidez e a criacão dos filhos podem significar a exclusa o da força do trabalho ou salários mais baixos”. Segundo o relatório, as mulheres mais pobres são as mais atingidas. “Em muitos países em desenvolvimento, as mulheres pobres, que estão nos 20% inferiores da escala de renda, e principalmente aquelas nas àreas rurais, têm menos probabilidade de acesso a contraceptivos, cuidado durante a gravidez e o parto do que suas contrapartes nas áreas urbanas mais ricas.”

Sem acesso a contracepção, as mulheres pobres, especialmente as menos instruídas e que moram em áreas rurais, “está em maior risco de uma gravidez não intencional. Isso pode gerar riscos de saúde e repercussões  econômicas por toda a vida. A falta de poder para decidir se, quando ou com que frequência engravidar pode limitar sua educação, atrasar a participação na força de trabalho remunerada e reduzir os ganhos.

A pesquisa mostra que o acesso limitado ao planejamento reprodutivo reflete em 89 milhões de gravidez não intencionais e 48 milhões de abortos em países em desenvolvimento todos os anos. A UNFPA diz que a cada US$ 1 gasto em serviços os contraceptivos reduz o gasto de assistência relacionada a gravidez em US$ 2,22.

Os números mostram ainda que “em 2015 houve aproximadamente 14,5 milhões de partos de adolescentes em 156 países, territórios e outras áreas em desenvolvimento”. A maioria dos partos de adolescentes no mundo (95%) ocorre nos países em desenvolvimento e nove de cada dez desses partos ocorrem em um casamento ou uma união.

Esses casamentos infantis costumam ser mais frequentes em países onde a pobreza extrema e entre os grupos mais pobres nos países. “As adolescentes (entre 15 e 19 anos de idade) nos domicílios que está o entre os 20% mais pobres nos países em desenvolvimento têm cerca de três vezes mais partos do que as adolescentes nos domicílios que está  entre os 20% mais ricos. As adolescentes em áreas rurais têm, em mèdia, duas vezes mais partos (taxa por 1mil mulheres) do que suas contrapartes nas cidades”, diz o relatório.

Brasil

No caso do Brasil, o relatório mostra que um em cada cinco bebês nascem de mães adolescentes. O estudo mostra ainda que entre essas mães adolescentes, de cada cinco, três não trabalham nem estudam; sete em cada dez são afrodescendentes e aproximadamente a metade delas mora na Região Nordeste.

Segundo o material, a juventude enfrenta três condições críticas: acesso limitado a serviços e insumos de saúde sexual e reprodutiva; acesso limitado a educação de qualidade e a oportunidades de emprego; e uma alta exposição à violência, em especial contra meninas e violência letal a jovens negros e em comunidades mais pobres.

O relatório mostra ainda o longo caminho que o país precisa percorrer para reduzir as desigualdades entre homens e mulheres. Segundo o estudo, do total de 22,5% das pessoas jovens (15-29 anos), no país, não estudam e nem trabalham. Desses jovens, mais de 65% são mulheres, sendo que a maioria (54,1%) tinha ao menos um filho ou filha.

De acordo com o relatório, na população de dez anos ou mais, a proporçao de mulheres que cuida dos afazeres doméstidos chega a 88%, enquanto na parcela masculina fica em 51,5%. Na divisão da média de horas semanais dedicadas a afazeres domésticos, os homens dedicam 10,5h e mulheres 23,3h, mais que o dobro.

Para a UNFPA, isso significa menos possibilidade de completar o ensino formal e, consequentemente, de acesso ao mercado de trabalho e de alcançarem independêcia financeira nas mesmas condições que homens ou de mulheres mais ricas.

Segundo a UNFPA, o maior nível de instrução de meninas e mulheres tem uma associação positiva com melhores resultados em saúde materna e infantil, assim como menores taxas de mortalidade. A melhoria na igualdade de gênero que resulta de uma maior parcela de mulheres na força de trabalho tem sido associada a menor desigualdade de renda”, diz o relatório.

De acordo com representate da UNFPA no Brasil, Jaime Nadal, o desafio não é apenas reduzir a pobreza e a desigualdade econômica, mas também as desigualdades quanto as oportunidades. “O que o relatório está falando é que pensar desigualdade não é só o quanto uma pessoa tem ou não tem. Ele está dizendo que é isso, mas não só: é o que as pessoas podem fazer nas suas vidas ou podem não fazer  dependendo do acesso a oportunidades que tiveram, particularmente no momento quando eram crianças e adolescentes e puderam completar todo esse ciclo de educação, de saúde e de iinserção na vida produtiva”, disse Nadal à Agência Brasil.

Para o FNDA, somente com a promoção  da equidade de direitos de mulheres e meninas, especialmente no acesso universal aos serviços e direitos de saúde sexual e reprodutiva – são necessários para alcançar o desenvolvimento sustentável.

Para o fundo o cenário colocado traz ameaças à paz e ao cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que a menos que as “desigualdades recebam atenção urgente e que as mulheres, em especial as mais pobres”, esse cenário não será atingido.

Segundo Nadal, a sociedade pode colher grandes benefícios econômicos e sociais quando todas as pessoas puderem desfrutar de seus direitos a saúde e a educação. No caso das mulheres, essa questão passa por decidir se, quando e com que frequência engravidar; e quando os homens e mulheres estão em pé de igualdade na força de trabalho.

"O crescimetno econômico por si só não basta. É preciso que ele seja também um crescimento distributivo, equitativo, que realmente camadas amplas da população possam se beneficiar do crescimento econômico. Porque se permanecer muito concentrado em setores pequenos da população ele não vai ser duradouro, não vai ser sustentável e vai gerar mais desigualdade”, disse.

LeiaJá também 

--> Mudar de gênero: um caminho de dor e discriminação

--> Empresas oferecem vagas de trabalho para trans e travestis

O Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/AIDS (UNAIDS) lançou um novo relatório mostrando como o estigma e a discriminação estão criando barreiras a serviços de prevenção, testagem e tratamento, colocando vidas em risco. O documento foi apresentado pelo chefe do UNAIDS, Michel Sidibé, durante o Fórum Mundial dos Direitos Humanos em Genebra. 

O estudo mostra como as pessoas vivendo com HIV, que enfrentam níveis altos de estigma relacionado à doença, têm uma probabilidade duas vezes maior de adiar o início do tratamento. Para Sidibé, o estigma e a discriminação são uma afronta aos direitos humanos e colocam vidas em risco. Segundo o UNAIDS, pessoas vivendo com HIV muitas vezes evitam de ir a clínicas com medo de ter seu status divulgado ou sofrerem ainda mais discriminação. Em 19 países com dados disponíveis, uma em cada cinco pessoas com o vírus evitou ir a um centro de saúde por medo. 

##RECOMENDA##

O programa alerta que pessoas com HIV esperam até estarem muito doentes para buscar ajuda e têm probabilidade menor de responder bem à terapia antirretroviral. O relatório destaca que para chegar a todas as pessoas vivendo ou com risco de contrair HIV e ligá-las a serviços de prevenção e tratamento, o mundo precisa confrontar a discriminação. 

LeiaJá também

--> SUS amplia medicamento para pacientes com HIV e Aids

--> Cientistas desenvolvem antiviral contra o vírus da aids 

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando