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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não disparou o processo do impeachment por acaso. Foi tudo obra do gênio político de Lula. Isto porque a decisão do PT de condenar Cunha no Comitê de Ética provocou a fúria do presidente da Câmara.

Na verdade, as notícias levantadas indicam a revolta de Lula quanto ao comportamento errático de Dilma. Em particular, Lula explodiu quando Dilma desdenhou dele na articulação para colocar Henrique Meireles no Ministério da Fazenda.

Lula considera que Joaquim Levy é um bom técnico, mas não tem nenhuma condição de liderar uma saída para a crise econômica dramática que o Brasil vive. Por outro lado, Lula considera que grande parte do sucesso econômico do seu Governo foi por conta da escolha de Meireles para o Banco Central.

O líder do PT entende que a permanência de Levy vai levar o Brasil a um poço mais fundo que o do pré-sal e, o pior, só vai destruir todo o trabalho de resgate social que Lula conquistou para o Brasil. Ou seja, Levy vai levar o Brasil de volta à mais tenebrosa miséria.

E tudo por conta da teimosia irracional de Dilma em manter uma política econômica que só destrói empregos, receitas públicas e privadas, e tudo mais de negativo que o Brasil está vivendo e vai viver mais.

Além de tudo, Lula sente que Dilma não respeita a opinião dele e vai por conta própria levando o País às mais tenebrosas trevas. E se é assim, ele prefere que o Michel Temer assuma, pois se trata de um quadro mais previsível, equilibrado e confiável.

Ou seja, se arrependimento matasse, Lula já estaria para lá do cemitério. E a única maneira dele sobreviver é ter a morte rápida da Dilma. E quanto mais acelerado, melhor.

Sim, tem outro aspecto: Lula estava ficando sozinho na vitrine da corrupção e Dilma assistindo a tudo de camarote. Agora, tudo virou e Dilma entra para o centro do palco sendo a estrela dessa grande confusão chamada Brasil.

QUAL É MAIS BANDIDO? - Para o marqueteiro Marcelo Teixeira, da Makplan, não existe nada mais incoerente no jogo nacional do que acusar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de bandidagem e num outro extremo defender o Governo Dilma. “Um Governo respeitado e competente, que não é o caso de Dilma, é mais importante para a Nação e para o povo do que o presidente da Câmara”, avalia. Segundo ele, Cunha só canta de galo, na verdade, pela fraqueza do Governo e o despreparo da presidente.

Crise aumenta violência– O total de homicídios em Pernambuco já supera o registrado ao longo de todo o ano de 2014. Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), entre janeiro e novembro deste ano foram apontados 3.540 assassinatos, 13,5% a mais que nos 12 meses de 2014. Novembro teve o segundo pior resultado de 2015, com 352 crimes violentos letais intencionais (CLVI). Outubro foi o pior mês, com 282 assassinatos registrados. "A crise contribui. Não é que o desempregado vá cometer crime, mas ele empregava outros serviços. Com a recessão do País, vemos impacto nos índices de violência", diz o secretário de Defesa, Alessandro Carvalho.

A força do PMDB – O PMDB e o PP terão o maior número de deputados na Comissão Especial do Impeachment: oito e quatro, respectivamente. Apesar de os partidos da oposição não terem maioria na comissão, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), diz acreditar que a base do Governo não está unida e isso pode contar votos a favor do impeachment. "Tenho convicção que a base aliada está completamente rachada. A presidente Dilma não tem 140 votos", disse. Sobre a comparação com a votação dos vetos presidenciais, Sampaio diz que são temas distintos. "Veto é uma coisa, impeachment é outra".

O temeroso Temer– O vice-presidente Michel Temer, que ontem se reuniu com Dilma e a orientou para não entrar no bate-boca com Eduardo Cunha, soube que o presidente da Câmara deflagraria o processo de impeachment minutos antes da entrevista concedida por ele (Cunha) no salão verde. Em privado, disse que não cogita assumir a defesa do mandato de Dilma, alegando que o PMDB está dividido sobre a matéria. Como presidente da legenda, não considera apropriado tomar partido. Planeja cumprir, com rigor institucional, seus deveres de vice-presidente da República.

Geraldo passa no teste – Pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas aponta que a administração do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), é aprovada por 57,6% dos eleitores da capital pernambucana. O levantamento também conclui que se as eleições municipais de 2016 fossem realizadas hoje, o socialista seria reeleito com 28,3% dos votos. Em seguida aparecem os nomes do ex-prefeito João Paulo (PT), com 19,4%, e o do deputado federal e ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), com 19,1%. Foram ouvidas 700 pessoas entre os dias 25 e 26 de novembro passado em diversas regiões do Recife. O grau de confiança do estudo é de 95% e a margem de erro é de 4% para mais ou para menos.

CURTAS

SEM REELEIÇÃO– Um dos oposicionistas recebidos no Jaburu pelo vice-presidente Michel Temer quis saber se disputaria a reeleição na hipótese de o destino lhe entregar a cadeira de Dilma. Ao relatar a conversa a um amigo, Temer disse ter respondido que a presidência da República não está no seu horizonte. Mas se por acaso virar presidente, não ousará reivindicar a reeleição.

ALÔ, OURICURI! – Hoje, estarei em Ouricuri, no Sertão do Araripe, onde faço palestra e lanço meus livros no auditório do Sindicato dos Servidores Estaduais, com início previsto para às 19 horas. Amanhã, vou ao Pajeú para repetir essa mesma agenda em Itapetim, berço imortal da poesia. Ali, o evento está marcado para a Câmara de Vereadores, às 19 horas.

Perguntar não ofende: O PMDB, que assumiria o poder com Temer, fica com Dilma ou apoia o impeachment?

O PT não sabe o que quer, nem mesmo em relação à cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O líder na Câmara, Sibá Machado (AC), disse, ontem, que os integrantes petistas no Conselho de Ética não terão que seguir orientação do partido no processo por quebra de decoro parlamentar que investiga Cunha. De acordo com Sibá, não haverá “enquadramento” da legenda aos deputados que fazem parte do colegiado.

“Os membros do Conselho de Ética têm mandato e não podem trabalhar sob pressão nem da bancada nem de ninguém. Eles têm que ir lá e cumprir a sua tarefa”, disse o parlamentar, após reunião de coordenação da bancada do PT na Câmara. Em reunião do Diretório do PT, no dia 29 de outubro, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, havia dito que os três membros indicados pela legenda para cadeiras no Conselho de Ética votariam no processo de Cunha conforme orientação da Executiva Nacional. 

“Lá [no Conselho de Ética] a bancada do PT votará unitariamente, sob orientação da Executiva Nacional”, disse Rui Falcão. Oficialmente, o PT não divulgou o posicionamento que defende. Segundo o blog apurou, orientação da sigla na Câmara é de não se posicionar de forma contundente até a votação do parecer do relator do processo no Conselho de Ética. "Temos que ficar apáticos", disse uma liderança petista.

O partido teme que ataques a Cunha prejudiquem a votação de projetos considerados essenciais para o ajuste fiscal do Governo, como a proposta de repatriação de recursos enviados ao exterior e o Orçamento de 2016. Outro temor é de que o presidente da Câmara decida autorizar a abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em retaliação a uma eventual defesa pelo PT do afastamento do peemedebista. 

Enquanto isso, defensores da saída de Cunha temem que o presidente da Câmara e o partido da presidente Dilma entrem em acordo pela preservação do mandato dos dois. Questionado sobre a posição de Falcão divulgada em outubro, Sibá Machado reforçou que os deputados petistas terão autonomia para votar a favor ou contra punições a Eduardo Cunha. “Não há enquadramento. Temos que saber que há uma forte pressão. Quem está lá sabe que vai trabalhar sob pressão. Mas não haverá enquadramento”, disse.

O Conselho de Ética da Câmara é formado por 38 parlamentares, entre os quais 21 titulares e 17 suplentes. Pela composição atual, o PT conta com três deputados titulares no conselho – Léo de Brito (AC), Valmir Prascidelli (SP) e Zé Geraldo (PA) – e dois suplentes – Assis Carvalho (PI) e Odorico Monteiro (CE). Os suplentes só têm direito a voto se os titulares estiverem ausentes. 

A ILUSÃO DE JORGE -  Socialista e arraesista histórico, o vice-prefeito de Caruaru, Jorge Gomes, que perdeu o controle do PSB no município para o grupo do ex-governador João Lyra Neto, está inconsolável. Mas ainda alimenta a ilusão de que a direção estadual recue da decisão. “O presidente Sileno Guedes me disse que não existe nenhuma garantia de que Raquel será a candidata pelo PSB. E se em abril o partido decidir que a candidata não seja ela? Se a aliança com o PDT for mantida, ela fica no partido? São perguntas que precisam ser respondidas”, afirmou. 

Batendo no próprio presidente– Ao participar de uma audiência pública na Assembleia e defenestrar um programa do Governo Paulo Câmara, o deputado Daniel Coelho deu uma tremenda pisada de bola, batendo fortemente no presidente estadual da sua legenda, Antônio Moraes, pai da ideia. Ao ser advertido por um aliado de que a proposta seria tucana, o desinformado parlamentar ficou numa saia justa, sem saber o que dizer. 

Montanha de dinheiro– Responsável pela mobilização dos prefeitos para o protesto da última segunda-feira, o presidente da Amupe, José Patriota (PSB), assegura que os 184 municípios pernambucanos perderam mais de R$ 6 bilhões por conta das desonerações incidentes sobre a arrecadação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), como a do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e da queda na arrecadação do Imposto de Renda. Os dois tributos são os maiores componentes do FPM.

Campeão em rejeição– Em Carpina, o deputado federal Ricardo Teobaldo (PTB) aposta todas as fichas na candidatura a prefeito de Joaquim Lapa (PTB), ex-prefeito do município. Segundo ele, pesquisa em seu poder aponta que o pedetista seria eleito numa disputa polarizada com o deputado Manoel Botafogo (PDT). “Com rejeição beirando a casa dos 80%, o prefeito Carlinhos do Moinho (PSB) é carta fora do baralho”, provoca o parlamentar, que vem fazendo o excelente trabalho no Congresso como relator da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). 

Tony Gel quer reza – Aos que tinham dúvida da candidatura do deputado Tony Gel (PMDB) a prefeito de Caruaru: ele já está agendando a confraternização de fim de ano antecipada com os seus aliados numa festa com todas as características para ser interpretada como o start do seu projeto de tentar voltar a governar a capital do forró mais uma vez. Será numa churrascaria de Caruaru com a presença do presidente estadual do PMDB, Raul Henry, e o deputado Jarbas Vasconcelos. 

CURTAS  

CULPA DA CRISE– Ao justificou os atrasos nos repasses do FEM aos municípios, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que o País atravessa a pior crise dos últimos 80 anos, mas assegurou que não haverá fechamento de unidades de saúde e que irá pedir à bancada federal pernambucana o direcionamento de emendas parlamentares para solucionar a crise hídrica. Ele também afirmou que a liberação dos R$ 30 milhões referentes ao FEM acontecerá até o dia 25 deste mês.

ALÔ, BONITO! Estarei hoje em Bonito, no Agreste Setentrional, para o lançamento dos meus livros Perto do coração e Reféns da seca. A noite de autógrafos será na Câmara de Vereadores, às 19 horas. Amanhã, será a vez de Brejo da Madre de Deus, no mesmo horário, na Câmara de Vereadores e na sexta-feira Caruaru, na livraria Nobel, no Shopping Caruaru, também às 19 horas. 

Perguntar não ofende: O PT está mancomunado com Eduardo Cunha?

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, afirmou hoje encarar com tranquilidade as investigações contra ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de suspeitas de irregularidades na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), da qual ele foi coordenador financeiro.

"Encaro com tranquilidade de quem cumpriu uma tarefa difícil e quando cheguei lá a investigação (feita na Operação Lava Jato) já ocorria", disse. " O processo de arrecadação ocorreu de forma ética, critérios morais e seguindo a legislação, por isso (as contas) foram aprovadas pelo TSE", completou.

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Edinho afirmou que as investigações de dois ministros de Dilma - além ele o da Casa Civil, Aloizio Mercadante - por supostas irregularidades em campanhas políticas "é mais uma demonstração que as instituições estão funcionando com toda a liberdade de trabalho e apuração". Ele reafirmou ainda ser favorável ao processo de investigação para que tire dúvidas e mostrem que a "justiça e a verdade sejam recuperadas" e que a "idoneidade prevaleça diante das acusações", completou.

Vice-líder da bancada do governo na Câmara dos Deputados, Silvio Costa (PSC), pediu, nesta sexta-feira (17), que o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB- RJ) se afastasse da presidência da Casa. A solicitação aconteceu logo após o peemedebista anunciar o rompimento com o Governo Federal e pontuar que a partir de agora faria oposição à presidente Dilma Rousseff (PT). 

Em conversa com o Portal LeiaJá, Costa observou ainda que vai consultar uma equipe de advogados para ver se é cabível um pedido de impeachment, caso Cunha se recuse a deixar o cargo. “Pedi o afastamento dele da presidência em nome da ética, acho que ele não tem condições morais. Quando tem qualquer denúncia com ministros do Estado, a Câmara pede que eles se afastem, então nós devemos fazer isso com o presidente da Câmara também”, cravou o deputado.

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“Estou indo consultar uma equipe de advogados para ver se cabe impeachment”, acrescentou o vice-líder. Indagado sobre o impacto que isso traria para o Legislativo, Costa foi direto. “Ele agora vai fazer às claras o que já estava fazendo às escondidas”, disparou. “Eu sempre soube que ele não tinha condições morais de ser presidente, por isso não votei nele. Conheço o estilo de Eduardo Cunha”, admite o pernambucano. 

O que é um comportamento ético? A resposta muda dependendo da época, do contexto e do interlocutor. Esse conceito, flexível e cultural, vem ganhando, no entanto, cada vez mais importância no campo profissional - e as universidades estão atentas.

Segundo o professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), Eugênio Bucci, disciplinas que tratam de ética têm ganhado mais espaço no meio acadêmico. "Vejo que os jovens estão interessados e as empresas também valorizam mais, por estarem preocupadas com seus códigos e com quem vai executá-los", afirma.

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Para Bucci, as escolas são o melhor lugar para se aprender sobre ética. "Estudar (o tema) não significa que (a pessoa) será mais ou menos honesta, mas pode ajudá-la a compreender o valor das coisas. O estudo aparelha e inspira quem está vocacionado para o viver bem", diz o professor de Jornalismo, que continua ensinando sobre filósofos, como Epicuro e Sócrates, mas também promove mais discussões sobre casos reais. "É um novo jeito de aprender. As pessoas assumem papéis diferentes."

Professora de Ética do curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Elisabete Adami dos Santos tem a mesma percepção de Bucci sobre o interesse dos alunos. "Vejo estudantes buscarem informações sobre o tema com uma postura mais crítica. Esta nova geração é muito mais preocupada com a ética, o que me deixa otimista."

A filósofa Márcia Tiburi, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ressalta que o tema aparece em vários cursos, seja em disciplina específica ou transversalmente. A professora acredita, porém, que em cursos mais técnicos o interesse é pequeno. "Não é uma disciplina que fica evidente ou uma questão que está na moda. É difícil chamar a atenção para isso em uma sociedade que demanda questões mais técnicas dos formandos."

Carlos Alberto Di Franco, diretor do departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS), acredita que uma boa bagagem cultural ajuda até nos dilemas éticos mais recentes, como aqueles relacionados ao ambiente digital. "A leitura é o que dá conceito, contexto, capacidade de reflexão e senso crítico", afirma. O desafio da academia, de acordo com ele, é dosar a discussão prática e teórica para não enfraquecer a formação nem ficar afastada dos novos problemas do mercado.

Após divulgação de depoimentos de executivos na Operação Lava Jato delatando esquema corrupção na Petrobras, o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Américo Lacombe, defendeu nesta manhã que as "crises" sirvam para corrigir erros. "Não são as crises que vão nos afetar", disse. "Ao contrário, as crises valem para corrigirmos erros", completou.

Ele participou do 15º Seminário Internacional Ética na Gestão, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), um dia após a divulgação da delação do executivo da Toyo Setal, Augusto Mendonça, na Operação Lava Jato. O diretor denunciou nos depoimentos a doação legal a campanhas do PT paga por empreiteiras contratadas pela Petrobras.

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Autoridades presentes na abertura evitaram menção ao escândalo. O vice-presidente da República, Michel Temer, não falou com jornalistas e fez uma breve apresentação. Lacombe defendeu que "também o poder das empresas" seja regulado com ética e considerou que "a oportunidade é excelente para iniciar uma discussão séria sobre ética e poder".

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, fez menção apenas indireta ao escândalo envolvendo a Petrobras, ao dizer que a Lei Anticorrupção "já está mostrando sua utilidade diante dos fatos" e mostra "como as instituições brasileiras estão aptas a operar diante de quaisquer desafios que ocorram".

A CGU já abriu processos de responsabilização contra oito empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato: Camargo Correa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa, Mendes Junior, OAS, Queiroz Galvão e UTC-Constran.

Nesta manhã, Hage afirmou, de forma genérica, que a adoção de códigos de ética e sistemas de integridade corporativa serve como "atenuador de penalidades" a empresas que tiverem envolvimento em atos ilícitos.

Financiamento de campanha

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho defendeu uma reforma política e retomou a discussão sobre financiamento privado de campanhas eleitorais. "O financiamento de campanhas por empresas privadas cria sobreposição venenosa entre política e interesses empresariais", definiu.

O julgamento sobre financiamento privado está parado no Supremo Tribunal Federal (STF) por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, com maioria contra a possibilidade de empresas destinarem recursos às campanhas. Mendes e o ministro Dias Toffoli já sinalizaram que o Congresso é que deve avançar nesta questão, antes do Judiciário encerrar o debate.

O processo de cassação do deputado federal André Vargas (PT-PR) deve ser analisado no plenário da Câmara na próxima semana. Após cinco tentativas a Comissão de Constituição e Justiça de Cidadania (CCJ), aprovou, nessa terça-feira (11), negou o recurso do petista que tentava reverter a recomendação de cassação do seu mandato feita pelo Conselho de Ética.

"Vou cumprir o Regimento. O Regimento diz que, após a decisão, (o processo) é encaminhado à Presidência e vai à publicação. Após a publicação, tem prazo de duas sessões ordinárias para levar ao Plenário. Vou cumprir exemplarmente o Regimento", afirmou o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB). A matéria de cassação será analisada em votação aberta. 

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Em agosto, o Conselho de Ética considerou que Vargas havia quebrado o decoro parlamentar por intermediar, junto ao Ministério da Saúde, negócios do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro.

No recurso à CCJ, Vargas sustentava que o conselho cerceou seu direito de defesa, baseou-se em provas ilícitas e trocou deputados, no dia da votação, para garantir o quórum e o número necessário de votos para recomendar sua cassação ("em desrespeito ao princípio do juiz natural"). Com exceção do deputado Luiz Couto, os demais petistas da CCJ concordaram com o recurso e usaram expressões como "tribunal de exceção" e "farsa" para se referir aos procedimentos do Conselho de Ética.

O deputado José Mentor (PT-SP) chegou a apresentar um voto em separado recomendando que o processo de Vargas fosse enviado de volta ao Conselho de Ética para ser "corrigido". "Nós não estamos absolvendo nem reduzindo a pena de ninguém. Nós estamos dizendo: Conselho de Ética, não proceda desse jeito; não ataque o direito de defesa; não extirpe o contraditório; respeite o devido processo legal; e, acima de tudo, não fira o juiz natural, não mude, à sua conveniência, os membros do conselho para absolver ou para condenar. No caso, houve explicitamente uma manobra de quinta categoria para prejudicar um deputado", disse Mentor.

A devolução, para alguns deputados, poderia abrir precedentes "perigosos" diante de julgamentos futuros do colegiado. Para o deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), "não houve nenhuma violação contundente do direito de defesa" de André Vargas. O deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) reforçou a tese: "quem está sendo julgado (na CCJ) é o deputado André Vargas e não o Conselho de Ética, que agiu corretamente".

Deve ser instaurado nesta terça-feira (4) pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados processos contra três deputados do PT da Bahia. As representações contra Afonso Florecen, Rui Costa e Nelson Pelegrino foram protocoladas pelo PSDB e pelo DEM no último dia 16 de outubro.  

No pedido os partidos citam as denúncias da revista Veja na edição do dia 24 de setembro e que aponta suposto envolvimento dos deputados no desvio de verbas públicas destinadas à construção de 1.120 casa populares para família de baixa renda. Ao todo, R$ 17,9 milhões do fundo de combate a pobreza teriam sido desviados desde 2004. 

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A ONG instituto Brasil teria envolvimento nos desvios de dinheiro. “o instituto recebia os recursos, simulava a prestação do serviço e carreava o dinheiro para os candidatos do partido. Se o acordo pagava pela prestação de mil casas, por exemplo, o instituto erguia apenas 100”, contou a presidente da ONG, Dalva Paiva. 

A denúncia aponta que parte dos recursos teria sido usado para financiar a campanha dos deputados através de caixa 2 e a outra parte para sustentar militantes petistas. Para a revista Veja os deputados negaram envolvimento, mas admitiram uma relação institucional com Dalva. 

O PPS ingressará nesta semana, junto com PSDB e DEM, com representação no Conselho de Ética da Câmara contra o vice-presidente da Casa, deputado André Vargas (PT-PR), por quebra de decoro parlamentar. A decisão foi anunciada neste domingo (6), pelo presidente nacional do partido, deputado Roberto Freire (SP), que considera as denúncias do envolvimento de Vargas com o doleiro Alberto Youssef "da maior gravidade".

Em nota divulgada neste domingo (6), Freire afirma que as denúncias precisam ser investigadas com isenção pelo conselho. "Já que o vice-presidente não tomou a iniciativa de se afastar espontaneamente do cargo, vamos ingressar com representação contra ele no Conselho de Ética por entender que o seu envolvimento com o doleiro preso pela PF fere o decoro parlamentar", disse.

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De acordo com reportagem da revista Veja desta semana, em mensagens interceptadas pela Polícia Federal, Vargas promete ajudar Youssef em contratos que o doleiro pretendia fechar com o governo federal. As suspeitas são de que Youssef e Vargas sejam sócios do laboratório Labogen. O doleiro está preso desde o dia 17 de março em decorrência das investigações da Operação Lava Jato, que apura um esquema de lavagem de dinheiro.

Pesquisa

Roberto Freire avaliou que as denúncias contra o governo envolvendo a Petrobras e integrantes do PT só aumentam a desconfiança da sociedade, sentimento esse que tem sido apontado pelas recentes pesquisas de opinião, como a DataFolha, divulgada no sábado, 5. A pesquisa apontou uma queda de 6 pontos porcentuais nas intenções de voto da presidente Dilma Rousseff para as próximas eleições: de 44%, em fevereiro, para 38%.

"Cresce a tônica por mudanças e à oposição neste momento cabe o papel de preparar propostas alternativas de governo porque há sinais cada vez mais claros do esgotamento do ciclo petista, cuja principal marca é a corrupção", afirmou Freire, lembrando que a pesquisa ainda aponta que 72% da população têm desejo por mudanças.

Os dez vereadores de Caruaru, no Agreste pernambucano, investigados por tentativa de extorsão à Prefeitura terão um novo prazo para apresentar defesa para a Comissão de Ética da Câmara Municipal, que abriu um processo disciplinar. A defesa dos parlamentares alegou que faltou um documento no envio da notificação do início do processo de apuração dos fatos na Casa de Leis, comprometendo o processo de ampla defesa.

Na citação para os vereadores foi feita referência aos processos que tramitam nas varas Cível e Criminal do município, com base na Operação Ponto Final. Com quatro mil páginas, o documento não foi anexado. A defesa aguarda uma nova citação dos vereadores.

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“Só fez um requerimento que alguns requerimentos não foram juntados para fazer a defesa. Entenderam que era cabível para a defesa. Na citação, disseram que era com base em documentos e mídias, que não foram juntados para que saibamos o que é e façamos a defesa”, informou o advogado Marcilio Cumaru. A Câmara alega que os documentos sempre estiveram à disposição, mas que o pedido será acato. Um novo prazo será determinado a partir do momento em que a documentação for entregue.

O relator do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados sinalizou que deverá pedir a cassação do mandato do deputado Natan Donadon (sem partido-RO), preso em Brasília desde 28 de junho depois de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 13 anos de prisão pelo desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia.

Após os depoimentos de duas testemunhas de defesa nesta quarta-feira (13), o relator José Carlos Araújo (PSD-BA) declarou que apenas um fato novo poderá evitar que seu parecer recomende a cassação.

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"Eu estou ouvindo a defesa, mas uma coisa o Brasil inteiro fala: quem está preso e condenado não pode exercer o mandato de deputado, a não ser que tenha alguma coisa muito forte aí que o inocente", disse o deputado.

Depoimentos em defesa - A pedido da defesa, dois ex-funcionários – que trabalhavam como motorista e secretário parlamentar – do gabinete de Donadon compareceram à reunião do Conselho. O ex-motorista Francisco Batista Dantas disse que, em 28 de agosto, dia da sessão do Plenário da Câmara em que não foi alcançado número suficiente de votos para a perda do mandato, alguém teria perguntado ao deputado se ele já tinha votado. A testemunha não soube dizer se a pessoa era um parlamentar ou um funcionário da Casa. Segundo o ex-motorista, Donadon só votou depois de ser alertado. Este voto acabou sendo cancelado no mesmo dia pela Mesa Diretora.

O voto de Donadon na sessão sobre sua própria cassação é apontado como quebra de decoro parlamentar pelo PSB, legenda que pediu ao Conselho de Ética a punição do deputado. O ex-secretário parlamentar Givaldo Rodrigues também depôs e afirmou que nunca soube de irregularidades envolvendo o deputado.

*Com informações da Agência Câmara

O evento mais esperado do ano, o Black Friday, contará nesta edição com uma ferramenta exclusiva de proteção aos consumidores virtuais. O site responsável pela Black Friday Brasil e a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico fizeram um Código de Ética para que as lojas participantes se comprometam a anunciar descontos reais durante o evento.

A chamada “maquiagem de preço” pode sofrer punições como cassação do direito de utilização do selo "Black Friday Seguro", suspensão temporária, suspensão do próximo Black Friday e até exclusão do evento. 

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A Black Friday acontece dia 29 de novembro e é marcada por grandes descontos. Em 2012 o evento movimentou cerca de R$ 217 milhões em vendas. Neste ano, segundo a  E-bit, empresa especializada em informações sobre comércio eletrônico, a Black Friday deverá movimentar cerca de R$ 390 milhões para o varejo digital.

A Siemens vai dar aula de ética empresarial e compliance - conjunto de práticas que buscam adequar às leis os atos de uma organização - para um grupo de procuradores da República e servidores do Ministério Público Federal. A convite de dois órgãos setoriais do MPF, o presidente da multinacional alemã no Brasil, Paulo Ricardo Stark, vai dar palestra no auditório do 5.º andar da sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília, no próximo dia 6.

A iniciativa causou perplexidade e indignação de procuradores que contestam o fato de a escolhida para o evento ter sido justamente a empresa que está no centro do escândalo do cartel no setor metroferroviário, sob investigação do MPF, da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo. Procuradores consideram "inadequado" o convite à Siemens, ainda que seu presidente não esteja sob suspeita de práticas ilícitas - Stark depôs à PF, semana passada, na condição de testemunha.

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Em maio, a própria Siemens procurou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para fazer um acordo de leniência, no qual seis executivos que ocuparam cargos estratégicos na companhia relataram como atuava o esquema para fraudes em licitações bilionárias, no período de 1998 a 2008. Stark, engenheiro eletricista, assumiu o posto máximo da Siemens em 2011, no lugar de Adilson Antônio Primo, demitido por "desídia e insubordinação".

O convite par a palestra partiu de duas Câmaras de Coordenação e Revisão do MPF, que coordenam, integram e revisam o exercício funcional dos membros da instituição, procuradores e subprocuradores. São organizadas por função ou por matéria. A 3.ª Câmara se dedica a temas do consumidor e ordem econômica. A 5.ª Câmara atua na área do patrimônio público e social. Na comunicação interna, sobre o convite ao mandatário do grupo alemão, a 3.ª Câmara do MPF menciona "o recente exemplo que a Siemens deu na aplicação de sua política corporativa de ética e compliance".

O texto aos procuradores destaca argumento do coordenador da 3.ª Câmara, subprocurador da República Antonio Carlos Fonseca da Silva. "É possível sonhar com uma sociedade em que a confiança é restaurada como dogma dos contratos, das relações de consumo, marcando o vínculo entre o empreendedor e seus patrocinadores, a sociedade consumidora, entre os rivais que competem por produtos e serviços de qualidade, por preços competitivos."

Fonseca ingressou no MPF em 1984, no cargo de procurador. Atualmente, oficia nos processos do Superior Tribunal de Justiça. Foi conselheiro do Cade, de 1996 a 1998. Livre mercado Segundo a nota divulgada a todos os procuradores, o coordenador da 3.ª Câmara avalia que as grandes companhias "têm incorporado ao conceito de sustentabilidade dos negócios o compromisso efetivo de atuar limpo também do ponto de vista do cumprimento das leis e regulamentos".

Para Fonseca "existe uma crescente conscientização de que pagar propina não vale a pena, o que é bom para a imagem da empresa e também para a sociedade em geral". "A prática da propina, além de ser um ilícito e de desviar recursos escassos que poderiam ser melhor aplicados no desenvolvimento das necessidades crescentes da população, priva a sociedade dos frutos que se espera do sistema de livre mercado", alerta o subprocurador-geral, segundo o texto enviado aos procuradores. A Siemens não se manifestou sobre o convite a seu presidente no Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com hábitos e costumes criticados pelas manifestações populares recentes, o Senado discretamente decidiu retirar da proposta do novo regimento interno da Casa a sugestão para que os senadores sejam obrigados a se comprometer a agir com ética "na atividade política" e como cidadãos. O compromisso seria assumido em juramento no ato da posse, mas foi rejeitada pelo relator das mudanças no regimento, senador Lobão Filho (PMDB-MA).

O senador também excluiu do documento a obrigação para que os parlamentares apresentem, quando empossados, declaração de bens de seus parentes até o segundo grau. A medida evitava os chamados "parentes laranjas" de parlamentares que transferem a nome de familiares parte de seu patrimônio.

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"Não há como o senador obrigar seus parentes a revelarem os bens que possuem, pois ofenderia o direito à privacidade desses", justificou Lobão Filho. O Regimento Interno do Senado é de 1970, auge da ditadura militar. Desde então, nunca foi reformado. O texto disciplina desde a atuação dos senadores aos pronunciamentos e tramitação de matérias.

Em 2009, o então senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) relatou a primeira tentativa de alterar as regras da Casa. O relatório do tucano acatou a sugestão do então senador José Nery (PSOL-PA) para incluir no texto do juramento da posse o compromisso dos senadores com a ética. O texto atual diz apenas: "Prometo (...) desempenhar fiel e lealmente o mandato de senador". Na proposta de Jereissati, o juramento incluía o compromisso de desempenhar o mandato de forma "honesta" e "sempre na defesa intransigente da ética na atividade política e como cidadão". O tucano, contudo, deixou o Senado sem que o relatório fosse votado.

Como novo relator, Lobão Filho suprimiu a versão que incluía o compromisso com a ética do juramento. No parecer, apresentado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em maio, o senador disse que a sugestão de mudança no juramento merecia ser acatada "parcialmente" para incluir "a expressão honesta", mas não justificou a razão de rejeitar o trecho.

Decoro

Lobão também não acatou emenda que obrigaria a comunicação à Corregedoria de atos incompatíveis com o decoro ou com a compostura pessoal praticados fora das dependências da Casa Legislativa. O atual texto do regimento prevê que a denúncia seja encaminhada quando a quebra de decoro ocorrer dentro do prédio do Senado, o que foi mantido.

Entre as emendas acatadas pelo senador, está a que impede o pagamento de salário aos congressistas que "não compareceram à sessão em virtude de prisão processual criminal". O texto está pronto para votação na CCJ. O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PB), é do mesmo partido de Lobão Filho - indicado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), quando líder. Se aprovado na CCJ, o texto segue para uma comissão temporária especial, mas há possibilidade de ir direto para o plenário. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Para começar a temática de hoje, o contexto da sociedade complexa contemporânea precisa ser mencionado. Aí a primeira tese aqui aponta o fenômeno da sobrecarga do direito pela pulverização ética, com a qual o direito estatal não se tem mostrado capaz de lidar. Isso significa que as outras ordens éticas – pois o direito é uma delas – tornam-se mais e mais individualizadas e nessa pulverização só resta ele como “mínimo ético”, pois moral, religião e etiqueta, por exemplo, não mais funcionam como amortecedores para os conflitos sociais, os quais são todos jurisdicizados.

Isso quer dizer que, na sociedade complexa, cada grupo social e mesmo cada indivíduo passa a ter sua própria moral, sua própria religião, e o direito constitui o único ambiente ético comum a todos. Numa sociedade mais primitiva, homogênea, a religião e a moral comuns cuidam de controlar as condutas contrárias e só chegam até o direito os conflitos mais agudos, tais como os referentes ao direito penal. Não é à toa que as pessoas leigas, não versadas em direito, pensam logo no direito criminal quando falam do direito, ao passo que os juristas sabem que o direito penal é uma parte muito pequena dentre os demais ramos do direito. Numa sociedade complexa, por seu turno, qualquer conflito é levado ao ordenamento jurídico, tais como brigas de vizinhos ou desentendimentos de família.

Além dessa sobrecarga do direito dogmaticamente organizado dentro do sistema social, observa-se outra dentro do próprio direito, qual seja, a sobrecarga da decisão concreta, fazendo com que aumentem as tarefas e a importância do Judiciário, em detrimento do Legislativo, pois o direito torna-se mais e mais casuístico e as regras gerais se enfraquecem. Da mesma maneira que o direito dogmático não está preparado para a primeira sobrecarga, o Judiciário tampouco está preparado para essa segunda sobrecarga e crescem os procedimentos alternativos de solução de conflitos, como conciliação, mediação e arbitragem.

Então as regras para todos passam a ser unicamente as jurídicas, decididas somente no caso concreto.Ao mesmo tempo em que isso é pouco para constituir os laços éticos dos indivíduos de uma comunidade, é muito para o direito estatal controle todos os conflitos.

A solução oferecida pela modernidade democrática para o dilema da pulverização e divergências éticas na sociedade complexa é que o direito passa a decidi-las, em primeiro lugar, de acordo com as inclinações da maioria, pois justo não é este ou aquele padrão de conduta, como permitir ou proibir o aborto, o comércio de armas ou de sexo, mas sim aquilo que a maioria decide como justo; em segundo lugar, e por isso mesmo, o direito assume um conteúdo ético essencialmente mutável, pois sempre será possível que novas maiorias decidam por opções éticas divergentes em relação às anteriores.

Em relação ao controle das diferenças éticas, há também um problema lingüístico, que a semiótica jurídica estuda e explica: numa sociedade altamente diferenciada, os signos significantes tendem a se distanciar cada vez mais dos signos significados. No direito, isso quer dizer que os textos normativos, como as palavras da lei, são compreendidos diferentemente pelos diversos indivíduos e grupos, pois cada um reage a seu modo diante de expressões como “litigância de má fé”, “interesse público”, “reação moderada” e demais termos abundantes na legislação. Isso torna a lei menos funcional no trato com os conflitos e daí sobrecarrega os envolvidos na decisão do caso, como as partes, os advogados e os magistrados, e ressalta o papel da vontade pessoal e dos interesses concretos, em prejuízo de uma “racionalidade” pretensamente geral e independente. Ao mesmo tempo fica mais difícil prever como será a decisão concreta, tornando mais e mais obsoletas as concepções hermenêuticas exegéticas, literais ou filológicas, tal como mostra a evolução da hermenêutica jurídica.

Tornou-se lugar comum ouvirmos, quase todos os dias, inúmeros casos sobre corrupção envolvendo políticos brasileiros. A cada novo episódio, que pode envolver nomes conhecidos da política nacional ou regional, não falta xingamentos e protestos por mais ética na política.

O Brasil traz inúmeros casos que marcaram a história política do país. Quem não lembra de Fernando Collor de Mello, presidente eleito por 35 milhões de brasileiros e que passou por um conturbado e longo processo de “impeachment”. Collor, durante a campanha, carregava a imagem da renovação: moderno, jovem e elegante.

Em seguida vieram os superfaturamentos, cobrança de propina e tantos outros. Casos como a máfia do sanguessuga, os vampiros da saúde, o escândalo da Sudam e do banco Marka foram levados ao conhecimento público. Poucos deles tiveram julgamentos justos, como temos acompanhado no caso do mensalão, julgado com rigor  pelo ministro Joaquim Bezerra.

Diante de tantos casos de corrupção, cabe questionar o que seria “ética” e “moral” na política? Etimologicamente, Ética e Moral são sinônimas, significando costume - ethos do grego e mores do latim. Contudo, muitos fazem a distinção entre a ética, como o padrão de comportamento em sociedade e dessa forma, interpretada de várias formas, enquanto a moral se refere ao ideal de comportamento segundo a natureza racional comum aos homens, e, dessa maneira, seria única e objetiva.

Baseado em um texto do ex-deputado federal e ex-professor da UFPB, Joacil de Brito Pereira, a ética é entendida como “a ciência da Moral" e tem por objeto os "juízos de valor, no que se referem à distinção do bem e do mal" nas ações humanas. Diante dessas justificativas, alguns afirmam ser a ética e a política incompatíveis.

Então, não seria possível que um homem, neste caso, um político seja ético? Sim, é possível. Acredito que um político ético não seja apenas aquele que tem êxito em suas ações, que almeja sem pensar na conduta utilizada para atingir tais objetivos. Mas sim aquele que pensa no coletivo, que possui virtudes e é habilidoso e ousado em pensar e agir pela melhoria do coletivo.

Precisamos entender e exigir que a moral e a política estejam sempre juntas. Esta é a justificativa do Estado existir com suas leis e seus preceitos. Da mesma forma, devemos valorizar as figuras públicas que trabalham para preservar a ordem, punindo, quando necessário, os que se utilizam de cargos públicos para benefícios individuais, prejudicando o crescimento e o desenvolvimento do País.

O restaurante Papaya Verde, com objetivo de arrecadar recursos para a Sociedade Vegetariana Brasileira - SVB , promove um jantar beneficente. O cardápio, não tem ingredientes de origem animal e tem como tema o mundo árabe. O evento acontece no dia 20 de abril e é uma realização da SVB e do Ganapati, grupo que trata de ecologia, vegetarianismo, ética e espiritualidade.

Além de degustar criativos pratos da culinária árabe vegana, quem participar do evento ainda vai desfrutar de apresentações musicais. O buffet é livre e a entrada custa R$ 35 por pessoa. A renda do jantar será revertida para a SVB, que trabalha para que o vegetarianismo seja aceito como uma opção alimentar benéfica para a saúde humana e dos animais.

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O cardápio terá opções exclusivas e será assinado por João Asfora. Entre as opções para entrada e prato principal estão: charutos de uva com nozes; e quibe de abóbora com castanhas, acelga e ervas AL Hazine, usado na Semana Santa Palestina. Já para o cardápio de sobremesas, as especialidades variam entre damascos, tâmaras e figos. Os ingressos para o jantar podem ser adquiridos no Papaya Verde e as vagas são limitadas.

 

Serviço

Jantar árabe vegano

20 de abril

Papaya Verde (Rua Santo Elia, 409, Espinheiro)

R$ 35

(81) 3241 6342

Nesta quinta-feira (7), às 14h, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realiza palestra sobre ética no serviço público. O encontro será no Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da instituição e será ministrada pela ouvidora da Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Neide Saisi.

A UFPE fica na Avenida Professor Moraes Rego, 1235, na Cidade Universitária, no Recife. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (81) 2126.8024/8025.

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O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, votou há pouco em um colégio na região de Alto de Pinheiros, Zona Oeste da capital paulista. Acompanhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do prefeito Gilberto Kassab (PSD), o tucano afirmou, durante coletiva de imprensa realizada após a votação, que fez uma campanha "limpa e pautada pela defesa da ética". "Nós fizemos uma campanha limpa e propositiva, com ideias para melhorar a vida na cidade de São Paulo e a defesa da ética, sem a qual nada é possível", enfatizou o candidato.

Serra deixou sua casa por volta das 10h20, acompanhado de seus assessores. Durante seu discurso, no colégio onde votou, o tucano disse estar "otimista e confiante" na vitória, mas ressaltou o protagonismo do eleitor. "Hoje o protagonista, quem fala, é o eleitor através do voto. Ele deve continuar fazendo isso (participando da vida política) nos próximos quatro anos, cobrando as realizações de quem vier a vencer", afirmou Serra, que discursou ao lado de dois de seus netos.

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Logo após votar, Serra seguiu com Alckmin para o Colégio Santo Américo, na região do Morumbi, Zona Sul da capital paulista, onde o governador vota. Estiveram com Serra no momento da votação, além do prefeito e do governador, o senador Aloysio Nunes (PSDB), os deputados federais Walter Feldman (PSDB) e Edson Aparecido (PSDB) e o vereador eleito Andrea Matarazzo (PSDB), além da candidata derrotada à prefeitura de São Paulo, Soninha Francine (PPS).

Ao fazer um balanço do primeiro turno das eleições municipais, na tarde desta segunda, o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, disse não temer o embate sobre ética com os adversários, principalmente com o PSDB. Citando denúncias como a suposta compra de votos para a emenda da reeleição aprovada durante o mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o dossiê Cayman e denúncias envolvendo privatizações no governo tucano, Falcão disse que o partido está preparado para esta discussão. "Há várias questões para debater no campo ético. Nós não tememos esse debate", afirmou o dirigente, durante entrevista coletiva na sede nacional do PT em São Paulo.

A reação do presidente do PT foi uma resposta às afirmações do adversário do candidato da sigla Fernando Haddad, em São Paulo, o tucano José Serra, que desde o domingo (07), quando foi anunciada sua ida ao segundo turno, invocou o mensalão para dizer que pretende fazer comparações de biografias, discutir ética e valores nesta nova etapa das eleições para a Prefeitura de São Paulo. Já em campanha pelas ruas da cidade, nesta segunda-feira, Serra acusou o PT de estar usando as eleições municipais para 'abafar' o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal.

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Falcão rebateu as declarações de Serra sobre o uso do julgamento do mensalão no debate eleitoral. "Acho que (o debate sobre ética) é um campo desfavorável para o nosso adversário travar", disse. Falcão ressaltou que Fernando Haddad não tem denúncias "em seu prontuário". "Seria extremamente desfavorável para o nosso adversário fugir dos problemas da cidade pelos quais ele é responsável e querer travar um debate sobre ética, campo no qual ele fica devendo explicações."

Em entrevista coletiva na tarde de segunda, o dirigente disse que o PT está pronto para rebater qualquer ataque referente, inclusive, ao julgamento do mensalão. Para o cacique petista, o julgamento do mensalão ocorre porque o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu condições para que a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) fossem reaparelhadas. Com isso, a antiga figura "do engavetador-geral da República" deixou de existir. "Hoje não há engavetador, há um procurador que inclusive opina sobre o resultado das eleições livremente", disse.

Excelente

Para o PT, o resultado do primeiro turno das eleições municipais "foi excelente", uma vez que o partido cresceu 12% em todo o País em número de prefeituras conquistadas em relação ao pleito de 2008, chegando a um total de 624 prefeitos eleitos. Entre as vitórias mencionadas pelo dirigente, está a conquista da prefeitura de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, reduto do governador Geraldo Alckmin (PSDB). "O projeto do PT foi consagrado neste primeiro turno", comemorou.

Otimista para o segundo turno, Falcão revelou que a tendência de alianças do PT em todo o País é com partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff. Ele destacou, ainda, que Dilma participará da campanha de Haddad em São Paulo, e que está apenas definindo sua agenda. "A tendência é ela participar de alguma maneira."

Falcão destacou também que o PT não pretende levar questões religiosas para o debate em São Paulo e que a aposta do partido é o programa de governo de Haddad, principalmente o Bilhete Único Mensal e os projetos para a área de saúde. Em sua avaliação, os altos índices de rejeição a Serra vão favorecer o candidato petista. "A população está cansada de oito anos de descaso", comentou.

Sobre a derrota do partido no Recife, Falcão reconheceu "os erros de encaminhamento" da sigla na capital pernambucana e culpou o racha no PT local. "Inegavelmente, onde o partido se dividiu o resultado foi desfavorável", observou. Segundo o dirigente, o pior resultado para o PT seria ver o candidato do PSDB, Daniel Coelho, chegar ao segundo turno. "De qualquer maneira a vitória foi de um aliado", afirmou, numa referência ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

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